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Pliométricos 
Por: Fernando Octávio 
A chave para a performance nos desportos é a execução mais rápida quanto possível. A 
execução nos movimentos desportivos demora menos tempo do que o músculo para 
desenvolver uma contração máxima. Usa-se aproximadamente 60-80% da força máxima. O 
treino da pliometria é a chave para desenvolver essa explosividade e velocidade. Desde 1960 
que a União Soviética tem vindo a praticar o que nós hoje chamamos 
pliometria. Os soviéticos tiveram sucesso no uso de regimes de treino baseados na pliometria. 
Os resultados podem-se verificar nas disciplinas de saltos. 
Yuri Verhoshansky pode muito bem ser apelidado “O pai da pliometria“ ele tem sido o líder 
na investigação e o treinador mais reconhecido na divulgação da pliometria. Muitos 
treinadores ainda hoje não acreditam na eficiência deste método. 
A investigação cientifica deu um esclarecimento fundamental sobre as propriedades elásticas 
do músculo e a sua treinabilidade. Aparte deste conhecimento no entanto tem havido mal 
entendidos no que respeita á aplicação da pliometria . Mas com o passar dos anos a pliometria 
tem sido cada vez mais usada pelos treinadores devido ao aumento significativo da 
explosividade e velocidade. 
O QUE É A PLIOMETRIA? 
A Pliometria gira em torno dos movimentos dos saltos . Os músculos funcionam como uma 
mola . Puxa-se a mola para baixo e solta-se . O que acontece ? A mola entra em ação . Esta é a 
idéia geral da pliometria . Nós queremos desenvolver a maior quantidade de força no menor 
tempo possível .Teremos de ser explosivos . Não é esta a chave para a performance desportiva 
? penso que sim 
Ao serem explosivos os músculos desenvolvem elasticidade. Elasticidade é uma resultante da 
pliometria.Tal como no exemplo da mola , os músculos quando são carregados atuam como a 
mola. Eles armazenam a energia através da compressão e quando libertam a energia os 
músculos produzem força. 
Então se nós trabalhamos na construção de uma rápida libertação para produzir mais energia, 
possivelmente aumentaremos a força explosiva !!! a pliometria é mais uma arma para juntar 
ao arsenal com o intuito de melhorar a performance desportiva. 
CONSTRUINDO A EXPLOSIVIDADE 
Antes de se começar a desenvolver a explosividade , deverá fazer-se 2-3 meses de treino da 
força com pesos , especialmente para a parte inferior. 
O treino de força para a parte inferior pode incluir , agachamento, ½ agachamento, a fundos, 
glúteos, posteriores etc. Estes movimentos iram fortalecer as junções dos tornozelos, joelhos e 
bacia ,onde têm grande importância no desenvolvimento da explosividade. Usando
contrações isométricas em diferentes posições do agachamento e ½ agachamento e depois 
saltar para cima , ajudará a adaptação do corpo ao treino explosivo. 
BIOMECÂNICA DA PLIOMETRIA 
O treino pliométrico permite que se crie grandes quantidades de força , na execução de 
determinadas habilidades como, saltar alto ou correr rápido. Não é isso que se pretende ? 
Velocidade e explosividade . Para se poder alcançar essa velocidade e explosividade , tem de 
se treinar para isso. Imagine-se a treinar para arranque , agarra a barra, prepara o corpo, 
ombros firmes, pega larga, costas direitas. Agora o arranque tem de ser executado com a 
máxima velocidade e explosividade. então se não explodir para fora dessa situação , será que 
fará o levantamento ? duvido . Os músculos respondem á especificidade. Se o exercício requer 
velocidade e se treina para a maratona , então os músculos iram realizar, uma adaptação para 
a maratona. 
