Este documento apresenta um resumo da história da cidade de Vidigueira em Portugal. Descreve que os alunos do 3o ano realizaram um projeto de pesquisa sobre a história e patrimônio da sua cidade natal. Inclui detalhes sobre a origem do nome da cidade e sua primeira menção documental no século 13, assim como sobre figuras históricas importantes como Vasco da Gama.
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INTRODUÇÃO
O objectivo deste trabalho é ficarmos a conhecer melhor a
nossa terra.
Vamos investigar, fazendo entrevistas, pesquisando na
internet, fazendo perguntas aos mais velhos e visitando o
Museu Municipal da Vidigueira.
No final, esperamos ter ficado a saber mais sobre a
Vidigueira e sobre o seu património.
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HISTÓRIA DA VIDIGUEIRA
A Vidigueira é uma vila que está situada no extremo Norte
do Baixo Alentejo.
A freguesia de Vidigueira é sede do concelho de Vidigueira,
no Distrito de Beja. A padroeira da freguesia é Nossa
Senhora das Relíquias, que é celebrada todos os anos, na
Quinta- Feira de Ascensão.
O nome próprio da povoação Vidigueira é um derivado de
Vidigal que vem do latim viticale cujo significado é terreno
onde cresce o vitex, uma espécie de arbusto aromático. A
existência da Vidigueira como povoação, só se encontra
documentada a partir de meados do Século XIII , porém,
não se exclui a hipótese de presença humana no território
da freguesia em épocas muito anteriores. Isto porque o seu
concelho possui numerosos dados, sobretudo de natureza
arqueológica, que tornam possível detetar a presença
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humana até aos tempos pré-históricos, o que permite traçar
um panorama de evolução histórica desta região.
Todos estes vestígios pré–históricos e outros que se vão
descobrindo, mostram a importância que teve esta região,
sobretudo no período neolítico período da Pedra Polida, e
dão um forte testemunho sobre um povoamento que já se
estende por vários milénios. Os povos antigos eram atraídos
pelo bom clima e pelas riquezas naturais da região. Estas
boas condições atraíram os romanos que aqui se fixaram.
Vidigueira
A primeira referência documental sobre a vila da Vidigueira
até agora conhecida, data de 1255, altura em que com a
fundação do Monteiro de S. Cucufate foi instituída a
respectiva paróquia e estabelecidos os limites da mesma,
fazendo-se já nessa escritura menção da mesma. É natural
que as suas origens remontem a período anterior ao da
última conquista, que se situa em 1235, não havendo
contudo nenhum documento que esclareça este ponto. O
primeiro donatário desta vila foi Mestre Tomé, tesoureiro da
sé de Braga e leal servidor do Rei D. Afonso Em
conformidade com o encargo que receberam ao ser-lhe feita
a doação, Mestre Tomé terá mandado povoar o local que
depressa se desenvolveu, tendo-lhe sido igualmente
atribuída a edificação da igreja consagrada a Santa Clara,
que foi a primeira matriz. De 1304 a 1315, segundo
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testemunha a escritura então lavrada, a vila da Vidigueira
pertenceu ao rei D. Dinis e em 1285, D. João I doou-a ao
condestável D. Nuno Álvares Pereira. Estes factos
documentam a importância que a vila teria na altura. Em
1496, foi fundado na Vidigueira o Convento de Nossa
Senhora das Relíquias, pertence à Ordem do Carmo. Na
várzea do Zambujal, locar onde segundo a lenda, a Virgem
Maria fez a sua aparição a uma pastorinha, foi erigida uma
ermida que mais tarde foi entregue aos monges carmelitas
de Moura, para que aqui estabelecessem um convento. A
sua fundação encontra-se documentada por alvará expedido
em Montemor pelo Rei D. Manuel a 7 de Janeiro de 1496.
Tendo estado por duas vezes na posse da Casa de Bragança,
a vila da Vidigueira recebeu o seu foral a 1 de Janeiro de
1512, concedido pelo rei D. Manuel. Durante o reinado
desde monarca, esta vila conheceu ainda outro momento
alto da sua história. Por carta passada em Évora a 29 de
Dezembro de 1519, D. Manuel concede D. Vasco da Gama,
almirante da índia, o título de conde da Vidigueira, com
todos as honras, graças e privilégio que tinham os condes do
reino. A casa da Vidigueira, fundada pelo ilustre Navegador,
levou decerto a que a povoação se desenvolvesse e que o seu
nome ganhasse prestígio. Para a prosperidade do concelho
que então se limitava à freguesia actual, contribuiu também
a atividade agrícola que tinha característica muito
particulares. Os vinhos da Vidigueira já então eram famosos.
