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Agosto 2010



                                          INDÚSTRIA
                                 Setorial   NAVAL
                                 Pré-sal impulsiona
                                 indústria nacional
                                 Recursos para
                                 a modernização
                                 Novos polos
                                 produtores
Valor Setorial Indústria Naval




                                                      FROTA
                                                      RENOVADA
                                                      Investimento em
                                                      estaleiros é recorde
CARTA AO LEITOR |


        Valor Econômico S.A.

        Diretora de Redação
        Vera Brandimarte
        Conselho Editorial
                                                                                                                FROTA COM
                                                                                                                BANDEIRA
        Aluízio Maranhão Gomes da Silva, Antonio Manuel Teixeira Mendes, Celso Pinto, João Roberto
        Marinho, Luiz Frias, Nicolino Spina, Otavio Frias Filho, Roberto Irineu Marinho e Vera Brandimarte
        Diretor-Presidente
        Nicolino Spina
        Conselho de Administração
        Antonio Manuel Teixeira Mendes, Luiz Frias, Paulo César Pereira Novis, Roberto Irineu Marinho

        Diretora de Redação
        Vera Brandimarte
        Diretora-Adjunta de Redação
        Claudia Safatle
        Diretora de Conteúdo do Valor Online
        Raquel Balarin
        Editores Executivos
                                                                                                                NACIONAL
        Célia de Gouvêa Franco, Cristiano Romero, José Roberto Campos, Pedro Cafardo




                                                                                                                A
        Diretor-Presidente                                                                                               indústria naval brasileira, que chegou a ser a segunda mais
        Nicolino Spina
        Diretor Financeiro
        Carlos Alberto Arroyo Ponce de Leon
                                                                                                                         importante do mundo no fim dos anos 1970, precisou es-
        Diretora de Projetos Especiais
        Rosvita Saueressig Laux
                                                                                                                         perar longos 13 anos para retomar as entregas de navios de
        Diretor-Adjunto de Projetos Especiais
        Carlos Raíces
                                                                                                                grande porte à Petrobras, interrompidas em 1997, numa encomen-
        Diretor de Negócios Digitais
        Rubens Pedretti Jr.
                                                                                                                da realizada ainda nos últimos anos da década de 1980. Em maio
        Diretor de TI
        Mauricio Ribeiro
                                                                                                                deste ano, num ato simbólico, o Estaleiro Atlântico Sul lançou ao
        Diretora de Assuntos Jurídicos e RH
        Daphne Murahovschi Sancovsky                                                                            mar o primeiro petroleiro produzido no país desde então.
        Diretor de Circulação e Marketing
        Eduardo Guterman                                                                                           As perspectivas delineadas daqui para frente, no entanto, suge-
                                                                                                                rem uma fase de crescimento vigoroso da produção, graças não só
        Unidade de Projetos Especiais
        Revista s • Suplementos • Seminários                                                                    a fatores conjunturais, mas especialmente em função das possibili-
        Diretora
        Rosvita Saueressig Laux
                                                                                                                dades abertas pela descoberta das reservas de petróleo no pré-sal e
        Diretor-Adjunto
        Carlos Raíces
                                                                                                                pela exigência crescente de conteúdo nacional, embutida na políti-
        Gerente de Publicidade Nacional
        Katiane Oliveira
                                                                                                                ca desenhada pelo governo a partir de 2004.
        Gerente de Publicidade – Brasília
        Luiza Pupe                                                                                                 A indústria tem dado mostras de eficiência ao se dedicar ao fi-
        Gerente de Publicidade – Rio de Janeiro
        Paulo Roberto Santos da Costa                                                                           lão aberto pela exploração de petróleo a grandes profundidades na
        Equipe de Publicidade
        São Paulo – Andréa Cheunamann, Elizabeth Resende, Ligia Xavier, Marco Leal, Susy                        plataforma marítima e atravessa, agora, uma fase de consolidação.
        Trucolo, Wagner Fonseca Claro; Rio de Janeiro – Haydée Figueiredo; Brasília – Joana Ferreira
        Analista de Publicidade: Elza Favorito                                                                  A marca dessa nova etapa pode ser expressa no pacote de encomen-
                         Setorial                                                                               das de embarcações de grande porte despachado pela Transpetro.
        Editora: Tânia Nogueira Alvares                                                                         O Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) con-
        Editora-Assistente: Maria Cândida Vieira
        Repórteres e Colaboradores: Adriana Aguilar, Anamárcia Vainsencher, Célia Demarchi, Denise              templa 49 navios em duas etapas, com entrega prevista até 2015. O
        Bueno, Genilson Cezar, Gilberto Pauletti, Gleise de Castro, Jacílio Saraiva, Juan Garrido, Lauro Vei-
        ga Filho, Luiz Maciel, Roberto Rockmann, Rosangela Capozoli, Simone Goldberg, Vladimir Goitia           programa inclui desde os gigantescos Suezmax, com capacidade
        Revisão: Mauro de Barros
                                                                                                                para 1,05 milhão de barris e 157 mil toneladas de porte bruto (TPB),
        Pesquisa e Revisão Técnica: Valor Data
        Gerente: Willian Volpato                                                                                até navios para transporte de derivados claros (gasolina, diesel,
        Pesquisadores: Andrea Rodrigues dos Santos, Edgard Kanamaru, Eni Ribeiro dos Santos,
        Marcio Lorencini Ferreira, Marcos Roberto de Andrade Silva, Murilo Giovaneli, Robinson Moraes           querosene, nafta e óleo lubrificante) e gaseiros, com 4 mil TPB ou
        Arte                                                                                                    7,2 milhões de litros.
        Editor de Arte/Fotografia: Silas Botelho
        Editor-Assistente de Arte: Renato Brandão                                                                  A movimentação de cargas por navegação comercial também
        Coordenação de Arte: Eli Sumida
        Assistente de Arte: Thomas Camargo Coutinho e José Vicente da Veiga
        Pesquisa de Fotos e Imagens: Fernanda Prado
                                                                                                                registra recuperação da demanda, com a retomada do comércio
        Capa: Navio João Cândido/ Estaleiro Atlântico Sul – Divulgação Agência Petrobras                        mundial, maior ritmo de produção nas fábricas, safra recorde de
        Paginação e Editoração Eletrônica
        Grecco Comunicação
                                                                                                                grãos e novos investimentos em infraestrutura. Com mais de 8 mil
        Comercialização
                                                                                                                quilômetros de litoral e cerca de 40 mil quilômetros de rios e lagos
                                      CASA DE SUCESSO
                                      REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
                                                                                                                navegáveis, o potencial náutico do Brasil é ainda subutilizado, mas
                                      E ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS LTDA.
                                                                                                                já chama a atenção até mesmo de grandes fabricantes internacio-
        Rua: Irmã Pia, nº 422, 3º andar – Jaguaré – CEP.: 05335-050
        São Paulo – SP – Fones: (11) 3768-1025 ou 1157 ou 1192                                                  nais de iates e lanchas esportivas, que anunciam investimentos na
        Marisa Stephano Feba e Paulo Feba – Diretoria
        Daiane Vila Nova Rodrigues – Executiva de Negócios                                                      construção de estaleiros no país.

4   ValorSetorial        INDÚSTRIA NAVAL
ÍNDICE |


     10                                                                                                                                                      10   CONJUNTURA
                                                                                         Inclui                      NÚMERO DE
                         FATURAMENTO MAIOR*                            5,5                Estaleiros                 ESTALEIROS*
                         Em R$ bi hões
                                                                                          Navios
                                                             5,0
                                                                                          Plataformas                34
                                                                                                                                                                  Petróleo e gás puxam ritmo de investimentos
                                             48
                                                                                         de produção
                                                                                         de petróleo                 CARTEIRA DE
                             42
                                                                                                                     ENCOMENDAS*




                              2007           2008             2009       2010
                                                                       ( st mat v )
                                                                                                                     229 navios
                                                                                                                     Dados pen s dos a soc a os do S nav l


                                                                                                                                                             20   FINANCIAMENTO
                                                                                                                                                                  Petrobras negocia acordo pioneiro
                                  Mais crédito
                                  Financ amentos do Fundo
                                  da Marinha Mercante
                                  em R$ b lhões         13
                                                                             2,4
                                                                            2009
                                                                                                     Empregos em expansão
                                                                                                     Em m l postos
                                                                                                     de traba ho     39 0
                                                                                                                     2007
                                                                                                                               40 3
                                                                                                                               2008                  46 5
                                                                                                                                                             22   SEGUROS
                                                                                                                                                                  Múltis disputam os contratos de riscos
                                                                                                                                                    2009
                                                        11    2008




                                                                                                                                                             26   NAVEGAÇÃO COMERCIAL
                                                       2007
                             0 72             0 66                                                            19 6
                             2004        0 46 2006                                                            2006
                                         2005                                                   12 6 14 4
                                                                                                2004 2005


                                                                                                                                                                  Aumento de 68% no transporte de cargas
                         Capacidade de transporte

                                                                             Capac dade da frota
                                                                             de navios brasileiros
                                                                                                                                                             30   LOGÍSTICA
                                                                                                                                                                  À procura de opções mais competitivas
                                                                             3,5 milhões
                           Em m l TPB** contratada
                           2004
                           2005
                           2006
                           2007
                                  58
                                  19 3
                                  2 55
                                                             2 466 8
                                                                             de toneladas de porte
                                                                             bruto (TPB)



                                                                             Capac dade mundial
                                                                                                              Em mil TPB** entregue
                                                                                                              2004
                                                                                                              2005
                                                                                                              2006
                                                                                                              2007
                                                                                                                     17 3
                                                                                                                            45 3
                                                                                                                                67 3
                                                                                                                             50 1
                                                                                                                                                             34   HIDROVIAS
                                                                                                                                                                  Mais barcaças no sistema Tietê-Paraná
                           2008           531 7                              1,1 bilhão                       2008                         101 4




                                                                                                                                                             36
                                                                             de toneladas de porte


                                                                                                                                                                  PORTOS
                           2009                      871 1                                                    2009   13 2
                                                                             bruto (TPB)




    36
                                                                                                                                                                  Gargalos crônicos de infraestrutura

                                                                                                                                                             38   PORTOS PRIVADOS
                                                                                                                                                                  Empresas investem em terminais próprios

                                                                                                                                                             40   SUDESTE
                                                                                                                                                                  Rio concentra 50% da capacidade

                                                                                                                                                             46   NORDESTE
                                                                                                                                                                  Benefícios fiscais atraem estaleiros

                                                                                                                                                             50   SUL
                                                                                                                                                                  Rio Grande forma cadeia produtiva

                                                                                                                                                             54   NORTE E CENTRO-OESTE
                                                                                                                                                                  Uso de transporte fluvial ainda é pouco explorado

                                                                                                                                                             56   TECNOLOGIA
                                                                                                                                                                  União para obter soluções inovadoras

                                                                                                                                                             60   PROJETOS
    40                                                                                                                                                       62
                                                                                                                                                                  Mercado restrito para a engenharia nacional
                                                                                                                                                                  CONSTRUTORAS
                                                                                                                                                                  Grandes grupos disputam novos nichos

                                                                                                                                                             66   INSUMOS
                                                                                                                                                                  Siderúrgicas investem para cortar custos

                                                                                                                                                             68   EQUIPAMENTOS
                                                                                                                                                                  Fabricantes enfrentam concorrência da China

                                                                                                                                                             72   MOTORES
                                                                                                                                                                  Parceria ajuda a estrear no mercado

                                                                                                                                                             74   TINTAS
                                                                                                                                                                  Produto especial para navios e plataformas

                                                                                                                                                             78   SERVIÇOS
                                                                                                                                                                  Estrutura de apoio à operação em alto-mar

    50                                                                                                                                                       80   FORNECEDORES
                                                                                                                                                                  Incentivo para aumentar o conteúdo local

                                                                                                                                                             82   RECURSOS HUMANOS
                                                                                                                                                                  Preocupação com a falta de profissionais

                                                                                                                                                             84   SUSTENTABILIDADE
                                                                                                                                                                  Plano de ação a favor do ambiente

                                                                                                                                                             86   TURISMO NÁUTICO
                                                                                                                                                                  Estímulo para atrair mais barcos de lazer

                                                                                                                                                             88   LUXO
                                                                                                                                                                  Brasil é novo destino de iates e lanchas

                                                                                                                                                             90   INDICADORES

6   ValorSetorial   INDÚSTRIA NAVAL
CONJUNTURA | POR SIMONE GOLDBERG



     PETRÓLEO E GÁS
     PUXAM RITMO DE
     INVESTIMENTOS
     Novos petroleiros, embarcações de apoio,
     plataformas e navios-sonda de perfuração
     estimularam a construção de 18 estaleiros


