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JAMAIS FOMOS 
MODERNOS 
RELATIVISMO – CAP. 4 
MALTON DE OLIVEIRA FUCKNER
COMO ACABAR COM A ASSIMETRIA? 
No capítulo “Relativismo”, Latour traz a ideia de que a antropologia poderia 
descrever nosso mundo já que não mais se chocaria com as ciências e as 
técnicas, devido à análise da Constituição e consequente conclusão de que 
jamais fomos modernos. Porém, para isso, deveria haver uma modificação 
no estado da antropologia atual, tornando-a simétrica, ou seja, tornando-se 
comparativa para que possa ir e vir entre modernos e não-modernos. Outra 
questão interessante proposta nesse capítulo é a não existência de culturas, 
pois essa noção de cultura seria um “artefato criado por nosso afastamento 
da natureza”. O que existiriam seriam naturezas-culturas (ou coletivos) que 
constituiriam a única base para comparações.
“Como tornar simétrica a antropologia? 
Tornando-a capaz de estudar as 
ciências, ultrapassando a sociologia do 
conhecimento e a epistemologia”. (Pág. 
91) 
Antropologia entre ciências X etnociências, 
correspondem ao que o homem considera 
impossível e possível de estudar.
O Falso é o que dá valor ao verdadeiro. Cientistas 
diferentes devem ser explicados de acordo com os 
mesmos princípios e causas. Simetria é isso, estudar 
os fracassos e os acertos pelos mesmos pontos de 
vista. Pesar os vencedores e os perdedores na 
mesma balança. Exigir que o erro e a verdade 
sejam tratados da mesma forma. Exemplo: Discos 
voadores, buracos negros, parapsicologia, saber 
dos psicólogos, etc da mesma forma.
Em outras palavras, só é científico aquilo 
que rompe para sempre com as 
ideologias. 
Ex: A impossibilidade de estudar Darwin 
e Diderot nos mesmos termos. (Rêve de 
d’Alembert)
A assimetria gera uma 
classificação entre ciências, 
dividindo-as em: Ciências 
sancionadas e ciências 
proscritas. Resultado dos 
etnólogos entra em conflito, 
pois que coloca-se em 
oposição etnociências e os 
saberes, que são justamente a 
mistura entre as ciências, porem 
hoje ele considera que o 
abismo é menor. 
Ex: Pode-se hoje relacionar 
temas como o sacrifício ao 
deus Baal e explosão do ônibus 
Challenger.
ENTÃO TEMOS: 
Verdade = explicada pela 
natureza 
Erro ou mentira = explicado 
pela sociedade
Nas culturas ocidentais há uma separação entre 
natureza e sociedade/cultura, outros povos não, os 
signos, as coisas, a natureza e a sociedade se fundem. 
“Nos, ocidentais, somos completamente diferentes dos 
outros, este é o grito de vitória e a longa queixa dos 
modernos. [...]. Não importa o que façam, os 
ocidentais carregam a história nos cascos de suas 
caravelas e canhoneiras, nos cilindros de seus 
telescópios e nos êmbolos de suas seringas de injeção”. 
(Pág. 96)
Primeiro princípio da antropologia 
A antropologia precisa mudar, explicar 
com os mesmos termos as verdades e os 
erros, estudar ao mesmo tempo a 
produção de humanos e não humanos, 
que é a simetria generalizada e não 
distinguir os ocidentais dos outros 
(posição intermediária entre os terrenos 
tradicionais e os novos).
Antropologia Generalizada 
Solução para esse problema, Michel Callon adequa a visão do antropólogo 
num ponto médio, onde possa acompanhar ao mesmo tempo a atribuição 
de propriedades não humanas e humanas. Resolver isso é resolver o 
relativismo, dito por Latour como o obstáculo da antropologia 
convencional. 
Arquimedes e o jogo de polias mostrou a potência da técnica, a ciência 
sendo exercida por outros meios que nada mais são do que a política, vista 
de outra forma.
Do site: 
http://metamorficus.blogspot.com.br/2007 
/12/bruno-latour-uma-leitura-crtica-de.html 
Entretanto, assevera Latour, essa constatação ainda não 
permite dar conta do que diferencia o Ocidente das demais 
“natureza-cultura” (ou “coletivos”) pois há uma inegável 
diferença de amplitude de mobilização que é ao mesmo 
tempo a consequência do modernismo e a causa de seu fim. 
