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Paróquia Menino Jesus de Praga
          São José do Rio Preto - SP




 FORMAÇÃO PARA
    MINISTROS
EXTRAORDINÁRIOS
  DA COMUNHÃO
   EUCARISTICA
     - MECE -

          2010




                      Pároco: Pe. Geomar
         Coordenadores: Felizardo e Cleusa
ANEXO: CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA LUMEN GENTIUM SOBRE A IGREJA
(Breve Resumo)
       OS LEIGOS
       A BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA MÃE DE DEUS
       NO MISTÉRIO DE CRISTO E DA IGREJA

2 – OS MINISTÉRIOS
Ministério
Tipos de Ministérios
A comunhão, participação no sacrifício de Cristo
Designação dos Ministros Extraordinários

3 – MINISTRO EXTRAORDINÁRIO DA COMUNHÃO EUCARÍSTICA
1.3. Espiritualidade
2.3. Missão
3.3. Alguns critérios para o exercício
4.3. Atitudes do Ministro
5.3. O que não deve ocorrer na vida prática do Ministro

4 – SAGRADA CEIA DO SENHOR: “O MISTÉRIO DA FÉ”
1.4. Missa
2.4. A Eucaristia - O que é a Eucaristia?
3.4. Encontro com Jesus amor
4.4. Adoração Eucarística
5.4. A exposição
6.4. A liturgia é o cume e a fonte da ação da igreja
7.4. O uso do incenso na liturgia - Devemos exalar o bom odor de Cristo
8.4. Posições corporais - Nosso corpo também reza
9.4. O sinal da Cruz: Sinal de pertença ao rebanho de Cristo
10.4. As procissões na liturgia - O povo de Deus em caminhada

5 – AS CORES LITÚRGICAS: SUA FUNÇÃO E SIGNIFICADOS
6 – SÍMBOLOS LITÚRGICOS LIGADOS À NATUREZA
7 – PRINCIPAIS PARTES DO EDIFÍCIO SAGRADO
8 – OBJETOS LITÚRGICOS E VASOS SAGRADOS
1.8. Alfaias

9 – LIVROS LITURGICOS
10 – VESTES LITÚRGICAS
11 – PARAMENTOS LITÚRGICOS - INSÍGNIAS EPISCOPAIS
12 – ANO LITURGICO
13 – CELEBRAÇÕES
1.13. Celebração da Palavra
2.13. Espaço Celebrativo
3.13. Como Celebrar
4.13. Roteiros para celebrações: Dominical, Enfermo e Exéquias.

14 – O PADROEIRO - SÃO TARCISIO
       ORAÇÃO DO MINISTRO




                                                                          2
1 - CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA
                                          LUMEN GENTIUM
                                          SOBRE A IGREJA
                                            (Breve resumo)

A Igreja como sacramento
1. A luz dos povos é Cristo: por isso, este sagrado Concílio, reunido no Espírito Santo, deseja ardentemente
iluminar com a Sua luz, que resplandece no rosto da Igreja, todos os homens, anunciando o Evangelho a
toda a criatura (cfr. Mc. 16,15). Mas porque a Igreja, em Cristo, é como que o sacramento, ou sinal, e o
instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano, pretende ela, na seqüência
dos anteriores Concílios, por de manifesto com maior insistência, aos fiéis e a todo o mundo, a sua
natureza e missão universal. E as condições do nosso tempo tornam ainda mais urgentes este dever da
Igreja, para que deste modo os homens todos, hoje mais estreitamente ligados uns aos outros, pelos
diversos laços sociais, técnicos e culturais, alcancem também a plena unidade em Cristo.

A vontade salvífica do Pai
2. O Eterno Pai, pelo libérrimo e insondável desígnio da Sua sabedoria e bondade, criou o universo,
decidiu elevar os homens à participação da vida divina e não os abandonou uma vez caídos em Adão,
antes, em atenção a Cristo Redentor «que é a imagem de Deus invisível, primogênito de toda a criação»
(Col. 1,15) sempre lhes concedeu os auxílios para se salvarem. Aos eleitos, o Pai, antes de todos os séculos
os «discerniu e predestinou para reproduzirem a imagem de Seu Filho, a fim de que Ele seja o primogênito
de uma multidão de irmãos» (Rom. 8,29). E, aos que crêem em Cristo, decidiu chamá-los à santa Igreja, a
qual, prefigurada já desde o princípio do mundo e admiravelmente preparada na história do povo de Israel
e na Antiga Aliança (1), foi constituída no fim dos tempos e manifestada pela efusão do Espírito, e será
gloriosamente consumada no fim dos séculos. Então, como se lê nos Santos Padres, todos os justos depois
de Adão, «desde o justo Abel até ao último eleito» (2), se reunirão em Igreja universal junto do Pai.

Missão e obra do Filho: fundação da Igreja
3. Veio, pois o Filho, enviado pelo Pai, que n'Ele nos elegeu antes de criar o mundo, e nos predestinou para
sermos seus filhos de adoção, porque lhe aprouve reunir n'Ele todas as coisas (cfr. Ef. 1, 4-5. 10). Por isso,
Cristo, a fim de cumprir a vontade do Pai, deu começo na terra ao Reino dos Céus e revelou-nos o seu
mistério, realizando, com a própria obediência, a redenção. A Igreja, ou seja, o Reino de Cristo já presente
em mistério, cresce visivelmente no mundo pelo poder de Deus. Tal começo e crescimento exprimem-nos
o sangue e a água que manaram do lado aberto de Jesus crucificado (cfr. Jo. 19,34), e preanunciam-nos as
palavras do Senhor acerca da Sua morte na cruz: «Quando Eu for elevado acima da terra, atrairei todos a
mim» (Jo. 12,32 gr.). Sempre que no altar se celebra o sacrifício da cruz, na qual «Cristo, nossa Páscoa, foi
imolado» (1 Cor. 5,7), realiza-se também a obra da nossa redenção. Pelo sacramento do pão eucarístico, ao
mesmo tempo é representada e se realiza a unidade dos fiéis, que constituem um só corpo em Cristo (cfr. 1
Cor. 10,17). Todos os homens são chamados a esta união com Cristo, luz do mundo, do qual vimos, por
quem vivemos, e para o qual caminhamos.

O Espírito santificador e vivificador da Igreja
4. Consumada a obra que o Pai confiou ao Filho para Ele cumprir na terra (cfr. Jo. 17,4), foi enviado o
Espírito Santo no dia de Pentecostes, para que santificasse continuamente a Igreja e deste modo os fiéis
tivessem acesso ao Pai, por Cristo, num só Espírito (cfr. Ef. 2,18). Ele é o Espírito de vida, ou a fonte de
água que jorra para a vida eterna (cfr. Jo. 4,14; 7, 38-39); por quem o Pai vivifica os homens mortos pelo
pecado, até que ressuscite em Cristo os seus corpos mortais (cfr. Rom. 8, 10-11). O Espírito habita na
Igreja e nos corações dos fiéis, como num templo (cfr. 1 Cor. 3,16; 6,19), e dentro deles ora e dá
testemunho da adoção de filhos (cfr. Gál. 4,6; Rom. 8, 15-16. 26). A Igreja, que Ele conduz à verdade total
(cfr. Jo. 16,13) e unifica na comunhão e no ministério, enriquece-a Ele e guia-a com diversos dons
hierárquicos e carismáticos e adorna-a com os seus frutos (cfr. Ef. 4, 11-12; 1 Cor. 12,4; Gál. 5,22). Pela
força do Evangelho rejuvenesce a Igreja e renova-a continuamente e leva-a à união perfeita com o seu

                                                                                                            3
Esposo (3). Porque o Espírito e a Esposa dizem ao Senhor Jesus: «Vem» (cfr. Apoc. 22,17)! Assim a Igreja
toda aparece como «um povo unido pela unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo (4).

O Reino de Deus
5. O mistério da santa Igreja manifesta-se na sua fundação. O Senhor Jesus deu início à Sua Igreja
pregando a boa nova do advento do Reino de Deus prometido desde há séculos nas Escrituras: «cumpriu-se
o tempo, o Reino de Deus está próximo» (Mc. 1,15; cfr. Mt. 4,17). Este Reino manifesta-se na palavra, nas
obras e na presença de Cristo. A palavra do Senhor compara-se à semente lançada ao campo (Mc. 4,14):
aqueles que a ouvem com fé e entram a fazer parte do pequeno rebanho de Cristo (Luc. 12,32), já
receberam o Reino; depois, por força própria, a semente germina e cresce até ao tempo da messe (cfr. Mc.
4, 26-29). Também os milagres de Jesus comprovam que já chegou à terra o Reino: «Se lanço fora os
demônios com o poder de Deus, é que chegou a vós o Reino de Deus» (Luc. 11,20; cfr. Mt. 12,28). Mas
este Reino manifesta-se, sobretudo na própria pessoa de Cristo, Filho de Deus e Filho do homem, que veio
«para servir e dar a sua vida em redenção por muitos» (Mt. 10,45). E quando Jesus, tendo sofrido pelos
homens a morte da cruz, ressuscitou, apareceu como Senhor e Cristo e sacerdote eterno (cfr. At. 2,36;
Hebr. 5,6; 7, 17-21) e derramou sobre os discípulos o Espírito prometido pelo Pai (cfr. At. 2,33). Pelo que
a Igreja, enriquecida com os dons do seu fundador e guardando fielmente os seus preceitos de caridade, de
humildade e de abnegação, recebe a missão de anunciar e instaurar o Reino de Cristo e de Deus em todos
os povos e constitui o germe e o princípio deste mesmo Reino na terra. Enquanto vai crescendo, suspira
pela consumação do Reino e espera e deseja juntar-se ao seu Rei na glória.

As figuras da Igreja
6. Assim como, no Antigo Testamento, a revelação do Reino é muitas vezes apresentada em imagens,
também agora a natureza íntima da Igreja nos é dada a conhecer por diversas imagens tiradas quer da vida
pastoril ou agrícola, quer da construção ou também da família e matrimônio, imagens que já se esboçam
nos livros dos Profetas. Assim a Igreja é o redil, cuja única porta e necessário pastor é Cristo (Jo. 10, 1-10).
E também o rebanho do qual o próprio Deus predisse que seria o pastor (cfr. Is. 40,11; Ez. 34,11 ss.), e
cujas ovelhas, ainda que governadas por pastores humanos, são, contudo guiadas e alimentadas sem cessar
pelo próprio Cristo, bom pastor e príncipe dos pastores (cfr. Jo. 10,11; 1 Ped. 5,4), o qual deu a vida pelas
suas ovelhas (cfr. Jo. 10, 11-15). A Igreja é a agricultura ou o campo de Deus (1 Cor. 3,9). Nesse campo
cresce a oliveira antiga de que os patriarcas foram a raiz santa e na qual se realizou e realizará a
reconciliação de judeus e gentios (Rom. 11, 13-26). Ela foi plantada pelo celeste agricultor como uma
vinha eleita (Mt. 21, 33-43 par.; Is. 5,1 ss.). A verdadeira videira é Cristo que dá vida e fecundidade aos
sarmentos, isto é, a nós que pela Igreja permanecemos n'Ele, sem o qual nada podemos fazer (Jo. 15, 1-5).

A Igreja, Corpo místico de Cristo
7. O filho de Deus, vencendo, na natureza humana a Si unida, a morte, com a Sua morte e ressurreição,
remiu o homem e transformou-o em nova criatura (cfr. Gál. 6,15; 2 Cor. 5,17). Pois, comunicando o Seu
Espírito, fez misteriosamente de todos os Seus irmãos, chamados de entre todos os povos, como que o Seu
Corpo. É nesse corpo que a vida de Cristo se difunde nos que crêem, unidos de modo misterioso e real, por
meio dos sacramentos, a Cristo padecente e glorioso(6). Com efeito, pelo Batismo somos assimilados a
Cristo; «todos nós fomos batizados no mesmo Espírito, para formarmos um só corpo» (1 Cor. 12,13). Por
este rito sagrado é representada e realizada a união com a morte e ressurreição de Cristo; «fomos
sepultados, pois, com Ele, por meio do Batismo, na morte»; se, porém; «nos tornamos com Ele um mesmo
ser orgânico por morte semelhante à Sua, por semelhante ressurreição o seremos também (Rom. 6, 4-5).
Ao participar realmente do corpo do Senhor, na fração do pão eucarístico, somos elevados à comunhão
com Ele e entre nós. ; «Porque há um só pão, nós, que somos muitos, formamos um só corpo, visto
participarmos todos do único pão» (1 Cor. 10,17). E deste modo nos tornamos todos membros desse corpo
(cfr. 1 Cor. 12,27), sendo individualmente membros uns dos outros» (Rom. 12,5). E assim como todos os
membros do corpo humano, apesar de serem muitos, formam, no entanto um só corpo, assim também os
fiéis em Cristo (cfr. 1 Cor. 12,12). Também na edificação do Corpo de Cristo existe diversidade de
membros e de funções. É um mesmo Espírito que distribui os seus vários dons segundo a sua riqueza e as

                                                                                                              4
necessidades dos ministérios para utilidade da Igreja (cfr. 1 Cor. 12, 1-11). Entre estes dons, sobressai a
graça dos Apóstolos, a cuja autoridade o mesmo Espírito submeteu também os carismáticos (cfr 1 Cor. 14).
O mesmo Espírito, unificando o corpo por si e pela sua força e pela coesão interna dos membros, produz e
promove a caridade entre os fiéis. Daí que, se algum membro padece, todos os membros sofrem
juntamente; e se algum membro recebe honras, todos se, alegram (cfr. 1 Cor. 12,26). A cabeça deste corpo
é Cristo. Ele é a imagem do Deus invisível e n 'Ele foram criadas todas as coisas. Ele existe antes de todas
as coisas e todas n'Ele subsistem. Ele é a cabeça do corpo que a Igreja é. É o princípio, o primogênito de
entre os mortos, de modo que em todas as coisas tenha o primado (cfr. Col. 1, 15-18). Pela grandeza do
Seu poder domina em todas as coisas celestes e terrestres e, devido à Sua supereminente perfeição e ação
enchem todo o corpo das riquezas da Sua glória (cfr. Ef. 1, 18-23) (7). Todos os membros se devem
conformar com Ele, até que Cristo se forme neles (cfr. Gál. 4,19). Por isso, somos assumidos nos mistérios
da Sua vida, configurados com Ele, com Ele mortos e ressuscitados, até que reinemos com Ele (cfr. Fil.
3,21; 2 Tim. 2,11; Ef. 2,6; Col. 2,12; etc.). Ainda peregrinos na terra, seguindo as Suas pegadas na
tribulação e na perseguição, associamo-nos nos seus sofrimentos como o corpo à cabeça, sofrendo com
Ele, para com Ele sermos glorificados (cfr. Rom. 8,17). É por Ele que «o corpo inteiro, alimentado e coeso
em suas junturas e ligamentos, se desenvolve com o crescimento dado por Deus» (Col. 2,19). Ele mesmo
distribui continuamente, no Seu corpo que é a Igreja, os dons dos diversos ministérios, com os quais,
graças ao Seu poder, nos prestamos mutuamente serviços em ordem à salvação, de maneira que,
professando a verdade na caridade, cresçamos em tudo para Aquele que é a nossa cabeça (cfr. Ef. 4, 11-16
gr.). E para que sem cessar nos renovemos n'Ele (cfr. Ef. 4,23), deu-nos do Seu Espírito, o qual, sendo um
e o mesmo na cabeça e nos membros, unifica e move o corpo inteiro, a ponto de os Santos Padres
compararem a Sua ação à que o princípio vital, ou alma, desempenha no corpo humano(8). Cristo ama a
Igreja como esposa, fazendo-se modelo do homem que ama sua mulher como o próprio corpo (cfr. Ef. 5,
25-28); e a Igreja, por sua vez, é sujeita à sua cabeça (ib. 23-24). «Porque n'Ele habita corporalmente toda a
plenitude da natureza divina» (Col. 2,9), enche a Igreja, que é o Seu corpo e plenitude, com os dons
divinos (cfr. Ef. 1, 22-23), para que ela se dilate e alcance a plenitude de Deus (cfr. Ef. 3,19).

A Igreja, sociedade visível e espiritual
Assim como Cristo realizou a obra da redenção na pobreza e na perseguição, assim a Igreja é chamada a
seguir pelo mesmo caminho para comunicar aos homens os frutos da salvação. “Cristo Jesus que era de
condição divina despojou-se de si próprio tomando a condição de escravo (Fil. 2, 6-7) e por nós, sendo
rico, fez-se pobre” (2 Cor. 8,9): assim também a Igreja, embora necessite dos meios humanos para o
prosseguimento da sua missão, não foi constituída para alcançar a glória terrestre, mas para divulgar a
humildade e abnegação, também com o seu exemplo. Cristo foi enviado pelo Pai « a evangelizar os
pobres... a sarar os contritos de coração» (Luc. 4,18), «a procurar e salvar o que perecera» (Luc. 19,10). De
igual modo, a Igreja abraça com amor todos os afligidos pela enfermidade humana; mais ainda, reconhece
nos pobres e nos que sofrem a imagem do seu fundador pobre e sofredor, procura aliviar as suas
necessidades, e intenta servir neles o Cristo. Enquanto Cristo «santo, inocente, imaculado» (Hebr. 7,26),
não conheceu o pecado (cfr. 2 Cor. 5,21), mas veio apenas expiar os pecados do povo (Hebr. 2,17), a
Igreja, contendo pecadores no seu próprio seio, simultaneamente santa e sempre necessitada de
purificação, exercita continuamente a penitência e a renovação.

O sacerdócio comum e o sacerdócio ministerial
10. Cristo Nosso Senhor, Pontífice escolhido de entre os homens (cfr. Hebr. 5, 1-5), fez do novo povo um
«reino sacerdotal para seu Deus e Pai» (Apor. 1,6; cfr. 5, 9-10). Na verdade, os batizados, pela regeneração
e pela unção do Espírito Santo, são consagrados para ser casa espiritual, sacerdócio santo, para que, por
meio de todas as obras próprias do cristão, ofereçam oblações espirituais e anunciem os louvores daquele
que das trevas os chamou à sua admirável luz (cfr. 1 Ped. 2, 4-10). Por isso, todos os discípulos de Cristo,
perseverando na oração e louvando a Deus (cfr. At., 2, 42-47), ofereçam-se a si mesmos como hóstias
vivas, santas, agradáveis a Deus (cfr. Roma 12,1), dêem testemunho de Cristo em toda a parte e àqueles
que lha pedirem dêem razão da esperança da vida eterna que neles habita (cfr. 1 Ped. 3,15). .O sacerdócio
comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial ou hierárquico, embora se diferenciem essencialmente e não

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apenas em grau, ordenam-se mutuamente um ao outro; pois um e outro participam, a seu modo, do único
sacerdócio de Cristo (16). Com efeito, o sacerdote ministerial, pelo seu poder sagrado, forma e conduz o
povo sacerdotal, realiza o sacrifício eucarístico fazendo às vezes de Cristo e oferece-o a Deus em nome de
todo o povo; os fiéis, por sua parte, concorrem para a oblação da Eucaristia em virtude do seu sacerdócio
real (17), que eles exercem na recepção dos sacramentos, na oração e ação de graças, no testemunho da
santidade de vida, na abnegação e na caridade operosa.

O exercício do sacerdócio comum nos sacramentos
A índole sagrada e, orgânica da comunidade sacerdotal efetiva pelos sacramentos e pelas virtudes. Os fiéis,
incorporados na Igreja pelo Batismo, são destinados pelo caráter batismal ao culto da religião cristã e,
regenerados para filhos de Deus, devem confessar diante dos homens a fé que de Deus receberam por meio
da Igreja (18). Pelo sacramento da Confirmação, são mais perfeitamente vinculados à Igreja, enriquecidos
com uma força especial do Espírito Santo e deste modo ficam obrigados a difundir e defender a fé por
palavras e obras como verdadeiras testemunhas de Cristo (19). Pela participação no sacrifício eucarístico
de Cristo, fonte e centro de toda a vida cristã, oferecem a Deus a vítima divina e a si mesma juntamente
com ela (20); assim, quer pela oblação quer pela sagrada comunhão, não indiscriminadamente mas cada
um a seu modo, todos tomam parte na ação litúrgica. Além disso, alimentados pelo corpo de Cristo na
Eucaristia, manifestam visivelmente a unidade do Povo de Deus, que neste augustíssimo sacramento é
perfeitamente significada e admiravelmente realizada.

O sentido da fé e dos carismas no povo cristão
12. O Povo santo de Deus participa também da função profética de Cristo, difundindo o seu testemunho
vivo, sobretudo pela vida de fé e de caridade oferecendo a Deus o sacrifício de louvor, fruto dos lábios que
confessam o Seu nome (cfr. Hebr. 13,15). A totalidade dos fiéis que receberam a unção do Santo (cfr. Jo.
2, 20 e 27), não pode enganar-se na fé; e esta sua propriedade peculiar manifesta-se por meio do sentir
sobrenatural da fé do povo todo, quando este, «desde os Bispos até ao último dos leigos fiéis» (22),
manifesta consenso universal em matéria de fé e costumes. Com este sentido da fé, que se desperta e
sustenta pela ação do Espírito de verdade, o Povo de Deus, sob a direção do sagrado magistério que
fielmente acata, já não recebe simples palavra de homens, mas a verdadeira palavra de Deus (cfr. 1 Tess.
2,13), adere indefectivelmente à fé uma vez confiada aos santos (cfr. Jud. 3), penetra-a mais
profundamente com juízo acertado e aplica-a mais totalmente na vida.

Os fiéis católicos; a necessidade da Igreja
14. O sagrado Concílio volta-se primeiramente para os fiéis católicos. Fundado na Escritura e Tradição,
ensina que esta Igreja, peregrina sobre a terra, é necessária para a salvação. Com efeito, só Cristo é
mediador e caminho de salvação e Ele torna-Se-nos presente no Seu corpo, que é a Igreja; ao inculcar
expressamente a necessidade da fé e do Batismo (cfr. Mc. 16,16; Jo. 3,15), confirmou simultaneamente a
necessidade da Igreja, para a qual os homens entram pela porta do Batismo. Pelo que, não se poderiam
salvar aqueles que, não ignorando ter sido a Igreja católica fundada por Deus, por meio de Jesus Cristo,
como necessária, contudo, ou não querem entrar nela ou nela não querem perseverar.

Caráter missionário da Igreja
17. Assim como o Filho foi enviado pelo Pai, assim também Ele enviou os Apóstolos (cfr. Jo. 20,21)
dizendo: «ide, pois, ensinai todas as gentes, batizai-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo,
ensinai-as a observar tudo aquilo que vos mandei. Eis que estou convosco todos os dias até à consumação
dos séculos» (Mt. 28, 19-20). A Igreja recebeu dos Apóstolos este mandato solene de Cristo, de anunciar a
verdade da salvação e de levá-la até aos confins da terra (cfr. At. 1,8). Faz, portanto, suas as palavras do
Apóstolo: «ai de mim, se não prego o Evangelho» (1 Cor. 9,16), e por isso continua a mandar
incessantemente os seus arautos, até que as novas igrejas se formem plenamente e prossigam, por sua vez,
a obra da evangelização. Pois é impelida pelo Espírito Santo a cooperar para que o desígnio de Deus, que
fez de Cristo o princípio de salvação para todo o mundo, se realize totalmente. Pregando o Evangelho, a
Igreja atrai os ouvintes a crer e confessar a fé dispõe para o Batismo, liberta da escravidão do erro e

                                                                                                          6
incorpora-os a Cristo, a fim de que n'Ele cresçam pela caridade, até à plenitude. E a sua ação faz com que
tudo quanto de bom encontra no coração e no espírito dos homens ou nos ritos e cultura próprias de cada
povo, não só não pereça, mas antes seja sanada, elevada e aperfeiçoada, para glória de Deus, confusão do
demônio e felicidade do homem. A todo o discípulo de Cristo incumbe o encargo de difundir a fé, segundo
a própria medida (35). Mas se todos podem batizar os que acreditam, contudo, é próprio do sacerdote
aperfeiçoar, com o sacrifício eucarístico, a edificação do corpo, cumprindo assim a palavra de Deus,
anunciada pelo profeta: «do Oriente até ao Ocidente grande é o meu nome entre as gentes, e em todos os
lugares é sacrificada e oferecida ao meu nome uma oblação pura» (Mal. 1,11) (36). É assim que a Igreja
simultaneamente ora e trabalha para que toda a humanidade se transforme em Povo de Deus, corpo do
Senhor e templo do Espírito Santo, e em Cristo, cabeça de todos, se dê ao Pai e Criador de todas as coisas
toda a honra e toda a glória.