                              O
                                      Brasil já foi um dos maiores   ção Naval e Offshore (Sinaval). A
                                      construtores navais do mun-    carteira de pedidos nos esta-
                                      do. Hoje, em meio à compe-     leiros nacionais até 2014,
                              tição global, esse pódio dos cam-      segundo a entidade,
                              peões é ocupado por países asiá-       soma 300 embarca-
                              ticos, como Coreia do Sul, China e     ções, é fortemen-
                              Japão. Mas há um título que voltou     te concentrada
                              a ser verde-amarelo: o país toca,      no atendimento
                              atualmente, o maior programa de        da Petrobras e de
                              investimentos offshore do mundo,       outras empresas do
                              estimulando a indústria naval.         segmento offshore e vai
                                  Só a Petrobras vai investir, até   demandar         investimento
                              2014, US$ 108,2 bilhões na área de     próximo a R$ 10 bilhões. São
                              exploração e produção. Desse total,    mais de 50 encomendas de navios-
                              US$ 78 bilhões serão aplicados no      petroleiros e de produtos, cerca de
                              desenvolvimento da produção, o         140 embarcações de apoio maríti-
                              que inclui a construção de dezenas     mo, oito cascos de navios-platafor-
                              de sistemas submarinos como no-        mas (FPSO), três plataformas, cin-
                              vas plataformas e dutos marítimos      co navios porta-contêineres, dois
                              de escoamento de produtos. Há pla-     graneleiros e cerca de 70 comboios
                              nos de encomendas navais da esta-      fluviais e rebocadores. Somente em
                              tal em curso, como o Programa de       2010, o faturamento estimado para
                              Modernização e Expansão da Frota       o setor é de R$ 5,5 bilhões.
                              (Promef) para a construção de pe-          “O novo plano de negócios da
                              troleiros, o Empresas Brasileiras de   Petrobras prevê que a produção de
                              Navegação (EBN) para afretamento       óleo e gás praticamente duplique
                              de navios a serem construídos por      até 2020. O aumento da produção
                              empresas nacionais e o Programa        com os campos do pré-sal é uma das
                              de Renovação da Frota de Apoio Ma-     premissas fundamentais para os
                              rítimo (Prorefam).                     novos planos. Parcela significativa
                                  O fornecimento de novos pe-        de nossas novas embarcações será
                              troleiros, embarcações de apoio        empregada no alívio das platafor-
                              marítimo, plataformas e sondas         mas da bacia de Santos e no trans-
                              de produção estimulou a constru-       porte de petróleo até os terminais”,
                              ção de 18 novos estaleiros no país,    avalia Sérgio Machado, presidente
                              segundo o Sindicato Nacional da        da Transpetro, braço logístico e de
                              Indústria da Construção e Repara-      transportes da Petrobras.

10   ValorSetorial   INDÚSTRIA NAVAL
INFOGRÁFICO: MULTISP
RETOMADA FIRME
Panorama da indústria naval no Brasil


                                                                 Inclui                          NÚMERO DE
FATURAMENTO MAIOR*                             5,5               • Estaleiros                    ESTALEIROS*
Em R$ bilhões
                                                                 • Navios
                     4,8
                                     5,0
                                                                 • Plataformas
                                                                 de produção
                                                                                                 34
                                                                 de petróleo                     CARTEIRA DE
     4,2
                                                                                                 ENCOMENDAS*

                                                                                                 229 navios
                                                                                                 *Dados apenas dos associados do Sinaval




      2007           2008             2009       2010
                                               (estimativa)




          Mais crédito                                                       Empregos em expansão
          Financiamentos do Fundo                    2,4                     Em mil postos
          da Marinha Mercante,                      2009                     de trabalho                     40,3
                                                                                                  39,0
                                                                                                             2008                    46,5
          em R$ bilhões         1,3                                                               2007                              2009
                                1,1 2008
                               2007
      0,72            0,66                                                            19,6
      2004       0,46 2006                                                            2006
                 2005                                                   12,6 14,4
                                                                        2004 2005




Capacidade de transporte

                                                     Capacidade da frota
                                                     de navios brasileiros
                                                     3,5 milhões
                                                     de toneladas de porte
   Em mil TPB** contratada                           bruto (TPB)                      Em mil TPB** entregue
   2004   5,8                                                                         2004        17, 3
   2005   19,3                                                                        2005                 45,3
   2006   2,55                                       Capacidade mundial
                                                                                      2006                     67,3
   2007                              2.466,8                                          2007                  50,1
   2008           531,7                              1,1 bilhão                       2008                                 101,4
   2009                      871,1                   de toneladas de porte            2009        13,2
                                                     bruto (TPB)
                                                                                             **Tonelagem de porte bruto. Fonte: Sinaval
CONJUNTURA |

                                 Há ainda o que o mercado cha-
                              ma de Promefinho: programa de
                              renovação da frota hidroviária da
                              estatal destinado ao projeto de es-
                              coamento de etanol pela Hidrovia
                              Tietê-Paraná. Lançado em março,
                              o Promef Hidrovias prevê a cons-
                              trução de 80 barcaças e 20 empur-
                              radores. As propostas técnicas de
                              13 empresas, recebidas no final de
                              junho pela estatal, serão analisadas
                              nos próximos dois meses.
                                 Na primeira fase do programa
                              EBN, 19 navios estão contratados
                              junto a empresas de navegação que
                              irão construí-los – no caso de pos-
                              suírem estaleiros próprios, como
                              a Navegação São Miguel – ou man-
                              dar construir em outros estaleiros
                              nacionais, como é o caso da Global
                              Transportes Oceânicos e da Panco-
                              ast, entre outras. A previsão é que
                              essas embarcações estejam em ope-
                              ração entre 2011 e 2014.
                                 Desde já, a Petrobras pretende
                              aumentar essas contratações. “Enca-
                              minhamos para o mercado o EBN 2,
                              que são mais 20 navios”, diz o dire-
                              tor de abastecimento, Paulo Rober-
                              to Costa. Somado ao EBN 1, os dois
                              programas totalizarão 39 embarca-
                              ções. Costa lembra ainda os 49 na-
                              vios encomendados pela Transpetro
                              dentro do Promef. “A Petrobras tem
                              hoje 88 navios de grande porte para
                              serem construídos nos próximos
                              anos, todos no Brasil.”
                                 Dos 49 navios do Promef, 46 fo-
                              ram licitados. As encomendas acer-       Sérgio Machado, da Transpetro: prioridade para o atendimento às plataformas da
                              tadas somam US$ 4,7 bilhões. Entre
                              os estaleiros vencedores estão os           “O Brasil está retomando sua        para atender a própria demanda da
                              fluminenses Mauá (que faz quatro          indústria naval. A consistência da     Petrobras e de outros segmentos,
                              e concorre nos três pendentes), Eisa     demanda e a modernidade dos es-        como mineração e cabotagem. Há
                              Ilha (com quatro navios), Superpe-       taleiros credenciam nossa indús-       a Marinha, que acena com investi-
                              sa (três) e Rio Nave (cinco) e os per-   tria a competir também no merca-       mentos em ampliação da esquadra,
                              nambucanos Estaleiro Atlântico Sul       do internacional”, diz o presidente    além de armadores estrangeiros
                              (EAS), com 22 encomendas, e Pro-         do EAS, Angelo Bellelis. O estaleiro   para atender o mercado brasileiro
                              mar, com oito pedidos. Com sede no       investiu cerca de R$ 1,8 bilhão de     e outros.” O Estaleiro Atlântico Sul
                              Rio, uma nova unidade do Promar          2008 a 2010. Sua capacidade de         lançou ao mar, em maio, o primeiro
                              será construída em Pernambuco            processamento é de 160 mil tonela-     navio do Promef.
                              pelo STX Brazil Offshore (ex-Aker        das de aço por ano.                       A avaliação positiva de Bellelis
                              Promar), de controle coreano, com           Para Bellelis, as perspectivas      encontra respaldo na realidade. Es-
                              investimento de US$ 100 milhões.         são “ótimas”, graças à demanda da      taleiros como o Eisa Ilha têm enco-
                              O Promef, que busca conteúdo na-         Transpetro e ao pré-sal, que traz      mendas não só da Transpetro, mas
                              cional de cerca de 70%, foi elaborado    maisoportunidadesemplataformas         também da Marinha, para quem o
                              antes de uma avaliação de necessi-       offshore, mais navios e equipamen-     Eisa faz barcos-patrulha, e da Log-
                              dades do pré-sal. Uma nova fase do       tos. “Armadores privados também        In, empresa privada de logística,
                              programa está em análise.                têm necessidades de embarcações        que encomendou navios de carga.

12   ValorSetorial   INDÚSTRIA NAVAL
SILVIA COSTANTI / VALOR
                                                                                                               de navios de apoio marítimo para
                                                                                                               atender à demanda da Petrobras.”
                                                                                                                   Além da construção de navios, o
                                                                                                               mercado de manutenção e constru-
                                                                                                               ção de plataformas também agita
                                                                                                               o setor. A Iesa, que cuida da manu-
                                                                                                               tenção e modernização de seis pla-
                                                                                                               taformas em operação na bacia de
                                                                                                               Campos e duas na bacia de Santos,
                                                                                                               integra o consórcio Quip, respon-
                                                                                                               sável por construir módulos da pla-
                                                                                                               taforma semissubmersível P-55 e da
                                                                                                               P-63, um navio-plataforma (FPSO).
                                                                                                               Ambas serão feitas no Rio Grande do
                                                                                                               Sul. “Os atuais contratos compõem
                                                                                                               uma carteira de aproximadamente
                                                                                                               R$ 1 bilhão”, afirma o diretor finan-
                                                                                                               ceiro e administrativo da Iesa Óleo
                                                                                                               & Gás, Irajá Galliano Andrade.
                                                                                                                   Outro executivo da empresa, o
                                                                                                               diretor de engenharia José Eduardo
                                                                                                               Catelli Soares de Figueiredo, diz que
                                                                                                               um dos focos atuais é a produção de
                                                                                                               módulos para plataformas, porque
                                                                                                               a empresa está fazendo este tipo de
                                                                                                               peça para a P-55. “Deveremos inves-
                                                                                                               tir algo em torno de R$ 30 milhões
                                                                                                               numa espécie de fábrica de módu-
                                                                                                               los.” Figueiredo destaca que a Iesa
                                                                                                               está atenta à demanda por novas
                                                                                                               plataformas para atender ao pré-
                                                                                                               sal e ao crescimento da produção.
                                                                                                               “Estamos preparados para atuar em
                                                                                                               novos nichos, como o da construção
                                                                                                               de plataformas de perfuração.” A
                                                                                                               P-55 e a P-63 têm valor de contrato
                                                                                                               de US$ 2,9 bilhões.
                                                                                                                   Há ainda 28 navios-sonda em
bacia de Santos e ao transporte de petróleo até os terminais                                                   licitação pela Petrobras, que serão
                                                                                                               construídos no Brasil, com entrega
    Ainda tem pedidos da Venezuela           tros dos quais com contrato para                                  prevista entre 2013 e 2018 e valor
    para fornecer petroleiros.               prestar serviço à Petrobras –, além                               avaliado pelo mercado em cerca de
       Outros representantes dos bons        da expansão do estaleiro em Niterói                               US$ 25 bilhões. Até 2018, a Petro-
    ventos que sopram na indústria na-       e da construção de nova unidade in-                               bras vai contratar 58 sondas. Muitas
    val são a Companhia Brasileira de        dustrial em São Gonçalo, ambos no                                 estão sendo encomendadas no exte-
    Offshore (CBO) e o Estaleiro Aliança,    Estado do Rio de Janeiro.                                         rior, enquanto a indústria nacional
    seu controlado. O Aliança tem em            O investimento total é de                                      se prepara para responder às novas
    carteira oito navios de apoio maríti-    US$ 828,8 milhões, dos quais 90%                                  pressões de demanda.
    mo em construção – aqueles que le-       financiados pelo banco com recur-                                      Vários estaleiros estão “nascen-
    vam suprimentos às plataformas de        sos do Fundo da Marinha Mercante                                  do” motivados por essas sondas. Um
    petróleo –, com entregas previstas       (FMM). A ampliação em Niterói está                                deles será fruto do consórcio Galvão/
    de 2010 a 2012 para a própria CBO.       em etapa final e a construção da se-                               Alusa e deve ficar em Quissamã, no
    E pretende ampliar sua produção.         gunda unidade, o Aliança Offshore,                                norte do Estado do Rio de Janeiro.
    O Banco Nacional de Desenvolvi-          teve as obras de terraplenagem ini-                               Outro estaleiro fluminense, o Mauá,
    mento Econômico e Social (BNDES)         ciadas, segundo o presidente da CBO                               assinou contrato de arrendamento
    aprovou financiamento para a cons-        e do Estaleiro Aliança, Luiz Maurício                             com a construtora Andrade Gutier-
    trução de 19 navios de apoio maríti-     Portela. “A expansão do Estaleiro                                 rez, também de olho na produção
    mo do tipo PSV 3000 e 4500 – qua-        Aliança visa à construção e reparos                               de sondas. Mais um novo empre-

