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Carta pela Compaixão

Mui prezados amigos,

Para criar repertórios de idéias, ações e aspirações comprometidas com o acolhimento, o respeito e a
confiança mútua, partilhamos com todos, no dia de seu lançamento mundial, a Carta pela Compaixão -
esforço cooperativo não apenas para restaurar o pensamento compassivo, mas para levar a ação compassiva
ao centro de nossas vidas. Ela é fruto da rede inspirada e inspiradora de instituições do mundo todo que
fortalecem seu entusiasmo em um convite generoso e fraterno. Abaixo encontrarão a carta e o discurso de
Karin Armstrong, que expande o conceito.


Na cordialidade,

Lia Diskin
p/ Comitê Paulista para a Década da Cultura de Paz
www.comitepaz.org.br
www.palasathena.org.br
liadiskin@palasathena.org.br


Carta pela Compaixão

O princípio da compaixão é o cerne de todas as tradições religiosas, éticas e espirituais, nos conclamando
sempre a tratar todos os outros da mesma maneira como gostaríamos de ser tratados. A compaixão nos
impele a trabalhar incessantemente com o intuito de aliviarmos o sofrimento do nosso próximo, o que inclui
todas as criaturas, de nos destronarmos do centro do nosso mundo e, no lugar, colocar os outros, e de
honrarmos a santidade inviolável de todo ser humano, tratando todas as pessoas, sem exceção, com absoluta
justiça, eqüidade e respeito.

É necessário também, tanto na vida pública como na vida privada, nos abstermos, de forma consistente e
empática, de infligir dor. Agir ou falar de maneira violenta devido a maldade, chauvinismo ou interesse
próprio a fim de depauperar, explorar ou negar direitos básicos a alguém e incitar o ódio ao denegrir os
outros - mesmo os nossos inimigos - é uma negação da nossa humanidade em comum. Reconhecemos que
falhamos na tentativa de viver de forma compassiva e que alguns de nós até mesmo aumentaram a soma da
miséria humana em nome da religião.

Portanto, conclamamos todos os homens e mulheres a restaurar a compaixão ao centro da moralidade e da
religião a retornar ao antigo princípio de que é ilegítima qualquer interpretação das escrituras que gere ódio,
violência ou desprezo garantir que os jovens recebam informações exatas e respeitosas a respeito de outras
tradições, religiões e culturas incentivar uma apreciação positiva da diversidade religiosa e cultural cultivar
uma empatia bem-informada pelo sofrimento de todos os seres humanos - mesmo daqueles considerados
inimigos

É urgente que façamos da compaixão uma força clara, luminosa e dinâmica no nosso mundo polarizado.
Com raízes em uma determinação de princípios de transcender o egoísmo, a compaixão pode quebrar
barreiras políticas, dogmáticas, ideológicas e religiosas. Nascida da nossa profunda interdependência, a
compaixão é essencial para os relacionamentos humanos e para uma humanidade realizada. É o caminho
para a iluminação e é indispensável para a criação de uma economia justa e de uma comunidade global
pacífica.




                                                                                                             1
Discurso proferido por KAREN ARMSTRONG na cerimônia de entrega do prêmio "TED PRIZE” * -
fevereiro 2008


Estou muito honrada. É maravilhoso estar na presença de uma organização que realmente faz a diferença no
mundo. Fico imensamente grata pela oportunidade de poder falar a vocês hoje.

Estou também bastante surpresa, pois olhando para trás vejo que a última coisa que almejava era escrever
sobre ou ter qualquer envolvimento com religião. Francamente, depois que deixei o convento achei que nada
mais tinha a ver com religião. Assunto encerrado, pensei. Mantive distância por l3 anos. Queria ser
professora de Literatura Inglesa. Não tinha nenhum desejo especial sequer de ser escritora. Foi então que
uma série de catástrofes profissionais me aconteceram, uma atrás da outra, até que afinal fui parar na
televisão. Comentei o fato com Bill Moyers, e ele me disse: "Não se preocupe, nós aceitamos qualquer um".

Fiz alguns programas religiosos bastante controvertidos, algo que caía muito bem no Reino Unido, onde a
religião é extremamente impopular. Assim, pela primeira vez na vida, eu estava finalmente na crista da
onda. Mas me enviaram a Jerusalém para fazer um filme sobre o cristianismo primitivo, e pela primeira vez
na vida entrei em contato com as outras tradições religiosas: o judaísmo e o islamismo, as religiões irmãs do
cristianismo. Apesar de minha intensa formação religiosa anterior, descobri que nada sabia sobre essas
tradições. Via o judaísmo somente com um tipo de prelúdio ao cristianismo e nada sabia sobre o islã.

Naquela cidade torturada, onde as três religiões digladiam-se de maneira desconfortável, é possível também
perceber a profunda conexão entre elas. E foi o estudo de outras tradições religiosas o que me devolveu um
sentido do potencial da religião e me levou a olhar a minha própria fé sob uma luz diferente.