Os Bispos, sucessores dos Apóstolos
20. A missão divina confiada por Cristo aos Apóstolos durará até ao fim dos tempos (cfr. Mt. 28,20), uma
vez que o Evangelho que eles devem anunciar é em todo o tempo o princípio de toda a vida na Igreja. Pelo
que os Apóstolos trataram de estabelecer sucessores, nesta sociedade hierarquicamente constituída. Assim,
não só tiveram vários auxiliares no ministério (40), mas, para que a missão que lhes fora entregue se
continuasse após a sua morte, confiaram a seus imediatos colaboradores, como em testamento, o encargo
de completarem e confirmarem a obra começada por eles (41), recomendando-lhes que velassem por todo
o rebanho, sobre o qual o Espírito Santo os restabelecera para apascentarem a Igreja de Deus (cfr. Act. 20,
28). Estabeleceram assim homens com esta finalidade e ordenaram também que após a sua morte fosse o
seu ministério assumido por outros homens experimentados (42). Entre os vários ministérios que na Igreja
se exercem desde os primeiros tempos, consta da tradição que o principal é o daqueles que, constituídos no
episcopado em sucessão ininterrupta (43) são transmissores do múnus apostólico (44). E assim, como
testemunha santo Irineu, a tradição apostólica é manifestada em todo o mundo (45) e guardada (46) por
aqueles que pelos Apóstolos foram constituídos Bispos e seus sucessores.

O Episcopado como Sacramento
21. Na pessoa dos Bispos, assistido pelos presbíteros está presente no meio dos fiéis o Senhor Jesus Cristo,
pontífice máximo. Sentado à direita de Deus Pai, não deixa de estar presente ao corpo dos seus pontífices
(53), mas, antes de mais, por meio do seu exímio ministério, prega a todas as gentes a palavra de Deus,
administra continuamente aos crentes os sacramento da fé, incorpora por celeste regeneração e graças à sua
ação paternal (cfr. 1 Cor. 4,15) novos membros ao Seu corpo e, finalmente, com sabedoria e prudência,
dirige e orienta o Povo do Novo Testamento na peregrinação para a eterna felicidade. Estes pastores,
escolhidos para apascentar o rebanho do Senhor, são ministros de Cristo e dispensadores dos mistérios de
Deus (cfr. 1 Cor. 4,1); a eles foi confiado o testemunho do Evangelho da graça de Deus (cfr. Rom. 15,16;
At. 20,24) e a administração do Espírito e da justiça em glória (cfr. 2 Cor. 3, 8-9).

O Colégio dos Bispos e a sua Cabeça
22. Assim como, por instituição do Senhor, S. Pedro e os restantes Apóstolos formam um colégio
apostólico, assim de igual modo estão unidos entre si o Romano Pontífice, sucessor de Pedro, e os Bispos,
sucessores dos Apóstolos. A natureza colegial da ordem episcopal, claramente comprovada pelos Concílios
ecumênicos celebrados no decurso dos séculos, manifesta-se já na disciplina primitiva, segundo a qual os
Bispos de todo o orbe comunicavam entre si e com o Bispo de Roma no vínculo da unidade, da caridade e
da paz (59); e também na reunião de Concílios (60), nos quais se decidiram em comum, coisas importantes
(61), depois de ponderada a decisão pelo parecer de muitos (62); o mesmo é claramente demonstrado pelos
Concílios Ecumênicos, celebrados no decurso dos séculos. E o uso já muito antigo de chamar vários
Bispos a participarem na elevação do novo eleito ao ministério do sumo sacerdócio insinua-a já também.
É, pois, em virtude da sagração episcopal e pela comunhão hierárquica com a cabeça e os membros do
colégio que alguém é constituída membro do corpo episcopal. O cuidado de anunciar o Evangelho em
todas as partes da terra pertence ao corpo dos pastores, aos quais em conjunto deu Cristo o mandato,
impondo este comum dever, como já o Papa Celestino recordava aos Padres do Concílio de Éfeso (71).

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Pelo que, cada um dos Bispos, quanto o desempenho do seu próprio ministério o permitir, está obrigado a
colaborar com os demais Bispos é com o sucessor de Pedro, a quem, dum modo especial, foi confiado o
nobre encargo de propagar o cristianismo (72). Devem, por isso, com todas as forças, subministrar às
Missões, não só operários para a messe, mas também auxílios espirituais e materiais, tanto por si mesmos
diretamente como fomentando a generosa cooperação dos fiéis. Finalmente, os Bispos, em universal
comunhão de caridade, prestem de boa vontade ajuda fraterna às outras igrejas, em especial às mais
vizinhas e necessitadas, segundo o venerando exemplo dos antepassados.

O tríplice ministério dos Bispos
24. Os Bispos, com sucessores dos Apóstolos, recebem do Senhor, a quem foi dado todo o poder no céu e
na terra, a missão de ensinar todos os povos e de pregar o Evangelho a toda a criatura, para que todos os
homens se salvem pela fé, pelo Batismo e pelo cumprimento dos mandamentos (cfr. Mt 28,18; Mc. 16, 15-
16; At. 26, 17 ss.). Para realizar esta missão, Cristo Nosso Senhor prometeu o Espírito Santo aos Apóstolos
e enviou-o do céu no dia de Pentecostes, para, com o Seu poder, serem testemunhas perante as nações, os
povos e os reis, até aos confins da terra (cfr. At. 1,8; 2,1 ss.; 9,15). Este encargo que o Senhor confiou aos
pastores do Seu povo é um verdadeiro serviço, significativamente chamado «diaconia» ou ministério na
Sagrada Escritura (cfr. At. 1, 17 e 25; 21-19; Rom. 11, 13; 1 Tim. 1,12).

O ministério episcopal de ensinar
25. Entre os principais encargos dos Bispos ocupa lugar preeminente a pregação do Evangelho (75). Os
Bispos são os arautos da fé que para Deus conduzem novos discípulos. Dotados da autoridade de Cristo,
são doutores autênticos, que pregam ao povo a eles confiado a fé que se deve crer e aplicar na vida prática;
ilustrando-a sob a luz do Espírito Santo e tirando do tesouro da revelação coisas novas e antigas (cfr. Mt.
13,52), fazem-no frutificar e solicitamente afastam os erros que ameaçam o seu rebanho (cfr. 2 Tim. 4, 1-
4).

O ministério episcopal de santificar
26. Revestido da plenitude do sacramento da Ordem, o Bispo é o «administrador da graça do supremo
sacerdócio» (84), principalmente na Eucaristia, que ele mesmo oferece ou providencia para que seja
oferecida (85), e pela qual vive e cresce a Igreja. Esta Igreja de Cristo está verdadeiramente presente em
todas as legítimas comunidades locais de fiéis, as quais aderindo aos seus pastores, são elas mesmas
chamadas igrejas no Novo Testamento (86). Pois elas são, no local em que se encontram o novo Povo
chamado por Deus, no Espírito Santo e com plena segurança (cfr. 1 Tess. 1, 5).

O ministério episcopal de reger
27. Os Bispos governam as igrejas particulares que lhes foram confiadas como vigários e legados de Cristo
(94), por meio de conselhos, persuasões, exemplos, mas também com autoridade e poder sagrado, que
exercem unicamente para edificar o próprio rebanho na verdade e na santidade, lembrados de que aquele
que é maior se deve fazer como o menor, e o que preside como aquele que serve (cfr. Luc. 22, 26-27). Este
poder que exercem pessoalmente em nome de Cristo, é próprio, ordinário e imediato, embora o seu
exercício seja superiormente regulado pela suprema autoridade da Igreja e possa ser circunscrito dentro de
certos limites para utilidade da Igreja ou dos fiéis.

Os diáconos
29. Em grau inferior da hierarquia estão os diáconos, aos quais foram impostas as mãos «não em ordem ao
sacerdócio, mas ao ministério» (109). Pois que, fortalecidos com a graça sacramental, servem o Povo de
Deus em união com o Bispo e o seu presbitério, no ministério da Liturgia, da palavra e da caridade. É
próprio do diácono, segundo for cometido pela competente autoridade, administrar solenemente o Batismo,
guardar e distribuir a Eucaristia, assistir e abençoar o Matrimônio em nome da Igreja, levar o viático aos
moribundos, ler aos fiéis a Sagrada Escritura, instruir e exortar o povo, presidir ao culto e à oração dos
fiéis, administrar os sacramentais, dirigir os ritos do funeral e da sepultura. Consagrados aos ofícios da



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caridade e da administração, lembrem-se os diáconos da recomendação de S. Policarpo: «misericordiosos,
diligentes, caminhando na verdade do Senhor, que se fez servo de todos» (110).

                                               OS LEIGOS

Proêmio: Caráter peculiar dos leigos
30. Declaradas as diversas funções da Hierarquia, o sagrado Concílio volta de bom grado a sua atenção
para o estado daqueles fiéis cristãos que se chamam leigos. Com efeito, se é verdade que todas as coisas
que se disseram a respeito do Povo de Deus se dirigem igualmente aos leigos, aos religiosos e aos clérigos,
algumas, contudo, pertencem de modo particular aos leigos, homens e mulheres, em razão do seu estado e
missão; e os seus fundamentos, devido às circunstâncias especiais do nosso tempo, devem ser mais
cuidadosamente expostos. Os sagrados pastores conhecem, com efeito, perfeitamente quanto os leigos
contribuem para o bem de toda a Igreja. Pois eles próprios sabem que não foram instituídos por Cristo para
se encarregarem por si sós de toda a missão salvadora da Igreja para com o mundo, mas que o seu cargo
sublime consiste em pastorear de tal modo os fiéis e de tal modo reconhecer os seus serviços e carismas,
que todos, cada um segundo o seu modo próprio, cooperem na obra comum. Pois é necessário que todos,
«praticando a verdade na caridade, cresçamos de todas as maneiras para aquele que é a cabeça, Cristo; pelo
influxo do qual o corpo inteiro, bem ajustado e coeso por toda a espécie de junturas que o alimentam com a
ação proporcionada a cada membro, realiza o seu crescimento em ordem à própria edificação na caridade
(Ef. 4, 15-16).

Conceito e vocação do leigo na Igreja
31. Por leigos entendem-se aqui todos os cristãos que não são membros da sagrada Ordem ou do estado
religioso reconhecido pela Igreja, isto é, os fiéis que, incorporados em Cristo pelo Batismo, constituídos
em Povo de Deus e tornados participantes, a seu modo, da função sacerdotal, profética e real de Cristo,
exercem, pela parte que lhes toca, a missão de todo o Povo cristão na Igreja se no mundo.

Unidade na diversidade
32. A santa Igreja, por instituição divina, é organizada e governada com uma variedade admirável. «Assim
como num mesmo corpo temos muitos membros, e nem todos têm a mesma função, assim, sendo muitos,
formamos um só corpo em Cristo, sendo membros uns dos outros» (Rom. 12, 4-5).
Um só é, pois, o Povo de Deus: «um só Senhor, uma só fé, um só Batismo (Ef. 4,5); comum é a dignidade
dos membros, pela regeneração em Cristo; comum a graça de filhos, comum a vocação à perfeição; uma só
salvação, uma só esperança e uma caridade indivisa. Nenhuma desigualdade, portanto, em Cristo e na
Igreja, por motivo de raça ou de nação, de condição social ou de sexo, porque «não há judeu nem grego,
escravo nem homem livre, homem nem mulher: com efeito, em Cristo Jesus, todos vós sois um» (Gál. 3,28
gr.; cfr. Col. 3,11). Os leigos, portanto, do mesmo modo que, por divina condescendência, têm por irmão a
Cristo, o qual, apesar de ser Senhor de todos, não veio para ser servido mas para servir (cfr. Mt. 20,28), de
igual modo têm por irmãos aqueles que, uma vez estabelecidos no sagrado ministério, apascentam a
família de Deus ensinando, santificando e governando com a autoridade de Cristo, de modo que o
mandamento da caridade seja por todos observado. A este respeito diz belissimamente S. Agostinho:
«aterra-me o ser para vós, mas consola-me o estar convosco. Sou para vós, como Bispo; estou convosco,
como cristão. “Nome de ofício, o primeiro; de graça, o segundo; aquele, de risco; este, de salvação” (111).

O Apostolado dos leigos
33. Unidos no Povo de Deus, e constituídos no corpo único de Cristo sob uma só cabeça, os leigos, sejam
quais forem, todos são chamados a concorrer como membros vivos, com todas as forças que receberam da
bondade do Criador e por graça do Redentor, para o crescimento da Igreja e sua contínua santificação. O
apostolado dos leigos é participação na própria missão salvadora da Igreja, e para ele todos são destinados
pelo Senhor, por meio do Batismo e da Confirmação. E os sacramentos, sobretudo a sagrada Eucaristia,
comunicam e alimentam aquele amor para com Deus e para com os homens, que é a alma de todo o
apostolado. Mas os leigos são especialmente chamados a tornarem a Igreja presente e ativa naqueles locais

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e circunstâncias em que só por meio deles ela pode ser o sal da terra (112). Deste modo, todo e qualquer
leigo, pelos dons que lhe foram concedidos, é ao mesmo tempo testemunha e instrumento vivo da missão
da própria Igreja, «segundo a medida concedida por Cristo» (Ef. 4,7). Além deste apostolado, que diz
respeito a todos os fiéis, os leigos podem ainda ser chamados, por diversos modos, a uma colaboração mais
imediata no apostolado da Hierarquia 3, à semelhança daqueles homens e mulheres que ajudavam o
apóstolo Paulo no Evangelho, trabalhando muito no Senhor (cfr. Fil. 4,3; Rom. 16,3 ss.). Têm ainda a
capacidade de ser chamados pela Hierarquia a exercer certos cargos eclesiásticos, com finalidade
espiritual.

A consagração do mundo pelo apostolado dos leigos
34. O supremo e eterno sacerdote Cristo Jesus, querendo também por meio dos leigos continuar o Seu
testemunho e serviço, vivifica-o pelo Seu Espírito e sem cessar os incita a toda a obra boa e perfeita. E
assim, àqueles que Intimamente associaram à própria vida e missão concedeu também participação no seu
múnus sacerdotal, a fim de que exerçam um culto espiritual, para glória de Deus e salvação dos homens.
Por esta razão, os leigos, enquanto consagrados a Cristo e ungidos no Espírito Santo, têm uma vocação
admirável e são instruídos para que os frutos do Espírito se multipliquem neles cada vez mais
abundantemente. Pois todos os seus trabalhos, orações e empreendimentos apostólicos, a vida conjugal e
familiar, o trabalho de cada dia, o descanso do espírito e do corpo, se for feitos no Espírito, e as próprias
incomodidades da vida, suportadas com paciência, se tornam em outros tantos sacrifícios espirituais,
agradáveis a Deus por Jesus Cristo (cfr. 1 Ped. 2,5); sacrifícios estes que são piedosamente oferecidos ao
Pai, juntamente com a oblação do corpo do Senhor, na celebração da Eucaristia. E deste modo, os leigos,
agindo em toda a parte santamente, como adoradores, consagram a Deus o próprio mundo.

Relações dos leigos com a Hierarquia
37. Como todos os fiéis, também os leigos têm o direito de receber com abundância, dos sagrados pastores,
os bens espirituais da Igreja, principalmente os auxílios da palavra de Deus e dos sacramentos (116); e com
aquela liberdade e confiança que convém a filhos de Deus e a irmãos em Cristo, manifestem-lhes as suas
necessidades e aspirações. Segundo o grau de ciência, competência e autoridade que possuam, têm o
direito, e por vezes mesmo o dever, de expor o seu parecer sobre os assuntos que dizem respeito ao bem da
Igreja (117). Se o caso o pedir, utilizem os órgãos para isso instituídos na Igreja, e procedam sempre em
verdade, fortaleza e prudência, com reverência e amor para com aqueles que, em razão do seu cargo,
representam a pessoa de Cristo. Como todos os cristãos, devem os leigos abraçar prontamente, com
obediência cristã, todas as coisas que os sagrados pastores, representantes de Cristo, determinar na sua
qualidade de mestres e guias na Igreja, a exemplo de Cristo, o qual com a Sua obediência, levada até à
morte, abriu para todos o feliz caminho da liberdade dos filhos de Deus. Nem deixem de encomendar ao
Senhor nas suas orações os seus prelados, já que eles olham pelas nossas almas, como devendo dar contas
delas, a fim de que o façam com alegria e não gemendo (cfr. Hebr. 13,17).

Conclusões: os leigos vivificadores do mundo
38. Cada leigo deve ser, perante o mundo, uma testemunha da ressurreição, da vida do Senhor Jesus e um
sinal do Deus vivo. Todos em conjunto, e cada um por sua parte, devem alimentar o mundo com frutos
espirituais (cfr. Gál. 5,22) e nele difundir aquele espírito que anima os pobres, mansos e pacíficos, que o
Senhor no Evangelho proclamou bem-aventurados (cfr. Mt. 5, 3-9). Numa palavra, “sejam os cristãos no
mundo aquilo que a alma é no corpo” (119)

                     A BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA MÃE DE DEUS
                           NO MISTÉRIO DE CRISTO E DA IGREJA

A Virgem mãe de Cristo
52. Querendo Deus, na Sua infinita benignidade e sabedoria, levar a cabo a redenção do mundo, «ao chegar
a plenitude dos tempos, enviou Seu Filho, nascido de mulher,... a fim de recebermos a filiação aditiva»
(Gál. 4, 4-5). «Por amor de nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus e encarnou na Virgem

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Maria, por obra e graça do Espírito Santo» (171). Este divino mistério da salvação é-nos relevado e
continua na Igreja, instituída pelo Senhor como Seu corpo; nela, os fiéis, aderindo à cabeça que é Cristo, e
em comunhão com todos os santos, devem também venerar a memória «em primeiro lugar da gloriosa
sempre Virgem Maria Mãe do nosso Deus e Senhor Jesus Cristo» (172).

A Virgem e a Igreja
53. Efetivamente, a Virgem Maria, que na anunciação do Anjo recebeu o Verbo no coração e no seio, e deu
ao mundo a Vida, é reconhecida e honrada como verdadeira Mãe de Deus Redentor. Remida dum modo
mais sublime, em atenção aos méritos de seu Filho, e unida a Ele por um vínculo estreito e indissolúvel, foi
enriquecida com a excelsa missão e dignidade de Mãe de Deus Filho; é, por isso, filha predileta do Pai e
templo do Espírito Santo, e, por este insigne dom da graça, leva vantagem á todas as demais criaturas do
céu e da terra. Está, porém, associada, na descendência de Adão, a todos os homens necessitados de
salvação; melhor, «é verdadeiramente Mãe dos membros (de Cristo), porque cooperou com o seu amor
para que na Igreja nascessem os fiéis, membros daquela cabeça» (173). É, por esta razão, saudada como
membro eminente e inteiramente singular da Igreja, seu tipo e exemplar perfeitíssimo na fé e na caridade; e
a Igreja católica, ensinada pelo Espírito Santo, consagra-lhe, como a mãe amantíssima, filial hábito de
piedade.

A maternidade espiritual
61. A Virgem Santíssima, predestinada para Mãe de Deus desde toda a eternidade simultaneamente com a
encarnação do Verbo, por disposição da divina Providência foi na terra a nobre Mãe do divino Redentor, a
Sua mais generosa cooperadora e a escrava humilde do Senhor. Concebendo, gerando e alimentando a
Cristo, apresentando-O ao Pai no templo, padecendo com Ele quando agonizava na cruz, cooperou de
modo singular, com a sua fé, esperança e ardente caridade, na obra do Salvador, para restaurar nas almas a
vida sobrenatural. É por esta razão nossa mãe na ordem da graça.

                                          2 – OS MINISTÉRIOS

1.2. Ministério
        A palavra ministério (do latim, ministerium) tradução da palavra grega “diaconia” significa serviço
dos irmãos para os irmãos, serviço prestado a comunidade, “função servil” onde todo cristão é chamado a
servir, é uma espécie de prestação de serviços prestado à comunidade, respondendo a uma necessidade
duradoura ou permanente. A pessoa que tem esta função representa a própria comunidade, agindo com
muita cautela, longe de ser autoritário, longe de exercer poder, por isso o chamado a fazer de modo
espontâneo e organizado. Os ministérios são testemunhos (mais do que classe na comunidade) de serviço a
Deus, á Igreja e aos irmãos onde um Ministério se completa com o outro tornando-se necessários e
dependentes, sem poderem como membros dizer um ao outro que é mais importante e que não depende um
do outro.

2.2. Tipos de Ministérios
        Há na Igreja Ministérios ordenados e não ordenados:
A – Ministérios Ordenados – aqueles que recebem o Sacramento da Ordem: Bispos, Padre, Diáconos e
Religiosos. A Igreja atribui um valor muito especial a esses ministérios, porque os considera instituídos por
Cristo. No Sacramento da Ordem, é o próprio Cristo que investe da sua autoridade aos ministros
ordenados. O ministério ordenado ou sacerdócio ministerial está a serviço do sacerdócio batismal. Garante
que, nos sacramentos, é Cristo que age pelo Espírito Santo para a Igreja. A missão de salvação confiada
pelo Pai a seu Filho encarnado é confiada aos apóstolos e, por meio deles, a seus sucessores: recebem o
Espírito de Jesus para agir em seu nome e em sua pessoa. Assim, o ministro ordenado e consagrado pelo
sacramento da ordem (padres, diáconos e religiosos) é o elo sacramental que liga a ação litúrgica àquilo
que disseram e fizeram os apóstolos, e, por meio destes, ao que disse e fez Cristo, fonte e fundamento dos
sacramentos.



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B – Ministérios não Ordenados – É certo que ao lado dos Ministérios Ordenados, a Igreja reconhece
também o lugar dos Ministérios não Ordenados que seja apto para assegurar um especial serviço da mesma
Igreja. São os que têm como base o batismo e a crisma. Não estão acima do padre, não o superam, mas
prestam um serviço voluntário dentro da consciência e espiritualidade exigida pelo ministério, uma vez que
preenchido os requisitos de vivencia e pratica na Igreja. Este ministério sagrado deve ser exercido por
leigos que tenham uma vida cristã autêntica, sejam maduros na fé, e possam servir a Igreja.

Ministério eclesial - O próprio Cristo é a fonte do Ministério na Igreja. Instituiu-a, deu-lhe autoridade e
missão, orientação e finalidade: Para apascentar e aumentar sempre o Povo de Deus. Cristo Senhor
instituiu em sua Igreja uma variedade de ministérios que tendem ao bem de todo o Corpo. Pois os ministros
que são revestidos do sagrado poder servem a seus irmãos para que todos os que formam o Povo de Deus...
cheguem à salvação.

Ministério da Reconciliação - A vontade de Cristo é que toda a sua Igreja seja, na oração, em sua vida e
em sua ação, o sinal e instrumento do perdão e da reconciliação que "Ele nos conquistou ao preço de seu
sangue". Mas confiou o exercício do poder de absolvição ao ministério apostólico, encarregado do
"ministério da reconciliação" (2Cor 5,18). O apóstolo é enviado "em nome de Cristo", e "é o próprio Deus"
que, por meio Dele, exorta e suplica: "Reconciliai-vos com Deus" (2Cor 5,20).

Ministério Apostólico - Jesus confiou a Pedro uma autoridade específica: "Eu te darei as chaves do Reino
dos Céus: o que ligares na terra será ligado nos Céus, e o que desligares na terra será desligado nos Céus"
(Mt 16,19). O "poder das chaves" designa a autoridade para governar a casa de Deus, que é a Igreja. Os
presbíteros receberam um poder que Deus não deu nem aos anjos nem aos arcanjos. Deus sanciona lá no
alto tudo o que os sacerdotes fazem aqui embaixo.

Ministério catequético pregação palavra - O ministério da catequese haure energias sempre novas nos
Concílios. O Concílio de Trento constitui neste ponto um exemplo a ser sublinhado: deu à catequese
prioridade em suas constituições e em seus decretos; está ele na origem do Catecismo Romano, que
também leva seu nome e constitui uma obra de primeira grandeza como resumo da doutrina cristã.

Ministério de guardar e interpretar a Palavra - "É dever de todo cristão leigo praticante de sua fé
esforçar-se, dentro dessas diretrizes, por entender e expor com maior aprofundamento o sentido da Sagrada
Escritura, a fim de que, por seu trabalho como que preparatório, amadureça o julgamento da Igreja.

Ministérios particulares ou Ministérios não ordenados - No intuito de servir às funções do sacerdócio
comum dos fiéis, existem também outros ministérios particulares, não consagrados pelo sacramento da
ordem, e cuja função é determinada pelos bispos de acordo com as tradições litúrgicas e as necessidades
pastorais. Portanto, Ministério não é status e nem privilégio, é dom e graça, tarefa de todos e todo cristão
batizado é co-responsável pela Igreja e salvação de seus fiéis, está ai a necessidade do cumprimento da
missão, se colocar a serviço, se fazendo da própria vida ministerialidade da Igreja como uma “comunhão”,
uma união de consciência, de corações e de vida. Em resumo Ministério é um carisma, ou seja, um dom do
alto, do Pai pelo Filho no Espírito nos torna seu portador apto a desempenhar determinadas atividades e
serviços ministeriais em ordem de salvação (confira Lúmen Gentium 12).