                                                                                                                                               INDÚSTRIA NAVAL ValorSetorial   13
CONJUNTURA |




                                                                                                              LEO PINHEIRO / VALOR
                                                                                                                                     No final do ano passado, o conselho
                                                                                                                                     diretor do Fundo da Marinha Mer-
                                                                                                                                     cante (FMM) aprovou prioridades
                                                                                                                                     para a construção de 253 navios, o
                                                                                                                                     que representa investimentos de
                                                                                                                                     R$ 8,9 bilhões e outros R$ 2,3 bilhões
                                                                                                                                     para a implantação e modernização
                                                                                                                                     de mais 15 estaleiros. Em meados
                                                                                                                                     de junho, uma nova lei autorizou a
                                                                                                                                     União a conceder até R$ 15 bilhões
                                                                                                                                     aos agentes financeiros do FMM – os
                                                                                                                                     bancos federais – para viabilizar os
                                                                                                                                     projetos aprovados.
                                                                                                                                         Para o gerente do departamento
                                                                                                                                     de gás e petróleo e cadeia produti-
                                                                                                                                     va do BNDES, Vinícius Samu de Fi-
                                                                                                                                     gueiredo, o país tem, com o pré-sal,
                                                                                                                                     uma oportunidade como há anos
                                                                                                                                     não surgia para desenvolver o setor
                                                                                                                                     naval. “O setor de óleo e gás é, sem
                                                                                                                                     dúvida, o grande ‘drive’ dessa de-
                                                                                                                                     manda. Só ele é suficiente para sus-
                                                                                                                                     tentar uma retomada da indústria.”
                                                                                                                                     Figueiredo demonstra certa preo-
                                                                                                                                     cupação em relação aos anúncios
                                                                                                                                     de novos estaleiros, principalmente
                                                                                                                                     aqueles voltados para a construção
                                                                                                                                     dos navios-sonda em licitação pela
                                                                                                                                     Petrobras. “Há dúvidas sobre se essa
                                                                                                                                     demanda específica vai se manter, e
                                                                                                                                     o risco é termos estaleiros esvazia-
                                                                                                                                     dos no futuro.”
                                                                                                                                         No entanto, Figueiredo vê espa-
     Ariovaldo Rocha, do      endimento anunciado é o Eisa Ala-        senvolvimento Produtivo (PDP),                                ço para estaleiros dedicados a em-
     Sinaval: nova fase       goas, do grupo Sinergy (que contro-      o setor desfruta de uma série de                              barcações de apoio marítimo, para
     de expansão com          la o Mauá e o Eisa do Rio), que exigi-   desonerações fiscais, entre elas IPI,                          navios de grande porte e platafor-
     navios graneleiros       rá investimento de R$ 1,5 bilhão.        PIS-Pasep e Cofins, além de finan-                              mas. E defende um esforço maior na
     e porta-contêineres          “A indústria naval brasileira pas-   ciamento oficial mais barato para                              produção de barcos de apoio, que
                              sou por um período de recuperação        projetos com maior índice de na-                              são feitos de acordo com o pedido
                              entre 1999 e 2007. As encomendas         cionalização de componentes, uma                              do cliente e, por isso, não dependem
                              da Transpetro consolidaram o setor       das metas da PDP. A segunda meta                              tanto de economia de escala, como
                              com a construção de navios-petro-        é ampliar a participação da bandei-                           os grandes petroleiros. Neles, o Bra-
                              leiros de grande porte. É a fase em      ra brasileira na marinha mercante                             sil tem chance de ser competitivo. “É
                              que nos encontramos”, diz o presi-       mundial. Nos últimos dois anos,                               muito difícil competir com a Coreia
                              dente do Sinaval, Ariovaldo Rocha.       houve um aumento superior a 25%                               do Sul em navios de grande porte.
                              Para ele, a próxima fase será de ex-     no número de embarcações na frota                             Ela faz, em um estaleiro apenas, cem
                              pansão, com o aumento da deman-          de bandeira nacional e a geração de                           navios por ano. Nosso maior e mais
                              da por navios porta-contêineres e        mais de 25 mil empregos na cadeia                             moderno estaleiro não faz cinco.”
                              navios-graneleiros, diversificando        produtiva do setor.                                               O gerente do BNDES lembra que é
                              clientes para além do setor de petró-       “Com os estaleiros em operação                             preciso desenvolver tecnologia. “Por
                              leo e gás. O executivo acredita que      contínua, o atendimento aos de-                               enquanto, os projetos desses barcos
                              o país está no caminho certo, com        mais segmentos, além do petróleo                              de apoio vêm de fora.” Existe hoje
                              o aumento dos investimentos e ex-        e gás, vai ocorrer. Uma das metas                             no BNDES uma carteira de projetos
                              pansão do emprego direto no ramo         mais importantes é a construção de                            avaliados em R$ 29,6 bilhões em
                              – de 2 mil, em 2000, para 46, 5 mil,     uma frota própria de navios para o                            financiamentos para o setor naval,
                              em 2010. Os empregos indiretos           comércio exterior brasileiro, prin-                           somando os que estão em perspecti-
                              chegam a 230 mil pessoas.                cipalmente porta-contêineres e                                va, carta-consulta, enquadrados, em
                                  Contemplado na Política de De-       graneleiros”, diz Rocha, do Sinaval.                          análise e aprovados.

14   ValorSetorial   INDÚSTRIA NAVAL
CONJUNTURA |




                                                                                                                                                      LEO PINHEIRO / VALOR
     Irajá Andrade,              Segundo o Sinaval, o país está        dos Reis, que construirá a P-61.      avaliação do Sinaval é de uma neces-
     da Iesa: carteira        construindo capacidade produti-             O consórcio Quip fará a P-63 no    sidade de 55 plataformas até 2020,
     de cerca de              va capaz de dar conta da demanda         Estaleiro Rio Grande (RS) e parte     incluindo as 48 que a OGX, empresa
     R$ 1 bilhão em           atual e da estimada. Isso indica         (módulos) da P-55, que está em        do grupo EBX – do empresário Eike
     modernização             uma geração de 60 mil empregos           construção no Estaleiro Atlântico     Batista –, vai precisar e serão feitas
                              diretos em 2014 e cerca de 240 mil       Sul (EAS). As outras duas platafor-   no estaleiro do grupo, o OSX. Este
                              indiretos. Só em plataformas de          mas em construção são a P-58 e a      estaleiro, que inicialmente seria ins-
                              produção de diversos tipos, a de-        P-62, que terão os cascos conver-     talado em Santa Catarina, negocia
                              manda é avaliada em mais de 150          tidos em Cingapura e os diversos      com o governo do Rio de Janeiro sua
                              unidades até 2020.                       módulos e a montagem final rea-        ida para o Estado. O investimento é
                                 De acordo com o plano de ne-          lizados no Brasil, mas ainda sem      avaliado em R$ 2,5 bilhões.
                              gócios da Petrobras, até 2015 as ne-     estaleiros definidos.                     Para Floriano Martins, vice-pre-
                              cessidades de plataformas superam           Para o pré-sal, há carta de in-    sidente da Sociedade Brasileira de
                              140 unidades (incluindo as fixas, as      tenção assinada com a Engevix         Engenharia Naval (Sobena) e pro-
                              de pernas tensionadas e os navios-       para a construção, no Estaleiro Rio   fessor da Coppe-Instituto Alberto
                              plataforma de produção) e colocam        Grande (RS), de oito cascos de pla-   Luiz Coimbra de Pós-Graduação
                              uma demanda de 491 barcos de             taformas do tipo FPSO (sigla em       e Pesquisa de Engenharia da Uni-
                              apoio e especiais. Até o final de 2010,   inglês para plataforma flutuante,      versidade Federal do Rio de Janeiro
                              segundo a Petrobras, haverá sete         que produz, processa, armazena        (UFRJ), apesar das boas perspecti-
                              plataformas em construção no país,       e escoa petróleo). O contrato está    vas do setor, há gargalos que pre-
                              a serem entregues entre 2011 e 2104      avaliado em US$ 3,5 bilhões, e a      cisam ser superados, como falta
                              e que vão operar no pós-sal. Entre       Engevix vai investir cerca de R$      de infraestrutura e de mão de obra
                              elas estão a P-56 e a P-57, em produ-    400 milhões para adaptar o esta-      qualificada, defasagem tecnológi-
                              ção no estaleiro Brasfels (do grupo      leiro às necessidades da obra.        ca e a necessidade de estruturação
                              Keppel, de Cingapura), em Angra             Para as petrolíferas privadas, a   da cadeia produtiva.

16   ValorSetorial   INDÚSTRIA NAVAL
FINANCIAMENTO | POR ADRIANA AGUILAR



     PETROBRAS NEGOCIA
     ACORDO PIONEIRO
     Apesar da elevada expansão da oferta de crédito, empresa negocia
     pacto com bancos para facilitar o empréstimo aos fornecedores

                              A
                                      Petrobras está negociando                                 O acordo cogita a criação de um      agente financeiro credenciado
                                      com seis grandes bancos,                               banco de dados para o armazena-         pelo FMM, o Banco do Brasil (BB)
                                      em uma iniciativa pionei-                              mento das informações de cada           soma oito operações contratadas de
                              ra, um acordo para que toda a ca-                              empresa. Com esse histórico, os         2009 até julho de 2010, totalizando
                              deia de fornecedores da indústria                              bancos reduziriam a percepção de        R$ 900 milhões em financiamentos.
                              naval tenha acesso ao crédito. A                               risco em relação às empresas, libe-         “O crescimento da construção na-
                              perspectiva é de que o acordo seja                             rando o crédito rapidamente. Para       val se consolidou no país, inclusive
                              fechado ainda neste ano. Segundo                               mitigar os riscos e garantir agilida-   com a entrada de empresas estran-
                              alguns bancos, as reuniões com a                               de nas contratações, os contratos       geiras se associando às brasileiras,
                              Petrobras ocorrem desde o último                               de garantia seriam padronizados.        o que demonstra credibilidade no
                              trimestre de 2009. Atualmente, os                              A Petrobras seria favorecida pela       negócio. Estamos em outro estágio,
                              fornecedores da indústria naval,                               redução geral de preços, decorren-      que é o fortalecimento e desenvolvi-
                              quando solicitam financiamento,                                 te de menor custo financeiro em          mento do setor de navipeças brasi-
                              enfrentam custos mais elevados e,                              toda cadeia produtiva.                  leiro”, diz Débora Teixeira, diretora
                              muitas vezes, têm o pedido negado                                 A ação da Petrobras é um reforço     do departamento do FMM.
                              por não conseguirem comprovar                                  para a indústria naval, cuja deman-         As condições atrativas – emprés-
                              geração de caixa suficiente para o                              da crescente por embarcações no-        timo de até 20 anos e taxas de juro
                              pagamento dos compromissos.                                    vas, aliada à ampliação e moderni-      reduzidas – justificam a demanda
                                 Hoje, a Petrobras é a âncora                                zação da infraestrutura na constru-     pelos recursos do FMM. Uma reso-
                              da cadeia produtiva da indústria                               ção naval, tem elevado o volume de      lução do Conselho Monetário Na-
                              naval. O objetivo é que a capaci-                              financiamentos. Nos últimos anos,        cional, de dezembro de 2009, fixou
                              dade de a estatal saldar seus com-                             os empréstimos para a indústria         novas condições financeiras para as
                              promissos financeiros seja um                                   naval passaram de R$ 500 milhões        operações com dinheiro do fundo.
                              facilitador para os fornecedores.                              para R$ 2 bilhões. Os recursos são do   Por essa norma, quanto maior o con-
                              Segundo o sistema proposto, o                                  Fundo da Marinha Mercante (FMM)         teúdo nacional do projeto, menor o
                              banco analisaria a forma de paga-                              e o principal repassador do dinhei-     custo do dinheiro emprestado, o
                              mento do empréstimo com base                                   ro continua sendo o Banco Nacional      que estimula o fortalecimento da
                              na expectativa de geração de caixa                             de Desenvolvimento Econômico e          indústria naval local. O aumento do
                              de cada contrato ligado indireta-                              Social (BNDES), que desembolsará        índice de nacionalização das enco-
                              mente à Petrobras.                                             R$ 1,8 bilhão em 2010. Como novo        mendas da Petrobras é uma política
                                                                                                                                     do governo para fortalecer a indús-
                                                                                                                                     tria brasileira, associado ao traba-
                              Mais recursos                                                                                          lho desenvolvido pelo Programa de
                                Ano                                 BNDES                                          FMM               Mobilização da Indústria Nacional
                                                                    (em R$/milhões)                                (R$/milhões)      de Petróleo e Gás Natural.
                                                                                                                                         Os financiamentos com recursos
                                2005                                          393,70                                    472,17       do FMM, dependendo do empreen-
                                2006                                         500,94                                   1.069,40       dimento, têm prazo máximo de 20
                                2007                                          982,65                                    876,17       anos, com taxa de juro que pode va-
                                2008                                        1.047,99                                  1.608,85       riar de 2% a 7% ao ano, acrescida da
                                2009                                        1.787,03                                  2.051,07       Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP),
                                2010                                        1.799,25*                                 1.148,62**     hoje em 6% ao ano, ou da variação do
                                                                                                                                     dólar americano. Fica a critério da
                              Fonte: BNDES e FMM. *Perspectiva de desembolso total em 2010. ** Até julho de 2010
                                                                                                                                     empresa a escolha de um dos inde-