Então para se desenvolver velocidade e explosividade, terá de se treinar com velocidade e 
explosividade. A biomecânica da pliometria não é uma tarefa complicada. O que nós temos de 
fazer é criar uma reação oposta á ação prévia , mas mais rápido. Vejamos em seguida 
algumas características da contração muscular envolvida na pliometria .... 
Contração muscular excêntrica • Faz-se uma pré tensão muscular antes da contração 
concêntrica 
• Contrações excêntricas evitam os colapsos quando se fazem pequenas paragens como saltar 
para baixo 
• É uma forma efetiva de desenvolver a força por ela própria , ou em conjunto com outras 
contrações musculares 
• Cria a maior quantidade de atividade elé trica entre todas as contrações musculares, 
possivelmente 50% mais que a concêntrica. 
• Quando se desce vindo de um salto, existe uma pré tensão dos músculos, antes de sermos 
empurrados de volta. 
SALTANDO 
Estudos soviéticos no passado, chegaram á conclusão que nos movimentos de salto os 
resultados não estão limitados pela quantidade de força na chamada (takeoff) ou seja pela 
força representada nos extensores da perna de chamada e extensores da coluna, mas pela 
força que esses músculos desenvolvem durante o seu alongamento ( contração excêntrica ) 
Os saltadores usam as reservas de energia cinética adquirida durante a corrida de balanço e 
no inicio da chamada, no que é chamado, fase de amortização. Na amortização há absorções 
de choque, que acontecem quando o primeiro pé atinge o chão efetuando a chamada, 
acumulando a energia do impacto. 
As forças geradas durante a recepção, são significativamente maiores que durante a fase da 
saída.
Por isso a necessidade da grande capacidade de força dos atletas não é para a extensão da 
perna de chamada , mas para prevenir a flexão excessiva da bacia e do joelho durante a fase 
de amortização. Se a flexão excessiva da perna de suporte nesta fase é evitada, então na fase 
final da chamada, o “ empurrar para fora “ é executado com sucesso. 
A razão para o sucedido é que nesta fase as forças externas que atuam no corpo do saltador 
são substancialmente diminuídas e os extensores começam-se a contrair e a retornar ao seu 
estado inicial, tal como todos os corpos elásticos fazem .Deve-se manter em mente que os 
músculos são muito elásticos e quando são esticados e tencionados, eles manifestam grandes 
forças que lhes permite retornarem ao estado original. 
Por esta razão a chave na pliometria é atingir a CONTRAÇÃO EXCÊNTRICA MÁXIMA e depois o 
sistema nervoso central muda esta contração para concêntrica, o que produz o movimento 
desejado . Deve-se ter presente que a força desenvolvida durante a contração excêntrica é 
maior do que a gerada voluntariamente. 
No caso do atletismo grande parte dos movimentos são executados entre 1 a 2 décimos de 
segundo. Desta forma a chave para alcançar a máxima explosão no momento do “ empurrar 
para fora “ é ter músculos que respondam com a máxima força/dinâmica no menor tempo 
possível . Isto só pode ser atingido, tendo contrações excêntricas fortes, que depois serão 
convertidas para contrações concêntricas no menor tempo possível. 
OS PORQUÊS DA PLIOMETRIA 
O que acontece exatamente durante a chamada ( recepção e saída ) pode ser descrito como 
uma bola de borracha caindo sobre a influência da gravidade . No momento em que atinge o 
chão a bola deforma-se um pouco, conforme a sua elasticidade. Depois instantaneamente 
toma a sua primeira forma e ressalta para cima. A altura do ressalto não depende apenas da 
altura de onde a bola foi largada, mas também da sua elasticidade . O ressalto de uma bola de 
aço será mais difícil do que uma bola de borracha. 
Por outras palavras quanto maior for a elasticidade do material, mais efetiva será a utilização 
da energia cinética acumulada na queda, para o levantamento do corpo para cima ou para a 
frente. 