Ministério da Comunhão
Ministério sagrado que deve ser exercido por leigos que tenham uma vida cristã autêntica, sejam maduros
na fé, e possam servir a Igreja. Além disso, o Ministro extraordinário da comunhão eucarística deve ter
uma boa formação doutrinária, pois pode também realizar a celebração da palavra, orientar as pessoas a
quem leva a Eucaristia, etc. Ele deve ensinar e viver o que a Igreja ensina, especialmente em relação à
Eucaristia e as condições para recebê-la dignamente. Isto exige conhecimento da doutrina da Igreja.

3.2. A comunhão, participação no sacrifício de Cristo

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O Papa Pio X, querendo uma renovação da vida da Igreja, começou pela liturgia, recomendando,
em diversos momentos, a comunhão freqüente (1905) e a comunhão das crianças (1910). O Papa Pio XII,
em seus decretos sobre jejum eucarístico e a missa vespertina, tinha igualmente este objetivo; convidar o
povo a participar da comunhão. O Concilio Vaticano II também faz um veemente apelo aos fiéis para que
participem da comunhão (SC 55), permitindo mesmo a comunhão sob duas espécies. Os fiéis responderam
a esse apelo da Igreja e, atualmente, na maioria dos casos, os ministros ordinários da comunhão (bispos,
padres e diáconos) não conseguem mais responder as necessidades.
         Nas missas, os fiéis que comungam são, muitas vezes, numerosos. E importante, para o bom
equilíbrio da celebração, que a procissão da comunhão não seja muito demorada. Reter os padres, aos
domingos, só para distribuir a sagrada Comunhão não é de bom senso, quando outras atividades
apostólicas reclamam sua presença. Os doentes, em geral, quando impedidos de participar da celebração
eucarística da comunidade, expressam o desejo de receber a Sagrada Comunhão. Dessa forma, serão
fortalecidos pela presença do Senhor e se unirão a comunidade, ao receberem a Eucaristia. As
comunidades sem padre sofrem, muitas vezes, por não possuírem a Sagrada Comunhão. É importante que
essas comunidades se reúnam aos domingos, escutem a Palavra de Deus, respondam pela oração e recebam
a Sagrada Comunhão, unindo-se às Celebrações Eucarísticas que se realizam em outros lugares.

4.2. Designação dos Ministros Extraordinários
         Diante dessa situação, as Conferências Episcopais solicitaram à Santa Sé a permissão de Ministros
Extraordinários para a distribuição da Sagrada Comunhão. Apoiando-se nas experiências feitas alguns anos
atrás, a Santa Sé autorizou a designação de tais ministros, que podem receber o mandato por determinada
circunstancias (ad actum), para um período de tempo determinado.
        Em resumo, a Instrução Immensae Charitatis, que facilita a comunhão sacramental, traz a data de
29/01/73, mas só foi divulgada no dia 29/03/73. Dado que essas faculdades foram concedidas unicamente
em vista do bem espiritual dos fiéis verificando-se verdadeira necessidade. Importa que o fiel designado
para ministro extraordinário da Sagrada Comunhão, seja devidamente preparado, se distinga pela vida
cristã, pela fé e costumes exemplares. Assim deverá este se empenhar num esforço por estar a altura desta
alta função, por cultivar a piedade para com a Santíssima a Eucaristia, e por ser sempre de edificação para
os outros fiéis, pela sua devoção e reverencia para com o augustissimo sacramento do altar.

              3 – MINISTRO EXTRAORDINÁRIO DA COMUNHÃO EUCARÍSTICA

       O Ministro Extraordinário da Comunhão Eucarística exerce um ministério.
        É um servidor e deverá conscientizar-se de que a sua preocupação deve estar voltada para uma
relação intima entre o ministério, Jesus e a comunidade, ou seja, a pessoa deve carregar consigo que o
ministério é estar a serviço de Jesus antes da comunidade, isto é, uma intimidade de pura espiritualidade,
tornando essa comunidade mais cristã, mais missionária e ativa a caminho da salvação.
        O Ministério requer a consciência do compromisso assumido mediante Cristo e a comunidade para
isso o Ministro extraordinário da comunhão eucarística deve buscar conhecer melhor sua fé e o espírito de
vivência comunitária e que seja um promovedor e transformador da fraternidade. Portanto todos os
ministérios devem ser exercidos em um espírito de serviço fraterno e dedicação à Igreja, em nome do
Senhor. Ao mesmo tempo, a consciência de cada fiel, em seu julgamento moral sobre seus atos pessoais,
deve evitar a encerrar-se em uma consideração individual, ao contrário deve-se fazer plenamente
comunhão Deus e o irmão, na alegria, na tristeza e na vida como um todo. Pode-se dizer que esta
comunhão só acontece com a convicta consciência “do estar a serviço para quem”. Serviço este que
dignifica aquele que já é digno para levar a partilha desta dignidade ao outro, ao irmão.
        A presença do Ministro Extraordinário da Comunhão Eucarística é um sinal da sensibilidade ao
apelo à colaboração fraterna e ao serviço na Igreja que se faz comunhão com Deus, os Ministros
Ordenados (Padre, diáconos e religiosos), Ministros não Ordenados, a comunidade e a fé. Todo o
ministério tem uma característica comunitária, divina e humana: “A cada um Deus confere dons para que
possa colocá-los a serviço da comunidade”, na dimensão divina, Deus fortalece aquele que se dispõe a



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pratica de Sua vontade e na dimensão humano a pessoa é fortalecida pela graça da aceitação ao chamado e
se colocar ao serviço.
        Todo Ministério só é completamente fortalecido quando nutrido pelo amor a Deus, ao irmão e ao
serviço se fazendo comum união verdadeira e perpetuando pela consciência da missão que se torna
testemunho no mundo promovendo a transformação que possa levar todos a salvação, lembrada sempre
que Jesus é o centro da vida e de todo Ministério.

1.3. Espiritualidade
        Cada Ministro, por ser perante o mundo, testemunho da ressurreição e da vida do Senhor Jesus, e
sinal do Deus vivo, deve aprimorar-se na oração, praticar a penitência, conhecer os documentos da Igreja e
viver a doutrina cristã. O aprimoramento espiritual dos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão
consiste no aprofundamento, escuta e vivência da Palavra. O Ministro se dispõe a caminhar em nome de
Jesus e da comunidade até o irmão e leva-lhe o Pão da Vida! É responsabilidade da comunidade dar
atenção primeira aos mais necessitado fazendo chegar até eles a força do Pão Vivo, a Eucaristia. Através
dos Sacramentos a vida do homem, sua experiência passam a ter novo sentido! A vida nos reserva
momentos e situações que sem a iluminação da fé, não conseguimos compreender. Sem a força do Pão
Vivo da Eucaristia, temos dificuldades em aceita-los e, sem a certeza de que em Cristo todo o sofrimento e
morte tornam-se nova vida e libertação, não conseguimos caminhar. Por isso, iluminados pela fé e
fortalecidos pelo Pão da Eucaristia, seguimos com coragem o caminho de Cristo.
        O ministro é um servidor e com esta consciência cristã ajuda, em nome de Deus e da comunidade
de fé, no trabalho que a Igreja necessitar antes de ver qualquer empecilho, a força maior está com aquele
que se coloca a servir. A Espiritualidade do ministro seja essencialmente leiga, com consciência
suficientemente esclarecida sobre a sua condição laical. Sendo então o Ministro um servidor, que se doa e
que empresta seus pés e se dispõe a caminhar para a comunidade, até aquele que busca a Jesus, fazendo
chegar até ele a força do Pão Vivo, a Eucaristia, com a responsabilidade de dar atenção e ser a presença
viva do próprio Jesus. Para isso é importante que o Ministro conheça documentos, especialmente
referentes à Eucaristia, a fim de exercer retamente esse ministério, e que conheça a “Instrução Geral do
Missal Romano”, que disciplina a celebração da Santa Missa, evitando muitos procedimentos de maneira
errada. O Senhor quer que seus discípulos tenham um poder imenso em Seu nome, quer que seus pobres
servidores realizem tudo como Ele faria estando na terra.
        É também essencial que a teologia do sacerdócio comum dos fiéis esteja à base da espiritualidade,
redescobrindo todas as dimensões dos sacramentos da iniciação cristã e que toda a formação espiritual seja
adequada a todas as áreas da personalidade, que não seja artificial, fugindo às realidades temporais e que
dê a sua atividade e à sua presença um sentido de fé, de esperança e de caridade cristã, que a
desenvolvimento do serviço o leve a descobrir e a apresentar aos outros a presença de Deus nas realidades
temporais, que o leve sempre a renovar a identidade Cristã no mundo, que tenha uma espiritualidade de sal,
luz e fermento, que seja um Ministro de ação, de oração e dos sacramentos, que mantenha contato com a
Palavra de Deus, a intimidade com Cristo na Eucaristia, na celebração dos Sacramentos e na prática da
oração individual e comunitária.

2.3. Missão
        O Ministério Extraordinário da Sagrada Comunhão tem por objetivo de suprir uma necessidade da
Igreja atribuindo além de assumir a identidade engajando-se mais profundamente na comunidade dando
com maior intensidade sua contribuição para a construção do Reino de Deus e desempenhando com maior
assiduidade sincrônica e harmoniosamente com os ministérios afins e outras pastorais da Igreja algumas
atividades.
1 - Conhecer as necessidades da comunidade, seus apelos, as prioridades mais urgentes a serem
respondidas.
2 - Conscientizar, a partir da realidade, dinamizando as tarefas comunitárias, sob a luz da Palavra de Deus.
3 - Apoiar os grupos da comunidade, ajudando-os a um trabalho participativo de comunhão. Ministério é
serviço na comunidade.



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4 - Cristo é o Pão da vida. O Ministro não só distribui o Pão Eucarístico, mas está comprometido com a
"vida dos irmãos".
5 - O Ministro deverá estar ligado profundamente a Cristo, dinamizando e fermentando a comunidade,
promovendo a fraternidade.
6 - O Ministro é chamado a conhecer melhor sua fé, ao estudo permanente, e à vivência concreta da fé na
comunidade, principalmente junto aos necessitados e doentes.
7 - É importante que o Ministro cultive sua fé, o espírito comunitário, cresça na consciência do anúncio do
Reino de Deus e da denúncia daquilo que não constrói fraternidade. Cresça no dom de si mesmo, na
espiritualidade Eucarística, visando transformação. Suas atividades são diárias e constantes, concentrando-
se, basicamente no servir.
8 - A de "servir o altar", junto ao sacerdote durante as Missas, obedecendo a uma escala previamente
elaborada no intuito de que haja um justo revezamento para que todos tenham oportunidade de participar
tanto das Missas semanais, como nas dominicais.
9 - A visitação aos doentes: onde é realizado deverá ser realizada uma preparação do doente para receber o
Sacramento despertando também os familiares para a consciência do sacramento. Este trabalho pode ser
feito em conjunto com a Pastoral da Saúde, de tal maneira que, no mínimo uma vez por semana, esta seja
efetuada pelo Ministro da Comunhão acompanhado do agente visitador da Saúde, visando uma perfeita
integração em benefício do doente, realizando atividades que se complementam. Ao conforto espiritual
para o corpo, oferecido pelo visitador da Pastoral da Saúde, acrescenta-se o “alimento da alma”, o Pão
Vivo da Eucaristia, oferecido ao enfermo no momento da comunhão que, nesta específica ocasião somente
ao Ministro caberá administrar.
10 - Estar presente nas celebrações das exéquias sempre que houver necessidade, levando juntamente com
outros membros o conforto aos familiares do falecido, dando um sentido cristão à morte.
11 - Presidir o culto eucarístico na ausência do sacerdote.
12 - Irradiar sempre que oportuno, a mensagem da Palavra de Deus por ocasião das visitas, ou no ambiente
comunitário, de forma evangelizadora.
13 - Formar a comunidade cristã através da Palavra de Deus, despertar-lhe a fé e prepará-la para celebração
eucarística.
14 - Expor e repor o Santíssimo Sacramento, nos termos do CAN 943.
15 - Participar ativamente da festa de Corpus Christi, congressos eucarísticos e semanas eucarísticas.
16 - Zelar pela dignidade do culto eucarístico e de tudo que lhe diz respeito.
17 - Dar resposta ou tirar dúvidas com respostas concretas, senão buscar a resposta certa antes de passá-la.
18 - Os ministros extraordinários deverão ajudar-se mutuamente e confraternizar-se entre si, tanto no plano
espiritual como no plano material.

3.3. Alguns critérios para o exercício
1 - Seja crismado e tenha participação ativa na comunidade;
2 - Tenha vida cristã idônea, coerente e praticar a penitência;
3 - Se casado, que tenha um bom relacionamento e vida familiar cristã;
4 - Não podendo excluir os mais jovens deste ministério;
5 - Disponibilidade para o serviço (celebrações, visitas aos doentes e reuniões) e para participar de cursos
específicos, promovidos pela Igreja ou Diocese;
6 - Capacidade para trabalhar em grupo, tanto na comunidade quanto com os ministros.
7 - Testemunho vivo de amor a Eucaristia;
8 - Indicação feita pela comunidade ou atitude visível e testemunhada;
9 - O mandato ter validade por tempo determinado, podendo ser prorrogável a critério da Igreja;
10 - Em caso de necessidades pastorais o Padre pode convocar qualquer fiel para este serviço;
11 - Aprimorar-se e ter vida ativa de oração e comunhão;
12 - Estar unido a Cristo e aos irmãos na vivencia da doutrina cristã e dos mandamentos da Lei de Deus, da
Igreja e dos Sacramentos;
13 - Ter uma fé pura, não acreditar em superstições, crendices, espiritismos, macumbas, benziçoes
contrárias aos princípios evangélicos e à Santíssima Trindade;

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14 – Fazer da oração alimento diário para si, familiares e para a comunidade;
15 - Disponibilidade, humildade e obediência ás orientações da Igreja;
16 - Presteza e solicitude;
17 - Comprometido, acolhedor e alegre;
18 - Respeitador dos direitos de outrem, vivendo de acordo com os valores evangélicos religiosamente e
socialmente;
19 - Estar aberto ao aprendizado de coisas novas, nunca pensar que já sabe tudo, e não ter vergonha de
dizer que não sabe;
20 – Ser bom conselheiro sem faltar com o sigilo e respeito, tendo o bom senso de usar mais os ouvidos.

4.3. Atitudes do Ministro
    • Considerando que a escala é passada com antecedência, numa eventualidade de coincidência de
        compromisso o Ministro é responsável por fazer a troca não deixando vaga a sua posição de servir.
    • A preparação para o cumprimento do serviço vem da total consciência e modo de cada um desde
        que se faça sintonia com Jesus e demais membros em atividade (Padre, equipe de liturgia, música e
        demais Ministros) a parte do Ministro não deve e não pode ser isolado, um ministério alheio.
    • Usar trajes adequados, que inspirem o respeito que a ocasião requer, porém, asseados e sem
        formalismo;
    • Apresentar-se com a aparência (penteado, maquiagem e unhas cuidadas) mantendo devidos
        cuidados que o lugar e a situação requerem;
    • Não utilizar acessórios que possam atrapalhar ou desviar a atenção;
    • Evitar distribuir a comunhão quando estiver com ferimentos, ataduras ou bandagens, sobretudo nas
        mãos e nos dedos;
    • Verificar de acordo com o costume do Padre, o Missal deve estar sobre o altar no momento
        oportuno e deve ser preferido ao folheto, por questão de dignidade e beleza;
    • Quando escalado o Ministro deve chegar ao mínimo 40 minutos antes do inicio da celebração.
    • Na chegada na Igreja, antes de iniciar os serviços a visita ao santíssimo é indispensável para a
        oração pessoal (colocar-se na presença a serviço de Jesus).
    • Contribuir sempre para arrumação que antecede a celebração, ajudar a observar detalhes.
    • Discutir atividades, onde sentar, aspersão e comunhão ou mudanças e observações antes da
        Celebração para que não haja bate papo e trânsitos desnecessários durante a celebração desviando a
        atenção.
    • Estar atento e em sintonia ao acontecimento e a alguma necessidade extra ou fato inesperado.
    • Ceder o lugar do serviço a outro, caso não esteja em condição adequada ao momento.

5.3. O que não deve ocorrer na vida prática do Ministro
    • Ver o Ministério como status e não como um serviço
    • Ter dupla personalidade: ser amável pela frente e rancoroso pela costa
    • Curtir no coração certas rivalidades, indiferenças e inimizades com alguém
    • Falta de piedade ao entregar a hóstia ao comungante
    • Gostar de exercer o ministério só dentro da Igreja e perto do Padre
    • Usar vestes impróprias
    • Dizer fórmulas inventadas na hora de entregar a hóstia em vez de “O Corpo de Cristo”
    • Misturar hóstias consagradas com hóstias sem consagrar
    • Deixar para usar a veste de ministro somente na hora de distribuir a comunhão
    • Não ter zelo pelos objetos litúrgicos e alfaias
    • Achar que já sabe tudo e que só o seu jeito é certo e não buscar aprendizado dentro do ministério
    • Não ser verdadeiramente amigo dos outros membros do grupo
    • Não ser pontual chegando em cima da hora
    • Não se preocupar com a preparação que antecede a celebração porque espera que os outros façam


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•Achar que a missão de servir cabe só aos olhos do Padre, dos coordenadores e da comunidade
   •Deixar de contribuir para a arrumação do local após o termino da celebração, deixando para os
    outros, deve haver um consenso.
PALAVRAS-CHAVES: RESPEITO, DEVOÇÃO, DISCRIÇÃO E HUMILDADE.

                     4 – SAGRADA CEIA DO SENHOR: “O MISTÉRIO DA FÉ”

1.4. Missa
        A Missa guarda uma íntima relação com a última Ceia, porque esta foi a primeira Missa celebrada
por Cristo, as que seguem depois é o cumprimento das palavras que então pronunciou “Fazei isto em
memória de mim”
        À luz da Revelação na Escritura, e no desenvolvimento da Tradição, vemos e entendemos que o
Senhor tem uma intenção clara na última Ceia, onde também fica instituído o sacramento da Ordem (em
virtude do requerimento do mandato). Deixa um mandamento claro "fazei isto em memória de mim", para
que sua presença e sua salvação cheguem a todos os homens e em todas as épocas, para que possamos ter
vida eterna, ao comer sua carne e beber seu sangue.
        O caráter de "memorial" que a Missa tem por definição, exige dos cristãos a atitude de nos
introduzirmos no mistério pascal tal e como é; não como lembrança de algo que aconteceu, mas
associando-nos a uma ação que continua se verificando hoje. Por isso quando celebramos a Santa Missa,
nos trasladamos e nos fazemos presentes na Ceia do Senhor onde estamos com Maria ao pé da Cruz.
Estamos nos alimentando do Corpo e Sangue do Senhor, estamos sendo salvos em virtude de seu
sacrifício. Estaremos participando da unidade em comunhão com o Senhor e por isso podemos unir nossos
sacrifícios e sofrimentos aos de Cristo. Só "por Ele, com Ele e nEle" têm um profundo sentido e dão
acesso à dimensão redentora.
        A Missa também tem um valor de impetração, isto é, nos consegue de Deus tais graças que só o
desconhecimento do que se pode alcançar com Missa explica o pouco empenho que tantos católicos
colocam em não assistir a ela. Enquanto louvor e ação de graças tem um valor infinito, pois tem a Deus
como referência e aí não há limite para a ação de Cristo. Posto que em todo pecado há culpa que merece
uma pena, a Missa, no que tem de sacrifício que satisfaz pelo pecado, afeta em sua aplicação a culpa e a
pena, a saber, expiando a culpa e satisfazendo pela pena, mas não absolutamente, mas na medida que o
permite a capacidade de recepção que existe. Seu efeito depende da disposição que tenha o fiel.
        Quando participamos da Eucaristia experimentamos a divindade do Espírito Santo, que não só nos
conforta com Cristo, como nos cristifica por inteiro, associando-nos à plenitude de Cristo. Enquanto o
Sacramento Eucarístico só aproveita quem o recebe, pois um alimento (e a Eucaristia é um alimento para a
alma) só aproveita quem o toma, a Missa é um sacrifício, uma vítima que se oferece a Deus, e que pode
ser oferecida por outros para benefício de outros.
        Em resumo nas partes principais da Missa – Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística está aberto a
todos os fiéis o convite a estarem em sintonia, vivencia e a Palavra de Deus e leva todos a refletirem sobre
atitudes nas quais as leituras e homilias nos cativa a nos fazer parte delas e até viver as parábolas com
Jesus, nos colocando junto dos discípulos, apóstolos e povos das mesmas. E mais a liturgia nos leva a
aprender colocar Jesus junto de nós nas tristezas, dificuldades e problemas, alegrias, sucessos e superações,
afirmando sempre o que diz a Palavra: “Eis que estarei convosco todos os dias até o final dos tempos...”
        Por último, a Missa não é um ato puramente pessoal do sacerdote ou de cada fiel, mas
eminentemente comunitário, pois é a Igreja que o oferece, e a Igreja é um Corpo no qual todos seus
membros são solidários, o cristão que se beneficia da Santa Missa não deve se beneficiar somente para ele,
mas também para os outros.

2.4. A Eucaristia - O que é a Eucaristia?
       A Eucaristia é a consagração do pão no Corpo de Cristo e do vinho em seu Sangue que renova
mística e sacramentalmente o sacrifício de Jesus na Cruz. A Eucaristia é Jesus real e pessoalmente
presente no pão e no vinho que o sacerdote consagra. Pela fé cremos que a presença de Jesus na Hóstia e


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no vinho não é só simbólica, mas real; isto se chama o mistério da transubstanciação já que o que muda é a
substância do pão e do vinho; os acidentes, forma, cor, sabor, etc. permanecem iguais.
        "A Eucaristia é um mistério altíssimo, é propriamente o Mistério da fé, como se exprime a Sagrada
Liturgia: Nele só, estão concentradas, com singular riqueza e variedade de milagres, todas as realidades
sobrenaturais. [...] Sobretudo deste Mistério é necessário que nos aproximemos com humilde respeito, não
dominados por pensamentos humanos, que devem emudecer, mas atendo-nos firmemente à Revelação
divina" (carta encíclica Mysterium Fidei).
        Um símbolo litúrgico será necessariamente simples, pois a realidade que ele nos faz penetrar é
também simples, como o é o Criador de todos os mistérios. Portanto, não desprezemos os gestos, as
palavras ditas, as vestes, o sagrado rito, por sua simplicidade, para não corrermos o risco de desprezarmos
também o mistério que esses símbolos escondem e apontam. Se um homem enamorado devota às cartas de
sua namorada o amor que dirige à sua autora, muito mais devemos nós, também, zelar para que a santa
missa seja sempre honrada e respeitada, em toda a sua inteireza.
        A instituição da Eucaristia aconteceu durante a última ceia pascal que celebrou com seus discípulos
e os quatro relatos coincidem no essencial, em todos eles a consagração do pão precede a do cálice; embora
devamos lembrar que na realidade histórica, a celebração da Eucaristia (Fração do Pão) começou na Igreja
primitiva antes da redação dos Evangelhos. Os sinais essenciais dos sacramentos eucarísticos são pão de
trigo e vinho da videira, sobre os quais é invocada a bênção do Espírito Santo e o presbítero pronuncia as
palavras da consagração ditas por Jesus na última Ceia: "Isto é meu Corpo entregue por vós... Este é o
cálice do meu Sangue..."
        A palavra Eucaristia vem da língua grega e quer dizer “Ação de Graças” quer dizer também
celebração dos mistérios cristãos; a partir do pão, como fala São Paulo (Cor. 10, 15). Somente em caso
extremo se recebe a Eucaristia fora da Missa. Por isso se diz que a Eucaristia é sinal de união, comunhão.
A Eucaristia é uma refeição sacrifical em que se faz comunitária, revivendo o sacrifício de Jesus. A última
ceia pascal de Jesus foi a primeira Santa Missa da Sua Igreja, por isso em cada Missa esse Mistério do
sacrifício, Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo é re-atualizado e re-presencializado
sacramentalmente, no altar, sob os sinais do pão e do vinho.