No séc. XVIII, « A preponderância cabia às províncias da
Beira, Estremadura e Alentejo, já então gozando de renome
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os vinhos do Alentejo (Borda, Vidigueira, Viana e Avis)…» A
última década do século passado e o princípio desde século
foram marcados por uma personalidade cuja ação ainda
hoje permanece viva em terras da Vidigueira: o visconde da
Ribeira Brava. Eleito duas vezes Presidente da Câmara,
respetivamente de 1890 a 1898 e de 1899 a 1902, Ribeira
Brava realizou importantes obras, tendo em vista o
melhoramento das condições de vida da população. A ele se
devem: o abastecimento de água a Vidigueira e Vila de
Frades, a criação do Hospital Civil, o melhoramento das
ruas e praças da vila e a construção do edifício da Câmara
Municipal. Sempre ligada a homens, feitos e tradições que o
tempo jamais apagará, a vila da Vidigueira é possuidora de
um património arquitetónico e artístico de grande valor.
BRASÃO DO CONCELHO DA
VIDIGUEIRA
O brasão que a Vila da Vidigueira usou até 1938 era
composto apenas pelas armas antigas a torre envolvida pela
videira.
Em 1937 é apresentada pela Câmara Municipal do concelho
da Vidigueira , uma proposta para parecer à Associação dos
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Arqueólogos Portugueses, sobre a constituição heráldica das
armas, bandeira e selo do Município.
Tendo em consideração o parecer da comissão de heráldica
que a seguir se transcreve , foi publicada em 7 de Junho de
1938 , pela Direcção Geral da Administração Politica e Civil
do Ministério do Interior a portaria n.º9:012.
Armas: de negro com uma torre torreada de prata aberta e
iluminada do campo ,envolvida por uma videira troncada da
sua cor, folhada de verde e frutada de púrpura. Coroa mural
de prata de quatro torres.
Listel branco com os dizeres “ Vila da Vidigueira” em negro.
Bandeira: esquartelada de branco e de verde .Cordões e
borlas de prata e de verde. Haste e lança douradas.
Selo: circular , tendo ao centro as peças das armas sem
indicação dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos
concêntricos , os dizeres ”Câmara Municipal da Vidigueira”.
BANDEIRA DO CONCELHO DA
VIDIGUEIRA
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ESCUDO
Escudo de Ouro.
Coroa Mural de prata de três torres.
LISTEL
Listel branco com a legenda a negro.
“FREGUESIA DE VIDIGUEIRA”
“GAMA”
GAMA DE VERMELHO- Representa os Condes da
Vidigueira, donatários da povoação, dos quais se destaca o
grande navegador D. Vasco da Gama, o primeiro a usar o
titulo .
RAMO DE OLIVEIRA E BACELO DE VIDE EM ORLA,
RAMO DE OLIVEIRA DE VERDE, FRUTADO DE NEGRO E
BACELO DE VERDE, FRUTADO DE PÚRPURA COM OS
PÉS PASSADOS EM ASPA.- Representa as atividades
económicas, com destaque para a agricultura e as suas
principais produções.
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PERSONAGENS ILUSTRES
FREI ANTÓNIO DAS CHAGAS
Frei António das Chagas foi um frade franciscano e poeta
português. Este homem chamado António da Fonseca
Soares, também era conhecido por Padre António da
Fonseca .
António da Fonseca Soares destacou-se na história
portuguesa mais pela sua faceta literária do que
propriamente pela sua faceta eclesiástica .
António da Fonseca Soares nasceu na Vidigueira, a 25 de
Junho de 1631 e faleceu em Varatojo, Torres Vedras, a 20 de
Outubro de 1682 . O seu pai era um fidalgo e juiz português,
enquanto a sua mãe era de nacionalidade Irlandesa .
Este homem passou a sua infância e juventude no Alentejo
e estudou no Colégio dos Jesuítas em Évora. Quando tinha
18 anos o seu pai faleceu , por isso, não concluiu os estudos
e foi forçado a regressar à Vidigueira. Então, alistou-se no
exército, em plena em Guerra da Restauração, iniciando
uma carreira militar promissora.
