SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 6
DIFERENÇAS DE ABORDAGENS.
A psicanálise tem como principal característica trazer ao consciente os
conflitos internos de modo que se possa lidar com eles conscientemente,
minimizando as atitudes autodestrutivas e o sofrimento do indivíduo,
possibilitando ao ego estabelecer novos níveis de satisfação em todas
suas áreas de funcionamento.
Na sessão psicanalítica, na maioria das vezes, o paciente permanece na sessão deitado
no divã, de costas para o analista. Esta conduta facilita a Ação Transferencial do
paciente em relação ao terapeuta, sendo um elemento crucial no processo de análise,
pois demonstra que o paciente continua a vivenciar no presente os fatos importantes de
seu passado que não são conscientemente acessíveis (DAVIDOFF, 2001; GREENSON;
1981).
CORDIOLI (1998) relatou que é necessária, por parte do paciente, uma boa dose de
engajamento para se efetuar as mudanças em sua vida, assim como disposição para
envolver-se em um tratamento de longa duração e que representa algum dispêndio de
dinheiro e tempo. A Psicanálise, utiliza-se de sessões semanais em horários
estabelecidos previamente, o número de sessões pode variar de três à cinco e o
tratamento pode durar muitos anos.
GREENSON (1981) descreveu que a terapia psicanalítica é uma terapia causal e que
tem como objetivo desfazer as causas da neurose apresentando algumas técnicas
utilizadas por psicanalistas de base Freudiana: 1) a Escuta que deve ser feita com a
máxima atenção e objetivando a obtenção de dados que serão usados na interpretação;
2) a Associação Livre, que consiste em relatos de sonhos e/ou fatos cotidianos
verbalizados pelo paciente aleatoriamente e analisados pelo psicólogo, e; 3) a
Interpretação, tornar consciente um significado, causa, fonte ou história de um
determinado fato inconsciente, indo além daquilo que é observável.
WITTIG (1981) descreveu que a análise dos sonhos é uma maneira de gerar idéias e
explorar os desejos do cliente, através de suas representações simbólicas .
As sessões de Psicoterapia Analítica seguem os mesmos princípios da Psicanálise e são
em geral semanais, sendo que o número de sessões variam de uma à três e o tratamento
pode durar meses ou anos. O paciente fica sentado em frente ao analista e sua motivação
e capacidade de estabelecer aliança terapêutica são fatores de extrema importância, além
de, preferencialmente, possuir alguma inteligência e tolerância a ansiedade sendo
orientado a falar livremente sobre seus sonhos, imagens, sentimentos e fantasias, sem
pré julgamentos sobre a importância ou significados, utilizado-se uma quantidade
menor de Associações Livres em relação à psicanálise, utilizando-se de palavras-chave,
possibilitando a intervenção em áreas circunscritas ou problemas delimitados, não
havendo desta forma o mesmo nível de transferência entre paciente e analista e a
regressão é bem menos intensa (MACHADO e VASCONCELOS, 1998; GOLDSTEIN,
1988 apud CORDIOLI, 1998; CORDIOLI, 1998).
FADIMAM e FRAGER (1976) relataram que a terapia Analítica é composta de dois
Estágios, cada um com duas partes: o primeiro chamado de analítico, que consiste em
estimular o paciente à uma confissão remetendo-o a uma retomada do material
inconsciente gerando uma dependência deste com o analista. O segundo estágio é
chamado sintético e contém duas partes: a educação e a transformação. O paciente passa
por um processo de “mini-individuação”, auto educando-se e assumindo a
responsabilidade por seu próprio desenvolvimento.
Já a Abordagem Centrada no Cliente tem como objetivo ajudar o cliente a
crescer nas próprias direções autodeterminadas, desenvolver auto-respeito e seus
potenciais, sendo que, o terapeuta detém uma postura de alguém que está preparado
para, junto com o cliente e a partir daquilo que ele traz, propor alternativas de ajuda,
informação, orientação, encaminhamento e aconselhamento, sem preocupar-se em
enquadrar os clientes em categorias, mas antes, facilitar seu processo de
desenvolvimento humano (SHIMIDT,1987; DAVIDOFF, 2001).
ROGERS (1987) considerou a psicoterapia um método importante de tratamento de um
grande número de problemas de adaptação que tornam o indivíduo menos útil e menos
eficiente como elemento do seu grupo social.
Segundo SANTOS (1982) a não-diretividade da Abordagem Centrada no Cliente é um
fator marcante assim como o fato do psicoterapeuta não dar conselhos, não interpretar e
não dar informações ou apoio. Ele reflete e vivência ao máximo os sentimentos do
cliente.
ROGERS e KINGET (1977) propuseram alguns atributos aos psicoterapeutas da
Abordagem Centrada no Cliente: a capacidade empática, a autenticidade e a
consideração positiva e incondicional do homem além de um grau elevado de
maturidade emocional e compreensão de si e, as condições do processo terapêutico por
parte do psicoterapeuta devem ser:
· O psicoterapeuta deve estar em um Acordo Interno, ou seja, ter uma postura de
congruência e transparência, durante a sessão;