20   ValorSetorial   INDÚSTRIA NAVAL
DIVULGAÇÃO
                                                                                               Nos últimos três anos, houve
                                                                                            um incremento de recursos no se-
                                                                                            tor naval devido, principalmente,
                                                                                            ao Programa de Modernização e
                                                                                            Expansão da Frota (Promef 1 e 2),
                                                                                            bem como a ampliação do número
                                                                                            de projetos com as descobertas do
                                                                                            pré-sal. Também o Programa de
                                                                                            Aceleração do Crescimento (PAC),
                                                                                            lançado em janeiro de 2007, in-
                                                                                            cluiu a indústria naval como um
                                                                                            setor prioritário. Em maio de 2008,
                                                                                            o setor foi incluído na Política de
                                                                                            Desenvolvimento Produtivo (PDP).
                                                                                               O BNDES conta com uma cartei-
                                                                                            ra de projetos contratados na área
                                                                                            de R$ 11,4 bilhões com recursos do
                                                                                            FMM. Aí estão incluídos projetos do
                                                                                            Promef 1 (da Transpetro), platafor-
                                                                                            mas, navios de apoio, embarcações
                                                                                            de navegação de interior e estaleiros.
                                                                                            Desse total, restam R$ 9,2 bilhões,
                                                                                            que serão desembolsados em três
                                                                                            anos. No financiando da expansão
                                                                                            da frota da Transpetro (Promef 1),
                                                                                            foram licitados 23 navios–tanque.
                                                                                            Os financiamentos do banco atin-
                                                                                            giram R$ 4,7 bilhões, em fase de
                                                                                            desembolso. Já o Promef 2 prevê a
                                                                                            construção de 26 navios-tanque.
                                                                                               Ainda em julho, o BB aprovou o
                                                                                            financiamento de R$ 110,58 milhões
                                                                                            em contratos assinados pela Trans-
                                                                                            petro e pelo estaleiro Superpesa, do
                                                                                            Rio de Janeiro, para a construção de
                                                                                            três navios de transporte de com-
                                                                                            bustível para embarcações, chama-
                                                                                            dos de bunkers. Credenciado como
                                                                                            agente financeiro do FMM desde
                                                                                            2009, o BB apresenta oito operações
                                                                                            contratadas em moeda estrangeira e
                                                                                            nacional por diferentes empresas. O
                                                                                            montante das oito operações soma
Sandro Kohler Marcondes, do BB: curva intensa de aprendizagem no setor                      cerca de R$ 900 milhões.
                                                                                               Na carteira de análise do BB, há
xadores. Também pode haver uma          Por isso, o Tesouro ofereceu R$ 15                  29 projetos que totalizam R$ 6,8 bi-
combinação deles. O custo total do      bilhões de outra fonte em 2009.                     lhões. Mais de 90% dos recursos são
financiamento será dado pelo custo          Em 2010, de janeiro a julho, o                   para a cadeia de óleo e gás, ou seja,
financeiro, mais os spreads da insti-    FMM recebeu novos projetos, que                     fornecedores da Petrobras. O BB tem
tuição repassadora dos recursos.        somam R$ 8,5 bilhões. A expecta-                    estruturado negócios para um seg-
   Em dezembro de 2009, o Conse-        tiva é de que a avaliação seja feita                mento que continuará crescendo
lho Diretor do Fundo da Marinha         na próxima reunião do Conselho                      nos próximos anos. “Desde o início
Mercante aprovou projetos no valor      Diretor do FMM. O orçamento para                    de 2009, estamos em uma curva in-
de R$ 14,2 bilhões para financiar        desembolsos em 2010 para as obras                   tensa de aprendizagem e as empre-
o setor. A arrecadação própria do       em andamento e contratações clas-                   sas do setor naval estão interessadas
FMM, no entanto, ao longo da exe-       sificadas como prioritárias, firma-                   em conhecer o trabalho do BB”, diz o
cução das obras (até 2014), não era     das neste ano ou em anos anterio-                   diretor da área comercial do banco,
suficiente para atender à demanda.       res, são de R$ 4 bilhões.                           Sandro Kohler Marcondes.

                                                                                                                             INDÚSTRIA NAVAL ValorSetorial   21
SEGUROS | POR DENISE BUENO



     MÚLTIS DISPUTAM OS
     CONTRATOS DE RISCOS
     Abertura do mercado de resseguro coincide com maior demanda
     por apólices de cobertura e atrai grande número de seguradoras

                                                                   ANNA CAROLINA NEGRI / VALOR
                                                                                                 O
                                                                                                         s contratos de seguros da        ros aqui por ser a principal parceira
                                                                                                         indústria naval brasileira       de grandes estaleiros sediados em
                                                                                                         estão entre os mais disputa-     Cingapura e que começam a ganhar
                                                                                                 dos no mundo. O país está longe de       contratos também no Brasil.
                                                                                                 ser o maior mercado neste segmen-            “Tudo isso sem falar na explora-
                                                                                                 to, liderado por Cingapura. Mas é        ção de petróleo, que exige grande
                                                                                                 o que mais interesse desperta pelo       investimento na construção de em-
                                                                                                 grande potencial de negócios. “Be-       barcações de apoio, principalmente
                                                                                                 neficiado com investimentos signi-        para a exploração da camada pré-
                                                                                                 ficativos, o setor reluz para os exe-     sal, bem como para a moderniza-
                                                                                                 cutivos de seguros e de resseguros       ção da frota”, acrescenta Mauricio
                                                                                                 de todo o mundo”, diz Maria Hele-        Aguiar Giuntini, ex-oficial da ma-
                                                                                                 na Carbone, diretora da “marine”         rinha mercante contratado pela
                                                                                                 da AON Risk, uma das principais          Liberty International Underwriters,
                                                                                                 corretoras do mundo.                     divisão internacional responsável
                                                                                                     “A área naval passou a fazer parte   pelos grandes riscos do grupo Li-
                                                                                                 do foco de investimentos de várias       berty Mutual.
                                                                                                 seguradoras que ainda estão se es-           Até pouco tempo atrás, a indús-
                                                                                                 truturando para atender à deman-         tria naval no Brasil estava limitada
                                                                                                 da”, conta Ângelo Colombo, diretor       aos seguros dos 54 navios da frota
                                                                                                 da subsidiária do grupo alemão           da subsidiária da Petrobras, a Trans-
                                                                                                 Allianz, maior seguradora do mun-        petro, com seguro restrito a apólice
                                                                                                 do em valor de mercado. Os grupos        de reparo naval. O contrato foi por
                                                                                                 negociam coberturas e serviços           muitos anos administrado pela
                                                                                                 dentro das necessidades dos clien-       SulAmérica e desde o ano passado
                                                                                                 tes locais e contratos de resseguros     tem como líder a seguradora japo-
                                                                                                 automáticos para atender à deman-        nesa Tokio Marine. A licitação era re-
                                                                                                 da explosiva esperada para os pró-       alizada praticamente sem qualquer
                                                                                                 ximos 15 anos, devido ao aqueci-         concorrência, uma vez que mais de
                                                                                                 mento dos negócios para estaleiros,      90% do risco dependia do valor do
                                                                                                 embarcadores, administradores de         resseguro, operação que por quase
                                                                                                 portos e empresas de transporte.         70 anos ficou monopolizada no Bra-
                                                                                                     “A Transpetro impulsionou a re-      sil. Sem concorrência, o seguro ti-
                                                                                                 tomada da indústria naval e os esta-     nha coberturas e preços limitados.
                                                                                                 leiros buscam contratos no mundo             Dois anos após a abertura do
                                                                                                 todo, pois não há como depender só       mercado, o cenário é bem diferen-
                                                                                                 da estatal”, diz João Baptista Bárba-    te. “O Brasil é investment grade, a
                                                                                                 ra, corretor da Colemont Brasil Insu-    indústria naval se moderniza e o
                                                                                                 rance e Reinsurance, especializada       mercado de seguros se internacio-
                                                                                                 em seguros navais. Segundo Jacques       nalizou e conta com quase cem res-
                                                                                                 Bergman, presidente da subsidiária       seguradores no país”, analisa Felipe
                                                                                                 local da canadense Fairfax, o grupo      Smith, diretor da Tokio Marine. Em
     Felipe Smith, da Tokio Marine: mercado se internacionalizou                                 está negociando contratos de segu-       março, a empresa fechou parceria

22   ValorSetorial   INDÚSTRIA NAVAL
Nossos Negócios
                                         Soluções
                                         Competitivas
Área Naval – Shiprepairer’s Liability,
       Marine TPL, Builders’s Risk e
                     Operation’s Risk


               Riscos de Engenharia
                                         A FOUR CORRETORA DE SEGUROS está a 20 anos
                                         atuando no Mercado da Indústria Naval, atendendo a clientes
                     Seguro Garantia
                                         como o Estaleiro Atlântico Sul, STX Brasil Offshore entre
                                         outros. Recentemente realizou assessoria completa para
        Responsabilidade Civil, D&O
                                         diversos estaleiros com referência ao FUNDO GARANTIDOR
                                         DA CONSTRUÇÃO NAVAL (FGCN), através do SINAVAL,
      Riscos Diversos Equipamentos
                                         entidade para qual presta consultoria para demandas
                                         em seguros.
                Riscos Patrimoniais,
          Operacionais e Nomeados        Especializada na Indústria Naval, desenvolve programas
                                         de seguros específicos atendendo às reais necessidades dos
            Programas de Benefícios      clientes. Empresas que necessitam destes serviços
            (Saúde e Vida em grupo)      encontram na FOUR CORRETORA DE SEGUROS a
                                         parceria para soluções ágeis e competitivas.
                          Transportes
                                         Este é o diferencial da FOUR CORRETORA DE SEGUROS.