António da Fonseca Soares participou na Guerra da
Restauração, mas ficou famoso pela sua veia poética,
ficando conhecido pela associação das armas e das letras
como o “ Capitão das Boninas”.
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Como poeta e prosador, escreveu nos mais diversos géneros
poéticos: sonetos, madrigais, romances, décimas, glosas e
dois poemas heróicos – Mourão Restaurado e Canto
Panegírico à Vitória de Elvas .
Em 1653 com 22 anos de idade, fugiu para o Brasil porque
foi perseguido pela justiça por ter causado a morte de um
rival, em duelo. Passou três anos na Baía, sem alterar o seu
modo de vida irreverente. Um texto de Frei Luís de
Granada sensibilizou-o para a fé e para Deus.
VASCO DA GAMA
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Nasceu provavelmente em 1469,] em Sines,[ na costa
sudoeste de Portugal, possivelmente numa casa perto da
Igreja de Nossa Senhora das Salvas de Sines. Sines, um dos
poucos portos da costa alentejana, era então uma pequena
povoação habitada por pescadores.
Era filho legítimo de Estêvão da Gama, que em 1460 era
cavaleiro da casa de D. Fernando de Portugal, Duque de
Viseu e Mestre da Ordem de Cristo. D. Fernando nomeara-o
alcaide-mor de Sines e permitira-receber uma pequena
receita de impostos sobre a fabricação de sabão em
Estremoz. Estêvão da Gama era casado com Dona Isabel
Sodré, filha de João Sodré (também conhecido como João de
Resende).Sodré, que era de ascendência Inglesa, tinha
ligações à casa de D. Diogo, Duque de Viseu, filho de
Fernando de Portugal, Duque de Viseu.
Em 1492, João II de Portugal enviou-o ao porto de Setúbal, a
sul de Lisboa, e ao Algarve para capturar navios franceses
em retaliação por depredações feitas em tempo de paz
contra a navegação portuguesa – uma tarefa que Vasco da
Gama executou rápida e eficazmente.
D. Manuel I de Portugal confiou a Vasco da Gama o cargo
de capitão-mor da frota que, num sábado 8 de Julho de 1497,
zarpou de Belém em demanda da Índia. Em 20 de Maio de
1498, a frota alcançou Kappakadavu, próxima a Calecute, no
actual estado indiano de Kerala, ficando estabelecida a Rota
do Cabo e aberto o caminho marítimo dos Europeus para a
Índia.
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Em 1519 foi feito primeiro Conde da Vidigueira pelo rei D.
Manuel I, com sede num terreno comprado a D. Jaime I,
Duque de Bragança, que a 4 de Novembro cedera as vilas da
Vidigueira e Vila de Frades a Vasco da Gama, seus herdeiros
e sucessores, bem como todos os rendimentos e privilégios
relacionados, sendo o primeiro Conde português sem
sangue real.
Tendo adquirido uma reputação de temível "solucionador"
de problemas na Índia, Vasco da Gama foi enviado de novo
para o subcontinente indiano em 1524.[O objectivo era o de
que ele substituísse o Duarte de Meneses, cujo governo se
revelava desastroso, mas Vasco da Gama contraiu malária
pouco depois de chegar a Goa. Como vice-rei atuou com
rigidez e conseguiu impor a ordem] mas veio a falecer na
cidade de Cochim, na véspera de Natal em 1524.
Foi sepultado na Igreja de São Francisco (Cochim). Em 1539
os seus restos mortais foram transladados para Portugal,
mais concretamente para a Igreja de um convento
carmelita, conhecido actualmente como Quinta do Carmo
(hoje propriedade privada), próximo da vila alentejana da
Vidigueira, como conde da Vidigueira de juro e herdade (ou
seja, a si e aos seus descendentes) desde 1519.
Aqui estiveram até 1880, data em que ocorreu a trasladação
para o Mosteiro dos Jerónimos, que foram construídos logo
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após a sua viagem, com os primeiros lucros do comércio de
especiarias, ficando ao lado do túmulo de Luís Vaz de
Camões. Há quem defenda, porém, que os ossos de Vasco da
Gama ainda se encontram na vila alentejana. Como
testemunho da trasladação das ossadas, em frente à estátua
do navegador na Vidigueira, existe a antiga Escola Primária
Vasco da Gama (cuja construção serviu de moeda de troca
para obter permissão para efectuar a trasladação à época),
onde se encontra instalado o Museu Municipal de
Vidigueira.