· O psicoterapeuta deve experimentar uma compreensão empática do ponto de vista
interno do cliente, assim como um sentimento de aceitação positiva incondicional a
respeito do indivíduo;
FADIMAM e FRAGER (1976) destacaram a escuta, pois, através da fala e da forma
como o cliente verbaliza ao psicoterapeuta que tem acesso ao mundo interno do cliente.
ROGERS (1987) destacou que, para que o cliente obtenha sucesso na terapia, são
necessários alguns critérios:
· capacidade de enfrentar a vida, assim como o de exercer um certo controle sobre
elementos da situação;
· capacidade de exprimir as ansiedades de forma verbal ou por qualquer outro meio;
independência do controle familiar; não ter uma instabilidade muito excessiva
principalmente de natureza orgânica; idade e nível intelectual compatíveis.
DAVIDOFF (2001) relatou que o objetivo principal da Gestalt-terapia é recuperar
as capacidades inatas do indivíduo de crescimento. Sendo que o Gestalt-
terapeuta encoraja o cliente a fazer uso de seus recursos interiores, obtendo controle
e tornando-se assim, mais ativo e responsável por suas próprias ações através de
exercícios de expressão e auto-conhecimento.
GINGER e GINGER (1995) relataram que a Gestalt-terapia se destina a pessoas que
sofrem de distúrbios psicossomáticos, problemas existenciais, ou para qualquer pessoa
ou organização que esteja “procurando desabrochar seu potencial latente, não só um
melhor-ser, mas um mais-ser, uma qualidade de vida melhor” (p. 15), apresentando-se
não como uma psicoterapia, mas como uma “arte de viver”, uma forma particular de
conceber as relações do ser vivo com o mundo (p.17).
BEISSER (1980) descreveu o Gestalt-terapeuta como alguém que rejeita o papel de
transformador encorajando o cliente a ser o que ele realmente é.
PERLS (1980) relatou alguns procedimentos à serem adotados na sessão:
1. permanecer no Agora e ficar atento se alguém sair deste contexto tanto no sentido
manifesto como no fantasioso;
2. não usar a palavra it (3ª
pessoa neutra);
3. usar e encorajar a utilização de verbos no lugar de substantivos;
4. não falar de alguém que não esteja presente;
5. não forçar uma confissão e;
6. proporcionar apoio para que a pessoa encontre auxilio em si mesma.
7. Com relação aos sonhos, a Gestalt-terapia evita quaisquer tipos de interpretações,
permitindo que o próprio paciente atribua significados as imagens pertencentes ao
sonho reexperimentado-as no tempo presente, sejam elas humanas, animais ou vegetais
(ENRIGHT, 1980).
LEVITSKY e PERLS (1980) ressaltaram algumas premissas para a Gestalt-terapia,
entre elas, destacam-se o princípio do Eu e Tu; a Linguagem Neutra e Linguagem do Eu
e; o Uso contínuo de Conscientização. Destacaram também as seguintes técnicas
utilizadas em terapia: Jogos de Diálogo; Fazer Ronda; Negócio Inacabado; Eu tomo a
Responsabilidade; Eu tenho um Segredo; Inversões; Ritmo de Contato e Retraimento;
Ensaio; Exageração e; Posso Fornecer-lhe Uma Frase?.
A Terapia Comportamental é muitas vezes confundida com a aplicação
clínica dos princípios elaborados por Skinner, porém ela foi definida
como “a aplicação do conjunto dos conhecimentos psicológicos adquiridos
segundo os princípios da metodologia científica, à compreensão e solução de problemas
clínicos” e o analista do comportamento que se utiliza dela, baseia-se em um corpo de
conhecimentos já verificados empiricamente (NETO e ANDRADE, 1998 p. 199).
Segundo FADIMAM E FRAGER (1976), o analista do comportamento tem como
objetivo, fazer com que o paciente torne-se capaz de responder a diversas situações do
modo como ele gostaria, sem ter que modificar o conteúdo sentimental de sua
personalidade, obter compreensão explícita da problemática trazida pelo paciente, em
termos de comportamento, assim como, a definição das metas e o alcance destas através
de ensino, treino e recompensa de comportamentos que irão competir com e eliminar os
comportamentos não desejáveis do cliente. O cliente permanece na sessão de forma
livre, podendo expressar de forma espontânea seus comportamentos anteriormente não
expressos.
Os analistas do comportamento focalizam os sintomas e os fatores ambientais que não
contribuem para a resolução do problema. Averiguam a história de vida e ajudam os
pacientes na correção de comportamentos indesejáveis. Os objetivos variam de acordo
com o cliente e são definidos em conjunto, sendo estabelecidos os alvos de mudança,
sejam eles comportamentos, situações, sentimentos ou pensamentos. O primeiro passo é
a obtenção de dados através da chamada Análise Comportamental, cujo o objetivo é
conhecer a vida e as queixas do paciente buscando as causas do comportamento no
ambiente externo, caracterizando-se como essencial para a intervenção clínica
comportamental efetiva, especificando-a em três fatores: a) a ocasião em que a resposta
ocorre; b) a resposta propriamente dita e; c) as consequências que a reforçam. Após
estes passos, define-se quais foram os problemas detectados e os objetivos do
tratamento, sendo formulados de forma clara. Existem tarefas, que são realizadas com o
