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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 
LUCIANA MOLINARI MURAKAMI 
A UTILIZAÇÃO DE ÁGUA DE MANEIRA SUSTENTÁVEL EM RESIDÊNCIAS 
UNIFAMILIARES 
São Paulo 
2012
LUCIANA MOLINARI MURAKAMI 
A UTILIZAÇÃO DE ÁGUA DE MANEIRA SUSTENTÁVEL EM RESIDÊNCIAS 
UNIFAMILIARES 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Departamento de Pós- 
Graduação da Faculdade de Arquitetura e 
Urbanismo da Universidade Presbiteriana 
Mackenzie como requisito parcial para 
obtenção de título de Especialista em 
Sustentabilidade das Edificações 
São Paulo 
2012
À Alice, que a cada dia seu planeta seja 
melhor e que mais pessoas aprendam a 
respeitá-lo.
AGRADECIMENTOS 
Agradeço à minha família, pelo apoio e dedicação no período de elaboração deste 
trabalho. 
Ao Prof. Afonso Celso V. de Castro, por suas aulas inspiradoras e cheias de 
entusiasmo. 
À Prof. Paula Jorge, que me indicou qual caminho seguir para a finalização deste 
trabalho. 
À Morada da Floresta, pelo acolhimento e pelas informações fornecidas. 
Aos meus colegas de turma, que durante todo o curso compartilharam suas 
experiências e seus conhecimentos.
RESUMO 
Aborda a importância da água para o homem e sua relação com a habitação. Relata 
técnicas, tecnologias e materiais para a utilização da água de maneira sustentável 
em residências unifamiliares. Descreve sistemas de captação de águas pluviais, 
aproveitamento de águas residuais e drenagem de água de chuva. Analisa a 
importância da água nos principais selos de certificação existentes no Brasil. 
Apresenta referências de implantação de sistemas de uso racional de água em 
residências. 
Palavras-chave: Água. Águas Pluviais. Reuso. Águas Residuais.
ABSTRACT 
Discusses the importance of water for man and its relation to housing. Reports 
techniques, technologies and materials for use of water in a sustainable way in 
single-family homes. Describes systems of rainwater capture, use of wastewater and 
drainage of rainwater. Analyzes the importance of water in the main certification 
seals existing in Brazil. Presents references to the adaption in homes of systems for 
rational use of water. 
Keywords: Water. Rainwater. Reuse. Wastewater.
LISTA DE FIGURAS, TABELAS E GRÁFICOS 
Figura 1: Mapa da situação do abastecimento urbano de água nos municípios................... 14 
Figura 2: Ciclo da água ........................................................................................................ 15 
Figura 3: A água que você não vê ....................................................................................... 21 
Figura 4: Balanço de água virtual por país e direção de fluxos brutos relacionados ao 
comércio agrícola e produtos industriais no período de 1996-2005. .................................... 21 
Figura 5: Hughie Sink .......................................................................................................... 23 
Figura 6: Desperdício de água ............................................................................................. 24 
Figura 7: Redutor de volume para caixa acoplada ............................................................... 25 
Figura 8: Tubo PPR ............................................................................................................. 26 
Figura 9: Mangueira PEX ..................................................................................................... 27 
Figura 10: Sistema de recirculação de água ........................................................................ 28 
Figura 11: Lavatório e vaso integrado W+W da marca Roca ............................................... 29 
Figura 12: Sistema de funcionamento do lavatório e vaso integrado W+W da marca Roca . 30 
Figura 13: Sistema de reuso chuveiro-bacia ........................................................................ 30 
Figura 14: Banheiro seco elétrico. ........................................................................................ 31 
Figura 15: Banheiro seco – Ipema – Ubatuba ...................................................................... 31 
Figura 16: Corte banheiro seco ............................................................................................ 32 
Figura 17: Esquema de captação de água da chuva com armazenamento em cisterna 
subterrânea ......................................................................................................................... 35 
Figura 18: Filtro de folhas .................................................................................................... 36 
Figura 19: Filtro de folhas .................................................................................................... 36 
Figura 20: Filtro de folhas .................................................................................................... 37 
Figura 21: Sifão ................................................................................................................... 37 
Figura 22: Freio d’água ........................................................................................................ 38 
Figura 23: Esquema de freio d’água .................................................................................... 38 
Figura 24: Separador de fluxo .............................................................................................. 39 
Figura 25: Separador de fluxo acoplado a filtro de folhas .................................................... 40 
Figura 26: Separador de fluxo .............................................................................................. 40 
Figura 27: Filtragem através de sedimentação/ decantação ................................................ 41 
Figura 28: Filtragem através de camada de brita ................................................................. 41 
Figura 29: Cisterna horizontal para utilização aterrada ........................................................ 42 
Figura 30: Cisterna vertical para utilização externa .............................................................. 42 
Figura 31: Esquema de funcionamento de sistema de água pluvial ..................................... 43 
Figura 32: Sistema Mizumo ETE.......................................................................................... 45 
Figura 33: Sistema de tratamento de águas residuais ......................................................... 45 
Figura 34: Esquema de fossa séptica .................................................................................. 46 
Figura 35: Esquema de filtro biológico ................................................................................. 47 
Figura 36: Filtro biológico ..................................................................................................... 47 
Figura 37: Oxigenação de água ........................................................................................... 48 
Figura 38: Esquema de filtro biológico ................................................................................. 48 
Figura 39: Wetland Emaus................................................................................................... 49 
Figura 40: Piso intertravado ................................................................................................. 50 
Figura 41: Concregrama ...................................................................................................... 51 
Figura 42: Pedrisco em piso na garagem ............................................................................. 51 
Figura 43: Esquema de jardim inundável ............................................................................. 52 
Figura 44: Jardim inundável – Stephen Epler Hall, Portland. ............................................... 52 
Figura 45: Jardim inundável – Stephen Epler Hall, Portland. ............................................... 52 
Figura 46: Esquema de jardim inundável – Stephen Epler Hall, Portland............................. 53 
Figura 47: Jardim inundável - Fupam ................................................................................... 53 
Figura 48: Jardim alagado - Praça Victor Civitta .................................................................. 54 
Figura 49: Sistema TecGarden ............................................................................................ 54 
Figura 50: Sistema de jardins - Praça Victor Civitta ............................................................. 55
Figura 51: Categorias AQUA ............................................................................................... 57 
Figura 52: Plantas de residência .......................................................................................... 62 
Figura 53: Válvula de duplo fluxo ......................................................................................... 63 
Figura 54: Torneira com arejador ......................................................................................... 63 
Figura 55: Esquema de captação de água pluvial térreo ..................................................... 64 
Figura 56: Esquema de captação de água pluvial térreo (01- Filtro de folhas) ..................... 64 
Figura 57: Esquema de captação de água pluvial térreo (03- Filtro de brita) ....................... 65 
Figura 58: Esquema de captação de água pluvial térreo (02 – Filtro de folhas + separador de 
fluxo) .................................................................................................................................... 65 
Figura 59: Esquema de captação de água pluvial térreo (04- Reservatório 4.000 litros) ...... 66 
Figura 60: Jardim central ..................................................................................................... 67 
Figura 61: Esquema de captação e distribuição de água pluvial. ......................................... 68 
Figura 62: Caixa primária para captação de água de chuva ................................................ 69 
Figura 63: Cisterna .............................................................................................................. 69 
Figura 64: Parte interna cisterna .......................................................................................... 70 
Figura 65: Filtro na cobertura ............................................................................................... 70 
Figura 66: BED ZED ............................................................................................................ 71 
Figura 67: BED ZED - Esquema captação de água ............................................................. 72 
Figura 68: BED ZED - Sistema de tratamento ecológico. ..................................................... 72 
Tabela 1: Classificação de corpos de água com relação à vazão de retirada e à vazão média 
............................................................................................................................................ 12 
Tabela 2: Disponibilidade e demandas hídricas por regiões brasileiras ............................... 13 
Tabela 3: Vazão média de água por habitante no Brasil ...................................................... 13 
Tabela 4: Perda estimada por vazamentos .......................................................................... 24 
Tabela 5: Consumo de água por equipamento .................................................................... 33 
Tabela 6: Créditos LEED - WE ............................................................................................ 58 
Tabela 7: Pontuação referente ao percentual de redução de consumo ............................... 59 
Gráfico 1: Distribuição de água doce no planeta .................................................................. 11 
Gráfico 2: Distribuição hídrica no Brasil ............................................................................... 12 
Gráfico 3: Vazões de captação – captadas 1.600 m³/s ........................................................ 19 
Gráfico 4: Vazões de consumo – consumo 840 m³/s ........................................................... 20 
Gráfico 5: Consumo de água em residências ...................................................................... 22
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10 
2. CONTEXTO ATUAL DA ÁGUA ............................................................................. 11 
3. O CONSUMO DE ÁGUA ....................................................................................... 17 
4. O CONSUMO DE ÁGUA EM RESIDÊNCIAS ....................................................... 22 
5. TECNOLOGIAS E MATERIAIS ............................................................................. 26 
6. CAPTAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS ...................................................................... 34 
7. SISTEMAS DE APROVEITAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS ............................ 44 
8. DRENAGEM DE ÁGUA DE CHUVA ..................................................................... 50 
9. ÁGUA E CERTIFICAÇÕES ................................................................................... 56 
9.1. CERTIFICAÇÃO AQUA .................................................................................. 56 
9.2. CERTIFICAÇÃO LEED ................................................................................... 58 
9.3. CERTIFICAÇÃO PROCEL-EDIFICA .............................................................. 61 
10. PROJETOS REFERENCIAIS .............................................................................. 62 
10.1. RESIDÊNCIA MORRO DO QUEROSENE ................................................... 62 
10.2. ECOVILA RESORT PRAIA GRANDE .......................................................... 67 
10.3. ONG MORADA DA FLORESTA ................................................................... 68 
10.4. BED ZED ...................................................................................................... 71 
11. CONCLUSÃO ...................................................................................................... 74 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 76
10 
1. INTRODUÇÃO 
O objetivo desta monografia é determinar como a água em residências unifamiliares 
pode ser utilizada de diferentes maneiras, porém de forma sustentável, sem causar 
danos a gerações futuras. 
Expor as técnicas hoje disponíveis para o uso racional da água, discutir cada uma 
delas em sua funcionalidade e seu resultado final, comparando custos e benefícios 
para que novas construções sejam pensadas, desde o projeto, para atingir metas 
mais sustentáveis. 
Não há mais tempo para deixar de lado as soluções ecológicas, hoje sua 
implantação é urgente e não pode ser ignorada, deve ser pensada e planejada 
desde o inicio de um projeto, estar presente nas políticas públicas e fazer parte do 
cotidiano da sociedade atual. 
Foram pesquisados dados históricos e geográficos da situação da água no mundo e 
no Brasil, levantadas informações de consumo de água em suas diferentes 
utilizações e de produtos e equipamentos relacionados ao consumo e à utilização de 
água numa residência. Dados de técnicas desenvolvidas, manuais com técnicas de 
racionalização de água na construção civil, programas de governo e certificações 
existentes no mercado comprovam que é possível construir residências eficientes, 
sem que para isso haja um custo elevado. Demonstrando que o custo-benefício, não 
somente financeiro, como social e ambiental, também faz parte do processo de 
racionalização. 
Essas informações serão utilizadas para comprovar a urgência de a sociedade, e 
principalmente os projetistas dessa sociedade, utilizar técnicas de racionalização 
desse recurso precioso e mais raro do que se imagina.
11 
2. CONTEXTO ATUAL DA ÁGUA 
[...] quer pelos físicos, quer pelos filósofos, quer pelos sacerdotes, 
que todas as coisas subsistem pela força da água, [...] Pois a água é 
sumamente necessária para a vida, para as comodidades e para o 
uso quotidiano (VITRUVIOS, 2007, p. 385-386) 
O planeta Terra é formado por ¾ de água e ¼ de terra, de acordo com a 
Organização das Nações Unidas para Educação e Cultura (Unesco) 
Esta água está em constante estado de transformação entre as suas 
diferentes formas [...] estimativas atuais sugerem que a Terra contém 
cerca de 1386 milhões de km³ de água, embora 97,5% disto é água 
salgada. Da maioria dos 2,5% restantes de água doce, cerca de 
68,7%, encontra-se na cobertura de neve permanente nas regiões do 
Ártico e da Antártida. Existem 29,9% em águas subterrâneas, e 
apenas 0,26% está concentrado em lagos, reservatórios e sistemas 
fluviais [...]. (UNESCO, 2012) 
rios e lagos 
0,30% 
polos, geleiras e 
icebergs 
68,90% 
leitos 
subterrâneos 
29,90% 
outros 0,90% 
Gráfico 1: Distribuição de água doce no planeta 
Fonte: Unesco (2012). 
rios e lagos 
polos, geleiras e icebergs 
leitos subterrâneos 
outros 
O Brasil possui em seu território 13,7% da água doce do mundo, sendo que 80% 
desse total encontra-se em rios da Amazônia.
12 
Abaixo o gráfico de distribuição hídrica no Brasil por bacias: 
Trecho Norte e 
Nordeste 11,6% 
São Francisco 
7,5% 
Trecho Leste 
6,7% 
Trecho Sudeste 
2,6% 
Gráfico 2: Distribuição hídrica no Brasil 
Fonte: Telles (2007, p.10). 
Amazônia 45,7% 
Tocantins 9,5% 
Paraná 14,3% Uruguai 2,1% 
A Agência Nacional de Águas (ANA) classifica a disponibilidade hídrica no Brasil de 
acordo com a seguinte tabela: 
Tabela 1: Classificação de corpos de água com relação à vazão de retirada e à vazão média 
Fonte: BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (2006, p.209).
13 
Aplicando-se essa classificação às regiões hidrográficas nacionais, obtêm-se os 
seguintes dados: 
Tabela 2: Disponibilidade e demandas hídricas por regiões brasileiras 
Fonte: BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (2006, p.212). 
Apesar da grande disponibilidade hídrica brasileira, ao se comparar a população de 
cada região, percebe-se que nem sempre a água está onde há maior concentração 
populacional. 
Tabela 3: Vazão média de água por habitante no Brasil 
Fonte: BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (2006, p.208).
14 
Atualmente a cidade de São Paulo, pertencente à bacia do Paraná, importa água de 
Minas Gerais para suprir sua demanda, mostrando que a escassez é iminente. 
Num panorama mundial a situação é mais crítica, 
[...] uma em cada seis pessoas não tem acesso à água potável, 
quase metade da população mundial carece de instalações sanitárias 
apropriadas em suas residências e, a cada quinze segundos, uma 
criança morre devido a alguma doença relacionada com a água. 
(EDWARDS, 2008, p. 97) 
Em seu relatório anual, a ANA (2010) analisou o abastecimento urbano de água em 
alguns municípios e apresentou um mapa em que 13,4% dos municípios analisados 
requerem novos mananciais e 50,7% precisam de ampliação do sistema. 
Figura 1: Mapa da situação do abastecimento urbano de água nos municípios 
Fonte: ANA (2010, p.22).
15 
Para entender a origem da escassez é preciso analisar o ciclo da água, onde este foi 
interrompido ou corrompido, “[...] o estudo do ciclo da água na natureza permite 
reconhecer os pontos de ação para tratamento e proteção ambiental.” (ADAM, 2001, 
p.83). 
Figura 2: Ciclo da água 
Fonte: DAEBAURU (2011). 
Ao analisar esses pontos, pode-se criar estratégias para o uso consciente, sem que 
etapas do ciclo sejam prejudicadas, e pensar na gestão da água com um enfoque 
ambiental, que, segundo Dominique Gauzin-Muller (2006, tradução nossa) significa: 
a) proteger o lençol freático e as águas superficiais; 
b) reduzir o consumo de água potável e garantir sua qualidade;
16 
c) minimizar o volume de águas residuais para diminuir os custos com seu 
tratamento, redimensionamento de redes saturadas e construção de novas 
centrais de tratamento; 
d) garantir um tratamento ecológico das águas residuais; 
e) limitar a impermeabilização das superfícies para reduzir riscos de 
inundação; 
f) criar lagos e retenções integrados com espaços verdes que melhorem a 
qualidade do ar e traga benefícios sociais.
17 
3. O CONSUMO DE ÁGUA 
No Brasil, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (1986) classifica a água em nove 
classes e três categorias, de acordo com seu uso preponderante: águas doces, 
salobras e salinas. 
Águas Doces1 
I - Classe Especial - águas destinadas: 
a) ao abastecimento doméstico sem prévia ou com simples desinfecção; 
b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas. 
II - Classe 1 - águas destinadas: 
a) ao abastecimento doméstico após tratamento simplificado; 
b) à proteção das comunidades aquáticas; 
c) à recreação de contato primário (natação, esqui aquático e mergulho); 
d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se 
desenvolvam rentes ao solo e que ingeridas cruas sem remoção de película; 
e) à criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à 
alimentação humana. 
III - Classe 2 - águas destinadas: 
a) ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional; 
b) à proteção das comunidades aquáticas; 
c) à recreação de contato primário (esqui aquático, natação e mergulho); 
d) à irrigação de hortaliças e plantas frutíferas; 
e) à criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à 
alimentação humana. 