Património
Ermida de S.Pedro
Situada no cimo de uma colina constituída no século XVII
oferece aos visitantes uma panorâmica encantadora. Foi
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desde sempre um local ideal para romarias e festejos
populares. De arquitetura simples, esta ermida tem à frente
um alpendre ao qual se sobe por três degraus. Atrás, o
arredondado da abside quebra a linearidade do conjunto,
estabelecendo contudo uma certa correspondência com os
arcos rasgados do alpendre frontal.
A sua origem não está ligada à história nem qualquer lenda,
mas sim ao carácter popular de S. Pedro entre as gentes do
concelho.
Ermida de S. Rafael
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Esta ermida de planta quadrangular e arquitectura simples,
foi mandada edificar por D. Francisco da Gama, 4º Conde da
Vidigueira, com o fim de aí ser colocada a imagem de S.
Rafael e o menino Tobias que acompanhou Vasco da Gama
e alguns dos seus familiares nas viagens à Índia.
Após estas viagens e provavelmente nos seus intervalos a
imagem foi colocada nesta capela onde se manteve cerca de
dois séculos. No século passado, quando a ermida foi
profanada e caiu em ruínas, a imagem foi levada para o
Recolhimento do Espírito Santo, onde ficou guardada até à
transladação dos restos mortais de Vasco da Gama para o
Mosteiro dos Jerónimos. Mais tarde foi levada para o Museu
da Marinha , onde se encontra actualmente.
Segundo se pode ler na lápide por cima do portal, em 1942 a
Câmara Municipal pro cedeu ao restauro desta capela e
alguns anos mais tarde foi colocado no seu interior o
conjunto S. Rafael-Menino Tobias , sendo este ultimo
autêntico e o primeiro a réplica que entretanto fora
mandada fazer.
Em 1966 a capela foi assaltada e a imagem roubada. Embora
tenha sido recuperada não voltou a ser colocada na capela,
cujo interior se encontra atualmente vazio.
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ERMIDA DE Sta.CLARA
É a mais antiga das ermidas existentes na Vidigueira e foi
mandada construir em 1555 pelo 2º Conde D. Francisco da
Gama e sua mulher D. Guiomar de Vilhena.
A construção de planta rectangular coroada de ameias e
contrafortes terminadas por pináculos em forma de
conetruncado, parece pertencer ao estilo manuelino tendo
no entanto já sido classificada de gótico.
Na fachada destaca-se o portal em pedra, com dois colunelos
providos de capitéis e arco ogival com arquivolta.Acima
deste abre-se uma fresta estreita e na parte superior da
frontaria eleva-se, a meio, o campanário.
Ultimamente esta ermida tem passado por diversas
devastações e arrombamentos, razão pela qual o seu interior
se encontra vazio e a sua entrada tapada a alvenaria.
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Torre do Relógio
Esta torre de forma quadrangular cuja data de construção se
ignora ,deve a sua importância ao sino que alberga na sua
guarita . Segundo o testemunho da inscrição que possui : «
Este sino mandou fazer o sr ,conde Dom Vasco Almirante da
Índia na Era de mil c/v vinte ,« o sino foi mandado fazer
talvez com o propósito de o oferecer a alguma igreja da vila
tal como sugere Teixeira de Aragão, tendo sido mais tarde
colocado na torre onde actualmente se encontra.
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O castelo
Do castelo da vila, apenas resta uma torre quadrangular,
que hoje serve de miradouro, donde se desfruta um
panorama de rara beleza.
Esta construção parece datar da primeira metade do séc.
xv e deve-se a D . Fernando 2º Duque de Bragança.
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Sem contudo haver uma certeza, tudo leva a crer que o seu
abandono e arruinamento se tenha verificado no séc.XIX.
Em 1758 ainda se inscreve no dicionário geográfico de
Portugal que a vila da Vidigueira « tem um castelo antigo,
que é a casa dos donatários « (1) não havendo qualquer
referência ao seu estado de destruição .
Aquando da sua obra de restauro feita pela câmera
Municipal , colocou-se-lhe ao lado uma janela manuelina
possivelmente do séc .xvi, encontrada em Vila de Frades que
se supõe ter pertencido ao antigo palácio dos conde da
Vidigueira.
