O documento descreve a história de Pernambuco, desde os povos indígenas originais até revoltas e revoluções ao longo dos séculos 17-19, incluindo a Insurreição Pernambucana contra os holandeses, a Guerra dos Mascates, a Conspiração dos Suaçunas, a Revolução Pernambucana, a Confederação do Equador e a Revolução Praieira. O sentimento de independência e autonomia de Pernambuco é um tema recorrente.
Pernambuco: revoltas e revoluções que marcaram sua história
1. PERNAMBUCO
Imortal
Revoltas e Revoluções
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2. A origem do nome Pernambuco
• Bravos, prontos a defender as terras onde perambulavam
suas tribos nómades, os índios habitavam Pernambuco e
é natural que lhes dessem nome. Havia entre eles
antropófagos que eram "caetés, tabaiares e potiguares,
pertencentes à grande família tupi, cuja barbárie
contrastava com a organização social dos povos fracos e
pouco guerreiros que habitavam as costas areentas do
Pacífico e os platôs dos Andes".
• O nome Pernambuco vem do tupi Paranãpuka, que
significa "buraco de mar", expressão com a qual os índios
conheciam a foz do rio Santa Cruz, que separa a ilha de
Itamaracá do continente, ao norte do Recife. Daí,
caminhou para suas formas primitivas Perñabuquo e
Fernambouc, já denominando o porto do Recife e
fazendo-se presente nos mapas portugueses
3. Insurreição Pernambucana - 1645
Líderes insurretos pernambucanos decidem lutar contra o
domínio holandês e têm a primeira vitória no Monte das
Tabocas, onde 1200 insurretos mazombos armados de
armas de fogo, foices, paus e flechas derrotaram numa
emboscada 1900 holandeses bem armados e bem
treinados. Os holandeses que sobreviveram seguiram para
Casa Forte, sendo novamente derrotado pela aliança dos
mazombos, índios nativos e escravos negros. Recuaram
várias vezes e foram sucessivamente derrotados pelos
insurretos.
Em 1646, ocorreu a famosa Batalha de Tejucupapo, onde
mulheres camponesas armadas de utensílios agrícolas e
armas leves expulsaram os invasores holandeses,
humilhando-os definitivamente. Esse fato histórico
consolidou-se como a primeira importante participação
militar da mulher na defesa do território brasileiro.
6. Guerra dos Mascates - 1710
Pouco após receber a carta Régia que elevou o povoado à
condição de vila, os comerciantes inauguraram o Pelourinho
e o prédio da câmara Municipal, separando o formalmente o
Recife de Olinda, a sede da capitania.
As hostilidades contra Recife iniciaram-se com a demolição
do Pelourinho, rasgando o Foral régio, libertando os presos
e perseguindo pessoas ligadas ao governador (mascate).
Os mascates contra-atacaram invadindo Olinda provocando
incêndios e destruição em vilas e engenhos na região. Por
fim, A burguesia mercantil recebeu o apoio da metrópole, e
o Recife manteve a sua autonomia.
Pernambuco foi palco do conflito entre
portugueses e senhores de engenhos
9. Conspiração dos Suaçunas – 1800
Projeto de revolta que teve discussões filosóficas e políticas
realizadas por padres e alunos do Seminário de Olinda sob
forte influencia das idéias do Iluminismo e da Revolução
Francesa.
A conjuração contra o domínio português no Brasil, tinha
como projeto a emancipação de Pernambuco constituindo-
se uma república sob a proteção de Napoleão Bonaparte.
11. Revolução Pernambucana – 1817
Devido a crise econômica regional, o absolutismo
monárquico português e a influência das idéias Iluministas,
propagadas pelas sociedades maçônicas, foi desperatado
um sentimento de revolta entre a elite pernambucana.
Apesar do governo ficar sabendo dos planos dos
revolucionários e mandar prender os principais implicados
na conspiração. Estes, anteciparam a eclosão do
movimento, que teve início quando um dos líderes um
oficial português encarregado de prendê-lo.
A revolta estendeu-se rapidamente e os patriotas tornaram-
se senhores da situação, estabelecendo um novo governo.
Tendo conseguido dominar o Governo Provincial, se
apossaram do tesouro da província, instalaram um governo
provisório e proclamaram a República.