             Avenida Presidente Roosevelt, 15 - Niterói - RJ - CEP 24.360-066
                 Telefone: 55 (21) 3611-4100 | www.fourcorretora.com.br
SEGUROS |




                                                                            GUSTAVO LOURENCAO / VALOR
                                                                                                        rado e chega até o momento em que         negócios do Lloyd’s no Brasil e, nos
                                                                                                        a embarcação está em plena opera-         últimos três anos, saiu de US$ 30
                                                                                                        ção, com apólices que garantem o          milhões de prêmios para os atuais
                                                                                                        vai e vem das mercadorias transpor-       US$ 60 milhões.
                                                                                                        tadas mesmo com a ação de piratas            Não há estatísticas do quanto
                                                                                                        ou da fúria da natureza.                  essa indústria movimenta. Dados da
                                                                                                            Aos poucos, ganha fôlego a co-        Susep mostram prêmios de R$ 200
                                                                                                        bertura de construção naval, apólice      milhões no ramo embarcações. Po-
                                                                                                        semelhante à de riscos de engenha-        rém incluem riscos de embarcações
                                                                                                        ria de construção de um empreen-          de passeio e não consideram o se-
                                                                                                        dimento. “Este é o filé-mignon da in-      guro de garantia para a construção
                                                                                                        dústria”, diz Paulo Barrocas, gerente     do navio, nem mesmo o seguro que
                                                                                                        de riscos de transporte do IRB Brasil     garante os riscos materiais e de res-
                                                                                                        Re. Dos 49 navios do Programa de          ponsabilidade civil que envolvem a
                                                                                                        Modernização e Expansão da Frota,         construção de um navio. Boa parte
                                                                                                        46 já foram contratados, com inves-       desse valor expressa o contrato de
                                                                                                        timento de US$ 4,7 bilhões.               seguros da frota da Transpetro, que
                                                                                                            O índice de sinistralidade é prati-   é segurada através de clubes de se-
                                                                                                        camente zero. O maior risco é quan-       guro de responsabilidade civil, que
                                                                                                        do o navio vai ser lançado. “Quando       são formados por associações cente-
                                                                                                        há acidente, ele leva boa parte do        nárias de armadores de navios.
     Jacques Bergman,           com o grupo Schahin para o seguro                                       lucro, pois o custo é elevado pelo           Douglas Sakamoto, da Munich
     da Fairfax:                de equipamentos e navios destina-                                       valor da embarcação e dos estragos        Re do Brasil, diz que o mercado para
     contratos com              dos à perfuração e manutenção de                                        que ele causa em volta”, diz Maria        o segmento de embarcações comer-
     grandes estaleiros         poços em águas oceânicas e aguar-                                       Helena, da AON. Já no reparo naval,       ciais de longo curso deve manter o
     de Cingapura               da outros contratos de sondas de                                        as seguradoras amargam perdas pe-         atual cenário, com a prática de pre-
                                perfuração em águas profundas em                                        los gargalos dos portos brasileiros,      ços competitivos acentuada pelo
                                construção na Coreia e na China e                                       frota de navios com idade avançada        apetite dos novos players que vieram
                                que devem chegar ao Brasil no pró-                                      e urgência na reformulação de um          com a abertura do resseguro. O úni-
                                ximo ano.                                                               novo arcabouço regulatório para o         co segmento que enfrenta alguma
                                   Os produtos ofertados começam                                        setor naval.                              dificuldade é o seguro para opera-
                                na garantia de que a empresa con-                                           É um dos principais mercados do       ção de plataformas, impactado pelo
                                tratante terá sua encomenda no pra-                                     Lloyd’s of London. “Principalmen-         maior desastre ao meio ambiente
                                zo e nas condições acertadas no con-                                    te com a abertura do mercado de           causado pela explosão da platafor-
                                trato, passa pelas garantias exigidas                                   resseguros”, diz o representante da       ma Deep Horizon, da British Petro-
                                do banco financiador do projeto de                                       empresa no Brasil, Marco Castro. A        leum, no Golfo do México, em abril
                                que o valor do empréstimo será hon-                                     carteira naval representa 30% dos         deste ano e que só em meados de ju-
                                                                                                                                                  lho teve o vazamento controlado.
                                                                                                                                                     Aparentemente, as perdas para
     Principais seguros                                                                                                                           as seguradoras estão limitadas a
                                                                                                                                                  US$ 3,5 bilhões. Os contratos para
     Builders Risk             Contratada pelo estaleiro para se proteger de danos durante o período de construção
                                                                                                                                                  a operação de plataformas estão
     (construtor naval)        até o final do período de teste do navio nos primeiros meses de operação
                                                                                                                                                  sendo revisados e o setor aguarda
     Casco e máquinas          Apólice contratada pelos proprietários de navios e protege a embarcação com relação a                              um realinhamento de coberturas
                               danos materiais, inclusive ao motor                                                                                e preços devido à possível alteração
     Reparador naval           Cobre eventuais prejuízos causados a terceiros pelo reparador naval em razão dos                                   na legislação americana de polui-
                               serviços prestados                                                                                                 ção por óleo quanto ao limite de
     Operador portuário        Cobre danos materiais causadas pelo operador a terceiros                                                           responsabilidade dos proprietários
                                                                                                                                                  de navios. Algumas seguradoras de-
     Guerra e greves           Protege a embarcação com relação a danos materiais em áreas de guerra e greve
                                                                                                                                                  cidiram sair desse tipo de cobertura
     Loss of Hire              Cobre a perda de receita dos embarcadores por paralisações em razão do dano material coberto                       diante da dúvida sobre a segurança
     Protection                Cobre responsabilidade civil do transportador aquaviário, sendo as maiores capacidades                             da tecnologia para exploração de
     & Indemnity               ofertadas pelos clubes de investimentos dos quais os armadores são sócios                                          petróleo em águas profundas. Ou-
     Strikes                   Protege contra a paralisação da embarcação por atos de greve, bloqueios e outros                                   tras reduziram a oferta, e as que fi-
                                                                                                                                                  caram estão mais exigentes do que
     Taxas de hipotecas        Protege os interesses do credor hipotecário
                                                                                                                                                  nunca. Seguros ligados à operação
     e riscos adicionais
                                                                                                                                                  de plataformas devem registrar rea-
     Fonte: Aon Risk
                                                                                                                                                  juste médio de até 50% nos preços.

24   ValorSetorial     INDÚSTRIA NAVAL
Experiência global
no estaleiro local




                  O grupo STX Europe, especializado na
                  construção de navios para operações
      Pipelayer   offshore, dedica toda a experiência e
                  tecnologia internacional ao estaleiro da
                  STX Europe no Brasil. São 15 estaleiros
                  localizados no Brasil, Finlândia, França,
                  Noruega, Romênia e Vietnam. É o apoio
      RSV         global a soluções locais na produção de
                  petróleo offshore.



      AHTS




      PSV         Praça Alcides Pereira 1 – Ilha da Conceição
                  Niterói - RJ – CEP: 24.050-350 – Brasil
                  Tel: 21 2718-9090 – Fax: 21 2718-9080
                  www.stxeurope.com
Revista indústria naval
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Revista indústria naval

