2. Arte Renascentista
• Renascimento foi um período da história marcado por significativas
mudanças culturais, ideológicas e científicas, ocorrido entre fins do século
XIII e meados do século XVII. De uma forma geral, podemos dizer que a
principal característica deste movimento foi o humanismo. Desta forma, o
homem passou a se enxergar não simplesmente como um observador do
mundo criado por Deus, mas sim como a principal expressão do mesmo.
• Mesmo assim, não podemos dizer que o Renascimento foi uma ruptura
brusca com os ideais da Idade Média, uma vez que as mudanças ocorridas
neste período se iniciaram na Baixa Idade Média, com a ascensão da
burguesia. A arte renascentista teve como temática principal o próprio ser
humano e sua capacidade de avaliar o mundo ao seu redor. Tal
característica envolveu a revalorização da cultura clássica e dos períodos
de grande progresso científico e cultural das civilizações grega e romana.
Os artistas geralmente retratavam a figura humana, cultivando um
conceito de beleza típico de tais civilizações.
3. • Uma prova disto foi o autorretrato, uma representação artística
grandemente utilizada pelos artistas renascentistas. Na pintura, um
dos principais traços do Renascimento foi a utilização do
sombreado, recurso que reforçava a ideia de volume dos corpos.
Outro fato importante desta fase da história da arte foi o inicio
do emprego da tela e da tinta a óleo. Na arquitetura podemos
perceber de uma forma claríssima a influência dos traços clássicos.
• Os templos eram construções totalmente harmônicas, construídas
sobre a cruz grega e coroadas por uma cúpula. Na escultura,
podemos citar entre as características mais marcantes a
representação do nu e o realismo nas formas humanas. Entre os
artistas mais importantes da arte renascentista, podemos citar
Leonardo da Vinci (1452-1519), Michelangelo (1475-1564) e Rafael
Sanzio (1483-1520).
4. PINTURA
• Duas grandes novidades marcam a pintura renascentista: a utilização da
perspectiva, através da qual os artistas conseguem reproduzir em suas
obras, espaços reais sobre uma superfície plana, dando a noção de
profundidade e de volume, ajudados pelo jogo de cores que permitem
destacar na obra os elementos mais importantes e obscurecer os
elementos secundários, a variação de cores frias e quentes e o manejo da
luz permitem criar distâncias e volumes que parecem ser copiados da
realidade; e a utilização da tinta à óleo, que possibilitará a pintura sobre
tela com uma qualidade maior, dando maior ênfase à realidade e maior
durabilidade às obras.
• Em um período de ascensão da burguesia e de valorização do homem no
sentido individualista, surgem os retratos ou mesmo cenas de família, fato
que não elimina a produção de caráter religioso, particularmente na Itália.
Nos Países Baixos destacou-se a reprodução do natural de
rostos, paisagens, fauna e flora, com um cuidado e uma exatidão
assombrosos, o que acabou resultando naquilo a que se deu o nome de
Janela para a Realidade.
5. MICHELANGELO BUONAROTI
• Escultor, pintor, arquiteto e poeta, Michelangelo Buonarroti,
conhecido também por Miguel Ângelo, nasceu em 1475 e iniciou-se
na pintura aos 13 anos, como aprendiz de Ghirlandaio, fazendo-se
notar pela firmeza e força do seu traço. Trabalhou depois numa
oficina de escultura patrocinada por Lourenço de Medicis, vindo a
frequentar a sua casa e o círculo intelectual de que se fazia rodear.
A sua estadia em Roma, de 1496 a 1501, é essencialmente marcada
pela primeira obra-prima, Pietà (1500?), um dos trabalhos mais
acabados do artista.
Em 1501 regressa a Florença onde, na primavera desse ano, é já
acolhido como artista consagrado. Nessa data inicia um dos seus
mais famosos trabalhos a estátua de David, que termina em 1504.
Outras obras terminadas durante a sua estadia em Florença são a
Virgem de Bruges (1506) e A Sagrada Família.
6. • O papa Júlio II reclama os serviços do escultor
para Roma em 1505, mas é o pintor que durante
três anos de trabalho intenso vai decorar os tetos
da Capela Sistina. O pintor, mas igualmente o
arquiteto, que adota uma nova estrutura para a
organização de toda a obra. A força das figuras
vem de uma eficaz utilização das sombras e da
cor que emprestam a todo o conjunto uma
solene simplicidade eminentemente clássica. Esta
obra exprime exemplarmente as tendências
neoplatónicas de que se tinha impregnado na
corte dos Medicis.
7. • O teto é terminado em 1512 e a reputação de Michelangelo estava
confirmada. Era considerado o maior artista desde a época clássica.