psicólogo ou no ambiente natural do paciente, havendo, em casos específicos, a
supervisão de um acompanhante que pode ser o psicoterapeuta ou uma pessoa habilitada
(DAVIDOFF, 2001; MEYER e SILVARES, 2000; NETO e ANDRADE, 1998).
DAVIDOFF (2001) destacou algumas técnicas utilizadas na Terapia Comportamental: a
Dessensibilização Sistemática, o Treino Assertivo, o Role-playing e; o Relaxamento.
CORDIOLI (1998) esclareceu a necessidade da motivação na adesão ao tratamento,
para que haja uma boa aliança de trabalho e realização de tarefas que devem ser
executadas pelo cliente como parte do processo.
Os Terapeutas Comportamentais estão dando uma importância cada vez maior aos
mecanismos cognitivos e sua relação com as emoções e o comportamento,
preocupando-se em desenvolver procedimentos para tratar os pensamentos
disfuncionais caracterizados por distorções cognitivas, pensamentos automáticos e
crenças disfuncionais adjacentes. Daí o termo “Terapia Cognitivo-comportamental”
utilizado no lugar de “Terapia Comportamental” mostrando esta tendência (AGRAS
1995 apud CORDIOLI 1998, p. 27).
BECK e cols. (1982) descreveram que uma diversidade de técnicas cognitivas e
comportamentais são empregadas na T. C. C., objetivando testar, no âmbito da
realidade, as falsas concepções do paciente acerca do mundo e suas suposições
inadaptativas. O paciente recebe inicialmente uma explicação sobre a base lógica da T.
C. C. e, em seguida, aprende a reconhecer, controlar e anotar seus pensamentos
disfuncionais ou situações perturbadoras no Registro Diário de Pensamentos
Disfuncionais (R.D.P.D.). O terapeuta ajuda o paciente a pensar e agir de forma mais
realista e adaptada no tocante à problemática psicológica, obtendo assim, uma redução
dos sintomas.
Segundo KANFER e GRIMM (1980 apud RANGÉ, 1998) e KANFER e SCHEFFT
(1988 apud RANGÉ, 1998), o processo terapêutico na T. C. C. tem sete fases com
metas definidas e específicas:
1) Obtenção de Informações, Definição de Papéis e Desenvolvimento de Confiança –
com o objetivo de estabelecer confiança e obter informações;
2) Gerar Expectativas e Compromisso com a Mudança – desenvolver a confiança do
paciente em suas próprias capacidades, fortalecendo suas expectativas de auto-eficácia;
3) Análise Comportamental – onde são levantadas hipóteses sobre as condições que
operam no controle de todos os aspectos da vida do paciente;
4) Programa de Tratamento – constitui-se um modelo provisório dos problemas do
paciente, objetivando a explicação do porquê do desenvolvimento das dificuldades;
5) Condução do Tratamento – declínio das expressões empáticas e aumento de
orientações;
6) Monitoração e Avaliação do Progresso – é oferecido ao paciente apoio e reforços
positivos das mudanças efetivando a Confrontação;
7) Generalização dos Resultados – o controle do psicoterapêuta é reduzido até que o
contato entre ele e o paciente torne-se supérfluo, com menos orientações e mais apoio.
O paciente sente-se seguro para enfrentar as dificuldades e a psicoterapia se encerra;
RANGÉ e SOUZA (1998) descreveram algumas técnicas cognitivas que podem ser
usadas tanto para a identificação e modificação dos pensamentos automáticos, como as
crenças centrais ou intermediárias:
· Questionamento Socrático é o questionamento das evidências que sustentam ou não a
lógica do pensamento;
· Continuum Cognitivo que implica em uma avaliação realizada pelo paciente sobre seus
desempenhos comparados com o de outros indivíduos;
· Descatastrofização – é a avaliação de uma conseqüência temida pelo indivíduo;
· Identificação de Distorções Cognitivas consiste em possibilitar ao paciente o
reconhecimento das distorções que mantém suas crenças e evidências contrárias a ela;
· Técnicas de Reatribuição são utilizadas para pacientes que se auto-atribuem de
responsabilidades irreais em relação aos resultados negativos, flexibilizando seus
julgamentos através da identificação de outros fatores que contribuem para o resultado
final;
· Técnica do Gráfico em de Forma de Torta é uma visualização dos pensamentos em
gráfico e;
· Técnica da Flecha Descendente, que consiste no questionamento sucessivo sobre o
significado de uma determinada cognição, alcançando o objetivo central.
A Terapia Cognitiva tem característica de ser breve, com duração aproximada
de dez à vinte sessões, sendo considerada indispensável uma boa relação terapêutica,
onde o terapeuta é ativo e o paciente um colaborador, sem contar que um bom
psicoterapeuta, deve ser dotado de uma capacidade de responder ao paciente numa
atmosfera de relacionamento humano cercado de interesse, aceitação e simpatia, onde o
paciente poderá experimentar um sentimento de afabilidade e gratidão, resultando em
uma sensação de segurança. Estas qualidades devem ser observadas no terapeuta antes
mesmo de ser um bom aplicador de técnicas específicas, abrindo espaço para todo e
qualquer sentimento do paciente discutido-o adequadamente durante as sessões
(RANGÉ e SOUZA ,1998; BECK e Cols., 1982).