IV - Classe 3 - águas destinadas: 
a) ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional; 
b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; 
c) à dessedentação de animais. 
1 BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Resolução nº 20, de 18 de junho de 
1986. Classifica a água de acordo com seu uso preponderante.
18 
V - Classe 4 - águas destinadas: 
a) à navegação; 
b) à harmonia paisagística; 
c) aos usos menos exigentes. 
Águas Salinas 
VI - Classe 5 - águas destinadas: 
a) à recreação de contato primário; 
b) à proteção das comunidades aquáticas; 
c) à criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à 
alimentação humana. 
VII - Classe 6 - águas destinadas: 
a) à navegação comercial; 
b) à harmonia paisagística; 
c) à recreação de contato secundário. 
Águas Salobras 
VII - Classe 7 - águas destinadas: 
a) à recreação de contato primário; 
b) à proteção das comunidades aquáticas; 
c) à criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à 
alimentação humana. 
IX - Classe 8 - águas destinadas: 
a) à navegação comercial; 
b) à harmonia paisagística; 
c) à recreação de contato secundário. 
A água é um item indispensável para a sobrevivência do homem, tanto para sua 
alimentação e higiene, quanto como um elemento de desenvolvimento econômico 
(processos industriais). 
Os principais usos da água segundo o World Business Council For Sustainable 
Development (WBCSD, 2005, p.8) podem ser divididos em:
19 
a) agricultura; 
b) abastecimento humano (urbano e rural); 
c) abastecimento animal; 
d) indústria; 
e) pesca/agricultura; 
f) saneamento básico; 
g) preservação do meio ambiente; 
h) navegação; 
i) recreação/cultura; 
j) geração de energia. 
Com o crescimento populacional e, consequentemente, o aumento do consumo de 
água torna-se urgente o uso racional desse precioso recurso. 
Segundo o relatório “Água, fatos e tendências” (WBCSD, 2005, p.10), as vazões de 
captação e consumo no Brasil podem ser divididas conforme os gráficos abaixo: 
46% 
26% 
18% 
3% 
50% 
45% 
40% 
35% 
30% 
25% 
20% 
15% 
10% 
5% 
Gráfico 3: Vazões de captação – captadas 1.600 m³/s 
Fonte: WBCSD (2005, p.10). 
7% 
0% 
Irrigação Urbana Industrial Rural Animal 
Irrigação 
Urbana 
Industrial 
Rural 
Animal
20 
69% 
11% 
7% 
2% 
80% 
70% 
60% 
50% 
40% 
30% 
20% 
10% 
0% 
Irrigação Urbana Industrial Rural Animal 
Gráfico 4: Vazões de consumo – consumo 840 m³/s 
Fonte: WBCSD (2005, p.10). 
11% 
Irrigação 
Urbana 
Industrial 
Rural 
Animal 
Além do uso direto para consumo, a água também pode ser transportada em forma 
de água virtual (quantidade de água gasta para produzir um bem, produto ou 
serviço). Dados da Unesco-IHE (2011) dão conta de que o comércio global 
movimenta um volume anual de água virtual da ordem de 1.000 a 1.340 km³, sendo: 
76% relacionados com o comércio de produtos agrícolas; 
12% relacionados com o comércio de produtos animais; 
12% relacionados com produtos industriais. 
Isso significa uma enorme transferência de água de regiões com abundância e baixo 
custo para regiões com escassez e alto custo. Com esses dados podemos avaliar a 
importância desse insumo que hoje é uma forte e valiosa moeda, que deve ser 
cuidada e resguardada da melhor maneira possível. 
Abaixo, seguem alguns exemplos da quantidade de água utilizada na produção de 
certos alimentos.
21 
Figura 3: A água que você não vê 
Fonte: Planeta Sustentável (2012). 
Figura 4: Balanço de água virtual por país e direção de fluxos brutos relacionados ao 
comércio agrícola e produtos industriais no período de 1996-2005. Somente maiores fluxos 
(> 15 Gm³/yr). 
Fonte: UNESCO-IHE (2011).
22 
4. O CONSUMO DE ÁGUA EM RESIDÊNCIAS 
A consciência de habitar (conexão entre edifício, consciência e 
ecologia) tem efeitos tangíveis, representados pelo impacto dos 
edifícios nos ecossistemas urbanos e destes em outro ecossistema 
mais amplo e assim por diante (ADAM, 2001, p.23). 
Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) o total de 
domicílios no país com abastecimento de água é de 81,7%, porém apenas 44,5% 
possuem rede de esgoto (Ministério das Cidades, 2011). 
Antes de chegar ao consumo final 
[...] a água percorre um longo processo de captação, que 
compreende a retirada da água dos mananciais superficiais (rios, 
lagos ou represas) e profundos (poços), para depois enviarem às 
estações de tratamento de água e sua consequente distribuição 
(TELLES, 2007, p.14). 
O consumo médio de água do brasileiro em 2009 foi de 148,5 l/dia por habitante 
(Ministério das Cidades, 2011), sendo que a Organização das Nações Unidas (ONU) 
recomenda a média de 110 l/dia por habitante. 
O consumo de água em residências pode ser dividido da seguinte forma: 
40% 
4% 4% 5% 
30% 
11% 
6% 
Gráfico 5: Consumo de água em residências 
Fonte: Ewards (2008, p.101). 
Higiene pessoal 
Descarga de vasos 
sanitários 
Lavanderia 
Cozinha 
Jardinagem 
Água potável 
Diversos
23 
Analisando os dados de consumo residencial, pode-se pensar no uso sustentável da 
água através dos diferentes aspectos descritos por Roaf et al. (2006): 
Economia de água 
A economia de água pode ser obtida através de simples hábitos, como o de fechar a 
torneira ao escovar os dentes, não lavar calçadas com água, não lavar carros com 
mangueira, banhos rápidos, enfim adotando-se um modo de vida adequado à nova 
realidade mundial de escassez de recursos. 
Um exemplo de novos hábitos é a invenção do australiano Ian Alexander a Hughie 
Sink, uma espécie de bacia que se encaixa na pia da cozinha e “[...] serve para 
recolher a água utilizada na lavagem de pratos, legumes ou frutas. Em função da 
sujeira da água, ela pode ser usada para regar plantas do jardim, ser usada na bacia 
sanitária ou para lavar os animais de estimação.” (Duran, 2010). 
Figura 5: Hughie Sink 
Fonte: Hughie (2012). 
Eficiência de uso 
Profissionais como arquitetos e engenheiros podem influenciar muito mais, direta e 
indiretamente, o consumo dessa água através de projetos e tecnologias aplicadas 
para o uso da água em edificações. A utilização de louças e metais eficientes, 
projetos hidráulicos com layouts e canalizações otimizados, isolamento eficiente, 
evitando perda de carga, projetos paisagísticos com vegetação nativa (evitando a 
necessidade excessiva de irrigação).
24 
Manutenção 
A eficiência na manutenção preventiva e efetiva é fator predominante na economia, 
uma torneira gotejando pode gerar um desperdício de até 1.000 litros por mês. 
Figura 6: Desperdício de água 
Fonte: TECHNE (2010). 
Vistoriar regularmente os equipamentos de uso cotidiano e realizar sua manutenção 
preventiva podem ser fatores determinantes na redução de consumo, pois a 
detecção de vazamentos, por simples observação ou por análise comparativa de 
consumo, é uma das atitudes de baixo custo e alto impacto. Piscinas descobertas 
podem perder, por evaporação, até 3.700 l/mês. 
Abaixo, segue a tabela da ANA com a perda estimada de água por vazamentos: 
Tabela 4: Perda estimada por vazamentos 
Fonte: ANA (2005).
25 
Substituição de uso 
Em locais onde houver a possibilidade, deve-se substituir a água por outro elemento, 
como vasos sanitários a vácuo, banheiros secos, mictórios sem água, varrer quintais 
e calçadas ao invés de lavá-los. 
Segundo Duran (2011), com o uso de um dispositivo simples como o redutor 
volumétrico em bacias com caixa acoplada é possível economizar 1,5 litro de água 
em cada descarga. 
Figura 7: Redutor de volume para caixa acoplada 
Fonte: Duran (2011, p.120). 
Reaproveitamento de água 
Existem alguns graus de reaproveitamento de água, desde a simples captação de 
água de chuva até o tratamento e reuso de águas servidas e fecais. Optar por estes 
últimos implica não somente a economia de água, mas também o impacto ambiental 
positivo, pois a água contaminada não estará retornando a natureza após o seu uso.
26 
5. TECNOLOGIAS E MATERIAIS 
O homem deve eleger seus edifícios conforme o modo de vida 
pretendido. Gestão do usuário é o conhecimento e a compreensão 
de todos os sistemas que compõe um edifício, e o impacto ambiental 
deste gerenciamento. Um conceito chave na gestão do usuário diz 
respeito à eliminação de desperdícios e reciclagem de recursos. [...] 
Isto exige o mapeamento e a visualização dos fluxos de energia e 
recursos, nos edifícios e também nas cidades(ADAM, 2001, p.37-38). 
O projeto de instalações hidráulicas possui grande importância para a racionalização 
de água. Este deve otimizar a distribuição, evitando perda de carga e desperdício de 
água no sistema como um todo. A escolha do sistema a ser implementado também 
deve levar em consideração algumas informações sobre os materiais. O material 
mais comum utilizado nas tubulações no Brasil é o PVC. Apesar de ser reciclável, 
esse material possui alta toxicidade por conter cloreto em sua composição. Em 
contrapartida, surgiram os tubos PPR, polipropileno copolímero random tipo 3, que 
utilizam como matéria-prima o petróleo e não contêm em sua composição o cloreto, 
sendo considerados atóxicos. Além disso, possuem vantagens no sistema de 
montagem (termofusão), que elimina a necessidade de cola adesiva, utilizada para o 
PVC (produto tóxico). 
Figura 8: Tubo PPR 
Fonte: Supergreen (2012, p.6).
27 
Pouco utilizado no Brasil porém com alta eficiência, os tubos PEX, polietileno 
reticulado, servem tanto para água fria como para água quente e possuem um 
novo sistema de instalação, ponto- a -ponto. Esse sistema requer menos custo 
na manutenção, uma vez que não são necessárias demolições. Uma tubulação 
de bitola maior é passada inicialmente e servirá de guia para as mangueiras de 
PEX que conduzirão a água de uma central no ambiente até o ponto de 
consumo. As conexões são feitas através de abraçadeiras sobre pressão, sem 
a necessidade de cola, não existem emendas, evitando o risco de vazamentos. 
Sua maior desvantagem, além de ser um processo que necessita de mão de 
obra especializada, é que suporta temperaturas apenas até 90°C (menos que o 
cobre e o PPR). 
Figura 9: Mangueira PEX 
Fonte: Tigre (2012). 
A execução do projeto hidráulico deverá ser criteriosa, pois alguns elementos 
como tubulações de água quente costumam ser vilões do desperdício. Em uma 
grande quantidade de residências que possuem sistema de aquecimento, seja 
a gás, caldeira, boiler ou solar, ao se abrir o chuveiro são necessários ao 
menos alguns segundos (ou minutos) até que a água quente abasteça o ponto 
de uso. A água fria que estava na tubulação é descartada limpa e sem 
utilização no esgoto. 
Possuir um sistema com bom isolamento térmico diminui a perda de calor e o 
tempo necessário de espera. Diminuir a distância entre a fonte produtora de 
água quente e os pontos de consumo otimiza esse sistema. E, se possível, 
implementar um sistema de recirculação de água no qual a água fria retorne 
para novo aquecimento é a solução de melhor resultado em economia de água,
28 
apesar de gerar pequeno consumo de energia para a bomba. Sua utilização 
consiste na instalação de um termostato que irá verificar a temperatura da 
água, quando esta estiver em uma temperatura abaixo do programado, a 
bomba é acionada. Nesse tipo de sistema, a instalação de um timer auxilia na 
otimização, fazendo o sistema funcionar apenas nos horários necessários ao 
uso. 
Figura 10: Sistema de recirculação de água 
Fonte: Soletrol (2012). 
O maior consumo de água numa residência está relacionado à higiene pessoal 
e aos vasos sanitários, ambos utilizam equipamentos como torneiras, chuveiros 
e válvulas para possibilitar o consumo. Existem atualmente no mercado 
diversas opções de marcas e modelos desses equipamentos, porém somente 
alguns são eficientes na redução de consumo de água, utilizar a tecnologia 
disponível para garantir um melhor desempenho e uso dos recursos é uma 
alternativa de fácil acesso. 
Segundo Roaf et al. (2006) os equipamentos de maior impacto são: chuveiros, 
torneiras, vaso sanitário e maquina de lavar roupas. Abaixo, seguem suas 
características principais em relação aos consumos. 
Chuveiros 
Esse equipamento pode ter vazão de 8 a 80 litros por minuto dependendo do 
modelo. Buscar opções com menor vazão ou a utilização de redutores de fluxo 
garante um menor desperdiço.
29 
Torneiras 
Áreas públicas e de grande fluxo de pessoas já utilizam em sua maioria 
torneiras com sistema automático de fechamento, em residências o uso não é 
tão comum, porém a simples utilização de arejadores nos bicos das torneiras já 
as tornam mais eficientes, podendo gerar uma economia de 50% no consumo 
de água no ponto de uso (DURAN, 2011). 
Vaso sanitário 
Grande vilão no consumo, esse equipamento ganhou diversas versões 
econômicas nos últimos anos. Seu desenho foi modificado para a redução de 
uso de 10 a 12 litros de água por descarga para apenas 3 a 6 litros. As válvulas 
contam com acionamento duplo para resíduos sólidos ou líquidos, garantindo 
uma economia significativa em seu uso. 
Modelos mais modernos a vácuo, utilizam apenas 1,2 litro de água, o custo 
ainda é alto devido à necessidade de instalação de uma bomba a vácuo 
(RESENDE, 2009). O sistema consiste em usar uma bomba no lugar do sifão, 
quando a descarga é acionada, a bomba suga os dejetos para a tubulação, a 
água é apenas utilizada para a limpeza das paredes da bacia. 
Novas tecnologias e soluções estão cada dia mais disponíveis, como, por 
exemplo, este modulo de lavatório e vaso integrado, no qual a água do 
lavatório é utilizada para abastecer a descarga do vaso sanitário. 
Figura 11: Lavatório e vaso integrado W+W da marca Roca 
Fonte: Roca (2012).
30 
Figura 12: Sistema de funcionamento do lavatório e vaso integrado W+W da marca 
Roca 
Fonte: Roca (2012). 
Existem também soluções alternativas, que podem ser aplicadas para a 
substituição da água em vasos sanitários, como a reutilização de água de 
chuveiro ou a utilização de um sistema independente abastecido com água da 
chuva. 
Figura 13: Sistema de reuso chuveiro-bacia 
Fonte: Sociedade do Sol (2012).
31 
Outras soluções não utilizam água, são os banheiros secos. O modelo 
compacto é movido a eletricidade, onde o aquecimento acelera a 
decomposição, evapora a urina e transforma os resíduos em pó. 
Figura 14: Banheiro seco elétrico. 
Fonte: Recicla Flores (2012). 
Porém existem outros modelos mais simples e de baixo custo que podem ser 
utilizados em regiões onde a água é escassa: 
Figura 15: Banheiro seco – Ipema – Ubatuba 
Fonte: Autora (2008).
32 
Figura 16: Corte banheiro seco 
Fonte: Universidade de Brasília (2012). 
Esse modelo consiste em um depósito inferior onde os desejos “descansam” 
por um período de 6 a 8 meses, preferencialmente aquecidos pelo sol, e 
misturados a matérias secas, como pó de serragem e folhas secas que evitam 
o mau cheiro. Após o período de descanso o composto formado poderá ser 
utilizado como adubo. 
Máquina de lavar 
Máquinas de lavar roupa e lava-louças estão cada dia mais presentes nos lares 
brasileiros, uma máquina de lavar roupas de 11 kg pode gastar de 90 a 130 
litros de água por ciclo, dependendo do modelo e da marca, buscar 
equipamentos mais eficientes pode significar uma redução mensal significativa 
de consumo. 
