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RELATÓRIO FINAL




A GESTÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL




                JULHO/2012




                                          1
A Fundação Victor Civita, que tem por missão contribuir para a melhoria da qualidade
da Educação Básica no Brasil, produzindo conteúdo que auxilie na capacitação e
valorização de professores e gestores e influencie políticas públicas, implantou uma
área de estudos com o objetivo de levantar dados e informações que auxiliem as
discussões sobre práticas, metodologias e políticas públicas de Educação.



Para acompanhar outros trabalhos, visite o nosso site: www.fvc.org.br/estudos.



EQUIPE DA FUNDAÇÃO VICTOR CIVITA



DIRETORIA EXECUTIVA

Angela Cristina Dannemann



COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

Regina Scarpa



REVISTA NOVA ESCOLA E GESTÃO ESCOLAR

Maggi Krause

Paola Gentile

Verônica Fraidenraich

Gabriel Grossi



ESTUDOS, PESQUISAS E PROJETOS

Mauro Morellato

Adriana Deróbio




                                                                                  2
EQUIPE DE PESQUISA DA FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS


                 Coordenação
              Maria Malta Campos



                Pesquisadores

                 Yara Esposito
                 Eliana Bhering
                Nelson Gimenes
                Beatriz Abuchaim
               Fabiana Fernandes
                  Bruna Ribeiro



                 Colaboradora

           Marisa Vasconcelos Ferreira



                  Estatísticas

                Míriam Bizzocchi
                  Raquel Valle



                 Diagramação

                  Adriano Moro
                 Heloisa Padula




                                               3
EQUIPES LOCAIS DE PESQUISA


     Catarina de Souza Moro
     Edna Lopes Nascimento
      Eliza Bartolozzi Ferreira
  Eloísa Helena Teixeira Fortkamp
 Fátima Maria Araújo Sabóia Leitão
         Gizele de Souza
   Jodete Bayer Gomes Fullgraf
Mércia de Figueiredo Noronha Pinto
     Ordália Alves de almeida
Regina Aparecida Marques de Souza
       Sandro Coelho Costa
  Silvia Helena Vieira Cruz Fátima
           Telma Vitória
           Valdete Côco




                                     4
AGRADECIMENTOS



Às equipes de profissionais de unidades de Educação Infantil, municipais e
conveniadas, que acolheram e colaboraram com esta pesquisa;

À família dos alunos que responderam aos questionários da pesquisa;

Aos(às) Secretários(as) Municipais de Educação das seis capitais pesquisadas e suas
equipes, que autorizaram e apoiaram a realização da pesquisa em sua cidade e
participaram das entrevistas sobre a gestão municipal da Educação Infantil;

À supervisora escolar da prefeitura de São Paulo Maria Augusta Martins Ribeiro, que
autorizou e apoiou a realização do pré-teste dos instrumentos de pesquisa em
unidades da rede municipal, e às equipes dos Centros de Educação Infantil que
participaram do pré-teste;

Às Universidades Federais que autorizaram e apoiaram a participação de professores
e bolsistas nas equipes locais responsáveis pelo trabalho de campo;

À Ana Maria Mello, pela colaboração no encontro de planejamento realizado com os
pesquisadores locais;

Ao painel de especialistas convocados pela Fundação Victor Civita, por suas
sugestões sobre o projeto, os instrumentos, a revisão bibliográfica e suas
contribuições para a revisão da versão preliminar deste relatório;

À Fundação Victor Civita, pelo apoio financeiro e técnico.




                                                                                 5
SUMÁRIO




Introdução...............................................................................................................................   19

1 – Revisão bibliográfica..............................................................................................                     25

2 – Delineamentos da pesquisa...................................................................................                            75

3 – Procedimentos metodológicos...............................................................................                              94

4 – As Secretarias Municipais de Educação e a Gestão da Educação Infantil............                                                       104

5 – Os estabelecimentos, suas equipes e a comunidade..........................................                                              162

                5.1 - Professores...........................................................................................                163

                5.2 - Coordenadores pedagógicos...............................................................                              212

                5.3 - Diretores...............................................................................................              257

                5.4 - Família..................................................................................................             321

6 – Em busca de alguns indicadores de gestão.........................................................                                       337

7 – Considerações finais e recomendações..............................................................                                      369

8 – Referências bibliográficas......................................................................................                        384

Anexos..................................................................................................................                    393




                                                                                                                                       6
SUMÁRIO


Índice de quadros, tabelas, gráficos e diagramas


   Capítulo 2


   Tabelas
   Tabela 1 – Escolas sem informação na variável “modalidade de ensino”, por município e
   dependência administrativa........................................................................................................76
   Tabela 2 – Número e percentual de escolas com matrículas na EI, por município, segundo a
   dependência administrativa das instituições..............................................................................77
   Tabela 3 – Número e percentual de escolas com matrículas na EI, por município, segundo a
   dependência administrativa das instituições..............................................................................78
   Tabela 4 – Percentual de escolas privadas conveniadas com o poder público por
   município.....................................................................................................................................78
   Tabela 5 – Códigos atribuídos às etapas de ensino oferecidas pelas instituições de ensino
   cadastradas no Censo Escolar – 2010.........................................................................................79
   Tabela 6 – Distribuição das escolas segundo a modalidade de atendimento............................79
   Tabela 7 – Número de estabelecimentos, segundo a modalidade de atendimento, por
   município.....................................................................................................................................81
   Tabela 8 – Detalhamento da amostra por modalidade de atendimento, segundo o
   município.....................................................................................................................................82
   Tabela 9 – Número de instituições municipais e conveniadas da amostra.................................83
   Tabela 10 – Amostra de estabelecimentos por município..........................................................85
   Tabela 11 – Desenho amostral e instituições efetivamente participantes, segundo o
   município....................................................................... .............................................................90
   Tabela 12 – Desenho amostral e instituições efetivamente participantes por município,
   segundo a dependência administrativa das instituições............................................................90
   Tabela 13 – Desenho amostral e instituições efetivamente participantes por município,
   segundo as etapas de ensino das instituições.............................................................................91
   Tabela 14 – Desenho amostral e instituições efetivamente participantes por município,
   segundo sua classificação na variável “Grupos"..........................................................................92
   Tabela 15 – Número e percentual de instituições constantes do desenho amostral e
   efetivamente participantes, por “Grupos"..................................................................................92



                                                                                                                                                 7
Tabela 16 – Número de questionários segundo a categoria funcional dos funcionários das
instituições, por município..........................................................................................................93
Quadro
Quadro 1 – Amostra inicial e final no município C......................................................................89
Capítulo 3
Quadro
Quadro 1 – Classificação do nível de atendimento, segundo a média do total de pontos obtidos
– escala ECERS-R.........................................................................................................................99
Gráficos
Gráfico 1 – Distribuição do percentual de instituições, segundo as estimativas da nota na escala
ECERS (indicador de qualidade) - Grupo Total..........................................................................100
Gráfico 2 – Médias e intervalos de confiança das médias das estimativas do indicador de
qualidade– escala ECERS – por município e grupo total...........................................................101
Gráfico 3 – Médias e intervalos de confiança das médias das estimativas do indicador de
qualidade– escala ECERS – por dependência administrativa....................................................102
Gráfico 4 – Médias e intervalos de confiança das médias das estimativas do indicador de
qualidade– escala ECERS – por modalidade de atendimento...................................................103
Capítulo 4
Quadros
Quadro 1 – População e indicadores sociais por capitais..........................................................106
Quadro 2 – Características dos convênios para Educação Infantil nos municípios...................129
Quadro 3 – Composição das redes diretas de Educação Infantil segundo dados das prefeituras
– 2001 .......................................................................................................................................132
Quadro 4 – Informações sobre a supervisão pedagógica nos municípios................................138
Quadro 5 – Profissionais do quadro do magistério da rede direta dos municípios .................144
Tabelas
Tabela 1 – Taxas de escolarização por faixa etária e município – 2010 ...................................108
Tabela 2 – Matrículas por etapa de ensino, população residente e taxa de cobertura escolar
segundo a idade Município A – 2010 ......................................................................................110
Tabela 3 – Matrículas por etapa de ensino, população residente e taxa de cobertura escolar
segundo a idade Município B - 2010.......................................................................................111
Tabela 4 – Matrículas por etapa de ensino, população residente e taxa de cobertura escolar
segundo a idade Município C - 2010......................................................................................113
Tabela 5 – Matrículas por etapa de ensino, população residente e taxa de cobertura escolar
segundo a idade Município D - 2010...................................................................................... 114

                                                                                                                                               8
Tabela 6 – Matrículas por etapa de ensino, população residente e taxa de cobertura escolar
segundo a idade Município E - 201......................................................................................... 115
Tabela 7 – Matrículas por etapa de ensino, população residente e taxa de cobertura escolar
segundo a idade Município F - 2010.......................................................................................116
Tabela 8 – Matrículas por etapa de ensino, população residente e taxa de cobertura escolar
segundo a idade Município G - 2010......................................................................................117
Tabela 9 – Porcentagem de unidades diretas e conveniadas com o poder público, por quatro
capitais .................................................. ...................................................................................130
Capítulo 5.1
Tabelas
Tabela 1 – Características das instituições e número de questionários respondidos, segundo a
modalidade de atendimento das instituições...........................................................................163
Tabela 2 – Número de questionários respondidos, segundo a modalidade de atendimento das
instituições e dependência administrativa................................................................................164
Tabela 3 – Número de questionários respondidos, segundo os grupos de idade das crianças
atendidas, por dependência administrativa das instituições....................................................165
Tabela 4 – Distribuição das respostas dos professores, segundo o tempo decorrido a partir da
obtenção do diploma de ensino médio ou de graduação.........................................................167
Tabela 5 – Distribuição do percentual de respostas dos professores, segundo a modalidade de
curso de pós-graduação............................................................................................................169
Tabela 6 – Distribuição do percentual de respostas dos professores, segundo a área temática
do curso de pós-graduação.......................................................................................................169
Tabela 7 – Distribuição do percentual de respostas dos professores na categoria “Contribuiu
muito”, à questão relacionada com a formação recebida........................................................170
Tabela 8 – Distribuição do percentual de respostas dos professores, segundo a carga horária
das atividades de formação continuada....................................................................................170
Tabela 9 – Distribuição do percentual de respostas dos professores, segundo a situação
trabalhista.................................................................................................................................171
Tabela 10 – Distribuição do percentual de respostas dos professores, segundo o tempo de
experiência como professor e tempo de trabalho na mesma instituição.................................171
Tabela 11 – Distribuição do percentual de respostas dos professores, segundo a carga horária
de trabalho semanal..................................................................................................................172
Tabela 12 – Distribuição do percentual de respostas dos professores, segundo o salário bruto
(com adicionais) recebido pelos professores............................................................................173



                                                                                                                                                9
Tabela 13 – Distribuição do percentual de respostas dos professores, segundo a renda familiar
dos professores.........................................................................................................................173
Tabela 14 – Distribuição do percentual de respostas dos professores, segundo as expectativas
que parecem mais realizáveis nos próximos anos....................................................................174
Tabela 15 – Distribuição do percentual de respostas dos professores, segundo a frequência
com que realizam atividades com suas turmas........................................................................175
Tabela 16 – Distribuição do percentual de respostas dos professores, segundo a frequência
com que realizam atividades com suas turmas, por dependência administrativa da
instituição..................................................................................................................................177
Tabela 17 – Distribuição do percentual de respostas dos professores na “Nenhuma
dificuldade”, segundo uma série de situações..........................................................................178
Tabela 18 – Distribuição do percentual de respostas dos professores na categoria “Nenhuma
dificuldade”, segundo uma série de situações..........................................................................179
Tabela 19 – Distribuição das respostas nas categorias “Prejudica” e “Prejudica em parte”
referentes a aspectos do trabalho docente, por dependência administrativa.........................180
Tabela 20 – Distribuição das respostas na categoria “Concordo totalmente” referentes a
aspectos da gestão das instituições, por dependência administrativa.....................................182
Tabela 21 – Motivações para o exercício da docência na Educação Infantil.............................184
Tabela 22 – Sugestões dos professores em relação à gestão da instituição.............................191
Tabela 23 – Opinião dos professores sobre a Educação Infantil municipal..............................197
Tabela 24 – Sugestões dos professores para a SME e/ou para a entidade mantenedora........205
Gráficos
Gráfico 1 – Distribuição do percentual de respostas dos professores, segundo a cor/etnia
declarada..................................................................................................................................166
Gráfico 2 – Distribuição do percentual de respostas dos professores, segundo o nível de
escolaridade..............................................................................................................................167
Gráfico 3 – Distribuição do percentual de respostas dos grupos de professores, segundo a
modalidade de curso de graduação realizado e dependência administrativa da instituição de
ensino superior.........................................................................................................................168
Capítulo 5.2
Tabelas
Tabela 1 – Número e percentual de questionários de coordenador, por dependência
administrativa...........................................................................................................................212
Tabela 2 – Número e percentual de questionários de coordenador, por etapa de
ensino.......................................................................................................................................212

                                                                                                                                             10
Tabela 3 – Percentual de coordenadores, segundo a idade, por dependência administrativa da
instituição.................................................................................................................................213
Tabela 4 – Percentual de coordenadores, segundo a cor/etnia, por dependência administrativa
da instituição............................................................................................................................213
Tabela 5 – Percentual de coordenadores, segundo o nível de escolaridade, por dependência
administrativa da instituição....................................................................................................214
Tabela 6 – Percentual de coordenadores, segundo o tempo decorrido desde a obtenção do
diploma de ensino médio ou graduação, por dependência administrativa da
instituição.................................................................................................................................214
Tabela 7 – Percentual de coordenadores, segundo a modalidade de curso realizado, por
dependência administrativa da instituição...............................................................................215
Tabela 8 – Percentual de coordenadores, segundo a modalidade de curso de pós-graduação,
por dependência administrativa da instituição........................................................................216
Tabela 9 – Percentual de coordenadores, segundo a carga horária dos cursos de atualização,
por dependência administrativa da instituição........................................................................216
Tabela 10 - Percentual de coordenadores, segundo os temas abordados nos cursos de
atualização, por dependência administrativa da instituição....................................................217
Tabela 11 – Percentual de respostas dos coordenadores, segundo os cargos já exercidos na
área da Educação, por dependência administrativa das instituições.......................................218
Tabela 12 – Critérios de escolha dos coordenadores pedagógicos, por dependência
administrativa das instituições.................................................................................................218
Tabela 13 – Tempo de experiência na coordenação pedagógica, por dependência
administrativa da instituição....................................................................................................219
Tabela 14 – Tempo de trabalho dos coordenadores no mesmo estabelecimento, por
dependência administrativa das instituições...........................................................................220
Tabela 15 – Situação trabalhista dos coordenadores, por dependência administrativa das
instituições...............................................................................................................................220
Tabela 16 – Carga horária de trabalho semanal dos coordenadores, por dependência
administrativa das instituições.................................................................................................221
Tabela 17 – Salário mensal bruto dos coordenadores, por dependência administrativa das
instituições................................................................................................................................221
Tabela 18 – Renda familiar dos coordenadores, por dependência administrativa das
instituições................................................................................................................................222
Tabela 19 – Perspectivas de futuro dos coordenadores, segundo a dependência administrativa
das instituições.........................................................................................................................223