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Avaliação cognitivo comportamental
Avaliação cognitivo comportamentalAvaliação cognitivo comportamental
Avaliação cognitivo comportamental
Elizabeth Barbosa
 
Terapiacognitiva mod3
Terapiacognitiva mod3Terapiacognitiva mod3
Terapiacognitiva mod3
eprpfsr
 
2016 1 ebm_fundamentação teórica_1
2016 1 ebm_fundamentação teórica_12016 1 ebm_fundamentação teórica_1
2016 1 ebm_fundamentação teórica_1
Flora Couto
 
Diagnóstico psicológico e terapia cognitiva considerações atuais
Diagnóstico psicológico e terapia cognitiva considerações atuaisDiagnóstico psicológico e terapia cognitiva considerações atuais
Diagnóstico psicológico e terapia cognitiva considerações atuais
Cenira Marcelo
 
Terapias Cognitivas- compoortamentais
Terapias Cognitivas- compoortamentaisTerapias Cognitivas- compoortamentais
Terapias Cognitivas- compoortamentais
Rodrigo Abreu
 

La actualidad más candente (20)

Avaliação cognitivo comportamental
Avaliação cognitivo comportamentalAvaliação cognitivo comportamental
Avaliação cognitivo comportamental
 
Terapiacognitiva mod3
Terapiacognitiva mod3Terapiacognitiva mod3
Terapiacognitiva mod3
 
As principais influências orientais utilizadas nas abordagens da terapia cogn...
As principais influências orientais utilizadas nas abordagens da terapia cogn...As principais influências orientais utilizadas nas abordagens da terapia cogn...
As principais influências orientais utilizadas nas abordagens da terapia cogn...
 
2016 1 ebm_fundamentação teórica_1
2016 1 ebm_fundamentação teórica_12016 1 ebm_fundamentação teórica_1
2016 1 ebm_fundamentação teórica_1
 
Diagnóstico psicológico e terapia cognitiva considerações atuais
Diagnóstico psicológico e terapia cognitiva considerações atuaisDiagnóstico psicológico e terapia cognitiva considerações atuais
Diagnóstico psicológico e terapia cognitiva considerações atuais
 
Terapiacognitiva mod 01 ao 08
Terapiacognitiva mod 01 ao 08Terapiacognitiva mod 01 ao 08
Terapiacognitiva mod 01 ao 08
 
2016 1_ebm_base histórica e científica_3
2016 1_ebm_base histórica e científica_32016 1_ebm_base histórica e científica_3
2016 1_ebm_base histórica e científica_3
 
Pps Psicoterapia[1]
Pps   Psicoterapia[1]Pps   Psicoterapia[1]
Pps Psicoterapia[1]
 
Psicoterapia de apoio
Psicoterapia de apoioPsicoterapia de apoio
Psicoterapia de apoio
 
Terapia cognitiva completo desconhecido
Terapia cognitiva completo   desconhecidoTerapia cognitiva completo   desconhecido
Terapia cognitiva completo desconhecido
 
Psicoterapia - trajetória de Vida
Psicoterapia - trajetória de VidaPsicoterapia - trajetória de Vida
Psicoterapia - trajetória de Vida
 
Psicoterapia orientações aos psicoterapeutas
Psicoterapia orientações aos psicoterapeutasPsicoterapia orientações aos psicoterapeutas
Psicoterapia orientações aos psicoterapeutas
 
Terapias Cognitivas- compoortamentais
Terapias Cognitivas- compoortamentaisTerapias Cognitivas- compoortamentais
Terapias Cognitivas- compoortamentais
 
Trabalhando com os pensamentos automáticos
Trabalhando com os pensamentos automáticosTrabalhando com os pensamentos automáticos
Trabalhando com os pensamentos automáticos
 
Terapia metacognitiva
Terapia metacognitivaTerapia metacognitiva
Terapia metacognitiva
 
TCC - Terapia Cognitivo Comportamental
TCC - Terapia Cognitivo ComportamentalTCC - Terapia Cognitivo Comportamental
TCC - Terapia Cognitivo Comportamental
 
Crenças irracionais e sua contestação
Crenças irracionais e sua contestaçãoCrenças irracionais e sua contestação
Crenças irracionais e sua contestação
 
Terapia cognitiva
Terapia cognitivaTerapia cognitiva
Terapia cognitiva
 
A terapia cognitivo comportamental
A terapia cognitivo comportamentalA terapia cognitivo comportamental
A terapia cognitivo comportamental
 
11 Benefícios que Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) pode trazer para a s...
11 Benefícios que Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) pode trazer para a s...11 Benefícios que Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) pode trazer para a s...
11 Benefícios que Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) pode trazer para a s...
 

Destacado

คำแนะนำอังสนา
คำแนะนำอังสนาคำแนะนำอังสนา
คำแนะนำอังสนา
Areeya Onnom
 
Goma eva fotos
Goma eva fotosGoma eva fotos
Goma eva fotos
bcode
 
Lomba karya tulis
Lomba karya tulisLomba karya tulis
Lomba karya tulis
Abdul Muiz
 
Aprobados laboratorio
Aprobados laboratorioAprobados laboratorio
Aprobados laboratorio
albertososa
 

Destacado (20)

Jd for IT Support Engineer Based in Qatar
Jd for IT Support Engineer Based in QatarJd for IT Support Engineer Based in Qatar
Jd for IT Support Engineer Based in Qatar
 
คำแนะนำอังสนา
คำแนะนำอังสนาคำแนะนำอังสนา
คำแนะนำอังสนา
 
Telcel plus
Telcel plusTelcel plus
Telcel plus
 
Page 27
Page 27Page 27
Page 27
 
Anime
AnimeAnime
Anime
 
Goma eva fotos
Goma eva fotosGoma eva fotos
Goma eva fotos
 
Inmunologia 2 EDICION MEXICO
Inmunologia 2 EDICION MEXICOInmunologia 2 EDICION MEXICO
Inmunologia 2 EDICION MEXICO
 
Lomba karya tulis
Lomba karya tulisLomba karya tulis
Lomba karya tulis
 
I nterna obuka2
I nterna obuka2I nterna obuka2
I nterna obuka2
 
Tpd restivo- lesson plan 3
Tpd restivo- lesson plan 3Tpd restivo- lesson plan 3
Tpd restivo- lesson plan 3
 