Descobri coisas surpreendentes, coisas que jamais me haviam ocorrido. Francamente, naqueles tempos em
que me considerava separada da religião, ela me parecia algo absolutamente inacreditável. As doutrinas me
pareciam impossíveis de comprovar, totalmente abstratas. Para meu espanto, quando comecei a estudar as
outras tradições seriamente, percebi que "crença" - um assunto tão debatido hoje em dia - não passa de um
entusiasmo religioso que aflorou no Ocidente durante o século 17. Originalmente o termo "crença"
significava amar, apreciar, querer bem. Mas no século 17 a palavra adquiriu um significado mais específico
- por razões que exploro mais a fundo em um livro que estou escrevendo no momento - para significar uma
ascensão intelectual a um conjunto de proposições: um credo. "Eu creio" não significava "Eu aceito alguns
artigos de credo da fé"; significava ," Eu me comprometo. Eu me engajo". Na verdade, algumas das
tradições religiosas não dão grande importância à ortodoxia religiosa. No Corão, a opinião religiosa, a
ortodoxia religiosa, é tratada derrogatoriamente como "zanna": adivinhação auto-indulgente a respeito de
assuntos sobre os quais ninguém pode ter certeza, e que leva as pessoas a se tornarem sectárias e briguentas.

Se a religião não acontece na seara do acreditar, do que se trata então?O que descobri, cruzando fronteiras, é
que religião gira em torno do comportar-se de maneira diferente. Em vez de decidir se você acredita ou não
em Deus, antes de mais nada, faça algo. Comprometa-se. Só então começará a entender as verdades da
religião. As doutrinas religiosas foram concebidas como chamados à ação: só podemos compreendê-las
quando as colocamos em prática.

Nesse campo, o lugar de honra é dado à prática da compaixão. É incontestável que em qualquer país, e em
todas e cada uma das tradições mundiais, a compaixão - a habilidade de sentir com o outro - é o único teste
de religiosidade verdadeira, e também aquilo que nos leva à presença do que judeus, cristãos e mulçumanos
chamam de "Deus" ou o "Divino". É a compaixão, diz Buda, que nos leva ao Nirvana. Por quê? Porque na
compaixão, quando sentimos com o outro, nos destronamos do centro do mundo e colocamos ali um outro
ser. Quando nos livramos do ego, aí sim, estamos prontos para ver o divino.



                                                                                                            2
Cada uma das grandes religiões do mundo tem enfatizado, tem colocado no cerne de seus ensinamentos,
aquela que conhecemos como a “Regra de Ouro". Ela nos foi apresentada pela primeira vez por Confúcio,
cinco séculos antes de Cristo: "Não faça aos outros aquilo que não gostaria que fizessem a você". Este, disse
o sábio chinês, era o fio condutor de todos os seus ensinamentos, e seus discípulos deveriam colocar essa
regra em prática todos os dias, o dia todo. A "Regra de Ouro" poderia levá-los ao valor transcendente que ele
chamou de "coração da humanidade", uma experiência transcendental em si mesma.

E essa regra é crucial também para os monoteísmos. Há uma história famosa sobre o grande rabi Hillel,
contemporâneo de Jesus. Um pagão aproximou-se dele e disse estar disposto a converter-se ao judaísmo
desde que o rabi pudesse recitar todo o ensinamento judaico enquanto apoiado em uma só perna. Hillel
apoiou-se em uma das pernas e disse: "Aquilo que é odioso para você, não o faça a seu vizinho. Esta é a
Torá, o resto é comentário. Vá e estude-a". Vá e estude-a. Isto era exatamente o que ele queria dizer. Disse
ele ainda: "Em sua exegese, você deve deixar bem claro que cada um dos versos da Torá é um comentário,
um verniz aplicado sobre a Regra de Ouro". O grande rabi Meir disse que qualquer interpretação da escritura
que leve ao ódio, ao desprezo ou à depreciação de outra pessoa - qualquer pessoa - é ilegítima.

Santo Agostinho enfatizou exatamente o mesmo ponto. 'As escrituras', disse ele, "ensinam nada mais do que
caridade, e não podemos deixar a exegese das escrituras até que encontremos nelas uma interpretação
compassiva". Este esforço para encontrarmos compaixão em alguns destes textos cheios de arestas é um
bom ensaio para fazermos o mesmo em nossa vida diária.

Agora, olhemos para nosso mundo. Vivemos em um mundo no qual a religião foi seqüestrada, onde
terroristas citam versos do Corão para justificar as atrocidades que cometem; onde, em vez de colocarmos
em prática as palavras de Jesus "Ame seus inimigos. Não julgue.", assistimos ao espetáculo de cristãos
julgando sem cessar, usando seguidamente as escrituras para discutir com outras pessoas ou para humilhá-
las.

Ao longo dos séculos a religião tem sido usada para oprimir o outro e isto se deve ao ego humano, à
ganância humana. Como espécie, temos um especial talento para estragar coisas maravilhosas.