Igreja da Misericórdia
Erigida em 1592 a Igreja da Misericórdia situa-se no centro
da vila , estendendo –se a sua fachada
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Lateral dos lados da praça da República. Segundo
testemunha a inscrição que hoje ainda se pode ler na pedra
do lavatório da sacristia, este edifício foi parcialmente
destruído por um incêndio que ocorreu em 1687, pelo que
se procedeu à sua reedificação no ano seguinte.
No seu interior de uma só nave pode ver-se a meia altura da
parede do lado da Epístola uma magnífica tribuna de
madeira trabalhada, por baixo da qual se encontra um
túmulo brasonado sem qualquer inscrição. O brasão é
constituído por um escudo esquartelado, com a cruz de Avis
no primeiro e no quarto quartéis e duas torres ladeando um
leão no segundo e no terceiro.
O altar-mor é uma peça magnífica que se distingue pela
altura e pela dilatação do espaço central ocupado pelo trono
com a imagem de Cristo crucificado. Esta imagem foi doada
por D. Brites de Vilhena em 1691, após a reedificação da
igreja.
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Museu Municipal da Vidigueira
Sala de aula
Esta sala de aula existe no Museu porque o edificio do
Museu era a antiga Escoa Primária.
A sala é muito diferente da nossa as carteiras eram de
madeira e os brancos eram ligados às mesas.
As pastas eram de pele (para os meninos ricos) de
papelão(para os meninos pobres), os alunos escreviam em
lousas ou com aparos.
Os rapazes e as raparigas andavam separados, nem sequer
se viam.
Os alunos levavam reguadas com uma régua de madeira
bem grossa e vestiam uma bata branca que tinha que estar
sempre limpa.
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O Barbeiro
O barbeiro era o local onde se ia fazer a barba e arrancar
dentes.
Antigamente não existiam dentistas e era o barbeiro que
fazia esse trabalho.
O chão era feito de terra batida e os homens cuspiam para o
chão,por esse motivo existiam os escarradores.
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A MERCEARIA
A mercearia era o local onde se comprava de tudo.
As pessoas não compravam grandes quantidades porque
não tinham muito dinheiro.
Existia um «Livro de fiados» que era o livro onde se
apontava o nome da pessoa e o que ela levava. Quando
recebiam iam pagar e ás vezes deixavam lá todo o dinheiro.
Antigamente as pessoas não tinham eletricidade em casa e
iam comprar o petróleo á mercearia.
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A PADARIA
Existiam muitas padarias na Vidigueira, porque a
alimentação era à base do pão alentejano.
A Vidigueira é a capital do pão alentejano.
Os fornos onde se coziam o pão eram de lenha.
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FESTIVIDADES
O trabalho no campo
(agricultura)
A agricultura é o trabalho na terra.
Os homens e as mulheres trabalhavam do nascer ao pôr do
sol e ganhavam pouco.
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Utilizavam-se enxadas e charruas puxadas por animais,
geralmente mulas.
Os trabalhadores levavam conduto ( toucinho e azeitonas)ou
levavam o almoço de casa que era aquecido no lume de
chão.
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O ABEGÃO
O abegão é uma profissão em extinção porque as pessoas já
quase nãoutilizam carroças.Eles contruiram rodas para as
carroças.
A PESCA
No nosso conelho, os habitantes de Pedrógão, dado que
viviam perto do rio Guadiana, dedicavam-se na sua maioria
à pesca no rio em contraste com a outra população do
concelho que se dedicava à agricultura.
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O CANTAR DOS REIS
É uma tradição muito antiga na nossa terra que se mantém
pela altura do vinho novo,no início de janeiro.Os grupos de
cantares alentejanos saiam à rua para cantar os Reis.
Iam de porta em porta das grandes famílias para juntarem
dinheiro para o grupo.No fim da moda cantava-se um verso
para mandar dar a esmola pela rosa ou cravo que eram os
meninos que tinham em casa.
“Senhora dona de casa
deixe-se estar que está bem
mande-me dar a esmola
pela rosa ou cravo que aí tem.”
Uma tradição que ainda se mantém.
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FESTAS RELIGIOSAS
As festas religiosas na Vidigueira, realizam-se na quinta-
feira de Ascenção, feriado municipal. Esta festa é
organizada pela paróquia em honra de Nossa Senhora das
Relíquias. A festa consiste numa missa solene de
manhã e numa procissão à tarde. De noite realiza-se a festa
tradicional com espetáculos e bailes.
