2. CLASSIFICAÇÃO:
Penicilinas naturais (G ou benzilpenicilina):
Penicilina G cristalina sódica ou potássica (IV ou IM)
Penicilina G procaina (IM)
Penicilina G benzatina (IM).
Obs: derivado do P. notatum (chrysogenum).
3. PENICILINAS NATURAIS:
(Fenoximetilpenicilina OU V):
Penicilina V sódica ou potássica.
8. MECANISMOS DE AÇÃO:
As penicilinas agem pela inibição da síntese da parede celular
bacteriana, através de ligações com enzimas bacterianas
específicas (proteínas fixadoras de penicilina) e, também,
estimulam a produção de autolisinas bacterianas.
⇒ Bactericidas
9. MECANISMOS DE RESISTÊNCIA:
Produção de enzimas que hidrolisam os antimicrobianos (beta
- lactamases);
Incapacidade do antibiótico em atingir o sítio de ligação na
parede celular bacteriana (proteínas fixadoras de penicilinas);
Modificação das proteínas fixadoras de penicilinas, com a
conseqüente diminuição de sua afinidade pelos antibióticos beta
- lactâmicos.
11. DISTRIBUIÇÃO CORPORAL:
A distribuição corporal é ampla, incluindo a placenta, mas com baixa
penetração no sistema nervoso central, olhos e próstata.
Porém, algumas penicilinas podem atingir níveis liquóricos para tratamento
de patógenos específicos na presença de inflamação maníngea (penicilina G,
oxacilina, ampicilina, ticarcilina, piperacilina).
Obs: A ticarcilina e a piperacilina não atingem concentrações liquóricas
suficientes para o tratamento da Pseudomonas aeruginosa
12. METABOLISMO:
As penicilinas geralmente são pouco metabolizadas, variando de 10 a
55%.
Obs: podem ser inativadas por enzimas de secreções purulentas
(amidases).
13. LIGAÇÃO PROTEICA:
A ligação proteica é variável (17 a 97%), sendo que as aminopenicilinas e as
penicilinas anti - estafilocócicas apresentam as menores e as maiores taxas de
ligação, respectivamente.
14. ½ VIDA SÉRICA
Penicilina G cristalina: 0,5 horas;
Penicilina G procaína: 12 horas;
Penicilina G benzatina: 21 dias;
Oxacilina: 0,5 horas;
Ampicilina: 1 hora;
Amoxicilina: 1 hora;
Ticarcilina: 1 hora;
Piperacilina: 1,5 horas.
15. EXCREÇÃO :
A excreção se dá pela via renal, por secreção tubular, sendo que:
-a naficilina, as carboxipenicilinas e as ureidopenicilinas apresentam excreção
biliar importante;
- a probenicida, por inibir a secreção das células tubulares renais, aumenta a
meia-vida das penicilinas.
16. INSUFICIÊNCIA RENAL E HEPÁTICA
Com exceção da oxacilina, reajustar as posologias na insuficiência renal
avançada;
Ajustar posologia da piperacilina na insuficiência hepática grave;
Proceder dose de reposição pós- hemodiálise para penicilina G, ampicilina,
ticarcilina e piperacilina;
Não clareadas pela diálise peritoneal.
20. ESPECTRO DE AÇÃO (2):
Penicilinas anti - pseudomonas + inibidores de beta - lactamase:
Piperacilina / tazobactam (E.V)
Ticarcilina / clavulanato (E.V)
Espectro Gram positivos (exceto MARSA e VRE), Gram negativos,
incluindo germes MR, anaeróbios.
Obs: Ticarcilina é inefetiva contra klebsiella.
21. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CLÍNICAS:
Penicilina G
- Infecções estreptocócicas, incluindo as provocadas pelo Enterococcus faecalis
(pneumonias, celulites, endocardites, meningites, sepse neonatal, etc);
- Infecções por estafilococos não produtores de beta-lactamases (pneumonias,
endocardites, abscessos, etc.).
