2. 1.O QUE É SOCIOLOGIA?
Podemos estabelecer, com bastante tranqüilidade o surgimento da
sociologia no século XIX, como decorrência da necessidade dos homens de
compreender os inúmeros problemas sociais que estavam aparecendo, em
proporções nunca vistas devido à industrialização iniciada no século XVIII. O
estudo da sociologia também pode ser compreendido como estudo científico
da sociedade e sua influência com o comportamento humano.
Para este estudo os sociólogos utilizam métodos científicos na abordagem
dos diversos fenômenos sociais existentes nas diferentes sociedades
humanas. Dentro desta perspectiva, um dos principais objetivos é identificar
aquilo que não está evidente, que não parece claro, e quais os padrões e as
influências do comportamento social ativo. Para aquele que apresenta um
pensar sociológico e uma análise do fenômeno social.
3. Conceitos dos seguintes tópicos para um
melhor entendimento da sociologia:
interação social;
estrutura social;
grupos e subgrupos sociais;
status e papel;
mobilidade social, trabalho e desigualdade.
4. INTERAÇÃO SOCIAL
Aspecto mais importante da interação social é que ela provoca uma modificação de comportamento nos
indivíduos envolvidos, como resultado do contato e da comunicação que se estabelece entre eles. Desse
modo, fica claro que o simples contato físico não é suficiente para que haja interação social. Por
exemplo, se alguém se senta ao lado de outra pessoa num ônibus, mas ambos não conversam, não está
havendo interação social (embora a presença de uma das pessoas influencie, as vezes, um pouco o
comportamento da outra).
Os contatos sociais e a interação, constituem, portanto, condições indispensáveis a associação humana.
Os indivíduos se socializam através dos contatos e da interação social.
A interação social pode ocorrer entre uma pessoa e outra, entre uma pessoa e um grupo ou entre um
grupo e outro:
pessoa ↔ pessoa
pessoa ↔ grupo
Grupo ↔ grupo
A interação assume formas diferentes. A forma que a interação social assume chama-se relação social.
Um professor dando aula tem um tipo de relação social com seus alunos, a relação pedagógica. Da
mesma forma, uma pessoa comprando e outro vendendo, estabelecem uma relação econômica. Além
dessas, as relações sociais podem ser políticas, religiosas, culturais, familiares e etc.
A forma mais típica de interação social, é aquela em que há influência recíproca entre os participantes.
Mas alguns autores falam de interação social quando apenas um dos elementos influência o outro. Isso
acontece quando um dos polos de interação está representado por um meio de comunicação apenas
físico, como a televisão ou o livro. Ocorre, nesse caso, uma interação não recíproca. Neste tipo de
interação, apenas um dos lados influência o outro.
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6. ESTRUTURA SOCIAL
Partindo da constatação de que os membros e os grupos de uma
sociedade e praticados entre si, a 'estrutura social' refere-se à colocação e
à posição de indivíduos e de grupos dentro desse sistema. Em outras
palavras, o agrupamento de indivíduos, de acordo com as posições que
resultam dos padrões essenciais de relações de obrigação, constitui a
'estrutura social' de uma sociedade (Cf. Brown e Barnett).
A realidade social revela padrões, ou estruturas, que dá a cada um de nós,
um sentido para o lugar ao qual pertencemos, o que se espera que
façamos, e como nós devemos pensar e agir. Embora a realidade social
não tenha a organização de uma colmeia, ela não deixa de ser organizada;
se não o fosse, não saberíamos como agir, e constantemente ficaríamos
incertos às prováveis reações dos outros. Sem estrutura, o mundo social é
o caos. Desde que os homens deixaram a caça e a colheita como modo de
subsistência, eles nunca mais alcançaram o mesmo equilíbrio entre a
liberdade e a autonomia, por um lado, e a ordem e a estabilidade por outro
lado. A vida social é um constante cabo de guerra entre o nosso desejo de
ser livre e a nossa necessidade de ser parte da estrutura social. Estrutura
social é, definitivamente, composta de status, que é o lugar que ocupamos,
em um sistema de posições interligadas.
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9. GRUPOS E SUBGRUPOS SOCIAIS
A interdependência humana significa basicamente o inter-relacionamento dos
indivíduos por meio de suas ações sociais. Existe organização social na
medida em que essa ações sejam orientadas por normas, que os indivíduos
podem seguir ou desrespeitar. Na primeira hipótese, contribuem para manter
a ordem social; na segunda, provocam a desordem.”