Definições simples, que pouco alteram o projeto podem fazer uma enorme 
diferença no consumo mensal de uma edificação. Abaixo, uma tabela 
produzida pelo Programa de Uso Racional de Água (Pura) da Sabesp
33 
exemplifica como a simples escolha e especificação de materiais pode 
influenciar na redução do consumo: 
Equipamento 
convencional Consumo Equipamento 
economizador Consumo Economia 
Bacia com caixa acoplada 12 
litros/descarga Bacia VDR 6 litros/descarga 50% 
Bacia com válvula bem 
regulada 
10 
litros/descarga Bacia VDR 6 litros/descarga 40% 
até 6 mca 0,19 litros/seg Restritor de vazão 
Ducha (água quente/fria) - 
8 litros/min 0,13 litros/seg 32% 
Ducha (água quente/fria) - 
15 a 20 mca 0,34 litros/seg Restritor de vazão 
8 litros/min 0,13 litros/seg 62% 
Ducha (água quente/fria) - 
15 a 20 mca 0,34 litros/seg Restritor de vazão 
12 litros/min 0,20 litros/seg 41% 
Torneira de pia - até 6 
mca 0,23 litros/seg Arejador vazão cte 
(6 litros/min) 0,10 litros/seg 57% 
Torneira de pia - 15 a 20 
mca 0,42 litros/seg 
Arejador vazão cte 
(6 litros/min) 0,10 litros/seg 76% 
Torneira uso geral/tanque 
- até 6 mca 0,26 litros/seg Regulador de 
vazão 0,13 litros/seg 50% 
Torneira uso geral/tanque 
- 15 a 20 mca 0,42 litros/seg Regulador de 
vazão 0,21 litros/seg 50% 
Torneira uso geral/tanque 
- até 6 mca 0,26 litros/seg Restritor de vazão 0,10 litros/seg 62% 
Torneira uso geral/tanque 
- 15 a 20 mca 0,42 litros/seg Restritor de vazão 0,10 litros/seg 76% 
Torneira de jardim - 40 a 
50 mca 0,66 litros/seg Regulador de 
vazão 0,33 litros/seg 50% 
Mictório 2 litros/uso Válvula automática 1 litro/seg 50% 
Tabela 5: Consumo de água por equipamento 
Fonte: USP; Sabesp (1996) apud Federação do Comércio do Estado de São Paulo 
(2010).
34 
6. CAPTAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS 
As populações naturais tendem a se estabelecer numa 
situação de equilíbrio ecológico fluente. Em vez de 
superexplorar seus recursos, adotam um esquema e uma taxa 
de utilização destes, para que o meio ambiente tenha 
condições de os sustentar indefinidamente. Não há chances de 
separação da natureza; somos parte de um ecossistema, 
temos de reconhecer nossas necessidades e participar 
eticamente, dando apoio aos sistemas (ADAM, 2001, p.29-30). 
A captação de água de chuva tem sido um dos itens mais comuns em novas 
construções. Em São Paulo foi criada a “Lei das Piscininhas”, lei n. 12.526, de 
02/01/2007, determinando que edificações com área superior a 500 m² são 
obrigadas a reter o volume de água pluvial por 1 hora antes de dispensá-lo na 
rede pública ou dar outros fins, como a infiltração direta no solo ou seu reuso. 
Porém, nessa legislação não se especifica a reutilização dessa água 
armazenada, que poderia ser extremamente útil à edificação, ficando essa 
opção a cargo do usuário. 
Em residências a possibilidade da implantação de um sistema de captação e 
reuso de águas pluviais é grande, devido ao seu baixo custo e significativo 
benefício. A coleta em residências novas tende a ser mais econômica, pois 
desde o projeto os reservatórios podem ser pensados em locais subterrâneos, 
causando menos impacto na área ocupada. Da mesma forma sua eficiência 
também é maior, pois os sistemas hidráulicos podem ser projetados para a 
utilização da água em locais como os vasos sanitários. 
Para a utilização desse sistema, alguns cuidados devem ser tomados: 
a) a água não pode ser usada como potável; 
b) os reservatórios devem ser calculados de acordo com a demanda e o 
índice pluviométrico do local e devem estar preferencialmente 
interligados com a rede de abastecimento, para suprir períodos de longa 
estiagem; 
c) o sistema de captação deverá ser projetado para melhor desempenho 
do sistema, com calhas de tamanho adequado, de fácil acesso e
35 
manutenção (limpeza de folhas), inclinação não muito acentuada para 
evitar o aceleramento do fluxo de água; 
d) a superfície de captação não pode ser tóxica (cobre, amianto, 
chumbo); 
e) o reservatório deverá ser protegido da luz. 
Figura 17: Esquema de captação de água da chuva com armazenamento em cisterna 
subterrânea (1 – captação; 2- filtro; 3 - reservatório) 
Fonte: Acqua Save (2012). 
Atualmente no mercado existem soluções prontas como filtros, sifão e freio, ou 
sistemas mais simples que poderão substituir esses equipamentos. 
Filtro de folhas 
Este equipamento permite de maneira simples, separar a água de folhas e 
partículas maiores, evitando que elas cheguem ao local de armazenamento de 
água.
36 
Figura 18: Filtro de folhas 
Fonte: Ecocasa (2010). 
Figura 19: Filtro de folhas 
Fonte: Harvesting (2011). 
Abaixo, uma versão de filtro não industrializado, que pode ser construído por 
meio de cortes em tubulações de PVC.
37 
Figura 20: Filtro de folhas 
Fonte: Sempre Sustentável (2012). 
Sifão 
Sua funcionalidade é evitar o mau cheiro e o acesso de animais ao local de 
armazenamento. 
Figura 21: Sifão 
Fonte: Ecocasa (2010).
38 
Freio d’água 
Evita a movimentação de partículas diminuindo a velocidade da água de chuva 
na entrada da cisterna, melhorando a decantação e a turbidez da água. 
Figura 22: Freio d’água 
Fonte: Ecocasa (2010). 
Não necessariamente é preciso comprar produtos prontos, é possível executar 
o freio d’água apenas com conexões comuns conforme o esquema a seguir: 
Figura 23: Esquema de freio d’água 
Fonte: Autora (2011).
39 
Separador de fluxo 
Aconselha-se descartar a primeira água de chuva devido à chuva ácida e por 
esta carregar um número maior de partículas de sujeira acumuladas na 
estiagem. Para isso, existem alguns sistemas como o separador de fluxo, em 
que um local armazena uma determinada quantidade de água e posteriormente 
uma “boia” libera o fluxo para o armazenamento na cisterna. 
Figura 24: Separador de fluxo 
Fonte: Harvesting (2011). 
O equipamento abaixo apresenta um duplo sistema, além do filtro de folhas 
superior, possui uma “boia” (azul) que permite a separação de parte da água 
coletada.
40 
Figura 25: Separador de fluxo acoplado a filtro de folhas 
Fonte: Harvesting (2011). 
Na imagem abaixo, de um sistema implantado em uma residência, o 
armazenamento inicial é feito em um pequeno reservatório e depois 
direcionado para o reservatório maior. No pequeno reservatório há um registro 
de saída para que a água seja dispensada, de modo que o espaço de 
armazenamento fique disponível para a próxima chuva. 
Figura 26: Separador de fluxo 
Fonte: Harvesting (2012).
41 
Armazenamento 
O armazenamento da água também pode criar alguns artifícios para garantir a 
melhor qualidade, utilizando o sistema de decantação ou filtragem: 
Figura 27: Filtragem através de sedimentação/ decantação 
Fonte: Group Raindrops (2002, p.116). 
Figura 28: Filtragem através de camada de brita 
Fonte: Group Raindrops (2002, p.119).
42 
O mercado possui sistemas compactos prontos para comercialização, que 
podem facilitar o armazenamento de acordo com a necessidade do projeto. 
Figura 29: Cisterna horizontal para utilização aterrada 
Fonte: Fortlev (2011). 
Figura 30: Cisterna vertical para utilização externa 
Fonte: Harvesting (2011).
43 
Esquema de funcionamento 
O funcionamento completo para a captação de águas pluviais para uso em 
residências pode ser descrito conforme abaixo, cabendo sempre a um 
profissional determinar a dimensão do tanque de armazenamento, de acordo 
com a região e suas características climáticas, assim como definir o uso que 
será dado para a água em questão (irrigação, descargas de bacias, lavagem 
de quintais, etc.). 
Figura 31: Esquema de funcionamento de sistema de água pluvial 
Fonte: Ecocasa (2010).
44 
7. SISTEMAS DE APROVEITAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS 
As águas residuais de uma residência são classificadas em águas servidas, ou 
cinzas, e águas fecais, ou negras. 
As águas servidas provêm de pias, chuveiros e tanque, podendo também ser 
compostas pela água de chuva. As águas fecais são as resultantes de vasos 
sanitários. 
A contaminação de águas fecais é maior do que a de águas servidas, sendo 
também sua reutilização em residências menos comum devido ao fato de sua 
filtragem ser mais complexa e demorada, e consequentemente mais onerosa. 
Por este motivo, é importante separar a água servida da água fecal para sua 
reutilização, visando baratear o custo desse processo. 
Atualmente empresas de saneamento, como a Sabesp em São Paulo, 
fornecem para empresas e municípios água de reuso proveniente do 
tratamento de esgoto doméstico. Essa água é utilizada em produção industrial 
ou para limpeza pública e rega de jardins. A Sabesp comercializa cerca de 948 
milhões de litros de água por ano na região metropolitana da cidade de São 
Paulo, onde, após a passagem por todas as fases de tratamento, 80% das 
impurezas são reduzidas (SABESP, 2012). 
Um tratamento de esgoto convencional possui duas fases: 
a) fase líquida: fluxo principal do líquido na estação de tratamento, 
buscando a remoção de sólidos presentes no esgoto, clarificando o 
efluente final; 
b) fase sólida: lodo retirado no processo de tratamento. 
Numa residência, o reaproveitamento de águas servidas reduz muito a 
necessidade de uso de água potável em aplicações não potáveis, como vasos 
sanitários, irrigação de jardins, lavagem de pisos, etc. Sua reutilização 
economiza recursos no uso da água potável, assim como também no sistema 
de esgoto, uma vez que essa água será reutilizada no mínimo duas vezes. 
A contaminação básica de águas servidas deve-se a sabão, gordura e 
orgânicos, sua filtragem pode ser feita através de sistema mineral (filtros
45 
industrializados) ou biológico (filtragem natural), sendo a velocidade um fator 
importante para a qualidade da filtragem biológica, quanto mais lento o 
sistema, melhor a filtragem. 
A filtragem industrializada é feita através de pequenas estações de tratamento 
(ETE), que são comercializadas por empresas especializadas. 
Os processos se assemelham ao de fossas sépticas, porém a água passa por 
um filtro mineral no processo final. 
Abaixo, o sistema Family da Mizumo, que pode atender famílias de 4 a 10 
pessoas, com vazão de até 160 litros/dia. 
Figura 32: Sistema Mizumo ETE. (1- Entrada; 2- Etapa anaeróbica 1; 3- Etapa 
anaeróbica 2; 4- Etapa aeróbia; 5- Decantação e desinfecção/ 6- Saída) 
Fonte: Mizumo (2012). 
No processo abaixo, da Caravela Ambiental, utiliza-se um sistema 
computadorizado alemão de lodo ativado através do insuflamento de ar. 
Figura 33: Sistema de tratamento de águas residuais (A- Câmara de repouso; B-Câmera 
reator; 1- Entrada; 2- Ligação água câmara A-B; 3- Insuflamento de ar 
controlado; 4- Bombeamento de água tratada para fora do sistema; 5- Lodo 
decantado volta para câmera A para reinicio do sistema) 
Fonte: Caravela Ambiental (2012).
46 
O sistema de filtragem biológica consiste em duas etapas: 
a) fossa séptica (sistema anaeróbico); 
b) filtro biológico (sistema aeróbico – plantas + oxigenação). 
A fossa séptica, comum no Brasil em regiões onde não existe rede coletora de 
esgoto, possui três etapas: tanque séptico, filtro anaeróbico e sumidouro. 
Figura 34: Esquema de fossa séptica 
Fonte: Autora (2010) 
Em um sistema comum sem reuso de água, após a passagem pelo sumidouro, 
a água é infiltrada na terra, porém em locais onde haverá a reutilização da 
água servida, esta passará do sumidouro por um filtro biológico, com pedras e 
plantas (juncos) que filtrarão a água.
47 
Figura 35: Esquema de filtro biológico 
Fonte: Kaick; Tamara S. Van et al. (2008, p.5). 
Após a passagem nesse filtro a oxigenação dessa água através de pequenas 
quedas possibilita melhor qualidade. 
Figura 36: Filtro biológico 
Fonte: Entrepreneur’s Toolkit (2012).
48 
Figura 37: Oxigenação de água 
Fonte: Bueno (2008). 
Figura 38: Esquema de filtro biológico 
Fonte: Bueno (2008).
49 
Esse sistema imita a natureza em seu processo de recuperação da qualidade 
de água, podendo ser utilizado em pequena ou larga escala. 
Conhecido como sistema de Wetlands, constitui-se de “[...] ecossistemas 
artificiais com diferentes tecnologias, utilizando os princípios básicos das 
‘wetlands’ naturais” (SALATI, 2006) em menor escala. 
Como o exemplo da comunidade de Emaus, em Ubatuba, onde o esgoto de 27 
famílias é tratado a partir do sistema de Wetlands e 98,8% das impurezas são 
removidas. A utilização de peixes na fase final do processo serve para garantir 
a qualidade da água e prevenir a proliferação de insetos e mosquitos (BUENO, 
2008). 
Figura 39: Wetland Emaus 
Fonte: Bueno (2008).
50 
8. DRENAGEM DE ÁGUA DE CHUVA 
Nas relações ecossistêmicas, os prejuízos a algo ou alguém, 
em qualquer elo de encadeamento do sistema, traz danos ao 
próprio causador: o bem-estar do indivíduo não está dissociado 
do bem-estar comunitário, e vice-versa [...] interdependência: 
todas as coisas estão relacionadas entre si, com variadas 
interconexões, o que é saída para um sistema é a entrada e dá 
início a outro (ADAM, 2001, p.29). 
Não somente deve-se preocupar com a água que se utiliza, se armazena e se 
reutiliza numa residência, a água que não será aproveitada diretamente 
também deverá fazer parte das preocupações dos usuários. 
Atualmente as cidades vivem um grave problema na época de chuvas: as 
enchentes. A impermeabilização do solo tem agravado muito esse problema, 
para minimizá-los os projetos residenciais devem prever soluções de 
drenagem, projetos paisagísticos que exijam melhor absorção de águas 
pluviais, pisos drenantes ou sistemas de retenção de águas pluviais como os 
jardins inundados. 
A utilização de pisos drenantes possibilita o retorno da água para o seu ciclo 
natural; utilizar blocos intertravados com taxa de 15% de permeabilidade, 
concregrama com 50% ou até mesmo substituir o piso por pedrisco são 
soluções que permitem que a água infiltre no subsolo e realimente os lençóis 
freáticos. 
Figura 40: Piso intertravado 
Fonte: Ecopisos (2012).
51 
Figura 41: Concregrama 
Fonte: Tecpavi (2012). 
Figura 42: Pedrisco em piso na garagem 
Fonte: Autora (2007). 
Cidades nos Estados Unidos estão implementando em suas calçadas projetos 
de jardins inundáveis, nos quais é possível a retenção de parte da água de 
chuva em tanques com vegetação adequada, para que essa água infiltre no 
solo lentamente sem escoar para o sistema público de captação de água de 
chuva.
52 
Figura 43: Esquema de jardim inundável 
Fonte: Autora (2011). 
Figura 44: Jardim inundável – Stephen Epler Hall, Portland. 
Fonte: Mithun (2012). 
Figura 45: Jardim inundável – Stephen Epler Hall, Portland. 
Fonte: Flickr (2012).
53 
Figura 46: Esquema de jardim inundável – Stephen Epler Hall, Portland. 
Fonte: Mithun (2012). 
Figura 47: Jardim inundável - Fupam 
Fonte: Autora (2012). 
Outra maneira de captar água é o utilizado na praça Victor Civitta em São 
Paulo, em que a água de chuva e o esgoto (previamente tratado) são levados 
para um sistema de alagados, onde passam por filtro de cascalho e plantas
54 
aquáticas, de onde, por gravidade, a água sai para um espelho d’água onde 
será reutilizada. 
Figura 48: Jardim alagado - Praça Victor Civitta 
Fonte: Autora (2011). 
Os jardins dessa mesma praça utilizam outro sistema de captação e 
armazenagem conhecido como TecGarden. Trata-se de um piso elevado de 
ardósia onde, na parte inferior, fica a água armazenada e, na parte superior, a 
vegetação. A ligação entre a parte superior e a inferior é feita através de fibras 
de coco que levam por capilaridade a água até a vegetação na quantidade 
necessária. 
Figura 49: Sistema TecGarden 
Fonte: Remaster (2012). 
Vegetação 
Fibra de coco 
Piso elevado 
Água 
armazenada
55 
Figura 50: Sistema de jardins - Praça Victor Civitta 
Fonte: Autora (2011). 
Piso elevado 
em ardósia 
Fibra de coco
56 
9. ÁGUA E CERTIFICAÇÕES 
No mundo, atualmente existem dezenas de tipos de certificação para 
edificações sustentáveis, cada uma com abordagem e características 
específicas da localidade onde foram desenvolvidas, comum a todas, encontra-se 
a preocupação com a maneira em que a água será utilizada nas edificações 
a serem certificadas, algumas com maior ênfase, outras com menor. Para 
residências no Brasil, existe pouco interesse em certificações, não havendo 
nenhuma residência unifamiliar certificada até o momento, porém as 
certificações podem servir de parâmetro para residências mais eficientes. 
Edifícios residenciais possuem maior probabilidade de certificação, mas em 
sua maioria os edifícios certificados são voltados ao comércio, serviços e 
instituições. 
A seguir, serão abordados os aspectos gerais relativos à água nas principais 
certificações existentes no Brasil. 