                                                                                                                                            11
Tabela 20 – Características da elaboração do projeto pedagógico, por dependência
administrativa da instituição....................................................................................................223
Tabela 21 – Assuntos mais frequentemente abordados nas reuniões de orientação pedagógica,
por dependência administrativa da
instituição.................................................................................................................................224
Tabela 22 - Distribuição das respostas relativas às atividades previstas no planejamento
pedagógico das instituições e sua periodicidade......................................................................225
Tabela 23 – Procedimentos utilizados na avaliação dos professores, por dependência
administrativa das instituições..................................................................................................227
Tabela 24 – Objetivos, sistemática e periodicidade das avaliações das crianças, por
dependência administrativa das instituições............................................................................228
Tabela 25 – Periodicidade do envio às famílias das avaliações de acompanhamento das
crianças, por dependência administrativa das instituições......................................................229
Tabela 26 – Materiais impressos encaminhados às famílias, segundo a dependência
administrativa das instituições.................................................................................................229
Tabela 27 – Estratégias utilizadas pela coordenação pedagógica para assegurar o envolvimento
das famílias...............................................................................................................................230
Tabela 28 – Dificuldades enfrentadas no trabalho pelos coordenadores, segundo a
dependência administrativa das instituições............................................................................231
Tabela 29 – Motivações para o exercício do cargo de coordenador
pedagógico................................................................................................................................232
Tabela 30 – Sugestões dos coordenadores para melhorar a gestão da
instituição..................................................................................................................................237
Tabela 31 – Opinião dos coordenadores pedagógicos sobre a Educação Infantil
municipal...................................................................................................................................242
Tabela 32 – Sugestões dos coordenadores pedagógicos para a SME e/ou entidade
mantenedora.............................................................................................................................245
Tabela 33 – Comentários sobre o trabalho de Coordenador Pedagógico e/ou sobre o
questionário..............................................................................................................................251
Capítulo 5.3
Tabelas
Tabela 1 – Distribuição das instituições com questionários do Diretor respondidos, segundo a
dependência administrativa e município..................................................................................257
Tabela 2 – Distribuição das instituições com questionários do Diretor respondidos, segundo a
dependência administrativa e município (percentual por linha............................................... 258

                                                                                                                                            12
Tabela 3 – Distribuição das instituições, segundo a dependência administrativa e
modalidade/etapa de atendimento..........................................................................................258
Tabela 4 – Distribuição das respostas dos diretores, por dependência administrativa da
instituição, segundo a natureza da IES superior freqüentada.................................................. 260
Tabela 5 – Distribuição das respostas dos diretores, por dependência administrativa da
instituição, segundo a modalidade de curso superior freqüentado.........................................260
Tabela 6 – Distribuição das respostas dos diretores, por dependência administrativa da
instituição, segundo a área temática dos cursos de pós-graduação........................................261
Tabela 7 – Distribuição das respostas dos diretores, por dependência administrativa da
instituição, segundo os temas abordados nas atividades de formação continuada.................262
Tabela 8 – Tempo de trabalho dos diretores no mesmo estabelecimento, segundo
dependência administrativa da instituição...............................................................................265
Tabela 9 – Cargos já ocupados na área da Educação, segundo os grupos de diretores...........265
Tabela 10 – Critérios de seleção dos diretores, por dependência administrativa das
instituições................................................................................................................................266
Tabela 11 – Distribuição das respostas dos diretores à questão “quais perspectivas parecem
mais realizáveis nos próximos anos”, por dependência administrativa das instituições..........266
Tabela 12 – Carga horária semanal dos diretores, por dependência administrativa das
instituições................................................................................................................................268
Tabela 13 – Salário mensal bruto dos diretores, segundo a jornada de trabalho semanal, por
dependência administrativa das instituições onde trabalham.................................................268
Tabela 14 – Renda familiar dos diretores, por dependência administrativa das instituições...271
Tabela 15 – Percentuais de respostas relativas à estrutura física do prédio escolar, segundo a
dependência administrativa das instituições............................................................................272
Tabela 16 – Percentuais de respostas relativas à estrutura física do prédio escolar utilizada pela
Educação Infantil, segundo a dependência administrativa.......................................................274
Tabela 17 – Distribuição das respostas à questão relativa aos critérios utilizados para a
admissão das crianças, por dependência administrativa das instituições................................275
Tabela 18 – Distribuição das respostas dos diretores, relativas à presença na instituição de
crianças beneficiárias do programa Bolsa Família.....................................................................276
Tabela 19 – Distribuição das respostas relativas ao número de crianças na lista de espera por
matricula, segundo a dependência administrativa das instituições.........................................277
Tabela 20 – Composição do quadro de funcionários e avaliação do número de funcionários em
relação às necessidades, por dependência administrativa da instituição................................279



                                                                                                                                           13
Tabela 21 – Documentos orientadores do trabalho pedagógico utilizados no planejamento, por
dependência administrativa das instituições............................................................................282
Tabela 22 – Estratégias utilizadas na avaliação interna das instituições, por dependência
administrativa...........................................................................................................................284
Tabela 23 – Estratégias utilizadas na avaliação dos professores, por dependência
administrativa da instituição.....................................................................................................284
Tabela 24 – Percentual de respostas dos diretores sobre as características do planejamento
pedagógico, por dependência administrativa da instituição....................................................285
Tabela 25 – Estratégias para o envolvimento das famílias, segundo a periodicidade com que
são utilizadas.............................................................................................................................287
Tabela 26 – Percentual de respostas dos diretores a respeito do grau de autonomia da
instituição em relação a um conjunto de aspectos relacionados à gestão...............................288
Tabela 27 – Percentual de respostas dos diretores em relação à seu grau de autonomia,
segundo a classificação das instituições em grupos determinados pelo percentil 27º e percentil
73 – indicador de qualidade......................................................................................................289
Tabela 28 – Relação das situações que, segundo os diretores, são enfrentadas sem “nenhuma
dificuldade.................................................................................................................................290
Tabela 29 – Relação das situações que, segundo os diretores, são enfrentadas com “alguma
dificuldade”...............................................................................................................................291
Tabela 30 – Grau de dificuldade enfrentado pelos diretores para resolver um conjunto de
situações...................................................................................................................................291
"Tabela 31 – Percentual de respostas dos diretores em relação ao grau de dificuldade que
enfrentam para resolver determinadas situações, segundo a classificação das instituições em
grupos determinados pelo percentil 27º e percentil 73 – indicador de qualidade.................. 294
Tabela 32 – Motivações dos diretores para o exercício da função de direção.........................296
Tabela 33 – Principais objetivos da Educação Infantil, segundo os diretores...........................300
Tabela 34 – Principais desafios da Educação Infantil, segundo os diretores.............................303
Tabela 35 – Assuntos abordados nas reuniões de equipe, segundo os diretores.....................308
Tabela 36 – Sugestões dos diretores para a melhoria da gestão das instituições - ações
internas.....................................................................................................................................313
Tabela 37 – Sugestões dos diretores para as SME e Entidades Mantenedoras - ações
externas....................................................................................................................................314
Tabela 38 – Opinião dos diretores sobre Educação Infantil municipal - primeiro nível de
categorias..................................................................................................................................316



                                                                                                                                             14
Tabela 39 – Opinião dos diretores sobre Educação Infantil municipal - segundo nível de
categorias..................................................................................................................................317
Tabela 40 – Comentários dos diretores sobre o seu trabalho e/ou sobre o questionário........318
Tabela 41 – Comentários dos diretores sobre o questionário..................................................319
Tabela 42 – Comentários dos diretores sobre o seu trabalho como
dirigente....................................................................................................................................319
Gráficos
Gráfico 1 – Distribuição dos Diretores, segundo as faixas etárias............................................259
Gráfico 2 – Contraste entre o percentual de respostas nos itens relativos à escolaridade,
segundo a classificação das instituições em grupos determinados pelo percentil 27º e percentil
73º – estimativa do indicador de qualidade.............................................................................263
Gráfico 3 – Tempo de experiência no cargo de direção, por dependência administrativa da
instituição.................................................................................................................................264
Gráfico 4 – Contraste do percentual de respostas relativas à experiência profissional, segundo
a classificação das instituições em grupos determinados pelo percentil 27º e percentil 73º –
indicador de qualidade.............................................................................................................267
Gráfico 5 – Percentual de respostas afirmativas em itens de infraestrutura, segundo a
classificação das instituições em grupos determinados pelo percentil 27 e percentil 73 do
indicador de qualidade.............................................................................................................273
Gráfico 6 – Itens de infraestrutura utilizados pela Educação Infantil, segundo a classificação das
instituições em grupos determinados pelo percentil 27 e percentil 73 do indicador de
qualidade..................................................................................................................................274
Gráfico 7 – Contraste do percentual de respostas relativas aos critérios de matrícula e ao
número de crianças nas listas de espera, segundo a classificação das instituições em grupos
determinados pelo percentil 27º e percentil 73º - indicador de qualidade............................ 278
Gráfico 8 – Contraste do percentual de respostas relativas à composição da equipe escolar,
segundo a classificação das instituições em grupos determinados pelo percentil 27º e percentil
73 – indicador de qualidade.....................................................................................................281
Gráfico 9 – Documentos orientadores do trabalho pedagógico utilizados no planejamento,
segundo a classificação das instituições em grupos determinados pelo percentil 27º e percentil
73 – indicador de qualidade.....................................................................................................283
Capítulo 5.4
Tabelas
Tabela 1 – Nível de escolaridade das mães, por instituição de ensino.....................................322



                                                                                                                                            15
Tabela 2 – Distribuição das respostas relativas à condição de trabalho das mães, por
instituição..................................................................................................................................323
Tabela 3 – Número de livros na residência, exceção feita aos livros escolares, por
instituição..................................................................................................................................324
Tabela 4 – Distribuição das respostas dos pais à questão “sua família sente-se bem recebida
pela equipe da instituição.........................................................................................................324
Tabela 5 – Distribuição das avaliações dos pais com relação à adequação do calendário de
atendimento da instituição.......................................................................................................325
Tabela 6 – Opiniões e sugestões dos familiares a respeito de aspectos a serem modificados nas
instituições................................................................................................................................326
Tabela 7 – Opiniões e sugestões dos familiares a respeito de aspectos da organização das
instituições................................................................................................................................327
Tabela 8 – Opiniões dos pais a respeito dos aspectos positivos no funcionamento das
instituições................................................................................................................................330
Tabela 9 – Classificação dos comentários dos pais a respeito da instituição / do
questionário..............................................................................................................................333
Capítulo 6
Quadros
Quadro 1 – Resumo dos resultados da análise realizada para o grupo total de participantes,
tendo como variáveis preditoras os sete indicadores de gestão e como variável resposta a
estimativa da nota no indicador de qualidade.........................................................................363
Quadro 2 – Resumo dos resultados da análise realizada para o grupo das instituições
municipais, tendo como variáveis preditoras os sete indicadores de gestão e como variável
resposta a estimativa da nota no indicador de qualidade........................................................366
Tabelas
Tabela 1 – Médias das instituições de ensino no indicador “Conhecimento” por município e
para o grupo total de participantes..........................................................................................340
Tabela 2 – Médias das instituições de ensino no indicador “Conhecimento” por dependência
administrativa dos estabelecimentos.......................................................................................341
Tabela 3 – Médias das instituições de ensino no indicador “Conhecimento” por modalidade de
ensino do estabelecimento.......................................................................................................342
Tabela 4 – Médias no indicador “Gestão Pedagógica”, por município.....................................343
Tabela 5 – Médias no indicador “Família”, por município........................................................345
Tabela 6 – Médias no indicador “Recursos Humanos”, por
município..................................................................................................................................347

                                                                                                                                            16
Tabela 7 – Estatísticas do indicador geral de gestão, por
município..................................................................................................................................353
Tabela 8 – Estatísticas do indicador geral de gestão, por dependência administrativa das
instituições................................................................................................................................354
Tabela 9 – Estatísticas do indicador geral de gestão, por modalidade de atendimento das
instituições................................................................................................................................355
Gráficos
Gráfico 1 – Distribuição das notas no indicador
“Conhecimento.........................................................................................................................340
Gráfico 2 – Médias e intervalos de confiança das médias no indicador “Conhecimento”, por
município..................................................................................................................................341
Gráfico 3 – Distribuição das notas no indicador “Gestão
Pedagógica................................................................................................................................343
Gráfico 4 – Médias e intervalos de confiança das médias no indicador “Gestão Pedagógica”,
por município............................................................................................................................344
Gráfico 5 – Distribuição das notas no indicador “Família..........................................................345
Gráfico 6 – Médias e intervalos de confiança das médias no indicador “Família”, por
município..................................................................................................................................346
Gráfico 7 – Distribuição das notas no indicador “Recursos Humanos......................................347
Gráfico 8 – Médias e intervalos de confiança das médias no indicador “Recursos Humanos”,
por município............................................................................................................................348
Gráfico 9 – Distribuição das notas no indicador “Materiais......................................................349
Gráfico 10 – Médias e intervalos de confiança para as médias no indicador “Materiais”, por
município...................................................................................................................................350
Gráfico 11 – Distribuição das notas no indicador
“Postura.....................................................................................................................................350
Gráfico 12 – Médias e intervalos de confiança das médias no indicador “Postura”, por
município...................................................................................................................................351
Gráfico 13 – Distribuição das notas no indicador
“Avaliação"................................................................................................................................352
Gráfico 14 – Distribuição do percentual de instituições, segundo intervalos da escala de notas
no indicador geral......................................................................................................................353
Gráfico 15 – Médias e intervalos de confiança das médias no indicador geral de gestão, por
município e para o grupo total de instituições..........................................................................354



                                                                                                                                            17
Gráfico 16 – Médias e intervalos de confiança das médias no indicador geral de gestão, por
dependência administrativa das instituições...........................................................................355
Gráfico 17 – Médias nos indicadores de gestão – grupo total e município A.......................... 356
Gráfico 18 – Médias nos indicadores de gestão – grupo total e município B...........................357
Gráfico 19 – Médias nos indicadores de gestão – grupo total e município C........................... 357
Gráfico 20 – Médias nos indicadores de gestão – grupo total e município D...........................358
Gráfico 21 – Médias nos indicadores de gestão – grupo total e município E...........................358
Gráfico 22 – Médias nos indicadores de gestão – grupo total e município F...........................359
Diagrama
Diagrama 1................................................................................................................................364
Diagrama 2................................................................................................................................366




                                                                                                                                         18
INTRODUÇÃO


       Esta pesquisa resulta de uma parceria estabelecida entre a Fundação Victor
Civita e a Fundação Carlos Chagas com o objetivo de promover uma investigação
sobre a gestão da Educação Infantil no Brasil.