Imprimir
ImprimirImprimir
Imprimir
 
JACKS FILE 2
JACKS FILE 2JACKS FILE 2
JACKS FILE 2
 
Storytelling: Novas narrativas online. ILADEC Campinas, 2014
Storytelling: Novas narrativas online. ILADEC Campinas, 2014Storytelling: Novas narrativas online. ILADEC Campinas, 2014
Storytelling: Novas narrativas online. ILADEC Campinas, 2014
 
ENMIENDA A LA TOTALIDAD A LA LEY DE PRESUPUESTOS GENERALES DE LA CAC PARA 201...
ENMIENDA A LA TOTALIDAD A LA LEY DE PRESUPUESTOS GENERALES DE LA CAC PARA 201...ENMIENDA A LA TOTALIDAD A LA LEY DE PRESUPUESTOS GENERALES DE LA CAC PARA 201...
ENMIENDA A LA TOTALIDAD A LA LEY DE PRESUPUESTOS GENERALES DE LA CAC PARA 201...
 
CHED memo endorsing participation in PAARL's National Summer Conference in Du...
CHED memo endorsing participation in PAARL's National Summer Conference in Du...CHED memo endorsing participation in PAARL's National Summer Conference in Du...
CHED memo endorsing participation in PAARL's National Summer Conference in Du...
 
O português no mundo
O português no mundoO português no mundo
O português no mundo
 
Hora
HoraHora
Hora
 
Categorias
CategoriasCategorias
Categorias
 
Aprobados laboratorio
Aprobados laboratorioAprobados laboratorio
Aprobados laboratorio
 
Carrano comunicação coloquio luso brasileiro_sociologia_educ (1)
Carrano comunicação coloquio luso brasileiro_sociologia_educ (1)Carrano comunicação coloquio luso brasileiro_sociologia_educ (1)
Carrano comunicação coloquio luso brasileiro_sociologia_educ (1)
 

Similar a Diferenças de abordagens

Trabalho em Power Point
Trabalho em Power PointTrabalho em Power Point
Trabalho em Power Point
BetaBetuxa
 
Palestra positivo
Palestra positivoPalestra positivo
Palestra positivo
Dra. Cleuza Canan
 
A resenha que realizo sobre o livro conversa sobre terapia fala a respeito do...
A resenha que realizo sobre o livro conversa sobre terapia fala a respeito do...A resenha que realizo sobre o livro conversa sobre terapia fala a respeito do...
A resenha que realizo sobre o livro conversa sobre terapia fala a respeito do...
Rosione Rodrigues
 
Uma visão ericksoniana da cura no transe hipnótico
Uma visão ericksoniana da cura no transe hipnóticoUma visão ericksoniana da cura no transe hipnótico
Uma visão ericksoniana da cura no transe hipnótico
Mari Oldoni
 

Similar a Diferenças de abordagens (20)

Alves: Entrevista motivacional
Alves: Entrevista motivacionalAlves: Entrevista motivacional
Alves: Entrevista motivacional
 
Apresentação Terapia de Aceitação e Compromisso
Apresentação Terapia de Aceitação e CompromissoApresentação Terapia de Aceitação e Compromisso
Apresentação Terapia de Aceitação e Compromisso
 
TCC - Terapia Cognitiva Comportamental
TCC - Terapia Cognitiva ComportamentalTCC - Terapia Cognitiva Comportamental
TCC - Terapia Cognitiva Comportamental
 
Aula 02_Aconselhamento e Psico. Breve[1].pptx
Aula 02_Aconselhamento e Psico. Breve[1].pptxAula 02_Aconselhamento e Psico. Breve[1].pptx
Aula 02_Aconselhamento e Psico. Breve[1].pptx
 
Trabalho em Power Point
Trabalho em Power PointTrabalho em Power Point
Trabalho em Power Point
 
Algumas formas de psicoterapia
Algumas formas de psicoterapiaAlgumas formas de psicoterapia
Algumas formas de psicoterapia
 
Jose_Clemente_Aconselhamento
Jose_Clemente_AconselhamentoJose_Clemente_Aconselhamento
Jose_Clemente_Aconselhamento
 
Palestra positivo
Palestra positivoPalestra positivo
Palestra positivo
 
Psicologo hospitalar
Psicologo hospitalarPsicologo hospitalar
Psicologo hospitalar
 
Grupos terapêuticos e intervenção em família
Grupos terapêuticos e intervenção em famíliaGrupos terapêuticos e intervenção em família
Grupos terapêuticos e intervenção em família
 
Como Montar Grupos Aula 1.pdf
Como Montar Grupos Aula 1.pdfComo Montar Grupos Aula 1.pdf
Como Montar Grupos Aula 1.pdf
 
Organograma slid1
Organograma slid1Organograma slid1
Organograma slid1
 
Organograma slid1
Organograma slid1Organograma slid1
Organograma slid1
 
Organograma slid1
Organograma slid1Organograma slid1
Organograma slid1
 
Psicologia Cognitivo Comportamental Aplicada No ExercíCio Da Odontologia
Psicologia Cognitivo Comportamental Aplicada No ExercíCio Da OdontologiaPsicologia Cognitivo Comportamental Aplicada No ExercíCio Da Odontologia
Psicologia Cognitivo Comportamental Aplicada No ExercíCio Da Odontologia
 
A resenha que realizo sobre o livro conversa sobre terapia fala a respeito do...
A resenha que realizo sobre o livro conversa sobre terapia fala a respeito do...A resenha que realizo sobre o livro conversa sobre terapia fala a respeito do...
A resenha que realizo sobre o livro conversa sobre terapia fala a respeito do...
 