3.4. Encontro com Jesus amor
        Necessariamente o encontro com Cristo Eucaristia é uma experiência pessoal e íntima, e que supõe
o encontro pleno de dois que se amam. É, portanto, impossível generalizar sobre eles. Porque só Deus
conhece os corações dos homens. Entretanto, sim devemos transluzir em nossa vida, a transcendência do
encontro íntimo com o Amor. É lógico pensar que quem recebe esta Graça, está em maior capacidade de
amar e de servir ao irmão e que, além disso, alimentado com o Pão da Vida deve estar mais fortalecido
para enfrentar as provações, para encarar o sofrimento, para contagiar sua fé e sua esperança. Em fim, para
levar a feliz término a missão, a vocação, que o Senhor lhe dá.
        Se apreciássemos de veras a Presença de Cristo no sacrário, nunca o encontraríamos sozinho,
acompanhado apenas pela lâmpada Eucarística acesa, o Senhor hoje nos diz a todos e a cada um, o mesmo
que disse aos Apóstolos "Com ânsias desejei comer esta Páscoa convosco” Lc.22,15. O Senhor nos espera
ansioso para entregar-se a nós como alimento; somos conscientes disso, de que o Senhor nos espera no
Sacrário, com a mesa celestial servida? E nós, por que o deixamos esperando? Ou é por acaso, quando
vem alguém de visita a nossa casa, o deixamos na sala e vamos nos ocupar de nossas coisas?
        É exatamente isso o que fazemos em nosso apostolado, quando nos enchemos de atividades e nos
descuidamos na oração diante do Senhor, que nos espera no Sacrário, preso porque nos "amou até o
extremo" e resulta que, por quem se fez o mundo e tudo o que nele habita (nós inclusive) encontra-se ali,
oculto aos olhos, mas incrivelmente luminoso e poderoso para saciar todas nossas necessidades.

4.4. Adoração Eucarística
       Sendo o pão uma comida que nos serve de alimento e conserva sendo guardada, Jesus Cristo quis
ficar na terra sob as espécies de pão, não para servir de alimento às almas que o recebem na sagrada
Comunhão, mas também para ser conservado no sacrário e tornar-se presente no meio de nós,
manifestando-nos por este eficacíssimo meio o amor que tem por nós. Em toda forma de culto a este

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Sacramento é preciso levar em conta que sua intenção deve ser uma maior vivência da celebração
eucarística.
        As visitas ao Santíssimo, as exposições e bênçãos devem ser um momento para aprofundar na graça
da comunhão, revisar nosso compromisso com a vida cristã; a verificação de cada um frente a Palavra do
Evangelho, juntar-se ao silencioso mistério do Deus calado... Esta dimensão individual do tranqüilo
silêncio da oração, estando diante dele no amor, deve impulsionar a contrastar a verdade da oração, no
encontro dos irmãos, aprendendo a estar com eles na comunicação fraternal.

5.4. A exposição
        A exposição e bênção com o Santíssimo Sacramento é um ato comunitário no qual deve estar
presente a celebração da Palavra de Deus e o silêncio contemplativo. A exposição eucarística ajuda a
reconhecer nela a maravilhosa presença de Cristo ou convida à união mais íntima com ele, que adquire seu
cume na comunhão Sacramental. Tendo-se reunido o povo, e, se oportuno, tendo iniciado algum cântico, o
ministro se aproxima do altar. Se o Sacramento não está reservado no altar da exposição, o ministro, com o
pano de ombros o traz do lugar da reserva, acompanhado por acólitos ou por fiéis com velas acesas. O
Ostensório ou a custódia deve ser colocado sobre o altar coberto com manto; mas se a exposição se
prolongar durante algum tempo e se for feita com a custódia, pode ser usado o manifestador, colocado em
um lugar mais alto, mas tendo cuidado de que não fique muito alto nem distante. Se a exposição é feita
com a custódia, logo se retira.
        Se a exposição é solene e prolongada, a hóstia deve ser consagrada para a exposição, na Missa que
antes for celebrada, e será colocada sobre o altar, na custódia, depois da comunhão. A Missa concluirá
com a oração depois a da comunhão, omitindo os ritos de conclusão. Antes de retirar-se do altar, o
sacerdote, se achar oportuno, colocará a custódia e fará a incensação.
        Durante o tempo da exposição, será feitas orações, cantos e leituras, de tal sorte que os fiéis,
recolhidos em oração, se dediquem exclusivamente a Cristo Senhor. Para alimentar uma profunda oração,
devem ser aproveitadas as leituras da sagrada Escritura, com a homilia, ou breves exortações, que
promovam um maior apreço do mistério eucarístico. É também conveniente que os fiéis respondam à
palavra de Deus, cantando. Também é necessário guardar piedoso silêncio nos momentos oportunos.

6.4. A liturgia é o cume e a fonte da ação da igreja
        A liturgia renova e aprofunda a aliança do Senhor com os homens, na eucaristia, fazendo-os arder
no amor de Cristo. Dela, pois, especialmente da eucaristia, como de uma fonte, derrama-se sobre nós a
graça e brota com soberana eficácia a santidade em Cristo e a glória de Deus, fim para o qual tudo tende na
Igreja. Sacrosanctum Concilium, 7

7.4. O uso do incenso na liturgia - Devemos exalar o bom odor de Cristo
        O uso do incenso para o culto é antiqüíssimo, pré-cristão. Novamente recorramos a Bíblia para
compreender melhor. No Templo de Jerusalém – já antes em torno da Arca da Aliança – o rito do incenso
era clássico. No cap. 30 do Êxodo estabelecem-se como será o “altar do incenso”, no Evangelho de Lucas
1, 8-9. O profeta Isaías anunciou que na nova era de Jerusalém viriam reis do oriente ouro e incenso em
honra do Senhor (Is 60, 6). O evangelho vê a profecia cumprida nos dons que os magos do oriente ao
Menino Divino: ouro, incenso e mirra.
        Elegantemente e solenemente, o uso do incenso dentro da Celebração litúrgica, expressa o respeito
e a reverência ao Senhor nosso Deus. Todavia, em profundidade maior, indica a atitude de elevação da
mente para Deus. Já o salmo 40 nos faz rezar: “que minha prece seja o incenso diante de Ti”. Também
podemos conferir no Apocalipse de S. João 8, 3-4. O incenso, cheio de perfumes que sobe aos céus,
simboliza a fé, o amor, a oração, a adoração e sobre tudo a atitude de oferenda e sacrifício dos fiéis diante
de Deus. Devemos ter consciência de que o verdadeiro perfume agradável a Deus – do qual o incenso é
sinal exterior – é a nossa vida como oferta e sacrifício de louvor.
        Exorta-nos o apóstolo Paulo: “vivei no amor, como Cristo nos amou e se entregou a si mesmo a
Deus por nós em oblação de vítima, como perfume de agradável odor” (Ef 5,2). Os ritos de incensação



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querem indicar nossa própria vida como um sacrifício agradável a Deus e perfume benfazejo para os
demais. Contemplando o Mistério inexaurível do Cristo sacrificado sobre o altar nas espécies sagradas.

8.4. Posições corporais - Nosso corpo também reza
Posições corporais e gestos na liturgia se tornam oração. Na liturgia toda a pessoa é chamada a participar.
Assim, os gestos corporais são também vivamente litúrgicos. Assim, temos:
- Estar em pé: é a posição do Cristo Ressuscitado, atitude de quem está pronto para obedecer, pronto
para partir. Demonstra prontidão para por em prática os ensinamentos de Jesus.
- Estar sentado: é a posição de escuta, de diálogo, de quem medita e reflete. Na liturgia, esta posição
cabe principalmente ao se ouvir as leituras (salvo a leitura do Evangelho), na hora da homilia e quando a
pessoa está concentrada, meditando.
- Estar ajoelhado: é a posição de quem se põe em oração profunda, confiante.
- Fazer genuflexão: faz-se dobrando o joelho direito até o solo. Significa adoração, pelo que é reservado
ao Santíssimo Sacramento, quer exposto, quer guardado no sacrário. Não fazem genuflexão nem inclinação
profunda aqueles que transportam os objetos que se usam nas celebrações, por exemplo, a cruz, os
castiçais, o livro dos evangelhos.
- Prostrar-se: significa estender-se no chão; expressa profundo sentimento de indignidade, humildade, e
também de súplica. Gesto previsto na sexta-feira santa, no início da celebração da Paixão. Também os que
vão ser ordenados diáconos e presbíteros se prostram.
- Inclinar o corpo: é uma atitude intermediária entre estar de pé e ajoelhar-se. Sinal de reverência e de
honra que se presta às pessoas ou às imagens. Faz-se inclinação diante da cruz, no início e no fim da
celebração; ao receber a bênção; quando, durante o ato litúrgico, há necessidade de passar diante do
tabernáculo; antes e depois da incensação, e todas as vezes em que vier expressamente indicada nos
diversos livros litúrgicos.
- Erguer as mãos: é um gesto de súplica ou de oferta do coração a Deus. Geralmente se usa durante a
recitação do Pai-Nosso e nos cantos de louvor.
- Bater no peito: é expressão de dor e arrependimento dos pecados. Este gesto ocorre na oração
Confesso a Deus todo poderoso...
- Silêncio: atitude indispensável nas celebrações litúrgicas. Indica respeito, atenção, meditação, desejo
de ouvir e aprofundar a palavra de Deus. Na celebração eucarística, se prevê um instante de silêncio no ato
penitencial e após o convite à oração inicial, após uma leitura ou após a homilia. Depois da comunhão,
todos são convidados a observar o silêncio sagrado.

9.4. O sinal da Cruz: Sinal de pertença ao rebanho de Cristo
Dentro da celebração Eucarística nós o fazemos três vezes:
1- no principio da Missa
2- na proclamação do Evangelho
3- na benção final
Sinal este que em um rito muito eloqüente, no batismo, o sacerdote traçou sobre nossas cabeças o sinal da
cruz dizendo: “Eu te assinalo com o sinal de Cristo Salvador”.

10.4. As procissões na liturgia - O povo de Deus em caminhada
Na procissão de abertura o presidente com os demais ministros avançam em marcha para o Altar, enquanto
a comunidade entoa o canto de abertura. Esse gesto tem por fim salientar que o presidente é o sinal visível
de Cristo, verdadeiro Sacerdote ao qual nos uniremos.

A procissão do Evangeliário: Durante o canto de aclamação ao evangelho, o ministro se aproxima do
Altar onde está, desde a abertura da celebração, o livro dos evangelhos (evangeliário). Esse significativo
livro litúrgico que simboliza o Cristo que fala ao seu povo, na procissão de entrada é deitado sobre o Altar.
Podemos observar algo interessante: Altar e Livro: um binômio que acena para o duplo encontro que
vamos ter com Cristo. Palavra e divino alimento da comunidade cristã. Tomado o Evangeliário, o ministro



                                                                                                          20
translada até o ambão acompanhado das duas velas e também do turíbulo fumegando. Chegando ao Ambão
abre o livro para a proclamação da Boa Nova de Cristo.

A procissão do ofertório: É a procissão onde os fiéis levam até o Sacerdote os dons para o sacrifício: pão
e vinho. Também podem trazer em procissão outras ofertas como alimento e donativos aos pobres, porém
não se deve s colocá-las sobre o Alar do Sacrifício. Seja o que for que se trouxer na procissão, o pão e o
vinho, sinais escolhidos desde o princípio dos tempos para a Eucaristia, devem ser o último dos sinais a ser
apresentados ao Sacerdote.
        Depois de analisarmos as procissões dentro da celebração Eucarística, vemos que o movimento de
caminhar na Liturgia é muito constante. Para entendermos seu significado podemos recorrer a Sagrada
Escritura. A vida cristã é “seguir Jesus”, é fazer caminho. Os primeiros cristãos identificavam
freqüentemente a fé com caminho (At 9,2). Também Paulo falava da “corrida” de um cristão (Gl 2,2;5,7).
No antigo testamento vemos o povo da antiga aliança que caminhou incessantemente rumo a sua libertação
(livro do Êxodo). Também a Igreja está em marcha, ela é peregrina na terra. Somos povo de Deus que
caminha rumo a eternidade, rumo a vida verdadeira e a amizade com Cristo.

                  5 – AS CORES LITÚRGICAS: SUA FUNÇÃO E SIGNIFICADOS

        O uso das cores litúrgicas pode ajudar-nos a penetrar no mistério que celebramos, quer na
celebração do dia quer no tempo litúrgico. Como nos diz o Missal Romano em suas instruções gerais:
“A diversidade de cores nas vestes sagradas tem como fim expressar com mais eficácia, ainda que
exteriormente, as características dos mistérios da fé que se celebram...” (IGMR 307)

O branco: Resultado de todas as cores juntas simbolizam a pureza, paz, alegria, júbilo. Sendo assim é
usada no Natal e na Epifânia, durante todo o tempo pascal. Também se usa nas festas e solenidades de
Cristo e da Virgem Maria, nas festas dos anjos e santos que não se tornaram mártires. O jovem anjo que
aparece junto ao sepulcro do Ressuscitado está vestido de branco (Mc 16,5). Os vencedores do Apocalipse
triunfam vestidos de linho branco e montados em cavalos brancos (Ap 19, 14). Na transfiguração no monte
Tabor, a glória de Cristo é simbolizada com vestes brancas como a luz e a neve (Mt 17,2). Usa-se: na
quinta-feira Santa, na Vigília Pascal do Sábado Santo, em todo o Tempo Pascal, no Natal, no Tempo do
Natal, nas festas dos santos (quando não mártires) e nas festas do Senhor (exceto as da Paixão). É a cor
predominante da ressurreição.

O vermelho: Simboliza o fogo, o sangue, o amor divino, o martírio. Sendo assim, seu simbolismo adapta-
se ao sentido do amor ardente: uma paixão tão profunda que leva a doação da própria vida. É usada do
Domingo de Ramos na ação litúrgica da Paixão, na Sexta-Feira da Paixão e na festa da exaltação da Santa
Cruz, no Domingo de Pentecostes é a melhor aproximação simbólica dos tormentos do Cristo sofredor.
Também é usada nas festas dos apóstolos, evangelistas e todos os santos, mártires; eles deram testemunho
de Cristo com o próprio sangue. Seu uso se dá ainda na solenidade de pentecostes e na celebração da
confirmação, uma vez que o Espírito Santo é o fogo da vida.

O verde: O verde é a cor da esperança, a cor da vegetação mais viva, e daí advêm a essa cor diversos
simbolismos e aproximações metafóricas: é a cor do equilíbrio ecológico, da serenidade, e, sobretudo
simboliza a esperança. O verde é a cor do Tempo Comum : as 34 semanas nas quais não se celebra um
mistério concreto de Cristo, mas o conjunto da história da salvação e sobretudo o mistério semanal do
Domingo como o dia do Senhor. Simboliza os frutos que o mistério pascal de Cristo deve produzir nos
corações dos fiéis. Usa-se no Tempo Comum. (Quando no TC se celebra uma festa do Senhor ou dos
santos, usa-se então a cor da festa).

O roxo: Simboliza a penitência. È a junção do azul e do vermelho. Indica discrição, contrição, penitência,
e às vezes adquire uma conotação de dor e tristeza. Sendo assim é a cor que distingue as celebrações do
sofrimento, da reflexão e da espera. Também é utilizada nas celebrações penitenciais e nas celebrações

                                                                                                         21
para os fiéis defuntos. Usa-se no Tempo do Advento e da Quaresma. Pode-se também usar nos ofícios e
missas pelos mortos. (Quanto ao Advento, está havendo uma tendência a se usar o violeta, em vez do roxo,
para distingui-lo da Quaresma, pois Advento é tempo de feliz expectativa e de esperança, num viver
sóbrio, e não de penitência, como a Quaresma).

O Preto: É símbolo de luto. É a negação da cor, evoca espontaneamente a escuridão, falta de luz; é
tipicamente a cor do luto e da tristeza. Na idade média era a cor do Advento e da Quaresma. Seu uso agora
ficou muito mais discretamente indicado: permanece apenas como uso facultativo nas celebrações de
exéquias e demais celebrações para os defuntos. Pode ser usado nas missas pelos mortos, mas nessas
celebrações pode-se usar também o branco, dando-se então ênfase não à dor, mas à ressurreição.

O rosa: Simboliza a alegria. È a cor litúrgica usada em apenas duas ocasiões do ano litúrgico: no 3º
domingo do Advento (domingo Gaudete) e também no 4º domingo da Quaresma (domingo Laetare),
ambos os domingos da alegria. Seu uso deu-se a pedagogia de um tempo que chegou a sua metade e quer
adiantar de alguma forma a meta festiva a que se dirige.

                      6 – SÍMBOLOS LITÚRGICOS LIGADOS À NATUREZA

A água - A água simboliza a vida (remete-nos, sobretudo ao nosso batismo, onde renascemos para uma
vida nova). Pode simbolizar também a morte (enquanto por ela morremos para o pecado).
O fogo - O fogo ora queima, ora aquece, ora brilha, ora purifica. Está presente na liturgia da Vigília Pascal
do Sábado Santo e nas incensações, como as brasas nos turíbulos. O fogo pode multiplicar-se
indefinidamente. Daí, sua forte expressão simbólica. É símbolo, sobretudo da ação do Espírito Santo.
A luz - A luz brilha, em oposição às trevas, e mesmo no plano natural é necessária à vida, como a luz do
sol. Ela mostra o caminho ao peregrino errante. A luz produz harmonia e projeta a paz. Como o fogo, pode
multiplicar-se indefinidamente. Uma pequenina chama pode estender-se a um número infinito de chamas e
destruir, assim, a mais espessa nuvem de trevas. É o símbolo mais expressivo do Cristo Vivo, como no
Círio Pascal. A luz e, pois, a expressão mais viva da ressurreição.
O pão e o vinho - Símbolos do alimento humano. Trigo moído e uva espremida, sinais do sacrifício da
natureza, em favor dos homens. Elementos tomados por Cristo para significarem o seu próprio sacrifício
redentor.
O incenso - Com sua especificidade aromática. Sua fumaça simboliza, pois, a oração dos santos, que sobe
a Deus, ora como louvor, ora como súplica.
O óleo - Temos na liturgia os óleos dos Catecúmenos, da Crisma e dos Enfermos, usados liturgicamente
nos sacramentos do Batismo, da Crisma e da Unção dos Enfermos. Nos três sacramentos, trata-se do gesto
litúrgico da unção. Aqui vemos que o objeto - no caso, o óleo - além de ele próprio ser um símbolo, faz
nascer uma ação, isto é, o gesto simbólico de ungir. Tal também acontece com a água: ela supõe e cria o
banho lustral, de purificação, como nos ritos do Batismo e do "lavabo" (abluções), e do "asperges", este em
sentido duplo: na missa, como rito penitencial, e na Vigília do Sábado Santo, como memória pascal de
nosso Batismo. A esses gestos litúrgicos e tantos outros, podemos chamar de "símbolos rituais". A unção
com o óleo atravessa toda a história do Antigo Testamento, na consagração de reis, profetas e sacerdotes, e
culmina no Novo Testamento, com a unção misteriosa de Cristo, o verdadeiro Ungido de Deus. A palavra
Cristo significa, pois, ungido. No caso, o Ungido, por excelência.
 As cinzas - As cinzas, principalmente na celebração da Quarta-Feira de Cinzas, são para nós sinal de
 penitência, de humildade e de reconhecimento de nossa natureza mortal. Mas estas mesmas cinzas estão
 intimamente ligadas ao Mistério Pascal. Não nos esqueçamos de que elas são fruto das palmas do
 Domingo de Ramos do ano anterior, geralmente queimadas na Quaresma, para o rito quaresmal das
 cinzas.

                       7 – PRINCIPAIS PARTES DO EDIFÍCIO SAGRADO
       A casa de oração onde a Eucaristia é celebrada e conservada, onde os fiéis se reúnem, onde a
presença do Filho de Deus é honrada para auxílio e consolação dos cristãos deve ser bela e adequada para a

                                                                                                          22
oração e as celebrações religiosas. Nesta casa de Deus, a verdade e a harmonia dos sinais que a constituem
devem manifestar o Cristo que está presente e age neste lugar. (CIC 1180)
        As palavras do papa Paulo VI ajudam-nos a compreender o papel da sagrada liturgia. Somos, por
natureza, apegados aos sentidos. Diante de uma realidade sobrenatural, como o é a santa missa, a liturgia
vem em nosso socorro, para que, através de símbolos e gestos concretos, alcancemos o entendimento
daquilo que pela fé cremos. Não que se exija do fiel que o mistério seja plenamente entendido, pois este é,
antes, para ser crido, mais que explicado; mas, iluminados pela sagrada liturgia, possamos dirigir a Deus o
culto de adoração que lhe é devido, de modo que a nossa oração seja um espelho fiel da nossa fé.

1.7. Espaço celebrativo
Presbitério - Espaço reservado ao sacerdote e aos ministros do altar fica ao redor do altar, geralmente um
pouco mais elevado, onde se realizam os sacramentos da santa e amada igreja de Cristo Deus.
Nave - Espaço com bancos reservado aos fieis para participarem do santo sacrifício da missa.

                         8 – OBJETOS LITÚRGICOS E VASOS SAGRADOS

1.8. Alfaias: Designam todos os objetos utilizados nas Celebrações, os paramentos litúrgicos.

                   Altar: Mesa onde se realiza a ceia Eucarística; ela representa o próprio Jesus na
                   Liturgia. Sobre o Altar, que é o centro da igreja, para onde se deve convergir nossos
                   olhares e toda a nossa atenção, se faz presente o Sacrifício da Cruz sob os sinais
                   sacramentais. Ele representa dois aspectos de um mesmo mistério: o altar do sacrifício e
                   a mesa do Senhor, e isto tanto mais porque o altar cristão é o símbolo do próprio Cristo,
presente no meio da assembléia dos fiéis como vítima de reconciliação e alimento celeste. “Não aos
mártires, mas ao Deus dos mártires erigimos nossos altares” - S. Agostinho
“Com efeito, que é o altar de Cristo senão a imagem do corpo de Cristo?” - S. Ambrósio

Toalha do Altar: Sendo o altar é a mesa do Senhor e que ocupa lugar de destaque no Templo, a toalha
nele colocada deve expressar também beleza e dignidade para o grande acontecimento.

Credencia - É uma mesinha que fica perto do altar, do lado da epístola, onde se colocam os objetos
necessários às funções litúrgicas. Nas missas solenes, recebe as galhetas, o cálice, o livro da epístola e do
Evangelho e os castiçais dos acólitos.

                    Ambão: Estante onde é proclamada a palavra de Deus. Mesa da Palavra É o verdadeiro
                   trono da sabedoria do qual Cristo se revela como nosso único Mestre. É a cátedra de
                   onde Deus nos fala. A Palavra nos é dada do alto. “A dignidade da Palavra de Deus
                   exige que exista na igreja um lugar que favoreça o anúncio desta palavra e para a qual,
                   durante a liturgia da Palavra, se volta espontaneamente a atenção dos fiéis”. (CIC 1184)

Cadeira Presidencial: É o lugar daquele que preside à assembléia litúrgica, seu significado é este: é o
lugar de Cristo que preside ao seu povo, na pessoa do ministro sagrado: o sacerdote (presbíteros ou bispos).
Quando se trata de sede episcopal o nome a ela atribuído é Cátedra ,ou seja, lugar do ensinamento, da
instrução, da catequese. isso também pode ser aplicado para a cadeira presidencial. É o lugar de onde quem
preside, também ensina o povo de Deus. Por isso o Missal Romano e o Cerimonial da Igreja orientam que
a homilia seja feita da cadeira.

                  Sacrário - Sacrário ou tabernáculo do Senhor Eucarístico é um pequeno cofre. É o lugar
                  onde se guarda o Santíssimo Sacramento para a adoração dos fiéis e distribuição da
                  Sagrada Comunhão para os enfermos. Seria de se desejar que os tabernáculos fossem
                  feitos de ouros maciços, cravejados de pedras preciosas, em todas as igrejas; mas, se isso
                  não for possível, seja ele de lâminas de prata ou bronze douradas, ou de mármore fino,

                                                                                                          23
artisticamente lavrado. A nobreza, a disposição e a segurança do tabernáculo eucarístico devem favorecer a
adoração do Senhor realmente presente no Santíssimo Sacramento. Muitos Sacrários são instalados na
capela, local para meditação, adoração, oração, escuta ou dialogo com o próprio Cristo Eucarístico.




                  Crucifixo: Fica sobre o altar ou acima dele, lembra a Ceia do Senhor é inseparável do
                  seu Sacrifício Redentor.




                 Cruz Procissional - É uma cruz alta com haste e crucifixo, usada para guiar, isto é, ir à
                 frente das procissões litúrgicas. É levada pelo cruciferário.