       Outras pesquisas sobre gestão precederam esta, também baseada na iniciativa
da Fundação Victor Civita, mas focalizaram principalmente as demais etapas
educacionais. Para melhor compreender os desafios que se colocam para uma gestão
da Educação que favoreça a democratização das oportunidades educacionais e
contribua para ganhos de qualidade dos sistemas escolares, tornou-se evidente que
seria importante ampliar o foco dos estudos sobre gestão de forma a incluir a primeira
etapa da Educação Básica, em que hoje mais de dois terços da população na faixa
etária de zero a 5 anos de idade inicia sua experiência como aluno.

       A pesquisa procurou focalizar esse tema de forma a ressaltar as
especificidades da Educação Infantil, porém sem deixar de situar a gestão dessa
primeira etapa da Educação Básica no contexto do debate contemporâneo sobre as
políticas educacionais, o qual lhe tem reservado uma crescente centralidade.

       Representa, assim, uma tentativa de preencher essa lacuna no campo dos
estudos sobre gestão, trazendo para a análise dados obtidos em seis capitais
brasileiras, sobre a gestão das unidades de Educação Infantil e das redes municipais
das quais fazem parte. Para isso, abrangeu tanto estabelecimentos municipais como
privados conveniados com as prefeituras, procurando contemplar a heterogeneidade
existente nas formas de organização da oferta pública de Educação para crianças
pequenas.

       A pesquisa de campo foi realizada durante o segundo semestre de 2011,
contando com a contribuição de equipes de pesquisadores vinculados às
universidades federais situadas nas capitais selecionadas para o estudo. A
colaboração das Secretarias de Educação desses municípios foi fundamental para a
realização da pesquisa, garantindo acesso dos pesquisadores às unidades, facilitando
às equipes escolares o uso de computadores e internet e abrindo as portas das
Secretarias para entrevistas e coleta de documentos.




                                                                                   19
O novo estatuto legal da Educação Infantil


       Desde a Constituição Federal de 1988, a Educação Infantil, englobando a
creche e a pré-escola, constitui a primeira etapa da Educação Básica. Essa definição,
reforçada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB de 1996, implica
no reconhecimento legal do direito da criança pequena à Educação e na obrigação de
o Estado atender à demanda. Até recentemente, essa obrigação não se estendia à
família; porém a legislação sobre a obrigatoriedade legal foi alterada em 2006,
tornando obrigatória a Educação para a faixa etária dos 4 aos 17 anos, abrangendo
também a pré-escola.

       Até a criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização do Magistério (Fundeb), em substituição ao Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do
Magistério (Fundef), a Educação Infantil não contava com recursos especialmente
vinculados a seu financiamento, deixando a maioria dos municípios, que devem
prioritariamente atender a essa etapa educacional, sem muitas condições concretas
para oferecer e ampliar sua oferta de vagas.

       Porém, a partir de meados da última década, o novo fundo tem contribuído
para estimular o atendimento à Educação Infantil no país. Entre 2001 e 2009, segundo
dados do IPEA, compilados do Censo Escolar, a taxa de frequência à creche, para
crianças entre zero e 3 anos de idade, aumentou de 10,6 para 18,4%. No mesmo
período, na faixa considerada de 4 a 6 anos, a frequência à pré-escola apresentou
oscilações depois do patamar de 56% em 2001, o que se deve, provavelmente, à
passagem das crianças de 6 anos para o Ensino Fundamental, intensificada nesse
período (IPEA, 2011, p. 143). Os dados mais recentes indicam que cerca de 80% das
crianças de 4 e 5 anos estão escolarizadas.

       Ao mesmo tempo, a passagem das creches, anteriormente vinculadas às áreas
de assistência social, saúde e trabalho, para o setor educacional, trouxe novos
desafios à gestão municipal da Educação e ampliou o mercado de trabalho dos
professores para a população de crianças menores de 4 anos.

       Além desses, outros fatores contribuíram para dar um maior destaque à
Educação Infantil: nos grandes centros, torna-se cada vez mais evidente a crescente
demanda por creches, que não consegue ser atendida pelas prefeituras, conferindo a
esse tema maior espaço nas disputas eleitorais; e a persistência do fracasso escolar
no Ensino Fundamental sugere que é preciso dar mais atenção à oferta e à qualidade


                                                                                  20
da Educação Infantil, cujos benefícios para o desempenho no Ensino Fundamental
são reconhecidos por muitas pesquisas.

       As reformas educacionais introduzidas em diversos países nas últimas
décadas deram prioridade à introdução de inovações na gestão das redes de ensino e
das unidades, reforçando processos como a descentralização, a garantia de maior
autonomia para as unidades e a avaliação de sistemas. A bibliografia especializada
sobre esse tema é vasta tanto no exterior como em nosso país.

       Percebe-se, em relação às políticas nacionais para Educação, a preocupação
em colocar em pauta a questão da gestão tanto da unidade quanto dos órgãos
públicos. O Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública é
uma das iniciativas do Ministério da Educação no sentido de qualificar os gestores
efetivos das escolas públicas, oferecendo-lhes cursos de especialização.

       Na última década, foram publicados alguns documentos oficiais a respeito do
tema. Um exemplo é o instrumento de autoavaliação para escolas de Ensino
Fundamental, Indicadores de Qualidade para a Educação – INDIQUE (AÇÃO
EDUCATIVA, 2008, p. 41), que aponta a gestão escolar democrática como uma das
dimensões da qualidade da Educação, entendendo essa gestão como sendo
caracterizada pelo “compartilhamento de decisões e informações”, de modo a haver
transparência nas ações.

       Dentre os documentos oficiais voltados para a Educação Infantil, os Critérios
para um Atendimento em Creches que Respeite os Direitos Fundamentais das
Crianças, inicialmente publicado pelo MEC em 1995, um ano antes da LDB, talvez
seja o primeiro a trazer critérios voltados para a administração das redes e das
entidades responsáveis por instituições conveniadas. Assinada por Fúlvia Rosemberg,
a segunda parte do documento, “A política de creche respeita a criança: critérios para
políticas e programas de creche”, aborda justamente quais parâmetros de gestão
devem ser adotados para garantir os direitos das crianças detalhados na primeira
parte do documento, voltada para o funcionamento da unidade (ROSEMBERG, 1985).

       Em 2009, foi publicado um instrumento de autoavaliação voltado para a
Educação Infantil, seguindo o mesmo tipo de metodologia do anterior, os Indicadores
da Qualidade na Educação Infantil (MEC, 2009). Nele, a primeira dimensão é a
Avaliação da Dimensão Planejamento Institucional, em que se focaliza a gestão
pedagógica da unidade.

       Antes disso, em 2006, o Ministério da Educação já havia publicado os
Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil (MEC, 2006), documento

                                                                                   21
que sintetiza as principais orientações legais que os sistemas e as unidades devem
obedecer na organização de creches e pré-escolas, contendo também dois volumes
com orientações sobre a infraestrutura das instituições.

         Dentre os instrumentos previstos na legislação, que procuram viabilizar a
gestão democrática das unidades, os conselhos escolares devem garantir a
participação dos vários segmentos da comunidade escolar nas decisões sobre a
gestão das unidades. No sentido de destacar a importância dos Conselhos Escolares
para a gestão democrática, o MEC criou uma série de cadernos, o Material de Apoio
ao Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares (BRASIL, 2004).

         Nesse mesmo período, muito pouco tem sido pesquisado sobre a gestão da
Educação Infantil no país, como mostra a revisão bibliográfica realizada para esta
pesquisa, que consta deste relatório. Essa lacuna é especialmente grave devido ao
fato de que a gestão de creches e pré-escolas apresenta especificidades importantes
quando comparada à gestão de escolas que atendem crianças maiores de 6 anos de
idade.

         Inúmeros fatores geram, para a gestão da Educação Infantil, demandas muito
específicas. Entre eles, estão: uma maior dependência das crianças pequenas em
relação aos adultos; a necessária associação entre cuidado e Educação; a
especificidade da função de professor(a) de Educação Infantil; o arranjo dos espaços;
os cuidados com a alimentação e a saúde; o tipo de equipamento e materiais
adequados à faixa etária; as características de um atendimento em tempo integral; o
tipo de contato que deve haver com as famílias e o atendimento por meio de
convênios com entidades privadas.

         Alguns desses aspectos ficaram evidentes nos resultados de recente estudo da
Fundação Carlos Chagas, a pesquisa Educação Infantil no Brasil: Avaliação
Qualitativa e Quantitativa (CAMPOS, et al, 2011), que teve por objetivo avaliar a
qualidade de 147 instituições de Educação Infantil em seis capitais brasileiras por meio
de escalas de observação dos ambientes de creches e pré-escolas e de questionários
a diretores das instituições e professoras das turmas avaliadas. Relacionando os
dados de caracterização dos estabelecimentos com os resultados da avaliação de
salas de creche e pré-escola, verificou-se que as unidades que tiveram melhores
resultados na avaliação da qualidade possuíam diretores com salários mais altos.
Mesmo considerando que essa remuneração pode estar associada a outras variáveis,
tais como o nível socioeconômico da clientela das escolas, esse dado sugere que os




                                                                                     22
diretores desempenham um papel importante na garantia de uma melhor qualidade do
trabalho pedagógico desenvolvido nas instituições que dirigem.

        Além da questão da remuneração, verificou-se que as pré-escolas que
obtiveram pontuações mais elevadas são dirigidas por profissionais que concluíram
seu curso de nível superior há 15 anos ou mais e assumiram o cargo de direção por
meio de concurso público, processo seletivo ou eleição. Esses diretores costumam
promover atividades e cursos de formação destinados aos professores e aos
funcionários na própria unidade. Nesse sentido, pode-se inferir que a experiência
profissional dos diretores, sua forma de contratação e suas ações de formação são
fatores altamente influentes na qualidade do atendimento das instituições de
Educação Infantil.

        A mesma pesquisa investigou também as políticas municipais de Educação
Infantil desenvolvidas nessas capitais, encontrando desigualdades significativas nas
condições de financiamento das redes públicas e conveniadas e uma grande
diversidade nas orientações adotadas na gestão dessas redes (CAMPOS et al, 2011).


A proposta da pesquisa


        Pareceu, então, importante e oportuna a proposta de investigar a gestão da
Educação Infantil tanto no âmbito da unidade como no plano da gestão municipal, que
é a esfera de governo legalmente incumbida por ofertar essa etapa educacional no
país.

        Foram definidos como objetivos do projeto:

                      I – Caracterizar as políticas de gestão da Educação Infantil nas
                      redes municipais de ensino;


                      II– Descrever o processo de seleção, designação e orientação
                      dos gestores escolares da Educação Infantil e as características
                      dessa função;


                      III – Identificar e descrever as iniciativas de formação voltada
                      para a gestão da Educação Infantil nos municípios e nas
                      unidades;




                                                                                   23
IV- Caracterizar o perfil dos gestores escolares da Educação
               Infantil;


                        V- Identificar os modelos de gestão aplicados nas unidades;


                        VI – Propor recomendações baseadas nos resultados da
                        pesquisa e na literatura nacional e internacional sobre modelos
                        bem-sucedidos de gestão escolar.


         No âmbito da unidade, as principais questões cobertas pela investigação
contemplam o perfil dos profissionais (diretor, coordenador pedagógico e professor), o
seu cotidiano de trabalho (natureza das tarefas, trabalho pedagógico, relações com
famílias, equipe e comunidade), o seu modelo de gestão e as suas opiniões e
reflexões acerca da Educação Infantil.

         Junto às Secretarias Municipais de Educação, os seguintes aspectos foram
pesquisados, cada um deles desdobrado em diversos itens: organização dos sistemas
municipais de Educação; perfil da rede municipal; supervisão pedagógica; recursos
humanos, financeiros e materiais; formação continuada; orientações curriculares;
integração com o Ensino Fundamental e integração com demais setores sociais.

         Para olhar mais de perto a realidade das unidades, foi realizado um estudo
exploratório em uma das capitais, que focalizou quatro centros de Educação Infantil,
sendo um deles conveniado e os demais municipais. Os dados colhidos
complementam os diversos aspectos da gestão das unidades analisados ao longo do
texto.

         Este relatório preliminar está organizado nos seguintes capítulos: o primeiro
contém a revisão bibliográfica realizada sobre o tema; nos capítulos segundo e
terceiro, são abordadas as metodologias adotadas na coleta e análise dos dados; no
quarto capítulo, a gestão da Educação Infantil é discutida na perspectiva das equipes
das Secretarias Municipais de Educação; no capítulo quinto, os resultados dos
questionários respondidos por professores, pais, coordenadores pedagógicos e
diretores são apresentados; no sexto e último capítulo, são propostos alguns
indicadores de gestão, construídos com base nos dados investigados. Finalmente,
constam do relatório algumas considerações gerais e recomendações sobre a gestão
da Educação Infantil.