22. Penicilina G
-
Infecções por germes anaeróbios Gram - positivos,incluindo clostridium perfringens, o
Peptostreptococcus, o Actinomyces israeli etc. (gangrena gasosa, pneumonia aspirativa, actinomicose etc.);
Difteria;
Celulites por erysipelothrix rhusiopathiae;
Leptospirose;
Meningite meningocócica e/ou meningococcemia.
23. Blenorragia e/ou gonococcemia;
Sífilis;
Infecções por Pasteurella multocida (mordida animal);
Infecções por Streptobacillus moniliformis ou Spirillum minus (febre da mordida do rato);
Infecções por Eikenella corrodens (mordida animal e humana);
Profilaxia da febre reumática (incluindo a penicilina V);
Profilaxia da endocardite bacteriana (especialmente a penicilina V).
24. FENOXIMETILPENICILINA (PEN - V):
De forma geral, substitui a penicilina G sempre que houver possibilidade
de terapêutica oral.
25. AMINOPENICILINAS:
Infecções estreptocócicas (pneumonias, celulites, endocardites, meningites,
sepse neonatal.etc.);
Infecções enterocócicas (1° escolha);
Infecções por germes anaeróbios Gram - positivos, incluindo o Clostridium
perfringens, o peptostreptococcus e o Actinomyces israeli, entre outros (pneumonias
aspirativas, actinomicose, gangrena gasosa, etc.);
Celulites por Erysipelothrix rhusiopathiae;
Infecções por Listeria monocytogenes (meningites, sepse neonatal, etc.);
Infecções por cepas sensíveis de E. coli e Proteus mirabilis (infecções urinárias,
diarréia, etc.).
26. AMINOPENICILINAS:
Diarréias por cepas sensíveis de Shigella sp e Salmonella sp;
Infecções respiratórias por cepas sensíveis de Haemophylus influenzae e moraxella
catarrhalis
(otites, sinusites, pneumonias,etc.);
Infecções por N. meningitides e N. gonorrhoeae;
Infecções intra - abdominais polimicrobianas (colangites, peritonites, etc.),
quando associadas aos inibidores de beta - lactamases;
Profilaxia de infecções por H. influenzae e S. pneumoniae em pacientes
agamaglobulinêmicos e/ou esplenectomizados.
27. PENICILINAS ANTI - ESTAFILOCÓCICAS:
Infecções estafilocócicas provocadas por germes oxacilina - sensíveis
(pneumonias, endocardites, abscessos, etc).
28. CARBOXIPEPENICILINAS E
UREIDOPENICILINAS:
Infecções hospitalares provocadas por Gram - negativos multi - resistentes,
incluindo a Pseudomonas aeruginosa (pneumonias, infecções de cateteres,
infecções urinárias, etc.);
Infecções hospitalares polimicrobianas, incluindo aquelas com a participação
de germes Gram - negativos multi-resistentes (peritonites, pneumonias, etc.).
29. EFEITOS ADVERSOS:
Gravidez e lactação - utilizar apenas quando claramente indicado;
Não são disponíveis estudos controlados em seres humanos;
Atravessam a barreira placentária;
Baixa eliminação no leite materno.
30. EFEITOS ADVERSOS DAS PENICILINAS
Mecanismos imunológicos e reações alérgicas:
- Hipersensibilidade imediata (medida por IgE): anafilaxia e urticária nas
primeiras 72 horas (0,004 a 0,04%);
- Citotoxicidade dependente de anticorpo: anemia hemolítica (rara);
- Complexo antígeno-anticorpo: doença do soro (rara);
- Hipersensibilidade tardia: dermatite de contato (4 a 8%)
31. EFEITOS ADVERSOS DAS PENICILINAS
Sistema vascular - dor, induração, equimose, trombose venosa
profunda e/ou flebite no local da administração
Sistema nervoso central (raro):
- convulsões;
- sensações bizarras
Obs: idosos, nefropatas, doença cerebral prévia, doses elevadas.