16. Revolução Pernambucana – 1817
O sentimento de patriotismo dos pernambucanos cresceu
tanto ao ponto de passarem a usar nas missas a
aguardente (em lugar do vinho) e a hóstia feita de mandioca
(em lugar do trigo), como forma de marcar a sua identidade.
Pelas ruas do Recife se ouvia, aqui e ali, o seguinte verso:
“Quando a voz da pátria chama
tudo deve obedecer;
Por ela a morte é suave
Por ela cumpre morrer
se todos nos juntarmos
conseguiremos vencer”
Bandeira da Revolução Pernambucana
de 1817, cujas estrelas representam
Paraíba, Ceará e Pernambuco
17. Confederação do Equador – 1824
Recife e Olinda figuravam como os principais centros de
resistências do movimento republicano e separatista que
uniu Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte contra o
autoritarismo da Constituição outorgada por D. Pedro I.
O objetivo da era formar um novo estado completamente
separado do Império, cujas bases eram um governo
representativo e republicano, garantindo a autonomia das
províncias confederadas.
Bandeira da
Confederação
do Equador,
com ramo de
algodão e
cana de
açúcar
Junta da Confederação do
Equador em Pernambuco
18. Confederação do Equador – 1824
Exército Imperial do Brasil ataca as forças confederadas no Recife
20. Confederação do Equador – 1824
Pernambuco
Grandioso
Mapa de Pernambuco,
com as Comarcas de
São Francisco e de
Alagoas, que D. Pedro
I tomou na constituição
de 1824. A Bahia
ganhou a Comarca de
São Francisco.
21. Revolução Praieira – 1848
Na província de Pernambuco explodiu a revolta de caráter
liberal e federalista.
Os rebeldes queriam formar uma nova Constituinte para
alterar a Constituição brasileira de 1824, visando a efetiva
liberdade de imprensa, a extinção do poder moderador e do
cargo vitalício de senador, além da nacionalização do
comércio varejista, entre outras propostas
Igualdade, contra toda
exploração. Rua da Praia Recife.
22. Revolução Praieira – 1848
A rebelião começou espontaneamente
e logo se alastrou
Os conflitos se espalharam pelas ruas
do Recife
23. Sentimento autonomista e antilusitano
“Quando a pátria careceu dos braços e sangue de seus
filhos, ao lado dos pardos não lhe deram seus braços e
sangue os brancos e os pretos? Quando aqueles lavaram
de suas lágrimas os ferros do despotismo, não correram
também a fio as lágrimas destes?
Antes os brancos tem padecido mais do que os outros
pernambucanos nas maiores tempestades de Pernambuco.
Nas sedições do século passado, entrando todos na
refrega, somente sobre os brancos vieram os flagelos e os
raios; as masmorras foram cheias das pessoas mais
respeitáveis de Pernambuco; outros amontoaram-se aos
mais embrenhados matos e longínquos sertões; e viram-se
carregados de ferros e remetidos para Portugal, os
coronéis, capitães, tenentes-coronel, majores, comissários,
licenciados, e seus respectivos familiares”.
(Adaptado - Frei Caneca, século XIX)
24. Coração do Brasil, em teu seio Do futuro, és a crença, a esperança
Corre sangue de heróis – rubro veio, Desse povo que altivo descansa
Que há de sempre o valor traduzir, Como o atleta depois de lutar...
És a fonte da vida e da história No passado o teu nome era um mito,
Desse povo coberto de glória, Era o sol a brilhar no infinito,
O primeiro talvez do porvir! Era a glória na terra a brilhar!
Salve ó terra dos altos coqueiros, A República é filha de Olinda,
De beleza soberbo estendal! Alva estrela, que fulge e não finda
Nova Roma de bravos guerreiros, De esplendor com os seus raios de luz.
Pernambuco imortal! Imortal! Liberdade um teu filho proclama,
Dos escravos o peito se inflama
Esses montes e vales e rios, Ante o sol dessa terra da cruz!
Proclamando o valor dos teus brios
Reproduzem batalhas cruéis.
Do presente és a guarda avançada,
Sentinela indormida e sagrada,
Que defende da Pátria os Lauréis!