3. ‘Mudança de olhar’ ao pensar o campo da política - Igual ao campo da ciência, direito, técnica, religião... - Ao invés de: “estudar política pela sociedade”; “estudar sociedade pelos agregados da fala política”; A influência da teoria pragmática da linguagem no realismo-construtivismo de Latour - Um mundo pré-existente em si mesmo: uma coisa é real se tem consequência/efeitos no contexto do mundo (ex: a morte de Ramsés II) - Estudar as traduções políticas pelos “REGIMES DE ENUNCIAÇÃO”.
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6. AS DUAS VISÕES TRANSUBSTANCIALIZADORAS NA ENUNCIAÇÃO POLÍTICA: 1° MODELO DE TRANSUBSTANCIALIZAÇÃO: Críticas de Latour ao ideário do modelo clássico: - ideal clássico da filosofia política: “muitos em um” / “um em muitos” (Gregos... Hegel...); - política vira tautologia, impraticável: - esquerda/direita: uma ora age por ‘vontade’; outrora, por ‘docilidade’; - há realmente autonomia? há realmente heteronomia? em que lugar fica a dissidência? – Há um círculo vicioso!; - resultado (p.23-4).
7. 2° MODELO DE TRANSUBSTANCIALIZAÇÃO: Críticas de Latour (invalida este modelo; fica com o primeiro): - Política mais uma vez impraticável: - absurdo 1: como poderia ser obedecida toda a multiplicidade?; - absurdo 2: como fazer política sem viés, deformação, traição, tradução? - resultado (p.23-4).
8. NOVO SIGNIFICADO AO TERMO RE-PRESENTAÇÃO Latour: “A política é uma impostura” (p.26). Como age o porta-voz verídico [representante]? “(...) o mais visionário dos mandatários dos delegados começa a mentir sempre que interrompe o percurso e se põe a explorar um tipo de capital político (...)” (p.27). Há sempre uma ‘dupla traição’ ou ‘impostura’ na política...
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11. É PRECISO UMA VISÃO DE [MINI]TRANSUBSTANCIALIZAÇÃO NA ENUNCIAÇÃO POLÍTICA ... uma transcendência, minúscula, essencial, decisiva, nativa... que permite sempre transformar o coletivo... ... como a transcendência da ‘razão pensante’ é ilusão... “a luz que projeta a ‘razão curva’ satisfaz amplamente a iluminação do caminho”... [...permite processar o ‘barulho atordoante da multidão’ e afastar a conversa policiada habermasiana...]
12. REPRESENTAÇÃO DO DESENGATE: Elementos importantes: - noção de “desengate” – permite observar que ‘aquele que fala delegue o exercício da palavra àquele que fala por ele’; - noção de autophuos – permite observar que ‘aquele que fala não fale dele mesmo, mas de um outro, o qual não é um, mas legião’; - noção de “quadros de referências” – permite mover o círculo sem partir de opinião, vontades, interesses estabelecidos, prontos.
13. Reformulações da visão tradicional de representação política: [MINI]TRANSUBSTANCIALIZAÇÃO LEVARIA A ENTENDER QUE: - as vontades não são as dos cidadãos; - os interesses não são fixos; - os pertencimentos são sempre os de ‘amanhã’; - ainstigação da agitação e multiplicidade de enunciação políticas é saudável; - e, enfim, é fundamental criticar a “razão pensante” que, no fundo, quer que a fala política desapareça (p.38).