                                                                                      24
25
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA


       As primeiras constatações que podem ser feitas ao examinar a literatura sobre
a gestão em Educação Infantil é que as publicações são: relativamente escassas,
quando comparadas à literatura sobre a gestão da Educação em geral; focalizadas
nas etapas posteriores da Educação; baseadas, na maioria das vezes, em estudos de
caso, reflexões sobre experiências localizadas, com pouca abrangência; mantendo
uma interlocução limitada com as discussões mais gerais que vêm acompanhando a
introdução das reformas educacionais, ocorridas nas duas últimas décadas, que
impactam de perto a gestão dos sistemas e unidades de ensino. Não é difícil encontrar
um motivo que ajude a explicar essas características da bibliografia disponível no país:
a Educação Infantil, especialmente a creche, é uma recém-chegada ao sistema
educacional. Sendo um campo relativamente novo, conta com menor atenção por
parte da gestão das redes escolares e até mesmo com certo estranhamento e
resistência no âmbito das esferas técnicas, responsáveis por sistemas educacionais
mais complexos. Além disso, como recém-chegada, acaba por ser aquela etapa que
precisa ajustar-se a modelos de gestão desenhados para outros níveis educacionais,
modelos esses que já contam com uma história e com uma legitimidade, que reforçam
sua imposição às instituições de Educação da criança pequena. Assim, é a creche e a
pré-escola que precisam se adaptar às estruturas e aos mecanismos já consagrados
de organização e gestão dos sistemas, e não o inverso. Peter Moss (2011) utiliza uma
expressão interessante para se referir a esse tipo de processo: a “colonização” da
Educação Infantil pelas etapas posteriores de Educação.

       Dessa forma, no período que se seguiu às novas definições legais introduzidas
pela Constituição Federal de 1988 e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional – LDB de 1996, a transição do atendimento, que estava sob a
responsabilidade da área de assistência social, para o setor da Educação, processou-
se – e ainda se processa – de maneira a colocar as instituições de Educação Infantil
em uma nova fôrma, muitas vezes sem consideração para as consequências dessas
mudanças junto às crianças e suas famílias. Por exemplo, crianças de 4 a 6 anos de
idade que eram atendidas em tempo integral nas creches passaram a frequentar pré-
escolas em meio período; professoras contratadas para trabalhar em instituições de
tempo integral continuaram a manter sua jornada de trabalho baseada em horas-aula,
conforme o padrão adotado para o Ensino Fundamental; matrículas que eram
realizadas nas unidades passaram a ser centralizadas, sem poder dar maior atenção à
situação de crianças de uma mesma família ou à proximidade do local de moradia; o


                                                                                     26
recrutamento de diretores e coordenadores pedagógicos passou a ser feito sem exigir
experiência prévia de trabalho com essa faixa etária; profissionais de saúde foram
dispensados sem que antes fosse providenciada uma formação da equipe para lidar
com questões de saúde, higiene e alimentação de crianças muito pequenas, entre
muitos outros problemas. Paradoxalmente, nem sempre essas dificuldades foram
compensadas por medidas que estendessem, à Educação Infantil, as mesmas
conquistas obtidas na gestão do Ensino Fundamental e Médio. Como alguns estudos
já mostraram, os – na realidade as, pois a grande maioria são mulheres – profissionais
que atuam na Educação Infantil ganham, em média, menos do que aqueles vinculados
às etapas educacionais seguintes; sua formação inicial é geralmente mais precária do
que aquela com que contam os profissionais dos outros níveis educacionais; tendem a
não ser remuneradas para horários de planejamento e formação continuada; as
equipes, em muitos casos, não contam com coordenação pedagógica na unidade;
nem sempre as atividades de formação continuada promovidas pelas Secretarias de
Educação incluem o pessoal de creche, especialmente quando trabalham em
instituições conveniadas; é recente a incorporação da Educação Infantil aos
programas de alimentação, transporte escolar, material didático e construção escolar
apoiados pelo governo federal.

          Por outro lado, nesse percurso, algumas das expectativas em relação aos
benefícios que a inclusão da Educação Infantil na Educação Básica poderia
proporcionar, vêm se confirmando: maior exigência de formação para professores;
introdução de orientações curriculares; produção de material pedagógico voltado para
a faixa etária anterior a 7 anos de idade; maior preocupação com a dimensão
educativa da creche; formalização de critérios de qualidade; ampliação das pesquisas
e crescimento do número de grupos especializados nas universidades, entre outros
aspectos. O recente foco na gestão é um dos exemplos. Parece que, aos poucos,
temas considerados importantes para outros níveis educacionais passam a ser
também valorizados nos estudos que focalizam a Educação Infantil. Um exemplo são
os trabalhos mais recentes que discutem o financiamento público da Educação:
especialistas que raramente se ocupavam com as especificidades do financiamento da
creche hoje incluem esse foco em seus estudos sobre a Educação Básica, precisando,
para isso, interagir com pesquisadores da área, no sentido de se inteirar das
particularidades do funcionamento dessa instituição1.




1
    Um exemplo é o processo que culminou com a publicação do estudo sobre Custo Aluno Qualidade
    Inicial –CAQi (Carreira e Pinto, 2007).

                                                                                            27
Entretanto, muito pouco tem sido pesquisado e publicado sobre a gestão da
Educação Infantil. Dentre mais de 700 fontes localizadas na Base de Dados “Gestão
Escolar”, disponível na página da Fundação Carlos Chagas, entre 2001 e 2008, foram
localizados apenas seis artigos, quatro teses e 14 dissertações com base no descritor
“gestão da Educação Infantil”. Dentre 63 títulos de livros levantados para serem
incluídos nessa base, nenhum trata especificamente da gestão da Educação Infantil.
Consultando o banco de Teses da Capes, no período de 2009 e 2010, foram
encontradas duas teses e quatro dissertações sobre o tema.

        Essa lacuna é especialmente grave devido ao fato de que a gestão de creches
e pré-escolas apresenta especificidades importantes, quando comparada à gestão de
escolas que atendem crianças acima de 6 anos de idade, como: integrar o cuidado à
Educação, uma vez que as crianças pequenas necessitam maior atenção por parte
dos adultos; organizar ambientes que estejam de acordo com as necessidades das
faixas etárias atendidas; planejar rotinas para atendimento em turno integral (caso de
muitas creches); manter uma relação próxima com as famílias. Assim, as instituições
de Educação Infantil têm preocupações peculiares, que geram demandas bastante
diversas das do Ensino Fundamental.

        É interessante observar que situação muito semelhante pode ser encontrada
em outros países. Uma publicação da Open University Press (MOYLES, 2006)
comenta uma extensa revisão bibliográfica realizada por outros autores (MUIJS et al,
2004 apud MOYLES, 2006, p. 2), que constataram “a penúria das pesquisas” sobre
liderança2 na Educação Infantil. Assim, a autora Janet Moyles justifica o fato de o
levantamento realizado para seu projeto basear-se “extensivamente em textos sobre
liderança e gestão (management) e de pesquisa educacional (dos quais houve uma
superabundância nas duas últimas décadas)”. Ela, porém, acrescenta: “estes são
úteis, mas não oferecem um quadro completo para a liderança e a gestão na
Educação Infantil (earlyyears), devido a seu foco nas práticas da escolaridade
obrigatória; assim sempre é necessário promover ajustes na tradução desses estudos
em termos da faixa etária anterior (earlychildhood)”3 (MOYLES, 2006, p. 2).

        Por tudo isso, nesta revisão bibliográfica, foi incluída uma síntese sobre as
principais questões abordadas na literatura sobre gestão educacional, mesmo que não
referida diretamente à Educação Infantil. É preciso considerar, de qualquer forma, que
como primeira etapa da Educação Básica, tanto a creche como a pré-escola fazem


2
  Liderança é um conceito muito presente na literatura em língua inglesa, mas que não é bem acolhido na
   produção acadêmica brasileira.
3
  Tradução nossa.

                                                                                                    28
parte das mesmas redes que se ocupam das demais etapas da Educação; uma
parcela      significativa   das     matrículas    na    Educação       Infantil   encontra-se     em
                                                                  4
estabelecimentos que incluem outros níveis de ensino e os profissionais devem ser
formados, preferencialmente, nos mesmos cursos de pedagogia em que se formam os
que atuam no primeiro segmento do Ensino Fundamental.

          Neste texto, também são comentadas as definições legais que vêm impactando
a Educação Infantil, desde a Constituição Federal de 1988, e determinam o arcabouço
geral da organização dos sistemas educacionais, em que se situam as redes de
creche e pré-escola. Algumas características da gestão dessas redes de Educação
Infantil são importantes para a discussão da gestão municipal e a gestão das
unidades, como: a significativa presença dos convênios firmados entre entidades
privadas sem fins lucrativos e o poder público, na oferta de vagas; o atendimento em
tempo integral; o emprego de pessoal leigo no trabalho com os grupos de crianças; a
oferta de matrículas em creche focalizada em alguns grupos da população, entre
outros aspectos. A revisão bibliográfica teve por objetivo apontar diferentes tendências
na produção acadêmica sobre a gestão educacional e escolar no Brasil, levando em
consideração alguns autores expressivos que abordam essa temática. Para a
realização deste trabalho, foram selecionados livros e artigos científicos, produzidos
desde o ano de 1990, que contemplavam uma discussão mais abrangente sobre a
gestão da Educação.
          Uma vez que as abordagens são diversas, procurou-se, em primeiro lugar,
apresentar diferentes concepções sobre a administração e a gestão e os enfoques em
torno da gestão, que ora é compreendida como um mecanismo democrático e
participativo de intervenção na realidade, ora como uma ferramenta oriunda da
administração empresarial. Da mesma forma, procurou-se apresentar o alcance das
discussões sobre a gestão da Educação, as quais se remetem ao âmbito das políticas
educacionais, ou seja, ao nível macro do sistema, e ao âmbito da unidade escolar.
          Essa estratégia permitiu verificar, na produção acadêmica, a tendência a
discutir a gestão educacional e escolar no contexto da reforma do Estado e da
Educação, na década de 1990. Ao mesmo tempo, os autores que enfocaram mais a
gestão da unidade escolar tenderam a discutir essa questão do ponto de vista dos
princípios de autonomia, de gestão escolar democrática e de participação, enfatizando
a dimensão política da gestão educacional, em detrimento dos aspectos mais


4
    No cálculo para definição da amostra deste estudo, verificou-se que, nas sete capitais selecionadas
    inicialmente, a proporção de unidades das redes públicas que oferecem a Educação Infantil junto a
    outras etapas da Educação é de 41% e a proporção de unidades conveniadas é de 32%. (Fonte: Censo
    Escolar 2010)

                                                                                                    29
operacionais, como os procedimentos burocráticos, os procedimentos financeiros e
orçamentários e metodologias de planejamento, entre outros.

       Após discorrer sobre uma bibliografia mais geral sobre a gestão da Educação,
realizou-se um trabalho de levantamento e revisão bibliográfica em relação à gestão
das instituições de Educação Infantil. Embora tenham sido encontradas poucas
referências sobre o tema, dada a existência de uma produção insuficiente sobre a
gestão da Educação Infantil, notou-se que, na bibliografia estrangeira, há uma
preocupação maior em discutir as especificidades da administração das instituições de
Educação Infantil.
       Por fim, teceram-se algumas impressões sobre a bibliografia nacional e a
estrangeira consultadas, buscando distingui-las dentro das abordagens dos temas
tratados.
       Para a elaboração da revisão bibliográfica, foi pesquisado o banco de teses da
Capes e o acervo da Biblioteca Ana Maria Poppovic, da Fundação Carlos Chagas. Há
também      referências   de   acervos   particulares,   principalmente   de bibliografias
estrangeiras, que constaram do trabalho de revisão.


Gestão educacional e gestão escolar: diferentes abordagens

       A produção acadêmica sobre a gestão educacional e escolar é ampla e
apresenta divergências e distintas compreensões sobre a gestão, uma vez que é
produzida dentro de um contexto de tensão recente, gerado, de um lado, por
reivindicações e disputas entre diferentes grupos sociais no período da Constituinte e,
de outro, pela reforma do Estado, na década de 1990.

       A Constituição Federal de 1988 foi elaborada em um momento favorável para
os movimentos sociais, que lutavam em favor da democracia participativa e de um
desenvolvimento econômico redistributivo. Foi um momento de luta pelas liberdades
democráticas, de grandes movimentos grevistas e da conquista da liberdade de
organização partidária. Esses acontecimentos impactaram a Constituição Federal de
1988, que ampliou os direitos de cidadania e garantiu meios para a democratização da
gestão de instituições públicas. A Lei consagrou várias aspirações e conquistas
decorrentes da mobilização dos movimentos sociais e da comunidade educacional e
reconheceu formas alternativas e complementares do processo democrático
representativo, pelo aperfeiçoamento do sistema democrático.

       Na Educação, diversas entidades, reunidas no Fórum Nacional em Defesa do
Ensino Público e Gratuito, intensificaram suas reivindicações por canais de

                                                                                       30
participação social no âmbito do Estado e iniciaram um movimento em defesa do
ensino público e gratuito. Em contraposição, o setor privado de ensino, que se
expandiu consideravelmente durante o regime militar, também apresentou suas
reivindicações e obteve algumas conquistas.

       De modo geral, a Constituição Federal, no capítulo da Educação, contém as
bases e os horizontes para a ampliação da cidadania e a preservação dos direitos
humanos (Cury, 2005). Em relação à gestão educacional, houve avanços, pois a lei
conferiu à escola o reconhecimento como espaço legítimo das ações educativas e,
portanto, as prioridades da política educacional foram o fortalecimento da gestão
escolar e a ampliação da autonomia das instituições escolares.

       Cury (2005) afirma que, apesar dos avanços obtidos, existe um antagonismo
entre as expectativas postas nas leis e as condições adversas da sociedade e também
da Educação brasileira. De acordo com Adrião e Camargo (2001), a distância entre os
princípios da Constituição Federal e a realidade educacional ocorre porque a lei é o
resultado de um processo de disputas entre diferentes interesses, por vezes
antagônicos. Isso significa que a presença de medidas democratizadoras na legislação
não implica sua execução, tanto que Adrião e Camargo definem a Constituição
Federal como um “produto de embates”, uma síntese dos diferentes interesses e
expectativas em torno dos direitos sociais e do papel do Estado. “Eis parte da
ambiguidade que acompanha as conquistas no plano da lei: as contradições entre o
proposto e o implementado” (ADRIÃO; CAMARGO, 2001, p. 70).

       Ao mesmo tempo que a Constituição foi elaborada no fervor das reivindicações
de distintos grupos sociais, o país enfrentava uma crise econômica e social,
compreendida como consequência do modelo de Estado vigente. Acreditava-se na
necessidade de se pensar num novo formato para o Estado, de modo que ele
conseguisse saldar os compromissos financeiros que geraram a crise fiscal e financiar
as políticas sociais. A crise configurava um cenário caracterizado por políticas de
ajuste para a contenção das despesas públicas: eis uma grande contradição com os
objetivos de investimento na Educação pública.