E as tradições insistiam também - e este é um ponto importante, penso eu - que não se pode e não se deve
limitar a compaixão a seu próprio grupo, sua própria nação, seus correligionários e compatriotas. Você
precisa ter aquilo que um sábio chinês chamou de "jian ai", ou seja, preocupação com todos, amar seus
inimigos, honrar o diferente. Diz o Corão que "os formamos em tribos e nações para que possam se
conhecer uns aos outros".

Este alcance universal da religião também tem sido diminuído pelo seu uso - e abuso - para obter ganhos
criminosos. Já perdi a conta do número de motoristas de táxi que, quando comento o que faço para viver, me
informam que a religião tem sido a causa de todas as grandes guerras ao longo da história. Errado! A causa
de nossos males atuais é a política.

Não se enganem, porém, religião é um tipo de falha geológica, e quando um conflito se instala em dada
região, a religião é açambarcada (monopolizada, usurpada) e torna-se parte do problema. Os tempos
modernos se mostraram extremamente violentos. Entre l914 e l945, só na Europa, 70 milhões de pessoas
morreram em conseqüência de conflitos armados. Muitas de nossas instituições, e até mesmo o futebol (que
era um passatempo agradável) hoje é causa de tumultos onde pessoas morrem. Não é de surpreender que a
religião também tenha sido afetada por este ambiente violento.

Penso também que, no geral há um grande analfabetismo religioso. As pessoas parecem equacionar fé
religiosa com acreditar. Com freqüência nos referimos às pessoas religiosas como crentes, como se esta
fosse sua característica principal. Com muita freqüência, objetivos secundários são priorizados em
detrimento da compaixão e da "Regra de Ouro". A "Regra de Ouro" é muito difícil de ser seguida. Muitas


                                                                                                           3
vezes, quando estou falando sobre compaixão para alguma congregação, percebo a expressão de revolta no
rosto de alguns: muitas pessoas religiosas preferem estar certas a serem compassivas.

Mas a coisa não acaba aí. Desde 11 de setembro, quando meu trabalho sobre o islã projetou-me na vida
pública de uma maneira que jamais imaginei, tive a oportunidade de viajar pelo mundo todo e, aonde quer
vá, encontro o anseio por mudanças. Voltei recentemente do Paquistão onde literalmente milhares de
pessoas assistiram às minhas palestras, e elas vêm porque anseiam, antes de mais nada, por ouvir uma voz
ocidental amiga. Principalmente os jovens vêm e me perguntam: O que podemos fazer? O que podemos
fazer para mudar as coisas? Meu anfitrião no Paquistão me disse: "Não seja demasiado gentil conosco. Diga-
nos onde estamos errando. Vamos conversar sobre onde a religião está falhando".

Segundo meu parecer, a situação atual é tão séria que qualquer ideologia que deixe de promover um sentido
de compreensão global e apreciação mútua entre os povos, está fadada ao fracasso no devido tempo. A
religião tem um grande número de seguidores aqui nos Estados Unidos - as pessoas talvez sejam religiosas
de diferentes maneiras (como mostra uma reportagem recente) mas, mesmo assim, elas ainda querem ser
religiosas. Somente a Europa ocidental mantém seu secularismo, que hoje vai adquirindo um aspecto
adoravelmente antiquado.

Mas as pessoas querem ser religiosas, e a religião deveria representar uma força em prol da harmonia no
mundo, algo que pode e deveria ser, em vista da Regra de Ouro "Não faça aos outros o que não deseja que
façam a você", uma ética que deveria ser aplicada globalmente nos dias de hoje. Não devemos tratar outras
nações da maneira como não gostamos de ser tratados.

Esta é uma questão religiosa - sejam quais forem as nossas crenças capengas - este é um assunto espiritual. É
uma questão ética profunda que envolve e deve envolver a todos nós. Como disse, há um profundo desejo de
mudança por aí afora. Aqui nos Estados Unidos pode-se constatar isto na campanha eleitoral: nela se
evidencia esse anseio por mudança. As pessoas das igrejas e mesquitas deste continente, depois do 11 de
setembro, estão se reunindo localmente para criar redes de compreensão mútua. Vozes provindas de
sinagogas e mesquitas estão afirmando: “Precisamos começar a dialogar". Penso que é chegada a hora de
ultrapassarmos a idéia de tolerância e caminharmos no sentido de valorizarmos um ao outro.