Ressaltando esse aspecto e chamando essa questão para o 
campo de interesse da antropologia simétrica, Latour 
pretende que esta possa também contribuir para elucidar o 
processo de dominação de um coletivo sobre o outro (no 
caso, o Ocidental sobre todos os demais).
Assim, para Latour, é a capacidade 
de mobilização de recursos e de criar 
novas necessidades e novos 
“híbridos” que torna “notável” as 
ciências e as técnicas ocidentais e 
que culmina na imposição de seus 
modelos a outros “coletivos”.
Foram os ocidentais que inventaram a ciência moderna, como 
diz Latour, diferente da conquista e do comércio, da política e 
da moral, atividades fundamentais para o mundo até então. 
(Baudrillard, 2000): “...nunca na história conhecida, o homem 
cercou-se de tal quantidade e diversidade de objetos, 
constituindo, eles próprios, uma “natureza paralela” e auto-referencial”. 
Essa característica, notada por vários autores, é 
aqui retomada na análise de Bruno Latour para destacar a 
singularidade do Ocidente.
“Trata-se de construir os próprios 
coletivos em escalas cada vez 
maiores. É verdade que há 
diferenças de tamanho. Não há 
diferenças de natureza – menos 
ainda de cultura.” (p.107)
Diferença de Perspectivas: 
Subsiste, para Latour, diferenças essenciais entre a interação 
humano/humano e humano/não-humano? Isso porque os coletivos não 
diferem essencialmente, mas apenas em sua capacidade (“tamanho”) de 
mobilização; além disso, devemos recusar o estatuto privilegiado das 
técnicas e ciências ocidentais. 
O autor propõe, então, que se elimine a diferença ontológica entre 
humanos e não-humanos, o que nos leva a supor que Latour também 
aceitaria como verdadeira a formulação segundo a qual não há diferença 
ontológica entre as interações humanos/humanos e as relações 
humanos/não-humanos.
Bruno Latour argumenta que uma 
pós-ambientalismo precisa aceitar 
que a sociedade humana não 
pode ser separada da natureza 
não-humana. 
Sendo isso correto, poderíamos 
avançar, formulando uma 
segunda indagação: um mundo 
inteiramente “artificial”, 
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Jamais Fomos Modernos cap 4

  • 1. JAMAIS FOMOS MODERNOS RELATIVISMO – CAP. 4 MALTON DE OLIVEIRA FUCKNER
  • 2. COMO ACABAR COM A ASSIMETRIA? No capítulo “Relativismo”, Latour traz a ideia de que a antropologia poderia descrever nosso mundo já que não mais se chocaria com as ciências e as técnicas, devido à análise da Constituição e consequente conclusão de que jamais fomos modernos. Porém, para isso, deveria haver uma modificação no estado da antropologia atual, tornando-a simétrica, ou seja, tornando-se comparativa para que possa ir e vir entre modernos e não-modernos. Outra questão interessante proposta nesse capítulo é a não existência de culturas, pois essa noção de cultura seria um “artefato criado por nosso afastamento da natureza”. O que existiriam seriam naturezas-culturas (ou coletivos) que constituiriam a única base para comparações.
  • 3. “Como tornar simétrica a antropologia? Tornando-a capaz de estudar as ciências, ultrapassando a sociologia do conhecimento e a epistemologia”. (Pág. 91) Antropologia entre ciências X etnociências, correspondem ao que o homem considera impossível e possível de estudar.
  • 4. O Falso é o que dá valor ao verdadeiro. Cientistas diferentes devem ser explicados de acordo com os mesmos princípios e causas. Simetria é isso, estudar os fracassos e os acertos pelos mesmos pontos de vista. Pesar os vencedores e os perdedores na mesma balança. Exigir que o erro e a verdade sejam tratados da mesma forma. Exemplo: Discos voadores, buracos negros, parapsicologia, saber dos psicólogos, etc da mesma forma.
  • 5. Em outras palavras, só é científico aquilo que rompe para sempre com as ideologias. Ex: A impossibilidade de estudar Darwin e Diderot nos mesmos termos. (Rêve de d’Alembert)
  • 6. A assimetria gera uma classificação entre ciências, dividindo-as em: Ciências sancionadas e ciências proscritas. Resultado dos etnólogos entra em conflito, pois que coloca-se em oposição etnociências e os saberes, que são justamente a mistura entre as ciências, porem hoje ele considera que o abismo é menor. Ex: Pode-se hoje relacionar temas como o sacrifício ao deus Baal e explosão do ônibus Challenger.