Conceituação cognitiva
Conceituação cognitivaConceituação cognitiva
Conceituação cognitiva
 
Uma visão ericksoniana da cura no transe hipnótico
Uma visão ericksoniana da cura no transe hipnóticoUma visão ericksoniana da cura no transe hipnótico
Uma visão ericksoniana da cura no transe hipnótico
 
A clínica analítico-comportamental
A clínica analítico-comportamentalA clínica analítico-comportamental
A clínica analítico-comportamental
 
Texto 6 ACONSELHAMENTO PSICOLOGICO
Texto 6 ACONSELHAMENTO PSICOLOGICOTexto 6 ACONSELHAMENTO PSICOLOGICO
Texto 6 ACONSELHAMENTO PSICOLOGICO
 

Diferenças de abordagens

  • 1. DIFERENÇAS DE ABORDAGENS. A psicanálise tem como principal característica trazer ao consciente os conflitos internos de modo que se possa lidar com eles conscientemente, minimizando as atitudes autodestrutivas e o sofrimento do indivíduo, possibilitando ao ego estabelecer novos níveis de satisfação em todas suas áreas de funcionamento. Na sessão psicanalítica, na maioria das vezes, o paciente permanece na sessão deitado no divã, de costas para o analista. Esta conduta facilita a Ação Transferencial do paciente em relação ao terapeuta, sendo um elemento crucial no processo de análise, pois demonstra que o paciente continua a vivenciar no presente os fatos importantes de seu passado que não são conscientemente acessíveis (DAVIDOFF, 2001; GREENSON; 1981). CORDIOLI (1998) relatou que é necessária, por parte do paciente, uma boa dose de engajamento para se efetuar as mudanças em sua vida, assim como disposição para envolver-se em um tratamento de longa duração e que representa algum dispêndio de dinheiro e tempo. A Psicanálise, utiliza-se de sessões semanais em horários estabelecidos previamente, o número de sessões pode variar de três à cinco e o tratamento pode durar muitos anos. GREENSON (1981) descreveu que a terapia psicanalítica é uma terapia causal e que tem como objetivo desfazer as causas da neurose apresentando algumas técnicas utilizadas por psicanalistas de base Freudiana: 1) a Escuta que deve ser feita com a máxima atenção e objetivando a obtenção de dados que serão usados na interpretação; 2) a Associação Livre, que consiste em relatos de sonhos e/ou fatos cotidianos verbalizados pelo paciente aleatoriamente e analisados pelo psicólogo, e; 3) a Interpretação, tornar consciente um significado, causa, fonte ou história de um determinado fato inconsciente, indo além daquilo que é observável. WITTIG (1981) descreveu que a análise dos sonhos é uma maneira de gerar idéias e explorar os desejos do cliente, através de suas representações simbólicas . As sessões de Psicoterapia Analítica seguem os mesmos princípios da Psicanálise e são em geral semanais, sendo que o número de sessões variam de uma à três e o tratamento pode durar meses ou anos. O paciente fica sentado em frente ao analista e sua motivação e capacidade de estabelecer aliança terapêutica são fatores de extrema importância, além de, preferencialmente, possuir alguma inteligência e tolerância a ansiedade sendo orientado a falar livremente sobre seus sonhos, imagens, sentimentos e fantasias, sem pré julgamentos sobre a importância ou significados, utilizado-se uma quantidade menor de Associações Livres em relação à psicanálise, utilizando-se de palavras-chave, possibilitando a intervenção em áreas circunscritas ou problemas delimitados, não havendo desta forma o mesmo nível de transferência entre paciente e analista e a regressão é bem menos intensa (MACHADO e VASCONCELOS, 1998; GOLDSTEIN, 1988 apud CORDIOLI, 1998; CORDIOLI, 1998). FADIMAM e FRAGER (1976) relataram que a terapia Analítica é composta de dois Estágios, cada um com duas partes: o primeiro chamado de analítico, que consiste em estimular o paciente à uma confissão remetendo-o a uma retomada do material
  • 2. inconsciente gerando uma dependência deste com o analista. O segundo estágio é chamado sintético e contém duas partes: a educação e a transformação. O paciente passa por um processo de “mini-individuação”, auto educando-se e assumindo a responsabilidade por seu próprio desenvolvimento. Já a Abordagem Centrada no Cliente tem como objetivo ajudar o cliente a crescer nas próprias direções autodeterminadas, desenvolver auto-respeito e seus potenciais, sendo que, o terapeuta detém uma postura de alguém que está preparado para, junto com o cliente e a partir daquilo que ele traz, propor alternativas de ajuda, informação, orientação, encaminhamento e aconselhamento, sem preocupar-se em enquadrar os clientes em categorias, mas antes, facilitar seu processo de desenvolvimento humano (SHIMIDT,1987; DAVIDOFF, 2001). ROGERS (1987) considerou a psicoterapia um método importante de tratamento de um grande número de problemas de adaptação que tornam o indivíduo menos útil e menos eficiente como elemento do seu grupo social. Segundo SANTOS (1982) a não-diretividade da Abordagem Centrada no Cliente é um fator marcante assim como o fato do psicoterapeuta não dar conselhos, não interpretar e não dar informações ou apoio. Ele reflete e vivência ao máximo os sentimentos do cliente. ROGERS e KINGET (1977) propuseram alguns atributos aos psicoterapeutas da Abordagem Centrada no Cliente: a capacidade