Há uma história que gostaria de contar-lhes. Ela se encontra no clássico A Ilíada e nos fala sobre como a
espiritualidade deveria ser. Vocês conhecem a historia da Ilíada: a guerra de 10 anos entre a Grécia e Tróia.
Em um incidente, Aquiles, o famoso guerreiro grego, retira suas tropas da batalha e todo esforço de guerra é
comprometido. Na confusão que se sucede Patroclus, seu querido amigo, é morto num combate corpo a
corpo, por Heitor, um dos príncipes troianos. Aquiles, enlouquecido pela dor, pela raiva e pelo desejo de
vingança, mata Heitor, mutila seu corpo e recusa-se a devolvê-lo para que seja enterrado pela família o que,
para os gregos, significava que a alma de Heitor ficaria perdida, condenada a vagar eternamente. Certa noite,
Príamo, rei de Tróia, um velho, entra incógnito no campo grego, caminha até a tenda de Aquiles para pedir-
lhe que devolva o corpo de seu filho. Todos se espantam quando o velho tira o capuz revelando sua
identidade. Aquiles olha para ele, pensa em seu próprio pai e começa a chorar. Príamo olha para o homem
que matou tantos de seus filhos e, também ele, chora. O som do choro de ambos enche o espaço. Os gregos
acreditavam que chorar junto criava um laço entre as pessoas. Aquiles então toma ternamente o corpo de
Heitor e o entrega ao pai. Os dois homens se olham nos olhos e vêem um ao outro como divinos.

Esta é também a ética que encontramos em todas as religiões. Isto é o que significa superar o horror que
sentimos quando estamos sendo ameaçados por nossos inimigos e começamos a apreciar o outro. È de
grande importância saber que a palavra "santo" em hebraico, aplicada a Deus, é "Kadosh": separado, outro.
De fato, talvez a alteridade mesma de nossos inimigos seja o elemento que nos pode inspirar a
transcendência absolutamente misteriosa que é Deus.

Agora, aqui vai meu pedido: gostaria que vocês me ajudassem na criação, lançamento e propagação de uma
"Carta pela Compaixão" - idealizada por um grupo de inspirados pensadores pertencentes às três tradições

                                                                                                           4
abraãmicas: judaísmo, cristianismo e islamismo, e baseada no princípio fundamental da "Regra de Ouro".
Precisamos criar um movimento envolvendo todas essas pessoas que encontrei em minhas viagens (e que
vocês encontram) e que, de alguma maneira, querem juntar-se a nós e reencontrar sua fé, uma fé que elas
sentem que foi seqüestrada, como costumo dizer. Precisamos dar força as pessoas para que se lembrem da
ética da compaixão, precisamos dar-lhes as diretrizes. Esta Carta não deve ser um documento grande.
Gostaria que ela oferecesse diretrizes sobre como interpretar as escrituras, estes textos que tem sido vítimas
de abusos. Lembremos do que os rabis e Agostinho disseram sobre como as escrituras devem ser governadas
pelo princípio da caridade. É preciso voltar a isto. Retornemos a este ponto e também à idéia de termos
todos, judeus, cristãos e mulçumanos (tradições tão freqüentemente em desacordo) trabalhando juntos para
criar um documento que, esperamos, será assinado por milhares de líderes religiosos das principais tradições
do mundo.

Vocês são as pessoas que podem fazer isto, eu sou apenas uma acadêmica isolada. Apesar da idéia
equivocada de que gosto de exposição, a verdade é que passo a maior parte de meu tempo sozinha,
estudando. Vocês, com conhecimento da mídia, são aqueles que podem me explicar como levar esta
mensagem mundo afora, a todas as pessoas do planeta.

Tive algumas conversas preliminares e o arcebispo Desmond Tutu, por exemplo, está muito feliz por co-
assinar esse projeto, assim como o imã de Nova York, Faisal Rauf. Estarei trabalhando também com a
Aliança das Civilizações na ONU. Fiz parte dessa iniciativa da ONU chamada Aliança das Civilizações,
convocada por Kofi Annan para diagnosticar as causas do extremismo e para oferecer orientações claras
para as nações afiliadas sobre como evitar sua escalada.

A Aliança das Civilizações informou que está disposta a colaborar. A importância deste fato - posso ver a
expressão preocupada de muitos de vocês que estão pensando que a ONU é uma instituição lenta e pesada.
Mas a ONU pode nos oferecer certa neutralidade para que esta iniciativa não seja considerada algo somente
ocidental ou cristão, mas que parte da própria ONU, do mundo, e ela nos ajudaria muito com a burocracia
envolvida num tal projeto.

Assim sendo, os convoco a juntarem-se a mim para construir esta Carta, lançá-la e propagá-la. Gostaria de
vê-la em todas as universidade, todas as igrejas, todas as sinagogas e mesquitas mundo afora, de maneira
que as pessoas possam olhar para suas tradições, resgatá-las e transformar a religião numa fonte de paz neste
mundo, algo que a religião pode e deve fazer.


NOTA:

*TED (Technology, Entertainment, Design) - uma iniciativa sem fins lucrativos dedicada a "idéias que
valem a pena serem divulgadas".

*"Ted Prize" destina-se a alavancar o excepcional quadro de talentos e recursos da "Ted Conference". O
prêmio é atribuído anualmente a três destacados indivíduos que recebem, cada um, US$ 100.000,00 e, o que
é mais importante, o privilégio de "Um Pedido para Mudar o Mundo".