O último aspecto da interdependência diz respeito ao conceito de grupo
social.
O que é um grupo social? Para ser um grupo tem que:
1. POSSUIR RELAÇÕES ESTÁVEIS E DURADOURAS.
2. DEVEM TER EM CERTO GRAU RELAÇÕES DE COOPERAÇÃO. Pode
haver situações de conflito mas é preciso ter um mínimo de cooperação em
vistas a certos objetivos. Ex: os detentos podem viver em situação de conflito
mas devem manter o mínimo de cooperação para suportar aquela situação.
3. A cooperação diz respeito a existência de normas que orientem as ações
dos indivíduos.
4. DISTINGUIR OS QUE FAZEM PARTE DELE, DAQUELES QUE NÃO
FAZEM PARTE DELE.
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11. STATOS E PAPEL SOCIAL
Apesar de semelhantes, os conceitos de status e papel social definem duas coisas distintas no
campo de estudos da Sociologia. Por isso, precisamos saber qual a utilidade de cada um desses
conceitos e que tipo de informação eles nos repassam. Em primeiro lugar, é de suma importância
apontar que tais conceitos são necessários para uma análise um tanto mais profunda da pirâmide
social que organiza algumas coletividades.
A ideia de status social está ligada às diferentes funções que um sujeito pode ocupar no interior da
sociedade em que vive. Se o compreendermos como um sujeito oriundo das classes médias, por
exemplo, podemos enxergar quais hábitos, vínculos e funções que podem definir seu status no meio
em que vive. Para tanto, avaliamos qual tipo de posto de trabalho ocupado, os locais de lazer
frequentados, o partido político ao qual está filiado e sua posição no núcleo familiar.
Para se estabelecer uma definição mais bem acabada sobre os diferentes tipos de status que uma
pessoa pode ter, os estudos sociológicos costumam grifar a existência de dois tipos de status: o
status atribuído, em que alguém ocupa determinada posição independente de suas próprias ações
(como “irmão mais velho” ou “filho de empresário”); e o status adquirido, situação em que a pessoa
age em favor de certa condição (como “especialista” ou “criminoso”).
Nesse momento, o conceito de papel social aparece justamente para explicar quais seriam os
direitos e deveres que uma pessoa tem ao ocupar um determinado status social. Dessa forma,
vemos que o papel social envolve todo o tipo de ação que a própria sociedade espera no momento
em que um de seus integrantes ocupa certo status. Exemplificando de forma simples, podemos dizer
que o médico deve salvar vidas, a mãe cuidar de seus filhos e o professor repassar conhecimento
para os alunos.
12. Na compreensão de algumas culturas, a relação entre o status e o papel social pode nos
mostrar algumas diferenças bastante interessantes. Realizando um contraponto entre duas
sociedades, é possível analisar que indivíduos com status sociais semelhantes são levados a
desempenhar diferentes funções. Um exemplo disso pode ser notado quando pensamos em
um curandeiro de uma tribo indígena e o médico de alguma sociedade capitalista.
Enquanto o primeiro vive em contato com a comunidade e se utiliza de rituais religiosos para
cumprir a função de curar pessoas, esperamos que um médico esteja em um consultório e que
domine o uso de uma série de procedimentos científicos para realizar essa mesma tarefa.
Assim, vemos que status e papel social são ferramentas teóricas de suma importância para o
desenvolvimento de vasto leque de temas e objetos da Sociologia.
Na compreensão de algumas culturas, a relação entre o status e o papel social pode nos
mostrar algumas diferenças bastante interessantes. Realizando um contraponto entre duas
sociedades, é possível analisar que indivíduos com status sociais semelhantes são levados a
desempenhar diferentes funções. Um exemplo disso pode ser notado quando pensamos em um
curandeiro de uma tribo indígena e o médico de alguma sociedade capitalista.
Enquanto o primeiro vive em contato com a comunidade e se utiliza de rituais religiosos para
cumprir a função de curar pessoas, esperamos que um médico esteja em um consultório e que
domine o uso de uma série de procedimentos científicos para realizar essa mesma tarefa.
Assim, vemos que status e papel social são ferramentas teóricas de suma importância para o
desenvolvimento de vasto leque de temas e objetos da Sociologia.
