Este documento apresenta um protocolo de assistência à saúde na rede municipal de Montes Claros, com foco na atenção básica. O protocolo descreve as atribuições dos profissionais de saúde e normatiza as ações realizadas nas unidades de saúde. É dividido em seis partes abordando saúde da criança, do adolescente, da mulher, do adulto, do idoso e DST/AIDS.
Lei n.º 7.502 90- estatuto do servidor público do município de belém
Protocolo de Assistência à Saúde na Rede Municipal de Montes Claros
1. PREFEITURA DE MONTES CLAROS
Secretaria Municipal de Saúde
PROTOCOLO DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA REDE
MUNICIPAL DE MONTES CLAROS
ATENÇÃO BÁSICA
MONTES CLAROS
JANEIRO DE 2006
2. PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA
PREFEITO DE MONTES CLAROS
ATHOS AVELINO PEREIRA
VICE-PREFEITO
SUED KENNEDH PARRELA BOTELHO
SECRETÁRIO MUNICIPAL DE SAÚDE
JOÃO BATISTA SILVÉRIO
GERENTE DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
CÁSSIA PEROLA DOS ANJOS BRAGA
GERENTE DE PLANEJAMENTO
SIMONE VIANA DUARTE
GERENTE DA ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS
MÉRCIA MARIA FAGUNDES
CHEFE DA DIVISÃO DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE - DIUBS
DANILO FERNANDO MACEDO NARCISO
CHEFE DA DIVISÃO E COORDENAÇÃO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA
FAMÍLIA DIESF
LEANDRO DIAS DE GODOY MAIA
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3. PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA
DOCUMENTO ELABORADO E REVISADO POR:
ANDRA APARECIDA S. DIONÍSIO (Enfermeira)
ANDRÉA BARBOSA DO AMARAL (Enfermeira)
ANGELA GARDÊNIA D. VASCONCELOS (Enfermeira)
ALEX SOARES LEITE DE FREITAS (Enfermeiro)
ANTÔNIO PRATES CALDEIRA (Médico Pediatra)
CARLA REJANE FIGUEIREDO (Enfermeira)
CARLA VASCONCELOS AFONSO (Enfermeira)
CAROLINA DOS REIS ALVES (Enfermeira)
CLÁUDIA DANYELLA ALVES LEÃO (Enfermeira)
CLÁUDIA MENDES CAMPOS VERSIANI (Enfermeira)
CHRISTIANE BORGES EVANGELISTA (Enfermeira)
CYNTHIA DANIELLA BARBOSA (Enfermeira)
DANILO FERNANDO NARCISO (Médico de Família)
DEIVIANE PEREIRA SILVA (Enfermeira)
EDILENE OLIVEIRA AMARAL (Enfermeira)
EMANUEL RODRIGUES (Enfermeiro)
EVA PATRÍCIA PEREIRA ARAÚJO (Enfermeira)
FABÍOLA AFONSO F. PEREIRA (Enfermeira)
JANAÍNA MICHELLE SILVA (Enfermeira)
JANETTE CALDEIRA FONSECA (Enfermeira)
JOSÉ RONIVON FONSECA (Enfermeiro)
JOYCE MARY DRUMOND LEMOS TEIXEIRA (Clínica Médica)
JULIANO ARRUDA SILVEIRA (Médico Psiquiatra)
KARINE SUENE M. ALMEIDA RIBEIRO (Enfermeira)
KÊNIA SOUTO MOREIRA (Enfermeira)
LEANDRO GODOY (Médico de Família)
LUCIANA C. TAVARES (Enfermeira)
MARDEN COSTA LOPES (Enfermeiro)
MARIA ÂNGELA PINHEIRO (Médica Geriatra)
MARIA APARECIDA FONTES (Enfermeira)
MARIA FERNANDA VELOSO SILVA (Enfermeira)
MARIA HELENA MOREIRA GONÇALVES (Enfermeira)
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4. PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA
DOCUMENTO ELABORADO E REVISADO POR:
MARIA LUIZA SANTIAGO (Médica Ginecologista)
MARIZA ALVES BARBOSA (Enfermeira)
MURILO CHARLES LEITE (Enfermeiro)
ORLENE VELOSO DIAS (Enfermeira)
PAULA CRISTINA FELIPE A. ALMEIDA (Enfermeira)
TATIANA FRÓES NASCIMENTO (Enfermeira)
VERÔNICA ISABEL VELOSO FONSECA (Enfermeira)
WESLANE ALMEIDA CAVALCANTI (Enfermeira)
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5. PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA
SUMÁRIO
PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA REDE MUNICIPAL 6
DE MONTES CLAROS...........................................................................
PARTE I: SAÚDE DA CRIANÇA............................................................ 14
PARTE II: SAÚDE DO ADOLESCENTE................................................. 28
PARTE III: SAÚDE DA MULHER............................................................ 34
PARTE IV: SAÚDE DO ADULTO............................................................ 99
PARTE V: SAÚDE DO IDOSO............................................................... 111
PARTE VI: DST/AIDS............................................................................. 123
REFERÊNCIAS....................................................................................... 146
ANEXOS.................................................................................................. 149
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6. PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA 6
PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA REDE
MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA
1 INTRODUÇÃO
A Atenção Básica caracteriza-se como um conjunto de ações, de
caráter individual ou coletivo, situada no primeiro nível de atenção dos sistemas
de saúde, voltadas para a promoção da saúde, a prevenção de agravos, o
tratamento e a reabilitação. As responsabilidades dos municípios com a atenção
básica crescem progressivamente, na medida em que adquirem condições e
capacidade para ampliar suas atribuições e assumir a implementação de novas
ações e atividades.
A Estratégia de Saúde da Família consolida-se cada vez mais como a
forma mais eficaz e eficiente de reorganização dos serviços de saúde, incorpora e
reafirma os princípios básicos do Sistema Único de Saúde (SUS), estruturando-se
a partir de uma Unidade Básica de Saúde da Família com um território de
abrangência definido e uma equipe Multiprofissional constituída por médico,
enfermeiro, técnico ou auxiliar de enfermagem e agentes comunitários de saúde.
Este protocolo normatiza as ações dos profissionais inseridos nas
Unidades de Saúde, no nível primário e secundário, validando na consulta de
enfermagem a prescrição de medicamentos, os encaminhamentos de pacientes
e a solicitação de exames complementares, no município de Montes Claros.
A Lei nº 7.498 de 25 de junho de 1986 que regulamenta o exercício
da enfermagem no Brasil é clara e garante o direito de todos que compõem a
classe de enfermagem (Art. 01). São pontos relevantes na prática do enfermeiro
como integrante da equipe de saúde, na atenção básica: a consulta de
enfermagem, em toda a sua complexidade de execução (Art. 11, alínea i); a
prescrição de medicamentos, desde que sejam estabelecidos em programas de
Saúde Pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde (Art. 11 alínea c) e
solicitação de exames de rotinas e complementares conforme resolução do
Conselho Regional de Enfermagem (COFEN) nº 271 de 2002.
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7. PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA 7
2 OBJETIVOS
Normatizar as ações dos profissionais inseridos nas Unidades de Saúde,
desenvolvidas através de programas preconizados pelo Ministério da
Saúde, Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais e Secretaria
Municipal de Saúde de Montes Claros.
Estruturar as consultas de enfermagem visando aumentar a resolubilidade,
para evitar a fragmentação da assistência.
Viabilizar a integração Multiprofissional e o trabalho em equipe.
Integrar ensino, serviço e comunidade, de acordo com as normas deste
protocolo.
3 DESENVOLVIMENTO
Todas as atividades desenvolvidas pelo profissional enfermeiro na
consulta de enfermagem, principalmente no nível de atenção básica à saúde,
estão descritas neste protocolo por área de atenção, sendo:
Saúde da Criança;
Saúde do Adolescente;
Saúde da Mulher;
Saúde do Adulto;
Saúde do Idoso;
DST/AIDS.
Os procedimentos são apresentados de forma detalhada, de maneira a
complementar a compreensão do leitor, baseados em literaturas do Ministério da
Saúde. Outras áreas poderão ser incluídas, conforme a necessidade do serviço e
mediante ampla discussão entre a equipe multiprofissional.
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8. PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA 8
4 ORGANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO
4.1 ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL
A organização da assistência dentro do conceito de enfoque de risco
significa também a utilização de profissionais disponíveis, visando o seu máximo
aproveitamento.
As atividades e responsabilidades da equipe são descritas a seguir,
considerando-se as habilidades e capacidades de cada um de seus componentes
fundamentados nos preceitos éticos e legais.
Ressalta-se também que a integração entre as várias disciplinas e
profissionais é requisito fundamental para o alcance dos objetivos propostos.
4.1.1 Pessoal Administrativo
Acolher o usuário e visitantes;
Prestar informação sobre o funcionamento das Unidades de Saúde;
Agendar consultas e exames;
Digitar dados da Unidade de Saúde;
Organizar os recursos e materiais da Unidade de Saúde.
Atender telefone;
Realizar outras atividades designadas pela coordenação da equipe.