9.1. CERTIFICAÇÃO AQUA 
O processo de certificação AQUA (Alta Qualidade Ambiental) foi desenvolvido 
pela Fundação Carlos Alberto Vanzolini (FCAV) em parceria com a Certification 
Qualité Logement (CERQUAL), órgão francês responsável pelo processo de 
certificação HQE. Foi elaborada uma versão nos padrões brasileiros, 
mantendo-se a estrutura de 14 categorias. Nessas categorias, a água 
encontra-se em dois itens principais: 
Categoria 5: Gestão da água 
Categoria 14: Qualidade sanitária da água
57 
Figura 51: Categorias AQUA 
Fonte: Fundação Carlos Alberto Vanzolini (2010, p.8). 
Segundo o referencial técnico do processo AQUA (FCAV, 2010), as principais 
preocupações relativas à Gestão de Água e Qualidade Sanitária da Água são: 
• Gestão da água para redução do consumo de água potável: 
implementação de sistemas economizadores, previsão de consumo 
anual, uso consciente e controlado em usos de áreas comuns e 
sistemas de irrigação 
• Gestão de águas pluviais: otimização da gestão de águas pluviais em 
função da análise do terreno, aproveitamento de águas pluviais. 
• Assegurar a manutenção da qualidade da água destinada ao 
consumo humano nas redes internas do edifício: sistema central 
coletivo, sistema central privado, limpeza de tubulações, informações 
sobre a qualidade da água, sistema de aproveitamento de água pluvial. 
• Risco de queimaduras e legionelose: medidas tomadas para controle 
e redução de temperatura dos pontos de água quente, identificando 
riscos.
58 
9.2. CERTIFICAÇÃO LEED 
O LEED (Leadership in Energy and Enviromental Design) é uma certificação 
com origem nos Estados Unidos, criada pelo U.S. Green Building Council 
(USGBC), que pode ser aplicada no Brasil (ou em qualquer outro lugar do 
mundo), com algumas poucas adaptações regionais. 
Ele possui um crédito específico para a utilização de água (Water Efficiency- 
WE), que seu guia referencial (USGBC, 2009) define como a categoria para 
encorajar o uso de estratégias e tecnologias a fim de reduzir o impacto 
negativo associado à captação, armazenagem, transporte e tratamento da 
água potável que é consumida nos edifícios e nas áreas verdes. 
Esta categoria possui um pré-requisito de redução de uso de 20% e mais 
quatro créditos nos quais é possível atingir uma pontuação de 10 pontos nas 
categorias New Constructions e Core and Shell e 11 pontos na categoria 
Schools, além de 1 ponto extra para performance exemplar. 
Créditos Water Efficiency2 
CRÉDITO DESCRITIVO NC SCHOOLS CS 
WE Prerequisite 1 Redução de uso da água Obrigatório Obrigatório Obrigatório 
WE Credit 1 Paisagismo com utilização de água 
eficiente 
2-4 pontos 2-4 pontos 2-4 pontos 
WE Credit 2 Tecnologias inovadoras de águas 
residuais 
2 pontos 2 pontos 2 pontos 
WE Credit 3 Redução de uso e água potável 2-4 pontos 2-4 pontos 2-4 pontos 
WE Credit 4 Processo de redução de uso de água N/A 1 ponto N/A 
Tabela 6: Créditos LEED - WE 
Fonte: USGBC (2009, p.163). 
2 U.S. GREEN BUILDING COUNCIL. LEED Reference Guide for Green Building and 
Construction. Washington, 2009. Tradução nossa.
59 
WE Credit 1 – Water Efficient Landscaping3 
Requisitos 
Opção 1: redução de 50% do uso de água potável para irrigação – 2 pontos. 
Opção 2: Não utilizar água potável para irrigação – 4 pontos. 
a) utilizar água de reuso; 
b) projeto de paisagismo que não requer irrigação permanente. 
WE Credit 2 – Innovative Wastewater Technologies4 
Requisitos 
Opção 1: redução de 50% no uso de água potável em vasos sanitários – 2 
pontos. 
Opção 2: tratamento de 50% das águas residuais no edifício – 2 pontos. 
Performance exemplar: tratamento de 100% das águas residuais no edifício. 
WE Credit 3 – Water Use Reduction5 
Requisitos 
Reduzir o uso de água potável a partir de referência (cálculo de uso padrão de 
água no edifício). 
Percentual de redução Pontos 
20% Obrigatório 
30% 2 
35% 3 
40% 4 
45% Performance exemplar 
Tabela 7: Pontuação referente ao percentual de redução de consumo 
Fonte: USGBC (2009, p.203). 
3 U.S. GREEN BUILDING COUNCIL. LEED Reference Guide for Green Building and 
Construction. Washington, 2009. Tradução nossa.p.179. 
4 Ibid., p.193 
5 Ibid., p. 203
60 
WE Credit 4 – Process Water Use Reduction6 
Requisitos 
Sistemas de ar-condicionado não devem utilizar água potável para sistema de 
resfriamento. 
Não utilizar trituradores de lixo. 
Utilizar no mínimo quatro processos de redução de água (máquinas de lavar 
roupa, máquinas de lavar louça, máquinas de gelo, etc.). 
Performance exemplar: redução de 40% de água processada no edifício. 
Além da categoria específica, a água também tem relação com outras duas 
categorias: 
Sustainable Sites : 
SS 5.1. Site Development: no que se refere à água utilizada para irrigação, que 
pode ser reduzida com a utilização de água de chuva e projetos paisagísticos 
com plantas nativas que necessitam de menos irrigação (USGBC, 2009, p.78. 
Tradução nossa). 
SS 6.1. Stormwater Design – Quantity Control: limitar a interferência na 
hidrologia natural por meio da redução da cobertura impermeável, aumentando 
a infiltração local, reduzindo ou eliminando a poluição das águas pluviais 
(USGBC, 2009, p.91. Tradução nossa). 
SS 6.2. Stormwater Design – Quality Control: limitar a interferência e poluição 
de cursos d’água naturais por meio da gestão do escoamento das águas 
pluviais (USGBC, 2009, p.101. Tradução nossa). 
Energy and Atmosphere: 
O uso da água quente, especialmente a doméstica, exige uma quantidade 
significativa de energia. A redução desse consumo e a utilização eficiente 
dessa água pode gerar economia de energia (USGBC, 2009, p.241. Tradução 
nossa). 
6 U.S. GREEN BUILDING COUNCIL. LEED Reference Guide for Green Building and 
Construction. Washington, 2009. Tradução nossa.p.207.
61 
9.3. CERTIFICAÇÃO PROCEL-EDIFICA 
A certificação Procel-Edifica foi desenvolvida pelo governo brasileiro para 
atribuir às novas construções um padrão de eficiência energética. Apesar de 
seu foco não ser a água, essa certificação aborda o tema em dois aspectos: 
a) consumo de água quente; 
b) bonificação para uso racional de água potável. 
No consumo de água quente os principais fatores de pontuação são 
relacionados ao tipo de sistema de aquecimento (solar, gás, bomba de calor ou 
caldeira a gás) (BRASIL, 2010a) e ao isolamento térmico desse sistema, que 
possibilitará menor consumo, uma vez que a água chegará ao ponto de 
consumo com a temperatura ideal de maneira mais rápida e com menos perda 
de carga térmica (BRASIL, 2010b). 
O programa garante a possibilidade de utilizar a água como bonificação caso 
exista o uso racional na construção. 
[...] sistemas e equipamentos que racionalizem o uso da água, 
tais como economizadores de torneiras com arejadores e/ou 
temporizadores, sanitários com sensores, aproveitamento de 
água pluvial e de outras fontes alternativas de água, devem 
proporcionar uma economia mínima de 40% no consumo anual 
de água do edifício, considerando práticas correntes de 
dimensionamento (BRASIL, 2010a, p.23). 
Nas edificações residenciais a bonificação é de zero a 0,20 e nas edificações 
comerciais pode acrescentar 1 ponto na classificação geral.
62 
10. PROJETOS REFERENCIAIS 
10.1. RESIDÊNCIA MORRO DO QUEROSENE 
Residência unifamiliar que, após reforma recebeu melhorias para redução de 
custos de água: 
Figura 52: Plantas de residência 
Fonte: Autora (2011). 
Foram utilizados vasos sanitários de 6 litros, com válvula de descarga com 
duplo fluxo para sólidos e líquidos.
63 
Figura 53: Válvula de duplo fluxo 
Fonte: Autora (2011). 
As torneiras possuem arejador, que, segundo a NBR 5626, “instalado na saída 
de uma torneira possui orifícios na sua superfície lateral que permitem a 
entrada de ar durante o escoamento da água e dão ao usuário a sensação de 
uma vazão maior do que é na realidade” (ABNT, 1998, p.17). 
Figura 54: Torneira com arejador 
Fonte: Autora (2011). 
O sistema de captação de água pluvial foi dimensionado para atender 
parcialmente a demanda da residência. Devido à impossibilidade de um
64 
reservatório maior (4.000 litros), foi executado um sistema misto no qual a 
caixa de água pluvial é abastecida pela rede na época de estiagem. 
01 
Abastecimento Bomba submersa 
de reservatório 
térreo 
Abastecimento de 
reservatório superior 
01 
02 
03 
04 
Figura 55: Esquema de captação de água pluvial térreo (01 - Filtro de folhas; 02 – 
Filtro de folhas + separador de fluxo; 03 - Filtro de brita; 04- Reservatório) 
Fonte: Autora (2011). 
A captação da água da cobertura é feita em três pontos, em dois dos quais 
foram utilizados filtros de folhas (01) e, antes de chegar ao reservatório, a água 
passa por uma caixa de brita envolta em bidim para melhorar a filtragem. 
Figura 56: Esquema de captação de água pluvial térreo (01- Filtro de folhas) 
Fonte: Autora (2011). 
Foi aproveitado o desnível do terreno para a execução da caixa de brita, que 
funciona como filtragem para parte do sistema de captação.
65 
Figura 57: Esquema de captação de água pluvial térreo (03- Filtro de brita) 
Fonte: Autora (2011). 
O terceiro ponto possui um sistema de filtro de folhas com separador de fluxo 
(02), onde a primeira água recebida é desviada para uma tubulação e, após 
esta ser preenchida a válvula fecha o sistema e inicia o abastecimento do 
reservatório. 
Filtro de 
folhas 
Separador de 
fluxo 
Tubo que 
abastece cisterna 
Tubos de 
armazenamento de 
primeira chuva 
Registro de 
descarte 
Figura 58: Esquema de captação de água pluvial térreo (02 – Filtro de folhas + 
separador de fluxo) 
Fonte: Autora (2011). 
O reservatório no térreo possui capacidade de 4.000 litros e, através de uma 
bomba submersa ligada a um sistema de automação com boias senoidais,
66 
abastece um reservatório superior de 1.000 litros. O reservatório superior é 
interligado à rede pública, quando o nível da caixa atinge menos de 10% de 
capacidade, o sistema é abastecido com água potável. 
Tubulação de abastecimento 
da caixa de armazenamento e 
distribuição superior 
Bomba 
submersa 
Freio d’água 
Figura 59: Esquema de captação de água pluvial térreo (04- Reservatório 4.000 litros) 
Fonte: Autora (2011). 
A rede hidráulica das bacias foi executada de maneira independente das 
demais redes e possui um abastecimento direto desse reservatório. A água 
pluvial ainda é utilizada em dois pontos de torneiras, para lavagem de quintal e 
irrigação do jardim. 
Não foi previsto sistema de cloração, o processo é feito manualmente pelos 
proprietários, toda semana no reservatório do térreo.
67 
10.2. ECOVILA RESORT PRAIA GRANDE 
Projetado pela arquiteta Patricia Gomes de Sousa Soares, esse condomínio 
horizontal localizado no litoral tem como premissa a sustentabilidade. 
Possui em seu escopo de projeto, além de técnicas passivas, tecnologias como 
a energia eólica e painéis solares. 
Figura 60: Jardim central 
Fonte: Ecovilaresort (2012). 
No que se refere à água, foi elaborado um sistema de coleta de água pluvial de 
350 mil litros, que após a passagem por filtros abastece vasos sanitários de 
duplo fluxo, lavanderia e torneiras para irrigação, gerando uma economia de 
30% do consumo de água potável, segundo o construtor.
68 
Figura 61: Esquema de captação e distribuição de água pluvial. 
Fonte: Ecovilaresort (2012). 
10.3. ONG MORADA DA FLORESTA 
Localizada na cidade de São Paulo, a ONG Morada da Floresta possui um 
sistema de captação de água de chuva que abastece as bacias sanitárias e as 
torneiras da sede. 
A captação é feita no telhado e primeiramente passa por uma caixa de água de 
fibra que possui um filtro de areia. Dessa caixa já é possível utilizar a água em 
torneiras no jardim.
69 
Figura 62: Caixa primária para captação de água de chuva 
Fonte: Autora (2012). 
A armazenagem é feita numa cisterna de concreto de 10 m³. Antes de entrar na 
cisterna a água passa por uma peneira simples, para eliminar possíveis 
resíduos. No seu ladrão, possui uma válvula de retenção para bloquear acesso 
de roedores ou insetos. 
Figura 63: Cisterna 
Fonte: Autora (2012).
70 
Figura 64: Parte interna cisterna com válvula de retenção no ladrão 
Fonte: Autora (2012). 
Através de uma bomba, a água é enviada para uma caixa d’água na cobertura 
da edificação, passando antes por um filtro de areia, brita e carvão feito em 
dois tubos de PVC. Dessa caixa superior, a água é distribuída para os vasos 
sanitários da edificação. 
Figura 65: Filtro na cobertura 
Fonte: Autora (2012).
71 
10.4. BED ZED 
Beddington Zero Emissons Development (BED ZED) é um projeto com 
conceitos inovadores não somente no que se refere à arquitetura, mas também 
no que se diz respeito ao estilo de vida adotado por seus moradores. 
Figura 66: BED ZED 
Fonte: Ekimondo (2012). 
Trata-se de um condomínio de 83 casas implantadas em um browfield (terreno 
contaminado) no sul de Londres. O escritório Arup, responsável pelo projeto, 
utilizou diversas técnicas construtivas para que as edificações tivessem o 
menor impacto possível no meio ambiente. 
Através de recursos como “restritores de vazão, sanitários de duplo fluxo, 
equipamentos de alta eficiência no uso da água, medidores de consumo 
colocados à vista dos usuários, para melhor controle, foi possível reduzir em 
50% a demanda de água potável” (TWINN, 2003, p.14. Tradução nossa).
72 
Figura 67: BED ZED - Esquema captação de água 
Fonte: Twinn (2003, p.12). 
A água de chuva dos telhados é coletada e armazenada em tanques 
subterrâneos e utilizada nas bacias e para irrigação. Além desse sistema, o 
esgoto é tratado em um sistema ecológico que utiliza vegetação em seu 
tratamento secundário e terciário, gerando economia de energia no processo. 
Figura 68: BED ZED - Sistema de tratamento ecológico. 
Fonte: Ekimondo (2012).
73 
O escoamento de água superficial do condomínio utiliza um sistema de 
drenagem que possui um filtro para eliminar possíveis poluentes e destina toda 
a água coletada para a absorção lenta no solo, alimentando os lençóis freáticos 
locais, como se não houvesse edificações no terreno.
74 
11. CONCLUSÃO 
No panorama atual, a eminência da escassez de água é clara, desperdiçar 
esse recurso com usos indevidos ou simplesmente ignorar sua importância 
significa um grande prejuízo ao planeta. 
A maioria da população pouco sabe sobre a origem da água que chega a sua 
torneira, e menos ainda em relação ao destino dessa água pós-consumo. O 
real valor desse recurso só é sentido quando este se torna escasso. 
Pensar no coletivo, deixar de responsabilizar os governos por seu próprio lixo e 
esgoto, como, por exemplo tratar seu esgoto antes de jogá-lo na rede 
disponível, não é desperdício de recursos, é um meio facilitador. Cada cidadão 
deve fazer sua parte. 
Ao mesmo tempo, deve-se cobrar desse governo providências e estímulos 
para que mais casas eficientes no uso da água sejam construídas, para que 
mais pesquisas nessa área sejam desenvolvidas e, principalmente, para que 
eles cuidem também de seu próprio desperdício e abandono de infra-estrutura. 
Ao longo da pesquisa foi possível destacar diversas tecnologias disponíveis, 
muitas delas de simples aplicação. Nem todas são novidades, muitas são 
utilizadas há anos como formas “alternativas”, quando na realidade deveriam 
ser o padrão das construções. 
As certificações, apesar da pouca incidência no setor residencial, demonstram 
em seus escopos a importância da água, e podem servir de referenciais para 
que projetos sejam pensados de forma eficiente e racional, a fim de reduzir seu 
impacto. Construções existentes também devem ser analisadas e sofrer as 
devidas intervenções para garantir a melhor performance. 
Nos projetos referenciais apresentados temos exemplos de sistemas que não 
precisam de tecnologias avançadas para funcionar, tubulações de PVC podem 
substituir filtros e acessórios caros, como foi apresentado na residência do 
Morro do Querosene. Pequenas intervenções tecnológicas como o catavento 
no Ecovilaresort permitem que a água seja bombeada sem uso de energia 
elétrica. O filtro desenvolvido na ONG Morada da Floresta, purifica a água de 
maneira mais fina, apenas utilizando materiais simples e de fácil acesso.