Depois de alguns meses de preparo, eles revelam seu pedido no decorrer da cerimônia de premiação que tem
lugar durante a "Ted Conference". Estes pedidos tem resultado em iniciativas de colaboração com impacto
de longo alcance.



Tradução: Clara Terra



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Carta pela Compaixão

  • 1. Carta pela Compaixão Mui prezados amigos, Para criar repertórios de idéias, ações e aspirações comprometidas com o acolhimento, o respeito e a confiança mútua, partilhamos com todos, no dia de seu lançamento mundial, a Carta pela Compaixão - esforço cooperativo não apenas para restaurar o pensamento compassivo, mas para levar a ação compassiva ao centro de nossas vidas. Ela é fruto da rede inspirada e inspiradora de instituições do mundo todo que fortalecem seu entusiasmo em um convite generoso e fraterno. Abaixo encontrarão a carta e o discurso de Karin Armstrong, que expande o conceito. Na cordialidade, Lia Diskin p/ Comitê Paulista para a Década da Cultura de Paz www.comitepaz.org.br www.palasathena.org.br liadiskin@palasathena.org.br Carta pela Compaixão O princípio da compaixão é o cerne de todas as tradições religiosas, éticas e espirituais, nos conclamando sempre a tratar todos os outros da mesma maneira como gostaríamos de ser tratados. A compaixão nos impele a trabalhar incessantemente com o intuito de aliviarmos o sofrimento do nosso próximo, o que inclui todas as criaturas, de nos destronarmos do centro do nosso mundo e, no lugar, colocar os outros, e de honrarmos a santidade inviolável de todo ser humano, tratando todas as pessoas, sem exceção, com absoluta justiça, eqüidade e respeito. É necessário também, tanto na vida pública como na vida privada, nos abstermos, de forma consistente e empática, de infligir dor. Agir ou falar de maneira violenta devido a maldade, chauvinismo ou interesse próprio a fim de depauperar, explorar ou negar direitos básicos a alguém e incitar o ódio ao denegrir os outros - mesmo os nossos inimigos - é uma negação da nossa humanidade em comum. Reconhecemos que falhamos na tentativa de viver de forma compassiva e que alguns de nós até mesmo aumentaram a soma da miséria humana em nome da religião. Portanto, conclamamos todos os homens e mulheres a restaurar a compaixão ao centro da moralidade e da religião a retornar ao antigo princípio de que é ilegítima qualquer interpretação das escrituras que gere ódio, violência ou desprezo garantir que os jovens recebam informações exatas e respeitosas a respeito de outras tradições, religiões e culturas incentivar uma apreciação positiva da diversidade religiosa e cultural cultivar uma empatia bem-informada pelo sofrimento de todos os seres humanos - mesmo daqueles considerados inimigos É urgente que façamos da compaixão uma força clara, luminosa e dinâmica no nosso mundo polarizado. Com raízes em uma determinação de princípios de transcender o egoísmo, a compaixão pode quebrar barreiras políticas, dogmáticas, ideológicas e religiosas. Nascida da nossa profunda interdependência, a compaixão é essencial para os relacionamentos humanos e para uma humanidade realizada. É o caminho para a iluminação e é indispensável para a criação de uma economia justa e de uma comunidade global pacífica. 1
  • 2. Discurso proferido por KAREN ARMSTRONG na cerimônia de entrega do prêmio "TED PRIZE” * - fevereiro 2008 Estou muito honrada. É maravilhoso estar na presença de uma organização que realmente faz a diferença no mundo. Fico imensamente grata pela oportunidade de poder falar a vocês hoje. Estou também bastante surpresa, pois olhando para trás vejo que a última coisa que almejava era escrever sobre ou ter qualquer envolvimento com religião. Francamente, depois que deixei o convento achei que nada mais tinha a ver com religião. Assunto encerrado, pensei. Mantive distância por l3 anos. Queria ser professora de Literatura Inglesa. Não tinha nenhum desejo especial sequer de ser escritora. Foi então que uma série de catástrofes profissionais me aconteceram, uma atrás da outra, até que afinal fui parar na televisão. Comentei o fato com Bill Moyers, e ele me disse: "Não se preocupe, nós aceitamos qualquer um". Fiz alguns programas religiosos bastante controvertidos, algo que caía muito bem no Reino Unido, onde a religião é extremamente impopular. Assim, pela primeira vez na vida, eu estava finalmente na crista da onda. Mas me enviaram a Jerusalém para fazer um filme sobre o cristianismo primitivo, e pela primeira vez na vida entrei em contato com as outras tradições religiosas: o judaísmo e o islamismo, as religiões irmãs do cristianismo. Apesar de minha intensa formação religiosa anterior, descobri que nada sabia sobre essas tradições. Via o judaísmo somente com um tipo de prelúdio ao cristianismo e nada sabia sobre o islã. Naquela cidade torturada, onde as três religiões digladiam-se de maneira