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CONCEPÇÕES DE
LINGUAGEM
Ensino de línguas
A linguagem como expressão de pensamento
 um princípio sustentado pela tradição gramatical
grega, passando pelos latinos, pela Idade Média e
pela Moderna, teoricamente só rompida no início do
século XX, de forma efetiva, por Saussure (1969);
 preconiza que a expressão é produzida no interior
da mente dos indivíduos;
 e que da capacidade de o homem organizar a lógica
do pensamento dependerá a exteriorização do
mesmo (do pensamento), por meio de linguagem
articulada e organizada;
 a linguagem é considerada a “tradução” do
pensamento.
A linguagem como expressão de pensamento
 Trata-se de um ensino de língua que
enfatiza a gramática teóriconormativa:
conceituar, classificar, para, sobretudo,
entender e seguir as prescrições – em
relação à concordância, à regência, à
acentuação, à pontuação, ao uso ortográfico
etc. O eixo da progressão curricular dos
manuais didáticos são os itens gramaticais.
A linguagem como instrumento de
comunicação
 a língua é vista, a-historicamente, como um código,
capaz de transmitir uma mensagem de um emissor
a um receptor, isolada de sua utilização;
 o estudo da língua, apesar de propostas de
inovações, ainda tende ao ensino gramatical,
embora a leitura e a produção textual comecem a
ganhar maior relevância na escola, ao lado dos
elementos da teoria da comunicação;
 Na concepção tecnicista de ensino, a visão de
reforço é acentuada, pois a aprendizagem é
entendida como processada pela internalização
inconsciente de hábitos (teoria comportamenta-
lista/behaviorista).
A linguagem como instrumento de
comunicação
 a concepção de linguagem como forma de
comunicação focaliza o estudo dos fatos
lingüísticos por intermédio de exercícios
estruturais morfossintáticos, na busca da
internalização inconsciente de hábitos
lingüísticos, próprios da norma culta;
 os livros didáticos ou as apostilas,
apresentam exercícios mecânicos tais
como: atividades de seguir modelo(s), de
múltipla escolha e/ou de completar
lacunas
A linguagem como forma de interação
 a linguagem como forma de interação
significa entendê-la como um trabalho
coletivo, portanto em sua natureza sócio-
histórica e, então, "como uma ação
orientada para uma finalidade específica
(...) que se realiza nas práticas sociais
existentes, nos diferentes grupos sociais,
nos distintos momentos da história"
(BRASIL, 1998, p. 20).
A linguagem como forma de interação
 A linguagem, nesse contexto, é o local das relações
sociais em que falantes atuam como sujeitos. O
diálogo, assim, de forma ampla, é tomado como
caracterizador da linguagem;
 várias áreas de estudos mais recentes, que
buscaram analisar a linguagem em situação de uso,
abrigadas sob um grande rótulo: lingüística da
enunciação (a Teoria da Enunciação de Benveniste,
a Pragmática, a Semântica Argumentativa, a
Análise da Conversação, a Análise do Discurso, a
Lingüística Textual, a Sociolingüística e a
Enunciação Dialógica de Bakhtin);
A linguagem como forma de interação
 Conforme a visão dialógica de Bakhtin (1988), é na
interação verbal, estabelecida pela língua com o
sujeito falante e com os textos anteriores e
posteriores, que a palavra (signo social e ideológico)
torna-se real e ganha diferentes sentidos conforme o
contexto;
 Para o autor (1992), os modos de dizer de cada
indivíduo (a mobilização de recursos lingüístico-
expressivos pelo locutor) são realizados a partir das
possibilidades oferecidas pela língua e só podem se
concretizar por meio dos gêneros discursivos.
A linguagem como forma de interação
 Os gêneros discursivos são enunciados
relativamente estáveis, veiculados nas diferentes
áreas de atividade humana e se caracterizam
pelo(a):
 - conteúdo temático: "o que é e pode ser dizível nos
textos pertencentes a um gênero" (BRASIL, 1998, p.
21);
 - construção composicional: a estrutura (o arranjo
interno) de textos pertencentes a um gênero;
 - estilo: os recursos lingüístico-expressivos do
gênero e as marcas enunciativas do produtor do
texto.
A linguagem como forma de interação
 na concepção interativa de linguagem o discurso,
quando produzido, manifesta-se por meio de
textos e todo o texto se organiza dentro de
determinado gênero discursivo;
 em termos pedagógicos, tomando a linguagem na
percepção discursiva, os gêneros discursivos,
segundo os PCNs (BRASIL, 1998), tornam-se
objeto de ensino (responsáveis pela
articulação/progressão dos programas
curriculares), uma vez que se concretizam nos
textos (unidades de ensino) que circulam na
sociedade.
 embora os gêneros discursivos sejam inúmeros e
sofram constantes mudanças e hibridizações,
uma tarefa difícil é a de categorizá-los. Todavia,
constitui-se, pensamos,em trabalho necessário no
processo de transposição didática.