  • 1. Agosto 2010 INDÚSTRIA Setorial NAVAL Pré-sal impulsiona indústria nacional Recursos para a modernização Novos polos produtores Valor Setorial Indústria Naval FROTA RENOVADA Investimento em estaleiros é recorde
  • 2. CARTA AO LEITOR | Valor Econômico S.A. Diretora de Redação Vera Brandimarte Conselho Editorial FROTA COM BANDEIRA Aluízio Maranhão Gomes da Silva, Antonio Manuel Teixeira Mendes, Celso Pinto, João Roberto Marinho, Luiz Frias, Nicolino Spina, Otavio Frias Filho, Roberto Irineu Marinho e Vera Brandimarte Diretor-Presidente Nicolino Spina Conselho de Administração Antonio Manuel Teixeira Mendes, Luiz Frias, Paulo César Pereira Novis, Roberto Irineu Marinho Diretora de Redação Vera Brandimarte Diretora-Adjunta de Redação Claudia Safatle Diretora de Conteúdo do Valor Online Raquel Balarin Editores Executivos NACIONAL Célia de Gouvêa Franco, Cristiano Romero, José Roberto Campos, Pedro Cafardo A Diretor-Presidente indústria naval brasileira, que chegou a ser a segunda mais Nicolino Spina Diretor Financeiro Carlos Alberto Arroyo Ponce de Leon importante do mundo no fim dos anos 1970, precisou es- Diretora de Projetos Especiais Rosvita Saueressig Laux perar longos 13 anos para retomar as entregas de navios de Diretor-Adjunto de Projetos Especiais Carlos Raíces grande porte à Petrobras, interrompidas em 1997, numa encomen- Diretor de Negócios Digitais Rubens Pedretti Jr. da realizada ainda nos últimos anos da década de 1980. Em maio Diretor de TI Mauricio Ribeiro deste ano, num ato simbólico, o Estaleiro Atlântico Sul lançou ao Diretora de Assuntos Jurídicos e RH Daphne Murahovschi Sancovsky mar o primeiro petroleiro produzido no país desde então. Diretor de Circulação e Marketing Eduardo Guterman As perspectivas delineadas daqui para frente, no entanto, suge- rem uma fase de crescimento vigoroso da produção, graças não só Unidade de Projetos Especiais Revista s • Suplementos • Seminários a fatores conjunturais, mas especialmente em função das possibili- Diretora Rosvita Saueressig Laux dades abertas pela descoberta das reservas de petróleo no pré-sal e Diretor-Adjunto Carlos Raíces pela exigência crescente de conteúdo nacional, embutida na políti- Gerente de Publicidade Nacional Katiane Oliveira ca desenhada pelo governo a partir de 2004. Gerente de Publicidade – Brasília Luiza Pupe A indústria tem dado mostras de eficiência ao se dedicar ao fi- Gerente de Publicidade – Rio de Janeiro Paulo Roberto Santos da Costa lão aberto pela exploração de petróleo a grandes profundidades na Equipe de Publicidade São Paulo – Andréa Cheunamann, Elizabeth Resende, Ligia Xavier, Marco Leal, Susy plataforma marítima e atravessa, agora, uma fase de consolidação. Trucolo, Wagner Fonseca Claro; Rio de Janeiro – Haydée Figueiredo; Brasília – Joana Ferreira Analista de Publicidade: Elza Favorito A marca dessa nova etapa pode ser expressa no pacote de encomen- Setorial das de embarcações de grande porte despachado pela Transpetro. Editora: Tânia Nogueira Alvares O Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) con- Editora-Assistente: Maria Cândida Vieira Repórteres e Colaboradores: Adriana Aguilar, Anamárcia Vainsencher, Célia Demarchi, Denise templa 49 navios em duas etapas, com entrega prevista até 2015. O Bueno, Genilson Cezar, Gilberto Pauletti, Gleise de Castro, Jacílio Saraiva, Juan Garrido, Lauro Vei- ga Filho, Luiz Maciel, Roberto Rockmann, Rosangela Capozoli, Simone Goldberg, Vladimir Goitia programa inclui desde os gigantescos Suezmax, com capacidade Revisão: Mauro de Barros para 1,05 milhão de barris e 157 mil toneladas de porte bruto (TPB), Pesquisa e Revisão Técnica: Valor Data Gerente: Willian Volpato até navios para transporte de derivados claros (gasolina, diesel, Pesquisadores: Andrea Rodrigues dos Santos, Edgard Kanamaru, Eni Ribeiro dos Santos, Marcio Lorencini Ferreira, Marcos Roberto de Andrade Silva, Murilo Giovaneli, Robinson Moraes querosene, nafta e óleo lubrificante) e gaseiros, com 4 mil TPB ou Arte 7,2 milhões de litros. Editor de Arte/Fotografia: Silas Botelho Editor-Assistente de Arte: Renato Brandão A movimentação de cargas por navegação comercial também Coordenação de Arte: Eli Sumida Assistente de Arte: Thomas Camargo Coutinho e José Vicente da Veiga Pesquisa de Fotos e Imagens: Fernanda Prado registra recuperação da demanda, com a retomada do comércio Capa: Navio João Cândido/ Estaleiro Atlântico Sul – Divulgação Agência Petrobras mundial, maior ritmo de produção nas fábricas, safra recorde de Paginação e Editoração Eletrônica Grecco Comunicação grãos e novos investimentos em infraestrutura. Com mais de 8 mil Comercialização quilômetros de litoral e cerca de 40 mil quilômetros de rios e lagos CASA DE SUCESSO REPRESENTAÇÃO COMERCIAL navegáveis, o potencial náutico do Brasil é ainda subutilizado, mas E ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS LTDA. já chama a atenção até mesmo de grandes fabricantes internacio- Rua: Irmã Pia, nº 422, 3º andar – Jaguaré – CEP.: 05335-050 São Paulo – SP – Fones: (11) 3768-1025 ou 1157 ou 1192 nais de iates e lanchas esportivas, que anunciam investimentos na Marisa Stephano Feba e Paulo Feba – Diretoria Daiane Vila Nova Rodrigues – Executiva de Negócios construção de estaleiros no país. 4 ValorSetorial INDÚSTRIA NAVAL
  • 3. ÍNDICE | 10 10 CONJUNTURA Inclui NÚMERO DE FATURAMENTO MAIOR* 5,5 Estaleiros ESTALEIROS* Em R$ bi hões Navios 5,0 Plataformas 34 Petróleo e gás puxam ritmo de investimentos 48 de produção de petróleo CARTEIRA DE 42 ENCOMENDAS* 2007 2008 2009 2010 ( st mat v ) 229 navios Dados pen s dos a soc a os do S nav l 20 FINANCIAMENTO Petrobras negocia acordo pioneiro Mais crédito Financ amentos do Fundo da Marinha Mercante em R$ b lhões 13 2,4 2009 Empregos em expansão Em m l postos de traba ho 39 0 2007 40 3 2008 46 5 22 SEGUROS Múltis disputam os contratos de riscos 2009 11 2008 26 NAVEGAÇÃO COMERCIAL 2007 0 72 0 66 19 6 2004 0 46 2006 2006 2005 12 6 14 4 2004 2005 Aumento de 68% no transporte de cargas Capacidade de transporte Capac dade da frota de navios brasileiros 30 LOGÍSTICA À procura de opções mais competitivas 3,5 milhões Em m l TPB** contratada 2004 2005 2006 2007 58 19 3 2 55 2 466 8 de toneladas de porte bruto (TPB) Capac dade mundial Em mil TPB** entregue 2004 2005 2006 2007 17 3 45 3 67 3 50 1 34 HIDROVIAS Mais barcaças no sistema Tietê-Paraná 2008 531 7 1,1 bilhão 2008 101 4 36 de toneladas de porte PORTOS 2009 871 1 2009 13 2 bruto (TPB) 36 Gargalos crônicos de infraestrutura 38 PORTOS PRIVADOS Empresas investem em terminais próprios 40 SUDESTE Rio concentra 50% da capacidade 46 NORDESTE Benefícios fiscais atraem estaleiros 50 SUL Rio Grande forma cadeia produtiva 54 NORTE E CENTRO-OESTE Uso de transporte fluvial ainda é pouco explorado 56 TECNOLOGIA União para obter soluções inovadoras 60 PROJETOS 40 62 Mercado restrito para a engenharia nacional CONSTRUTORAS Grandes grupos disputam novos nichos 66 INSUMOS Siderúrgicas investem para cortar custos 68 EQUIPAMENTOS Fabricantes enfrentam concorrência da China 72 MOTORES Parceria ajuda a estrear no mercado 74 TINTAS Produto especial para navios e plataformas 78 SERVIÇOS Estrutura de apoio à operação em alto-mar 50 80 FORNECEDORES Incentivo para aumentar o conteúdo local 82 RECURSOS HUMANOS Preocupação com a falta de profissionais 84 SUSTENTABILIDADE Plano de ação a favor do ambiente 86 TURISMO NÁUTICO Estímulo para atrair mais barcos de lazer 88 LUXO Brasil é novo destino de iates e lanchas 90 INDICADORES 6 ValorSetorial INDÚSTRIA NAVAL
  • 4. CONJUNTURA | POR SIMONE GOLDBERG PETRÓLEO E GÁS PUXAM RITMO DE INVESTIMENTOS Novos petroleiros, embarcações de apoio, plataformas e navios-sonda de perfuração estimularam a construção de 18 estaleiros O Brasil já foi um dos maiores ção Naval e Offshore (Sinaval). A construtores navais do mun- carteira de pedidos nos esta- do. Hoje, em meio à compe- leiros nacionais até 2014, tição global, esse pódio dos cam- segundo a entidade, peões é ocupado por países asiá- soma 300 embarca- ticos, como Coreia do Sul, China e ções, é fortemen- Japão. Mas há um título que voltou te concentrada a ser verde-amarelo: o país toca, no atendimento atualmente, o maior programa de da Petrobras e de investimentos offshore do mundo, outras empresas do estimulando a indústria naval. segmento offshore e vai Só a Petrobras vai investir, até demandar investimento 2014, US$ 108,2 bilhões na área de próximo a R$ 10 bilhões. São exploração e produção. Desse total, mais de 50 encomendas de navios- US$ 78 bilhões serão aplicados no petroleiros e de produtos, cerca de desenvolvimento da produção, o 140 embarcações de apoio maríti- que inclui a construção de dezenas mo, oito cascos de navios-platafor- de sistemas submarinos como no- mas (FPSO), três plataformas, cin- vas plataformas e dutos marítimos co navios porta-contêineres, dois de escoamento de produtos. Há pla- graneleiros e cerca de 70 comboios nos de encomendas navais da esta- fluviais e rebocadores. Somente em tal em curso, como o Programa de 2010, o faturamento estimado para Modernização e Expansão da Frota o setor é de R$ 5,5 bilhões. (Promef) para a construção de pe- “O novo plano de negócios da troleiros, o Empresas Brasileiras de Petrobras prevê que a produção de Navegação (EBN) para afretamento óleo e gás praticamente duplique de navios a serem construídos por até 2020. O aumento da produção empresas nacionais e o Programa com os campos do pré-sal é uma das de Renovação da Frota de Apoio Ma- premissas fundamentais para os rítimo (Prorefam). novos planos. Parcela significativa O fornecimento de novos pe- de nossas novas embarcações será troleiros, embarcações de apoio empregada no alívio das platafor- marítimo, plataformas e sondas mas da bacia de Santos e no trans- de produção estimulou a constru- porte de petróleo até os terminais”, ção de 18 novos estaleiros no país, avalia Sérgio Machado, presidente segundo o Sindicato Nacional da da Transpetro, braço logístico e de Indústria da Construção e Repara- transportes da Petrobras. 10 ValorSetorial INDÚSTRIA NAVAL
  • 5. INFOGRÁFICO: MULTISP RETOMADA FIRME Panorama da indústria naval no Brasil Inclui NÚMERO DE FATURAMENTO MAIOR* 5,5 • Estaleiros ESTALEIROS* Em R$ bilhões • Navios 4,8 5,0 • Plataformas de produção 34 de petróleo CARTEIRA DE 4,2 ENCOMENDAS* 229 navios *Dados apenas dos associados do Sinaval 2007 2008 2009 2010 (estimativa) Mais crédito Empregos em expansão Financiamentos do Fundo 2,4 Em mil postos da Marinha Mercante, 2009 de trabalho 40,3 39,0 2008 46,5 em R$ bilhões 1,3 2007 2009 1,1 2008 2007 0,72 0,66 19,6 2004 0,46 2006 2006 2005 12,6 14,4 2004 2005 Capacidade de transporte Capacidade da frota de navios brasileiros 3,5 milhões de toneladas de porte Em mil TPB** contratada bruto (TPB) Em mil TPB** entregue 2004 5,8 2004 17, 3 2005 19,3 2005 45,3 2006 2,55 Capacidade mundial 2006 67,3 2007 2.466,8 2007 50,1 2008 531,7 1,1 bilhão 2008 101,4 2009 871,1 de toneladas de porte 2009 13,2 bruto (TPB) **Tonelagem de porte bruto. Fonte: Sinaval
  • 6. CONJUNTURA | Há ainda o que o mercado cha- ma de Promefinho: programa de renovação da frota hidroviária da estatal destinado ao projeto de es- coamento de etanol pela Hidrovia Tietê-Paraná. Lançado em março, o Promef Hidrovias prevê a cons- trução de 80 barcaças e 20 empur- radores. As propostas técnicas de 13 empresas, recebidas no final de junho pela estatal, serão analisadas nos próximos dois meses. Na primeira fase do programa EBN, 19 navios estão contratados junto a empresas de navegação que irão construí-los – no caso de pos- suírem estaleiros próprios, como a Navegação São Miguel – ou man- dar construir em outros estaleiros nacionais, como é o caso da Global Transportes Oceânicos e da Panco- ast, entre outras. A previsão é que essas embarcações estejam em ope- ração entre 2011 e 2014. Desde já, a Petrobras pretende aumentar essas contratações. “Enca- minhamos para o mercado o EBN 2, que são mais 20 navios”, diz o dire- tor de abastecimento, Paulo Rober- to Costa. Somado ao EBN 1, os dois programas totalizarão 39 embarca- ções. Costa lembra ainda os 49 na- vios encomendados pela Transpetro dentro do Promef. “A Petrobras tem hoje 88 navios de grande porte para serem construídos nos próximos anos, todos no Brasil.” Dos 49 navios do Promef, 46 fo- ram licitados. As encomendas acer- Sérgio Machado, da Transpetro: prioridade para o atendimento às plataformas da tadas somam US$ 4,7 bilhões. Entre os estaleiros vencedores estão os “O Brasil está retomando sua para atender a própria demanda da fluminenses Mauá (que faz quatro indústria naval. A consistência da Petrobras e de outros segmentos, e concorre nos três pendentes), Eisa demanda e a modernidade dos es- como mineração e cabotagem. Há Ilha (com quatro navios), Superpe- taleiros credenciam nossa indús- a Marinha, que acena com investi- sa (três) e Rio Nave (cinco) e os per- tria a competir também no merca- mentos em ampliação da esquadra, nambucanos Estaleiro Atlântico Sul do internacional”, diz o presidente além de armadores estrangeiros (EAS), com 22 encomendas, e Pro- do EAS, Angelo Bellelis. O estaleiro para atender o mercado brasileiro mar, com oito pedidos. Com sede no investiu cerca de R$ 1,8 bilhão de e outros.” O Estaleiro Atlântico Sul Rio, uma nova unidade do Promar 2008 a 2010. Sua capacidade de lançou ao mar, em maio, o primeiro será construída em Pernambuco processamento é de 160 mil tonela- navio do Promef. pelo STX Brazil Offshore (ex-Aker das de aço por ano. A avaliação positiva de Bellelis Promar), de controle coreano, com Para Bellelis, as perspectivas encontra respaldo na realidade. Es- investimento de US$ 100 milhões. são “ótimas”, graças à demanda da taleiros como o Eisa Ilha têm enco- O Promef, que busca conteúdo na- Transpetro e ao pré-sal, que traz mendas não só da Transpetro, mas cional de cerca de 70%, foi elaborado maisoportunidadesemplataformas também da Marinha, para quem o antes de uma avaliação de necessi- offshore, mais navios e equipamen- Eisa faz barcos-patrulha, e da Log- dades do pré-sal. Uma nova fase do tos. “Armadores privados também In, empresa privada de logística, programa está em análise. têm necessidades de embarcações que encomendou navios de carga. 12 ValorSetorial INDÚSTRIA NAVAL