75 
Ao mesmo tempo, novos produtos eficientes e de qualidade chegam ao 
mercado, demonstrando que existe demanda de consumo desse tipo de 
serviço. 
Projetos como o PURA comprovam que é economicamente viável e rentável 
investir em renovações e substituições de sistemas hidráulicos. 
Deve-se ponderar a possibilidade de cada caso, não será possível implementar 
em todas as edificações, existentes ou novas, todos os sistemas, mas se 
parcialmente cada habitante fizer sua parte, e mesmo que em pequena escala 
residências mais eficientes sejam construídas o montante causará um grande 
impacto. 
Cabe àqueles que projetam, que cuidam da manutenção e, principalmente ao 
cidadão que habita, se conscientizar da importância de seus atos hoje.
76 
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abr. 2009. Disponível em: <http://www.unb.br/noticias/unbagencia/ 
unbagencia.php?id=1633>. Acesso em: 7 fev. 2012. 
U.S. GREEN BUILDING COUNCIL, LEED Reference Guide for Green Building 
and Construction. Washington, 2009. 
WORLD BUSINESS COUNCIL FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT 
(WBCSD). Água, Fatos e Tendências. Tradução: Conselho Empresarial 
Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável. 2005.

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  • 1. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE LUCIANA MOLINARI MURAKAMI A UTILIZAÇÃO DE ÁGUA DE MANEIRA SUSTENTÁVEL EM RESIDÊNCIAS UNIFAMILIARES São Paulo 2012
  • 2. LUCIANA MOLINARI MURAKAMI A UTILIZAÇÃO DE ÁGUA DE MANEIRA SUSTENTÁVEL EM RESIDÊNCIAS UNIFAMILIARES Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Pós- Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie como requisito parcial para obtenção de título de Especialista em Sustentabilidade das Edificações São Paulo 2012
  • 3. À Alice, que a cada dia seu planeta seja melhor e que mais pessoas aprendam a respeitá-lo.
  • 4. AGRADECIMENTOS Agradeço à minha família, pelo apoio e dedicação no período de elaboração deste trabalho. Ao Prof. Afonso Celso V. de Castro, por suas aulas inspiradoras e cheias de entusiasmo. À Prof. Paula Jorge, que me indicou qual caminho seguir para a finalização deste trabalho. À Morada da Floresta, pelo acolhimento e pelas informações fornecidas. Aos meus colegas de turma, que durante todo o curso compartilharam suas experiências e seus conhecimentos.
  • 5. RESUMO Aborda a importância da água para o homem e sua relação com a habitação. Relata técnicas, tecnologias e materiais para a utilização da água de maneira sustentável em residências unifamiliares. Descreve sistemas de captação de águas pluviais, aproveitamento de águas residuais e drenagem de água de chuva. Analisa a importância da água nos principais selos de certificação existentes no Brasil. Apresenta referências de implantação de sistemas de uso racional de água em residências. Palavras-chave: Água. Águas Pluviais. Reuso. Águas Residuais.
  • 6. ABSTRACT Discusses the importance of water for man and its relation to housing. Reports techniques, technologies and materials for use of water in a sustainable way in single-family homes. Describes systems of rainwater capture, use of wastewater and drainage of rainwater. Analyzes the importance of water in the main certification seals existing in Brazil. Presents references to the adaption in homes of systems for rational use of water. Keywords: Water. Rainwater. Reuse. Wastewater.
  • 7. LISTA DE FIGURAS, TABELAS E GRÁFICOS Figura 1: Mapa da situação do abastecimento urbano de água nos municípios................... 14 Figura 2: Ciclo da água ........................................................................................................ 15 Figura 3: A água que você não vê ....................................................................................... 21 Figura 4: Balanço de água virtual por país e direção de fluxos brutos relacionados ao comércio agrícola e produtos industriais no período de 1996-2005. .................................... 21 Figura 5: Hughie Sink .......................................................................................................... 23 Figura 6: Desperdício de água ............................................................................................. 24 Figura 7: Redutor de volume para caixa acoplada ............................................................... 25 Figura 8: Tubo PPR ............................................................................................................. 26 Figura 9: Mangueira PEX ..................................................................................................... 27 Figura 10: Sistema de recirculação de água ........................................................................ 28 Figura 11: Lavatório e vaso integrado W+W da marca Roca ............................................... 29 Figura 12: Sistema de funcionamento do lavatório e vaso integrado W+W da marca Roca . 30 Figura 13: Sistema de reuso chuveiro-bacia ........................................................................ 30 Figura 14: Banheiro seco elétrico. ........................................................................................ 31 Figura 15: Banheiro seco – Ipema – Ubatuba ...................................................................... 31 Figura 16: Corte banheiro seco ............................................................................................ 32 Figura 17: Esquema de captação de água da chuva com armazenamento em cisterna subterrânea ......................................................................................................................... 35 Figura 18: Filtro de folhas .................................................................................................... 36 Figura 19: Filtro de folhas .................................................................................................... 36 Figura 20: Filtro de folhas .................................................................................................... 37 Figura 21: Sifão ................................................................................................................... 37 Figura 22: Freio d’água ........................................................................................................ 38 Figura 23: Esquema de freio d’água .................................................................................... 38 Figura 24: Separador de fluxo .............................................................................................. 39 Figura 25: Separador de fluxo acoplado a filtro de folhas .................................................... 40 Figura 26: Separador de fluxo .............................................................................................. 40 Figura 27: Filtragem através de sedimentação/ decantação ................................................ 41 Figura 28: Filtragem através de camada de brita ................................................................. 41 Figura 29: Cisterna horizontal para utilização aterrada ........................................................ 42 Figura 30: Cisterna vertical para utilização externa .............................................................. 42 Figura 31: Esquema de funcionamento de sistema de água pluvial ..................................... 43 Figura 32: Sistema Mizumo ETE.......................................................................................... 45 Figura 33: Sistema de tratamento de águas residuais ......................................................... 45 Figura 34: Esquema de fossa séptica .................................................................................. 46 Figura 35: Esquema de filtro biológico ................................................................................. 47 Figura 36: Filtro biológico ..................................................................................................... 47 Figura 37: Oxigenação de água ........................................................................................... 48 Figura 38: Esquema de filtro biológico ................................................................................. 48 Figura 39: Wetland Emaus................................................................................................... 49 Figura 40: Piso intertravado ................................................................................................. 50 Figura 41: Concregrama ...................................................................................................... 51 Figura 42: Pedrisco em piso na garagem ............................................................................. 51 Figura 43: Esquema de jardim inundável ............................................................................. 52 Figura 44: Jardim inundável – Stephen Epler Hall, Portland. ............................................... 52 Figura 45: Jardim inundável – Stephen Epler Hall, Portland. ............................................... 52 Figura 46: Esquema de jardim inundável – Stephen Epler Hall, Portland............................. 53 Figura 47: Jardim inundável - Fupam ................................................................................... 53 Figura 48: Jardim alagado - Praça Victor Civitta .................................................................. 54 Figura 49: Sistema TecGarden ............................................................................................ 54 Figura 50: Sistema de jardins - Praça Victor Civitta ............................................................. 55
  • 8. Figura 51: Categorias AQUA ............................................................................................... 57 Figura 52: Plantas de residência .......................................................................................... 62 Figura 53: Válvula de duplo fluxo ......................................................................................... 63 Figura 54: Torneira com arejador ......................................................................................... 63 Figura 55: Esquema de captação de água pluvial térreo ..................................................... 64 Figura 56: Esquema de captação de água pluvial térreo (01- Filtro de folhas) ..................... 64 Figura 57: Esquema de captação de água pluvial térreo (03- Filtro de brita) ....................... 65 Figura 58: Esquema de captação de água pluvial térreo (02 – Filtro de folhas + separador de fluxo) .................................................................................................................................... 65 Figura 59: Esquema de captação de água pluvial térreo (04- Reservatório 4.000 litros) ...... 66 Figura 60: Jardim central ..................................................................................................... 67 Figura 61: Esquema de captação e distribuição de água pluvial. ......................................... 68 Figura 62: Caixa primária para captação de água de chuva ................................................ 69 Figura 63: Cisterna .............................................................................................................. 69 Figura 64: Parte interna cisterna .......................................................................................... 70 Figura 65: Filtro na cobertura ............................................................................................... 70 Figura 66: BED ZED ............................................................................................................ 71 Figura 67: BED ZED - Esquema captação de água ............................................................. 72 Figura 68: BED ZED - Sistema de tratamento ecológico. ..................................................... 72 Tabela 1: Classificação de corpos de água com relação à vazão de retirada e à vazão média ............................................................................................................................................ 12 Tabela 2: Disponibilidade e demandas hídricas por regiões brasileiras ............................... 13 Tabela 3: Vazão média de água por habitante no Brasil ...................................................... 13 Tabela 4: Perda estimada por vazamentos .......................................................................... 24 Tabela 5: Consumo de água por equipamento .................................................................... 33 Tabela 6: Créditos LEED - WE ............................................................................................ 58 Tabela 7: Pontuação referente ao percentual de redução de consumo ............................... 59 Gráfico 1: Distribuição de água doce no planeta .................................................................. 11 Gráfico 2: Distribuição hídrica no Brasil ............................................................................... 12 Gráfico 3: Vazões de captação – captadas 1.600 m³/s ........................................................ 19 Gráfico 4: Vazões de consumo – consumo 840 m³/s ........................................................... 20 Gráfico 5: Consumo de água em residências ...................................................................... 22
  • 9. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10 2. CONTEXTO ATUAL DA ÁGUA ............................................................................. 11 3. O CONSUMO DE ÁGUA ....................................................................................... 17 4. O CONSUMO DE ÁGUA EM RESIDÊNCIAS ....................................................... 22 5. TECNOLOGIAS E MATERIAIS ............................................................................. 26 6. CAPTAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS ...................................................................... 34 7. SISTEMAS DE APROVEITAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS ............................ 44 8. DRENAGEM DE ÁGUA DE CHUVA ..................................................................... 50 9. ÁGUA E CERTIFICAÇÕES ................................................................................... 56 9.1. CERTIFICAÇÃO AQUA .................................................................................. 56 9.2. CERTIFICAÇÃO LEED ................................................................................... 58 9.3. CERTIFICAÇÃO PROCEL-EDIFICA .............................................................. 61 10. PROJETOS REFERENCIAIS .............................................................................. 62 10.1. RESIDÊNCIA MORRO DO QUEROSENE ................................................... 62 10.2. ECOVILA RESORT PRAIA GRANDE .......................................................... 67 10.3. ONG MORADA DA FLORESTA ................................................................... 68 10.4. BED ZED ...................................................................................................... 71 11. CONCLUSÃO ...................................................................................................... 74 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 76
  • 10. 10 1. INTRODUÇÃO O objetivo desta monografia é determinar como a água em residências unifamiliares pode ser utilizada de diferentes maneiras, porém de forma sustentável, sem causar danos a gerações futuras. Expor as técnicas hoje disponíveis para o uso racional da água, discutir cada uma delas em sua funcionalidade e seu resultado final, comparando custos e benefícios para que novas construções sejam pensadas, desde o projeto, para atingir metas mais sustentáveis. Não há mais tempo para deixar de lado as soluções ecológicas, hoje sua implantação é urgente e não pode ser ignorada, deve ser pensada e planejada desde o inicio de um projeto, estar presente nas políticas públicas e fazer parte do cotidiano da sociedade atual. Foram pesquisados dados históricos e geográficos da situação da água no mundo e no Brasil, levantadas informações de consumo de água em suas diferentes utilizações e de produtos e equipamentos relacionados ao consumo e à utilização de água numa residência. Dados de técnicas desenvolvidas, manuais com técnicas de racionalização de água na construção civil, programas de governo e certificações existentes no mercado comprovam que é possível construir residências eficientes, sem que para isso haja um custo elevado. Demonstrando que o custo-benefício, não somente financeiro, como social e ambiental, também faz parte do processo de racionalização. Essas informações serão utilizadas para comprovar a urgência de a sociedade, e principalmente os projetistas dessa sociedade, utilizar técnicas de racionalização desse recurso precioso e mais raro do que se imagina.
  • 11. 11 2. CONTEXTO ATUAL DA ÁGUA [...] quer pelos físicos, quer pelos filósofos, quer pelos sacerdotes, que todas as coisas subsistem pela força da água, [...] Pois a água é sumamente necessária para a vida, para as comodidades e para o uso quotidiano (VITRUVIOS, 2007, p. 385-386) O planeta Terra é formado por ¾ de água e ¼ de terra, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Educação e Cultura (Unesco) Esta água está em constante estado de transformação entre as suas diferentes formas [...] estimativas atuais sugerem que a Terra contém cerca de 1386 milhões de km³ de água, embora 97,5% disto é água salgada. Da maioria dos 2,5% restantes de água doce, cerca de 68,7%, encontra-se na cobertura de neve permanente nas regiões do Ártico e da Antártida. Existem 29,9% em águas subterrâneas, e apenas 0,26% está concentrado em lagos, reservatórios e sistemas fluviais [...]. (UNESCO, 2012) rios e lagos 0,30% polos, geleiras e icebergs 68,90% leitos subterrâneos 29,90% outros 0,90% Gráfico 1: Distribuição de água doce no planeta Fonte: Unesco (2012). rios e lagos polos, geleiras e icebergs leitos subterrâneos outros O Brasil possui em seu território 13,7% da água doce do mundo, sendo que 80% desse total encontra-se em rios da Amazônia.
  • 12. 12 Abaixo o gráfico de distribuição hídrica no Brasil por bacias: Trecho Norte e Nordeste 11,6% São Francisco 7,5% Trecho Leste 6,7% Trecho Sudeste 2,6% Gráfico 2: Distribuição hídrica no Brasil Fonte: Telles (2007, p.10). Amazônia 45,7% Tocantins 9,5% Paraná 14,3% Uruguai 2,1% A Agência Nacional de Águas (ANA) classifica a disponibilidade hídrica no Brasil de acordo com a seguinte tabela: Tabela 1: Classificação de corpos de água com relação à vazão de retirada e à vazão média Fonte: BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (2006, p.209).
  • 13. 13 Aplicando-se essa classificação às regiões hidrográficas nacionais, obtêm-se os seguintes dados: Tabela 2: Disponibilidade e demandas hídricas por regiões brasileiras Fonte: BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (2006, p.212). Apesar da grande disponibilidade hídrica brasileira, ao se comparar a população de cada região, percebe-se que nem sempre a água está onde há maior concentração populacional. Tabela 3: Vazão média de água por habitante no Brasil Fonte: BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (2006, p.208).
  • 14. 14 Atualmente a cidade de São Paulo, pertencente à bacia do Paraná, importa água de Minas Gerais para suprir sua demanda, mostrando que a escassez é iminente. Num panorama mundial a situação é mais crítica, [...] uma em cada seis pessoas não tem acesso à água potável, quase metade da população mundial carece de instalações sanitárias apropriadas em suas residências e, a cada quinze segundos, uma criança morre devido a alguma doença relacionada com a água. (EDWARDS, 2008, p. 97) Em seu relatório anual, a ANA (2010) analisou o abastecimento urbano de água em alguns municípios e apresentou um mapa em que 13,4% dos municípios analisados requerem novos mananciais e 50,7% precisam de ampliação do sistema. Figura 1: Mapa da situação do abastecimento urbano de água nos municípios Fonte: ANA (2010, p.22).
  • 15. 15 Para entender a origem da escassez é preciso analisar o ciclo da água, onde este foi interrompido ou corrompido, “[...] o estudo do ciclo da água na natureza permite reconhecer os pontos de ação para tratamento e proteção ambiental.” (ADAM, 2001, p.83). Figura 2: Ciclo da água Fonte: DAEBAURU (2011). Ao analisar esses pontos, pode-se criar estratégias para o uso consciente, sem que etapas do ciclo sejam prejudicadas, e pensar na gestão da água com um enfoque ambiental, que, segundo Dominique Gauzin-Muller (2006, tradução nossa) significa: a) proteger o lençol freático e as águas superficiais; b) reduzir o consumo de água potável e garantir sua qualidade;
  • 16. 16 c) minimizar o volume de águas residuais para diminuir os custos com seu tratamento, redimensionamento de redes saturadas e construção de novas centrais de tratamento; d) garantir um tratamento ecológico das águas residuais; e) limitar a impermeabilização das superfícies para reduzir riscos de inundação; f) criar lagos e retenções integrados com espaços verdes que melhorem a qualidade do ar e traga benefícios sociais.
  • 17. 17 3. O CONSUMO DE ÁGUA No Brasil, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (1986) classifica a água em nove classes e três categorias, de acordo com seu uso preponderante: águas doces, salobras e salinas. Águas Doces1 I - Classe Especial - águas destinadas: a) ao abastecimento doméstico sem prévia ou com simples desinfecção; b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas. II - Classe 1 - águas destinadas: a) ao abastecimento doméstico após tratamento simplificado; b) à proteção das comunidades aquáticas; c) à recreação de contato primário (natação, esqui aquático e mergulho); d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que ingeridas cruas sem remoção de película; e) à criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à alimentação humana. III - Classe 2 - águas destinadas: a) ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional; b) à proteção das comunidades aquáticas; c) à recreação de contato primário (esqui aquático, natação e mergulho); d) à irrigação de hortaliças e plantas frutíferas; e) à criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à alimentação humana. IV - Classe 3 - águas destinadas: a) ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional; b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; c) à dessedentação de animais. 1 BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Resolução nº 20, de 18 de junho de 1986. Classifica a água de acordo com seu uso preponderante.