No corpo Humano, a bola é representada pelos músculos extensores, que atuam como cordas 
elásticas. Então quando se salta de uma determinada altura, as pernas (joelhos, bacia e 
tornozelos) irão no momento da recepção alongar as cordas elásticas (músculos) das 
respectivas junções. Depois de alguma da acção da recepção ser absorvida pelas contrações 
excêntricas, a elasticidade dos músculos, usando a força restante, irá fazer saltar o corpo para 
cima . Este é um simplificado ponto de vista mas que mostra o que acontece quando 
executamos um exercício pliométrico, especialmente num dos métodos chamado, salto em 
profundidade. 
Algumas palavras poderão ser ditas sobre a recepção e a quantidade de flexão nas junções 
neste momento. Se houver grande flexão dos tornozelos, joelhos e bacia o corpo ficará numa 
posição anatômica desfavorável . Se nos quisermos aproximar á ação da bola de borracha e
saltar alto ou longe depois da recepção, então teremos de aguentar o impacto no momento da 
recepção com a menor flexão possível das junções. 
Quando existe grande flexão das pernas devido a forças demasiado elevadas na recepção, 
isto aumenta o tempo de apoio e a maior parte das forças são absorvidas. Os músculos 
suportam muito pouco o carregamento ou a tensão. Temos de ter em consideração a 
capacidade de alongamento dos músculos. É conhecido da fisiologia que os músculos que 
possuem níveis elevados de elasticidade, quando são alongados contraem-se com mais força e 
mais rápido devido á tensão vinda do alongamento . Isto é conhecido como reflexo miotático. 
A chave para desenvolver a força explosiva, é o resultado de fazer várias formas de 
Pliometria, é a mudança da contração excêntrica para a concêntrica. Esta ação é controlada 
pelo sistema nervoso, por este motivo uma grande parte do treino é direcionada para o treino 
do sistema nervoso, e não só para os músculos. Havendo uma pré tensão dos músculos, exis te 
um maior numero de unidades motoras envolvidas na contração e na frequência do impulso, o 
valor da descarga é maior. Este artigo foi escrito, tendo pesquisado em numerosas fontes, em 
especial alguns artigos publicados em alguns livros como: técnicas de rehabilitación en la 
medicina deportiva, william E. Prentice ; Todo Sobre El Mètodo Pliométrico, Yury 
Verkhoshansky .

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  • 1. Pliométricos Por: Fernando Octávio A chave para a performance nos desportos é a execução mais rápida quanto possível. A execução nos movimentos desportivos demora menos tempo do que o músculo para desenvolver uma contração máxima. Usa-se aproximadamente 60-80% da força máxima. O treino da pliometria é a chave para desenvolver essa explosividade e velocidade. Desde 1960 que a União Soviética tem vindo a praticar o que nós hoje chamamos pliometria. Os soviéticos tiveram sucesso no uso de regimes de treino baseados na pliometria. Os resultados podem-se verificar nas disciplinas de saltos. Yuri Verhoshansky pode muito bem ser apelidado “O pai da pliometria“ ele tem sido o líder na investigação e o treinador mais reconhecido na divulgação da pliometria. Muitos treinadores ainda hoje não acreditam na eficiência deste método. A investigação cientifica deu um esclarecimento fundamental sobre as propriedades elásticas do músculo e a sua treinabilidade. Aparte deste conhecimento no entanto tem havido mal entendidos no que respeita á aplicação da pliometria . Mas com o passar dos anos a pliometria tem sido cada vez mais usada pelos treinadores devido ao aumento significativo da explosividade e velocidade. O QUE É A PLIOMETRIA? A Pliometria gira em torno dos movimentos dos saltos . Os músculos funcionam como uma mola . Puxa-se a mola para baixo e solta-se . O que acontece ? A