O documento apresenta os resultados de estudos sobre bullying e cyberbullying em Portugal. Verificou-se que 12,3% dos estudantes foram vítimas, 7,3% agressores e 9,3% agressores-vítimas. Encontrou-se associações positivas entre bullying, agressividade, ansiedade e depressão. A agressividade física foi mais prevalente nos homens e a raiva nas mulheres.
Relação entre bullying, cyberbullying, agressividade, ansiedade e depressão em estudantes universitários
1. Virgínia Teixeira*, Isabel Correia*, Ana Almeida**
& Joana Lourenço**
•*CIS, Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa,
•Instituto Universitário de Lisboa
** Escola de Psicologia da Universidade de Minho
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2. A relação entre bullying e cyberbullying tem sido
verificada em vários estudos :
2
3. Almeida, A ., Marinho, S., Esteves, S., Gomes, C., & Correia, I. (2008). Virtual but
not less real: a study of cyberbullying and its relations with moral
disengagement and empathy. Poster presented at the XX Biennial Meeting of the
International Society for the Study of Behavioral Development, Wurzburg.
Amostra: 934 alunos do 7º ao 9º ano
11% de experiências de cyberbullying por telemóvel e 10% pela Internet
Maior vitimização e agressão-vitimização no sexo feminino, e agressão
no sexo masculino.
Almeida, A., Correia, I., Garcia, D. Marinho, S., Gomes, S. & Esteves, C. (2009). Are
moral disengagement and empathy related to cyberbullying practises? Poster
presented at the XIVth European Conference on Developmental Psychology, Vilnius.
Amostra: 800 alunos do 10º ao 12º ano
Maior prevalência de utilização da internet e experiências de
cyberbullying pela Internet em indivíduos mais velhos
O cyberbullying pelo telemóvel também aumentou, quando comparado
com a amostra do estudo anterior
Maior agressão e vitimização-agressão no sexo masculino e vitimização
no sexo feminino.
3
4. Existem associações entre o bullying e o cyberbullying
Existem associações entre os tipos de bullying e a agressividade
Existem associações entre os tipos de bullying e a ansiedade e
depressão
Existem diferenças estatisticamente significativas a nível de sexo nos
vários tipos de bullying
Existem diferenças estatisticamente significativas entre grupos na
agressividade nos vários tipos de bullying
Existem diferenças estatisticamente significativas entre grupos na
ansiedade e depressão nos vários tipos de bullying
A agressividade tem poder explicativo relativamente às experiências
de bullying e cyberbullying
A ansiedade e depressão tem poder explicativo relativamente às
experiências de bullying e cyberbullying
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5. Investigar as experiências de bullying e cyberbullying em estudantes
de diversas Universidades portuguesas, considerando:
Bullying
Bullying Bullying global Cyberbullying Cyberbullying
directo indirecto por telemóvel pela Internet
5
6. Considerando quatro papéis nas experiências de bullying:
Espectadores/
Não Vítimas Agressores Agressores-
envolvidos Vítimas
- Não vitimizados - Não vitimizados
- Não agressores + Agressores
+ Vitimizados + Vitimizados
- Não agressores + Agressores
6
8. • 302 estudantes de diversas Universidades portuguesas, com idades
entre os 18-47 anos (M=23.30; DP=4.96)
• 32.1% do sexo masculino e 67.9% do sexo feminino.
23.2%
48%
Grupo Masculino Feminino Total
% no
Espectador/
Bullying 32.6% 67,4% 100%
não
total
envolvido
% Total 23.2% 48% 71.2%
% no
Bullying 27% 73% 100%
Vítimas
total
% Total 3.3% 8.9% 12.3%
% no 3.3%
Bullying 31.8% 68.2% 100% 8.9% 2.3% 3.3%
Agressores 6%
total 5%
% Total 2.3% 5% 7.3%
% no
Agressores- Bullying 35.7% 64.3% 100%
Vítima total
% Total 3.3% 6% 9.3% Espectador / Vítimas Agressores Agressores-
Não envolvido Vítima
Total 32.1% 67.9% 100%
8
12. 24 itens, distribuídos segundo o tipo de bullying, sendo incluído um
esclarecimento sobre os conceitos utilizados nas questões.
5 itens sobre o maltrato directo, como vítima e/ou agressor e
espectador/não envolvido:
5 itens sobre o maltrato indirecto, como vitima e/ou agressor e
espectador/não envolvido:
12
13. 5 itens sobre cyberbullying pelo telemóvel:
5 itens sobre cyberbullying pela internet:
Um item refere-se a situações de cyberbullying em geral:
3 itens procuram uma comparação entre o bullying e o cyberbullying, na
medida em que afecta a vítima, na probabilidade do agressor ser
descoberto e na forma como os agressores são visto a nível de
inteligência.
13
14. Versão portuguesa do Aggression Questionnaire (Buss & Perry, 1992),
obtida por tradução/retroversão
29 itens, dois deles invertidos
Cotação em escala tipo Likert de 5 pontos
Quatro subescalas:
14
15. Adaptação portuguesa (Novo, 2005) do inventário original C.E.C.A.
(I) (Lozano, García-Cueto e Lozano, 2004).
50 itens cotados em escala de Likert de 5 pontos (“Nunca” a
“Sempre”)
A escala inicial considera 5 escalas:
No presente estudo utilizou-se apenas
o valor global da escala.
15
30. Os resultados corroboram a existência de uma relação entre o
bullying e o cyberbullying
Verificou-se 12.3% de “Vitimas”, 7.3% de “Agressores” e 9.3%
de “Agressores-Vitimas”, valores que confirmam a tendência
para a diminuição das experiências de bullying com a idade.
Associações positivas entre Depressão e Ansiedade e todos os
tipos de bullying
Associações positivas entre Agressividade e todos os tipos de
bullying
Agressividade física prevalente no sexo masculino e raiva
prevalente no feminino.
30
31. No bullying global e no bullying directo a agressividade global é
prevalente no grupo de “Agressores-Vítima”
A agressividade global explica o bullying total em 11% e em
conjunto com a ansiedade e depressão o poder de explicação
aumenta para 13%
As subescalas da agressividade explicam em 13.2% o bullying
directo e a agressividade em geral 13.7%
Modelo que engloba os vários tipos de bullying explicam em
11.3% a raiva.
Modelo que engloba os vários tipos de bullying explicam em
16.2% a agressividade na globalidade.
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32. Modelo que engloba os vários tipos de bullying explicam em
12.5% a ansiedade e depressão.
As regressões apontam para a necessidade de considerar
outros factores e modelos associados aos diversos tipos de
bullying.
Tal como nos estudos epidemiológicos referidos (Almeida,
Marinho, Esteves, Gomes & Correia, 2008; Almeida, Correia,
Garcia, Marinho, Gomes & Esteves, 2009) o cyberbullying quer
pela internet quer pelo telemóvel apresenta baixa prevalência
em Portugal.
O cyberbullying é ainda um fenómeno que necessita ser
aprofundado.
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