desconfortável, é possível também perceber a profunda conexão entre elas. E foi o estudo de outras tradições religiosas o que me devolveu um sentido do potencial da religião e me levou a olhar a minha própria fé sob uma luz diferente. Descobri coisas surpreendentes, coisas que jamais me haviam ocorrido. Francamente, naqueles tempos em que me considerava separada da religião, ela me parecia algo absolutamente inacreditável. As doutrinas me pareciam impossíveis de comprovar, totalmente abstratas. Para meu espanto, quando comecei a estudar as outras tradições seriamente, percebi que "crença" - um assunto tão debatido hoje em dia - não passa de um entusiasmo religioso que aflorou no Ocidente durante o século 17. Originalmente o termo "crença" significava amar, apreciar, querer bem. Mas no século 17 a palavra adquiriu um significado mais específico - por razões que exploro mais a fundo em um livro que estou escrevendo no momento - para significar uma ascensão intelectual a um conjunto de proposições: um credo. "Eu creio" não significava "Eu aceito alguns artigos de credo da fé"; significava ," Eu me comprometo. Eu me engajo". Na verdade, algumas das tradições religiosas não dão grande importância à ortodoxia religiosa. No Corão, a opinião religiosa, a ortodoxia religiosa, é tratada derrogatoriamente como "zanna": adivinhação auto-indulgente a respeito de assuntos sobre os quais ninguém pode ter certeza, e que leva as pessoas a se tornarem sectárias e briguentas. Se a religião não acontece na seara do acreditar, do que se trata então?O que descobri, cruzando fronteiras, é que religião gira em torno do comportar-se de maneira diferente. Em vez de decidir se você acredita ou não em Deus, antes de mais nada, faça algo. Comprometa-se. Só então começará a entender as verdades da religião. As doutrinas religiosas foram concebidas como chamados à ação: só podemos compreendê-las quando as colocamos em prática. Nesse campo, o lugar de honra é dado à prática da compaixão. É incontestável que em qualquer país, e em todas e cada uma das tradições mundiais, a compaixão - a habilidade de sentir com o outro - é o único teste de religiosidade verdadeira, e também aquilo que nos leva à presença do que judeus, cristãos e mulçumanos chamam de "Deus" ou o "Divino". É a compaixão, diz Buda, que nos leva ao Nirvana. Por quê? Porque na compaixão, quando sentimos com o outro, nos destronamos do centro do mundo e colocamos ali um outro ser. Quando nos livramos do ego, aí sim, estamos prontos para ver o divino. 2
  • 3. Cada uma das grandes religiões do mundo tem enfatizado, tem colocado no cerne de seus ensinamentos, aquela que conhecemos como a “Regra de Ouro". Ela nos foi apresentada pela primeira vez por Confúcio, cinco séculos antes de Cristo: "Não faça aos outros aquilo que não gostaria que fizessem a você". Este, disse o sábio chinês, era o fio condutor de todos os seus ensinamentos, e seus discípulos deveriam colocar essa regra em prática todos os dias, o dia todo. A "Regra de Ouro" poderia levá-los ao valor transcendente que ele chamou de "coração da humanidade", uma experiência transcendental em si mesma. E essa regra é crucial também para os monoteísmos. Há uma história famosa sobre o grande rabi Hillel, contemporâneo de Jesus. Um pagão aproximou-se dele e disse estar disposto a converter-se ao judaísmo desde que o rabi pudesse recitar todo o ensinamento judaico enquanto apoiado em uma só perna. Hillel apoiou-se em uma das pernas e disse: "Aquilo que é odioso para você, não o faça a seu vizinho. Esta é a Torá, o resto é comentário. Vá e estude-a". Vá e estude-a. Isto era exatamente o que ele queria dizer. Disse ele ainda: "Em sua exegese, você deve deixar bem claro que cada um dos versos da Torá é um comentário, um verniz aplicado sobre a Regra de Ouro". O grande rabi Meir disse que qualquer interpretação da escritura que leve ao ódio, ao desprezo ou à depreciação de outra pessoa - qualquer pessoa - é ilegítima. Santo Agostinho enfatizou exatamente o mesmo ponto. 'As escrituras', disse ele, "ensinam nada mais do que caridade, e não podemos deixar a exegese das escrituras até que encontremos nelas uma interpretação compassiva". Este esforço para encontrarmos compaixão em alguns destes textos cheios de arestas é um bom ensaio para fazermos o mesmo em nossa vida diária. Agora, olhemos para nosso mundo. Vivemos em um mundo no qual a religião foi seqüestrada, onde terroristas citam versos do Corão para justificar as atrocidades que cometem; onde, em vez de colocarmos em prática as palavras de Jesus "Ame seus inimigos. Não julgue.", assistimos ao espetáculo de cristãos julgando sem cessar, usando seguidamente as escrituras para discutir com outras pessoas ou para humilhá- las. Ao longo dos séculos a religião tem sido usada para oprimir o outro e isto se deve ao ego humano, à ganância humana. Como