4.1.2 Pessoal Zeladoria e Manutenção
Acolher e informar usuários e visitantes;
Realizar e manter a limpeza e a higiene adequada do local de trabalho;
Comunicar ao coordenador da unidade a ocorrência de danos ao
patrimônio público;
Realizar o reparo de equipamentos.
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9. PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA 9
4.1.3 Atribuições Comuns a Todos os Profissionais que Integram as Equipes
Conhecer a realidade das famílias pelas quais são responsáveis, com
ênfase nas suas características sociais, econômicas, culturais,
demográficas e epidemiológicas;
Identificar os problemas de saúde e situações de risco mais comuns aos
quais aquela população está exposta;
Elaborar, com a participação da comunidade, um plano local para o
enfrentamento dos problemas de saúde e fatores que colocam em risco a
saúde;
Executar, de acordo com a qualificação de cada profissional, os
procedimentos de vigilância à saúde e de vigilância epidemiológica, nas
diferentes fases do ciclo de vida;
Valorizar a relação com o usuário e com a família, para a criação de
vínculo de confiança, de afeto, de respeito;
Realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento;
Resolver os problemas de saúde no nível de atenção básica;
Promover acesso à continuidade do tratamento dentro de um sistema de
referência e contra-referência para os casos de maior complexidade ou que
necessitem de internação hospitalar;
Prestar assistência integral à população adscrita, respondendo à demanda
de forma contínua e racionalizada;
Coordenar, participar de e/ou organizar grupos de educação para a saúde;
Promover ações intersetoriais e parcerias com organizações formais e
informais existentes na comunidade para o enfrentamento conjunto dos
problemas identificados;
Fomentar a participação popular, discutindo com a comunidade conceitos
de cidadania, de direito à saúde e as suas bases legais;
Incentivar a formação e/ou participação ativa da comunidade nos
Conselhos Locais de Saúde e no Conselho Municipal de Saúde;
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10. PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA 10
4.1.3.1 Médico
Realizar consultas clínicas aos usuários da sua área adscrita;
Executar as ações de assistência integral em todas as fases do ciclo de
vida: criança, adolescente, mulher, adulto e idoso;
Realizar consultas e procedimentos na USF, no domicílio e diferentes
ambientes: escolas, creches, asilos, fábricas, etc;
Realizar as atividades clínicas correspondentes às áreas prioritárias na
intervenção na atenção básica, definidas na norma operacional da
assistência à saúde NOAS 2001;
Aliar a atuação clínica à prática da saúde coletiva;
Fomentar a criação de grupos de patologias específicas, como de
hipertensos, de diabéticos, de saúde mental, etc.;
Realizar o pronto atendimento médico nas urgências e emergências;
Encaminhar aos serviços de maior complexidade, quando necessário,
garantindo a continuidade do tratamento na USF, por meio de um sistema
de acompanhamento e de referência e contra-referência;
Realizar pequenas cirurgias ambulatoriais;
Indicar internação hospitalar;
Solicitar exames complementares;
Verificar e atestar óbito.
4.1.3.2 Enfermeiro
Realizar cuidados diretos de enfermagem nas urgências e emergências
clínicas, fazendo a indicação para a continuidade da assistência prestada;
Realizar consulta de enfermagem, solicitar exames complementares,
prescrever/transcrever medicações, conforme protocolos estabelecidos nos
programas do ministério da saúde e as disposições legais da profissão;
Planejar, gerenciar, coordenar, executar e avaliar as atividades da Unidade
Básica de Saúde da Família USF;
Executar as ações de assistência em todas as fases do ciclo de vida;
No nível de suas competências, executar assistência básica e ações de
vigilância epidemiológica e sanitária;
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11. PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA 11
Realizar ações de saúde em diferentes ambientes: na Unidade Básica de
Saúde da Família, no domicílio, escolas, creches, asilos, fábricas, etc;
Realizar as atividades de assistência à saúde correspondentes às áreas
prioritárias para intervenção na Atenção Básica, definidas pelo Sistema
Único de Saúde - SUS;
Aliar a atuação clínica à prática da saúde coletiva;
Organizar e coordenar a criação de grupos de patologias específicas, como
de hipertensos, de diabéticos, de saúde mental, etc;
Supervisionar e coordenar ações para capacitação dos Agentes
Comunitários de Saúde e de auxiliares de enfermagem, com vistas ao
desempenho de suas funções;
Conhecer a realidade das famílias pelas quais são responsáveis, com
ênfase nas suas características sociais, econômicas, culturais, ambientais,
demográficas e epidemiológicas;
Identificar os problemas de saúde e situações de risco mais comuns aos
quais a população da área adscrita está exposta;
Elaborar, com a participação da comunidade, um plano local para o
enfrentamento dos problemas de saúde e fatores que colocam em risco a
saúde;
Executar, de acordo com a qualificação de cada profissional, os
procedimentos de vigilância à saúde e de vigilância epidemiológica, nas
diferentes fases do ciclo de vida;
Valorizar a relação com o usuário e com a família, para a criação de
vínculo de confiança, de afeto e de respeito;
Realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento;
Resolver os problemas de saúde no nível de atenção básica em sua área
de competência;
Promover acesso à continuidade do tratamento dentro de um sistema de
referência e contra-referência para os casos de maior complexidade ou que
necessitem de internação hospitalar;
Prestar assistência à população adscrita, respondendo à demanda de
forma contínua e racionalizada;
Coordenar, participar de e/ou organizar grupos de educação para a saúde;
_________________________________________________________________
12. PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA 12
Promover ações intersetoriais e parcerias com organizações formais e
informais existentes na comunidade para o enfrentamento conjunto dos
problemas identificados;
Fomentar a participação popular, discutindo com a comunidade conceitos
de cidadania, de direito à saúde e as suas bases legais;
Incentivar a formação e/ou participação ativa da comunidade nos
Conselhos Locais de Saúde e no Conselho Municipal de Saúde;
Atender às normas de higiene e segurança do trabalho.
Executar outras atividades correlatas.
4.1.3.3 Técnico ou Auxiliar de Enfermagem
Realizar procedimentos de enfermagem dentro das suas competências
técnicas e legais;
Realizar procedimentos de enfermagem nos diferentes ambientes, USF e
nos domicílios, dentro do planejamento de ações traçado pela equipe;
Preparar o usuário para consultas médicas e de enfermagem, exames e
tratamento na USF;
Zelar pela limpeza e ordem do material, de equipamentos e de
dependências da USF, garantindo o controle de infecção;
Realizar busca ativa de casos, como tuberculose, hanseníase e demais
doenças de cunho epidemiológico;
No nível de suas competências, executar assistência básica e ações de
vigilância epidemiológica e sanitária;
Realizar ações de educação em saúde nos grupos de patologias
específicas e às famílias de risco, conforme planejamento da USF.
4.1.3.4 Agente Comunitário de Saúde
Realizar mapeamento de sua área;
Cadastrar as famílias e atualizar permanentemente esse cadastro;
Identificar indivíduos e famílias expostos a situações de risco;
Identificar áreas de risco;
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13. PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA 13
Orientar as famílias para utilização adequada dos serviços de saúde,
encaminhando-as e até agendando consultas, exames e atendimento
odontológico, quando necessário;
Realizar ações e atividades, no nível de suas competências, nas áreas
prioritárias da atenção básica;
Realizar, por meio de visita domiciliar, acompanhamento mensal de todas
as famílias sob sua responsabilidade;
Estar sempre bem informado, e informar aos demais membros da equipe,
sobre a situação das famílias acompanhadas, particularmente aquelas em
situações de risco;
4.2 AGENDAMENTO
Específico para cada Unidade de Saúde.
4.2.1 REQUISITOS BÁSICOS
Equipe treinada;
Área física adequada;
Equipamentos e instrumental mínimos;
Recursos didáticos para as atividades coletivas.
_________________________________________________________________
14. Parte I
SAÚDE DA CRIANÇA
PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA
15. SAÚDE DA CRIANÇA 15
ÍNDICE
1.1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 16
1.2 OBJETIVOS.......................................................................................................... 16
1.3 ACOMPANHAMENTO DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO............... 17
1.3.1 CONCEITOS............................................................................................... 17
1.3.2 OBJETIVOS................................................................................................ 17
1.3.3 OPERACIONALIZAÇÃO............................................................................. 17
1.3.4 AVALIAÇÃO E CONDUTA DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO..... 19
1.3.4.1 Peso/Idade............................................................................................... 19
1.3.4.2 Condutas Recomendadas para algumas Situações de Crescimento da
Criança até 05 anos.................................................................................. 20
1.3.4.3 Perímetro cefálico.................................................................................... 22
1.3.4.4 Estatura/Idade.......................................................................................... 23
1.3.4.5 Condutas Recomendadas para algumas Situações no
Desenvolvimento da Criança até 05 anos................................................ 23
1.4 ROTEIRO PARA PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS PROFILÁTICOS.......... 24
1.5 CALENDÁRIO BÁSICO DE VACINAÇÃO DA SES/MG ADOTADO PELO
MUNICÍPIO DE MONTES CLAROS................................................................... 25
1.6 EVENTOS ADVERSOS........................................................................................ 25
1.7 ATENÇÃO INTEGRADA ÀS DOENÇAS PREVALENTES NA INFÂNCIA-AIDPI 26
PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA
16. SAÚDE DA CRIANÇA 16
1.1 INTRODUÇÃO
O desenvolvimento humano é um processo que envolve mudanças em
todo o organismo, desde a concepção até a morte, e está relacionado aos
processos biológicos, psicológicos e sociais.