32. EFEITOS ADVERSOS DAS PENICILINAS
Manifestações Hematológicas:
- anemia hemolítica (raro);
- neutropenia (1 a 4 %);
- disfunção plaquetária (3%), em especial com carboxipenicilinas (3%).
Trato Gastro - intestinal:
- diarréia (2 a 5%);
- enterocolite (1%);
Fígado: elevação dos níveis de Transaminases (1 a 4%).
33. EFEITOS ADVERSOS DAS PENICILINAS
Flora microbiana: seleção de bactérias multiresistentes e/ou fungos
Distúrbios hidroeletrolíticos:
- Sobrecarga de sódio (especialmente ampicilina e carboxipenicilinas);
- Hipocalemia (variável);
- Hipercalemia (raro).
Renal:
- Nefrite intersticial (1 a 2%);
- Cistite hemorrágica (raro).
34. REAÇÕES ALÉRGICAS
Penicilina, peniciloilamina , peniciloato, procaína, benzatina, impurezas.
Menos comuns em idosos, crianças e nas administrações orais.
Reações podem ocorrer na primeira administração ou após várias doses.
35. REAÇÕES ALÉRGICAS:
• > Predisposição em indivíduos alérgicos a outras drogas.
• Teste cutâneo:
- Determinantes maiores (ácido benzil – penicilinico ) ⇒ formas
aceleradas ou tardias;
- Determinantes menores (metabólitos) ⇒ formas imediatas,
aceleradas ou tardias.
36. TESTE CUTÂNEO
Antígenos propostos: peniciloilpolisina (PLP) + metabólitos diversos;
Antígeno utilizados: penicilina G
Obs: Não detecta reações aceleradas ou tardias.
37. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:
A probenicida aumenta em aproximadamente 2 vezes a meia - vida sérica
das penicilinas;
As penicilinas, especialmente as carboxi e as ureidopenicilinas, podem
inativar os aminoglicosídeos e, portanto, não devem ser administradas em
uma mesma solução;
As penicilinas podem ser antagonizadas quando administradas
concomitantemente a antibióticos bacteriostáticos (cloranfenicol,
macrolídeos, sulfonamidas e tetraciclinas).
38. ARPESENTAÇÕES COMERCIAIS
Penicilina G cristalina: frascos com 1,5 e 10 milhões;
Penicilina G procaína: frascos com 300.000 u de penicilina G procaína e
100.000 u de penicilina cristalina;
Penicilina G benzatina: frascos com 600.000 e 1.200.000 u;
Penicilina V: - comp 500.000
- sol 400.000 u/5ml;
Oxacilina: ampola com 500mg;
Ampicilina: - cap com 0,5 e 1g;
- sol com 250 e 500mg/5ml;
- Frasco com 0,5 e 1g
43. POSOLOGIAS
Penicilina G benzatina:
- Profilaxia reumática: 1.200.000 u cada 3 semanas;
- Amigdalite: 1.200.000 u;
- Sífilis: 1.200.000 u.
Penicilina G procaína:
- 300 a 600.000 u cada 12 – 24 horas;
Penicilina G cristalina:
- 300 a 500.000 u/kg/dia (dividir em 6 doses)
Obs: doses menores poderão ser administradas para infecções menos severas e
em recém - nascidos.
44. POSOLOGIAS:
• Penicilina V: 20 a 40mg/kg/dia, dividido em 4 tomadas;
• Oxacilina: 100 a 200mg/kg/dia, dividido em 4 a 6 tomadas;
• Ampicilina oral: 500 a 100mg/kg/dia, dividido em 4 tomadas;
• Ampicilina venosa: 100 a 200mg/kg/dia (meningite: 200 a
400mg/kg/dia).
45. POSOLOGIAS:
• Ampicilina/sulbactam: 100 a 150mg/kg/dia (adultos: 1,5 a 3g cada 6
horas);
• Amoxicilina: 20 a 40mg/kg/dia (50 a 100mg/kg/dia nos casos
graves);
• Amoxicilina/clavulanato: 20 a 40mg/kg/dia (50 a 100mg/kg/dia nos
casos graves).