Este documento descreve a vila de Caneças e como ela representa um lugar onde o passado se encontra com o presente. Embora a arquitetura revele uma época passada com necessidades humanas básicas, a infraestrutura atual não consegue acompanhar as exigências do futuro. Mudanças são necessárias para melhorar a segurança, mobilidade e equipamentos, mas preservando a essência do lugar para seus moradores de longa data.

1. Análise Crítica do Lugar
“A vivência espacial á escala Humana”
Imagino-me, na azáfama da metrópole, a tentar fugir á
realidade, e ao fugir encontro por fim um lugar onde o
meu presente se encontra com o passado de outrora.
Caneças. Quase se ouvem ainda as lavadeiras
chapinar a roupa na água, os sons das gotas de água
a cair na dura pedra da fonte, as vizinhas a queixarem-
se da vida , os risos da rapaziada a jogar ao peão no
jardim… É um lugar no qual as marcas do passado se
auto-evidenciam. Aqui, a arquitectura não mente, é
revelada uma matéria despida de preconceitos
estéticos, uma arquitectura á escala do homem,
concebida para responder directamente ás
necessidades mais básicas do ser humano.
Contudo, e apesar de a marca do passado estar
implícita, o futuro traz consigo exigências espaciais ás
quais a antiga malha urbana de Caneças não está á
altura de responder. São disto exemplo as estreitas vias
tanto pedonais como viárias , e a exagerada
proximidade das últimas directamente com o edificado.
Com isto, tanto a segurança dos peões como a
mobilidade de transportes se tornam condicionados.
A questão da escassez de equipamentos públicos e
parques qualificados, e a má preservação do
património/edificado devem ser questões a ter em
conta para mudar.
E ás veraneantes, ás vizinhas de há muitos anos, e ao
senhor da retrosaria, não ousemos tirar-lhes a essência
do lugar que ainda lhes pertence, contudo com um
toque de mudança vinda de um futuro que ainda lhes
podemos dar.