         Círio Pascal: Uma vela grande onde se pode ler ALFA e ÔMEGA (Cristo: começo e fim) e ano
         em curso. Tem grãos de incenso que representam as cinco chagas de Cristo, o Círio é abençoado
         solenemente na Vigília Pascal, "mãe de todas as vigílias", no Sábado Santo e que permanece
         acesa nas celebrações litúrgicas até o Domingo de Pentecostes. Usado durante o Tempo Pascal, e
         durante o ano nos batizados. Simboliza o Cristo, luz do mundo.




                     Estante - Serve para acomodar o Missal; é colocado sobre o Altar para que o
                     sacerdote acompanhe os ritos das celebrações litúrgicas.




                 Lamparina: É a lâmpada do Santíssimo.



                   Ostensório ou Custódia: Objeto utilizado para expor o Santíssimo à adoração dos fieis,
                   ou para levá-lo em procissão. O ostensório primitivo era uma caixinha que se ajeitava
                   com um pé e tinha forma de esfera, cilindro ou torre. Mais tarde, deu-lhe maior dimensão
                   e mais magnificência; é uma espécie de sol de ouro, cercado de raios em cujo centro esta
                   toda Sua glória e majestade o Santíssimo Senhor Jesus. É chamado de custódia ou luneta
                   o escrínio interior, que encerra o Santíssimo Sacramento. Deve ser de ouro ou de prata
                   dourada; as faces são de vidro ou cristal transparente, para que se possa ser Adorado,
pelos fieis, o Sacratíssimo Corpo de Deus Sacramentado.