empática, a autenticidade e a consideração positiva e incondicional do homem além de um grau elevado de maturidade emocional e compreensão de si e, as condições do processo terapêutico por parte do psicoterapeuta devem ser: · O psicoterapeuta deve estar em um Acordo Interno, ou seja, ter uma postura de congruência e transparência, durante a sessão; · O psicoterapeuta deve experimentar uma compreensão empática do ponto de vista interno do cliente, assim como um sentimento de aceitação positiva incondicional a respeito do indivíduo; FADIMAM e FRAGER (1976) destacaram a escuta, pois, através da fala e da forma como o cliente verbaliza ao psicoterapeuta que tem acesso ao mundo interno do cliente. ROGERS (1987) destacou que, para que o cliente obtenha sucesso na terapia, são necessários alguns critérios: · capacidade de enfrentar a vida, assim como o de exercer um certo controle sobre elementos da situação; · capacidade de exprimir as ansiedades de forma verbal ou por qualquer outro meio; independência do controle familiar; não ter uma instabilidade muito excessiva principalmente de natureza orgânica; idade e nível intelectual compatíveis. DAVIDOFF (2001) relatou que o objetivo principal da Gestalt-terapia é recuperar as capacidades inatas do indivíduo de crescimento. Sendo que o Gestalt-
  • 3. terapeuta encoraja o cliente a fazer uso de seus recursos interiores, obtendo controle e tornando-se assim, mais ativo e responsável por suas próprias ações através de exercícios de expressão e auto-conhecimento. GINGER e GINGER (1995) relataram que a Gestalt-terapia se destina a pessoas que sofrem de distúrbios psicossomáticos, problemas existenciais, ou para qualquer pessoa ou organização que esteja “procurando desabrochar seu potencial latente, não só um melhor-ser, mas um mais-ser, uma qualidade de vida melhor” (p. 15), apresentando-se não como uma psicoterapia, mas como uma “arte de viver”, uma forma particular de conceber as relações do ser vivo com o mundo (p.17). BEISSER (1980) descreveu o Gestalt-terapeuta como alguém que rejeita o papel de transformador encorajando o cliente a ser o que ele realmente é. PERLS (1980) relatou alguns procedimentos à serem adotados na sessão: 1. permanecer no Agora e ficar atento se alguém sair deste contexto tanto no sentido manifesto como no fantasioso; 2. não usar a palavra it (3ª pessoa neutra); 3. usar e encorajar a utilização de verbos no lugar de substantivos; 4. não falar de alguém que não esteja presente; 5. não forçar uma confissão e; 6. proporcionar apoio para que a pessoa encontre auxilio em si mesma. 7. Com relação aos sonhos, a Gestalt-terapia evita quaisquer tipos de interpretações, permitindo que o próprio paciente atribua significados as imagens pertencentes ao sonho reexperimentado-as no tempo presente, sejam elas humanas, animais ou vegetais (ENRIGHT, 1980). LEVITSKY e PERLS (1980) ressaltaram algumas premissas para a Gestalt-terapia, entre elas, destacam-se o princípio do Eu e Tu; a Linguagem Neutra e Linguagem do Eu e; o Uso contínuo de Conscientização. Destacaram também as seguintes técnicas utilizadas em terapia: Jogos de Diálogo; Fazer Ronda; Negócio Inacabado; Eu tomo a Responsabilidade; Eu tenho um Segredo; Inversões; Ritmo de Contato e Retraimento; Ensaio; Exageração e; Posso Fornecer-lhe Uma Frase?. A Terapia Comportamental é muitas vezes confundida com a aplicação clínica dos princípios elaborados por Skinner, porém ela foi definida como “a aplicação do conjunto dos conhecimentos psicológicos adquiridos segundo os princípios da metodologia científica, à compreensão e solução de problemas clínicos” e o analista do comportamento que se utiliza dela, baseia-se em um corpo de conhecimentos já verificados empiricamente (NETO e ANDRADE, 1998 p. 199). Segundo FADIMAM E FRAGER (1976), o analista do comportamento tem como objetivo, fazer com que o paciente torne-se capaz de responder a diversas situações do
  • 4. modo como ele gostaria, sem ter que modificar o conteúdo sentimental de sua personalidade, obter compreensão explícita da problemática trazida pelo paciente, em termos de comportamento, assim como, a definição das metas e o alcance destas através de ensino, treino e recompensa de comportamentos que irão competir com e eliminar os comportamentos não desejáveis do cliente. O cliente permanece na sessão de forma livre, podendo expressar de forma espontânea seus comportamentos anteriormente não expressos. Os analistas do comportamento focalizam os sintomas e os fatores ambientais que não contribuem para a resolução do problema. Averiguam a história de vida e ajudam os pacientes na correção de comportamentos indesejáveis. Os objetivos variam de acordo com o cliente e são definidos em conjunto, sendo estabelecidos os alvos de mudança, sejam eles comportamentos, situações, sentimentos ou pensamentos. O primeiro passo é a obtenção de dados através da chamada Análise Comportamental, cujo o objetivo é conhecer a vida e as queixas do paciente buscando as causas do comportamento no ambiente externo, caracterizando-se como essencial para a intervenção clínica comportamental efetiva, especificando-a em três fatores: a) a ocasião em que a resposta ocorre; b) a resposta propriamente