  • 18. 18 V - Classe 4 - águas destinadas: a) à navegação; b) à harmonia paisagística; c) aos usos menos exigentes. Águas Salinas VI - Classe 5 - águas destinadas: a) à recreação de contato primário; b) à proteção das comunidades aquáticas; c) à criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à alimentação humana. VII - Classe 6 - águas destinadas: a) à navegação comercial; b) à harmonia paisagística; c) à recreação de contato secundário. Águas Salobras VII - Classe 7 - águas destinadas: a) à recreação de contato primário; b) à proteção das comunidades aquáticas; c) à criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à alimentação humana. IX - Classe 8 - águas destinadas: a) à navegação comercial; b) à harmonia paisagística; c) à recreação de contato secundário. A água é um item indispensável para a sobrevivência do homem, tanto para sua alimentação e higiene, quanto como um elemento de desenvolvimento econômico (processos industriais). Os principais usos da água segundo o World Business Council For Sustainable Development (WBCSD, 2005, p.8) podem ser divididos em:
  • 19. 19 a) agricultura; b) abastecimento humano (urbano e rural); c) abastecimento animal; d) indústria; e) pesca/agricultura; f) saneamento básico; g) preservação do meio ambiente; h) navegação; i) recreação/cultura; j) geração de energia. Com o crescimento populacional e, consequentemente, o aumento do consumo de água torna-se urgente o uso racional desse precioso recurso. Segundo o relatório “Água, fatos e tendências” (WBCSD, 2005, p.10), as vazões de captação e consumo no Brasil podem ser divididas conforme os gráficos abaixo: 46% 26% 18% 3% 50% 45% 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% Gráfico 3: Vazões de captação – captadas 1.600 m³/s Fonte: WBCSD (2005, p.10). 7% 0% Irrigação Urbana Industrial Rural Animal Irrigação Urbana Industrial Rural Animal
  • 20. 20 69% 11% 7% 2% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Irrigação Urbana Industrial Rural Animal Gráfico 4: Vazões de consumo – consumo 840 m³/s Fonte: WBCSD (2005, p.10). 11% Irrigação Urbana Industrial Rural Animal Além do uso direto para consumo, a água também pode ser transportada em forma de água virtual (quantidade de água gasta para produzir um bem, produto ou serviço). Dados da Unesco-IHE (2011) dão conta de que o comércio global movimenta um volume anual de água virtual da ordem de 1.000 a 1.340 km³, sendo: 76% relacionados com o comércio de produtos agrícolas; 12% relacionados com o comércio de produtos animais; 12% relacionados com produtos industriais. Isso significa uma enorme transferência de água de regiões com abundância e baixo custo para regiões com escassez e alto custo. Com esses dados podemos avaliar a importância desse insumo que hoje é uma forte e valiosa moeda, que deve ser cuidada e resguardada da melhor maneira possível. Abaixo, seguem alguns exemplos da quantidade de água utilizada na produção de certos alimentos.
  • 21. 21 Figura 3: A água que você não vê Fonte: Planeta Sustentável (2012). Figura 4: Balanço de água virtual por país e direção de fluxos brutos relacionados ao comércio agrícola e produtos industriais no período de 1996-2005. Somente maiores fluxos (> 15 Gm³/yr). Fonte: UNESCO-IHE (2011).
  • 22. 22 4. O CONSUMO DE ÁGUA EM RESIDÊNCIAS A consciência de habitar (conexão entre edifício, consciência e ecologia) tem efeitos tangíveis, representados pelo impacto dos edifícios nos ecossistemas urbanos e destes em outro ecossistema mais amplo e assim por diante (ADAM, 2001, p.23). Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) o total de domicílios no país com abastecimento de água é de 81,7%, porém apenas 44,5% possuem rede de esgoto (Ministério das Cidades, 2011). Antes de chegar ao consumo final [...] a água percorre um longo processo de captação, que compreende a retirada da água dos mananciais superficiais (rios, lagos ou represas) e profundos (poços), para depois enviarem às estações de tratamento de água e sua consequente distribuição (TELLES, 2007, p.14). O consumo médio de água do brasileiro em 2009 foi de 148,5 l/dia por habitante (Ministério das Cidades, 2011), sendo que a Organização das Nações Unidas (ONU) recomenda a média de 110 l/dia por habitante. O consumo de água em residências pode ser dividido da seguinte forma: 40% 4% 4% 5% 30% 11% 6% Gráfico 5: Consumo de água em residências Fonte: Ewards (2008, p.101). Higiene pessoal Descarga de vasos sanitários Lavanderia Cozinha Jardinagem Água potável Diversos
  • 23. 23 Analisando os dados de consumo residencial, pode-se pensar no uso sustentável da água através dos diferentes aspectos descritos por Roaf et al. (2006): Economia de água A economia de água pode ser obtida através de simples hábitos, como o de fechar a torneira ao escovar os dentes, não lavar calçadas com água, não lavar carros com mangueira, banhos rápidos, enfim adotando-se um modo de vida adequado à nova realidade mundial de escassez de recursos. Um exemplo de novos hábitos é a invenção do australiano Ian Alexander a Hughie Sink, uma espécie de bacia que se encaixa na pia da cozinha e “[...] serve para recolher a água utilizada na lavagem de pratos, legumes ou frutas. Em função da sujeira da água, ela pode ser usada para regar plantas do jardim, ser usada na bacia sanitária ou para lavar os animais de estimação.” (Duran, 2010). Figura 5: Hughie Sink Fonte: Hughie (2012). Eficiência de uso Profissionais como arquitetos e engenheiros podem influenciar muito mais, direta e indiretamente, o consumo dessa água através de projetos e tecnologias aplicadas para o uso da água em edificações. A utilização de louças e metais eficientes, projetos hidráulicos com layouts e canalizações otimizados, isolamento eficiente, evitando perda de carga, projetos paisagísticos com vegetação nativa (evitando a necessidade excessiva de irrigação).
  • 24. 24 Manutenção A eficiência na manutenção preventiva e efetiva é fator predominante na economia, uma torneira gotejando pode gerar um desperdício de até 1.000 litros por mês. Figura 6: Desperdício de água Fonte: TECHNE (2010). Vistoriar regularmente os equipamentos de uso cotidiano e realizar sua manutenção preventiva podem ser fatores determinantes na redução de consumo, pois a detecção de vazamentos, por simples observação ou por análise comparativa de consumo, é uma das atitudes de baixo custo e alto impacto. Piscinas descobertas podem perder, por evaporação, até 3.700 l/mês. Abaixo, segue a tabela da ANA com a perda estimada de água por vazamentos: Tabela 4: Perda estimada por vazamentos Fonte: ANA (2005).
  • 25. 25 Substituição de uso Em locais onde houver a possibilidade, deve-se substituir a água por outro elemento, como vasos sanitários a vácuo, banheiros secos, mictórios sem água, varrer quintais e calçadas ao invés de lavá-los. Segundo Duran (2011), com o uso de um dispositivo simples como o redutor volumétrico em bacias com caixa acoplada é possível economizar 1,5 litro de água em cada descarga. Figura 7: Redutor de volume para caixa acoplada Fonte: Duran (2011, p.120). Reaproveitamento de água Existem alguns graus de reaproveitamento de água, desde a simples captação de água de chuva até o tratamento e reuso de águas servidas e fecais. Optar por estes últimos implica não somente a economia de água, mas também o impacto ambiental positivo, pois a água contaminada não estará retornando a natureza após o seu uso.
  • 26. 26 5. TECNOLOGIAS E MATERIAIS O homem deve eleger seus edifícios conforme o modo de vida pretendido. Gestão do usuário é o conhecimento e a compreensão de todos os sistemas que compõe um edifício, e o impacto ambiental deste gerenciamento. Um conceito chave na gestão do usuário diz respeito à eliminação de desperdícios e reciclagem de recursos. [...] Isto exige o mapeamento e a visualização dos fluxos de energia e recursos, nos edifícios e também nas cidades(ADAM, 2001, p.37-38). O projeto de instalações hidráulicas possui grande importância para a racionalização de água. Este deve otimizar a distribuição, evitando perda de carga e desperdício de água no sistema como um todo. A escolha do sistema a ser implementado também deve levar em consideração algumas informações sobre os materiais. O material mais comum utilizado nas tubulações no Brasil é o PVC. Apesar de ser reciclável, esse material possui alta toxicidade por conter cloreto em sua composição. Em contrapartida, surgiram os tubos PPR, polipropileno copolímero random tipo 3, que utilizam como matéria-prima o petróleo e não contêm em sua composição o cloreto, sendo considerados atóxicos. Além disso, possuem vantagens no sistema de montagem (termofusão), que elimina a necessidade de cola adesiva, utilizada para o PVC (produto tóxico). Figura 8: Tubo PPR Fonte: Supergreen (2012, p.6).
  • 27. 27 Pouco utilizado no Brasil porém com alta eficiência, os tubos PEX, polietileno reticulado, servem tanto para água fria como para água quente e possuem um novo sistema de instalação, ponto- a -ponto. Esse sistema requer menos custo na manutenção, uma vez que não são necessárias demolições. Uma tubulação de bitola maior é passada inicialmente e servirá de guia para as mangueiras de PEX que conduzirão a água de uma central no ambiente até o ponto de consumo. As conexões são feitas através de abraçadeiras sobre pressão, sem a necessidade de cola, não existem emendas, evitando o risco de vazamentos. Sua maior desvantagem, além de ser um processo que necessita de mão de obra especializada, é que suporta temperaturas apenas até 90°C (menos que o cobre e o PPR). Figura 9: Mangueira PEX Fonte: Tigre (2012). A execução do projeto hidráulico deverá ser criteriosa, pois alguns elementos como tubulações de água quente costumam ser vilões do desperdício. Em uma grande quantidade de residências que possuem sistema de aquecimento, seja a gás, caldeira, boiler ou solar, ao se abrir o chuveiro são necessários ao menos alguns segundos (ou minutos) até que a água quente abasteça o ponto de uso. A água fria que estava na tubulação é descartada limpa e sem utilização no esgoto. Possuir um sistema com bom isolamento térmico diminui a perda de calor e o tempo necessário de espera. Diminuir a distância entre a fonte produtora de água quente e os pontos de consumo otimiza esse sistema. E, se possível, implementar um sistema de recirculação de água no qual a água fria retorne para novo aquecimento é a solução de melhor resultado em economia de água,
  • 28. 28 apesar de gerar pequeno consumo de energia para a bomba. Sua utilização consiste na instalação de um termostato que irá verificar a temperatura da água, quando esta estiver em uma temperatura abaixo do programado, a bomba é acionada. Nesse tipo de sistema, a instalação de um timer auxilia na otimização, fazendo o sistema funcionar apenas nos horários necessários ao uso. Figura 10: Sistema de recirculação de água Fonte: Soletrol (2012). O maior consumo de água numa residência está relacionado à higiene pessoal e aos vasos sanitários, ambos utilizam equipamentos como torneiras, chuveiros e válvulas para possibilitar o consumo. Existem atualmente no mercado diversas opções de marcas e modelos desses equipamentos, porém somente alguns são eficientes na redução de consumo de água, utilizar a tecnologia disponível para garantir um melhor desempenho e uso dos recursos é uma alternativa de fácil acesso. Segundo Roaf et al. (2006) os equipamentos de maior impacto são: chuveiros, torneiras, vaso sanitário e maquina de lavar roupas. Abaixo, seguem suas características principais em relação aos consumos. Chuveiros Esse equipamento pode ter vazão de 8 a 80 litros por minuto dependendo do modelo. Buscar opções com menor vazão ou a utilização de redutores de fluxo garante um menor desperdiço.
  • 29. 29 Torneiras Áreas públicas e de grande fluxo de pessoas já utilizam em sua maioria torneiras com sistema automático de fechamento, em residências o uso não é tão comum, porém a simples utilização de arejadores nos bicos das torneiras já as tornam mais eficientes, podendo gerar uma economia de 50% no consumo de água no ponto de uso (DURAN, 2011). Vaso sanitário Grande vilão no consumo, esse equipamento ganhou diversas versões econômicas nos últimos anos. Seu desenho foi modificado para a redução de uso de 10 a 12 litros de água por descarga para apenas 3 a 6 litros. As válvulas contam com acionamento duplo para resíduos sólidos ou líquidos, garantindo uma economia significativa em seu uso. Modelos mais modernos a vácuo, utilizam apenas 1,2 litro de água, o custo ainda é alto devido à necessidade de instalação de uma bomba a vácuo (RESENDE, 2009). O sistema consiste em usar uma bomba no lugar do sifão, quando a descarga é acionada, a bomba suga os dejetos para a tubulação, a água é apenas utilizada para a limpeza das paredes da bacia. Novas tecnologias e soluções estão cada dia mais disponíveis, como, por exemplo, este modulo de lavatório e vaso integrado, no qual a água do lavatório é utilizada para abastecer a descarga do vaso sanitário. Figura 11: Lavatório e vaso integrado W+W da marca Roca Fonte: Roca (2012).
  • 30. 30 Figura 12: Sistema de funcionamento do lavatório e vaso integrado W+W da marca Roca Fonte: Roca (2012). Existem também soluções alternativas, que podem ser aplicadas para a substituição da água em vasos sanitários, como a reutilização de água de chuveiro ou a utilização de um sistema independente abastecido com água da chuva. Figura 13: Sistema de reuso chuveiro-bacia Fonte: Sociedade do Sol (2012).
  • 31. 31 Outras soluções não utilizam água, são os banheiros secos. O modelo compacto é movido a eletricidade, onde o aquecimento acelera a decomposição, evapora a urina e transforma os resíduos em pó. Figura 14: Banheiro seco elétrico. Fonte: Recicla Flores (2012). Porém existem outros modelos mais simples e de baixo custo que podem ser utilizados em regiões onde a água é escassa: Figura 15: Banheiro seco – Ipema – Ubatuba Fonte: Autora (2008).
  • 32. 32 Figura 16: Corte banheiro seco Fonte: Universidade de Brasília (2012). Esse modelo consiste em um depósito inferior onde os desejos “descansam” por um período de 6 a 8 meses, preferencialmente aquecidos pelo sol, e misturados a matérias secas, como pó de serragem e folhas secas que evitam o mau cheiro. Após o período de descanso o composto formado poderá ser utilizado como adubo. Máquina de lavar Máquinas de lavar roupa e lava-louças estão cada dia mais presentes nos lares brasileiros, uma máquina de lavar roupas de 11 kg pode gastar de 90 a 130 litros de água por ciclo, dependendo do modelo e da marca, buscar equipamentos mais eficientes pode significar uma redução mensal significativa de consumo. Definições simples, que pouco alteram o projeto podem fazer uma enorme diferença no consumo mensal de uma edificação. Abaixo, uma tabela produzida pelo Programa de Uso Racional de Água (Pura) da Sabesp
  • 33. 33 exemplifica como a simples escolha e especificação de materiais pode influenciar na redução do consumo: Equipamento convencional Consumo Equipamento economizador Consumo Economia Bacia com caixa acoplada 12 litros/descarga Bacia VDR 6 litros/descarga 50% Bacia com válvula bem regulada 10 litros/descarga Bacia VDR 6 litros/descarga 40% até 6 mca 0,19 litros/seg Restritor de vazão Ducha (água quente/fria) - 8 litros/min 0,13 litros/seg 32% Ducha (água quente/fria) - 15 a 20 mca 0,34 litros/seg Restritor de vazão 8 litros/min 0,13 litros/seg 62% Ducha (água quente/fria) - 15 a 20 mca 0,34 litros/seg Restritor de vazão 12 litros/min 0,20 litros/seg 41% Torneira de pia - até 6 mca 0,23 litros/seg Arejador vazão cte (6 litros/min) 0,10 litros/seg 57% Torneira de pia - 15 a 20 mca 0,42 litros/seg Arejador vazão cte (6 litros/min) 0,10 litros/seg 76% Torneira uso geral/tanque - até 6 mca 0,26 litros/seg Regulador de vazão 0,13 litros/seg 50% Torneira uso geral/tanque - 15 a 20 mca 0,42 litros/seg Regulador de vazão 0,21 litros/seg 50% Torneira uso geral/tanque - até 6 mca 0,26 litros/seg Restritor de vazão 0,10 litros/seg 62% Torneira uso geral/tanque - 15 a 20 mca 0,42 litros/seg Restritor de vazão 0,10 litros/seg 76% Torneira de jardim - 40 a 50 mca 0,66 litros/seg Regulador de vazão 0,33 litros/seg 50% Mictório 2 litros/uso Válvula automática 1 litro/seg 50% Tabela 5: Consumo de água por equipamento Fonte: USP; Sabesp (1996) apud Federação do Comércio do Estado de São Paulo (2010).