13. Mobilidade Social
A mobilidade social é um campo de estudo da sociologia bastante usado para a
compreensão das formas pelas quais os diferentes grupos humanos diferenciam os
integrantes de uma mesma cultura. De forma mais específica, a mobilidade tem a
importante função de pensar as vias e possibilidades de troca, ascensão ou rebaixamento
que um determinado indivíduo possui no meio em que estabelece suas relações.
Em algumas sociedades a questão da mobilidade é tida como inexistente, principalmente
naqueles casos em que a posição de um indivíduo é preservada ao longo de toda a sua
existência. Na ausência de mobilidade, alguns estudiosos costumam classificar uma
sociedade como estratificada. Um dos mais reconhecidos exemplos utilizados para esse
tipo de situação é observado no interior da sociedade feudal, onde clérigos, nobres e
servos dispunham de uma mesma posição ao longo da existência.
DESIGUALDADE SOCIAL
A chamada classe social nada mais é que a divisão de
pessoas feita a partir do seu status social e de outros
fatores ligados a ele. É resultado da forma com que as
pessoas viviam desde o período da Idade Média quando
havia os estamentos, formação de camadas sociais,
onde os senhores feudais e o clero eram “os indivíduos
da classe alta", os servos “os indivíduos da classe
baixa”, porém adaptadas à situação do seu momento
histórico.
14. Sociologia da Educação
Ana Maria F. Almeida; Heloísa Helena T. de Souza Martins
A sociologia da educação é uma disciplina que estuda os processos sociais do ensino e
da aprendizagem. Tanto os processos institucionais e organizacionais nos quais a
sociedade se baseia para prover educação a seus integrantes, como as relações sociais
que marcam o desenvolvimento dos indivíduos neste processo são analisados por esta
disciplina.
A Sociologia da Educação é a vertente da sociologia que estuda a realidade
socioeducacional e os processos educacionais de socialização. Tem como fundadores
ÉMILLE DURKHEIM, KARL MARX e MAX WEBER. Durkheim é o primeiro a ter uma
Sociologia da Educação sistematizada em obras como Educação e Sociologia, A Evolução
Pedagógica na França e Educação Moral.
A Sociologia da Educação oportuniza aos seus pesquisadores e estudiosos compreender
que a educação se dá no contexto de uma sociedade que, por sua vez, é também
resultante da educação. Também oportuniza compreender e caracterizar a inter-relação
ser humano/sociedade/educação à luz de diferentes teorias sociológicas.
A Associação Internacional de Sociologia possui o Comitê de Pesquisas em Sociologia de
Educação desde 1971.
No Brasil, um dos pioneiros na Sociologia da Educação foi Fernando Azevedo, signatário
do Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova em 1932, responsável pela Reforma do Ensino
no então Distrito Federal (1927). Foi ainda um dos intelectuais responsáveis pela fundação
da Universidade de São Paulo - USP em 1934.
15. O estudo de sociedades culturalmente diferentes oferece ferramentas importantes nesta
análise. O conhecimento de como diferentes culturas se reproduzem e educam seus
indivíduos permite uma aproximação dos processos mais estruturais que compõem a
educação de uma forma mais ampla. A sociologia da educação é a extensão da sociologia
que estuda a realidade socioeducacional. Oportuniza aos pesquisadores compreender que
a educação se dá no contexto da sociedade, e não apenas na sala de aula, caracterizando
a relação que há entre ser humano, sociedade e educação através de diferentes teorias
sociológicas.
Segundo Durkheim, a sociologia da educação serveria para os futuros professores para
uma nova moral laica e racionalista, sem influência religiosa.
A sociologia da educação começou a se consolidar por Marx e Engels, como o pensamento
sobre as sociedades de seu tempo, criando uma relação de educação e produção. As
concepções deles têm como início a revolução industrial, criando a educação politécnica,
que combina a instituição escolar com o trabalho produtivo, acreditando que dessa relação
nasceria um dos mais poderosos meios de transformação social.
Em suma, a sociologia foi criada pela necessidade do sistema capitalista, fazendo a junção
do conhecimento ao trabalho para assim ter uma obtenção maior de lucro no trabalho e na
produção.A importância da Sociologia para os futuros docentes está,especialmente, em
fornecer-lhes instrumentos para a análise da sociedade, ajudá-los a pensar o lugar da
educação na ordem social e a compreender as vinculações da educação com outras
instituições (família, comunidade, igrejas, dentre outras). Isso significa tornar mais claros os
horizontes de sua prática profissional e sua relação com a sociedade histórica e
contemporânea.