O termo criança corresponde à faixa etária do nascimento até os 10
anos de idade e esse processo de crescimento e desenvolvimento desenvolve-se à
medida que os seus corpos interagem com o ambiente tornando-se mais aptos
para estruturar e realizar ações que exijam força e complexidade.
O pensar e o agir das crianças variam em diferentes situações e idades
e, cabe ao profissional de saúde se instrumentalizar para a realização das ações e
condutas clínicas.
A atenção continuada à saúde da criança e da família realiza-se por
meio de três níveis de prevenção: a prevenção primária oportuniza as ações
promocionais prevenindo as intercorrências; a prevenção secundária favorece o
diagnóstico precoce e o tratamento das doenças e a prevenção terciária orienta a
reabilitação se houver incapacidade.
1.2 OBJETIVOS
Prestar assistência à criança e à família de forma integral contribuindo para
a promoção da saúde e prevenção de doenças.
Realizar acompanhamento do Crescimento e Desenvolvimento das crianças
de 0 a 5 anos.
Realizar vigilância em saúde através de ações sistematizadas objetivando a
redução da morbi-mortalidade infantil.
Promover e incentivar o aleitamento materno e as práticas alimentares
adequadas à faixa etária.
PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA
17. SAÚDE DA CRIANÇA 17
1.3 ACOMPANHAMENTO DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
1.3.1 CONCEITOS
Crescimento: Significa aumento físico do corpo, como um todo ou em suas
partes, e pode ser medido em termos de centímetros ou de quilogramas.
Desenvolvimento Psicossocial: É o processo de humanização que inter-
relaciona aspectos biológicos, psíquicos, cognitivos, ambientais,
socioeconômicos e culturais; mediante o qual a criança vai adquirindo maior
capacidade para mover-se, coordenar, sentir, pensar, interagir com os
outros e o meio que a rodeia; em síntese é o que lhe permitirá incorporar-se
de forma ativa e transformadora, à sociedade em que vive.
1.3.2 OBJETIVOS
Fazer vigilância à saúde da criança de 0 a 05 anos; identificando aquelas de
maior risco de morbi-mortalidade, sinalizando o alarme precoce para a
desnutrição;
Estabelecer condutas curativas dirigidas aos processos patológicos
presentes;
Estabelecer condutas preventivas, adequadas a cada idade, sobre
vacinação, alimentação;
Estimular cuidados gerais com a criança em um processo contínuo de
educação para a saúde.
1.3.3 OPERACIONALIZAÇÃO
Crianças de 0 a 05 anos, residentes na área de abrangência, serão
acompanhadas mensalmente pela equipe de Saúde da Família e a consulta de
puericultura seguirá o calendário mínimo de consultas para "Assistência à criança"
preconizado pelo Ministério da Saúde: até 15 dias de vida, 1, 2, 4, 6, 9, 12, 15 e 24
meses; 3, 4 e 5 anos. Ressalva para as crianças menores de 01 ano que poderão
ser acompanhadas mensalmente, se as condições de oferta permitirem.
PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA
18. SAÚDE DA CRIANÇA 18
A consulta de puericultura consistirá em:
a) Queixa principal, História da Moléstia Atual, História Pregressa, História
Familiar e História Social;
b) Avaliação do estado nutricional, alimentação e hidratação;
c) Situação vacinal;
d) Triagem Neonatal (Teste do Pezinho);
e) Avaliação do sono e repouso, eliminações e higiene;
f) Desenvolvimento psicomotor;
g) Exame físico:
- Dados antropométricos: peso, altura, perímetro cefálico.
- Sinais vitais: temperatura, respiração, pulso e pressão arterial (se
necessário).
- Proceder a exame dos segmentos: crânio, face, olhos, ouvido, nariz,
orofaringe, pescoço, tórax, abdome, membros e genitais.
h) Terapêutica conforme estratégia do AIDPI, descritos neste protocolo adiante;
i) Referenciar ao atendimento especializado, serviço de referência ou serviço de
maior complexidade, nas seguintes situações:
- Crianças menores de 02 anos com peso entre P3 e P0.1 se não estiver
ganhando peso.
- Crianças menores de 02 anos com peso entre P3 e P0.1 e peso/altura
menor que P3.
- Peso muito baixo (menor que P0.1), sem sinais clínicos de desnutrição.
- Formas clínicas de desnutrição protéico-calórica: marasmo, Kwashiokor ou
formas mistas.
- Perímetro cefálico fora da faixa entre os percentis 10 e 90.
- Déficits muito acentuados de estatura, principalmente em crianças com
dietas adequadas.
- Persistência do atraso do desenvolvimento psicossocial para idade por mais
de 02 consultas (ou ausência do marco no último quadro sombreado da
ficha de acompanhamento do desenvolvimento/MS).
- E outros casos que se fizerem necessários.
PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA
19. SAÚDE DA CRIANÇA 19
1.3.4 AVALIAÇÃO E CONDUTA DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
1.3.4.1 Peso/Idade
Para avaliação da curva de crescimento individual de uma criança,
considerar dois aspectos:
1º) Na primeira medição, observar a posição do peso em relação aos pontos de
corte superior e inferior:
- Acima do percentil 97: classificar como sobrepeso.
- Entre os percentis 97 e 3: faixa de normalidade nutricional.
- Entre os percentis 10 e 3: classificar como risco nutricional.
- Entre os percentis 3 e 0.1: classificar como peso baixo.
- Abaixo do percentil 0.1: classificar como peso muito baixo.
2º) Nas medições seguintes, observar a posição e também o sentido do traçado da
curva de crescimento da criança:
- Posição da linha que representa o traçado de crescimento da criança: entre
os percentis 97 e 3, corresponde ao caminho da saúde.
- O sentido do traçado da curva da criança (ascendente, horizontal ou
descendente). É desenhada em linha contínua a partir da ligação de dois ou
mais pontos com intervalos não superiores a dois meses. Intervalos
maiores devem ser desenhados com linhas pontilhadas para chamar a
atenção.
Instrumentos e técnicas de medição antropométrica: consultar o caderno de
Atenção Básica de Saúde da Criança/MS.
PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA
20. SAÚDE DA CRIANÇA 20
1.3.4.2 Condutas Recomendadas para Algumas Situações de Crescimento da
Criança até 05 anos
Posição do Inclinação da Condição do Conduta
Peso Curva Crescimento
Verificar a existência de erro
alimentar, orientar a mãe para uma
alimentação mais adequada de
acordo com as normas para a
alimentação da criança sadia,
excetuando-se bebês em aleitamento
Alerta: risco de
materno exclusivo. Dieta com
> P 97 Ascendente sobrepeso e
restrição calórica só são
obesidade
recomendadas para criança a partir
dos 4 anos com peso/altura > P 97.
Verificar e estimular a atividade física
regular, principalmente para criança
acima de 4 anos.
Marcar retorno para 30 dias.
Parabenizar a mãe pelo crescimento
Entre P 97 e satisfatório da criança.
Ascendente Satisfatório
P 10 Marcar retorno de acordo com o
calendário mínimo de consultas.
Investigar possíveis intercorrências
que possam justificar a diminuição da
velocidade do crescimento e registrá-
Entre P 97 e Horizontal ou
Alerta las no cartão.
P 10 descendente
Tratar as intercorrências conforme
este protocolo.
Marcar retorno para 30 dias.
Investigar possíveis causas com
atenção especial para desmame,
dentição, intercorrências infecciosas,
Entre P 10 e formas de cuidado com a criança e
Ascendente Alerta
P3 afeto, informar à mãe.
Tratar as intercorrências conforme
este protocolo. Marcar retorno para
30 dias.
Abaixo do Referir imediatamente para serviços
P0,1 com Formas clínicas de de maior complexidade ou serviços
presença de Ascendente, desnutrição protéico- de referência.
sinais clínicos horizontal ou calórica: marasmo,
de formas descendente. Kwashiokor ou
graves de formas mistas.
desnutrição
PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA
21. SAÚDE DA CRIANÇA 21
Posição do Inclinação da Condição do Conduta
Peso Curva Crescimento
Investigar possíveis causas com
atenção especial para desmame,
alimentação, intercorrências
infecciosas, formas de cuidado com a
criança, afeto, higiene e informar a
mãe.
Insatisfatório:
Entre P 10 e Horizontal ou Tratar as intercorrências conforme
classificar como risco
P3 descendente este protocolo.
nutricional
Orientar a mãe sobre alimentação
especial visando o ganho de peso.
Encaminhar para o serviço social se
disponível.
Realizar nova consulta em intervalo
máximo de 15 dias.
Investigar possíveis causas com
atenção especial para desmame,
intercorrências infecciosas, formas de
cuidado com a criança e afeto,
alimentação complementar adequada
para a idade e informar a mãe.