  • 34. 34 6. CAPTAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS As populações naturais tendem a se estabelecer numa situação de equilíbrio ecológico fluente. Em vez de superexplorar seus recursos, adotam um esquema e uma taxa de utilização destes, para que o meio ambiente tenha condições de os sustentar indefinidamente. Não há chances de separação da natureza; somos parte de um ecossistema, temos de reconhecer nossas necessidades e participar eticamente, dando apoio aos sistemas (ADAM, 2001, p.29-30). A captação de água de chuva tem sido um dos itens mais comuns em novas construções. Em São Paulo foi criada a “Lei das Piscininhas”, lei n. 12.526, de 02/01/2007, determinando que edificações com área superior a 500 m² são obrigadas a reter o volume de água pluvial por 1 hora antes de dispensá-lo na rede pública ou dar outros fins, como a infiltração direta no solo ou seu reuso. Porém, nessa legislação não se especifica a reutilização dessa água armazenada, que poderia ser extremamente útil à edificação, ficando essa opção a cargo do usuário. Em residências a possibilidade da implantação de um sistema de captação e reuso de águas pluviais é grande, devido ao seu baixo custo e significativo benefício. A coleta em residências novas tende a ser mais econômica, pois desde o projeto os reservatórios podem ser pensados em locais subterrâneos, causando menos impacto na área ocupada. Da mesma forma sua eficiência também é maior, pois os sistemas hidráulicos podem ser projetados para a utilização da água em locais como os vasos sanitários. Para a utilização desse sistema, alguns cuidados devem ser tomados: a) a água não pode ser usada como potável; b) os reservatórios devem ser calculados de acordo com a demanda e o índice pluviométrico do local e devem estar preferencialmente interligados com a rede de abastecimento, para suprir períodos de longa estiagem; c) o sistema de captação deverá ser projetado para melhor desempenho do sistema, com calhas de tamanho adequado, de fácil acesso e
  • 35. 35 manutenção (limpeza de folhas), inclinação não muito acentuada para evitar o aceleramento do fluxo de água; d) a superfície de captação não pode ser tóxica (cobre, amianto, chumbo); e) o reservatório deverá ser protegido da luz. Figura 17: Esquema de captação de água da chuva com armazenamento em cisterna subterrânea (1 – captação; 2- filtro; 3 - reservatório) Fonte: Acqua Save (2012). Atualmente no mercado existem soluções prontas como filtros, sifão e freio, ou sistemas mais simples que poderão substituir esses equipamentos. Filtro de folhas Este equipamento permite de maneira simples, separar a água de folhas e partículas maiores, evitando que elas cheguem ao local de armazenamento de água.
  • 36. 36 Figura 18: Filtro de folhas Fonte: Ecocasa (2010). Figura 19: Filtro de folhas Fonte: Harvesting (2011). Abaixo, uma versão de filtro não industrializado, que pode ser construído por meio de cortes em tubulações de PVC.
  • 37. 37 Figura 20: Filtro de folhas Fonte: Sempre Sustentável (2012). Sifão Sua funcionalidade é evitar o mau cheiro e o acesso de animais ao local de armazenamento. Figura 21: Sifão Fonte: Ecocasa (2010).
  • 38. 38 Freio d’água Evita a movimentação de partículas diminuindo a velocidade da água de chuva na entrada da cisterna, melhorando a decantação e a turbidez da água. Figura 22: Freio d’água Fonte: Ecocasa (2010). Não necessariamente é preciso comprar produtos prontos, é possível executar o freio d’água apenas com conexões comuns conforme o esquema a seguir: Figura 23: Esquema de freio d’água Fonte: Autora (2011).
  • 39. 39 Separador de fluxo Aconselha-se descartar a primeira água de chuva devido à chuva ácida e por esta carregar um número maior de partículas de sujeira acumuladas na estiagem. Para isso, existem alguns sistemas como o separador de fluxo, em que um local armazena uma determinada quantidade de água e posteriormente uma “boia” libera o fluxo para o armazenamento na cisterna. Figura 24: Separador de fluxo Fonte: Harvesting (2011). O equipamento abaixo apresenta um duplo sistema, além do filtro de folhas superior, possui uma “boia” (azul) que permite a separação de parte da água coletada.
  • 40. 40 Figura 25: Separador de fluxo acoplado a filtro de folhas Fonte: Harvesting (2011). Na imagem abaixo, de um sistema implantado em uma residência, o armazenamento inicial é feito em um pequeno reservatório e depois direcionado para o reservatório maior. No pequeno reservatório há um registro de saída para que a água seja dispensada, de modo que o espaço de armazenamento fique disponível para a próxima chuva. Figura 26: Separador de fluxo Fonte: Harvesting (2012).
  • 41. 41 Armazenamento O armazenamento da água também pode criar alguns artifícios para garantir a melhor qualidade, utilizando o sistema de decantação ou filtragem: Figura 27: Filtragem através de sedimentação/ decantação Fonte: Group Raindrops (2002, p.116). Figura 28: Filtragem através de camada de brita Fonte: Group Raindrops (2002, p.119).
  • 42. 42 O mercado possui sistemas compactos prontos para comercialização, que podem facilitar o armazenamento de acordo com a necessidade do projeto. Figura 29: Cisterna horizontal para utilização aterrada Fonte: Fortlev (2011). Figura 30: Cisterna vertical para utilização externa Fonte: Harvesting (2011).
  • 43. 43 Esquema de funcionamento O funcionamento completo para a captação de águas pluviais para uso em residências pode ser descrito conforme abaixo, cabendo sempre a um profissional determinar a dimensão do tanque de armazenamento, de acordo com a região e suas características climáticas, assim como definir o uso que será dado para a água em questão (irrigação, descargas de bacias, lavagem de quintais, etc.). Figura 31: Esquema de funcionamento de sistema de água pluvial Fonte: Ecocasa (2010).
  • 44. 44 7. SISTEMAS DE APROVEITAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS As águas residuais de uma residência são classificadas em águas servidas, ou cinzas, e águas fecais, ou negras. As águas servidas provêm de pias, chuveiros e tanque, podendo também ser compostas pela água de chuva. As águas fecais são as resultantes de vasos sanitários. A contaminação de águas fecais é maior do que a de águas servidas, sendo também sua reutilização em residências menos comum devido ao fato de sua filtragem ser mais complexa e demorada, e consequentemente mais onerosa. Por este motivo, é importante separar a água servida da água fecal para sua reutilização, visando baratear o custo desse processo. Atualmente empresas de saneamento, como a Sabesp em São Paulo, fornecem para empresas e municípios água de reuso proveniente do tratamento de esgoto doméstico. Essa água é utilizada em produção industrial ou para limpeza pública e rega de jardins. A Sabesp comercializa cerca de 948 milhões de litros de água por ano na região metropolitana da cidade de São Paulo, onde, após a passagem por todas as fases de tratamento, 80% das impurezas são reduzidas (SABESP, 2012). Um tratamento de esgoto convencional possui duas fases: a) fase líquida: fluxo principal do líquido na estação de tratamento, buscando a remoção de sólidos presentes no esgoto, clarificando o efluente final; b) fase sólida: lodo retirado no processo de tratamento. Numa residência, o reaproveitamento de águas servidas reduz muito a necessidade de uso de água potável em aplicações não potáveis, como vasos sanitários, irrigação de jardins, lavagem de pisos, etc. Sua reutilização economiza recursos no uso da água potável, assim como também no sistema de esgoto, uma vez que essa água será reutilizada no mínimo duas vezes. A contaminação básica de águas servidas deve-se a sabão, gordura e orgânicos, sua filtragem pode ser feita através de sistema mineral (filtros
  • 45. 45 industrializados) ou biológico (filtragem natural), sendo a velocidade um fator importante para a qualidade da filtragem biológica, quanto mais lento o sistema, melhor a filtragem. A filtragem industrializada é feita através de pequenas estações de tratamento (ETE), que são comercializadas por empresas especializadas. Os processos se assemelham ao de fossas sépticas, porém a água passa por um filtro mineral no processo final. Abaixo, o sistema Family da Mizumo, que pode atender famílias de 4 a 10 pessoas, com vazão de até 160 litros/dia. Figura 32: Sistema Mizumo ETE. (1- Entrada; 2- Etapa anaeróbica 1; 3- Etapa anaeróbica 2; 4- Etapa aeróbia; 5- Decantação e desinfecção/ 6- Saída) Fonte: Mizumo (2012). No processo abaixo, da Caravela Ambiental, utiliza-se um sistema computadorizado alemão de lodo ativado através do insuflamento de ar. Figura 33: Sistema de tratamento de águas residuais (A- Câmara de repouso; B-Câmera reator; 1- Entrada; 2- Ligação água câmara A-B; 3- Insuflamento de ar controlado; 4- Bombeamento de água tratada para fora do sistema; 5- Lodo decantado volta para câmera A para reinicio do sistema) Fonte: Caravela Ambiental (2012).
  • 46. 46 O sistema de filtragem biológica consiste em duas etapas: a) fossa séptica (sistema anaeróbico); b) filtro biológico (sistema aeróbico – plantas + oxigenação). A fossa séptica, comum no Brasil em regiões onde não existe rede coletora de esgoto, possui três etapas: tanque séptico, filtro anaeróbico e sumidouro. Figura 34: Esquema de fossa séptica Fonte: Autora (2010) Em um sistema comum sem reuso de água, após a passagem pelo sumidouro, a água é infiltrada na terra, porém em locais onde haverá a reutilização da água servida, esta passará do sumidouro por um filtro biológico, com pedras e plantas (juncos) que filtrarão a água.
  • 47. 47 Figura 35: Esquema de filtro biológico Fonte: Kaick; Tamara S. Van et al. (2008, p.5). Após a passagem nesse filtro a oxigenação dessa água através de pequenas quedas possibilita melhor qualidade. Figura 36: Filtro biológico Fonte: Entrepreneur’s Toolkit (2012).
  • 48. 48 Figura 37: Oxigenação de água Fonte: Bueno (2008). Figura 38: Esquema de filtro biológico Fonte: Bueno (2008).
  • 49. 49 Esse sistema imita a natureza em seu processo de recuperação da qualidade de água, podendo ser utilizado em pequena ou larga escala. Conhecido como sistema de Wetlands, constitui-se de “[...] ecossistemas artificiais com diferentes tecnologias, utilizando os princípios básicos das ‘wetlands’ naturais” (SALATI, 2006) em menor escala. Como o exemplo da comunidade de Emaus, em Ubatuba, onde o esgoto de 27 famílias é tratado a partir do sistema de Wetlands e 98,8% das impurezas são removidas. A utilização de peixes na fase final do processo serve para garantir a qualidade da água e prevenir a proliferação de insetos e mosquitos (BUENO, 2008). Figura 39: Wetland Emaus Fonte: Bueno (2008).
  • 50. 50 8. DRENAGEM DE ÁGUA DE CHUVA Nas relações ecossistêmicas, os prejuízos a algo ou alguém, em qualquer elo de encadeamento do sistema, traz danos ao próprio causador: o bem-estar do indivíduo não está dissociado do bem-estar comunitário, e vice-versa [...] interdependência: todas as coisas estão relacionadas entre si, com variadas interconexões, o que é saída para um sistema é a entrada e dá início a outro (ADAM, 2001, p.29). Não somente deve-se preocupar com a água que se utiliza, se armazena e se reutiliza numa residência, a água que não será aproveitada diretamente também deverá fazer parte das preocupações dos usuários. Atualmente as cidades vivem um grave problema na época de chuvas: as enchentes. A impermeabilização do solo tem agravado muito esse problema, para minimizá-los os projetos residenciais devem prever soluções de drenagem, projetos paisagísticos que exijam melhor absorção de águas pluviais, pisos drenantes ou sistemas de retenção de águas pluviais como os jardins inundados. A utilização de pisos drenantes possibilita o retorno da água para o seu ciclo natural; utilizar blocos intertravados com taxa de 15% de permeabilidade, concregrama com 50% ou até mesmo substituir o piso por pedrisco são soluções que permitem que a água infiltre no subsolo e realimente os lençóis freáticos. Figura 40: Piso intertravado Fonte: Ecopisos (2012).
  • 51. 51 Figura 41: Concregrama Fonte: Tecpavi (2012). Figura 42: Pedrisco em piso na garagem Fonte: Autora (2007). Cidades nos Estados Unidos estão implementando em suas calçadas projetos de jardins inundáveis, nos quais é possível a retenção de parte da água de chuva em tanques com vegetação adequada, para que essa água infiltre no solo lentamente sem escoar para o sistema público de captação de água de chuva.
  • 52. 52 Figura 43: Esquema de jardim inundável Fonte: Autora (2011). Figura 44: Jardim inundável – Stephen Epler Hall, Portland. Fonte: Mithun (2012). Figura 45: Jardim inundável – Stephen Epler Hall, Portland. Fonte: Flickr (2012).
  • 53. 53 Figura 46: Esquema de jardim inundável – Stephen Epler Hall, Portland. Fonte: Mithun (2012). Figura 47: Jardim inundável - Fupam Fonte: Autora (2012). Outra maneira de captar água é o utilizado na praça Victor Civitta em São Paulo, em que a água de chuva e o esgoto (previamente tratado) são levados para um sistema de alagados, onde passam por filtro de cascalho e plantas
  • 54. 54 aquáticas, de onde, por gravidade, a água sai para um espelho d’água onde será reutilizada. Figura 48: Jardim alagado - Praça Victor Civitta Fonte: Autora (2011). Os jardins dessa mesma praça utilizam outro sistema de captação e armazenagem conhecido como TecGarden. Trata-se de um piso elevado de ardósia onde, na parte inferior, fica a água armazenada e, na parte superior, a vegetação. A ligação entre a parte superior e a inferior é feita através de fibras de coco que levam por capilaridade a água até a vegetação na quantidade necessária. Figura 49: Sistema TecGarden Fonte: Remaster (2012). Vegetação Fibra de coco Piso elevado Água armazenada
  • 55. 55 Figura 50: Sistema de jardins - Praça Victor Civitta Fonte: Autora (2011). Piso elevado em ardósia Fibra de coco
  • 56. 56 9. ÁGUA E CERTIFICAÇÕES No mundo, atualmente existem dezenas de tipos de certificação para edificações sustentáveis, cada uma com abordagem e características específicas da localidade onde foram desenvolvidas, comum a todas, encontra-se a preocupação com a maneira em que a água será utilizada nas edificações a serem certificadas, algumas com maior ênfase, outras com menor. Para residências no Brasil, existe pouco interesse em certificações, não havendo nenhuma residência unifamiliar certificada até o momento, porém as certificações podem servir de parâmetro para residências mais eficientes. Edifícios residenciais possuem maior probabilidade de certificação, mas em sua maioria os edifícios certificados são voltados ao comércio, serviços e instituições. A seguir, serão abordados os aspectos gerais relativos à água nas principais certificações existentes no Brasil. 9.1. CERTIFICAÇÃO AQUA O processo de certificação AQUA (Alta Qualidade Ambiental) foi desenvolvido pela Fundação Carlos Alberto Vanzolini (FCAV) em parceria com a Certification Qualité Logement (CERQUAL), órgão francês responsável pelo processo de certificação HQE. Foi elaborada uma versão nos padrões brasileiros, mantendo-se a estrutura de 14 categorias. Nessas categorias, a água encontra-se em dois itens principais: Categoria 5: Gestão da água Categoria 14: Qualidade sanitária da água
  • 57. 57 Figura 51: Categorias AQUA Fonte: Fundação Carlos Alberto Vanzolini (2010, p.8). Segundo o referencial técnico do processo AQUA (FCAV, 2010), as principais preocupações relativas à Gestão de Água e Qualidade Sanitária da Água são: • Gestão da água para redução do consumo de água potável: implementação de sistemas economizadores, previsão de consumo anual, uso consciente e controlado em usos de áreas comuns e sistemas de irrigação • Gestão de águas pluviais: otimização da gestão de águas pluviais em função da análise do terreno, aproveitamento de águas pluviais. • Assegurar a manutenção da qualidade da água destinada ao consumo humano nas redes internas do edifício: sistema central coletivo, sistema central privado, limpeza de tubulações, informações sobre a qualidade da água, sistema de aproveitamento de água pluvial. • Risco de queimaduras e legionelose: medidas tomadas para controle e redução de temperatura dos pontos de água quente, identificando riscos.
  • 58. 58 9.2. CERTIFICAÇÃO LEED O LEED (Leadership in Energy and Enviromental Design) é uma certificação com origem nos Estados Unidos, criada pelo U.S. Green Building Council (USGBC), que pode ser aplicada no Brasil (ou em qualquer outro lugar do mundo), com algumas poucas adaptações regionais. Ele possui um crédito específico para a utilização de água (Water Efficiency- WE), que seu guia referencial (USGBC, 2009) define como a categoria para encorajar o uso de estratégias e tecnologias a fim de reduzir o impacto negativo associado à captação, armazenagem, transporte e tratamento da água potável que é consumida nos edifícios e nas áreas verdes. Esta categoria possui um pré-requisito de redução de uso de 20% e mais quatro créditos nos quais é possível atingir uma pontuação de 10 pontos nas categorias New Constructions e Core and Shell e 11 pontos na categoria Schools, além de 1 ponto extra para performance exemplar. Créditos Water Efficiency2 CRÉDITO DESCRITIVO NC SCHOOLS CS WE Prerequisite 1 Redução de uso da água Obrigatório Obrigatório Obrigatório WE Credit 1 Paisagismo com utilização de água eficiente 2-4 pontos 2-4 pontos 2-4 pontos WE Credit 2 Tecnologias inovadoras de águas residuais 2 pontos 2 pontos 2 pontos WE Credit 3 Redução de uso e água potável 2-4 pontos 2-4 pontos 2-4 pontos WE Credit 4 Processo de redução de uso de água N/A 1 ponto N/A Tabela 6: Créditos LEED - WE Fonte: USGBC (2009, p.163). 2 U.S. GREEN BUILDING COUNCIL. LEED Reference Guide for Green Building and Construction. Washington, 2009. Tradução nossa.