                                                                                                        24
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Curso de-ministros

  • 1. Paróquia Menino Jesus de Praga São José do Rio Preto - SP FORMAÇÃO PARA MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS DA COMUNHÃO EUCARISTICA - MECE - 2010 Pároco: Pe. Geomar Coordenadores: Felizardo e Cleusa
  • 2. ANEXO: CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA LUMEN GENTIUM SOBRE A IGREJA (Breve Resumo) OS LEIGOS A BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA MÃE DE DEUS NO MISTÉRIO DE CRISTO E DA IGREJA 2 – OS MINISTÉRIOS Ministério Tipos de Ministérios A comunhão, participação no sacrifício de Cristo Designação dos Ministros Extraordinários 3 – MINISTRO EXTRAORDINÁRIO DA COMUNHÃO EUCARÍSTICA 1.3. Espiritualidade 2.3. Missão 3.3. Alguns critérios para o exercício 4.3. Atitudes do Ministro 5.3. O que não deve ocorrer na vida prática do Ministro 4 – SAGRADA CEIA DO SENHOR: “O MISTÉRIO DA FÉ” 1.4. Missa 2.4. A Eucaristia - O que é a Eucaristia? 3.4. Encontro com Jesus amor 4.4. Adoração Eucarística 5.4. A exposição 6.4. A liturgia é o cume e a fonte da ação da igreja 7.4. O uso do incenso na liturgia - Devemos exalar o bom odor de Cristo 8.4. Posições corporais - Nosso corpo também reza 9.4. O sinal da Cruz: Sinal de pertença ao rebanho de Cristo 10.4. As procissões na liturgia - O povo de Deus em caminhada 5 – AS CORES LITÚRGICAS: SUA FUNÇÃO E SIGNIFICADOS 6 – SÍMBOLOS LITÚRGICOS LIGADOS À NATUREZA 7 – PRINCIPAIS PARTES DO EDIFÍCIO SAGRADO 8 – OBJETOS LITÚRGICOS E VASOS SAGRADOS 1.8. Alfaias 9 – LIVROS LITURGICOS 10 – VESTES LITÚRGICAS 11 – PARAMENTOS LITÚRGICOS - INSÍGNIAS EPISCOPAIS 12 – ANO LITURGICO 13 – CELEBRAÇÕES 1.13. Celebração da Palavra 2.13. Espaço Celebrativo 3.13. Como Celebrar 4.13. Roteiros para celebrações: Dominical, Enfermo e Exéquias. 14 – O PADROEIRO - SÃO TARCISIO ORAÇÃO DO MINISTRO 2
  • 3. 1 - CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA LUMEN GENTIUM SOBRE A IGREJA (Breve resumo) A Igreja como sacramento 1. A luz dos povos é Cristo: por isso, este sagrado Concílio, reunido no Espírito Santo, deseja ardentemente iluminar com a Sua luz, que resplandece no rosto da Igreja, todos os homens, anunciando o Evangelho a toda a criatura (cfr. Mc. 16,15). Mas porque a Igreja, em Cristo, é como que o sacramento, ou sinal, e o instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano, pretende ela, na seqüência dos anteriores Concílios, por de manifesto com maior insistência, aos fiéis e a todo o mundo, a sua natureza e missão universal. E as condições do nosso tempo tornam ainda mais urgentes este dever da Igreja, para que deste modo os homens todos, hoje mais estreitamente ligados uns aos outros, pelos diversos laços sociais, técnicos e culturais, alcancem também a plena unidade em Cristo. A vontade salvífica do Pai 2. O Eterno Pai, pelo libérrimo e insondável desígnio da Sua sabedoria e bondade, criou o universo, decidiu elevar os homens à participação da vida divina e não os abandonou uma vez caídos em Adão, antes, em atenção a Cristo Redentor «que é a imagem de Deus invisível, primogênito de toda a criação» (Col. 1,15) sempre lhes concedeu os auxílios para se salvarem. Aos eleitos, o Pai, antes de todos os séculos os «discerniu e predestinou para reproduzirem a imagem de Seu Filho, a fim de que Ele seja o primogênito de uma multidão de irmãos» (Rom. 8,29). E, aos que crêem em Cristo, decidiu chamá-los à santa Igreja, a qual, prefigurada já desde o princípio do mundo e admiravelmente preparada na história do povo de Israel e na Antiga Aliança (1), foi constituída no fim dos tempos e manifestada pela efusão do Espírito, e será gloriosamente consumada no fim dos séculos. Então, como se lê nos Santos Padres, todos os justos depois de Adão, «desde o justo Abel até ao último eleito» (2), se reunirão em Igreja universal junto do Pai. Missão e obra do Filho: fundação da Igreja 3. Veio, pois o Filho, enviado pelo Pai, que n'Ele nos elegeu antes de criar o mundo, e nos predestinou para sermos seus filhos de adoção, porque lhe aprouve reunir n'Ele todas as coisas (cfr. Ef. 1, 4-5. 10). Por isso, Cristo, a fim de cumprir a vontade do Pai, deu começo na terra ao Reino dos Céus e revelou-nos o seu mistério, realizando, com a própria obediência, a redenção. A Igreja, ou seja, o Reino de Cristo já presente em mistério, cresce visivelmente no mundo pelo poder de Deus. Tal começo e crescimento exprimem-nos o sangue e a água que manaram do lado aberto de Jesus crucificado (cfr. Jo. 19,34), e preanunciam-nos as palavras do Senhor acerca da Sua morte na cruz: «Quando Eu for elevado acima da terra, atrairei todos a mim» (Jo. 12,32 gr.). Sempre que no altar se celebra o sacrifício da cruz, na qual «Cristo, nossa Páscoa, foi imolado» (1 Cor. 5,7), realiza-se também a obra da nossa redenção. Pelo sacramento do pão eucarístico, ao mesmo tempo é representada e se realiza a unidade dos fiéis, que constituem um só corpo em Cristo (cfr. 1 Cor. 10,17). Todos os homens são chamados a esta união com Cristo, luz do mundo, do qual vimos, por quem vivemos, e para o qual caminhamos. O Espírito santificador e vivificador da Igreja 4. Consumada a obra que o Pai confiou ao Filho para Ele cumprir na terra (cfr. Jo. 17,4), foi enviado o Espírito Santo no dia de Pentecostes, para que santificasse continuamente a Igreja e deste modo os fiéis tivessem acesso ao Pai, por Cristo, num só Espírito (cfr. Ef. 2,18). Ele é o Espírito de vida, ou a fonte de água que jorra para a vida eterna (cfr. Jo. 4,14; 7, 38-39); por quem o Pai vivifica os homens mortos pelo pecado, até que ressuscite em Cristo os seus corpos mortais (cfr. Rom. 8, 10-11). O Espírito habita na Igreja e nos corações dos fiéis, como num templo (cfr. 1 Cor. 3,16; 6,19), e dentro deles ora e dá testemunho da adoção de filhos (cfr. Gál. 4,6; Rom. 8, 15-16. 26). A Igreja, que Ele conduz à verdade total (cfr. Jo. 16,13) e unifica na comunhão e no ministério, enriquece-a Ele e guia-a com diversos dons hierárquicos e carismáticos e adorna-a com os seus frutos (cfr. Ef. 4, 11-12; 1 Cor. 12,4; Gál. 5,22). Pela força do Evangelho rejuvenesce a Igreja e renova-a continuamente e leva-a à união perfeita com o seu 3
  • 4. Esposo (3). Porque o Espírito e a Esposa dizem ao Senhor Jesus: «Vem» (cfr. Apoc. 22,17)! Assim a Igreja toda aparece como «um povo unido pela unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo (4). O Reino de Deus 5. O mistério da santa Igreja manifesta-se na sua fundação. O Senhor Jesus deu início à Sua Igreja pregando a boa nova do advento do Reino de Deus prometido desde há séculos nas Escrituras: «cumpriu-se o tempo, o Reino de Deus está próximo» (Mc. 1,15; cfr. Mt. 4,17). Este Reino manifesta-se na palavra, nas obras e na presença de Cristo. A palavra do Senhor compara-se à semente lançada ao campo (Mc. 4,14): aqueles que a ouvem com fé e entram a fazer parte do pequeno rebanho de Cristo (Luc. 12,32), já receberam o Reino; depois, por força própria, a semente germina e cresce até ao tempo da messe (cfr. Mc. 4, 26-29). Também os milagres de Jesus comprovam que já chegou à terra o Reino: «Se lanço fora os demônios com o poder de Deus, é que chegou a vós o Reino de Deus» (Luc. 11,20; cfr. Mt. 12,28). Mas este Reino manifesta-se, sobretudo na própria pessoa de Cristo, Filho de Deus e Filho do homem, que veio «para servir e dar a sua vida em redenção por muitos» (Mt. 10,45). E quando Jesus, tendo sofrido pelos homens a morte da cruz, ressuscitou, apareceu como Senhor e Cristo e sacerdote eterno (cfr. At. 2,36; Hebr. 5,6; 7, 17-21) e derramou sobre os discípulos o Espírito prometido pelo Pai (cfr. At. 2,33). Pelo que a Igreja, enriquecida com os dons do seu fundador e guardando fielmente os seus preceitos de caridade, de humildade e de abnegação, recebe a missão de anunciar e instaurar o Reino de Cristo e de Deus em todos os povos e constitui o germe e o princípio deste mesmo Reino na terra. Enquanto vai crescendo, suspira pela consumação do Reino e espera e deseja juntar-se ao seu Rei na glória. As figuras da Igreja 6. Assim como, no Antigo Testamento, a revelação do Reino é muitas vezes apresentada em imagens, também agora a natureza íntima da Igreja nos é dada a conhecer por diversas imagens tiradas quer da vida pastoril ou agrícola, quer da construção ou também da família e matrimônio, imagens que já se esboçam nos livros dos Profetas. Assim a Igreja é o redil, cuja única porta e necessário pastor é Cristo (Jo. 10, 1-10). E também o rebanho do qual o próprio Deus predisse que seria o pastor (cfr. Is. 40,11; Ez. 34,11 ss.), e cujas ovelhas, ainda que governadas por pastores humanos, são, contudo guiadas e alimentadas sem cessar pelo próprio Cristo, bom pastor e príncipe dos pastores (cfr. Jo. 10,11; 1 Ped. 5,4), o qual deu a vida pelas suas ovelhas (cfr. Jo. 10, 11-15). A Igreja é a agricultura ou o campo de Deus (1 Cor. 3,9). Nesse campo cresce a oliveira antiga de que os patriarcas foram a raiz santa e na qual se realizou e realizará a reconciliação de judeus e gentios (Rom. 11, 13-26). Ela foi plantada pelo celeste agricultor como uma vinha eleita (Mt. 21, 33-43 par.; Is. 5,1 ss.). A verdadeira videira é Cristo que dá vida e fecundidade aos sarmentos, isto é, a nós que pela Igreja permanecemos n'Ele, sem o qual nada podemos fazer (Jo. 15, 1-5). A Igreja, Corpo místico de Cristo 7. O filho de Deus, vencendo, na natureza humana a Si unida, a morte, com a Sua morte e ressurreição, remiu o homem e transformou-o em nova criatura (cfr. Gál. 6,15; 2 Cor. 5,17). Pois, comunicando o Seu Espírito, fez misteriosamente de todos os Seus irmãos, chamados de entre todos os povos, como que o Seu Corpo. É nesse corpo que a vida de Cristo se difunde nos que crêem, unidos de modo misterioso e real, por meio dos sacramentos, a Cristo padecente e glorioso(6). Com efeito, pelo Batismo somos assimilados a Cristo; «todos nós fomos batizados no mesmo Espírito, para formarmos um só corpo» (1 Cor. 12,13). Por este rito sagrado é representada e realizada a união com a morte e ressurreição de Cristo; «fomos sepultados, pois, com Ele, por meio do Batismo, na morte»; se, porém; «nos tornamos com Ele um mesmo ser orgânico por morte semelhante à Sua, por semelhante ressurreição o seremos também (Rom. 6, 4-5). Ao participar realmente do corpo do Senhor, na fração do pão eucarístico, somos elevados à comunhão com Ele e entre nós. ; «Porque há um só pão, nós, que somos muitos, formamos um só corpo, visto participarmos todos do único pão» (1 Cor. 10,17). E deste modo nos tornamos todos membros desse corpo (cfr. 1 Cor. 12,27), sendo individualmente membros uns dos outros» (Rom. 12,5). E assim como todos os membros do corpo humano, apesar de serem muitos, formam, no entanto um só corpo, assim também os fiéis em Cristo (cfr. 1 Cor. 12,12). Também na edificação do Corpo de Cristo existe diversidade de membros e de funções. É um mesmo Espírito que distribui os seus vários dons segundo a sua riqueza e as 4
  • 5. necessidades dos ministérios para utilidade da Igreja (cfr. 1 Cor. 12, 1-11). Entre estes dons, sobressai a graça dos Apóstolos, a cuja autoridade o mesmo Espírito submeteu também os carismáticos (cfr 1 Cor. 14). O mesmo Espírito, unificando o corpo por si e pela sua força e pela coesão interna dos membros, produz e promove a caridade entre os fiéis. Daí que, se algum membro padece, todos os membros sofrem juntamente; e se algum membro recebe honras, todos se, alegram (cfr. 1 Cor. 12,26). A cabeça deste corpo é Cristo. Ele é a imagem do Deus invisível e n 'Ele foram criadas todas as coisas. Ele existe antes de todas as coisas e todas n'Ele subsistem. Ele é a cabeça do corpo que a Igreja é. É o princípio, o primogênito de entre os mortos, de modo que em todas as coisas tenha o primado (cfr. Col. 1, 15-18). Pela grandeza do Seu poder domina em todas as coisas celestes e terrestres e, devido à Sua supereminente perfeição e ação enchem todo o corpo das riquezas da Sua glória (cfr. Ef. 1, 18-23) (7). Todos os membros se devem conformar com Ele, até que Cristo se forme neles (cfr. Gál. 4,19). Por isso, somos assumidos nos mistérios da Sua vida, configurados com Ele, com Ele mortos e ressuscitados, até que reinemos com Ele (cfr. Fil. 3,21; 2 Tim. 2,11; Ef. 2,6; Col. 2,12; etc.). Ainda peregrinos na terra, seguindo as Suas pegadas na tribulação e na perseguição, associamo-nos nos seus sofrimentos como o corpo à cabeça, sofrendo com Ele, para com Ele sermos glorificados (cfr. Rom. 8,17). É por Ele que «o corpo inteiro, alimentado e coeso em suas junturas e ligamentos, se desenvolve com o crescimento dado por Deus» (Col. 2,19). Ele mesmo distribui continuamente, no Seu corpo que é a Igreja, os dons dos diversos ministérios, com os quais, graças ao Seu poder, nos prestamos mutuamente serviços em ordem à salvação, de maneira que, professando a verdade na caridade, cresçamos em tudo para Aquele que é a nossa cabeça (cfr. Ef. 4, 11-16 gr.). E para que sem cessar nos renovemos n'Ele (cfr. Ef. 4,23), deu-nos do Seu Espírito, o qual, sendo um e o mesmo na cabeça e nos membros, unifica e move o corpo inteiro, a ponto de os Santos Padres compararem a Sua ação à que o princípio vital, ou alma, desempenha no corpo humano(8). Cristo ama a Igreja como esposa, fazendo-se modelo do homem que ama sua mulher como o próprio corpo (cfr. Ef. 5, 25-28); e a Igreja, por sua vez, é sujeita à sua cabeça (ib. 23-24). «Porque n'Ele habita corporalmente toda a plenitude da natureza divina» (Col. 2,9), enche a Igreja, que é o Seu corpo e plenitude, com os dons divinos (cfr. Ef. 1, 22-23), para que ela se dilate e alcance a plenitude de Deus (cfr. Ef. 3,19). A Igreja, sociedade visível e espiritual Assim como Cristo realizou a obra da redenção na pobreza e na perseguição, assim a Igreja é chamada a seguir pelo mesmo caminho para comunicar aos homens os frutos da salvação. “Cristo Jesus que era de condição divina despojou-se de si próprio tomando a condição de escravo (Fil. 2, 6-7) e por nós, sendo rico, fez-se pobre” (2 Cor. 8,9): assim também a Igreja, embora necessite dos meios humanos para o prosseguimento da sua missão, não foi constituída para alcançar a glória terrestre, mas para divulgar a humildade e abnegação, também com o seu exemplo. Cristo foi enviado pelo Pai « a evangelizar os pobres... a sarar os contritos de coração» (Luc. 4,18), «a procurar e salvar o que perecera» (Luc. 19,10). De igual modo, a Igreja abraça com amor todos os afligidos pela enfermidade humana; mais ainda, reconhece nos pobres e nos que sofrem a imagem do seu fundador pobre e sofredor, procura aliviar as suas necessidades, e intenta servir neles o Cristo. Enquanto Cristo «santo, inocente, imaculado» (Hebr. 7,26), não conheceu o pecado (cfr. 2 Cor. 5,21), mas veio apenas expiar os pecados do povo (Hebr. 2,17), a Igreja, contendo pecadores no seu próprio seio, simultaneamente santa e sempre necessitada de purificação, exercita continuamente a penitência e a renovação. O sacerdócio comum e o sacerdócio ministerial 10. Cristo Nosso Senhor, Pontífice escolhido de entre os homens (cfr. Hebr. 5, 1-5), fez do novo povo um «reino sacerdotal para seu Deus e Pai» (Apor. 1,6; cfr. 5, 9-10). Na verdade, os batizados, pela regeneração e pela unção do Espírito Santo, são consagrados para ser casa espiritual, sacerdócio santo, para que, por meio de todas as obras próprias do cristão, ofereçam oblações espirituais e anunciem os louvores daquele que das trevas os chamou à sua admirável luz (cfr. 1 Ped. 2, 4-10). Por isso, todos os discípulos de Cristo, perseverando na oração e louvando a Deus (cfr. At., 2, 42-47), ofereçam-se a si mesmos como hóstias vivas, santas, agradáveis a Deus (cfr. Roma 12,1), dêem testemunho de Cristo em toda a parte e àqueles que lha pedirem dêem razão da esperança da vida eterna que neles habita (cfr. 1 Ped. 3,15). .O sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial ou hierárquico, embora se diferenciem essencialmente e não 5
  • 6. apenas em grau, ordenam-se mutuamente um ao outro; pois um e outro participam, a seu modo, do único sacerdócio de Cristo (16). Com efeito, o sacerdote ministerial, pelo seu poder sagrado, forma e conduz o povo sacerdotal, realiza o sacrifício eucarístico fazendo às vezes de Cristo e oferece-o a Deus em nome de todo o povo; os fiéis, por sua parte, concorrem para a oblação da Eucaristia em virtude do seu sacerdócio real (17), que eles exercem na recepção dos sacramentos, na oração e ação de graças, no testemunho da santidade de vida, na abnegação e na caridade operosa. O exercício do sacerdócio comum nos sacramentos A índole sagrada e, orgânica da comunidade sacerdotal efetiva pelos sacramentos e pelas virtudes. Os fiéis, incorporados na Igreja pelo Batismo, são destinados pelo caráter batismal ao culto da religião cristã e, regenerados para filhos de Deus, devem confessar diante dos homens a fé que de Deus receberam por meio da Igreja (18). Pelo sacramento da Confirmação, são mais perfeitamente vinculados à Igreja, enriquecidos com uma força especial do Espírito Santo e deste modo ficam obrigados a difundir e defender a fé por palavras e obras como verdadeiras testemunhas de Cristo (19). Pela participação no sacrifício eucarístico de Cristo, fonte e centro de toda a vida cristã, oferecem a Deus a vítima divina e a si mesma juntamente com ela (20); assim, quer pela oblação quer pela sagrada comunhão, não indiscriminadamente mas cada um a seu modo, todos tomam parte na ação litúrgica. Além disso, alimentados pelo corpo de Cristo na Eucaristia, manifestam visivelmente a unidade do Povo de Deus, que neste augustíssimo sacramento é perfeitamente significada e admiravelmente realizada. O sentido da fé e dos carismas no povo cristão 12. O Povo santo de Deus participa também da função profética de Cristo, difundindo o seu testemunho vivo, sobretudo pela vida de fé e de caridade oferecendo a Deus o sacrifício de louvor, fruto dos lábios que confessam o Seu nome (cfr. Hebr. 13,15). A totalidade dos fiéis que receberam a unção do Santo (cfr. Jo. 2, 20 e 27), não pode enganar-se na fé; e esta sua propriedade peculiar manifesta-se por meio do sentir sobrenatural da fé do povo todo, quando este, «desde os Bispos até ao último dos leigos fiéis» (22), manifesta consenso universal em matéria de fé e costumes. Com este sentido da fé, que se desperta e sustenta pela ação do Espírito de verdade, o Povo de Deus, sob a direção do sagrado magistério que fielmente acata, já não recebe simples palavra de homens, mas a verdadeira palavra de Deus (cfr. 1 Tess. 2,13), adere indefectivelmente à fé uma vez confiada aos santos (cfr. Jud. 3), penetra-a mais profundamente com juízo acertado e aplica-a mais totalmente na vida. Os fiéis católicos; a necessidade da Igreja 14. O sagrado Concílio volta-se primeiramente para os fiéis católicos. Fundado na Escritura e Tradição, ensina que esta Igreja, peregrina sobre a terra, é necessária para a salvação. Com efeito, só Cristo é mediador e caminho de salvação e Ele torna-Se-nos presente no Seu corpo, que é a Igreja; ao inculcar expressamente a necessidade da fé e do Batismo (cfr. Mc. 16,16; Jo. 3,15), confirmou simultaneamente a necessidade da Igreja, para a qual os homens entram pela porta do Batismo. Pelo que, não se poderiam salvar aqueles que, não ignorando ter sido a Igreja católica fundada por Deus, por meio de Jesus Cristo, como necessária, contudo, ou não querem entrar nela ou nela não querem perseverar. Caráter missionário da Igreja 17. Assim como o Filho foi enviado pelo Pai, assim também Ele enviou os Apóstolos (cfr. Jo. 20,21) dizendo: «ide, pois, ensinai todas as gentes, batizai-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinai-as a observar tudo aquilo que vos mandei. Eis que estou convosco todos os dias até à consumação dos séculos» (Mt. 28, 19-20). A Igreja recebeu dos Apóstolos este mandato solene de Cristo, de anunciar a verdade da salvação e de levá-la até aos confins da terra (cfr. At. 1,8). Faz, portanto, suas as palavras do Apóstolo: «ai de mim, se não prego o Evangelho» (1 Cor. 9,16), e por isso continua a mandar incessantemente os seus arautos, até que as novas igrejas se formem plenamente e prossigam, por sua vez, a obra da evangelização. Pois é impelida pelo Espírito Santo a cooperar para que o desígnio de Deus, que fez de Cristo o princípio de salvação para todo o mundo, se realize totalmente. Pregando o Evangelho, a Igreja atrai os ouvintes a crer e confessar a fé dispõe para o Batismo, liberta da escravidão do erro e 6
  • 7. incorpora-os a Cristo, a fim de que n'Ele cresçam pela caridade, até à plenitude. E a sua ação faz com que tudo quanto de bom encontra no coração e no espírito dos homens ou nos ritos e cultura próprias de cada povo, não só não pereça, mas antes seja sanada, elevada e aperfeiçoada, para glória de Deus, confusão do demônio e felicidade do homem. A todo o discípulo de Cristo incumbe o encargo de difundir a fé, segundo a própria medida (35). Mas se todos podem batizar os que acreditam, contudo, é próprio do sacerdote aperfeiçoar, com o sacrifício eucarístico, a edificação do corpo, cumprindo assim a palavra de Deus, anunciada pelo profeta: «do Oriente até ao Ocidente grande é o meu nome entre as gentes, e em todos os lugares é sacrificada e oferecida ao meu nome uma oblação pura» (Mal. 1,11) (36). É assim que a Igreja simultaneamente ora e trabalha para que toda a humanidade se transforme em Povo de Deus, corpo do Senhor e templo do Espírito Santo, e em Cristo, cabeça de todos, se dê ao Pai e Criador de todas as coisas toda a honra e toda a glória. Os Bispos, sucessores dos Apóstolos 20. A missão divina confiada por Cristo aos Apóstolos durará até ao fim dos tempos (cfr. Mt. 28,20), uma vez que o Evangelho que eles devem anunciar é em todo o tempo o princípio de toda a vida na Igreja. Pelo que os Apóstolos trataram de estabelecer sucessores, nesta sociedade hierarquicamente constituída. Assim, não só tiveram vários auxiliares no ministério (40), mas, para que a missão que lhes fora entregue se continuasse após a sua morte, confiaram a seus imediatos colaboradores, como em testamento, o encargo de completarem e confirmarem a obra começada por eles (41), recomendando-lhes que velassem por todo o rebanho, sobre o qual o Espírito Santo os restabelecera para apascentarem a Igreja de Deus (cfr. Act. 20, 28). Estabeleceram assim homens com esta finalidade e ordenaram também que após a sua morte fosse o seu ministério assumido por outros homens experimentados (42). Entre os vários ministérios que na Igreja se exercem desde os primeiros tempos, consta da tradição que o principal é o daqueles que, constituídos no episcopado em sucessão ininterrupta (43) são transmissores do múnus apostólico (44). E assim, como testemunha santo Irineu, a tradição apostólica é manifestada em todo o mundo (45) e guardada (46) por aqueles que pelos Apóstolos foram constituídos Bispos e seus sucessores. O Episcopado como Sacramento 21. Na pessoa dos Bispos, assistido pelos presbíteros está presente no meio dos fiéis o Senhor Jesus Cristo, pontífice máximo. Sentado à direita de Deus Pai, não deixa de estar presente ao corpo dos seus pontífices (53), mas, antes de mais, por meio do seu exímio ministério, prega a todas as gentes a palavra de Deus, administra continuamente aos crentes os sacramento da fé, incorpora por celeste regeneração e graças à sua ação paternal (cfr. 1 Cor. 4,15) novos membros ao Seu corpo e, finalmente, com sabedoria e prudência, dirige e orienta o Povo do Novo Testamento na peregrinação para a eterna felicidade. Estes pastores, escolhidos para apascentar o rebanho do Senhor, são ministros de Cristo e dispensadores dos mistérios de Deus (cfr. 1 Cor. 4,1); a eles foi confiado o testemunho do Evangelho da graça de Deus (cfr. Rom. 15,16; At. 20,24) e a administração do Espírito e da justiça em glória (cfr. 2 Cor. 3, 8-9). O Colégio dos Bispos e a sua Cabeça 22. Assim como, por instituição do Senhor, S. Pedro e os restantes Apóstolos formam um colégio apostólico, assim de igual modo estão unidos entre si o Romano Pontífice, sucessor de Pedro, e os Bispos, sucessores dos Apóstolos. A natureza colegial da ordem episcopal, claramente comprovada pelos Concílios ecumênicos celebrados no decurso dos séculos, manifesta-se já na disciplina primitiva, segundo a qual os Bispos de todo o orbe comunicavam entre si e com o Bispo de Roma no vínculo da unidade, da caridade e da paz (59); e também na reunião de Concílios (60), nos quais se decidiram em comum, coisas importantes (61), depois de ponderada a decisão pelo parecer de muitos (62); o mesmo é claramente demonstrado pelos Concílios Ecumênicos, celebrados no decurso dos séculos. E o uso já muito antigo de chamar vários Bispos a participarem na elevação do novo eleito ao ministério do sumo sacerdócio insinua-a já também. É, pois, em virtude da sagração episcopal e pela comunhão hierárquica com a cabeça e os membros do colégio que alguém é constituída membro do corpo episcopal. O cuidado de anunciar o Evangelho em todas as partes da terra pertence ao corpo dos pastores, aos quais em conjunto deu Cristo o mandato, impondo este comum dever, como já o Papa Celestino recordava aos Padres do Concílio de Éfeso (71). 7
  • 8. Pelo que, cada um dos Bispos, quanto o desempenho do seu próprio ministério o permitir, está obrigado a colaborar com os demais Bispos é com o sucessor de Pedro, a quem, dum modo especial, foi confiado o nobre encargo de propagar o cristianismo (72). Devem, por isso, com todas as forças, subministrar às Missões, não só operários para a messe, mas também auxílios espirituais e materiais, tanto por si mesmos diretamente como fomentando a generosa cooperação dos fiéis. Finalmente, os Bispos, em universal comunhão de caridade, prestem de boa vontade ajuda fraterna às outras igrejas, em especial às mais vizinhas e necessitadas, segundo o venerando exemplo dos antepassados. O tríplice ministério dos Bispos 24. Os Bispos, com sucessores dos Apóstolos, recebem do Senhor, a quem foi dado todo o poder no céu e na terra, a missão de ensinar todos os povos e de pregar o Evangelho a toda a criatura, para que todos os homens se salvem pela fé, pelo Batismo e pelo cumprimento dos mandamentos (cfr. Mt 28,18; Mc. 16, 15- 16; At. 26, 17 ss.). Para realizar esta missão, Cristo Nosso Senhor prometeu o Espírito Santo aos Apóstolos e enviou-o do céu no dia de Pentecostes, para, com o Seu poder, serem testemunhas perante as nações, os povos e os reis, até aos confins da terra (cfr. At. 1,8; 2,1 ss.; 9,15). Este encargo que o Senhor confiou aos pastores do Seu povo é um verdadeiro serviço, significativamente chamado «diaconia» ou ministério na Sagrada Escritura (cfr. At. 1, 17 e 25; 21-19; Rom. 11, 13; 1 Tim. 1,12). O ministério episcopal de ensinar 25. Entre os principais encargos dos Bispos ocupa lugar preeminente a pregação do Evangelho (75). Os Bispos são os arautos da fé que para Deus conduzem novos discípulos. Dotados da autoridade de Cristo, são doutores autênticos, que pregam ao povo a eles confiado a fé que se deve crer e aplicar na vida prática; ilustrando-a sob a luz do Espírito Santo e tirando do tesouro da revelação coisas novas e antigas (cfr. Mt. 13,52), fazem-no frutificar e solicitamente afastam os erros que ameaçam o seu rebanho (cfr. 2 Tim. 4, 1- 4). O ministério episcopal de santificar 26. Revestido da plenitude do sacramento da Ordem, o Bispo é o «administrador da graça do supremo sacerdócio» (84), principalmente na Eucaristia, que ele mesmo oferece ou providencia para que seja oferecida (85), e pela qual vive e cresce a Igreja. Esta Igreja de Cristo está verdadeiramente presente em todas as legítimas comunidades locais de fiéis, as quais aderindo aos seus pastores, são elas mesmas chamadas igrejas no Novo Testamento (86). Pois elas são, no local em que se encontram o novo Povo chamado por Deus, no Espírito Santo e com plena segurança (cfr. 1 Tess. 1, 5). O ministério episcopal de reger 27. Os Bispos governam as igrejas particulares que lhes foram confiadas como vigários e legados de Cristo (94), por meio de conselhos, persuasões, exemplos, mas também com autoridade e poder sagrado, que exercem unicamente para edificar o próprio rebanho na verdade e na santidade, lembrados de que aquele que é maior se deve fazer como o menor, e o que preside como aquele que serve (cfr. Luc. 22, 26-27). Este poder que exercem pessoalmente em nome de Cristo, é próprio, ordinário e imediato, embora o seu exercício seja superiormente regulado pela suprema autoridade da Igreja e possa ser circunscrito dentro de certos limites para utilidade da Igreja ou dos fiéis. Os diáconos 29. Em grau inferior da hierarquia estão os diáconos, aos quais foram impostas as mãos «não em ordem ao sacerdócio, mas ao ministério» (109). Pois que, fortalecidos com a graça sacramental, servem o Povo de Deus em união com o Bispo e o seu presbitério, no ministério da Liturgia, da palavra e da caridade. É próprio do diácono, segundo for cometido pela competente autoridade, administrar solenemente o Batismo, guardar e distribuir a Eucaristia, assistir e abençoar o Matrimônio em nome da Igreja, levar o viático aos moribundos, ler aos fiéis a Sagrada Escritura, instruir e exortar o povo, presidir ao culto e à oração dos fiéis, administrar os sacramentais, dirigir os ritos do funeral e da sepultura. Consagrados aos ofícios da 8