Voltou depois ao projeto, iniciado anteriormente, do túmulo de Júlio II,
que nunca chegou a ser realizado tal como tinha sido concebido. Para esse
projeto executou Moisés e os Escravos. O papa Leão X encomendou-lhe o
modelo de uma nova fachada para a Igreja de S. Lourenço de Florença,
que não foi possível levar até ao fim. De 1536 a 1541, de novo em Roma,
executou o fresco O Juízo Final, um trabalho que se distingue dos frescos
anteriores pelo tom geral de pessimismo e de angústia que vai caracterizar
igualmente os trabalhos da Capela Paulina.
Muito provavelmente trabalhava na estátua Pietà Rondanini antes de
falecer, com oitenta anos, em 1564. Esta obra, complexa na expressão dos
sentimentos, atinge quase a abstração, do ponto de vista formal. O estilo
de Michelangelo influenciou grandemente as gerações posteriores de
artistas italianos. A sua celebridade está patente no facto de, ainda em
vida, ter sido objeto de duas biografias.
9. Leonardo da Vinci
• Leonardo nasceu a 15 de Abril de 1452, em Anchiano, perto de
Florença, centro intelectual e científico da Itália. O seu talento
artístico cedo se revelou, mostrando excepcional habilidade na
geometria, na música e na expressão artística. Reconhecendo estas
suas capacidades, o seu pai, Ser Piero da Vinci, mostrou os
desenhos do filho a Andrea del Verrocchio. O grande mestre da
renascença ficou encantado com o talento de Leonardo e tornou-o
seu aprendiz. Em 1472, com apenas vinte anos, Leonardo associa-se
ao núcleo de pintores de Florença. Não se sabe muito mais acerca
da educação e formação do artista, no entanto, muitos autores
afirmam que o seu conhecimento não provém de fontes
tradicionais, mas sim da observação pessoal e da aplicação prática
das suas ideias. Pintor, escultor, arquitecto e engenheiro, Leonardo
da Vinci foi o talento mais versátil da Itália do Renascimento.
10. • Os seus desenhos, combinando uma precisão científica
com um grande poder imaginativo, reflectem a enorme
vastidão dos seus interesses, que iam desde a biologia, à
fisiologia, à hidráulica, à aeronáutica e à matemática.
Durante o apogeu do renascimento, Da Vinci, enquanto
anatomista, preocupou-se com os sistemas internos do
corpo humano, e enquanto artista interessou-se pelos
detalhes externos da forma humana, estudando
exaustivamente as suas proporções Os pintores do
Renascimento, e em particular Da Vinci, recorreram a
conceitos de geometria projectiva (centro de projecção,
linhas paralelas representadas como linhas convergentes,
ponto de fuga) para criar os seus quadros com um aspecto
tridimensional.
11. • A obra prima «A Última Ceia» é um bom exemplo disso. Um dos quadros
mais famosos do mundo deve-se a este homem das ciências e das artes. A
«Mona Lisa» é provavelmente o retrato de Madona Lisa Gherardini,
mulher do rico cidadão de Veneza Francesco del Giocondo que o
encomendou ao pintor. Daí o quadro também é chamado «A Gioconda».
Desconfia-se, no entanto, que Leonardo tenha de fato começado a pintura
como um retrato da mulher do nobre, mas que depois a tenha tornado na
imagem da ideia que o pintor fazia da beleza perfeita. Como já foi referido
Leonardo sentia-se interessado por muitas áreas do saber e pela sua inter-
relação. Deste modo, Leonardo da Vinci utilizou inúmeros conceitos
matemáticos na pintura, em projetos de arquitetura e em diversas
invenções. A inscrição existente sob a porta da academia de Platão, "Que
não entre ninguém que seja um laico em geometria", retirada dos
apontamentos de Leonardo da Vinci dá-nos a ideia da importância que a
matemática tinha para ele. Leonardo escreveu também "... nenhuma
investigação humana pode ser considerada ciência se não abrir o seu
caminho por meio da exposição e da demonstração matemáticas".
14. Rafael Sanzio
• Nasceu em Urbino, 6 de abril de 1483, frequentemente referido
apenas como Rafael, foi um mestre da pintura e
da arquitetura da escola de Florença durante
o Renascimento italiano, celebrado pela perfeição e suavidade de
suas obras. Também é conhecido por Raffaello Sanzio, Raffaello
Santi, Raffaello de Urbino ou Rafael Sanzio de Urbino. Junto
com Michelangelo e Leonardo Da Vinci forma a tríade de grandes
mestres do Alto Renascimento. Urbino era então capital do ducado
do mesmo nome e seu pai, Giovanni Santi, pintor de poucos
méritos mas homem culto e bem relacionado na corte do duque
Federico da Montefeltro. Transmitiu ao filho, de precoce talento, o
amor pela pintura e as primeiras lições do ofício. O duque,
personificação do ideal renascentista do príncipe culto, encorajara
todas as formas artísticas e transformara Urbino em centro cultural,
a que foram atraídos homens como Donato Bramante, Piero della
Francesca e Leone Battista Alberti.