       Também nos anos de 1990, tendo por fundamento os princípios da
Constituição Federal, que estabeleceu as bases federativas do Estado Brasileiro,
houve um processo de reforma da Educação. Por meio da implementação de uma
agenda de descentralização, iniciada no primeiro governo de Fernando Henrique
Cardoso, particularmente na área das políticas sociais, houve a transferência de
grande parte das funções de gestão das políticas para os estados e municípios. Nesse


                                                                                  31
período, a responsabilidade pelo financiamento e a gestão das políticas de saúde,
Educação, assistência social, entre outras, continuavam centralizadas no governo
federal, embora as instituições políticas federativas já estivessem instauradas
(ARRETCHE, 2002).      Da mesma forma, os sistemas estaduais adotaram política
similar, transferindo recursos e responsabilidades com a oferta de serviços
educacionais tanto para o município, quanto diretamente para a escola.

       O município, como instância local, passa a ser o responsável pela execução
dos serviços e programas educacionais, como também pode delegar diretamente à
escola essa competência. A União e os estados não perderam seu poder de definir
prioridades, distribuição de informações e recursos e formas de avaliação de
resultados, mas o município e as escolas assumiram a responsabilidade no
cumprimento das metas estabelecidas, possibilitando a elas a flexibilidade necessária
nos processos de execução das políticas para a Educação.


                       (...) no âmbito das políticas educativas implantadas em meados
                       dos anos 90, observamos o estabelecimento de rearranjos nos
                       papéis das esferas administrativas em relação às suas
                       responsabilidades com os distintos níveis e modalidades de
                       ensino. Neste contexto, as municipalidades brasileiras vêm
                       sendo as responsáveis pelo aumento das matrículas na
                       Educação Infantil e na de jovens e adultos, além de,
                       progressivamente, estarem assumindo a oferta da Educação
                       fundamental, o que expressa as tentativas de cumprimento das
                       normas legais prescritas em nossa Constituição e nas Leis de
                       Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB. (AZEVEDO,
                       2002, p. 51).


       Percebe-se, portanto, que os anos 1990 foram cruciais para o modelo de
organização da Educação brasileira atual. Ao mesmo tempo, representam um período
em que a luta pela democratização do ensino, no âmbito da Educação Básica,
assumiu como projeto a qualidade da Educação e a garantia do acesso e da
permanência nas instituições escolares, como um direito social. Por outro lado, a crise
de governabilidade instalada no Estado e sua incapacidade para contornar a crise
fiscal e implementar políticas sociais de qualidade, provocaram uma reforma da
administração pública, de modo a provê-la de maior racionalidade, garantindo
eficiência nos serviços, a contenção de gastos e a otimização de resultados
(BRESSER PEREIRA, 2006; COSTA, 2010).
                                                                                    32
O cenário de tensão, gerado pelas diferentes expectativas em torno do papel
do Estado na implementação das políticas públicas e das garantias constitucionais,
refletiu-se na elaboração da Lei de Diretrizes e Bases, que demorou oito anos para ser
aprovada, depois de várias disputas em torno de projetos distintos de lei. Da mesma
forma, refletiu-se no modo como a reorganização da Educação brasileira foi conduzida
e se traduziu em diferentes compreensões sobre o processo de descentralização da
Educação, inclusive nas concepções sobre a gestão educacional e escolar.

       Na bibliografia sobre a gestão da Educação, notam-se diferentes abordagens e
compreensões do tema, até mesmo discussões que abordam as diferenças entre a
gestão e a administração.

       De acordo com Maia (2008), a trajetória do conhecimento em administração,
presente na Revista daAssociação Nacional de Política e Administração da
Educação(Anpae), no período de 1980 a 2000, é marcado por três momentos: o
primeiro, no início da década de 1980, resgata o pensamento da administração da
Educação, procurando articular o pensar e o agir nas suas atividades e buscando
destacar o papel político desempenhado pela administração. O segundo, em meados
da década de 1980, insere o termo “gestão” nos textos acadêmicos, contemplando
algumas características necessárias para a existência da escola democrática, como
novas formas de provimento de cargo de diretor, maior flexibilidade e autonomia
escolares, planejamento participativo, investimento na formação de professores e
tomada de decisões coletiva. Finalmente, o terceiro momento prossegue com a
utilização paralela entre os termos “administração” e “gestão”, sendo o primeiro
associado à burocracia autoritária, à hierarquia, à centralização e a formas
antidemocráticas de trabalho, e o segundo, à organização do trabalho coletivo, à
participação e possibilidade de relações mais horizontais, menos hierárquicas e a
descentralização das ações no sistema educacional e nas unidades escolares.
Também,        nesse        momento,      contempla-se       a      relação     entre
Educação/administração/qualidade, criticando-se a qualidade tal como concebida pelo
modelo político “neoliberal”.

       A análise que Maia (2008) faz de artigos publicados naAnpae, caracterizando
as diferentes concepções de gestão e administração, são percebidas na área
educacional como um todo. No entanto, é difícil estabelecer diferenças entre a
produção sobre o tema em termos de temporalidade, pois as diferentes concepções
não seguem dentro de uma lógica evolutiva. Elas existem simultaneamente e estão
presentes tanto na produção acadêmica como no discurso de professores e diretores.



                                                                                   33
Pereira e Andrade (2005), fazendo uma análise também dos trabalhos
publicados na Revista da Anpae, no período de 1983 a 1996, constatam que as
formas de construção da administração da Educação foram condicionadas pelo estado
de politização do campo no período. Portanto, os conceitos e as definições de
administração e gestão da Educação precisam ser inseridos “[...] nas posições e
tomadas de posição do campo educacional, isto é, [...] à luz das lutas empreendidas,
simultaneamente pedagógicas e políticas, teóricas e práticas, das estratégias
acionadas pelos agentes e dos móveis impostos como os mais legítimos.” (p. 1399)

       Para Sander (2007), na década de 1980, há novas elaborações conceituais em
torno da administração da Educação, pelo desenvolvimento de um pensamento de
esquerda na área, que denunciava o vínculo da administração com o capitalismo e
propunha uma concepção de administração compromissada com a transformação
social. Nesse período, ocorre uma resistência intelectual à adoção acrítica das
perspectivas da administração clássica pela crescente orientação sociológica e
antropológica dos estudiosos da administração pública educacional, que se identificam
com os movimentos políticos de redemocratização.

       Uma nova identidade é perseguida para o administrador da Educação, nesse
período: uma identidade política, compatível com as reivindicações por democracia na
Educação e na sociedade, cujo compromisso reside na garantia da efetiva
participação dos atores educacionais e no cumprimento dos objetivos educacionais da
instituição. Da mesma forma, há a crítica e o repúdio ao compromisso do
administrador apenas com os rituais da burocracia (OLIVEIRA, 1997).

       Para Bruno (2008), os diferentes conceitos se devem à forma como a gestão
democrática   foi   incorporada   na   Constituição   Federal,   como   um   princípio,
transformando a regulamentação desse artigo, nos estados subnacionais, em um
“campo aberto” para diferentes concepções, até mesmo antagonismos acerca do
significado de gestão democrática. De acordo com a autora, o Estado recuperou as
reivindicações dos trabalhadores da Educação, que lutavam pelo fim da cisão entre a
gestão do trabalho e a realização do trabalho, nas décadas de 1970 e 1980, e
estabeleceu como princípio constitucional a gestão democrática da escola pública. No
entanto, para Bruno,


                       Não se tratou de reduzir o que era o embrião de novas formas
                       de organização da Educação no Brasil, produzido no calor das
                       lutas, em mero adjetivo. Tratou-se de algo muito mais
                       substantivo. De transformar uma prática com extraordinário

                                                                                    34
potencial inovador, em que se horizontalizava a estrutura
                      organizacional do sistema educacional, no seu inverso: numa
                      nova forma de verticalizá-la, mais condizente com as novas
                      formas de organização [...] (BRUNO, 2008, p. 21).


       Concorda-se com a autora quando afirma sobre a ambiguidade do termo e a
multiplicidade de práticas sociais possíveis dentro dessas diferentes concepções de
gestão. Também se concorda com o fato de a literatura sobre o tema naturalizar
conceitos, na medida em que não leva em consideração os contextos históricos e
sociais em que os diferentes significados surgem. Todavia, acredita-se que a confusão
terminológica ocorre também pelo fato de as abordagens da administração e da
gestão se darem dentro de um contexto político e social de crise e de mudança, em
que diferentes grupos disputam espaço na sociedade e no âmbito do Estado e
apresentam expectativas distintas sobre o papel das instituições públicas. Uma vez
que o Estado congrega interesses diversos, tanto os mecanismos legislativos e
normativos quanto os instrumentos de ação, que se consubstanciam em políticas,
programas e ações, também expressam as contradições dos diferentes grupos
sociais.
       Na bibliografia sobre gestão educacional e escolar, observam-se autores que
fazem a contraposição entre os termos administração e gestão, relacionando
administração com a transposição de teorias e modelos de organização e
administração empresariais e burocráticos para a escola e a gestão com processos
democráticos. Ou seja, há uma tendência em conceituar a administração dentro de
uma perspectiva técnica e a gestão dentro de uma perspectiva política, focando a
responsabilidade da direção, os processos de decisão, os mecanismos de liderança
na escola e o papel dos órgãos colegiados.

       Associando a administração escolar à burocracia e às abordagens clássicas da
administração empresarial, Lück (2000) concebe a gestão educacional, em
substituição à administração, como o mecanismo que garantiria a democracia das
relações na escola. Para a autora, a gestão educacional surgiu como uma tentativa de
rejeitar a administração, associada com ênfase exagerada na técnica, em detrimento
dos aspectos políticos da Educação e como estratégia para garantir a participação dos
profissionais e da comunidade nos processos decisórios. Afirma que a gestão
democrática da escola emerge significando a defesa de mecanismos mais coletivos e
participativos de planejamento e administração escolar, representando a luta pelo




                                                                                  35
reconhecimento da escola como espaço de política e trabalho, onde os diferentes
interesses podem se confrontar em busca de conquistas maiores.

       Bordignon e Gracindo (2000) afirmam que a gestão democrática da Educação
é uma possibilidade para que a organização escolar se fortaleça como um espaço de
participação e de coordenação de ações para o alcance dos objetivos da instituição, e
não como uma organização burocrática. Discorrem também sobre a necessidade de
uma liderança centrada na competência e na credibilidade para que se concretize uma
gestão democrática na escola.

       No entanto, para Medeiros e Luce (s/d), a gestão democrática não deveria se
restringir apenas à gestão escolar, uma vez que os anseios por gestão democrática,
manifestados pelos educadores, nos anos de 1980, não se esgotavam na esfera
escolar. A forma como se deu a reorganização da Educação brasileira, na década de
1990, limitou a gestão democrática à esfera escolar. Esse fato não corresponde às
expectativas dos educadores:


                      No discurso pedagógico, a gestão democrática da educação
                      está      associada   ao   estabelecimento   de    mecanismos
                      institucionais e à organização de ações que desencadeiem
                      processos de participação social: na formulação de políticas
                      educacionais; na determinação de objetivos e fins da
                      educação; no planejamento; nas tomadas de decisão; na
                      definição sobre alocação de recursos e necessidades de
                      investimentos; na execução das deliberações; nos momentos
                      de avaliação (MEDEIROS; LUCE; s/d, p. 4).


       Vieira (2007) também discorre sobre os limites da gestão democrática da
Educação, tomando como base a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que
restringe a gestão à unidade escolar e a participação da comunidade escolar e local
na elaboração do projeto pedagógico e na atuação em órgãos colegiados.


                      Como se vê, a LDB remete a regulamentação da gestão
                      democrática do “ensino público na Educação Básica” aos
                      sistemas de ensino, oferecendo ampla autonomia às unidades
                      federadas      para   definirem,   em   sintonia   com    suas
                      especificidades, formas de operacionalização de tal processo,
                      o qual deve considerar o envolvimento dos profissionais de


                                                                                  36
educação e as comunidades escolar e local. Em ambos os
                      casos, a participação refere-se à esfera da escola: a
                      elaboração de seu projeto pedagógico e a atuação em
                      conselhos escolares ou equivalentes. Na perspectiva da LDB,
                      portanto, a gestão democrática circunscreve-se a alguns
                      aspectos da vida escolar, tal como se viu nos dispositivos
                      referidos e comentados. (VIEIRA, 2007, p. 64)


       Ainda dentro de uma abordagem política da gestão educacional, Souza (2009)
discorre sobre o conceito de gestão escolar democrática mediante o desenvolvimento
de uma discussão que procura articular escola pública com a política, o poder, a
democracia e a participação. Reconhecendo a gestão democrática da escola como um
processo político mais amplo, não limitado apenas ao processo de decisão e à divisão
de poder, afirma que a democracia nos processos de gestão escolar é sustentada “no
diálogo e na alteridade, na participação ativa dos sujeitos do universo escolar, na
construção coletiva de regras e procedimentos e na constituição de canais de
comunicação, de sorte a ampliar o domínio das informações a todas as pessoas que
atuam na/sobre a escola.” (SOUZA, 2009, p. 136).

       Como extensão desse pensamento, o autor conclui que a participação não
deve limitar-se aos espaços formais, os quais promovem o “disciplinamento da
participação da população”, na medida em que dificultam ou impedem ações
inusitadas, nas instituições públicas. Não nega que as lutas sociais pela participação
na definição dos rumos da política educacional brasileira obtiveram conquistas, mas a
normatização das formas de participação acabou por aparelhá-la, dificultando a
própria participação. Como exemplo, ele menciona os conselhos de escola.

       Em contraposição, Cury (2001) postula sobre a necessidade de dar um novo
significado aos órgãos colegiados, em especial, os Conselhos de Educação, levando
em consideração os princípios constitucionais.