espécie, temos um especial talento para estragar coisas maravilhosas. E as tradições insistiam também - e este é um ponto importante, penso eu - que não se pode e não se deve limitar a compaixão a seu próprio grupo, sua própria nação, seus correligionários e compatriotas. Você precisa ter aquilo que um sábio chinês chamou de "jian ai", ou seja, preocupação com todos, amar seus inimigos, honrar o diferente. Diz o Corão que "os formamos em tribos e nações para que possam se conhecer uns aos outros". Este alcance universal da religião também tem sido diminuído pelo seu uso - e abuso - para obter ganhos criminosos. Já perdi a conta do número de motoristas de táxi que, quando comento o que faço para viver, me informam que a religião tem sido a causa de todas as grandes guerras ao longo da história. Errado! A causa de nossos males atuais é a política. Não se enganem, porém, religião é um tipo de falha geológica, e quando um conflito se instala em dada região, a religião é açambarcada (monopolizada, usurpada) e torna-se parte do problema. Os tempos modernos se mostraram extremamente violentos. Entre l914 e l945, só na Europa, 70 milhões de pessoas morreram em conseqüência de conflitos armados. Muitas de nossas instituições, e até mesmo o futebol (que era um passatempo agradável) hoje é causa de tumultos onde pessoas morrem. Não é de surpreender que a religião também tenha sido afetada por este ambiente violento. Penso também que, no geral há um grande analfabetismo religioso. As pessoas parecem equacionar fé religiosa com acreditar. Com freqüência nos referimos às pessoas religiosas como crentes, como se esta fosse sua característica principal. Com muita freqüência, objetivos secundários são priorizados em detrimento da compaixão e da "Regra de Ouro". A "Regra de Ouro" é muito difícil de ser seguida. Muitas 3
  • 4. vezes, quando estou falando sobre compaixão para alguma congregação, percebo a expressão de revolta no rosto de alguns: muitas pessoas religiosas preferem estar certas a serem compassivas. Mas a coisa não acaba aí. Desde 11 de setembro, quando meu trabalho sobre o islã projetou-me na vida pública de uma maneira que jamais imaginei, tive a oportunidade de viajar pelo mundo todo e, aonde quer vá, encontro o anseio por mudanças. Voltei recentemente do Paquistão onde literalmente milhares de pessoas assistiram às minhas palestras, e elas vêm porque anseiam, antes de mais nada, por ouvir uma voz ocidental amiga. Principalmente os jovens vêm e me perguntam: O que podemos fazer? O que podemos fazer para mudar as coisas? Meu anfitrião no Paquistão me disse: "Não seja demasiado gentil conosco. Diga- nos onde estamos errando. Vamos conversar sobre onde a religião está falhando". Segundo meu parecer, a situação atual é tão séria que qualquer ideologia que deixe de promover um sentido de compreensão global e apreciação mútua entre os povos, está fadada ao fracasso no devido tempo. A religião tem um grande número de seguidores aqui nos Estados Unidos - as pessoas talvez sejam religiosas de diferentes maneiras (como mostra uma reportagem recente) mas, mesmo assim, elas ainda querem ser religiosas. Somente a Europa ocidental mantém seu secularismo, que hoje vai adquirindo um aspecto adoravelmente antiquado. Mas as pessoas querem ser religiosas, e a religião deveria representar uma força em prol da harmonia no mundo, algo que pode e deveria ser, em vista da Regra de Ouro "Não faça aos outros o que não deseja que façam a você", uma ética que deveria ser aplicada globalmente nos dias de hoje. Não devemos tratar outras nações da maneira como não gostamos de ser tratados. Esta é uma questão religiosa - sejam quais forem as nossas crenças capengas - este é um assunto espiritual. É uma questão ética profunda que envolve e deve envolver a todos nós. Como disse, há um profundo desejo de mudança por aí afora. Aqui nos Estados Unidos pode-se constatar isto na campanha eleitoral: nela se evidencia esse anseio por mudança. As pessoas das igrejas e mesquitas deste continente, depois do 11 de setembro, estão se reunindo localmente para criar redes de compreensão mútua. Vozes provindas de sinagogas e mesquitas estão afirmando: “Precisamos começar a dialogar". Penso que é chegada a hora de ultrapassarmos a idéia de tolerância e caminharmos no sentido de valorizarmos um ao outro. Há uma história que gostaria de contar-lhes. Ela se encontra no clássico A Ilíada e nos fala sobre como a espiritualidade deveria ser. Vocês conhecem a historia da Ilíada: a guerra de 10 anos entre a Grécia e Tróia. Em um incidente, Aquiles, o famoso guerreiro grego, retira suas tropas da batalha e todo esforço de guerra é comprometido. Na confusão que se sucede Patroclus, seu querido amigo, é morto num combate corpo a corpo, por Heitor, um dos príncipes troianos. Aquiles, enlouquecido pela dor, pela raiva e pelo desejo de vingança, mata