  • 7. ENTÃO TEMOS: Verdade = explicada pela natureza Erro ou mentira = explicado pela sociedade
  • 8. Nas culturas ocidentais há uma separação entre natureza e sociedade/cultura, outros povos não, os signos, as coisas, a natureza e a sociedade se fundem. “Nos, ocidentais, somos completamente diferentes dos outros, este é o grito de vitória e a longa queixa dos modernos. [...]. Não importa o que façam, os ocidentais carregam a história nos cascos de suas caravelas e canhoneiras, nos cilindros de seus telescópios e nos êmbolos de suas seringas de injeção”. (Pág. 96)
  • 9. Primeiro princípio da antropologia A antropologia precisa mudar, explicar com os mesmos termos as verdades e os erros, estudar ao mesmo tempo a produção de humanos e não humanos, que é a simetria generalizada e não distinguir os ocidentais dos outros (posição intermediária entre os terrenos tradicionais e os novos).
  • 10. Antropologia Generalizada Solução para esse problema, Michel Callon adequa a visão do antropólogo num ponto médio, onde possa acompanhar ao mesmo tempo a atribuição de propriedades não humanas e humanas. Resolver isso é resolver o relativismo, dito por Latour como o obstáculo da antropologia convencional. Arquimedes e o jogo de polias mostrou a potência da técnica, a ciência sendo exercida por outros meios que nada mais são do que a política, vista de outra forma.
  • 11. Do site: http://metamorficus.blogspot.com.br/2007 /12/bruno-latour-uma-leitura-crtica-de.html Entretanto, assevera Latour, essa constatação ainda não permite dar conta do que diferencia o Ocidente das demais “natureza-cultura” (ou “coletivos”) pois há uma inegável diferença de amplitude de mobilização que é ao mesmo tempo a consequência do modernismo e a causa de seu fim. Ressaltando esse aspecto e chamando essa questão para o campo de interesse da antropologia simétrica, Latour pretende que esta possa também contribuir para elucidar o processo de dominação de um coletivo sobre o outro (no caso, o Ocidental sobre todos os demais).
  • 12. Assim, para Latour, é a capacidade de mobilização de recursos e de criar novas necessidades e novos “híbridos” que torna “notável” as ciências e as técnicas ocidentais e que culmina na imposição de seus modelos a outros “coletivos”.
  • 13. Foram os ocidentais que inventaram a ciência moderna, como diz Latour, diferente da conquista e do comércio, da política e da moral, atividades fundamentais para o mundo até então. (Baudrillard, 2000): “...nunca na história conhecida, o homem cercou-se de tal quantidade e diversidade de objetos, constituindo, eles próprios, uma “natureza paralela” e auto-referencial”. Essa característica, notada por vários autores, é aqui retomada na análise de Bruno Latour para destacar a singularidade do Ocidente.
  • 14. “Trata-se de construir os próprios coletivos em escalas cada vez maiores. É verdade que há diferenças de tamanho. Não há diferenças de natureza – menos ainda de cultura.” (p.107)
  • 15. Diferença de Perspectivas: Subsiste, para Latour, diferenças essenciais entre a interação humano/humano e humano/não-humano? Isso porque os coletivos não diferem essencialmente, mas apenas em sua capacidade (“tamanho”) de mobilização; além disso, devemos recusar o estatuto privilegiado das técnicas e ciências ocidentais. O autor propõe, então, que se elimine a diferença ontológica entre humanos e não-humanos, o que nos leva a supor que Latour também aceitaria como verdadeira a formulação segundo a qual não há diferença ontológica entre as interações humanos/humanos e as relações humanos/não-humanos.
  • 16. Bruno Latour argumenta que uma pós-ambientalismo precisa aceitar que a sociedade humana não pode ser separada da natureza não-humana. Sendo isso correto, poderíamos avançar, formulando uma segunda indagação: um mundo inteiramente “artificial”, inteiramente construído pelos homens, seria, do ponto de vista da “cultura”, ontologicamente indistinto de um mundo onde as relações com seres não construídos pelo homem é mais intensa?