       Cury (2001) discorre sobre o papel dos Conselhos de Educação, como órgãos
importantes na gestão dos sistemas de ensino, dada sua competência normativa e sua
capacidade para atuar com um elo de ligação entre o Estado e a Sociedade Civil. De
acordo com o autor, o propósito dos Conselhos, tal como disposto na Constituição de
1988, não é o de atuar como um simples órgão burocrático, mas garantir o
cumprimento das leis, diretrizes e finalidades da Educação, zelar pela aprendizagem e
preservar a autonomia dos sistemas e das instituições de Educação. Com relação aos



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  • 1. RELATÓRIO FINAL A GESTÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL JULHO/2012 1
  • 2. A Fundação Victor Civita, que tem por missão contribuir para a melhoria da qualidade da Educação Básica no Brasil, produzindo conteúdo que auxilie na capacitação e valorização de professores e gestores e influencie políticas públicas, implantou uma área de estudos com o objetivo de levantar dados e informações que auxiliem as discussões sobre práticas, metodologias e políticas públicas de Educação. Para acompanhar outros trabalhos, visite o nosso site: www.fvc.org.br/estudos. EQUIPE DA FUNDAÇÃO VICTOR CIVITA DIRETORIA EXECUTIVA Angela Cristina Dannemann COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA Regina Scarpa REVISTA NOVA ESCOLA E GESTÃO ESCOLAR Maggi Krause Paola Gentile Verônica Fraidenraich Gabriel Grossi ESTUDOS, PESQUISAS E PROJETOS Mauro Morellato Adriana Deróbio 2
  • 3. EQUIPE DE PESQUISA DA FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS Coordenação Maria Malta Campos Pesquisadores Yara Esposito Eliana Bhering Nelson Gimenes Beatriz Abuchaim Fabiana Fernandes Bruna Ribeiro Colaboradora Marisa Vasconcelos Ferreira Estatísticas Míriam Bizzocchi Raquel Valle Diagramação Adriano Moro Heloisa Padula 3
  • 4. EQUIPES LOCAIS DE PESQUISA Catarina de Souza Moro Edna Lopes Nascimento Eliza Bartolozzi Ferreira Eloísa Helena Teixeira Fortkamp Fátima Maria Araújo Sabóia Leitão Gizele de Souza Jodete Bayer Gomes Fullgraf Mércia de Figueiredo Noronha Pinto Ordália Alves de almeida Regina Aparecida Marques de Souza Sandro Coelho Costa Silvia Helena Vieira Cruz Fátima Telma Vitória Valdete Côco 4
  • 5. AGRADECIMENTOS Às equipes de profissionais de unidades de Educação Infantil, municipais e conveniadas, que acolheram e colaboraram com esta pesquisa; À família dos alunos que responderam aos questionários da pesquisa; Aos(às) Secretários(as) Municipais de Educação das seis capitais pesquisadas e suas equipes, que autorizaram e apoiaram a realização da pesquisa em sua cidade e participaram das entrevistas sobre a gestão municipal da Educação Infantil; À supervisora escolar da prefeitura de São Paulo Maria Augusta Martins Ribeiro, que autorizou e apoiou a realização do pré-teste dos instrumentos de pesquisa em unidades da rede municipal, e às equipes dos Centros de Educação Infantil que participaram do pré-teste; Às Universidades Federais que autorizaram e apoiaram a participação de professores e bolsistas nas equipes locais responsáveis pelo trabalho de campo; À Ana Maria Mello, pela colaboração no encontro de planejamento realizado com os pesquisadores locais; Ao painel de especialistas convocados pela Fundação Victor Civita, por suas sugestões sobre o projeto, os instrumentos, a revisão bibliográfica e suas contribuições para a revisão da versão preliminar deste relatório; À Fundação Victor Civita, pelo apoio financeiro e técnico. 5
  • 6. SUMÁRIO Introdução............................................................................................................................... 19 1 – Revisão bibliográfica.............................................................................................. 25 2 – Delineamentos da pesquisa................................................................................... 75 3 – Procedimentos metodológicos............................................................................... 94 4 – As Secretarias Municipais de Educação e a Gestão da Educação Infantil............ 104 5 – Os estabelecimentos, suas equipes e a comunidade.......................................... 162 5.1 - Professores........................................................................................... 163 5.2 - Coordenadores pedagógicos............................................................... 212 5.3 - Diretores............................................................................................... 257 5.4 - Família.................................................................................................. 321 6 – Em busca de alguns indicadores de gestão......................................................... 337 7 – Considerações finais e recomendações.............................................................. 369 8 – Referências bibliográficas...................................................................................... 384 Anexos.................................................................................................................. 393 6
  • 7. SUMÁRIO Índice de quadros, tabelas, gráficos e diagramas Capítulo 2 Tabelas Tabela 1 – Escolas sem informação na variável “modalidade de ensino”, por município e dependência administrativa........................................................................................................76 Tabela 2 – Número e percentual de escolas com matrículas na EI, por município, segundo a dependência administrativa das instituições..............................................................................77 Tabela 3 – Número e percentual de escolas com matrículas na EI, por município, segundo a dependência administrativa das instituições..............................................................................78 Tabela 4 – Percentual de escolas privadas conveniadas com o poder público por município.....................................................................................................................................78 Tabela 5 – Códigos atribuídos às etapas de ensino oferecidas pelas instituições de ensino cadastradas no Censo Escolar – 2010.........................................................................................79 Tabela 6 – Distribuição das escolas segundo a modalidade de atendimento............................79 Tabela 7 – Número de estabelecimentos, segundo a modalidade de atendimento, por município.....................................................................................................................................81 Tabela 8 – Detalhamento da amostra por modalidade de atendimento, segundo o município.....................................................................................................................................82 Tabela 9 – Número de instituições municipais e conveniadas da amostra.................................83 Tabela 10 – Amostra de estabelecimentos por município..........................................................85 Tabela 11 – Desenho amostral e instituições efetivamente participantes, segundo o município....................................................................... .............................................................90 Tabela 12 – Desenho amostral e instituições efetivamente participantes por município, segundo a dependência administrativa das instituições............................................................90 Tabela 13 – Desenho amostral e instituições efetivamente participantes por município, segundo as etapas de ensino das instituições.............................................................................91 Tabela 14 – Desenho amostral e instituições efetivamente participantes por município, segundo sua classificação na variável “Grupos"..........................................................................92 Tabela 15 – Número e percentual de instituições constantes do desenho amostral e efetivamente participantes, por “Grupos"..................................................................................92 7
  • 8. Tabela 16 – Número de questionários segundo a categoria funcional dos funcionários das instituições, por município..........................................................................................................93 Quadro Quadro 1 – Amostra inicial e final no município C......................................................................89 Capítulo 3 Quadro Quadro 1 – Classificação do nível de atendimento, segundo a média do total de pontos obtidos – escala ECERS-R.........................................................................................................................99 Gráficos Gráfico 1 – Distribuição do percentual de instituições, segundo as estimativas da nota na escala ECERS (indicador de qualidade) - Grupo Total..........................................................................100 Gráfico 2 – Médias e intervalos de confiança das médias das estimativas do indicador de qualidade– escala ECERS – por município e grupo total...........................................................101 Gráfico 3 – Médias e intervalos de confiança das médias das estimativas do indicador de qualidade– escala ECERS – por dependência administrativa....................................................102 Gráfico 4 – Médias e intervalos de confiança das médias das estimativas do indicador de qualidade– escala ECERS – por modalidade de atendimento...................................................103 Capítulo 4 Quadros Quadro 1 – População e indicadores sociais por capitais..........................................................106 Quadro 2 – Características dos convênios para Educação Infantil nos municípios...................129 Quadro 3 – Composição das redes diretas de Educação Infantil segundo dados das prefeituras – 2001 .......................................................................................................................................132 Quadro 4 – Informações sobre a supervisão pedagógica nos municípios................................138 Quadro 5 – Profissionais do quadro do magistério da rede direta dos municípios .................144 Tabelas Tabela 1 – Taxas de escolarização por faixa etária e município – 2010 ...................................108 Tabela 2 – Matrículas por etapa de ensino, população residente e taxa de cobertura escolar segundo a idade Município A – 2010 ......................................................................................110 Tabela 3 – Matrículas por etapa de ensino, população residente e taxa de cobertura escolar segundo a idade Município B - 2010.......................................................................................111 Tabela 4 – Matrículas por etapa de ensino, população residente e taxa de cobertura escolar segundo a idade Município C - 2010......................................................................................113 Tabela 5 – Matrículas por etapa de ensino, população residente e taxa de cobertura escolar segundo a idade Município D - 2010...................................................................................... 114 8
  • 9. Tabela 6 – Matrículas por etapa de ensino, população residente e taxa de cobertura escolar segundo a idade Município E - 201......................................................................................... 115 Tabela 7 – Matrículas por etapa de ensino, população residente e taxa de cobertura escolar segundo a idade Município F - 2010.......................................................................................116 Tabela 8 – Matrículas por etapa de ensino, população residente e taxa de cobertura escolar segundo a idade Município G - 2010......................................................................................117 Tabela 9 – Porcentagem de unidades diretas e conveniadas com o poder público, por quatro capitais .................................................. ...................................................................................130 Capítulo 5.1 Tabelas Tabela 1 – Características das instituições e número de questionários respondidos, segundo a modalidade de atendimento das instituições...........................................................................163 Tabela 2 – Número de questionários respondidos, segundo a modalidade de atendimento das instituições e dependência administrativa................................................................................164 Tabela 3 – Número de questionários respondidos, segundo os grupos de idade das crianças atendidas, por dependência administrativa das instituições....................................................165 Tabela 4 – Distribuição das respostas dos professores, segundo o tempo decorrido a partir da obtenção do diploma de ensino médio ou de graduação.........................................................167 Tabela 5 – Distribuição do percentual de respostas dos professores, segundo a modalidade de curso de pós-graduação............................................................................................................169 Tabela 6 – Distribuição do percentual de respostas dos professores, segundo a área temática do curso de pós-graduação.......................................................................................................169 Tabela 7 – Distribuição do percentual de respostas dos professores na categoria “Contribuiu muito”, à questão relacionada com a formação recebida........................................................170 Tabela 8 – Distribuição do percentual de respostas dos professores, segundo a carga horária das atividades de formação continuada....................................................................................170 Tabela 9 – Distribuição do percentual de respostas dos professores, segundo a situação trabalhista.................................................................................................................................171 Tabela 10 – Distribuição do percentual de respostas dos professores, segundo o tempo de experiência como professor e tempo de trabalho na mesma instituição.................................171 Tabela 11 – Distribuição do percentual de respostas dos professores, segundo a carga horária de trabalho semanal..................................................................................................................172 Tabela 12 – Distribuição do percentual de respostas dos professores, segundo o salário bruto (com adicionais) recebido pelos professores............................................................................173 9
  • 10. Tabela 13 – Distribuição do percentual de respostas dos professores, segundo a renda familiar dos professores.........................................................................................................................173 Tabela 14 – Distribuição do percentual de respostas dos professores, segundo as expectativas que parecem mais realizáveis nos próximos anos....................................................................174 Tabela 15 – Distribuição do percentual de respostas dos professores, segundo a frequência com que realizam atividades com suas turmas........................................................................175 Tabela 16 – Distribuição do percentual de respostas dos professores, segundo a frequência com que realizam atividades com suas turmas, por dependência administrativa da instituição..................................................................................................................................177 Tabela 17 – Distribuição do percentual de respostas dos professores na “Nenhuma dificuldade”, segundo uma série de situações..........................................................................178 Tabela 18 – Distribuição do percentual de respostas dos professores na categoria “Nenhuma dificuldade”, segundo uma série de situações..........................................................................179 Tabela 19 – Distribuição das respostas nas categorias “Prejudica” e “Prejudica em parte” referentes a aspectos do trabalho docente, por dependência administrativa.........................180 Tabela 20 – Distribuição das respostas na categoria “Concordo totalmente” referentes a aspectos da gestão das instituições, por dependência administrativa.....................................182 Tabela 21 – Motivações para o exercício da docência na Educação Infantil.............................184 Tabela 22 – Sugestões dos professores em relação à gestão da instituição.............................191 Tabela 23 – Opinião dos professores sobre a Educação Infantil municipal..............................197 Tabela 24 – Sugestões dos professores para a SME e/ou para a entidade mantenedora........205 Gráficos Gráfico 1 – Distribuição do percentual de respostas dos professores, segundo a cor/etnia declarada..................................................................................................................................166 Gráfico 2 – Distribuição do percentual de respostas dos professores, segundo o nível de escolaridade..............................................................................................................................167 Gráfico 3 – Distribuição do percentual de respostas dos grupos de professores, segundo a modalidade de curso de graduação realizado e dependência administrativa da instituição de ensino superior.........................................................................................................................168 Capítulo 5.2 Tabelas Tabela 1 – Número e percentual de questionários de coordenador, por dependência administrativa...........................................................................................................................212 Tabela 2 – Número e percentual de questionários de coordenador, por etapa de ensino.......................................................................................................................................212 10