  • 7. SILVIA COSTANTI / VALOR de navios de apoio marítimo para atender à demanda da Petrobras.” Além da construção de navios, o mercado de manutenção e constru- ção de plataformas também agita o setor. A Iesa, que cuida da manu- tenção e modernização de seis pla- taformas em operação na bacia de Campos e duas na bacia de Santos, integra o consórcio Quip, respon- sável por construir módulos da pla- taforma semissubmersível P-55 e da P-63, um navio-plataforma (FPSO). Ambas serão feitas no Rio Grande do Sul. “Os atuais contratos compõem uma carteira de aproximadamente R$ 1 bilhão”, afirma o diretor finan- ceiro e administrativo da Iesa Óleo & Gás, Irajá Galliano Andrade. Outro executivo da empresa, o diretor de engenharia José Eduardo Catelli Soares de Figueiredo, diz que um dos focos atuais é a produção de módulos para plataformas, porque a empresa está fazendo este tipo de peça para a P-55. “Deveremos inves- tir algo em torno de R$ 30 milhões numa espécie de fábrica de módu- los.” Figueiredo destaca que a Iesa está atenta à demanda por novas plataformas para atender ao pré- sal e ao crescimento da produção. “Estamos preparados para atuar em novos nichos, como o da construção de plataformas de perfuração.” A P-55 e a P-63 têm valor de contrato de US$ 2,9 bilhões. Há ainda 28 navios-sonda em bacia de Santos e ao transporte de petróleo até os terminais licitação pela Petrobras, que serão construídos no Brasil, com entrega Ainda tem pedidos da Venezuela tros dos quais com contrato para prevista entre 2013 e 2018 e valor para fornecer petroleiros. prestar serviço à Petrobras –, além avaliado pelo mercado em cerca de Outros representantes dos bons da expansão do estaleiro em Niterói US$ 25 bilhões. Até 2018, a Petro- ventos que sopram na indústria na- e da construção de nova unidade in- bras vai contratar 58 sondas. Muitas val são a Companhia Brasileira de dustrial em São Gonçalo, ambos no estão sendo encomendadas no exte- Offshore (CBO) e o Estaleiro Aliança, Estado do Rio de Janeiro. rior, enquanto a indústria nacional seu controlado. O Aliança tem em O investimento total é de se prepara para responder às novas carteira oito navios de apoio maríti- US$ 828,8 milhões, dos quais 90% pressões de demanda. mo em construção – aqueles que le- financiados pelo banco com recur- Vários estaleiros estão “nascen- vam suprimentos às plataformas de sos do Fundo da Marinha Mercante do” motivados por essas sondas. Um petróleo –, com entregas previstas (FMM). A ampliação em Niterói está deles será fruto do consórcio Galvão/ de 2010 a 2012 para a própria CBO. em etapa final e a construção da se- Alusa e deve ficar em Quissamã, no E pretende ampliar sua produção. gunda unidade, o Aliança Offshore, norte do Estado do Rio de Janeiro. O Banco Nacional de Desenvolvi- teve as obras de terraplenagem ini- Outro estaleiro fluminense, o Mauá, mento Econômico e Social (BNDES) ciadas, segundo o presidente da CBO assinou contrato de arrendamento aprovou financiamento para a cons- e do Estaleiro Aliança, Luiz Maurício com a construtora Andrade Gutier- trução de 19 navios de apoio maríti- Portela. “A expansão do Estaleiro rez, também de olho na produção mo do tipo PSV 3000 e 4500 – qua- Aliança visa à construção e reparos de sondas. Mais um novo empre- INDÚSTRIA NAVAL ValorSetorial 13
  • 8. CONJUNTURA | LEO PINHEIRO / VALOR No final do ano passado, o conselho diretor do Fundo da Marinha Mer- cante (FMM) aprovou prioridades para a construção de 253 navios, o que representa investimentos de R$ 8,9 bilhões e outros R$ 2,3 bilhões para a implantação e modernização de mais 15 estaleiros. Em meados de junho, uma nova lei autorizou a União a conceder até R$ 15 bilhões aos agentes financeiros do FMM – os bancos federais – para viabilizar os projetos aprovados. Para o gerente do departamento de gás e petróleo e cadeia produti- va do BNDES, Vinícius Samu de Fi- gueiredo, o país tem, com o pré-sal, uma oportunidade como há anos não surgia para desenvolver o setor naval. “O setor de óleo e gás é, sem dúvida, o grande ‘drive’ dessa de- manda. Só ele é suficiente para sus- tentar uma retomada da indústria.” Figueiredo demonstra certa preo- cupação em relação aos anúncios de novos estaleiros, principalmente aqueles voltados para a construção dos navios-sonda em licitação pela Petrobras. “Há dúvidas sobre se essa demanda específica vai se manter, e o risco é termos estaleiros esvazia- dos no futuro.” No entanto, Figueiredo vê espa- Ariovaldo Rocha, do endimento anunciado é o Eisa Ala- senvolvimento Produtivo (PDP), ço para estaleiros dedicados a em- Sinaval: nova fase goas, do grupo Sinergy (que contro- o setor desfruta de uma série de barcações de apoio marítimo, para de expansão com la o Mauá e o Eisa do Rio), que exigi- desonerações fiscais, entre elas IPI, navios de grande porte e platafor- navios graneleiros rá investimento de R$ 1,5 bilhão. PIS-Pasep e Cofins, além de finan- mas. E defende um esforço maior na e porta-contêineres “A indústria naval brasileira pas- ciamento oficial mais barato para produção de barcos de apoio, que sou por um período de recuperação projetos com maior índice de na- são feitos de acordo com o pedido entre 1999 e 2007. As encomendas cionalização de componentes, uma do cliente e, por isso, não dependem da Transpetro consolidaram o setor das metas da PDP. A segunda meta tanto de economia de escala, como com a construção de navios-petro- é ampliar a participação da bandei- os grandes petroleiros. Neles, o Bra- leiros de grande porte. É a fase em ra brasileira na marinha mercante sil tem chance de ser competitivo. “É que nos encontramos”, diz o presi- mundial. Nos últimos dois anos, muito difícil competir com a Coreia dente do Sinaval, Ariovaldo Rocha. houve um aumento superior a 25% do Sul em navios de grande porte. Para ele, a próxima fase será de ex- no número de embarcações na frota Ela faz, em um estaleiro apenas, cem pansão, com o aumento da deman- de bandeira nacional e a geração de navios por ano. Nosso maior e mais da por navios porta-contêineres e mais de 25 mil empregos na cadeia moderno estaleiro não faz cinco.” navios-graneleiros, diversificando produtiva do setor. O gerente do BNDES lembra que é clientes para além do setor de petró- “Com os estaleiros em operação preciso desenvolver tecnologia. “Por leo e gás. O executivo acredita que contínua, o atendimento aos de- enquanto, os projetos desses barcos o país está no caminho certo, com mais segmentos, além do petróleo de apoio vêm de fora.” Existe hoje o aumento dos investimentos e ex- e gás, vai ocorrer. Uma das metas no BNDES uma carteira de projetos pansão do emprego direto no ramo mais importantes é a construção de avaliados em R$ 29,6 bilhões em – de 2 mil, em 2000, para 46, 5 mil, uma frota própria de navios para o financiamentos para o setor naval, em 2010. Os empregos indiretos comércio exterior brasileiro, prin- somando os que estão em perspecti- chegam a 230 mil pessoas. cipalmente porta-contêineres e va, carta-consulta, enquadrados, em Contemplado na Política de De- graneleiros”, diz Rocha, do Sinaval. análise e aprovados. 14 ValorSetorial INDÚSTRIA NAVAL
  • 9. CONJUNTURA | LEO PINHEIRO / VALOR Irajá Andrade, Segundo o Sinaval, o país está dos Reis, que construirá a P-61. avaliação do Sinaval é de uma neces- da Iesa: carteira construindo capacidade produti- O consórcio Quip fará a P-63 no sidade de 55 plataformas até 2020, de cerca de va capaz de dar conta da demanda Estaleiro Rio Grande (RS) e parte incluindo as 48 que a OGX, empresa R$ 1 bilhão em atual e da estimada. Isso indica (módulos) da P-55, que está em do grupo EBX – do empresário Eike modernização uma geração de 60 mil empregos construção no Estaleiro Atlântico Batista –, vai precisar e serão feitas diretos em 2014 e cerca de 240 mil Sul (EAS). As outras duas platafor- no estaleiro do grupo, o OSX. Este indiretos. Só em plataformas de mas em construção são a P-58 e a estaleiro, que inicialmente seria ins- produção de diversos tipos, a de- P-62, que terão os cascos conver- talado em Santa Catarina, negocia manda é avaliada em mais de 150 tidos em Cingapura e os diversos com o governo do Rio de Janeiro sua unidades até 2020. módulos e a montagem final rea- ida para o Estado. O investimento é De acordo com o plano de ne- lizados no Brasil, mas ainda sem avaliado em R$ 2,5 bilhões. gócios da Petrobras, até 2015 as ne- estaleiros definidos. Para Floriano Martins, vice-pre- cessidades de plataformas superam Para o pré-sal, há carta de in- sidente da Sociedade Brasileira de 140 unidades (incluindo as fixas, as tenção assinada com a Engevix Engenharia Naval (Sobena) e pro- de pernas tensionadas e os navios- para a construção, no Estaleiro Rio fessor da Coppe-Instituto Alberto plataforma de produção) e colocam Grande (RS), de oito cascos de pla- Luiz Coimbra de Pós-Graduação uma demanda de 491 barcos de taformas do tipo FPSO (sigla em e Pesquisa de Engenharia da Uni- apoio e especiais. Até o final de 2010, inglês para plataforma flutuante, versidade Federal do Rio de Janeiro segundo a Petrobras, haverá sete que produz, processa, armazena (UFRJ), apesar das boas perspecti- plataformas em construção no país, e escoa petróleo). O contrato está vas do setor, há gargalos que pre- a serem entregues entre 2011 e 2104 avaliado em US$ 3,5 bilhões, e a cisam ser superados, como falta e que vão operar no pós-sal. Entre Engevix vai investir cerca de R$ de infraestrutura e de mão de obra elas estão a P-56 e a P-57, em produ- 400 milhões para adaptar o esta- qualificada, defasagem tecnológi- ção no estaleiro Brasfels (do grupo leiro às necessidades da obra. ca e a necessidade de estruturação Keppel, de Cingapura), em Angra Para as petrolíferas privadas, a da cadeia produtiva. 16 ValorSetorial INDÚSTRIA NAVAL
  • 10. FINANCIAMENTO | POR ADRIANA AGUILAR PETROBRAS NEGOCIA ACORDO PIONEIRO Apesar da elevada expansão da oferta de crédito, empresa negocia pacto com bancos para facilitar o empréstimo aos fornecedores A Petrobras está negociando O acordo cogita a criação de um agente financeiro credenciado com seis grandes bancos, banco de dados para o armazena- pelo FMM, o Banco do Brasil (BB) em uma iniciativa pionei- mento das informações de cada soma oito operações contratadas de ra, um acordo para que toda a ca- empresa. Com esse histórico, os 2009 até julho de 2010, totalizando deia de fornecedores da indústria bancos reduziriam a percepção de R$ 900 milhões em financiamentos. naval tenha acesso ao crédito. A risco em relação às empresas, libe- “O crescimento da construção na- perspectiva é de que o acordo seja rando o crédito rapidamente. Para val se consolidou no país, inclusive fechado ainda neste ano. Segundo mitigar os riscos e garantir agilida- com a entrada de empresas estran- alguns bancos, as reuniões com a de nas contratações, os contratos geiras se associando às brasileiras, Petrobras ocorrem desde o último de garantia seriam padronizados. o que demonstra credibilidade no trimestre de 2009. Atualmente, os A Petrobras seria favorecida pela negócio. Estamos em outro estágio, fornecedores da indústria naval, redução geral de preços, decorren- que é o fortalecimento e desenvolvi- quando solicitam financiamento, te de menor custo financeiro em mento do setor de navipeças brasi- enfrentam custos mais elevados e, toda cadeia produtiva. leiro”, diz Débora Teixeira, diretora muitas vezes, têm o pedido negado A ação da Petrobras é um reforço do departamento do FMM. por não conseguirem comprovar para a indústria naval, cuja deman- As condições atrativas – emprés- geração de caixa suficiente para o da crescente por embarcações no- timo de até 20 anos e taxas de juro pagamento dos compromissos. vas, aliada à ampliação e moderni- reduzidas – justificam a demanda Hoje, a Petrobras é a âncora zação da infraestrutura na constru- pelos recursos do FMM. Uma reso- da cadeia produtiva da indústria ção naval, tem elevado o volume de lução do Conselho Monetário Na- naval. O objetivo é que a capaci- financiamentos. Nos últimos anos, cional, de dezembro de 2009, fixou dade de a estatal saldar seus com- os empréstimos para a indústria novas condições financeiras para as promissos financeiros seja um naval passaram de R$ 500 milhões operações com dinheiro do fundo. facilitador para os fornecedores. para R$ 2 bilhões. Os recursos são do Por essa norma, quanto maior o con- Segundo o sistema proposto, o Fundo da Marinha Mercante (FMM) teúdo nacional do projeto, menor o banco analisaria a forma de paga- e o principal repassador do dinhei- custo do dinheiro emprestado, o mento do empréstimo com base ro continua sendo o Banco Nacional que estimula o fortalecimento da na expectativa de geração de caixa de Desenvolvimento Econômico e indústria naval local. O aumento do de cada contrato ligado indireta- Social (BNDES), que desembolsará índice de nacionalização das enco- mente à Petrobras. R$ 1,8 bilhão em 2010. Como novo mendas da Petrobras é uma política do governo para fortalecer a indús- tria brasileira, associado ao traba- Mais recursos lho desenvolvido pelo Programa de Ano BNDES FMM Mobilização da Indústria Nacional (em R$/milhões) (R$/milhões) de Petróleo e Gás Natural. Os financiamentos com recursos 2005 393,70 472,17 do FMM, dependendo do empreen- 2006 500,94 1.069,40 dimento, têm prazo máximo de 20 2007 982,65 876,17 anos, com taxa de juro que pode va- 2008 1.047,99 1.608,85 riar de 2% a 7% ao ano, acrescida da 2009 1.787,03 2.051,07 Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), 2010 1.799,25* 1.148,62** hoje em 6% ao ano, ou da variação do dólar americano. Fica a critério da Fonte: BNDES e FMM. *Perspectiva de desembolso total em 2010. ** Até julho de 2010 empresa a escolha de um dos inde- 20 ValorSetorial INDÚSTRIA NAVAL