Se a criança não ganhar peso, referir
para a avaliação médica.
Ascendente,
Entre P 3 e Tratar as intercorrências conforme
horizontal ou Peso baixo
P 0,1 este protocolo.
descendente
Encaminhar para o serviço social se
disponível.
Realizar nova consulta em intervalo
máximo de 15 dias.
Encaminhar a criança maior de 2
anos se peso/altura for < P 3, tratar
como peso muito baixo ou
encaminhar para a avaliação médica.
Investigar possíveis causas com
atenção especial para desmame,
dentição, intercorrências infecciosas,
formas de cuidado com a criança e
afeto, informar a mãe.
Tratar as intercorrências conforme
este protocolo.
Abaixo do Encaminhar para o serviço social se
P0,1 sem Ascendente, disponível.
presença de horizontal ou Peso muito baixo Ensinar a mãe a preparar e oferecer
sinais clínicos descendente. à criança uma dieta hipercalórica e
de desnutrição hiperproteica. (Consultar o caderno
de Atenção Básica de Saúde da
Criança /MS, ANEXO 8).
Tratar a desnutrição em casa ou
encaminhar para avaliação médica
para investigar outras causas.
Realizar nova consulta em intervalo
máximo de 15 dias.
FONTE: Caderno de Atenção Básica de Saúde da Criança / M.S, 2002.
PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA
22. SAÚDE DA CRIANÇA 22
1.3.4.3 Perímetro Cefálico
Importante variável para avaliar crescimento da cabeça/cérebro de
crianças nos dois primeiros anos de vida. A avaliação do perímetro cefálico é uma
medida indissociável da avaliação do desenvolvimento. O perímetro adequado
situa-se entre os percentis 10 e 90 (faixa de normalidade), conforme quadro abaixo.
Quadro do perímetro cefálico de meninos e meninas de 0 a 2 anos
em centímetros.
Idade Idade
P 10 (cm) P 90 (cm) P 10 (cm) P 90 (cm)
(meses) (meses)
Nascimento 33,0 36,0 9 meses 43,3 46,3
1 mês 35,5 39,0 10 meses 43,8 46,6
2 meses 37,5 40,9 11 meses 44,4 47,0
3 meses 38,8 42,1 12 meses 45,0 47,5
4 meses 39,5 43,0 15 meses 45,5 48,3
5 meses 40,8 43,8 18 meses 46,0 49,1
6 meses 41,5 44,5 21 meses 46,5 49,8
7 meses 42,2 45,2 24 meses 47,0 50,5
8 meses 43,0 46,0 - - -
Fonte: NCHS, 1997 (Nacional Center for Health Statistcs)
Entretanto, destaca-se a relevância de encaminhamento precoce de
casos que, embora estejam em entre os percentis 10 e 90, tenham sofrido um
aumento súbito ou estejam estabilizados, sobretudo se existe concomitante
comprometimento do desenvolvimento.
FLUXOGRAMA
Perímetro cefálico fora da faixa de
normalidade
Encaminhar para avaliação médica
para afastar diagnóstico de microcefalia ou hidrocefalia
PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA
23. SAÚDE DA CRIANÇA 23
1.3.4.4 Estatura/Idade
O ganho de estatura é um bom parâmetro para avaliação do
crescimento da criança por ser acumulativo, progressivo e não sofrer regressões,
mas é lento para refletir o problema agudo de saúde e nutrição da criança. O
percentil 3 é o limite abaixo do qual a criança pode ser considerada com baixa
estatura.
Diante de déficits de estatura (< percentil 03) deve-se investigar a
causa (dieta insuficiente em quantidade e/ou qualidade e história de infecções de
repetição no passado ou ainda persistente no presente). Conduta: orientação
alimentar e cuidados gerais, objetivando a recuperação total ou parcial deste
déficit.
FLUXOGRAMA
Déficits muito acentuados (muito abaixo do
percentil 3) sobretudo em crianças de famílias
de boas condições socioeconômicas
Referenciar ao medico para afastar diagnóstico
de doenças metabólicas genéticas ou
infecções crônicas que interferem no crescimento.
1.3.4.5 Condutas Recomendadas para algumas Situações no
Desenvolvimento da Criança até 05 anos
1. Presença da resposta esperada para a idade: a criança está se
desenvolvendo bem e o profissional de saúde deve seguir o calendário de
consulta;
2. Falha em alcançar algum marco do desenvolvimento para a idade:
antecipar a consulta seguinte; investigar a situação ambiental da criança, a
relação com a mãe e a oferta de estímulos. Orientar a mãe para brincar e
PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA
24. SAÚDE DA CRIANÇA 24
conversar com a criança durante os cuidados diários e realizar os estímulos
conforme a etapa funcional ou do desenvolvimento;
3. Persistência do atraso por mais de duas consultas ou ausência do
marco no último quadro sombreado: referenciar a criança para a
avaliação médica ou serviço de maior complexidade.
OBS.: Como roteiro de observação e identificação de crianças com prováveis
problemas de desenvolvimento, incluindo alguns aspectos psíquicos,
utilizar a ficha Acompanhamento do Desenvolvimento adotado pelo
Ministério da Saúde (consultar caderno de Atenção Básica nº 11 de Saúde
da Criança/MS, 2002, pág.93).
1.4 ROTEIRO PARA PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS
PROFILÁTICOS
Vitamina A+D: a partir do 1º mês de vida para todas as crianças prematuras até
completar 6 meses. Após este período, manter conforme avaliação médica.
Vitamina A+D(CEME) 10 - 12 gotas/dia
Sulfato ferroso: profilático até 2 anos, da seguinte forma:
- Lactentes a termo em aleitamento exclusivo: a partir do 6º mês,
1mg/kg/dia;
- Lactentes a termo em aleitamento misto: a partir do 4º mês,1mg/kg/dia;
- Lactentes prematuros ou com baixo peso ao nascer: após 30º dia de
vida 2mg/kg/dia por dois meses. A seguir, manter esquema 1mg/kg/dia até
24 meses de vida. Ex.: Criança 2kg 2mg x peso 2mg x 2kg = 4mg
Se o sulfato ferroso apresenta 25 mg em 20 gotas, é usada
a regra de três:
4 mg x gotas
25 mg 20 gotas Resultado = 3 gotas por dia.
Vitamina A (mega dose):
- 100.000 UI = a partir do 6º mês de vida, uma dose apenas até 1 ano.
- 200.000 UI = a partir de 01 ano, a cada 6 meses até completar 05 anos.
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25. SAÚDE DA CRIANÇA 25
1.5 CALENDÁRIO BÁSICO DE VACINAÇÃO DA SES/MG ADOTADO
PELO MUNICÍPIO DE MONTES CLAROS
IDADE VACINAS
Nascimento BCG/ Hepatite B
2 meses Hep. B(2) Pólio e tetravalente (1)
4 meses Pólio e tetravalente (2)
6 meses Pólio e tetravalente (3) ; Hep.B (3)
9 meses Febre amarela
12 meses Tríplice viral
15 meses Pólio e DTP
5 anos DTP (2-R) ; Tríplice viral
10 anos BCG®
Atentar para a formação da cicatriz da BCG, caso não se forme ou fique com
cicatriz < 3 mm, revacinar 06 meses após a primeira aplicação.
dT de 10 em 10 anos, contados a partir da última dose de DTP;
Reforço de Febre Amarela de 10 em 10 anos;
1.6 EVENTOS ADVERSOS
As reações pós-vacinais devem ser investigadas e notificadas em formulário
próprio, que deve ser encaminhado à Seção de Vigilância Epidemiológica.
Em caso de evento local grave relacionado a BCG, encaminhar ao
ambulatório de Tisiologia (Policlínica Dr. Carlos José do Espírito Santo) para
avaliação médica, com ficha de eventos adversos preenchida.
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26. SAÚDE DA CRIANÇA 26
1.7 ATENÇÃO INTEGRADA ÀS DOENÇAS PREVALENTES NA
INFÂNCIA - AIDPI
O objetivo da estratégia AIDPI não é estabelecer um diagnóstico de uma
determinada doença, mas identificar sinais clínicos que permitam avaliar, classificar e
realizar a assistência requerida; realizar encaminhamento urgente a um hospital,
tratamento ambulatorial ou orientação para cuidados e vigilância no domicílio.
Os enfermeiros capacitados para a aplicação da estratégia AIDPI estão
habilitados a implementar todas as ações preconizadas, inclusive as terapias
medicamentosas.
As condutas de atenção integrada incluem os tratamentos de crianças
doentes que chegam à atenção básica; entretanto, não incluem todas as doenças que
acometem essa faixa etária, e sim, as doenças prevalentes que contribuem para o
aumento da morbi mortalidade infantil.