mola entra em ação . Esta é a idéia geral da pliometria . Nós queremos desenvolver a maior quantidade de força no menor tempo possível .Teremos de ser explosivos . Não é esta a chave para a performance desportiva ? penso que sim Ao serem explosivos os músculos desenvolvem elasticidade. Elasticidade é uma resultante da pliometria.Tal como no exemplo da mola , os músculos quando são carregados atuam como a mola. Eles armazenam a energia através da compressão e quando libertam a energia os músculos produzem força. Então se nós trabalhamos na construção de uma rápida libertação para produzir mais energia, possivelmente aumentaremos a força explosiva !!! a pliometria é mais uma arma para juntar ao arsenal com o intuito de melhorar a performance desportiva. CONSTRUINDO A EXPLOSIVIDADE Antes de se começar a desenvolver a explosividade , deverá fazer-se 2-3 meses de treino da força com pesos , especialmente para a parte inferior. O treino de força para a parte inferior pode incluir , agachamento, ½ agachamento, a fundos, glúteos, posteriores etc. Estes movimentos iram fortalecer as junções dos tornozelos, joelhos e bacia ,onde têm grande importância no desenvolvimento da explosividade. Usando
  • 2. contrações isométricas em diferentes posições do agachamento e ½ agachamento e depois saltar para cima , ajudará a adaptação do corpo ao treino explosivo. BIOMECÂNICA DA PLIOMETRIA O treino pliométrico permite que se crie grandes quantidades de força , na execução de determinadas habilidades como, saltar alto ou correr rápido. Não é isso que se pretende ? Velocidade e explosividade . Para se poder alcançar essa velocidade e explosividade , tem de se treinar para isso. Imagine-se a treinar para arranque , agarra a barra, prepara o corpo, ombros firmes, pega larga, costas direitas. Agora o arranque tem de ser executado com a máxima velocidade e explosividade. então se não explodir para fora dessa situação , será que fará o levantamento ? duvido . Os músculos respondem á especificidade. Se o exercício requer velocidade e se treina para a maratona , então os músculos iram realizar, uma adaptação para a maratona. Então para se desenvolver velocidade e explosividade, terá de se treinar com velocidade e explosividade. A biomecânica da pliometria não é uma tarefa complicada. O que nós temos de fazer é criar uma reação oposta á ação prévia , mas mais rápido. Vejamos em seguida algumas características da contração muscular envolvida na pliometria .... Contração muscular excêntrica • Faz-se uma pré tensão muscular antes da contração concêntrica • Contrações excêntricas evitam os colapsos quando se fazem pequenas paragens como saltar para baixo • É uma forma efetiva de desenvolver a força por ela própria , ou em conjunto com outras contrações musculares • Cria a maior quantidade de atividade elé trica entre todas as contrações musculares, possivelmente 50% mais que a concêntrica. • Quando se desce vindo de um salto, existe uma pré tensão dos músculos, antes de sermos empurrados de volta. SALTANDO Estudos soviéticos no passado, chegaram á conclusão que nos movimentos de salto os resultados não estão limitados pela quantidade de força na chamada (takeoff) ou seja pela força representada nos extensores da perna de chamada e extensores da coluna, mas pela força que esses músculos desenvolvem durante o seu alongamento ( contração excêntrica ) Os saltadores usam as reservas de energia cinética adquirida durante a corrida de balanço e no inicio da chamada, no que é chamado, fase de amortização. Na amortização há absorções de choque, que acontecem quando o primeiro pé atinge o chão efetuando a chamada, acumulando a energia do impacto. As forças geradas durante a recepção, são significativamente maiores que durante a fase da saída.