  • 9. caridade e da administração, lembrem-se os diáconos da recomendação de S. Policarpo: «misericordiosos, diligentes, caminhando na verdade do Senhor, que se fez servo de todos» (110). OS LEIGOS Proêmio: Caráter peculiar dos leigos 30. Declaradas as diversas funções da Hierarquia, o sagrado Concílio volta de bom grado a sua atenção para o estado daqueles fiéis cristãos que se chamam leigos. Com efeito, se é verdade que todas as coisas que se disseram a respeito do Povo de Deus se dirigem igualmente aos leigos, aos religiosos e aos clérigos, algumas, contudo, pertencem de modo particular aos leigos, homens e mulheres, em razão do seu estado e missão; e os seus fundamentos, devido às circunstâncias especiais do nosso tempo, devem ser mais cuidadosamente expostos. Os sagrados pastores conhecem, com efeito, perfeitamente quanto os leigos contribuem para o bem de toda a Igreja. Pois eles próprios sabem que não foram instituídos por Cristo para se encarregarem por si sós de toda a missão salvadora da Igreja para com o mundo, mas que o seu cargo sublime consiste em pastorear de tal modo os fiéis e de tal modo reconhecer os seus serviços e carismas, que todos, cada um segundo o seu modo próprio, cooperem na obra comum. Pois é necessário que todos, «praticando a verdade na caridade, cresçamos de todas as maneiras para aquele que é a cabeça, Cristo; pelo influxo do qual o corpo inteiro, bem ajustado e coeso por toda a espécie de junturas que o alimentam com a ação proporcionada a cada membro, realiza o seu crescimento em ordem à própria edificação na caridade (Ef. 4, 15-16). Conceito e vocação do leigo na Igreja 31. Por leigos entendem-se aqui todos os cristãos que não são membros da sagrada Ordem ou do estado religioso reconhecido pela Igreja, isto é, os fiéis que, incorporados em Cristo pelo Batismo, constituídos em Povo de Deus e tornados participantes, a seu modo, da função sacerdotal, profética e real de Cristo, exercem, pela parte que lhes toca, a missão de todo o Povo cristão na Igreja se no mundo. Unidade na diversidade 32. A santa Igreja, por instituição divina, é organizada e governada com uma variedade admirável. «Assim como num mesmo corpo temos muitos membros, e nem todos têm a mesma função, assim, sendo muitos, formamos um só corpo em Cristo, sendo membros uns dos outros» (Rom. 12, 4-5). Um só é, pois, o Povo de Deus: «um só Senhor, uma só fé, um só Batismo (Ef. 4,5); comum é a dignidade dos membros, pela regeneração em Cristo; comum a graça de filhos, comum a vocação à perfeição; uma só salvação, uma só esperança e uma caridade indivisa. Nenhuma desigualdade, portanto, em Cristo e na Igreja, por motivo de raça ou de nação, de condição social ou de sexo, porque «não há judeu nem grego, escravo nem homem livre, homem nem mulher: com efeito, em Cristo Jesus, todos vós sois um» (Gál. 3,28 gr.; cfr. Col. 3,11). Os leigos, portanto, do mesmo modo que, por divina condescendência, têm por irmão a Cristo, o qual, apesar de ser Senhor de todos, não veio para ser servido mas para servir (cfr. Mt. 20,28), de igual modo têm por irmãos aqueles que, uma vez estabelecidos no sagrado ministério, apascentam a família de Deus ensinando, santificando e governando com a autoridade de Cristo, de modo que o mandamento da caridade seja por todos observado. A este respeito diz belissimamente S. Agostinho: «aterra-me o ser para vós, mas consola-me o estar convosco. Sou para vós, como Bispo; estou convosco, como cristão. “Nome de ofício, o primeiro; de graça, o segundo; aquele, de risco; este, de salvação” (111). O Apostolado dos leigos 33. Unidos no Povo de Deus, e constituídos no corpo único de Cristo sob uma só cabeça, os leigos, sejam quais forem, todos são chamados a concorrer como membros vivos, com todas as forças que receberam da bondade do Criador e por graça do Redentor, para o crescimento da Igreja e sua contínua santificação. O apostolado dos leigos é participação na própria missão salvadora da Igreja, e para ele todos são destinados pelo Senhor, por meio do Batismo e da Confirmação. E os sacramentos, sobretudo a sagrada Eucaristia, comunicam e alimentam aquele amor para com Deus e para com os homens, que é a alma de todo o apostolado. Mas os leigos são especialmente chamados a tornarem a Igreja presente e ativa naqueles locais 9
  • 10. e circunstâncias em que só por meio deles ela pode ser o sal da terra (112). Deste modo, todo e qualquer leigo, pelos dons que lhe foram concedidos, é ao mesmo tempo testemunha e instrumento vivo da missão da própria Igreja, «segundo a medida concedida por Cristo» (Ef. 4,7). Além deste apostolado, que diz respeito a todos os fiéis, os leigos podem ainda ser chamados, por diversos modos, a uma colaboração mais imediata no apostolado da Hierarquia 3, à semelhança daqueles homens e mulheres que ajudavam o apóstolo Paulo no Evangelho, trabalhando muito no Senhor (cfr. Fil. 4,3; Rom. 16,3 ss.). Têm ainda a capacidade de ser chamados pela Hierarquia a exercer certos cargos eclesiásticos, com finalidade espiritual. A consagração do mundo pelo apostolado dos leigos 34. O supremo e eterno sacerdote Cristo Jesus, querendo também por meio dos leigos continuar o Seu testemunho e serviço, vivifica-o pelo Seu Espírito e sem cessar os incita a toda a obra boa e perfeita. E assim, àqueles que Intimamente associaram à própria vida e missão concedeu também participação no seu múnus sacerdotal, a fim de que exerçam um culto espiritual, para glória de Deus e salvação dos homens. Por esta razão, os leigos, enquanto consagrados a Cristo e ungidos no Espírito Santo, têm uma vocação admirável e são instruídos para que os frutos do Espírito se multipliquem neles cada vez mais abundantemente. Pois todos os seus trabalhos, orações e empreendimentos apostólicos, a vida conjugal e familiar, o trabalho de cada dia, o descanso do espírito e do corpo, se for feitos no Espírito, e as próprias incomodidades da vida, suportadas com paciência, se tornam em outros tantos sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por Jesus Cristo (cfr. 1 Ped. 2,5); sacrifícios estes que são piedosamente oferecidos ao Pai, juntamente com a oblação do corpo do Senhor, na celebração da Eucaristia. E deste modo, os leigos, agindo em toda a parte santamente, como adoradores, consagram a Deus o próprio mundo. Relações dos leigos com a Hierarquia 37. Como todos os fiéis, também os leigos têm o direito de receber com abundância, dos sagrados pastores, os bens espirituais da Igreja, principalmente os auxílios da palavra de Deus e dos sacramentos (116); e com aquela liberdade e confiança que convém a filhos de Deus e a irmãos em Cristo, manifestem-lhes as suas necessidades e aspirações. Segundo o grau de ciência, competência e autoridade que possuam, têm o direito, e por vezes mesmo o dever, de expor o seu parecer sobre os assuntos que dizem respeito ao bem da Igreja (117). Se o caso o pedir, utilizem os órgãos para isso instituídos na Igreja, e procedam sempre em verdade, fortaleza e prudência, com reverência e amor para com aqueles que, em razão do seu cargo, representam a pessoa de Cristo. Como todos os cristãos, devem os leigos abraçar prontamente, com obediência cristã, todas as coisas que os sagrados pastores, representantes de Cristo, determinar na sua qualidade de mestres e guias na Igreja, a exemplo de Cristo, o qual com a Sua obediência, levada até à morte, abriu para todos o feliz caminho da liberdade dos filhos de Deus. Nem deixem de encomendar ao Senhor nas suas orações os seus prelados, já que eles olham pelas nossas almas, como devendo dar contas delas, a fim de que o façam com alegria e não gemendo (cfr. Hebr. 13,17). Conclusões: os leigos vivificadores do mundo 38. Cada leigo deve ser, perante o mundo, uma testemunha da ressurreição, da vida do Senhor Jesus e um sinal do Deus vivo. Todos em conjunto, e cada um por sua parte, devem alimentar o mundo com frutos espirituais (cfr. Gál. 5,22) e nele difundir aquele espírito que anima os pobres, mansos e pacíficos, que o Senhor no Evangelho proclamou bem-aventurados (cfr. Mt. 5, 3-9). Numa palavra, “sejam os cristãos no mundo aquilo que a alma é no corpo” (119) A BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA MÃE DE DEUS NO MISTÉRIO DE CRISTO E DA IGREJA A Virgem mãe de Cristo 52. Querendo Deus, na Sua infinita benignidade e sabedoria, levar a cabo a redenção do mundo, «ao chegar a plenitude dos tempos, enviou Seu Filho, nascido de mulher,... a fim de recebermos a filiação aditiva» (Gál. 4, 4-5). «Por amor de nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus e encarnou na Virgem 10
  • 11. Maria, por obra e graça do Espírito Santo» (171). Este divino mistério da salvação é-nos relevado e continua na Igreja, instituída pelo Senhor como Seu corpo; nela, os fiéis, aderindo à cabeça que é Cristo, e em comunhão com todos os santos, devem também venerar a memória «em primeiro lugar da gloriosa sempre Virgem Maria Mãe do nosso Deus e Senhor Jesus Cristo» (172). A Virgem e a Igreja 53. Efetivamente, a Virgem Maria, que na anunciação do Anjo recebeu o Verbo no coração e no seio, e deu ao mundo a Vida, é reconhecida e honrada como verdadeira Mãe de Deus Redentor. Remida dum modo mais sublime, em atenção aos méritos de seu Filho, e unida a Ele por um vínculo estreito e indissolúvel, foi enriquecida com a excelsa missão e dignidade de Mãe de Deus Filho; é, por isso, filha predileta do Pai e templo do Espírito Santo, e, por este insigne dom da graça, leva vantagem á todas as demais criaturas do céu e da terra. Está, porém, associada, na descendência de Adão, a todos os homens necessitados de salvação; melhor, «é verdadeiramente Mãe dos membros (de Cristo), porque cooperou com o seu amor para que na Igreja nascessem os fiéis, membros daquela cabeça» (173). É, por esta razão, saudada como membro eminente e inteiramente singular da Igreja, seu tipo e exemplar perfeitíssimo na fé e na caridade; e a Igreja católica, ensinada pelo Espírito Santo, consagra-lhe, como a mãe amantíssima, filial hábito de piedade. A maternidade espiritual 61. A Virgem Santíssima, predestinada para Mãe de Deus desde toda a eternidade simultaneamente com a encarnação do Verbo, por disposição da divina Providência foi na terra a nobre Mãe do divino Redentor, a Sua mais generosa cooperadora e a escrava humilde do Senhor. Concebendo, gerando e alimentando a Cristo, apresentando-O ao Pai no templo, padecendo com Ele quando agonizava na cruz, cooperou de modo singular, com a sua fé, esperança e ardente caridade, na obra do Salvador, para restaurar nas almas a vida sobrenatural. É por esta razão nossa mãe na ordem da graça. 2 – OS MINISTÉRIOS 1.2. Ministério A palavra ministério (do latim, ministerium) tradução da palavra grega “diaconia” significa serviço dos irmãos para os irmãos, serviço prestado a comunidade, “função servil” onde todo cristão é chamado a servir, é uma espécie de prestação de serviços prestado à comunidade, respondendo a uma necessidade duradoura ou permanente. A pessoa que tem esta função representa a própria comunidade, agindo com muita cautela, longe de ser autoritário, longe de exercer poder, por isso o chamado a fazer de modo espontâneo e organizado. Os ministérios são testemunhos (mais do que classe na comunidade) de serviço a Deus, á Igreja e aos irmãos onde um Ministério se completa com o outro tornando-se necessários e dependentes, sem poderem como membros dizer um ao outro que é mais importante e que não depende um do outro. 2.2. Tipos de Ministérios Há na Igreja Ministérios ordenados e não ordenados: A – Ministérios Ordenados – aqueles que recebem o Sacramento da Ordem: Bispos, Padre, Diáconos e Religiosos. A Igreja atribui um valor muito especial a esses ministérios, porque os considera instituídos por Cristo. No Sacramento da Ordem, é o próprio Cristo que investe da sua autoridade aos ministros ordenados. O ministério ordenado ou sacerdócio ministerial está a serviço do sacerdócio batismal. Garante que, nos sacramentos, é Cristo que age pelo Espírito Santo para a Igreja. A missão de salvação confiada pelo Pai a seu Filho encarnado é confiada aos apóstolos e, por meio deles, a seus sucessores: recebem o Espírito de Jesus para agir em seu nome e em sua pessoa. Assim, o ministro ordenado e consagrado pelo sacramento da ordem (padres, diáconos e religiosos) é o elo sacramental que liga a ação litúrgica àquilo que disseram e fizeram os apóstolos, e, por meio destes, ao que disse e fez Cristo, fonte e fundamento dos sacramentos. 11
  • 12. B – Ministérios não Ordenados – É certo que ao lado dos Ministérios Ordenados, a Igreja reconhece também o lugar dos Ministérios não Ordenados que seja apto para assegurar um especial serviço da mesma Igreja. São os que têm como base o batismo e a crisma. Não estão acima do padre, não o superam, mas prestam um serviço voluntário dentro da consciência e espiritualidade exigida pelo ministério, uma vez que preenchido os requisitos de vivencia e pratica na Igreja. Este ministério sagrado deve ser exercido por leigos que tenham uma vida cristã autêntica, sejam maduros na fé, e possam servir a Igreja. Ministério eclesial - O próprio Cristo é a fonte do Ministério na Igreja. Instituiu-a, deu-lhe autoridade e missão, orientação e finalidade: Para apascentar e aumentar sempre o Povo de Deus. Cristo Senhor instituiu em sua Igreja uma variedade de ministérios que tendem ao bem de todo o Corpo. Pois os ministros que são revestidos do sagrado poder servem a seus irmãos para que todos os que formam o Povo de Deus... cheguem à salvação. Ministério da Reconciliação - A vontade de Cristo é que toda a sua Igreja seja, na oração, em sua vida e em sua ação, o sinal e instrumento do perdão e da reconciliação que "Ele nos conquistou ao preço de seu sangue". Mas confiou o exercício do poder de absolvição ao ministério apostólico, encarregado do "ministério da reconciliação" (2Cor 5,18). O apóstolo é enviado "em nome de Cristo", e "é o próprio Deus" que, por meio Dele, exorta e suplica: "Reconciliai-vos com Deus" (2Cor 5,20). Ministério Apostólico - Jesus confiou a Pedro uma autoridade específica: "Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: o que ligares na terra será ligado nos Céus, e o que desligares na terra será desligado nos Céus" (Mt 16,19). O "poder das chaves" designa a autoridade para governar a casa de Deus, que é a Igreja. Os presbíteros receberam um poder que Deus não deu nem aos anjos nem aos arcanjos. Deus sanciona lá no alto tudo o que os sacerdotes fazem aqui embaixo. Ministério catequético pregação palavra - O ministério da catequese haure energias sempre novas nos Concílios. O Concílio de Trento constitui neste ponto um exemplo a ser sublinhado: deu à catequese prioridade em suas constituições e em seus decretos; está ele na origem do Catecismo Romano, que também leva seu nome e constitui uma obra de primeira grandeza como resumo da doutrina cristã. Ministério de guardar e interpretar a Palavra - "É dever de todo cristão leigo praticante de sua fé esforçar-se, dentro dessas diretrizes, por entender e expor com maior aprofundamento o sentido da Sagrada Escritura, a fim de que, por seu trabalho como que preparatório, amadureça o julgamento da Igreja. Ministérios particulares ou Ministérios não ordenados - No intuito de servir às funções do sacerdócio comum dos fiéis, existem também outros ministérios particulares, não consagrados pelo sacramento da ordem, e cuja função é determinada pelos bispos de acordo com as tradições litúrgicas e as necessidades pastorais. Portanto, Ministério não é status e nem privilégio, é dom e graça, tarefa de todos e todo cristão batizado é co-responsável pela Igreja e salvação de seus fiéis, está ai a necessidade do cumprimento da missão, se colocar a serviço, se fazendo da própria vida ministerialidade da Igreja como uma “comunhão”, uma união de consciência, de corações e de vida. Em resumo Ministério é um carisma, ou seja, um dom do alto, do Pai pelo Filho no Espírito nos torna seu portador apto a desempenhar determinadas atividades e serviços ministeriais em ordem de salvação (confira Lúmen Gentium 12). Ministério da Comunhão Ministério sagrado que deve ser exercido por leigos que tenham uma vida cristã autêntica, sejam maduros na fé, e possam servir a Igreja. Além disso, o Ministro extraordinário da comunhão eucarística deve ter uma boa formação doutrinária, pois pode também realizar a celebração da palavra, orientar as pessoas a quem leva a Eucaristia, etc. Ele deve ensinar e viver o que a Igreja ensina, especialmente em relação à Eucaristia e as condições para recebê-la dignamente. Isto exige conhecimento da doutrina da Igreja. 3.2. A comunhão, participação no sacrifício de Cristo 12
  • 13. O Papa Pio X, querendo uma renovação da vida da Igreja, começou pela liturgia, recomendando, em diversos momentos, a comunhão freqüente (1905) e a comunhão das crianças (1910). O Papa Pio XII, em seus decretos sobre jejum eucarístico e a missa vespertina, tinha igualmente este objetivo; convidar o povo a participar da comunhão. O Concilio Vaticano II também faz um veemente apelo aos fiéis para que participem da comunhão (SC 55), permitindo mesmo a comunhão sob duas espécies. Os fiéis responderam a esse apelo da Igreja e, atualmente, na maioria dos casos, os ministros ordinários da comunhão (bispos, padres e diáconos) não conseguem mais responder as necessidades. Nas missas, os fiéis que comungam são, muitas vezes, numerosos. E importante, para o bom equilíbrio da celebração, que a procissão da comunhão não seja muito demorada. Reter os padres, aos domingos, só para distribuir a sagrada Comunhão não é de bom senso, quando outras atividades apostólicas reclamam sua presença. Os doentes, em geral, quando impedidos de participar da celebração eucarística da comunidade, expressam o desejo de receber a Sagrada Comunhão. Dessa forma, serão fortalecidos pela presença do Senhor e se unirão a comunidade, ao receberem a Eucaristia. As comunidades sem padre sofrem, muitas vezes, por não possuírem a Sagrada Comunhão. É importante que essas comunidades se reúnam aos domingos, escutem a Palavra de Deus, respondam pela oração e recebam a Sagrada Comunhão, unindo-se às Celebrações Eucarísticas que se realizam em outros lugares. 4.2. Designação dos Ministros Extraordinários Diante dessa situação, as Conferências Episcopais solicitaram à Santa Sé a permissão de Ministros Extraordinários para a distribuição da Sagrada Comunhão. Apoiando-se nas experiências feitas alguns anos atrás, a Santa Sé autorizou a designação de tais ministros, que podem receber o mandato por determinada circunstancias (ad actum), para um período de tempo determinado. Em resumo, a Instrução Immensae Charitatis, que facilita a comunhão sacramental, traz a data de 29/01/73, mas só foi divulgada no dia 29/03/73. Dado que essas faculdades foram concedidas unicamente em vista do bem espiritual dos fiéis verificando-se verdadeira necessidade. Importa que o fiel designado para ministro extraordinário da Sagrada Comunhão, seja devidamente preparado, se distinga pela vida cristã, pela fé e costumes exemplares. Assim deverá este se empenhar num esforço por estar a altura desta alta função, por cultivar a piedade para com a Santíssima a Eucaristia, e por ser sempre de edificação para os outros fiéis, pela sua devoção e reverencia para com o augustissimo sacramento do altar. 3 – MINISTRO EXTRAORDINÁRIO DA COMUNHÃO EUCARÍSTICA O Ministro Extraordinário da Comunhão Eucarística exerce um ministério. É um servidor e deverá conscientizar-se de que a sua preocupação deve estar voltada para uma relação intima entre o ministério, Jesus e a comunidade, ou seja, a pessoa deve carregar consigo que o ministério é estar a serviço de Jesus antes da comunidade, isto é, uma intimidade de pura espiritualidade, tornando essa comunidade mais cristã, mais missionária e ativa a caminho da salvação. O Ministério requer a consciência do compromisso assumido mediante Cristo e a comunidade para isso o Ministro extraordinário da comunhão eucarística deve buscar conhecer melhor sua fé e o espírito de vivência comunitária e que seja um promovedor e transformador da fraternidade. Portanto todos os ministérios devem ser exercidos em um espírito de serviço fraterno e dedicação à Igreja, em nome do Senhor. Ao mesmo tempo, a consciência de cada fiel, em seu julgamento moral sobre seus atos pessoais, deve evitar a encerrar-se em uma consideração individual, ao contrário deve-se fazer plenamente comunhão Deus e o irmão, na alegria, na tristeza e na vida como um todo. Pode-se dizer que esta comunhão só acontece com a convicta consciência “do estar a serviço para quem”. Serviço este que dignifica aquele que já é digno para levar a partilha desta dignidade ao outro, ao irmão. A presença do Ministro Extraordinário da Comunhão Eucarística é um sinal da sensibilidade ao apelo à colaboração fraterna e ao serviço na Igreja que se faz comunhão com Deus, os Ministros Ordenados (Padre, diáconos e religiosos), Ministros não Ordenados, a comunidade e a fé. Todo o ministério tem uma característica comunitária, divina e humana: “A cada um Deus confere dons para que possa colocá-los a serviço da comunidade”, na dimensão divina, Deus fortalece aquele que se dispõe a 13
  • 14. pratica de Sua vontade e na dimensão humano a pessoa é fortalecida pela graça da aceitação ao chamado e se colocar ao serviço. Todo Ministério só é completamente fortalecido quando nutrido pelo amor a Deus, ao irmão e ao serviço se fazendo comum união verdadeira e perpetuando pela consciência da missão que se torna testemunho no mundo promovendo a transformação que possa levar todos a salvação, lembrada sempre que Jesus é o centro da vida e de todo Ministério. 1.3. Espiritualidade Cada Ministro, por ser perante o mundo, testemunho da ressurreição e da vida do Senhor Jesus, e sinal do Deus vivo, deve aprimorar-se na oração, praticar a penitência, conhecer os documentos da Igreja e viver a doutrina cristã. O aprimoramento espiritual dos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão consiste no aprofundamento, escuta e vivência da Palavra. O Ministro se dispõe a caminhar em nome de Jesus e da comunidade até o irmão e leva-lhe o Pão da Vida! É responsabilidade da comunidade dar atenção primeira aos mais necessitado fazendo chegar até eles a força do Pão Vivo, a Eucaristia. Através dos Sacramentos a vida do homem, sua experiência passam a ter novo sentido! A vida nos reserva momentos e situações que sem a iluminação da fé, não conseguimos compreender. Sem a força do Pão Vivo da Eucaristia, temos dificuldades em aceita-los e, sem a certeza de que em Cristo todo o sofrimento e morte tornam-se nova vida e libertação, não conseguimos caminhar. Por isso, iluminados pela fé e fortalecidos pelo Pão da Eucaristia, seguimos com coragem o caminho de Cristo. O ministro é um servidor e com esta consciência cristã ajuda, em nome de Deus e da comunidade de fé, no trabalho que a Igreja necessitar antes de ver qualquer empecilho, a força maior está com aquele que se coloca a servir. A Espiritualidade do ministro seja essencialmente leiga, com consciência suficientemente esclarecida sobre a sua condição laical. Sendo então o Ministro um servidor, que se doa e que empresta seus pés e se dispõe a caminhar para a comunidade, até aquele que busca a Jesus, fazendo chegar até ele a força do Pão Vivo, a Eucaristia, com a responsabilidade de dar atenção e ser a presença viva do próprio Jesus. Para isso é importante que o Ministro conheça documentos, especialmente referentes à Eucaristia, a fim de exercer retamente esse ministério, e que conheça a “Instrução Geral do Missal Romano”, que disciplina a celebração da Santa Missa, evitando muitos procedimentos de maneira errada. O Senhor quer que seus discípulos tenham um poder imenso em Seu nome, quer que seus pobres servidores realizem tudo como Ele faria estando na terra. É também essencial que a teologia do sacerdócio comum dos fiéis esteja à base da espiritualidade, redescobrindo todas as dimensões dos sacramentos da iniciação cristã e que toda a formação espiritual seja adequada a todas as áreas da personalidade, que não seja artificial, fugindo às realidades temporais e que dê a sua atividade e à sua presença um sentido de fé, de esperança e de caridade cristã, que a desenvolvimento do serviço o leve a descobrir e a apresentar aos outros a presença de Deus nas realidades temporais, que o leve sempre a renovar a identidade Cristã no mundo, que tenha uma espiritualidade de sal, luz e fermento, que seja um Ministro de ação, de oração e dos sacramentos, que mantenha contato com a Palavra de Deus, a intimidade com Cristo na Eucaristia, na celebração dos Sacramentos e na prática da oração individual e comunitária. 2.3. Missão O Ministério Extraordinário da Sagrada Comunhão tem por objetivo de suprir uma necessidade da Igreja atribuindo além de assumir a identidade engajando-se mais profundamente na comunidade dando com maior intensidade sua contribuição para a construção do Reino de Deus e desempenhando com maior assiduidade sincrônica e harmoniosamente com os ministérios afins e outras pastorais da Igreja algumas atividades. 1 - Conhecer as necessidades da comunidade, seus apelos, as prioridades mais urgentes a serem respondidas. 2 - Conscientizar, a partir da realidade, dinamizando as tarefas comunitárias, sob a luz da Palavra de Deus. 3 - Apoiar os grupos da comunidade, ajudando-os a um trabalho participativo de comunhão. Ministério é serviço na comunidade. 14
  • 15. 4 - Cristo é o Pão da vida. O Ministro não só distribui o Pão Eucarístico, mas está comprometido com a "vida dos irmãos". 5 - O Ministro deverá estar ligado profundamente a Cristo, dinamizando e fermentando a comunidade, promovendo a fraternidade. 6 - O Ministro é chamado a conhecer melhor sua fé, ao estudo permanente, e à vivência concreta da fé na comunidade, principalmente junto aos necessitados e doentes. 7 - É importante que o Ministro cultive sua fé, o espírito comunitário, cresça na consciência do anúncio do Reino de Deus e da denúncia daquilo que não constrói fraternidade. Cresça no dom de si mesmo, na espiritualidade Eucarística, visando transformação. Suas atividades são diárias e constantes, concentrando- se, basicamente no servir. 8 - A de "servir o altar", junto ao sacerdote durante as Missas, obedecendo a uma escala previamente elaborada no intuito de que haja um justo revezamento para que todos tenham oportunidade de participar tanto das Missas semanais, como nas dominicais. 9 - A visitação aos doentes: onde é realizado deverá ser realizada uma preparação do doente para receber o Sacramento despertando também os familiares para a consciência do sacramento. Este trabalho pode ser feito em conjunto com a Pastoral da Saúde, de tal maneira que, no mínimo uma vez por semana, esta seja efetuada pelo Ministro da Comunhão acompanhado do agente visitador da Saúde, visando uma perfeita integração em benefício do doente, realizando atividades que se complementam. Ao conforto espiritual para o corpo, oferecido pelo visitador da Pastoral da Saúde, acrescenta-se o “alimento da alma”, o Pão Vivo da Eucaristia, oferecido ao enfermo no momento da comunhão que, nesta específica ocasião somente ao Ministro caberá administrar. 10 - Estar presente nas celebrações das exéquias sempre que houver necessidade, levando juntamente com outros membros o conforto aos familiares do falecido, dando um sentido cristão à morte. 11 - Presidir o culto eucarístico na ausência do sacerdote. 12 - Irradiar sempre que oportuno, a mensagem da Palavra de Deus por ocasião das visitas, ou no ambiente comunitário, de forma evangelizadora. 13 - Formar a comunidade cristã através da Palavra de Deus, despertar-lhe a fé e prepará-la para celebração eucarística. 14 - Expor e repor o Santíssimo Sacramento, nos termos do CAN 943. 15 - Participar ativamente da festa de Corpus Christi, congressos eucarísticos e semanas eucarísticas. 16 - Zelar pela dignidade do culto eucarístico e de tudo que lhe diz respeito. 17 - Dar resposta ou tirar dúvidas com respostas concretas, senão buscar a resposta certa antes de passá-la. 18 - Os ministros extraordinários deverão ajudar-se mutuamente e confraternizar-se entre si, tanto no plano espiritual como no plano material. 3.3. Alguns critérios para o exercício 1 - Seja crismado e tenha participação ativa na comunidade; 2 - Tenha vida cristã idônea, coerente e praticar a penitência; 3 - Se casado, que tenha um bom relacionamento e vida familiar cristã; 4 - Não podendo excluir os mais jovens deste ministério; 5 - Disponibilidade para o serviço (celebrações, visitas aos doentes e reuniões) e para participar de cursos específicos, promovidos pela Igreja ou Diocese; 6 - Capacidade para trabalhar em grupo, tanto na comunidade quanto com os ministros. 7 - Testemunho vivo de amor a Eucaristia; 8 - Indicação feita pela comunidade ou atitude visível e testemunhada; 9 - O mandato ter validade por tempo determinado, podendo ser prorrogável a critério da Igreja; 10 - Em caso de necessidades pastorais o Padre pode convocar qualquer fiel para este serviço; 11 - Aprimorar-se e ter vida ativa de oração e comunhão; 12 - Estar unido a Cristo e aos irmãos na vivencia da doutrina cristã e dos mandamentos da Lei de Deus, da Igreja e dos Sacramentos; 13 - Ter uma fé pura, não acreditar em superstições, crendices, espiritismos, macumbas, benziçoes contrárias aos princípios evangélicos e à Santíssima Trindade; 15
  • 16. 14 – Fazer da oração alimento diário para si, familiares e para a comunidade; 15 - Disponibilidade, humildade e obediência ás orientações da Igreja; 16 - Presteza e solicitude; 17 - Comprometido, acolhedor e alegre; 18 - Respeitador dos direitos de outrem, vivendo de acordo com os valores evangélicos religiosamente e socialmente; 19 - Estar aberto ao aprendizado de coisas novas, nunca pensar que já sabe tudo, e não ter vergonha de dizer que não sabe; 20 – Ser bom conselheiro sem faltar com o sigilo e respeito, tendo o bom senso de usar mais os ouvidos. 4.3. Atitudes do Ministro • Considerando que a escala é passada com antecedência, numa eventualidade de coincidência de compromisso o Ministro é responsável por fazer a troca não deixando vaga a sua posição de servir. • A preparação para o cumprimento do serviço vem da total consciência e modo de cada um desde que se faça sintonia com Jesus e demais membros em atividade (Padre, equipe de liturgia, música e demais Ministros) a parte do Ministro não deve e não pode ser isolado, um ministério alheio. • Usar trajes adequados, que inspirem o respeito que a ocasião requer, porém, asseados e sem formalismo; • Apresentar-se com a aparência (penteado, maquiagem e unhas cuidadas) mantendo devidos cuidados que o lugar e a situação requerem; • Não utilizar acessórios que possam atrapalhar ou desviar a atenção; • Evitar distribuir a comunhão quando estiver com ferimentos, ataduras ou bandagens, sobretudo nas mãos e nos dedos; • Verificar de acordo com o costume do Padre, o Missal deve estar sobre o altar no momento oportuno e deve ser preferido ao folheto, por questão de dignidade e beleza; • Quando escalado o Ministro deve chegar ao mínimo 40 minutos antes do inicio da celebração. • Na chegada na Igreja, antes de iniciar os serviços a visita ao santíssimo é indispensável para a oração pessoal (colocar-se na presença a serviço de Jesus). • Contribuir sempre para arrumação que antecede a celebração, ajudar a observar detalhes. • Discutir atividades, onde sentar, aspersão e comunhão ou mudanças e observações antes da Celebração para que não haja bate papo e trânsitos desnecessários durante a celebração desviando a atenção. • Estar atento e em sintonia ao acontecimento e a alguma necessidade extra ou fato inesperado. • Ceder o lugar do serviço a outro, caso não esteja em condição adequada ao momento. 5.3. O que não deve ocorrer na vida prática do Ministro • Ver o Ministério como status e não como um serviço • Ter dupla personalidade: ser amável pela frente e rancoroso pela costa • Curtir no coração certas rivalidades, indiferenças e inimizades com alguém • Falta de piedade ao entregar a hóstia ao comungante • Gostar de exercer o ministério só dentro da Igreja e perto do Padre • Usar vestes impróprias • Dizer fórmulas inventadas na hora de entregar a hóstia em vez de “O Corpo de Cristo” • Misturar hóstias consagradas com hóstias sem consagrar • Deixar para usar a veste de ministro somente na hora de distribuir a comunhão • Não ter zelo pelos objetos litúrgicos e alfaias • Achar que já sabe tudo e que só o seu jeito é certo e não buscar aprendizado dentro do ministério • Não ser verdadeiramente amigo dos outros membros do grupo • Não ser pontual chegando em cima da hora • Não se preocupar com a preparação que antecede a celebração porque espera que os outros façam 16