A estratégia AIDPI é apresentada em uma série de quadros que mostram a
seqüência e a forma dos procedimentos a serem adotados pelos profissionais de
saúde, que descrevem os seguintes passos (ver manual de quadros do AIDPI):
1. Avaliar a criança doente de 02 meses a 05 anos de idade ou de 01 semana a
02 meses de idade;
2. Classificar a doença;
3. Identificar o tratamento;
4. Tratar a criança;
5. Aconselhar a mãe ou o acompanhante;
6. Consulta de retorno.
O AIDPI contempla alguns aspectos:
Sinais gerais de perigo;
Tosse ou dificuldade para respirar;
Diarréia;
Febre;
Problema no ouvido;
Desnutrição;
Anemia;
Alimentação.
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27. SAÚDE DA CRIANÇA 27
No conjunto das ações, são enfatizadas as práticas de cuidados
domiciliares que visam a prevenção do agravamento dos quadros e a recuperação da
saúde.
Veja o manual de quadros de conduta que subsidia as ações da estratégia na parte
de AIDPI.
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28. Parte II
SAÚDE DO ADOLESCENTE
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29. SAÚDE DO ADOLESCENTE 29
ÍNDICE
2.1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 30
2.2 OBJETIVOS........................................................................................................ 30
2.3 POPULAÇÃO ALVO ......................................................................................... 30
2.4 CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ADOLESCENTES....................... 30
2.4.1 Anamnese................................................................................................ 31
2.4.2 Exame Físico........................................................................................... 31
2.4.3 Solicitação de Exames Laboratoriais de Rotina............................... 32
2.5 CONSULTA ESPECÍFICA........................................................................ 32
2.5.1 Ginecológica..................................................................................... 32
2.5.2 Ações complementares.................................................................... 33
2.5.3 Práticas Educativas Coletivas.......................................................... 33
2.5.4 Prescrição........................................................................................ 33
PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA
30. SAÚDE DO ADOLESCENTE 30
2.1 INTRODUÇÃO
A adolescência compreende a faixa etária que vai dos 10 aos 19 anos
de idade. É nesse período que ocorrem importantes transformações no corpo
(puberdade), no modo de pensar e agir e no desempenho dos papéis sociais.
Essas transformações, tanto físicas quanto emocionais e sociais, provocam
mudanças importantes nas relações do adolescente com ele mesmo, com a família
e com os amigos e companheiros. Com tudo isso acontecendo, os adolescentes
podem adotar alguns comportamentos de risco associados à expressão da
sexualidade, ao envolvimento com atos violentos ou uso/abuso de drogas. Cada
um desses eventos pode trazer conseqüências danosas para a saúde, sofrimento
para seus familiares e prejuízo para toda a sociedade.
2.2 OBJETIVOS
Atender ao adolescente numa visão biopsicossocial, enfatizando a
promoção da saúde, prevenção dos agravos, tratamento e reabilitação,
visando a melhoria da sua qualidade de vida;
Acompanhar o crescimento e desenvolvimento do adolescente.
2.3 POPULAÇÃO ALVO
Adolescentes na faixa etária de 10 a 19 anos.
2.4 CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ADOLESCENTES
A consulta com o adolescente deve obedecer , na medida do possível,
as seguintes etapas:
1)Entrevista com a família
2) Entrevista só com o adolescente
PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA
31. SAÚDE DO ADOLESCENTE 31
3)Exame físico do adolescente
4)Diagnóstico e Plano de Cuidados
2.4.1 Anamnese
Motivo da consulta
Coletar dados sócio-econômicos e culturais
Antecedentes pessoais
Antecedentes familiares, estrutura e dinâmica familiar;
Nível de escolaridade , anos aprovados, rendimento escolar e interesse.
Hábitos sociais, aceitação no grupo social, amigos,namoro, atividades
realizadas, prática de esporte;
Uso de drogas lícitas e ilícitas;
Hábitos alimentares;
Sono e repouso;
Pensamentos ou tentativas prévias de suicídio,
Ambições (Motivações, planos para o futuro)
Antecedentes gineco-urológicos: menarca/espermarca, ciclos menstruais,
doenças sexualmente transmissíveis; secreção peniana alterada,
gestações, abortamentos e filhos;
Sexualidade: dúvidas, atividade sexual, preferência sexual, número de
parceiros, idade de início das relações sexuais; problemas durante o
coito, uso de métodos contraceptivos, abuso sexual.
2.4.2 Exame Físico
Avaliação de:
Aspecto geral;
índice de massa corpórea, peso para idade, estatura para idade e
velocidade de crescimento (gráfico);
Pele (acne) e anexos;
Acuidade visual e auditiva;
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32. SAÚDE DO ADOLESCENTE 32
Boca e dentes;
Pescoço e tireóides;
Tórax e mamas;
Aparelho cardiovascular;
Abdômen;
Aparelho geniturinário;
Escala de Tanner ;
Extremidades.
2.4.3 Solicitação de Exames Laboratoriais de Rotina:
OBSERVAÇÃO: A solicitação dos exames será criteriosa.
Vide condutas de:
- Saúde da mulher (Pré-natal, Prevenção de Câncer de Mama e Colo
Uterino);
- DST s/AIDS;
- Planejamento Familiar.
2.5 CONSULTA ESPECÍFICA
2.5.1 Ginecológica
Idade ginecológica (data da menarca);
Exame das mamas;
Exame especular e coleta de material para colpocitologia oncótica e
exame a fresco;
Orientação sexual com prescrição de método contraceptivo, prevenção e
tratamento de vulvovaginites e DST s.
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33. SAÚDE DO ADOLESCENTE 33
2.5.2 Ações Complementares
Referências para consultas e serviços especializados e práticas
educativas coletivas.
2.5.3 Práticas educativas coletivas
Temas a serem trabalhados: Planejamento familiar; DST/AIDS;
sexualidade; auto-exame de mamas; câncer cérvico-uterino e de mamas;
uso de drogas lícitas e ilícitas; alterações corporais e psico-emocionais
durante a puberdade; gestação na adolescência; entre outros.
2.5.4 Prescrição
Vide condutas de:
Saúde da mulher (Pré-natal, Prevenção de Câncer de Mama e Colo
Uterino);
DST s/AIDS;
Planejamento Familiar.
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34. Parte III
SAÚDE DA MULHER
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35. SAÚDE DA MULHER
ÍNDICE
3.1 INTRODUÇÃO............................................................................................................. 37
3.2 OBJETIVO GERAL...................................................................................................... 37
3.3 POPULAÇÃO ALVO.................................................................................................... 37
3.4 PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO DE ÙTERO E MAMA................................... 37
3.4.1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 37
3.4.2 OBJETIVOS DA CONSULTA DE ENFERMAGEM.......................................... 38
3.4.3 PÚBLICO ALVO................................................................................................ 38
3.4.4 PERIODICIDADE PARA REALIZAÇÃO DO PAPANICOLAU.......................... 39
3.4.5 CONSULTA DE ENFERMAGEM....... .............................................................. 39
3.4.5.1 Anamnese...................................................................................................... 39
3.4.5.2 Exame Físico................................................................................................. 39
3.4.5.2.1 Mamas........................................................................................................ 40
3.4.5.2.2 órgãos genitais externos............................................................................ 41
3.4.5.3 Coleta de Material para o Papanicolau.......................................................... 41
3.4.5.4 Teste de Schiller............................................................................................ 42
3.4.5.5 Teste das Aminas/ ou KOU .......................................................................... 42
3.4.5.6 Solicitação de Exames .................................................................................. 43
3.4.5.7 Prescrição...................................................................................................... 43
3.4.5.8 Seguimentos/Resultados dos Exames.......................................................... 43
3.4.6 Papanicolau...................................................................................................... 43
3.4.7 Competências dos Integrantes da Equipe de Saúde........................................ 45
3.5.7.1 Agente Comunitário de Saúde...................................................................... 45
3.5.7.2 Auxiliar de Enfermagem................................................................................. 45
3.5.7.3 Enfermeiro..................................................................................................... 46
3.5.7.4 Médico .......................................................................................................... 46
3.6 PRÉ-NATAL................................................................................................................ 48
3.6.1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 48
3.6.2 OBJETIVO........................................................................................................ 48
3.6.3 DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ ...................................................................... 48
3.6.4 CALENDÁRIO MÍNIMO DE ATENDIMENTO................................................... 50
3.6.5 CONSULTA DE PRÉ-NATAL .......................................................................... 50
3.6.5.1 ANAMNESE................................................................................................... 50
3.6.5.1.1 Roteiro da primeira consulta....................................................................... 50
3.6.5.2 SOLICITAÇÃO DE EXAMES......................................................................... 53
3.6.5.2.1 Primeira Consulta....................................................................................... 53
3.6.5.2.2 Consultas subseqüentes............................................................................ 54
3.6.5.3 MÉTODOS PARA CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL (IG) ................... 55
3.6.5.4 SOLICITAÇÃO DE ULTRA SOM................................................................... 56
3.6.5.5 MÉTODO PARA CÁLCULO DA DATA PROVÁVEL DO PARTO (DPP)...... 56
3.6.6 EXAME FÍSICO............................................................................................. 57
3.6.7 CRITÉRIOS PARA ENCAMINHAMENTO DA GESTANTE PARA O ALTO