  • 3. Por isso a necessidade da grande capacidade de força dos atletas não é para a extensão da perna de chamada , mas para prevenir a flexão excessiva da bacia e do joelho durante a fase de amortização. Se a flexão excessiva da perna de suporte nesta fase é evitada, então na fase final da chamada, o “ empurrar para fora “ é executado com sucesso. A razão para o sucedido é que nesta fase as forças externas que atuam no corpo do saltador são substancialmente diminuídas e os extensores começam-se a contrair e a retornar ao seu estado inicial, tal como todos os corpos elásticos fazem .Deve-se manter em mente que os músculos são muito elásticos e quando são esticados e tencionados, eles manifestam grandes forças que lhes permite retornarem ao estado original. Por esta razão a chave na pliometria é atingir a CONTRAÇÃO EXCÊNTRICA MÁXIMA e depois o sistema nervoso central muda esta contração para concêntrica, o que produz o movimento desejado . Deve-se ter presente que a força desenvolvida durante a contração excêntrica é maior do que a gerada voluntariamente. No caso do atletismo grande parte dos movimentos são executados entre 1 a 2 décimos de segundo. Desta forma a chave para alcançar a máxima explosão no momento do “ empurrar para fora “ é ter músculos que respondam com a máxima força/dinâmica no menor tempo possível . Isto só pode ser atingido, tendo contrações excêntricas fortes, que depois serão convertidas para contrações concêntricas no menor tempo possível. OS PORQUÊS DA PLIOMETRIA O que acontece exatamente durante a chamada ( recepção e saída ) pode ser descrito como uma bola de borracha caindo sobre a influência da gravidade . No momento em que atinge o chão a bola deforma-se um pouco, conforme a sua elasticidade. Depois instantaneamente toma a sua primeira forma e ressalta para cima. A altura do ressalto não depende apenas da altura de onde a bola foi largada, mas também da sua elasticidade . O ressalto de uma bola de aço será mais difícil do que uma bola de borracha. Por outras palavras quanto maior for a elasticidade do material, mais efetiva será a utilização da energia cinética acumulada na queda, para o levantamento do corpo para cima ou para a frente. No corpo Humano, a bola é representada pelos músculos extensores, que atuam como cordas elásticas. Então quando se salta de uma determinada altura, as pernas (joelhos, bacia e tornozelos) irão no momento da recepção alongar as cordas elásticas (músculos) das respectivas junções. Depois de alguma da acção da recepção ser absorvida pelas contrações excêntricas, a elasticidade dos músculos, usando a força restante, irá fazer saltar o corpo para cima . Este é um simplificado ponto de vista mas que mostra o que acontece quando executamos um exercício pliométrico, especialmente num dos métodos chamado, salto em profundidade. Algumas palavras poderão ser ditas sobre a recepção e a quantidade de flexão nas junções neste momento. Se houver grande flexão dos tornozelos, joelhos e bacia o corpo ficará numa posição anatômica desfavorável . Se nos quisermos aproximar á ação da bola de borracha e
  • 4. saltar alto ou longe depois da recepção, então teremos de aguentar o impacto no momento da recepção com a menor flexão possível das junções. Quando existe grande flexão das pernas devido a forças demasiado elevadas na recepção, isto aumenta o tempo de apoio e a maior parte das forças são absorvidas. Os músculos suportam muito pouco o carregamento ou a tensão. Temos de ter em consideração a capacidade de alongamento dos músculos. É conhecido da fisiologia que os músculos que possuem níveis elevados de elasticidade, quando são alongados contraem-se com mais força e mais rápido devido á tensão vinda do alongamento . Isto é conhecido como reflexo miotático. A chave para desenvolver a força explosiva, é o resultado de fazer várias formas de Pliometria, é a mudança da contração excêntrica para a concêntrica. Esta ação é controlada pelo sistema nervoso, por este motivo uma grande parte do treino é direcionada para o treino do sistema nervoso, e não só para os músculos. Havendo uma pré tensão dos músculos, exis te um maior numero de unidades motoras envolvidas na contração e na frequência do impulso, o valor da descarga é maior. Este artigo foi escrito, tendo pesquisado em numerosas fontes, em especial alguns artigos publicados em alguns livros como: técnicas de rehabilitación en la medicina deportiva, william E. Prentice ; Todo Sobre El Mètodo Pliométrico, Yury Verkhoshansky .