  • 11. DIVULGAÇÃO Nos últimos três anos, houve um incremento de recursos no se- tor naval devido, principalmente, ao Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef 1 e 2), bem como a ampliação do número de projetos com as descobertas do pré-sal. Também o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado em janeiro de 2007, in- cluiu a indústria naval como um setor prioritário. Em maio de 2008, o setor foi incluído na Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP). O BNDES conta com uma cartei- ra de projetos contratados na área de R$ 11,4 bilhões com recursos do FMM. Aí estão incluídos projetos do Promef 1 (da Transpetro), platafor- mas, navios de apoio, embarcações de navegação de interior e estaleiros. Desse total, restam R$ 9,2 bilhões, que serão desembolsados em três anos. No financiando da expansão da frota da Transpetro (Promef 1), foram licitados 23 navios–tanque. Os financiamentos do banco atin- giram R$ 4,7 bilhões, em fase de desembolso. Já o Promef 2 prevê a construção de 26 navios-tanque. Ainda em julho, o BB aprovou o financiamento de R$ 110,58 milhões em contratos assinados pela Trans- petro e pelo estaleiro Superpesa, do Rio de Janeiro, para a construção de três navios de transporte de com- bustível para embarcações, chama- dos de bunkers. Credenciado como agente financeiro do FMM desde 2009, o BB apresenta oito operações contratadas em moeda estrangeira e nacional por diferentes empresas. O montante das oito operações soma Sandro Kohler Marcondes, do BB: curva intensa de aprendizagem no setor cerca de R$ 900 milhões. Na carteira de análise do BB, há xadores. Também pode haver uma Por isso, o Tesouro ofereceu R$ 15 29 projetos que totalizam R$ 6,8 bi- combinação deles. O custo total do bilhões de outra fonte em 2009. lhões. Mais de 90% dos recursos são financiamento será dado pelo custo Em 2010, de janeiro a julho, o para a cadeia de óleo e gás, ou seja, financeiro, mais os spreads da insti- FMM recebeu novos projetos, que fornecedores da Petrobras. O BB tem tuição repassadora dos recursos. somam R$ 8,5 bilhões. A expecta- estruturado negócios para um seg- Em dezembro de 2009, o Conse- tiva é de que a avaliação seja feita mento que continuará crescendo lho Diretor do Fundo da Marinha na próxima reunião do Conselho nos próximos anos. “Desde o início Mercante aprovou projetos no valor Diretor do FMM. O orçamento para de 2009, estamos em uma curva in- de R$ 14,2 bilhões para financiar desembolsos em 2010 para as obras tensa de aprendizagem e as empre- o setor. A arrecadação própria do em andamento e contratações clas- sas do setor naval estão interessadas FMM, no entanto, ao longo da exe- sificadas como prioritárias, firma- em conhecer o trabalho do BB”, diz o cução das obras (até 2014), não era das neste ano ou em anos anterio- diretor da área comercial do banco, suficiente para atender à demanda. res, são de R$ 4 bilhões. Sandro Kohler Marcondes. INDÚSTRIA NAVAL ValorSetorial 21
  • 12. SEGUROS | POR DENISE BUENO MÚLTIS DISPUTAM OS CONTRATOS DE RISCOS Abertura do mercado de resseguro coincide com maior demanda por apólices de cobertura e atrai grande número de seguradoras ANNA CAROLINA NEGRI / VALOR O s contratos de seguros da ros aqui por ser a principal parceira indústria naval brasileira de grandes estaleiros sediados em estão entre os mais disputa- Cingapura e que começam a ganhar dos no mundo. O país está longe de contratos também no Brasil. ser o maior mercado neste segmen- “Tudo isso sem falar na explora- to, liderado por Cingapura. Mas é ção de petróleo, que exige grande o que mais interesse desperta pelo investimento na construção de em- grande potencial de negócios. “Be- barcações de apoio, principalmente neficiado com investimentos signi- para a exploração da camada pré- ficativos, o setor reluz para os exe- sal, bem como para a moderniza- cutivos de seguros e de resseguros ção da frota”, acrescenta Mauricio de todo o mundo”, diz Maria Hele- Aguiar Giuntini, ex-oficial da ma- na Carbone, diretora da “marine” rinha mercante contratado pela da AON Risk, uma das principais Liberty International Underwriters, corretoras do mundo. divisão internacional responsável “A área naval passou a fazer parte pelos grandes riscos do grupo Li- do foco de investimentos de várias berty Mutual. seguradoras que ainda estão se es- Até pouco tempo atrás, a indús- truturando para atender à deman- tria naval no Brasil estava limitada da”, conta Ângelo Colombo, diretor aos seguros dos 54 navios da frota da subsidiária do grupo alemão da subsidiária da Petrobras, a Trans- Allianz, maior seguradora do mun- petro, com seguro restrito a apólice do em valor de mercado. Os grupos de reparo naval. O contrato foi por negociam coberturas e serviços muitos anos administrado pela dentro das necessidades dos clien- SulAmérica e desde o ano passado tes locais e contratos de resseguros tem como líder a seguradora japo- automáticos para atender à deman- nesa Tokio Marine. A licitação era re- da explosiva esperada para os pró- alizada praticamente sem qualquer ximos 15 anos, devido ao aqueci- concorrência, uma vez que mais de mento dos negócios para estaleiros, 90% do risco dependia do valor do embarcadores, administradores de resseguro, operação que por quase portos e empresas de transporte. 70 anos ficou monopolizada no Bra- “A Transpetro impulsionou a re- sil. Sem concorrência, o seguro ti- tomada da indústria naval e os esta- nha coberturas e preços limitados. leiros buscam contratos no mundo Dois anos após a abertura do todo, pois não há como depender só mercado, o cenário é bem diferen- da estatal”, diz João Baptista Bárba- te. “O Brasil é investment grade, a ra, corretor da Colemont Brasil Insu- indústria naval se moderniza e o rance e Reinsurance, especializada mercado de seguros se internacio- em seguros navais. Segundo Jacques nalizou e conta com quase cem res- Bergman, presidente da subsidiária seguradores no país”, analisa Felipe local da canadense Fairfax, o grupo Smith, diretor da Tokio Marine. Em Felipe Smith, da Tokio Marine: mercado se internacionalizou está negociando contratos de segu- março, a empresa fechou parceria 22 ValorSetorial INDÚSTRIA NAVAL
  • 13. Nossos Negócios Soluções Competitivas Área Naval – Shiprepairer’s Liability, Marine TPL, Builders’s Risk e Operation’s Risk Riscos de Engenharia A FOUR CORRETORA DE SEGUROS está a 20 anos atuando no Mercado da Indústria Naval, atendendo a clientes Seguro Garantia como o Estaleiro Atlântico Sul, STX Brasil Offshore entre outros. Recentemente realizou assessoria completa para Responsabilidade Civil, D&O diversos estaleiros com referência ao FUNDO GARANTIDOR DA CONSTRUÇÃO NAVAL (FGCN), através do SINAVAL, Riscos Diversos Equipamentos entidade para qual presta consultoria para demandas em seguros. Riscos Patrimoniais, Operacionais e Nomeados Especializada na Indústria Naval, desenvolve programas de seguros específicos atendendo às reais necessidades dos Programas de Benefícios clientes. Empresas que necessitam destes serviços (Saúde e Vida em grupo) encontram na FOUR CORRETORA DE SEGUROS a parceria para soluções ágeis e competitivas. Transportes Este é o diferencial da FOUR CORRETORA DE SEGUROS. Avenida Presidente Roosevelt, 15 - Niterói - RJ - CEP 24.360-066 Telefone: 55 (21) 3611-4100 | www.fourcorretora.com.br
  • 14. SEGUROS | GUSTAVO LOURENCAO / VALOR rado e chega até o momento em que negócios do Lloyd’s no Brasil e, nos a embarcação está em plena opera- últimos três anos, saiu de US$ 30 ção, com apólices que garantem o milhões de prêmios para os atuais vai e vem das mercadorias transpor- US$ 60 milhões. tadas mesmo com a ação de piratas Não há estatísticas do quanto ou da fúria da natureza. essa indústria movimenta. Dados da Aos poucos, ganha fôlego a co- Susep mostram prêmios de R$ 200 bertura de construção naval, apólice milhões no ramo embarcações. Po- semelhante à de riscos de engenha- rém incluem riscos de embarcações ria de construção de um empreen- de passeio e não consideram o se- dimento. “Este é o filé-mignon da in- guro de garantia para a construção dústria”, diz Paulo Barrocas, gerente do navio, nem mesmo o seguro que de riscos de transporte do IRB Brasil garante os riscos materiais e de res- Re. Dos 49 navios do Programa de ponsabilidade civil que envolvem a Modernização e Expansão da Frota, construção de um navio. Boa parte 46 já foram contratados, com inves- desse valor expressa o contrato de timento de US$ 4,7 bilhões. seguros da frota da Transpetro, que O índice de sinistralidade é prati- é segurada através de clubes de se- camente zero. O maior risco é quan- guro de responsabilidade civil, que do o navio vai ser lançado. “Quando são formados por associações cente- há acidente, ele leva boa parte do nárias de armadores de navios. Jacques Bergman, com o grupo Schahin para o seguro lucro, pois o custo é elevado pelo Douglas Sakamoto, da Munich da Fairfax: de equipamentos e navios destina- valor da embarcação e dos estragos Re do Brasil, diz que o mercado para contratos com dos à perfuração e manutenção de que ele causa em volta”, diz Maria o segmento de embarcações comer- grandes estaleiros poços em águas oceânicas e aguar- Helena, da AON. Já no reparo naval, ciais de longo curso deve manter o de Cingapura da outros contratos de sondas de as seguradoras amargam perdas pe- atual cenário, com a prática de pre- perfuração em águas profundas em los gargalos dos portos brasileiros, ços competitivos acentuada pelo construção na Coreia e na China e frota de navios com idade avançada apetite dos novos players que vieram que devem chegar ao Brasil no pró- e urgência na reformulação de um com a abertura do resseguro. O úni- ximo ano. novo arcabouço regulatório para o co segmento que enfrenta alguma Os produtos ofertados começam setor naval. dificuldade é o seguro para opera- na garantia de que a empresa con- É um dos principais mercados do ção de plataformas, impactado pelo tratante terá sua encomenda no pra- Lloyd’s of London. “Principalmen- maior desastre ao meio ambiente zo e nas condições acertadas no con- te com a abertura do mercado de causado pela explosão da platafor- trato, passa pelas garantias exigidas resseguros”, diz o representante da ma Deep Horizon, da British Petro- do banco financiador do projeto de empresa no Brasil, Marco Castro. A leum, no Golfo do México, em abril que o valor do empréstimo será hon- carteira naval representa 30% dos deste ano e que só em meados de ju- lho teve o vazamento controlado. Aparentemente, as perdas para Principais seguros as seguradoras estão limitadas a US$ 3,5 bilhões. Os contratos para Builders Risk Contratada pelo estaleiro para se proteger de danos durante o período de construção a operação de plataformas estão (construtor naval) até o final do período de teste do navio nos primeiros meses de operação sendo revisados e o setor aguarda Casco e máquinas Apólice contratada pelos proprietários de navios e protege a embarcação com relação a um realinhamento de coberturas danos materiais, inclusive ao motor e preços devido à possível alteração Reparador naval Cobre eventuais prejuízos causados a terceiros pelo reparador naval em razão dos na legislação americana de polui- serviços prestados ção por óleo quanto ao limite de Operador portuário Cobre danos materiais causadas pelo operador a terceiros responsabilidade dos proprietários de navios. Algumas seguradoras de- Guerra e greves Protege a embarcação com relação a danos materiais em áreas de guerra e greve cidiram sair desse tipo de cobertura Loss of Hire Cobre a perda de receita dos embarcadores por paralisações em razão do dano material coberto diante da dúvida sobre a segurança Protection Cobre responsabilidade civil do transportador aquaviário, sendo as maiores capacidades da tecnologia para exploração de & Indemnity ofertadas pelos clubes de investimentos dos quais os armadores são sócios petróleo em águas profundas. Ou- Strikes Protege contra a paralisação da embarcação por atos de greve, bloqueios e outros tras reduziram a oferta, e as que fi- caram estão mais exigentes do que Taxas de hipotecas Protege os interesses do credor hipotecário nunca. Seguros ligados à operação e riscos adicionais de plataformas devem registrar rea- Fonte: Aon Risk juste médio de até 50% nos preços. 24 ValorSetorial INDÚSTRIA NAVAL
  • 15. Experiência global no estaleiro local O grupo STX Europe, especializado na construção de navios para operações Pipelayer offshore, dedica toda a experiência e tecnologia internacional ao estaleiro da STX Europe no Brasil. São 15 estaleiros localizados no Brasil, Finlândia, França, Noruega, Romênia e Vietnam. É o apoio RSV global a soluções locais na produção de petróleo offshore. AHTS PSV Praça Alcides Pereira 1 – Ilha da Conceição Niterói - RJ – CEP: 24.050-350 – Brasil Tel: 21 2718-9090 – Fax: 21 2718-9080 www.stxeurope.com