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Tradições
Antigamente, as pessoas juntavam-se em casa uns dos
outros e faziam grandes bailes. A música era tocada com
uma flauta ou cantando cantigas enquanto dançavam. No
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meio rural isto era um divertimento especialmente para a
juventude, que não tinha outra distração.
Era habitual, à noite, ao serão os mais velhos entreterem as
crianças com lengalengas. Com os dedos da mão dizia-se:
--Dedo mindinho, seu vizinho, pai de todos, fura bolos e
mata piolhos que era o polegar. Outros diziam:
-Este achou um ovo, este pôs-lhe sal, este pôs a assar, este
provou e o outro papou.
“Zé Godinho"
Lá vem o Zé Godinho a cavalo no burrinho,
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O burrinho é fraco, a cavalo num macaco,
O macaco é valente, a cavalo numa trempe,
A trempe é de ferro, a cavalo num rodelo,
O rodelo é de sola, a cavalo numa bola,
A bola é vermelha, a cavalo numa telha,
A telha é de barro, a cavalo num cocharro,
O cocharro é de cocha, a cavalo numa floucha,
A floucha é de bico, a cavalo num penico,
O penico é vidrado, a cavalo num cajado,
O cajado é de pinho
E lá vai o Zé Godinho a cavalo no burrinho.”
Canções
Algum dia p’ra te ver
Pulava 7 quintais
Agora p’ra te não ver
Pulo 7 e muito mais.
Minha mãe p’ra me casar
Prometeu–me uma panela
Depois de me ver casada
Partiu-me a cara com ela
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BRINCADEIRAS DE CARNAVAL
Pelo Carnaval, as pessoas divertiam-se pregando partidas
uns aos outros. Atavam um fio à aldraba da porta e
escondiam-se. Puxavam o fio e quando as pessoas vinham à
porta não viam ninguém. Isto repetia-se muitas vezes.
Outras vezes quando ficavam janelas abertas deitavam lá
para dentro da casa ovos, que faziam uma grande porcaria.
Mas as pessoas divertiam-se e diziam, :
- No Carnaval ninguém leva a mal.
Enterro do bacalhau 1
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DANÇAS DE RODA
Rapazes e raparigas faziam uma roda com uma menina lá
dentro que era a viuvinha. Depois, todos a rodar, cantavam:
Olha a triste viuvinha
Que anda na roda a chorar
Anda a ver se encontra o noivo
Para com ela casar.
Depois, a viuvinha pedia a um rapaz para casar e ele dizia
que não e cantavam:
Já lá levas um cabaço
Dois ou três hàs-de levar
È benfeita,è benfeita
Não achares com quem casar
À terceira vez ela pedia a outro rapaz em casamento e ele
aceitava casar.
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RECEITAS
FATIAS DOURADAS
INGREDIENTES PARA 6 PESSOAS:
400 gr de pão
½ de leite
8 ovos
Azeite para fritar
Açúcar
Canela em pó.
Corte o pão em fatias com cercas de 1cm de espessura. Embeba-as no
leite, retire-as e depois de escorrido o exessoe sobreponha-as.
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À parte, bata ovos (gemas e claras) em quantidade sufiente para
embeber as fatias de pão. Mergulhe as fatias nos ovos batidos e leve-
as a fritar em azeite a ferver.
Quando estiverem bem douradas, polvilhe-as de açúcar e canela ou
regue-as com calda de açúcar.
Sirva-as mornas ou frias.
BOLO DE AMÊNDOA DO CONVENTO DA VIDIGUEIRA
Ingredientes:
500 g de açúcar ;
500 g de amêndoas ;
6 ovos inteiros + 6 gemas ;
100 g de farinha ;
1 colher de chá de canela em pó ;
açúcar em pó
Confecção:
Escaldam-se, pelam-se e ralam-se as amêndoas.
37. VIDIGUEIRA-À DESCOBERTA DA NOSSA TERRA
Ano lectivo 2015/2016 3ºE Página 36
Numa tigela batem-se muito bem com uma colher de pau o açúcar,
as amêndoas, os ovos inteiros e as gemas. Junta-se a canela em pó e
bate-se um pouco mais. Finalmente, junta-se a farinha e mistura-se
bem sem bater. Deixa-se esta massa repousar durante cerca de 30
minutos.