RISCO ....................................................................................................................... 58
3.6.8 ROTEIRO PARA ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS EXAMES.................... 61
3.6.8.1 Tipagem Sanguínea............................................................................ 61
3.6.8.2 Dosagem de Hemoglobina (Hb) ........................................................... 61
3.6.8.3 Sorologia para Sífilis (Vdrl) .................................................................. 62
3.6.8.4 Glicemia de Jejum.............................................................................. 62
3.6.8.4.1 Detectar Diabetes Mellitus Gestacional............................................... 62
3.6.8.4.2 Fatores de risco............................................................................... 62
3.6.8.5 Urina Rotina .................................................................................................. 63
3.6.8.5.1 Tratamento de infecção urinária ................................................................ 64
3.6.8.6 Toxoplasmose.................................................................................... 64
3.6.8.7 Rubéola............................................................................................ 65
PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA
36. SAÚDE DA MULHER
3.6.8.8 Anti-HIV............................................................................................ 65
3.6.8.9 Citologia oncótica............................................................................... 65
3.6.9 OUTROS ACHADOS CLÍNICOS............................................................. 65
3.6.9.1 Hipertensão....................................................................................... 65
3.6.9.2 Edema.............................................................................................. 66
3.6.9.3 Ganho de peso 67
3.6.10 ACOMPANHAMENTO DA MEDIDA DA ALTURA UTERINA/
CRESCIMENTO FETAL......................................................................... 67
3.6.11 VACINAÇÃO DA GESTANTE........................................................................ 67
3.6.12 QUEIXAS MAIS FREQÜENTES NA GESTAÇÃO NORMAL E
CONDUTAS................................................................................................... 69
3.6.13 COMPETÊNCIAS DOS INTEGRANTES DA EQUIPE DE SAÚDE................ 73
3.6.13.1 Agente Comunitário de Saúde e Auxiliar de Enfermagem ......................... 73
3.6.13.2 Enfermeiro .................................................................................................. 74
3.7 PLANEJAMENTO FAMILIAR............................................................................. 76
3.7.1 INTRODUÇÃO...................................................................................... 76
3.7.2 OBJETIVO........................................................................................... 76
3.7.3 ATIVIDADES EDUCATIVAS................................................................... 76
3.7.4 CONSULTA DE PLANEJAMENTO FAMILIAR .......................................... 77
3.7.4.1 Atividades Clínicas.............................................................................. 77
3.7.5 MÉTODOS CONTRACEPTIVOS PRESCRITOS PELO ENFERMEIRO......... 77
3.7.6 ESCOLHA DO MÉTODO ANTICONCEPCIONAL............................................ 78
3.7.6.1 Critérios para a Escolha do Método Anticoncepcional................................. 78
3.7.6.1.1 Naturais (calendário, Billings, temperatura, sinto-térmico)......................... 78
3.7.6.1.2 Barreira.......................................................................................... 78
3.7.6.1.2.1 Preservativo Masculino/Feminino.................................................... 78
3.7.6.1.2.2 Diafragma.................................................................................... 79
3.7.6.1.3 Anticoncepcional Hormonal Oral........................................................ 79
3.7.6.1.4 DIU (Dispositivo Intra-Uterino)........................................................... 80
3.7.6.1.5 Métodos Definitivos.......................................................................... 81
3.7.6.1.6 Anticoncepção de Emergência ................................................................. 83
3.7.7 ANTICONCEPÇÃO NA ADOLESCÊNCIA ...................................................... 84
3.7.8 COMPETÊNCIAS DOS INTEGRANTES DA EQUIPE DE SAÚDE.................. 86
3.7.8.1 Enfermeiro..................................................................................................... 86
3.7.8.2 Médico........................................................................................................... 87
3.7.8.3 Agente Comunitário de Saúde...................................................................... 87
3.8 PUERPÉRIO.................................................................................................. 88
3.8.1 CONCEITO.......................................................................................... 88
3.8.2 CONSULTA DA PUÉRPERA.................................................................. 88
3.8.2.1 Exame Físico ....................................................................................... 89
3.8.2.2 Condutas nas Intercorrências Comuns na Amamentação............................ 89
3.8.2.2.1 Fissuras ..................................................................................................... 89
3.8.2.2.2 Ingurgitamento Mamário.................................................................... 90
3.8.2.2.2.1 Prevenção ................................................................................... 90
3.8.2.2.2.2 Cuidados com a mama ingurgitada ................................................. 91
3.8.2.2.3 Ordenha Manual............................................................................... 91
3.8.2.3 Avaliação da Mamada......................................................................... 92
3.8.3 ASSISTÊNCIA AO RECÉM-NASCIDO NO DOMICÍLIO.................................. 93
3.8.3.1 Avaliação do RN no Domicílio.............................................................. 93
3.8.3.2 Cuidados com o Recém-Nascido no Domicílio............................................. 95
3.8.4 DETECTAR SINAIS E SINTOMAS DE INFECÇÃO PUERPERAL.................. 97
3.8.4.1 Fluxograma para Avaliação das Mamas ................................................. 98
PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA
37. SAÚDE DA MULHER 37
3.1 INTRODUÇÃO
O papel da Mulher na sociedade brasileira tem mudado nas últimas
décadas. Isso se reflete na crescente participação da população feminina na força
de trabalho e como chefe de família, nas mudanças de comportamento quanto ao
controle da reprodução e na maior organização política, através de movimentos
específicos de mulheres.
O aumento da expectativa de vida da mulher, as mudanças nos hábitos
do cotidiano e as modificações do padrão demográfico apontam para a
necessidade de uma adequada capacitação dos profissionais de saúde para
responder às demandas de saúde dessa população.
Busca-se aqui, estabelecer critérios para um melhor desenvolvimento
das atividades que se referem à promoção e recuperação da saúde da mulher. O
material foi elaborado com base nas publicações do Ministério da Saúde nas
diversas áreas temáticas.
3.2 OBJETIVO GERAL
Atender as necessidades da mulher em diferentes fases da vida,
considerando-a como um ser holístico e contribuindo para o exercício pleno
de sua cidadania.
3.3 POPULAÇÃO ALVO
Mulheres da população em geral.
3.4 PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E MAMA
3.4.1 INTRODUÇÃO
A mortalidade por câncer de colo de útero é totalmente evitável, uma
vez que existem ações para seu controle e tecnologias para o diagnóstico e
PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA
38. SAÚDE DA MULHER 38
tratamento de lesões precursoras que permitem a cura em 100% dos casos
diagnosticados na fase inicial.
O exame citopatológico ou de Papanicolau se tornou uma técnica de
alta eficácia e baixo custo na detecção precoce das lesões iniciais provocadas
pelo agente do câncer de colo de útero e tem sido amplamente adotado em
diversos países, dentre eles o Brasil, por meio do Ministério da Saúde como
método de prevenção desse tipo de câncer.
Durante a consulta de enfermagem à mulher, deve-se além de
proceder ao exame Papanicolau, realizar o exame clínico das mamas, assim
como orientar e estimular o auto exame das mamas, uma vez que o câncer de
mama é um dos mais freqüentes em incidência e mortalidade no sexo feminino.
Sendo o profissional enfermeiro um educador em saúde por
excelência, torna-se de suma importância que este profissional esteja preparado
para atuar na dimensão do cuidar, prevenindo e detectando o câncer cérvico-
uterino e de mamas, contribuindo para redução da morbi mortalidade por estas
patologias.
3.4.2 OBJETIVOS DA CONSULTA DE ENFERMAGEM
Realizar a coleta do exame citopatológico, possibilitando a detecção
precoce do câncer de colo de útero;
Realizar o exame das mamas, assim como orientar e estimular as usuárias
em relação ao auto-exame periódico.
3.4.3 PÚBLICO ALVO
O exame Papanicolau deve ser realizado em toda mulher com vida
sexual ativa ou a partir dos 18 anos de idade;
O exame clínico das mamas, assim como as orientações em relação ao
auto-exame devem ser realizadas juntamente com o Papanicolau ou
sempre que houver demanda para o mesmo;
Pacientes histerectomizadas devem realizar coleta de exame
papanicolau.
PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA
39. SAÚDE DA MULHER 39
3.4.4 PERIODICIDADE PARA REALIZAÇÃO DO PAPANICOLAU
A coleta do Papanicolau deverá ser feita anualmente, até que após 2
exames anuais consecutivos negativos, a cada 3 anos um novo exame
seja feito;
As mulheres que se enquadrarem no grupo de risco deverão realizar o
exame com a freqüência (anual ou a cada seis meses) a critério do
profissional.
3.4.5 CONSULTA DE ENFERMAGEM
3.4.5.1 Anamnese
Motivo da consulta; queixa da paciente;
Início e tempo de duração dos sintomas;
Historia pessoal;
Historia familiar;
Historia Gineco-obstetrica:
o Data da ultima menstruação;
o Ciclo menstrual (duração, intervalo, regularidade e dismenorréia)
o Menarca, coitarca, número de parceiros;
o Uso de método anticoncepcional, tipo e tempo de uso. Avaliação da
adequação do método utilizado;
o Citologia oncótica anterior;
o Historia de alteração das mamas;
o Nº de gestações, nº de partos, nº de abortos, nº de cesarianas, nº de
filhos nascidos vivos, nº de filhos vivos atualmente, natimortos,
óbitos neonatais e malformações congênitas, amamentação;
o Levantamento das necessidades básicas;
3.4.5.2 Exame Físico
Dados vitais;
Inspeção de pele, mucosa e palpação de gânglios.
PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA
40. SAÚDE DA MULHER 40
3.4.5.2.1 Mamas
O exame deve ser feito com a mulher sentada e depois, repetido com
ela deitada. O examinador deve se posicionar à frente da mulher e proceder da
seguinte maneira:
A) Inspeção Estática:
Com os membros superiores ao longo do corpo, observar se as mamas
são simétricas, se existem abaulamentos, retrações ou alterações de pele
(hiperemia, edema ou ulceração) ou das papilas (descamação ou erosão) e
saída espontânea de secreção.
B) Inspeção Dinâmica
Solicitar que a mulher eleve os braços ao longo do segmento cefálico e que
ela coloque as mãos atrás da nuca, fazendo movimentos de abrir e fechar
os braços, observar presença de abaulamento, retrações ou exacerbação
de assimetrias.
C) Palpação
Dos linfonodos: colocar a mulher sentada, apoiar o braço do lado a ser
examinado, sobre o braço do examinador. Palpar os linfonodos cervicais,
supra-claviculares, infra-claviculares e axilares;
Das mamas: colocar a mulher em decúbito dorsal, sem travesseiro e com
as mãos atrás da nuca. Palpar todos os quadrantes, iniciando a palpação
com a face palmar dos dedos sempre de encontro ao gradeado costal, de
forma suave, no sentido horário, partindo da base da mama para a papila,
até o prolongamento axilar, pesquisando a presença de nódulos.
D) Expressão da Aréola e Papila Mamária
É realizado após a palpação da mama, com a mulher deitada. Fazer a
expressão suave da mama, desde a base até o complexo aréolo-papilar.
Ocorrendo a saída de secreção observar a cor, odor e viscosidade.
o Colher amostra da descarga papilar;
o Colocar a paciente em posição ginecológica.
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41. SAÚDE DA MULHER 41
3.4.5.2.2 Órgãos genitais externos
Observar presença de:
o Lesões cutâneas;
o Distribuição do pelos;
o Abscessos da glândula de Bartolin;
o Aspecto do clitóris;
o Aspecto do meato uretral.
Ao esforço, verificar se ocorre prolapso das paredes vaginais anterior e
posterior ou perda de urina.
A) Exame especular
Inspecionar o colo uterino, anotando:
o Cor;
o Tamanho;
o Lacerações;
o Máculas;
o Neoformações.
Inspecionar o orifício do colo, anotando:
o Tamanho;
o Forma;
o Cor ;
o Presença de secreções e/ou pólipos.
Inspecionar as paredes vaginais, anotando:
o Presença de lacerações;
o Lesões verrucosas;
o Ulcerações.
3.4.5.3 Coleta de material para o Papanicolau
A coleta para o Papanicolau consiste na retirada das células do colo do
útero, através de uma espátula de madeira passada na ectocérvice e de uma
escova endocervical introduzida na endocérvice.
Ectocérvice: é a porção externa do colo uterino, constituída pelo epitélio
escamoso estratificado, onde deve-se apoiar o lado da espátula de Ayres
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42. SAÚDE DA MULHER 42
no orifício cervical externo e fazer um movimento rotativo de 360º,
acompanhando todo o seu formato. Em seguida, fazer um esfregaço do
material na lâmina, próxima da extremidade fosca, transversal ao eixo da
lâmina;
Endocérvice: é a porção interna do colo uterino, localizada no canal
cervical, possuindo o epitélio colunar simples, onde se deve introduzir toda
a cerda da escovinha endocervical. Sem forçar, fazer um movimento
rotativo de uma volta completa e colher o material. A seguir colocar o
material sobre a lâmina, fazendo a escova girar longitudinalmente ao eixo
da lâmina no sentido contrário ao que foi feita a coleta e na parte distal da
extremidade fosca da lâmina.
A seguir proceder à fixação imediata da lâmina.
3.4.5.4 Teste de Schiller
O teste de Schiller consiste na aplicação de uma solução de lugol a 2%
sobre o colo, em quantidade abundante, retirando-se em seguida o excesso com
gaze.
A realização do teste de Schiller, após a coleta é muito importante
porque diante de um iodo negativo deve-se encaminhar a paciente para a
colposcopia.
A sua interpretação se dá pelo grau de impregnação do iodo contido no
lugol, pelo glicogênio das células.
Para Iodo Positivo e/ou Claro: interpretar o teste de Schiller como
negativo;
Para Iodo Negativo: interpretar o teste de Schiller como positivo.
3.4.5.5 Teste das Aminas/ ou KOH
Considerado como teste barato e rápido, consiste na aplicação de uma
gota de KOH 10% em uma gota do conteúdo vaginal, retirada após coleta do
material para o papanicolau, sugere-se utilizar espátula de Ayres. Deve ser usado
naquela pacientes onde exista presença de leucorréia.
Teste positivo: cheiro de peixe podre após aplicação da solução.
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43. SAÚDE DA MULHER 43
3.4.5.6 Solicitação de Exames
Quando houver necessidade poderão se pedidos os seguintes exames:
Teste imunológico de gravidez;
VDRL;
Hemograma completo;
Glicemia de Jejum;
HIV;
Urina rotina;
EPF;
Descarga papilar;
Secreção vaginal a fresco, gram e cultura.
3.4.5.7 Prescrição
Conforme a necessidade, segundo este protocolo na parte de
DST/AIDS.
3.4.5.8 Seguimentos/Resultados dos Exames
Conforme este protocolo na parte de DST/AIDS.
3.4.6 Papanicolau
Diante de alterações evidenciadas no momento do exame como
presença de pólipos, teste de Schiller positivo ou outros achados anormais que
não se classifiquem no protocolo de DST encaminhar para a consulta médica.
Atenção: São campos obrigatórios no formulário de PCCU: nome da mãe, DUM,
endereço e nome completo da usuária.
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44. SAÚDE DA MULHER 44
FLUXOGRAMA PARA REALIZAÇÃO DO EXAME DE PAPANICOLAOU
EXAME DE PAPANICOLAOU
Busca ativa em todos os setores da
UBS, na comunidade, grupos e
visitas domiciliares
Avaliar os exames de citologia
oncótica anteriores
Realizou o Nunca fez Tem um Tem 2 ou mais
exame, mas o exame resultado resultados
não tem o normal há mais consecutivos sendo
resultado de um ano as citologias
normais
Realizar o exame o Orientar a realização de
mais breve possível novo exame a cada 3
anos.
Mulher com Orientar retorno
histerectomia anual e papanicolau
parcial
Mulher com Orientar retorno
histerectomia anual e papanicolau
total a cada 3 anos
FONTE: SMS / Montes Claros, 2000 (Adaptado).
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45. SAÚDE DA MULHER 45
3.4.7 COMPETÊNCIAS DOS INTEGRANTES DA EQUIPE DE SAÚDE
3.4.7.1 Agente Comunitário de Saúde
Estimular e captar em sua área de abrangência as mulheres,
principalmente as de vida sexual ativa para a realização do exame
citopatológico e de mamas;
Agendar o exame para as mulheres identificadas;
Priorizar o agendamento para aquelas mulheres que nunca realizaram o
exame citopatológico na vida e para aquelas na faixa etária de risco para
desenvolver o câncer de colo de útero (35 aos 49 anos);
Orientar sobre a importância da realização periódica do exame
citopatológico, e de mamas, assim como o auto exame das mamas, como
método de prevenção e diagnostico precoce do câncer.
Conferir e enviar o material coletado (lâmina) para laboratório de referência
(conforme organização do serviço).
Agendar retorno da paciente para entrega do resultado do exame para
médico(a) ou enfermeiro(a), conforme rotina do serviço.
3.4.7.2 Auxiliar de Enfermagem
Estimular e captar em sua área de abrangência as mulheres,
principalmente as de vida sexual ativa para a realização do exame
citopatológico e de mamas;
Orientar sobre a importância da realização periódica do exame
citopatológico e de mamas, assim como o auto-exame das mamas como
método de prevenção do câncer;
Preparar e esterilizar todo o material necessário para realização do exame
citopatológico.
Conferir e enviar o material coletado (lâmina) para laboratório de referência
(conforme organização do serviço).
PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA
46. SAÚDE DA MULHER 46
3.4.7.3 Enfermeiro
Estimular e captar em sua área de abrangência as mulheres,
principalmente as de vida sexual ativa para a realização do exame
citopatológico e de mamas;
Orientar sobre a importância da realização periódica do exame
citopatológico, e de mamas, assim como o auto-exame das mamas como
método de prevenção do câncer;
Realizar a consulta de enfermagem. Se houver sintomatologia importante
ou o exame físico for conclusivo para alguma patologia específica,
encaminhar ao médico;
Capacitar a equipe de saúde em relação ao câncer de colo de útero e
mama destacando a importância da prevenção do mesmo através do
diagnóstico precoce;
Supervisionar e capacitar o auxiliar de enfermagem no preparo e
esterilização do material necessário para a coleta do exame;
Avaliar os resultados de exames citopatológicos realizados e orientar a
conduta;
Encaminhar para consulta médica/colposcopia quando necessário.