  • 59. 59 WE Credit 1 – Water Efficient Landscaping3 Requisitos Opção 1: redução de 50% do uso de água potável para irrigação – 2 pontos. Opção 2: Não utilizar água potável para irrigação – 4 pontos. a) utilizar água de reuso; b) projeto de paisagismo que não requer irrigação permanente. WE Credit 2 – Innovative Wastewater Technologies4 Requisitos Opção 1: redução de 50% no uso de água potável em vasos sanitários – 2 pontos. Opção 2: tratamento de 50% das águas residuais no edifício – 2 pontos. Performance exemplar: tratamento de 100% das águas residuais no edifício. WE Credit 3 – Water Use Reduction5 Requisitos Reduzir o uso de água potável a partir de referência (cálculo de uso padrão de água no edifício). Percentual de redução Pontos 20% Obrigatório 30% 2 35% 3 40% 4 45% Performance exemplar Tabela 7: Pontuação referente ao percentual de redução de consumo Fonte: USGBC (2009, p.203). 3 U.S. GREEN BUILDING COUNCIL. LEED Reference Guide for Green Building and Construction. Washington, 2009. Tradução nossa.p.179. 4 Ibid., p.193 5 Ibid., p. 203
  • 60. 60 WE Credit 4 – Process Water Use Reduction6 Requisitos Sistemas de ar-condicionado não devem utilizar água potável para sistema de resfriamento. Não utilizar trituradores de lixo. Utilizar no mínimo quatro processos de redução de água (máquinas de lavar roupa, máquinas de lavar louça, máquinas de gelo, etc.). Performance exemplar: redução de 40% de água processada no edifício. Além da categoria específica, a água também tem relação com outras duas categorias: Sustainable Sites : SS 5.1. Site Development: no que se refere à água utilizada para irrigação, que pode ser reduzida com a utilização de água de chuva e projetos paisagísticos com plantas nativas que necessitam de menos irrigação (USGBC, 2009, p.78. Tradução nossa). SS 6.1. Stormwater Design – Quantity Control: limitar a interferência na hidrologia natural por meio da redução da cobertura impermeável, aumentando a infiltração local, reduzindo ou eliminando a poluição das águas pluviais (USGBC, 2009, p.91. Tradução nossa). SS 6.2. Stormwater Design – Quality Control: limitar a interferência e poluição de cursos d’água naturais por meio da gestão do escoamento das águas pluviais (USGBC, 2009, p.101. Tradução nossa). Energy and Atmosphere: O uso da água quente, especialmente a doméstica, exige uma quantidade significativa de energia. A redução desse consumo e a utilização eficiente dessa água pode gerar economia de energia (USGBC, 2009, p.241. Tradução nossa). 6 U.S. GREEN BUILDING COUNCIL. LEED Reference Guide for Green Building and Construction. Washington, 2009. Tradução nossa.p.207.
  • 61. 61 9.3. CERTIFICAÇÃO PROCEL-EDIFICA A certificação Procel-Edifica foi desenvolvida pelo governo brasileiro para atribuir às novas construções um padrão de eficiência energética. Apesar de seu foco não ser a água, essa certificação aborda o tema em dois aspectos: a) consumo de água quente; b) bonificação para uso racional de água potável. No consumo de água quente os principais fatores de pontuação são relacionados ao tipo de sistema de aquecimento (solar, gás, bomba de calor ou caldeira a gás) (BRASIL, 2010a) e ao isolamento térmico desse sistema, que possibilitará menor consumo, uma vez que a água chegará ao ponto de consumo com a temperatura ideal de maneira mais rápida e com menos perda de carga térmica (BRASIL, 2010b). O programa garante a possibilidade de utilizar a água como bonificação caso exista o uso racional na construção. [...] sistemas e equipamentos que racionalizem o uso da água, tais como economizadores de torneiras com arejadores e/ou temporizadores, sanitários com sensores, aproveitamento de água pluvial e de outras fontes alternativas de água, devem proporcionar uma economia mínima de 40% no consumo anual de água do edifício, considerando práticas correntes de dimensionamento (BRASIL, 2010a, p.23). Nas edificações residenciais a bonificação é de zero a 0,20 e nas edificações comerciais pode acrescentar 1 ponto na classificação geral.
  • 62. 62 10. PROJETOS REFERENCIAIS 10.1. RESIDÊNCIA MORRO DO QUEROSENE Residência unifamiliar que, após reforma recebeu melhorias para redução de custos de água: Figura 52: Plantas de residência Fonte: Autora (2011). Foram utilizados vasos sanitários de 6 litros, com válvula de descarga com duplo fluxo para sólidos e líquidos.
  • 63. 63 Figura 53: Válvula de duplo fluxo Fonte: Autora (2011). As torneiras possuem arejador, que, segundo a NBR 5626, “instalado na saída de uma torneira possui orifícios na sua superfície lateral que permitem a entrada de ar durante o escoamento da água e dão ao usuário a sensação de uma vazão maior do que é na realidade” (ABNT, 1998, p.17). Figura 54: Torneira com arejador Fonte: Autora (2011). O sistema de captação de água pluvial foi dimensionado para atender parcialmente a demanda da residência. Devido à impossibilidade de um
  • 64. 64 reservatório maior (4.000 litros), foi executado um sistema misto no qual a caixa de água pluvial é abastecida pela rede na época de estiagem. 01 Abastecimento Bomba submersa de reservatório térreo Abastecimento de reservatório superior 01 02 03 04 Figura 55: Esquema de captação de água pluvial térreo (01 - Filtro de folhas; 02 – Filtro de folhas + separador de fluxo; 03 - Filtro de brita; 04- Reservatório) Fonte: Autora (2011). A captação da água da cobertura é feita em três pontos, em dois dos quais foram utilizados filtros de folhas (01) e, antes de chegar ao reservatório, a água passa por uma caixa de brita envolta em bidim para melhorar a filtragem. Figura 56: Esquema de captação de água pluvial térreo (01- Filtro de folhas) Fonte: Autora (2011). Foi aproveitado o desnível do terreno para a execução da caixa de brita, que funciona como filtragem para parte do sistema de captação.
  • 65. 65 Figura 57: Esquema de captação de água pluvial térreo (03- Filtro de brita) Fonte: Autora (2011). O terceiro ponto possui um sistema de filtro de folhas com separador de fluxo (02), onde a primeira água recebida é desviada para uma tubulação e, após esta ser preenchida a válvula fecha o sistema e inicia o abastecimento do reservatório. Filtro de folhas Separador de fluxo Tubo que abastece cisterna Tubos de armazenamento de primeira chuva Registro de descarte Figura 58: Esquema de captação de água pluvial térreo (02 – Filtro de folhas + separador de fluxo) Fonte: Autora (2011). O reservatório no térreo possui capacidade de 4.000 litros e, através de uma bomba submersa ligada a um sistema de automação com boias senoidais,
  • 66. 66 abastece um reservatório superior de 1.000 litros. O reservatório superior é interligado à rede pública, quando o nível da caixa atinge menos de 10% de capacidade, o sistema é abastecido com água potável. Tubulação de abastecimento da caixa de armazenamento e distribuição superior Bomba submersa Freio d’água Figura 59: Esquema de captação de água pluvial térreo (04- Reservatório 4.000 litros) Fonte: Autora (2011). A rede hidráulica das bacias foi executada de maneira independente das demais redes e possui um abastecimento direto desse reservatório. A água pluvial ainda é utilizada em dois pontos de torneiras, para lavagem de quintal e irrigação do jardim. Não foi previsto sistema de cloração, o processo é feito manualmente pelos proprietários, toda semana no reservatório do térreo.
  • 67. 67 10.2. ECOVILA RESORT PRAIA GRANDE Projetado pela arquiteta Patricia Gomes de Sousa Soares, esse condomínio horizontal localizado no litoral tem como premissa a sustentabilidade. Possui em seu escopo de projeto, além de técnicas passivas, tecnologias como a energia eólica e painéis solares. Figura 60: Jardim central Fonte: Ecovilaresort (2012). No que se refere à água, foi elaborado um sistema de coleta de água pluvial de 350 mil litros, que após a passagem por filtros abastece vasos sanitários de duplo fluxo, lavanderia e torneiras para irrigação, gerando uma economia de 30% do consumo de água potável, segundo o construtor.
  • 68. 68 Figura 61: Esquema de captação e distribuição de água pluvial. Fonte: Ecovilaresort (2012). 10.3. ONG MORADA DA FLORESTA Localizada na cidade de São Paulo, a ONG Morada da Floresta possui um sistema de captação de água de chuva que abastece as bacias sanitárias e as torneiras da sede. A captação é feita no telhado e primeiramente passa por uma caixa de água de fibra que possui um filtro de areia. Dessa caixa já é possível utilizar a água em torneiras no jardim.
  • 69. 69 Figura 62: Caixa primária para captação de água de chuva Fonte: Autora (2012). A armazenagem é feita numa cisterna de concreto de 10 m³. Antes de entrar na cisterna a água passa por uma peneira simples, para eliminar possíveis resíduos. No seu ladrão, possui uma válvula de retenção para bloquear acesso de roedores ou insetos. Figura 63: Cisterna Fonte: Autora (2012).
  • 70. 70 Figura 64: Parte interna cisterna com válvula de retenção no ladrão Fonte: Autora (2012). Através de uma bomba, a água é enviada para uma caixa d’água na cobertura da edificação, passando antes por um filtro de areia, brita e carvão feito em dois tubos de PVC. Dessa caixa superior, a água é distribuída para os vasos sanitários da edificação. Figura 65: Filtro na cobertura Fonte: Autora (2012).
  • 71. 71 10.4. BED ZED Beddington Zero Emissons Development (BED ZED) é um projeto com conceitos inovadores não somente no que se refere à arquitetura, mas também no que se diz respeito ao estilo de vida adotado por seus moradores. Figura 66: BED ZED Fonte: Ekimondo (2012). Trata-se de um condomínio de 83 casas implantadas em um browfield (terreno contaminado) no sul de Londres. O escritório Arup, responsável pelo projeto, utilizou diversas técnicas construtivas para que as edificações tivessem o menor impacto possível no meio ambiente. Através de recursos como “restritores de vazão, sanitários de duplo fluxo, equipamentos de alta eficiência no uso da água, medidores de consumo colocados à vista dos usuários, para melhor controle, foi possível reduzir em 50% a demanda de água potável” (TWINN, 2003, p.14. Tradução nossa).
  • 72. 72 Figura 67: BED ZED - Esquema captação de água Fonte: Twinn (2003, p.12). A água de chuva dos telhados é coletada e armazenada em tanques subterrâneos e utilizada nas bacias e para irrigação. Além desse sistema, o esgoto é tratado em um sistema ecológico que utiliza vegetação em seu tratamento secundário e terciário, gerando economia de energia no processo. Figura 68: BED ZED - Sistema de tratamento ecológico. Fonte: Ekimondo (2012).
  • 73. 73 O escoamento de água superficial do condomínio utiliza um sistema de drenagem que possui um filtro para eliminar possíveis poluentes e destina toda a água coletada para a absorção lenta no solo, alimentando os lençóis freáticos locais, como se não houvesse edificações no terreno.
  • 74. 74 11. CONCLUSÃO No panorama atual, a eminência da escassez de água é clara, desperdiçar esse recurso com usos indevidos ou simplesmente ignorar sua importância significa um grande prejuízo ao planeta. A maioria da população pouco sabe sobre a origem da água que chega a sua torneira, e menos ainda em relação ao destino dessa água pós-consumo. O real valor desse recurso só é sentido quando este se torna escasso. Pensar no coletivo, deixar de responsabilizar os governos por seu próprio lixo e esgoto, como, por exemplo tratar seu esgoto antes de jogá-lo na rede disponível, não é desperdício de recursos, é um meio facilitador. Cada cidadão deve fazer sua parte. Ao mesmo tempo, deve-se cobrar desse governo providências e estímulos para que mais casas eficientes no uso da água sejam construídas, para que mais pesquisas nessa área sejam desenvolvidas e, principalmente, para que eles cuidem também de seu próprio desperdício e abandono de infra-estrutura. Ao longo da pesquisa foi possível destacar diversas tecnologias disponíveis, muitas delas de simples aplicação. Nem todas são novidades, muitas são utilizadas há anos como formas “alternativas”, quando na realidade deveriam ser o padrão das construções. As certificações, apesar da pouca incidência no setor residencial, demonstram em seus escopos a importância da água, e podem servir de referenciais para que projetos sejam pensados de forma eficiente e racional, a fim de reduzir seu impacto. Construções existentes também devem ser analisadas e sofrer as devidas intervenções para garantir a melhor performance. Nos projetos referenciais apresentados temos exemplos de sistemas que não precisam de tecnologias avançadas para funcionar, tubulações de PVC podem substituir filtros e acessórios caros, como foi apresentado na residência do Morro do Querosene. Pequenas intervenções tecnológicas como o catavento no Ecovilaresort permitem que a água seja bombeada sem uso de energia elétrica. O filtro desenvolvido na ONG Morada da Floresta, purifica a água de maneira mais fina, apenas utilizando materiais simples e de fácil acesso.
  • 75. 75 Ao mesmo tempo, novos produtos eficientes e de qualidade chegam ao mercado, demonstrando que existe demanda de consumo desse tipo de serviço. Projetos como o PURA comprovam que é economicamente viável e rentável investir em renovações e substituições de sistemas hidráulicos. Deve-se ponderar a possibilidade de cada caso, não será possível implementar em todas as edificações, existentes ou novas, todos os sistemas, mas se parcialmente cada habitante fizer sua parte, e mesmo que em pequena escala residências mais eficientes sejam construídas o montante causará um grande impacto. Cabe àqueles que projetam, que cuidam da manutenção e, principalmente ao cidadão que habita, se conscientizar da importância de seus atos hoje.
  • 76. 76 REFERÊNCIAS ADAM, Roberto Sabatella. Princípios do Ecoedifício: Integração entre tecnologia, consciência e edifício. São Paulo: Aquariana, 2001. 128p. AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS. Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil: Informe 2010. Brasília, DF, 2010. 76p. AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS. Manual de Conservação e Reuso de Água em Edificações. São Paulo: Prol Editora Gráfica, 2005. ACQUA SAVE. Disponível em: <http://www.acquasave.com.br/esquema.html> Acesso em: 29 jan. 2012. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5626: Instalação predial de água fria. Rio de Janeiro, 1998. 41p. BRASIL. Anexo da Portaria INMETRO n° 372/2010. Requisitos técnicos de qualidade para o nível de eficiência energética de edifícios comerciais, de serviços e públicos, set. 2010a. 88p. BRASIL. Anexo da Portaria INMETRO nº 449/2010. Regulamento técnico de qualidade para o nível de eficiência energética de edificações residenciais, nov. 2010b. 133p. BRASIL. Ministério das Cidades. Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento: Diagnóstico dos serviços de água e esgoto – 2009. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, Brasília, 2011. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Plano Nacional de Recursos Hídricos: Panorama e estado dos recursos hídricos no Brasil. v.1, Brasília, 2006. BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Resolução nº 20, de 18 de junho de 1986. Classifica a água de acordo com seu uso preponderante. BUENO, Marcelo, Habitações Sustentáveis. In: WORKSHOP DE HABITAÇÕES SUSTENTÁVEIS, 1, 2008, Ubatuba. CD-ROM. CARAVELA AMBIENTAL. Equipamentos: Estação de Tratamento Esgoto. Disponível em: <http://www.torre-caravela.com.br/ete.html>. Acesso em: 29 jan. 2012. DEPARTAMENTO DE ÁGUA E ESGOTO DE BAURU (DAEBAURU). Ciclo da água. Disponível em: <http://www.daebauru.com.br/site2006/centro/ ciclo_agua.htm>. Acesso em: 20 nov. 2011. DURAN, Sergio Costa. A Casa Ecológica: ideias práticas para um lar ecológico e saudável. Barcelona: GG, 2011. 159p. ECOCASA. Produtos. Disponível em: <http://www.ecocasa.com.br/produtos .asp?it=1212>. Acesso em: 27 nov. 2010. ECOVILARESORT. Disponível em: <http://www.ecovilaresort.com.br>. Acesso em: 9 fev. 2012. EKIMONDO. Ekistop: BedZed. Disponível em: <http://www.ekimondo.com/ index.php/en/ekistop/display/bedzed.html>. Acesso em: 5 fev. 2012.
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