dita e; c) as consequências que a reforçam. Após estes passos, define-se quais foram os problemas detectados e os objetivos do tratamento, sendo formulados de forma clara. Existem tarefas, que são realizadas com o psicólogo ou no ambiente natural do paciente, havendo, em casos específicos, a supervisão de um acompanhante que pode ser o psicoterapeuta ou uma pessoa habilitada (DAVIDOFF, 2001; MEYER e SILVARES, 2000; NETO e ANDRADE, 1998). DAVIDOFF (2001) destacou algumas técnicas utilizadas na Terapia Comportamental: a Dessensibilização Sistemática, o Treino Assertivo, o Role-playing e; o Relaxamento. CORDIOLI (1998) esclareceu a necessidade da motivação na adesão ao tratamento, para que haja uma boa aliança de trabalho e realização de tarefas que devem ser executadas pelo cliente como parte do processo. Os Terapeutas Comportamentais estão dando uma importância cada vez maior aos mecanismos cognitivos e sua relação com as emoções e o comportamento, preocupando-se em desenvolver procedimentos para tratar os pensamentos disfuncionais caracterizados por distorções cognitivas, pensamentos automáticos e crenças disfuncionais adjacentes. Daí o termo “Terapia Cognitivo-comportamental” utilizado no lugar de “Terapia Comportamental” mostrando esta tendência (AGRAS 1995 apud CORDIOLI 1998, p. 27). BECK e cols. (1982) descreveram que uma diversidade de técnicas cognitivas e comportamentais são empregadas na T. C. C., objetivando testar, no âmbito da realidade, as falsas concepções do paciente acerca do mundo e suas suposições inadaptativas. O paciente recebe inicialmente uma explicação sobre a base lógica da T. C. C. e, em seguida, aprende a reconhecer, controlar e anotar seus pensamentos disfuncionais ou situações perturbadoras no Registro Diário de Pensamentos Disfuncionais (R.D.P.D.). O terapeuta ajuda o paciente a pensar e agir de forma mais realista e adaptada no tocante à problemática psicológica, obtendo assim, uma redução dos sintomas.
  • 5. Segundo KANFER e GRIMM (1980 apud RANGÉ, 1998) e KANFER e SCHEFFT (1988 apud RANGÉ, 1998), o processo terapêutico na T. C. C. tem sete fases com metas definidas e específicas: 1) Obtenção de Informações, Definição de Papéis e Desenvolvimento de Confiança – com o objetivo de estabelecer confiança e obter informações; 2) Gerar Expectativas e Compromisso com a Mudança – desenvolver a confiança do paciente em suas próprias capacidades, fortalecendo suas expectativas de auto-eficácia; 3) Análise Comportamental – onde são levantadas hipóteses sobre as condições que operam no controle de todos os aspectos da vida do paciente; 4) Programa de Tratamento – constitui-se um modelo provisório dos problemas do paciente, objetivando a explicação do porquê do desenvolvimento das dificuldades; 5) Condução do Tratamento – declínio das expressões empáticas e aumento de orientações; 6) Monitoração e Avaliação do Progresso – é oferecido ao paciente apoio e reforços positivos das mudanças efetivando a Confrontação; 7) Generalização dos Resultados – o controle do psicoterapêuta é reduzido até que o contato entre ele e o paciente torne-se supérfluo, com menos orientações e mais apoio. O paciente sente-se seguro para enfrentar as dificuldades e a psicoterapia se encerra; RANGÉ e SOUZA (1998) descreveram algumas técnicas cognitivas que podem ser usadas tanto para a identificação e modificação dos pensamentos automáticos, como as crenças centrais ou intermediárias: · Questionamento Socrático é o questionamento das evidências que sustentam ou não a lógica do pensamento; · Continuum Cognitivo que implica em uma avaliação realizada pelo paciente sobre seus desempenhos comparados com o de outros indivíduos; · Descatastrofização – é a avaliação de uma conseqüência temida pelo indivíduo; · Identificação de Distorções Cognitivas consiste em possibilitar ao paciente o reconhecimento das distorções que mantém suas crenças e evidências contrárias a ela; · Técnicas de Reatribuição são utilizadas para pacientes que se auto-atribuem de responsabilidades irreais em relação aos resultados negativos, flexibilizando seus julgamentos através da identificação de outros fatores que contribuem para o resultado final; · Técnica do Gráfico em de Forma de Torta é uma visualização dos pensamentos em gráfico e;
  • 6. · Técnica da Flecha Descendente, que consiste no questionamento sucessivo sobre o significado de uma determinada cognição, alcançando o objetivo central. A Terapia Cognitiva tem característica de ser breve, com duração aproximada de dez à vinte sessões, sendo considerada indispensável uma boa relação terapêutica, onde o terapeuta é ativo e o paciente um colaborador, sem contar que um bom psicoterapeuta, deve ser dotado de uma capacidade de responder ao paciente numa atmosfera de relacionamento humano cercado de interesse, aceitação e simpatia, onde o paciente poderá experimentar um sentimento de afabilidade e gratidão, resultando em uma sensação de segurança. Estas qualidades devem ser observadas no terapeuta antes mesmo de ser um bom aplicador de técnicas específicas, abrindo espaço para todo e qualquer sentimento do paciente discutido-o adequadamente durante as sessões (RANGÉ e SOUZA ,1998; BECK e Cols., 1982).