  • 11. Tabela 3 – Percentual de coordenadores, segundo a idade, por dependência administrativa da instituição.................................................................................................................................213 Tabela 4 – Percentual de coordenadores, segundo a cor/etnia, por dependência administrativa da instituição............................................................................................................................213 Tabela 5 – Percentual de coordenadores, segundo o nível de escolaridade, por dependência administrativa da instituição....................................................................................................214 Tabela 6 – Percentual de coordenadores, segundo o tempo decorrido desde a obtenção do diploma de ensino médio ou graduação, por dependência administrativa da instituição.................................................................................................................................214 Tabela 7 – Percentual de coordenadores, segundo a modalidade de curso realizado, por dependência administrativa da instituição...............................................................................215 Tabela 8 – Percentual de coordenadores, segundo a modalidade de curso de pós-graduação, por dependência administrativa da instituição........................................................................216 Tabela 9 – Percentual de coordenadores, segundo a carga horária dos cursos de atualização, por dependência administrativa da instituição........................................................................216 Tabela 10 - Percentual de coordenadores, segundo os temas abordados nos cursos de atualização, por dependência administrativa da instituição....................................................217 Tabela 11 – Percentual de respostas dos coordenadores, segundo os cargos já exercidos na área da Educação, por dependência administrativa das instituições.......................................218 Tabela 12 – Critérios de escolha dos coordenadores pedagógicos, por dependência administrativa das instituições.................................................................................................218 Tabela 13 – Tempo de experiência na coordenação pedagógica, por dependência administrativa da instituição....................................................................................................219 Tabela 14 – Tempo de trabalho dos coordenadores no mesmo estabelecimento, por dependência administrativa das instituições...........................................................................220 Tabela 15 – Situação trabalhista dos coordenadores, por dependência administrativa das instituições...............................................................................................................................220 Tabela 16 – Carga horária de trabalho semanal dos coordenadores, por dependência administrativa das instituições.................................................................................................221 Tabela 17 – Salário mensal bruto dos coordenadores, por dependência administrativa das instituições................................................................................................................................221 Tabela 18 – Renda familiar dos coordenadores, por dependência administrativa das instituições................................................................................................................................222 Tabela 19 – Perspectivas de futuro dos coordenadores, segundo a dependência administrativa das instituições.........................................................................................................................223 11
  • 12. Tabela 20 – Características da elaboração do projeto pedagógico, por dependência administrativa da instituição....................................................................................................223 Tabela 21 – Assuntos mais frequentemente abordados nas reuniões de orientação pedagógica, por dependência administrativa da instituição.................................................................................................................................224 Tabela 22 - Distribuição das respostas relativas às atividades previstas no planejamento pedagógico das instituições e sua periodicidade......................................................................225 Tabela 23 – Procedimentos utilizados na avaliação dos professores, por dependência administrativa das instituições..................................................................................................227 Tabela 24 – Objetivos, sistemática e periodicidade das avaliações das crianças, por dependência administrativa das instituições............................................................................228 Tabela 25 – Periodicidade do envio às famílias das avaliações de acompanhamento das crianças, por dependência administrativa das instituições......................................................229 Tabela 26 – Materiais impressos encaminhados às famílias, segundo a dependência administrativa das instituições.................................................................................................229 Tabela 27 – Estratégias utilizadas pela coordenação pedagógica para assegurar o envolvimento das famílias...............................................................................................................................230 Tabela 28 – Dificuldades enfrentadas no trabalho pelos coordenadores, segundo a dependência administrativa das instituições............................................................................231 Tabela 29 – Motivações para o exercício do cargo de coordenador pedagógico................................................................................................................................232 Tabela 30 – Sugestões dos coordenadores para melhorar a gestão da instituição..................................................................................................................................237 Tabela 31 – Opinião dos coordenadores pedagógicos sobre a Educação Infantil municipal...................................................................................................................................242 Tabela 32 – Sugestões dos coordenadores pedagógicos para a SME e/ou entidade mantenedora.............................................................................................................................245 Tabela 33 – Comentários sobre o trabalho de Coordenador Pedagógico e/ou sobre o questionário..............................................................................................................................251 Capítulo 5.3 Tabelas Tabela 1 – Distribuição das instituições com questionários do Diretor respondidos, segundo a dependência administrativa e município..................................................................................257 Tabela 2 – Distribuição das instituições com questionários do Diretor respondidos, segundo a dependência administrativa e município (percentual por linha............................................... 258 12
  • 13. Tabela 3 – Distribuição das instituições, segundo a dependência administrativa e modalidade/etapa de atendimento..........................................................................................258 Tabela 4 – Distribuição das respostas dos diretores, por dependência administrativa da instituição, segundo a natureza da IES superior freqüentada.................................................. 260 Tabela 5 – Distribuição das respostas dos diretores, por dependência administrativa da instituição, segundo a modalidade de curso superior freqüentado.........................................260 Tabela 6 – Distribuição das respostas dos diretores, por dependência administrativa da instituição, segundo a área temática dos cursos de pós-graduação........................................261 Tabela 7 – Distribuição das respostas dos diretores, por dependência administrativa da instituição, segundo os temas abordados nas atividades de formação continuada.................262 Tabela 8 – Tempo de trabalho dos diretores no mesmo estabelecimento, segundo dependência administrativa da instituição...............................................................................265 Tabela 9 – Cargos já ocupados na área da Educação, segundo os grupos de diretores...........265 Tabela 10 – Critérios de seleção dos diretores, por dependência administrativa das instituições................................................................................................................................266 Tabela 11 – Distribuição das respostas dos diretores à questão “quais perspectivas parecem mais realizáveis nos próximos anos”, por dependência administrativa das instituições..........266 Tabela 12 – Carga horária semanal dos diretores, por dependência administrativa das instituições................................................................................................................................268 Tabela 13 – Salário mensal bruto dos diretores, segundo a jornada de trabalho semanal, por dependência administrativa das instituições onde trabalham.................................................268 Tabela 14 – Renda familiar dos diretores, por dependência administrativa das instituições...271 Tabela 15 – Percentuais de respostas relativas à estrutura física do prédio escolar, segundo a dependência administrativa das instituições............................................................................272 Tabela 16 – Percentuais de respostas relativas à estrutura física do prédio escolar utilizada pela Educação Infantil, segundo a dependência administrativa.......................................................274 Tabela 17 – Distribuição das respostas à questão relativa aos critérios utilizados para a admissão das crianças, por dependência administrativa das instituições................................275 Tabela 18 – Distribuição das respostas dos diretores, relativas à presença na instituição de crianças beneficiárias do programa Bolsa Família.....................................................................276 Tabela 19 – Distribuição das respostas relativas ao número de crianças na lista de espera por matricula, segundo a dependência administrativa das instituições.........................................277 Tabela 20 – Composição do quadro de funcionários e avaliação do número de funcionários em relação às necessidades, por dependência administrativa da instituição................................279 13
  • 14. Tabela 21 – Documentos orientadores do trabalho pedagógico utilizados no planejamento, por dependência administrativa das instituições............................................................................282 Tabela 22 – Estratégias utilizadas na avaliação interna das instituições, por dependência administrativa...........................................................................................................................284 Tabela 23 – Estratégias utilizadas na avaliação dos professores, por dependência administrativa da instituição.....................................................................................................284 Tabela 24 – Percentual de respostas dos diretores sobre as características do planejamento pedagógico, por dependência administrativa da instituição....................................................285 Tabela 25 – Estratégias para o envolvimento das famílias, segundo a periodicidade com que são utilizadas.............................................................................................................................287 Tabela 26 – Percentual de respostas dos diretores a respeito do grau de autonomia da instituição em relação a um conjunto de aspectos relacionados à gestão...............................288 Tabela 27 – Percentual de respostas dos diretores em relação à seu grau de autonomia, segundo a classificação das instituições em grupos determinados pelo percentil 27º e percentil 73 – indicador de qualidade......................................................................................................289 Tabela 28 – Relação das situações que, segundo os diretores, são enfrentadas sem “nenhuma dificuldade.................................................................................................................................290 Tabela 29 – Relação das situações que, segundo os diretores, são enfrentadas com “alguma dificuldade”...............................................................................................................................291 Tabela 30 – Grau de dificuldade enfrentado pelos diretores para resolver um conjunto de situações...................................................................................................................................291 "Tabela 31 – Percentual de respostas dos diretores em relação ao grau de dificuldade que enfrentam para resolver determinadas situações, segundo a classificação das instituições em grupos determinados pelo percentil 27º e percentil 73 – indicador de qualidade.................. 294 Tabela 32 – Motivações dos diretores para o exercício da função de direção.........................296 Tabela 33 – Principais objetivos da Educação Infantil, segundo os diretores...........................300 Tabela 34 – Principais desafios da Educação Infantil, segundo os diretores.............................303 Tabela 35 – Assuntos abordados nas reuniões de equipe, segundo os diretores.....................308 Tabela 36 – Sugestões dos diretores para a melhoria da gestão das instituições - ações internas.....................................................................................................................................313 Tabela 37 – Sugestões dos diretores para as SME e Entidades Mantenedoras - ações externas....................................................................................................................................314 Tabela 38 – Opinião dos diretores sobre Educação Infantil municipal - primeiro nível de categorias..................................................................................................................................316 14
  • 15. Tabela 39 – Opinião dos diretores sobre Educação Infantil municipal - segundo nível de categorias..................................................................................................................................317 Tabela 40 – Comentários dos diretores sobre o seu trabalho e/ou sobre o questionário........318 Tabela 41 – Comentários dos diretores sobre o questionário..................................................319 Tabela 42 – Comentários dos diretores sobre o seu trabalho como dirigente....................................................................................................................................319 Gráficos Gráfico 1 – Distribuição dos Diretores, segundo as faixas etárias............................................259 Gráfico 2 – Contraste entre o percentual de respostas nos itens relativos à escolaridade, segundo a classificação das instituições em grupos determinados pelo percentil 27º e percentil 73º – estimativa do indicador de qualidade.............................................................................263 Gráfico 3 – Tempo de experiência no cargo de direção, por dependência administrativa da instituição.................................................................................................................................264 Gráfico 4 – Contraste do percentual de respostas relativas à experiência profissional, segundo a classificação das instituições em grupos determinados pelo percentil 27º e percentil 73º – indicador de qualidade.............................................................................................................267 Gráfico 5 – Percentual de respostas afirmativas em itens de infraestrutura, segundo a classificação das instituições em grupos determinados pelo percentil 27 e percentil 73 do indicador de qualidade.............................................................................................................273 Gráfico 6 – Itens de infraestrutura utilizados pela Educação Infantil, segundo a classificação das instituições em grupos determinados pelo percentil 27 e percentil 73 do indicador de qualidade..................................................................................................................................274 Gráfico 7 – Contraste do percentual de respostas relativas aos critérios de matrícula e ao número de crianças nas listas de espera, segundo a classificação das instituições em grupos determinados pelo percentil 27º e percentil 73º - indicador de qualidade............................ 278 Gráfico 8 – Contraste do percentual de respostas relativas à composição da equipe escolar, segundo a classificação das instituições em grupos determinados pelo percentil 27º e percentil 73 – indicador de qualidade.....................................................................................................281 Gráfico 9 – Documentos orientadores do trabalho pedagógico utilizados no planejamento, segundo a classificação das instituições em grupos determinados pelo percentil 27º e percentil 73 – indicador de qualidade.....................................................................................................283 Capítulo 5.4 Tabelas Tabela 1 – Nível de escolaridade das mães, por instituição de ensino.....................................322 15
  • 16. Tabela 2 – Distribuição das respostas relativas à condição de trabalho das mães, por instituição..................................................................................................................................323 Tabela 3 – Número de livros na residência, exceção feita aos livros escolares, por instituição..................................................................................................................................324 Tabela 4 – Distribuição das respostas dos pais à questão “sua família sente-se bem recebida pela equipe da instituição.........................................................................................................324 Tabela 5 – Distribuição das avaliações dos pais com relação à adequação do calendário de atendimento da instituição.......................................................................................................325 Tabela 6 – Opiniões e sugestões dos familiares a respeito de aspectos a serem modificados nas instituições................................................................................................................................326 Tabela 7 – Opiniões e sugestões dos familiares a respeito de aspectos da organização das instituições................................................................................................................................327 Tabela 8 – Opiniões dos pais a respeito dos aspectos positivos no funcionamento das instituições................................................................................................................................330 Tabela 9 – Classificação dos comentários dos pais a respeito da instituição / do questionário..............................................................................................................................333 Capítulo 6 Quadros Quadro 1 – Resumo dos resultados da análise realizada para o grupo total de participantes, tendo como variáveis preditoras os sete indicadores de gestão e como variável resposta a estimativa da nota no indicador de qualidade.........................................................................363 Quadro 2 – Resumo dos resultados da análise realizada para o grupo das instituições municipais, tendo como variáveis preditoras os sete indicadores de gestão e como variável resposta a estimativa da nota no indicador de qualidade........................................................366 Tabelas Tabela 1 – Médias das instituições de ensino no indicador “Conhecimento” por município e para o grupo total de participantes..........................................................................................340 Tabela 2 – Médias das instituições de ensino no indicador “Conhecimento” por dependência administrativa dos estabelecimentos.......................................................................................341 Tabela 3 – Médias das instituições de ensino no indicador “Conhecimento” por modalidade de ensino do estabelecimento.......................................................................................................342 Tabela 4 – Médias no indicador “Gestão Pedagógica”, por município.....................................343 Tabela 5 – Médias no indicador “Família”, por município........................................................345 Tabela 6 – Médias no indicador “Recursos Humanos”, por município..................................................................................................................................347 16