Em seguida deita-se a massa numa forma untada e polvilhada com
farinha e leva-se em forno quente durante cerca de 15 minutos.
Desenforma-see, depois de frio, corta-se o bolo em fatias, que se
passam pelo açúcar em pó.
” POPIAS ” DA VIDIGUEIRA
Ingredientes:
1/2 de massa pão
150g de açúcar
50g de banha
2dl de azeite
1 colher de chá de fermento em pó
38. VIDIGUEIRA-À DESCOBERTA DA NOSSA TERRA
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1 colher de chá de canela
Começa-se por amassar muito bem todos os ingredientes e
modelam-se em argolas.
Colocam-se num tabuleiro untado com manteiga e polvilhado com
farinha.
Leva-seao forno.
GASPACHO
200 g de pão
9 dl de água
2 dentes de alho
2 colheres de sopa de azeite
2 colheres de sopa de vinagre
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2 tomates médios
1/2 pepino
1 pimento verde
1/2 colher de café de oregãos
sal e pimenta
Num recipiente pisa-se muito bem alho e tomate com sal. Depois
junta-se cebola e pepino muito miúdos.
Junta-se o pão aos cubos pequenos. Tempera-se com sal, vinagre e
azeite e mexe-se tudo muito bem. E por junta-se água. Pode-se
adicionar batata cozida aos cubos pequeninos.
Normalmente, acompanha-se com peixe frito ou assado. Pode no
entanto, ser acompanhado com carne frita ou assada, pastéis ou
rissóis.
Açorda de tomate à moda de Vidigueira
1 cebola grande ou 1 cebola e meia
3 dentes de alho
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4 a 6 tomates maduros
4 a 6 batatas pequenas ou médias
1 cavala grande cortada em três partes ( usei mais uma posta de
garoupa para quem não gosta de cavala)
um pouco menos que meia linguiça de porco preto e 4 ou 5 fatias de
toucinho (do branco, bem gordo), embora eu tenha usado só linguiça
desta vez
1 molho de hortelã-da-ribeira
azeite q.b. (60 a 100 mL)
sal q.b. (entre 2 colheres de chá a 1 colher de sopa)
água q.b. (cerca de 1,5 L)
1 ovo por pessoa
1) Descasquemas batatas e cortem-nas às rodelas. Reservem.
2) Lavem os tomates e cortem-nos em cubinhos mais ou menos
pequenos. Reservem.
3) Pelem a cebola e os alhos, piquem-nos bem miudinhos. Reservem.
4) Coloquem o azeite numa panela em quantidade suficiente para
cobrir o fundo e fritem nele primeiro o toucinho, retirando-o depois
do azeite e fritem então a linguiça. A linguiça deve fritar só
ligeiramente para não ficar dura. Retira-se do azeite e reserva-se.
5) À gordura quente adiciona-se a cebola e os alho picados. Tapa-se a
panela e deixa-se alourar.
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6) Estando a cebola loura adiciona-se-lhe o tomate picado. Tapa-se o
tacho e deixa-se a estufar em lume médio, mexendo de vez em
quando.
7) Quando o tomate se apresenta cozinhado acrescenta-sea água, de
preferência morna ou quente. Quando a água começa a ferver
adicionam-se as batatas, o sal e a hortelã-da-ribeira.
8) Quando as batatas estão quase cozidas acrescenta-seo peixe.
9) Quando o peixe está cozido coloca-se a restante hortelã-da-ribeira
e os ovos, um a um.
10) Quando os ovos estão escalfados apaga-se o lume.
Serve-secom sopas de pão alentejano e a linguiça e os toucinho
fritos vão à mesa para quem quiser ir picando.
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AGRADECIMENTOS
No final do trabalho gostaríamos de
agradecer a todos aqueles que nos
ajudaram, em especial:
Às avós:
Mariana Goes
Francisca Maceta
Catarina Guerreiro
Ana Lúcio
Aos pais:
Pedro Rosa
Filipe Prego
João Luís
Ana Mata
Ana Guerreiro
Carla Capucho
Marta Maceta
Fátima Lúcio
Maria Mota
e
Antónia Oliveira
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Também agradecemos a disponibilidade mostrada pela guia
que nos acompanhou na visita ao Museu Municipal de
Vidigueira.