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Concepções de linguagem

  • 2. A linguagem como expressão de pensamento  um princípio sustentado pela tradição gramatical grega, passando pelos latinos, pela Idade Média e pela Moderna, teoricamente só rompida no início do século XX, de forma efetiva, por Saussure (1969);  preconiza que a expressão é produzida no interior da mente dos indivíduos;  e que da capacidade de o homem organizar a lógica do pensamento dependerá a exteriorização do mesmo (do pensamento), por meio de linguagem articulada e organizada;  a linguagem é considerada a “tradução” do pensamento.
  • 3. A linguagem como expressão de pensamento  Trata-se de um ensino de língua que enfatiza a gramática teóriconormativa: conceituar, classificar, para, sobretudo, entender e seguir as prescrições – em relação à concordância, à regência, à acentuação, à pontuação, ao uso ortográfico etc. O eixo da progressão curricular dos manuais didáticos são os itens gramaticais.
  • 4. A linguagem como instrumento de comunicação  a língua é vista, a-historicamente, como um código, capaz de transmitir uma mensagem de um emissor a um receptor, isolada de sua utilização;  o estudo da língua, apesar de propostas de inovações, ainda tende ao ensino gramatical, embora a leitura e a produção textual comecem a ganhar maior relevância na escola, ao lado dos elementos da teoria da comunicação;  Na concepção tecnicista de ensino, a visão de reforço é acentuada, pois a aprendizagem é entendida como processada pela internalização inconsciente de hábitos (teoria comportamenta- lista/behaviorista).
  • 5. A linguagem como instrumento de comunicação  a concepção de linguagem como forma de comunicação focaliza o estudo dos fatos lingüísticos por intermédio de exercícios estruturais morfossintáticos, na busca da internalização inconsciente de hábitos lingüísticos, próprios da norma culta;  os livros didáticos ou as apostilas, apresentam exercícios mecânicos tais como: atividades de seguir modelo(s), de múltipla escolha e/ou de completar lacunas
  • 6. A linguagem como forma de interação  a linguagem como forma de interação significa entendê-la como um trabalho coletivo, portanto em sua natureza sócio- histórica e, então, "como uma ação orientada para uma finalidade específica (...) que se realiza nas práticas sociais existentes, nos diferentes grupos sociais, nos distintos momentos da história" (BRASIL, 1998, p. 20).
  • 7. A linguagem como forma de interação  A linguagem, nesse contexto, é o local das relações sociais em que falantes atuam como sujeitos. O diálogo, assim, de forma ampla, é tomado como caracterizador da linguagem;  várias áreas de estudos mais recentes, que buscaram analisar a linguagem em situação de uso, abrigadas sob um grande rótulo: lingüística da enunciação (a Teoria da Enunciação de Benveniste, a Pragmática, a Semântica Argumentativa, a Análise da Conversação, a Análise do Discurso, a Lingüística Textual, a Sociolingüística e a Enunciação Dialógica de Bakhtin);
  • 8. A linguagem como forma de interação  Conforme a visão dialógica de Bakhtin (1988), é na interação verbal, estabelecida pela língua com o sujeito falante e com os textos anteriores e posteriores, que a palavra (signo social e ideológico) torna-se real e ganha diferentes sentidos conforme o contexto;  Para o autor (1992), os modos de dizer de cada indivíduo (a mobilização de recursos lingüístico- expressivos pelo locutor) são realizados a partir das possibilidades oferecidas pela língua e só podem se concretizar por meio dos gêneros discursivos.
  • 9. A linguagem como forma de interação  Os gêneros discursivos são enunciados relativamente estáveis, veiculados nas diferentes áreas de atividade humana e se caracterizam pelo(a):  - conteúdo temático: "o que é e pode ser dizível nos textos pertencentes a um gênero" (BRASIL, 1998, p. 21);  - construção composicional: a estrutura (o arranjo interno) de textos pertencentes a um gênero;  - estilo: os recursos lingüístico-expressivos do gênero e as marcas enunciativas do produtor do texto.
  • 10. A linguagem como forma de interação  na concepção interativa de linguagem o discurso, quando produzido, manifesta-se por meio de textos e todo o texto se organiza dentro de determinado gênero discursivo;  em termos pedagógicos, tomando a linguagem na percepção discursiva, os gêneros discursivos, segundo os PCNs (BRASIL, 1998), tornam-se objeto de ensino (responsáveis pela articulação/progressão dos programas curriculares), uma vez que se concretizam nos textos (unidades de ensino) que circulam na sociedade.  embora os gêneros discursivos sejam inúmeros e sofram constantes mudanças e hibridizações, uma tarefa difícil é a de categorizá-los. Todavia, constitui-se, pensamos,em trabalho necessário no processo de transposição didática.