Heitor, mutila seu corpo e recusa-se a devolvê-lo para que seja enterrado pela família o que, para os gregos, significava que a alma de Heitor ficaria perdida, condenada a vagar eternamente. Certa noite, Príamo, rei de Tróia, um velho, entra incógnito no campo grego, caminha até a tenda de Aquiles para pedir- lhe que devolva o corpo de seu filho. Todos se espantam quando o velho tira o capuz revelando sua identidade. Aquiles olha para ele, pensa em seu próprio pai e começa a chorar. Príamo olha para o homem que matou tantos de seus filhos e, também ele, chora. O som do choro de ambos enche o espaço. Os gregos acreditavam que chorar junto criava um laço entre as pessoas. Aquiles então toma ternamente o corpo de Heitor e o entrega ao pai. Os dois homens se olham nos olhos e vêem um ao outro como divinos. Esta é também a ética que encontramos em todas as religiões. Isto é o que significa superar o horror que sentimos quando estamos sendo ameaçados por nossos inimigos e começamos a apreciar o outro. È de grande importância saber que a palavra "santo" em hebraico, aplicada a Deus, é "Kadosh": separado, outro. De fato, talvez a alteridade mesma de nossos inimigos seja o elemento que nos pode inspirar a transcendência absolutamente misteriosa que é Deus. Agora, aqui vai meu pedido: gostaria que vocês me ajudassem na criação, lançamento e propagação de uma "Carta pela Compaixão" - idealizada por um grupo de inspirados pensadores pertencentes às três tradições 4
  • 5. abraãmicas: judaísmo, cristianismo e islamismo, e baseada no princípio fundamental da "Regra de Ouro". Precisamos criar um movimento envolvendo todas essas pessoas que encontrei em minhas viagens (e que vocês encontram) e que, de alguma maneira, querem juntar-se a nós e reencontrar sua fé, uma fé que elas sentem que foi seqüestrada, como costumo dizer. Precisamos dar força as pessoas para que se lembrem da ética da compaixão, precisamos dar-lhes as diretrizes. Esta Carta não deve ser um documento grande. Gostaria que ela oferecesse diretrizes sobre como interpretar as escrituras, estes textos que tem sido vítimas de abusos. Lembremos do que os rabis e Agostinho disseram sobre como as escrituras devem ser governadas pelo princípio da caridade. É preciso voltar a isto. Retornemos a este ponto e também à idéia de termos todos, judeus, cristãos e mulçumanos (tradições tão freqüentemente em desacordo) trabalhando juntos para criar um documento que, esperamos, será assinado por milhares de líderes religiosos das principais tradições do mundo. Vocês são as pessoas que podem fazer isto, eu sou apenas uma acadêmica isolada. Apesar da idéia equivocada de que gosto de exposição, a verdade é que passo a maior parte de meu tempo sozinha, estudando. Vocês, com conhecimento da mídia, são aqueles que podem me explicar como levar esta mensagem mundo afora, a todas as pessoas do planeta. Tive algumas conversas preliminares e o arcebispo Desmond Tutu, por exemplo, está muito feliz por co- assinar esse projeto, assim como o imã de Nova York, Faisal Rauf. Estarei trabalhando também com a Aliança das Civilizações na ONU. Fiz parte dessa iniciativa da ONU chamada Aliança das Civilizações, convocada por Kofi Annan para diagnosticar as causas do extremismo e para oferecer orientações claras para as nações afiliadas sobre como evitar sua escalada. A Aliança das Civilizações informou que está disposta a colaborar. A importância deste fato - posso ver a expressão preocupada de muitos de vocês que estão pensando que a ONU é uma instituição lenta e pesada. Mas a ONU pode nos oferecer certa neutralidade para que esta iniciativa não seja considerada algo somente ocidental ou cristão, mas que parte da própria ONU, do mundo, e ela nos ajudaria muito com a burocracia envolvida num tal projeto. Assim sendo, os convoco a juntarem-se a mim para construir esta Carta, lançá-la e propagá-la. Gostaria de vê-la em todas as universidade, todas as igrejas, todas as sinagogas e mesquitas mundo afora, de maneira que as pessoas possam olhar para suas tradições, resgatá-las e transformar a religião numa fonte de paz neste mundo, algo que a religião pode e deve fazer. NOTA: *TED (Technology, Entertainment, Design) - uma iniciativa sem fins lucrativos dedicada a "idéias que valem a pena serem divulgadas". *"Ted Prize" destina-se a alavancar o excepcional quadro de talentos e recursos da "Ted Conference". O prêmio é atribuído anualmente a três destacados indivíduos que recebem, cada um, US$ 100.000,00 e, o que é mais importante, o privilégio de "Um Pedido para Mudar o Mundo". Depois de alguns meses de preparo, eles revelam seu pedido no decorrer da cerimônia de premiação que tem lugar durante a "Ted Conference". Estes pedidos tem resultado em iniciativas de colaboração com impacto de longo alcance. Tradução: Clara Terra 5
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