3.5.4 Médico
Estimular e captar em sua área de abrangência as mulheres,
principalmente as de vida sexual ativa para a realização do exame
citopatológico e de mamas;
Orientar sobre a importância da realização periódica do exame
citopatológico, e de mamas, assim como o auto-exame das mamas como
método de prevenção do câncer ;
Realizar consulta médica ginecológica;
Capacitar a equipe de saúde em relação ao câncer de colo de útero e
mama, principalmente a importância da prevenção do mesmo através do
diagnóstico precoce;
PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA
47. SAÚDE DA MULHER 47
Avaliar os resultados de exames citopatológicos realizados;
Quando capacitado realizar colposcopia;
Encaminhar para o atendimento especializado quando necessário
PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA
48. SAÚDE DA MULHER 48
3.6 PRÉ-NATAL
3.6.1 INTRODUÇÃO
O pré-natal se reveste da maior importância, sobretudo em países
como o Brasil, onde, apesar das melhorias implantadas no sistema de saúde, são
encontradas elevadas taxas de mortalidade materno-fetal. Não se põe em dúvida
que a atenção dispensada pelo enfermeiro durante o pré-natal é um elemento de
proteção para a saúde da mulher e do feto, permitindo a diminuição das
complicações que podem surgir no decorrer da gravidez.
Para que a gravidez transcorra com segurança, são necessários
cuidados da própria gestante, do parceiro, da família e, especialmente dos
profissionais de saúde. Nesse sentido, foi elaborado este protocolo de
atendimento de enfermagem ao pré-natal de risco habitual.
É importante salientar que a gestante deverá ser captada o mais
precoce possível (primeiro trimestre).
3.6.2 OBJETIVO
Prestar assistência à gestante de baixo risco de maneira adequada e eficaz
com acesso facilitado, possibilitando a detecção precoce e
acompanhamento de qualquer agravo que comprometa o binômio
mãe/filho.
3.6.3 DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ
O diagnóstico de gravidez pode ser feito pelo Médico ou Enfermeiro da
Unidade Básica, de acordo com:
PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA
49. SAÚDE DA MULHER 49
FONTE: Ministério da Saúde / 2002.
PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA
50. SAÚDE DA MULHER 50
3.6.4 CALENDÁRIO MÍNIMO DE ATENDIMENTO
Após confirmação da gravidez, dá-se o início do acompanhamento da
gestante observando o seguinte calendário:
Até 36ª semana 1 consulta mensal
Apósª a 36ª semana 1 consulta quinzenal
Frente a qualquer alteração, ou se o parto não ocorrer até sete dias
após a data provável, a gestante deverá ter consulta médica assegurada.
As consultas preferencialmente devem ser feitas intercalando médico e
enfermeiro, que trabalharão em conjunto, potencializando suas ações. Porém,
caso o Enfermeiro opte por realizá-las sozinho de acordo com a lei do exercício
profissional (Decreto nº 94.406/87), o pré-natal de baixo risco pode ser
inteiramente acompanhado pelo mesmo.
É assegurado o direito a gestante de no mínimo 6 consultas de pré-natal.
3.6.5 CONSULTA DE PRÉ-NATAL
3.6.5.1 ANAMNESE
3.6.5.1.1 Roteiro da primeira consulta
A) Identificação:
- idade;
- cor;
- naturalidade;
- procedência;
- endereço atual.
PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA
51. SAÚDE DA MULHER 51
B) Dados sócio-econômicos e culturais:
- grau de instrução;
- profissão/ocupação;
- situação conjugal;
- número e idade de dependentes (avaliar sobrecarga de trabalho
doméstico);
- renda familiar per capita; pessoas da família que participam da força de
trabalho;
- condições de moradia (tipo, nº de cômodos, alugada/própria);
- condições de saneamento (água, esgoto, coleta de lixo);
C) Motivos da consulta:
- assinalar se foi encaminhada pelo agente comunitário ou se procurou
diretamente a unidade;
- se existe alguma queixa que a fez procurar a unidade descrevê-la.
D) Antecedentes familiares, especial atenção para:
- hipertensão;
- diabetes;
- doenças congênitas;
- gemelaridade;
- câncer de mama;
- hanseníase;
- tuberculose e outros contatos domiciliares (anotar a doença e o grau de
parentesco).
E) Antecedentes pessoais, especial atenção para:
- hipertensão arterial;
- cardiopatias;
- diabetes;
- doenças renais crônicas;
- anemia;
- transfusões de sangue;
- doenças neuropsiquiátricas;
- viroses (rubéola e herpes);
- cirurgia (tipo e data);
PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA
52. SAÚDE DA MULHER 52
- hanseníase;
- tuberculose.
F) Sexualidade:
- início da atividade sexual (idade da primeira relação);
- desejo sexual (libido);
- orgasmo (prazer);
- dispareunia (dor ou desconforto durante o ato sexual);
- prática sexual nesta gestação ou em gestações anteriores;
- número de parceiros;
- ciclos menstruais (duração, intervalo e regularidade);
- uso de métodos anticoncepcionais (quais, por quanto tempo e motivo
do abandono);
- infertilidade e esterilidade (tratamento);
- doenças sexualmente transmissíveis (tratamentos realizados, inclusive
do parceiro);
- cirurgias ginecológicas (idade e motivo);
- mamas (alteração e tratamento);
- última colpocitologia oncótica (data e resultado).
G) Antecedentes obstétricos:
- número de gestações (incluindo abortamentos, gravidez ectópica, mola
hidatiforme);
- número de partos (domiciliares, hospitalares, vaginais espontâneos,
fórceps, cesáreas - indicações);
- número de abortamentos (espontâneos, provocados, complicados por
infecções, curetagem pós-abortamento);
- número de filhos vivos;
- idade da primeira gestação;
- intervalo entre as gestações (em meses);
- número de recém-nascidos: pré-termo (antes da 37ª semana de
gestação), pós-termo (igual ou mais de 42 semanas de gestação);
- número de recém-nascidos de baixo peso (menos de 2500g) e com
mais de 4000g;
PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA
53. SAÚDE DA MULHER 53
- mortes neonatais precoces - até 7 dias de vida (número e motivos dos
óbitos);
- mortes neonatais tardias - entre 7 e 28 dias de vida (número e motivo
dos óbitos);
- natimortos (morte fetal intra-útero e idade gestacional em que ocorreu);
- recém-nascidos com icterícia neonatal, transfusão,
exsanguinotransfusões;
- intercorrências ou complicações em gestações anteriores (especificar);
- complicações nos puerpérios (descrever);
- intervalo entre o final da última gestação e o início da atual.
H) Gestação atual:
- data do primeiro dia da última menstruação - DUM (anotar certeza ou
dúvida);
- data provável do parto - DPP;
- data da percepção dos primeiros movimentos fetais.
- sinais e sintomas na gestação em curso;
- medicamentos usados na gestação;
- a gestação foi ou não desejada;
- hábitos: fumo (número de cigarros/dia), álcool e uso de drogas ilícitas;
- ocupação habitual (esforço físico intenso, exposição a agentes químicos
e físicos potencialmente nocivos, estresse).
Durante a primeira consulta a gestante deverá ser cadastrada no
SISPRENATAL Deverá também ser preenchido e entregue o Cartão da Gestante,
e encaminhada para a realização do CARTÃO SUS.
3.6.5.2 SOLICITAÇÃO DE EXAMES
3.6.5.2.1 Primeira consulta
Grupo sangüíneo e fator Rh;
Coombs indireto se necessário;
Hemograma;
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54. SAÚDE DA MULHER 54
Sorologia para sífilis (VDRL);
Glicemia em jejum;
Exame de urina rotina + gram;
Urocultura com antibiograma se necessário;
Teste Anti HIV;
Rubéola IgM/IgG;
Toxoplasmose IgM/IgG;
Exame parasitológico de fezes;
Colpocitologia oncótica;
Bacterioscopia do conteúdo vaginal se necessário;
Ultra-som Obstétrico;
Anti Hbs Ag.
3.6.5.2.2 Consultas Subseqüentes
Teste de tolerância com sobrecarga oral de 75 g de glicose anidra em 2
horas a partir da 20ª semana, ver fluxograma para detecção de Diabetes
Mellitus;
Repetir: VDRL, urina rotina e glicemia de jejum na 30ª semana gestacional
conforme rotina;
Outros exames conforme fluxogramas e ou orientações apresentados ao
longo do protocolo.
A) Roteiro das Consultas Subseqüentes
- revisão do cartão de pré-natal e anamnese atual;
- cálculo e anotação da idade gestacional;
- controle do calendário de vacinação;
- exame físico geral e gineco-obstétrico:
- determinação do peso;
- medida da pressão arterial;
- inspeção da pele e das mucosas;
- inspeção das mamas;
- palpação obstétrica e medida da altura uterina anotar no gráfico e
observar sentido da curva para avaliação do crescimento fetal;
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