  • 17. •Achar que a missão de servir cabe só aos olhos do Padre, dos coordenadores e da comunidade •Deixar de contribuir para a arrumação do local após o termino da celebração, deixando para os outros, deve haver um consenso. PALAVRAS-CHAVES: RESPEITO, DEVOÇÃO, DISCRIÇÃO E HUMILDADE. 4 – SAGRADA CEIA DO SENHOR: “O MISTÉRIO DA FÉ” 1.4. Missa A Missa guarda uma íntima relação com a última Ceia, porque esta foi a primeira Missa celebrada por Cristo, as que seguem depois é o cumprimento das palavras que então pronunciou “Fazei isto em memória de mim” À luz da Revelação na Escritura, e no desenvolvimento da Tradição, vemos e entendemos que o Senhor tem uma intenção clara na última Ceia, onde também fica instituído o sacramento da Ordem (em virtude do requerimento do mandato). Deixa um mandamento claro "fazei isto em memória de mim", para que sua presença e sua salvação cheguem a todos os homens e em todas as épocas, para que possamos ter vida eterna, ao comer sua carne e beber seu sangue. O caráter de "memorial" que a Missa tem por definição, exige dos cristãos a atitude de nos introduzirmos no mistério pascal tal e como é; não como lembrança de algo que aconteceu, mas associando-nos a uma ação que continua se verificando hoje. Por isso quando celebramos a Santa Missa, nos trasladamos e nos fazemos presentes na Ceia do Senhor onde estamos com Maria ao pé da Cruz. Estamos nos alimentando do Corpo e Sangue do Senhor, estamos sendo salvos em virtude de seu sacrifício. Estaremos participando da unidade em comunhão com o Senhor e por isso podemos unir nossos sacrifícios e sofrimentos aos de Cristo. Só "por Ele, com Ele e nEle" têm um profundo sentido e dão acesso à dimensão redentora. A Missa também tem um valor de impetração, isto é, nos consegue de Deus tais graças que só o desconhecimento do que se pode alcançar com Missa explica o pouco empenho que tantos católicos colocam em não assistir a ela. Enquanto louvor e ação de graças tem um valor infinito, pois tem a Deus como referência e aí não há limite para a ação de Cristo. Posto que em todo pecado há culpa que merece uma pena, a Missa, no que tem de sacrifício que satisfaz pelo pecado, afeta em sua aplicação a culpa e a pena, a saber, expiando a culpa e satisfazendo pela pena, mas não absolutamente, mas na medida que o permite a capacidade de recepção que existe. Seu efeito depende da disposição que tenha o fiel. Quando participamos da Eucaristia experimentamos a divindade do Espírito Santo, que não só nos conforta com Cristo, como nos cristifica por inteiro, associando-nos à plenitude de Cristo. Enquanto o Sacramento Eucarístico só aproveita quem o recebe, pois um alimento (e a Eucaristia é um alimento para a alma) só aproveita quem o toma, a Missa é um sacrifício, uma vítima que se oferece a Deus, e que pode ser oferecida por outros para benefício de outros. Em resumo nas partes principais da Missa – Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística está aberto a todos os fiéis o convite a estarem em sintonia, vivencia e a Palavra de Deus e leva todos a refletirem sobre atitudes nas quais as leituras e homilias nos cativa a nos fazer parte delas e até viver as parábolas com Jesus, nos colocando junto dos discípulos, apóstolos e povos das mesmas. E mais a liturgia nos leva a aprender colocar Jesus junto de nós nas tristezas, dificuldades e problemas, alegrias, sucessos e superações, afirmando sempre o que diz a Palavra: “Eis que estarei convosco todos os dias até o final dos tempos...” Por último, a Missa não é um ato puramente pessoal do sacerdote ou de cada fiel, mas eminentemente comunitário, pois é a Igreja que o oferece, e a Igreja é um Corpo no qual todos seus membros são solidários, o cristão que se beneficia da Santa Missa não deve se beneficiar somente para ele, mas também para os outros. 2.4. A Eucaristia - O que é a Eucaristia? A Eucaristia é a consagração do pão no Corpo de Cristo e do vinho em seu Sangue que renova mística e sacramentalmente o sacrifício de Jesus na Cruz. A Eucaristia é Jesus real e pessoalmente presente no pão e no vinho que o sacerdote consagra. Pela fé cremos que a presença de Jesus na Hóstia e 17
  • 18. no vinho não é só simbólica, mas real; isto se chama o mistério da transubstanciação já que o que muda é a substância do pão e do vinho; os acidentes, forma, cor, sabor, etc. permanecem iguais. "A Eucaristia é um mistério altíssimo, é propriamente o Mistério da fé, como se exprime a Sagrada Liturgia: Nele só, estão concentradas, com singular riqueza e variedade de milagres, todas as realidades sobrenaturais. [...] Sobretudo deste Mistério é necessário que nos aproximemos com humilde respeito, não dominados por pensamentos humanos, que devem emudecer, mas atendo-nos firmemente à Revelação divina" (carta encíclica Mysterium Fidei). Um símbolo litúrgico será necessariamente simples, pois a realidade que ele nos faz penetrar é também simples, como o é o Criador de todos os mistérios. Portanto, não desprezemos os gestos, as palavras ditas, as vestes, o sagrado rito, por sua simplicidade, para não corrermos o risco de desprezarmos também o mistério que esses símbolos escondem e apontam. Se um homem enamorado devota às cartas de sua namorada o amor que dirige à sua autora, muito mais devemos nós, também, zelar para que a santa missa seja sempre honrada e respeitada, em toda a sua inteireza. A instituição da Eucaristia aconteceu durante a última ceia pascal que celebrou com seus discípulos e os quatro relatos coincidem no essencial, em todos eles a consagração do pão precede a do cálice; embora devamos lembrar que na realidade histórica, a celebração da Eucaristia (Fração do Pão) começou na Igreja primitiva antes da redação dos Evangelhos. Os sinais essenciais dos sacramentos eucarísticos são pão de trigo e vinho da videira, sobre os quais é invocada a bênção do Espírito Santo e o presbítero pronuncia as palavras da consagração ditas por Jesus na última Ceia: "Isto é meu Corpo entregue por vós... Este é o cálice do meu Sangue..." A palavra Eucaristia vem da língua grega e quer dizer “Ação de Graças” quer dizer também celebração dos mistérios cristãos; a partir do pão, como fala São Paulo (Cor. 10, 15). Somente em caso extremo se recebe a Eucaristia fora da Missa. Por isso se diz que a Eucaristia é sinal de união, comunhão. A Eucaristia é uma refeição sacrifical em que se faz comunitária, revivendo o sacrifício de Jesus. A última ceia pascal de Jesus foi a primeira Santa Missa da Sua Igreja, por isso em cada Missa esse Mistério do sacrifício, Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo é re-atualizado e re-presencializado sacramentalmente, no altar, sob os sinais do pão e do vinho. 3.4. Encontro com Jesus amor Necessariamente o encontro com Cristo Eucaristia é uma experiência pessoal e íntima, e que supõe o encontro pleno de dois que se amam. É, portanto, impossível generalizar sobre eles. Porque só Deus conhece os corações dos homens. Entretanto, sim devemos transluzir em nossa vida, a transcendência do encontro íntimo com o Amor. É lógico pensar que quem recebe esta Graça, está em maior capacidade de amar e de servir ao irmão e que, além disso, alimentado com o Pão da Vida deve estar mais fortalecido para enfrentar as provações, para encarar o sofrimento, para contagiar sua fé e sua esperança. Em fim, para levar a feliz término a missão, a vocação, que o Senhor lhe dá. Se apreciássemos de veras a Presença de Cristo no sacrário, nunca o encontraríamos sozinho, acompanhado apenas pela lâmpada Eucarística acesa, o Senhor hoje nos diz a todos e a cada um, o mesmo que disse aos Apóstolos "Com ânsias desejei comer esta Páscoa convosco” Lc.22,15. O Senhor nos espera ansioso para entregar-se a nós como alimento; somos conscientes disso, de que o Senhor nos espera no Sacrário, com a mesa celestial servida? E nós, por que o deixamos esperando? Ou é por acaso, quando vem alguém de visita a nossa casa, o deixamos na sala e vamos nos ocupar de nossas coisas? É exatamente isso o que fazemos em nosso apostolado, quando nos enchemos de atividades e nos descuidamos na oração diante do Senhor, que nos espera no Sacrário, preso porque nos "amou até o extremo" e resulta que, por quem se fez o mundo e tudo o que nele habita (nós inclusive) encontra-se ali, oculto aos olhos, mas incrivelmente luminoso e poderoso para saciar todas nossas necessidades. 4.4. Adoração Eucarística Sendo o pão uma comida que nos serve de alimento e conserva sendo guardada, Jesus Cristo quis ficar na terra sob as espécies de pão, não para servir de alimento às almas que o recebem na sagrada Comunhão, mas também para ser conservado no sacrário e tornar-se presente no meio de nós, manifestando-nos por este eficacíssimo meio o amor que tem por nós. Em toda forma de culto a este 18
  • 19. Sacramento é preciso levar em conta que sua intenção deve ser uma maior vivência da celebração eucarística. As visitas ao Santíssimo, as exposições e bênçãos devem ser um momento para aprofundar na graça da comunhão, revisar nosso compromisso com a vida cristã; a verificação de cada um frente a Palavra do Evangelho, juntar-se ao silencioso mistério do Deus calado... Esta dimensão individual do tranqüilo silêncio da oração, estando diante dele no amor, deve impulsionar a contrastar a verdade da oração, no encontro dos irmãos, aprendendo a estar com eles na comunicação fraternal. 5.4. A exposição A exposição e bênção com o Santíssimo Sacramento é um ato comunitário no qual deve estar presente a celebração da Palavra de Deus e o silêncio contemplativo. A exposição eucarística ajuda a reconhecer nela a maravilhosa presença de Cristo ou convida à união mais íntima com ele, que adquire seu cume na comunhão Sacramental. Tendo-se reunido o povo, e, se oportuno, tendo iniciado algum cântico, o ministro se aproxima do altar. Se o Sacramento não está reservado no altar da exposição, o ministro, com o pano de ombros o traz do lugar da reserva, acompanhado por acólitos ou por fiéis com velas acesas. O Ostensório ou a custódia deve ser colocado sobre o altar coberto com manto; mas se a exposição se prolongar durante algum tempo e se for feita com a custódia, pode ser usado o manifestador, colocado em um lugar mais alto, mas tendo cuidado de que não fique muito alto nem distante. Se a exposição é feita com a custódia, logo se retira. Se a exposição é solene e prolongada, a hóstia deve ser consagrada para a exposição, na Missa que antes for celebrada, e será colocada sobre o altar, na custódia, depois da comunhão. A Missa concluirá com a oração depois a da comunhão, omitindo os ritos de conclusão. Antes de retirar-se do altar, o sacerdote, se achar oportuno, colocará a custódia e fará a incensação. Durante o tempo da exposição, será feitas orações, cantos e leituras, de tal sorte que os fiéis, recolhidos em oração, se dediquem exclusivamente a Cristo Senhor. Para alimentar uma profunda oração, devem ser aproveitadas as leituras da sagrada Escritura, com a homilia, ou breves exortações, que promovam um maior apreço do mistério eucarístico. É também conveniente que os fiéis respondam à palavra de Deus, cantando. Também é necessário guardar piedoso silêncio nos momentos oportunos. 6.4. A liturgia é o cume e a fonte da ação da igreja A liturgia renova e aprofunda a aliança do Senhor com os homens, na eucaristia, fazendo-os arder no amor de Cristo. Dela, pois, especialmente da eucaristia, como de uma fonte, derrama-se sobre nós a graça e brota com soberana eficácia a santidade em Cristo e a glória de Deus, fim para o qual tudo tende na Igreja. Sacrosanctum Concilium, 7 7.4. O uso do incenso na liturgia - Devemos exalar o bom odor de Cristo O uso do incenso para o culto é antiqüíssimo, pré-cristão. Novamente recorramos a Bíblia para compreender melhor. No Templo de Jerusalém – já antes em torno da Arca da Aliança – o rito do incenso era clássico. No cap. 30 do Êxodo estabelecem-se como será o “altar do incenso”, no Evangelho de Lucas 1, 8-9. O profeta Isaías anunciou que na nova era de Jerusalém viriam reis do oriente ouro e incenso em honra do Senhor (Is 60, 6). O evangelho vê a profecia cumprida nos dons que os magos do oriente ao Menino Divino: ouro, incenso e mirra. Elegantemente e solenemente, o uso do incenso dentro da Celebração litúrgica, expressa o respeito e a reverência ao Senhor nosso Deus. Todavia, em profundidade maior, indica a atitude de elevação da mente para Deus. Já o salmo 40 nos faz rezar: “que minha prece seja o incenso diante de Ti”. Também podemos conferir no Apocalipse de S. João 8, 3-4. O incenso, cheio de perfumes que sobe aos céus, simboliza a fé, o amor, a oração, a adoração e sobre tudo a atitude de oferenda e sacrifício dos fiéis diante de Deus. Devemos ter consciência de que o verdadeiro perfume agradável a Deus – do qual o incenso é sinal exterior – é a nossa vida como oferta e sacrifício de louvor. Exorta-nos o apóstolo Paulo: “vivei no amor, como Cristo nos amou e se entregou a si mesmo a Deus por nós em oblação de vítima, como perfume de agradável odor” (Ef 5,2). Os ritos de incensação 19
  • 20. querem indicar nossa própria vida como um sacrifício agradável a Deus e perfume benfazejo para os demais. Contemplando o Mistério inexaurível do Cristo sacrificado sobre o altar nas espécies sagradas. 8.4. Posições corporais - Nosso corpo também reza Posições corporais e gestos na liturgia se tornam oração. Na liturgia toda a pessoa é chamada a participar. Assim, os gestos corporais são também vivamente litúrgicos. Assim, temos: - Estar em pé: é a posição do Cristo Ressuscitado, atitude de quem está pronto para obedecer, pronto para partir. Demonstra prontidão para por em prática os ensinamentos de Jesus. - Estar sentado: é a posição de escuta, de diálogo, de quem medita e reflete. Na liturgia, esta posição cabe principalmente ao se ouvir as leituras (salvo a leitura do Evangelho), na hora da homilia e quando a pessoa está concentrada, meditando. - Estar ajoelhado: é a posição de quem se põe em oração profunda, confiante. - Fazer genuflexão: faz-se dobrando o joelho direito até o solo. Significa adoração, pelo que é reservado ao Santíssimo Sacramento, quer exposto, quer guardado no sacrário. Não fazem genuflexão nem inclinação profunda aqueles que transportam os objetos que se usam nas celebrações, por exemplo, a cruz, os castiçais, o livro dos evangelhos. - Prostrar-se: significa estender-se no chão; expressa profundo sentimento de indignidade, humildade, e também de súplica. Gesto previsto na sexta-feira santa, no início da celebração da Paixão. Também os que vão ser ordenados diáconos e presbíteros se prostram. - Inclinar o corpo: é uma atitude intermediária entre estar de pé e ajoelhar-se. Sinal de reverência e de honra que se presta às pessoas ou às imagens. Faz-se inclinação diante da cruz, no início e no fim da celebração; ao receber a bênção; quando, durante o ato litúrgico, há necessidade de passar diante do tabernáculo; antes e depois da incensação, e todas as vezes em que vier expressamente indicada nos diversos livros litúrgicos. - Erguer as mãos: é um gesto de súplica ou de oferta do coração a Deus. Geralmente se usa durante a recitação do Pai-Nosso e nos cantos de louvor. - Bater no peito: é expressão de dor e arrependimento dos pecados. Este gesto ocorre na oração Confesso a Deus todo poderoso... - Silêncio: atitude indispensável nas celebrações litúrgicas. Indica respeito, atenção, meditação, desejo de ouvir e aprofundar a palavra de Deus. Na celebração eucarística, se prevê um instante de silêncio no ato penitencial e após o convite à oração inicial, após uma leitura ou após a homilia. Depois da comunhão, todos são convidados a observar o silêncio sagrado. 9.4. O sinal da Cruz: Sinal de pertença ao rebanho de Cristo Dentro da celebração Eucarística nós o fazemos três vezes: 1- no principio da Missa 2- na proclamação do Evangelho 3- na benção final Sinal este que em um rito muito eloqüente, no batismo, o sacerdote traçou sobre nossas cabeças o sinal da cruz dizendo: “Eu te assinalo com o sinal de Cristo Salvador”. 10.4. As procissões na liturgia - O povo de Deus em caminhada Na procissão de abertura o presidente com os demais ministros avançam em marcha para o Altar, enquanto a comunidade entoa o canto de abertura. Esse gesto tem por fim salientar que o presidente é o sinal visível de Cristo, verdadeiro Sacerdote ao qual nos uniremos. A procissão do Evangeliário: Durante o canto de aclamação ao evangelho, o ministro se aproxima do Altar onde está, desde a abertura da celebração, o livro dos evangelhos (evangeliário). Esse significativo livro litúrgico que simboliza o Cristo que fala ao seu povo, na procissão de entrada é deitado sobre o Altar. Podemos observar algo interessante: Altar e Livro: um binômio que acena para o duplo encontro que vamos ter com Cristo. Palavra e divino alimento da comunidade cristã. Tomado o Evangeliário, o ministro 20
  • 21. translada até o ambão acompanhado das duas velas e também do turíbulo fumegando. Chegando ao Ambão abre o livro para a proclamação da Boa Nova de Cristo. A procissão do ofertório: É a procissão onde os fiéis levam até o Sacerdote os dons para o sacrifício: pão e vinho. Também podem trazer em procissão outras ofertas como alimento e donativos aos pobres, porém não se deve s colocá-las sobre o Alar do Sacrifício. Seja o que for que se trouxer na procissão, o pão e o vinho, sinais escolhidos desde o princípio dos tempos para a Eucaristia, devem ser o último dos sinais a ser apresentados ao Sacerdote. Depois de analisarmos as procissões dentro da celebração Eucarística, vemos que o movimento de caminhar na Liturgia é muito constante. Para entendermos seu significado podemos recorrer a Sagrada Escritura. A vida cristã é “seguir Jesus”, é fazer caminho. Os primeiros cristãos identificavam freqüentemente a fé com caminho (At 9,2). Também Paulo falava da “corrida” de um cristão (Gl 2,2;5,7). No antigo testamento vemos o povo da antiga aliança que caminhou incessantemente rumo a sua libertação (livro do Êxodo). Também a Igreja está em marcha, ela é peregrina na terra. Somos povo de Deus que caminha rumo a eternidade, rumo a vida verdadeira e a amizade com Cristo. 5 – AS CORES LITÚRGICAS: SUA FUNÇÃO E SIGNIFICADOS O uso das cores litúrgicas pode ajudar-nos a penetrar no mistério que celebramos, quer na celebração do dia quer no tempo litúrgico. Como nos diz o Missal Romano em suas instruções gerais: “A diversidade de cores nas vestes sagradas tem como fim expressar com mais eficácia, ainda que exteriormente, as características dos mistérios da fé que se celebram...” (IGMR 307) O branco: Resultado de todas as cores juntas simbolizam a pureza, paz, alegria, júbilo. Sendo assim é usada no Natal e na Epifânia, durante todo o tempo pascal. Também se usa nas festas e solenidades de Cristo e da Virgem Maria, nas festas dos anjos e santos que não se tornaram mártires. O jovem anjo que aparece junto ao sepulcro do Ressuscitado está vestido de branco (Mc 16,5). Os vencedores do Apocalipse triunfam vestidos de linho branco e montados em cavalos brancos (Ap 19, 14). Na transfiguração no monte Tabor, a glória de Cristo é simbolizada com vestes brancas como a luz e a neve (Mt 17,2). Usa-se: na quinta-feira Santa, na Vigília Pascal do Sábado Santo, em todo o Tempo Pascal, no Natal, no Tempo do Natal, nas festas dos santos (quando não mártires) e nas festas do Senhor (exceto as da Paixão). É a cor predominante da ressurreição. O vermelho: Simboliza o fogo, o sangue, o amor divino, o martírio. Sendo assim, seu simbolismo adapta- se ao sentido do amor ardente: uma paixão tão profunda que leva a doação da própria vida. É usada do Domingo de Ramos na ação litúrgica da Paixão, na Sexta-Feira da Paixão e na festa da exaltação da Santa Cruz, no Domingo de Pentecostes é a melhor aproximação simbólica dos tormentos do Cristo sofredor. Também é usada nas festas dos apóstolos, evangelistas e todos os santos, mártires; eles deram testemunho de Cristo com o próprio sangue. Seu uso se dá ainda na solenidade de pentecostes e na celebração da confirmação, uma vez que o Espírito Santo é o fogo da vida. O verde: O verde é a cor da esperança, a cor da vegetação mais viva, e daí advêm a essa cor diversos simbolismos e aproximações metafóricas: é a cor do equilíbrio ecológico, da serenidade, e, sobretudo simboliza a esperança. O verde é a cor do Tempo Comum : as 34 semanas nas quais não se celebra um mistério concreto de Cristo, mas o conjunto da história da salvação e sobretudo o mistério semanal do Domingo como o dia do Senhor. Simboliza os frutos que o mistério pascal de Cristo deve produzir nos corações dos fiéis. Usa-se no Tempo Comum. (Quando no TC se celebra uma festa do Senhor ou dos santos, usa-se então a cor da festa). O roxo: Simboliza a penitência. È a junção do azul e do vermelho. Indica discrição, contrição, penitência, e às vezes adquire uma conotação de dor e tristeza. Sendo assim é a cor que distingue as celebrações do sofrimento, da reflexão e da espera. Também é utilizada nas celebrações penitenciais e nas celebrações 21
  • 22. para os fiéis defuntos. Usa-se no Tempo do Advento e da Quaresma. Pode-se também usar nos ofícios e missas pelos mortos. (Quanto ao Advento, está havendo uma tendência a se usar o violeta, em vez do roxo, para distingui-lo da Quaresma, pois Advento é tempo de feliz expectativa e de esperança, num viver sóbrio, e não de penitência, como a Quaresma). O Preto: É símbolo de luto. É a negação da cor, evoca espontaneamente a escuridão, falta de luz; é tipicamente a cor do luto e da tristeza. Na idade média era a cor do Advento e da Quaresma. Seu uso agora ficou muito mais discretamente indicado: permanece apenas como uso facultativo nas celebrações de exéquias e demais celebrações para os defuntos. Pode ser usado nas missas pelos mortos, mas nessas celebrações pode-se usar também o branco, dando-se então ênfase não à dor, mas à ressurreição. O rosa: Simboliza a alegria. È a cor litúrgica usada em apenas duas ocasiões do ano litúrgico: no 3º domingo do Advento (domingo Gaudete) e também no 4º domingo da Quaresma (domingo Laetare), ambos os domingos da alegria. Seu uso deu-se a pedagogia de um tempo que chegou a sua metade e quer adiantar de alguma forma a meta festiva a que se dirige. 6 – SÍMBOLOS LITÚRGICOS LIGADOS À NATUREZA A água - A água simboliza a vida (remete-nos, sobretudo ao nosso batismo, onde renascemos para uma vida nova). Pode simbolizar também a morte (enquanto por ela morremos para o pecado). O fogo - O fogo ora queima, ora aquece, ora brilha, ora purifica. Está presente na liturgia da Vigília Pascal do Sábado Santo e nas incensações, como as brasas nos turíbulos. O fogo pode multiplicar-se indefinidamente. Daí, sua forte expressão simbólica. É símbolo, sobretudo da ação do Espírito Santo. A luz - A luz brilha, em oposição às trevas, e mesmo no plano natural é necessária à vida, como a luz do sol. Ela mostra o caminho ao peregrino errante. A luz produz harmonia e projeta a paz. Como o fogo, pode multiplicar-se indefinidamente. Uma pequenina chama pode estender-se a um número infinito de chamas e destruir, assim, a mais espessa nuvem de trevas. É o símbolo mais expressivo do Cristo Vivo, como no Círio Pascal. A luz e, pois, a expressão mais viva da ressurreição. O pão e o vinho - Símbolos do alimento humano. Trigo moído e uva espremida, sinais do sacrifício da natureza, em favor dos homens. Elementos tomados por Cristo para significarem o seu próprio sacrifício redentor. O incenso - Com sua especificidade aromática. Sua fumaça simboliza, pois, a oração dos santos, que sobe a Deus, ora como louvor, ora como súplica. O óleo - Temos na liturgia os óleos dos Catecúmenos, da Crisma e dos Enfermos, usados liturgicamente nos sacramentos do Batismo, da Crisma e da Unção dos Enfermos. Nos três sacramentos, trata-se do gesto litúrgico da unção. Aqui vemos que o objeto - no caso, o óleo - além de ele próprio ser um símbolo, faz nascer uma ação, isto é, o gesto simbólico de ungir. Tal também acontece com a água: ela supõe e cria o banho lustral, de purificação, como nos ritos do Batismo e do "lavabo" (abluções), e do "asperges", este em sentido duplo: na missa, como rito penitencial, e na Vigília do Sábado Santo, como memória pascal de nosso Batismo. A esses gestos litúrgicos e tantos outros, podemos chamar de "símbolos rituais". A unção com o óleo atravessa toda a história do Antigo Testamento, na consagração de reis, profetas e sacerdotes, e culmina no Novo Testamento, com a unção misteriosa de Cristo, o verdadeiro Ungido de Deus. A palavra Cristo significa, pois, ungido. No caso, o Ungido, por excelência. As cinzas - As cinzas, principalmente na celebração da Quarta-Feira de Cinzas, são para nós sinal de penitência, de humildade e de reconhecimento de nossa natureza mortal. Mas estas mesmas cinzas estão intimamente ligadas ao Mistério Pascal. Não nos esqueçamos de que elas são fruto das palmas do Domingo de Ramos do ano anterior, geralmente queimadas na Quaresma, para o rito quaresmal das cinzas. 7 – PRINCIPAIS PARTES DO EDIFÍCIO SAGRADO A casa de oração onde a Eucaristia é celebrada e conservada, onde os fiéis se reúnem, onde a presença do Filho de Deus é honrada para auxílio e consolação dos cristãos deve ser bela e adequada para a 22
  • 23. oração e as celebrações religiosas. Nesta casa de Deus, a verdade e a harmonia dos sinais que a constituem devem manifestar o Cristo que está presente e age neste lugar. (CIC 1180) As palavras do papa Paulo VI ajudam-nos a compreender o papel da sagrada liturgia. Somos, por natureza, apegados aos sentidos. Diante de uma realidade sobrenatural, como o é a santa missa, a liturgia vem em nosso socorro, para que, através de símbolos e gestos concretos, alcancemos o entendimento daquilo que pela fé cremos. Não que se exija do fiel que o mistério seja plenamente entendido, pois este é, antes, para ser crido, mais que explicado; mas, iluminados pela sagrada liturgia, possamos dirigir a Deus o culto de adoração que lhe é devido, de modo que a nossa oração seja um espelho fiel da nossa fé. 1.7. Espaço celebrativo Presbitério - Espaço reservado ao sacerdote e aos ministros do altar fica ao redor do altar, geralmente um pouco mais elevado, onde se realizam os sacramentos da santa e amada igreja de Cristo Deus. Nave - Espaço com bancos reservado aos fieis para participarem do santo sacrifício da missa. 8 – OBJETOS LITÚRGICOS E VASOS SAGRADOS 1.8. Alfaias: Designam todos os objetos utilizados nas Celebrações, os paramentos litúrgicos. Altar: Mesa onde se realiza a ceia Eucarística; ela representa o próprio Jesus na Liturgia. Sobre o Altar, que é o centro da igreja, para onde se deve convergir nossos olhares e toda a nossa atenção, se faz presente o Sacrifício da Cruz sob os sinais sacramentais. Ele representa dois aspectos de um mesmo mistério: o altar do sacrifício e a mesa do Senhor, e isto tanto mais porque o altar cristão é o símbolo do próprio Cristo, presente no meio da assembléia dos fiéis como vítima de reconciliação e alimento celeste. “Não aos mártires, mas ao Deus dos mártires erigimos nossos altares” - S. Agostinho “Com efeito, que é o altar de Cristo senão a imagem do corpo de Cristo?” - S. Ambrósio Toalha do Altar: Sendo o altar é a mesa do Senhor e que ocupa lugar de destaque no Templo, a toalha nele colocada deve expressar também beleza e dignidade para o grande acontecimento. Credencia - É uma mesinha que fica perto do altar, do lado da epístola, onde se colocam os objetos necessários às funções litúrgicas. Nas missas solenes, recebe as galhetas, o cálice, o livro da epístola e do Evangelho e os castiçais dos acólitos. Ambão: Estante onde é proclamada a palavra de Deus. Mesa da Palavra É o verdadeiro trono da sabedoria do qual Cristo se revela como nosso único Mestre. É a cátedra de onde Deus nos fala. A Palavra nos é dada do alto. “A dignidade da Palavra de Deus exige que exista na igreja um lugar que favoreça o anúncio desta palavra e para a qual, durante a liturgia da Palavra, se volta espontaneamente a atenção dos fiéis”. (CIC 1184) Cadeira Presidencial: É o lugar daquele que preside à assembléia litúrgica, seu significado é este: é o lugar de Cristo que preside ao seu povo, na pessoa do ministro sagrado: o sacerdote (presbíteros ou bispos). Quando se trata de sede episcopal o nome a ela atribuído é Cátedra ,ou seja, lugar do ensinamento, da instrução, da catequese. isso também pode ser aplicado para a cadeira presidencial. É o lugar de onde quem preside, também ensina o povo de Deus. Por isso o Missal Romano e o Cerimonial da Igreja orientam que a homilia seja feita da cadeira. Sacrário - Sacrário ou tabernáculo do Senhor Eucarístico é um pequeno cofre. É o lugar onde se guarda o Santíssimo Sacramento para a adoração dos fiéis e distribuição da Sagrada Comunhão para os enfermos. Seria de se desejar que os tabernáculos fossem feitos de ouros maciços, cravejados de pedras preciosas, em todas as igrejas; mas, se isso não for possível, seja ele de lâminas de prata ou bronze douradas, ou de mármore fino, 23
  • 24. artisticamente lavrado. A nobreza, a disposição e a segurança do tabernáculo eucarístico devem favorecer a adoração do Senhor realmente presente no Santíssimo Sacramento. Muitos Sacrários são instalados na capela, local para meditação, adoração, oração, escuta ou dialogo com o próprio Cristo Eucarístico. Crucifixo: Fica sobre o altar ou acima dele, lembra a Ceia do Senhor é inseparável do seu Sacrifício Redentor. Cruz Procissional - É uma cruz alta com haste e crucifixo, usada para guiar, isto é, ir à frente das procissões litúrgicas. É levada pelo cruciferário. Círio Pascal: Uma vela grande onde se pode ler ALFA e ÔMEGA (Cristo: começo e fim) e ano em curso. Tem grãos de incenso que representam as cinco chagas de Cristo, o Círio é abençoado solenemente na Vigília Pascal, "mãe de todas as vigílias", no Sábado Santo e que permanece acesa nas celebrações litúrgicas até o Domingo de Pentecostes. Usado durante o Tempo Pascal, e durante o ano nos batizados. Simboliza o Cristo, luz do mundo. Estante - Serve para acomodar o Missal; é colocado sobre o Altar para que o sacerdote acompanhe os ritos das celebrações litúrgicas. Lamparina: É a lâmpada do Santíssimo. Ostensório ou Custódia: Objeto utilizado para expor o Santíssimo à adoração dos fieis, ou para levá-lo em procissão. O ostensório primitivo era uma caixinha que se ajeitava com um pé e tinha forma de esfera, cilindro ou torre. Mais tarde, deu-lhe maior dimensão e mais magnificência; é uma espécie de sol de ouro, cercado de raios em cujo centro esta toda Sua glória e majestade o Santíssimo Senhor Jesus. É chamado de custódia ou luneta o escrínio interior, que encerra o Santíssimo Sacramento. Deve ser de ouro ou de prata dourada; as faces são de vidro ou cristal transparente, para que se possa ser Adorado, pelos fieis, o Sacratíssimo Corpo de Deus Sacramentado. 24