  • 17. Tabela 7 – Estatísticas do indicador geral de gestão, por município..................................................................................................................................353 Tabela 8 – Estatísticas do indicador geral de gestão, por dependência administrativa das instituições................................................................................................................................354 Tabela 9 – Estatísticas do indicador geral de gestão, por modalidade de atendimento das instituições................................................................................................................................355 Gráficos Gráfico 1 – Distribuição das notas no indicador “Conhecimento.........................................................................................................................340 Gráfico 2 – Médias e intervalos de confiança das médias no indicador “Conhecimento”, por município..................................................................................................................................341 Gráfico 3 – Distribuição das notas no indicador “Gestão Pedagógica................................................................................................................................343 Gráfico 4 – Médias e intervalos de confiança das médias no indicador “Gestão Pedagógica”, por município............................................................................................................................344 Gráfico 5 – Distribuição das notas no indicador “Família..........................................................345 Gráfico 6 – Médias e intervalos de confiança das médias no indicador “Família”, por município..................................................................................................................................346 Gráfico 7 – Distribuição das notas no indicador “Recursos Humanos......................................347 Gráfico 8 – Médias e intervalos de confiança das médias no indicador “Recursos Humanos”, por município............................................................................................................................348 Gráfico 9 – Distribuição das notas no indicador “Materiais......................................................349 Gráfico 10 – Médias e intervalos de confiança para as médias no indicador “Materiais”, por município...................................................................................................................................350 Gráfico 11 – Distribuição das notas no indicador “Postura.....................................................................................................................................350 Gráfico 12 – Médias e intervalos de confiança das médias no indicador “Postura”, por município...................................................................................................................................351 Gráfico 13 – Distribuição das notas no indicador “Avaliação"................................................................................................................................352 Gráfico 14 – Distribuição do percentual de instituições, segundo intervalos da escala de notas no indicador geral......................................................................................................................353 Gráfico 15 – Médias e intervalos de confiança das médias no indicador geral de gestão, por município e para o grupo total de instituições..........................................................................354 17
  • 18. Gráfico 16 – Médias e intervalos de confiança das médias no indicador geral de gestão, por dependência administrativa das instituições...........................................................................355 Gráfico 17 – Médias nos indicadores de gestão – grupo total e município A.......................... 356 Gráfico 18 – Médias nos indicadores de gestão – grupo total e município B...........................357 Gráfico 19 – Médias nos indicadores de gestão – grupo total e município C........................... 357 Gráfico 20 – Médias nos indicadores de gestão – grupo total e município D...........................358 Gráfico 21 – Médias nos indicadores de gestão – grupo total e município E...........................358 Gráfico 22 – Médias nos indicadores de gestão – grupo total e município F...........................359 Diagrama Diagrama 1................................................................................................................................364 Diagrama 2................................................................................................................................366 18
  • 19. INTRODUÇÃO Esta pesquisa resulta de uma parceria estabelecida entre a Fundação Victor Civita e a Fundação Carlos Chagas com o objetivo de promover uma investigação sobre a gestão da Educação Infantil no Brasil. Outras pesquisas sobre gestão precederam esta, também baseada na iniciativa da Fundação Victor Civita, mas focalizaram principalmente as demais etapas educacionais. Para melhor compreender os desafios que se colocam para uma gestão da Educação que favoreça a democratização das oportunidades educacionais e contribua para ganhos de qualidade dos sistemas escolares, tornou-se evidente que seria importante ampliar o foco dos estudos sobre gestão de forma a incluir a primeira etapa da Educação Básica, em que hoje mais de dois terços da população na faixa etária de zero a 5 anos de idade inicia sua experiência como aluno. A pesquisa procurou focalizar esse tema de forma a ressaltar as especificidades da Educação Infantil, porém sem deixar de situar a gestão dessa primeira etapa da Educação Básica no contexto do debate contemporâneo sobre as políticas educacionais, o qual lhe tem reservado uma crescente centralidade. Representa, assim, uma tentativa de preencher essa lacuna no campo dos estudos sobre gestão, trazendo para a análise dados obtidos em seis capitais brasileiras, sobre a gestão das unidades de Educação Infantil e das redes municipais das quais fazem parte. Para isso, abrangeu tanto estabelecimentos municipais como privados conveniados com as prefeituras, procurando contemplar a heterogeneidade existente nas formas de organização da oferta pública de Educação para crianças pequenas. A pesquisa de campo foi realizada durante o segundo semestre de 2011, contando com a contribuição de equipes de pesquisadores vinculados às universidades federais situadas nas capitais selecionadas para o estudo. A colaboração das Secretarias de Educação desses municípios foi fundamental para a realização da pesquisa, garantindo acesso dos pesquisadores às unidades, facilitando às equipes escolares o uso de computadores e internet e abrindo as portas das Secretarias para entrevistas e coleta de documentos. 19
  • 20. O novo estatuto legal da Educação Infantil Desde a Constituição Federal de 1988, a Educação Infantil, englobando a creche e a pré-escola, constitui a primeira etapa da Educação Básica. Essa definição, reforçada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB de 1996, implica no reconhecimento legal do direito da criança pequena à Educação e na obrigação de o Estado atender à demanda. Até recentemente, essa obrigação não se estendia à família; porém a legislação sobre a obrigatoriedade legal foi alterada em 2006, tornando obrigatória a Educação para a faixa etária dos 4 aos 17 anos, abrangendo também a pré-escola. Até a criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização do Magistério (Fundeb), em substituição ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), a Educação Infantil não contava com recursos especialmente vinculados a seu financiamento, deixando a maioria dos municípios, que devem prioritariamente atender a essa etapa educacional, sem muitas condições concretas para oferecer e ampliar sua oferta de vagas. Porém, a partir de meados da última década, o novo fundo tem contribuído para estimular o atendimento à Educação Infantil no país. Entre 2001 e 2009, segundo dados do IPEA, compilados do Censo Escolar, a taxa de frequência à creche, para crianças entre zero e 3 anos de idade, aumentou de 10,6 para 18,4%. No mesmo período, na faixa considerada de 4 a 6 anos, a frequência à pré-escola apresentou oscilações depois do patamar de 56% em 2001, o que se deve, provavelmente, à passagem das crianças de 6 anos para o Ensino Fundamental, intensificada nesse período (IPEA, 2011, p. 143). Os dados mais recentes indicam que cerca de 80% das crianças de 4 e 5 anos estão escolarizadas. Ao mesmo tempo, a passagem das creches, anteriormente vinculadas às áreas de assistência social, saúde e trabalho, para o setor educacional, trouxe novos desafios à gestão municipal da Educação e ampliou o mercado de trabalho dos professores para a população de crianças menores de 4 anos. Além desses, outros fatores contribuíram para dar um maior destaque à Educação Infantil: nos grandes centros, torna-se cada vez mais evidente a crescente demanda por creches, que não consegue ser atendida pelas prefeituras, conferindo a esse tema maior espaço nas disputas eleitorais; e a persistência do fracasso escolar no Ensino Fundamental sugere que é preciso dar mais atenção à oferta e à qualidade 20
  • 21. da Educação Infantil, cujos benefícios para o desempenho no Ensino Fundamental são reconhecidos por muitas pesquisas. As reformas educacionais introduzidas em diversos países nas últimas décadas deram prioridade à introdução de inovações na gestão das redes de ensino e das unidades, reforçando processos como a descentralização, a garantia de maior autonomia para as unidades e a avaliação de sistemas. A bibliografia especializada sobre esse tema é vasta tanto no exterior como em nosso país. Percebe-se, em relação às políticas nacionais para Educação, a preocupação em colocar em pauta a questão da gestão tanto da unidade quanto dos órgãos públicos. O Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública é uma das iniciativas do Ministério da Educação no sentido de qualificar os gestores efetivos das escolas públicas, oferecendo-lhes cursos de especialização. Na última década, foram publicados alguns documentos oficiais a respeito do tema. Um exemplo é o instrumento de autoavaliação para escolas de Ensino Fundamental, Indicadores de Qualidade para a Educação – INDIQUE (AÇÃO EDUCATIVA, 2008, p. 41), que aponta a gestão escolar democrática como uma das dimensões da qualidade da Educação, entendendo essa gestão como sendo caracterizada pelo “compartilhamento de decisões e informações”, de modo a haver transparência nas ações. Dentre os documentos oficiais voltados para a Educação Infantil, os Critérios para um Atendimento em Creches que Respeite os Direitos Fundamentais das Crianças, inicialmente publicado pelo MEC em 1995, um ano antes da LDB, talvez seja o primeiro a trazer critérios voltados para a administração das redes e das entidades responsáveis por instituições conveniadas. Assinada por Fúlvia Rosemberg, a segunda parte do documento, “A política de creche respeita a criança: critérios para políticas e programas de creche”, aborda justamente quais parâmetros de gestão devem ser adotados para garantir os direitos das crianças detalhados na primeira parte do documento, voltada para o funcionamento da unidade (ROSEMBERG, 1985). Em 2009, foi publicado um instrumento de autoavaliação voltado para a Educação Infantil, seguindo o mesmo tipo de metodologia do anterior, os Indicadores da Qualidade na Educação Infantil (MEC, 2009). Nele, a primeira dimensão é a Avaliação da Dimensão Planejamento Institucional, em que se focaliza a gestão pedagógica da unidade. Antes disso, em 2006, o Ministério da Educação já havia publicado os Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil (MEC, 2006), documento 21
  • 22. que sintetiza as principais orientações legais que os sistemas e as unidades devem obedecer na organização de creches e pré-escolas, contendo também dois volumes com orientações sobre a infraestrutura das instituições. Dentre os instrumentos previstos na legislação, que procuram viabilizar a gestão democrática das unidades, os conselhos escolares devem garantir a participação dos vários segmentos da comunidade escolar nas decisões sobre a gestão das unidades. No sentido de destacar a importância dos Conselhos Escolares para a gestão democrática, o MEC criou uma série de cadernos, o Material de Apoio ao Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares (BRASIL, 2004). Nesse mesmo período, muito pouco tem sido pesquisado sobre a gestão da Educação Infantil no país, como mostra a revisão bibliográfica realizada para esta pesquisa, que consta deste relatório. Essa lacuna é especialmente grave devido ao fato de que a gestão de creches e pré-escolas apresenta especificidades importantes quando comparada à gestão de escolas que atendem crianças maiores de 6 anos de idade. Inúmeros fatores geram, para a gestão da Educação Infantil, demandas muito específicas. Entre eles, estão: uma maior dependência das crianças pequenas em relação aos adultos; a necessária associação entre cuidado e Educação; a especificidade da função de professor(a) de Educação Infantil; o arranjo dos espaços; os cuidados com a alimentação e a saúde; o tipo de equipamento e materiais adequados à faixa etária; as características de um atendimento em tempo integral; o tipo de contato que deve haver com as famílias e o atendimento por meio de convênios com entidades privadas. Alguns desses aspectos ficaram evidentes nos resultados de recente estudo da Fundação Carlos Chagas, a pesquisa Educação Infantil no Brasil: Avaliação Qualitativa e Quantitativa (CAMPOS, et al, 2011), que teve por objetivo avaliar a qualidade de 147 instituições de Educação Infantil em seis capitais brasileiras por meio de escalas de observação dos ambientes de creches e pré-escolas e de questionários a diretores das instituições e professoras das turmas avaliadas. Relacionando os dados de caracterização dos estabelecimentos com os resultados da avaliação de salas de creche e pré-escola, verificou-se que as unidades que tiveram melhores resultados na avaliação da qualidade possuíam diretores com salários mais altos. Mesmo considerando que essa remuneração pode estar associada a outras variáveis, tais como o nível socioeconômico da clientela das escolas, esse dado sugere que os 22
  • 23. diretores desempenham um papel importante na garantia de uma melhor qualidade do trabalho pedagógico desenvolvido nas instituições que dirigem. Além da questão da remuneração, verificou-se que as pré-escolas que obtiveram pontuações mais elevadas são dirigidas por profissionais que concluíram seu curso de nível superior há 15 anos ou mais e assumiram o cargo de direção por meio de concurso público, processo seletivo ou eleição. Esses diretores costumam promover atividades e cursos de formação destinados aos professores e aos funcionários na própria unidade. Nesse sentido, pode-se inferir que a experiência profissional dos diretores, sua forma de contratação e suas ações de formação são fatores altamente influentes na qualidade do atendimento das instituições de Educação Infantil. A mesma pesquisa investigou também as políticas municipais de Educação Infantil desenvolvidas nessas capitais, encontrando desigualdades significativas nas condições de financiamento das redes públicas e conveniadas e uma grande diversidade nas orientações adotadas na gestão dessas redes (CAMPOS et al, 2011). A proposta da pesquisa Pareceu, então, importante e oportuna a proposta de investigar a gestão da Educação Infantil tanto no âmbito da unidade como no plano da gestão municipal, que é a esfera de governo legalmente incumbida por ofertar essa etapa educacional no país. Foram definidos como objetivos do projeto: I – Caracterizar as políticas de gestão da Educação Infantil nas redes municipais de ensino; II– Descrever o processo de seleção, designação e orientação dos gestores escolares da Educação Infantil e as características dessa função; III – Identificar e descrever as iniciativas de formação voltada para a gestão da Educação Infantil nos municípios e nas unidades; 23
  • 24. IV- Caracterizar o perfil dos gestores escolares da Educação Infantil; V- Identificar os modelos de gestão aplicados nas unidades; VI – Propor recomendações baseadas nos resultados da pesquisa e na literatura nacional e internacional sobre modelos bem-sucedidos de gestão escolar. No âmbito da unidade, as principais questões cobertas pela investigação contemplam o perfil dos profissionais (diretor, coordenador pedagógico e professor), o seu cotidiano de trabalho (natureza das tarefas, trabalho pedagógico, relações com famílias, equipe e comunidade), o seu modelo de gestão e as suas opiniões e reflexões acerca da Educação Infantil. Junto às Secretarias Municipais de Educação, os seguintes aspectos foram pesquisados, cada um deles desdobrado em diversos itens: organização dos sistemas municipais de Educação; perfil da rede municipal; supervisão pedagógica; recursos humanos, financeiros e materiais; formação continuada; orientações curriculares; integração com o Ensino Fundamental e integração com demais setores sociais. Para olhar mais de perto a realidade das unidades, foi realizado um estudo exploratório em uma das capitais, que focalizou quatro centros de Educação Infantil, sendo um deles conveniado e os demais municipais. Os dados colhidos complementam os diversos aspectos da gestão das unidades analisados ao longo do texto. Este relatório preliminar está organizado nos seguintes capítulos: o primeiro contém a revisão bibliográfica realizada sobre o tema; nos capítulos segundo e terceiro, são abordadas as metodologias adotadas na coleta e análise dos dados; no quarto capítulo, a gestão da Educação Infantil é discutida na perspectiva das equipes das Secretarias Municipais de Educação; no capítulo quinto, os resultados dos questionários respondidos por professores, pais, coordenadores pedagógicos e diretores são apresentados; no sexto e último capítulo, são propostos alguns indicadores de gestão, construídos com base nos dados investigados. Finalmente, constam do relatório algumas considerações gerais e recomendações sobre a gestão da Educação Infantil. 24
  • 25. 25
  • 26. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA As primeiras constatações que podem ser feitas ao examinar a literatura sobre a gestão em Educação Infantil é que as publicações são: relativamente escassas, quando comparadas à literatura sobre a gestão da Educação em geral; focalizadas nas etapas posteriores da Educação; baseadas, na maioria das vezes, em estudos de caso, reflexões sobre experiências localizadas, com pouca abrangência; mantendo uma interlocução limitada com as discussões mais gerais que vêm acompanhando a introdução das reformas educacionais, ocorridas nas duas últimas décadas, que impactam de perto a gestão dos sistemas e unidades de ensino. Não é difícil encontrar um motivo que ajude a explicar essas características da bibliografia disponível no país: a Educação Infantil, especialmente a creche, é uma recém-chegada ao sistema educacional. Sendo um campo relativamente novo, conta com menor atenção por parte da gestão das redes escolares e até mesmo com certo estranhamento e resistência no âmbito das esferas técnicas, responsáveis por sistemas educacionais mais complexos. Além disso, como recém-chegada, acaba por ser aquela etapa que precisa ajustar-se a modelos de gestão desenhados para outros níveis educacionais, modelos esses que já contam com uma história e com uma legitimidade, que reforçam sua imposição às instituições de Educação da criança pequena. Assim, é a creche e a pré-escola que precisam se adaptar às estruturas e aos mecanismos já consagrados de organização e gestão dos sistemas, e não o inverso. Peter Moss (2011) utiliza uma expressão interessante para se referir a esse tipo de processo: a “colonização” da Educação Infantil pelas etapas posteriores de Educação. Dessa forma, no período que se seguiu às novas definições legais introduzidas pela Constituição Federal de 1988 e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB de 1996, a transição do atendimento, que estava sob a responsabilidade da área de assistência social, para o setor da Educação, processou- se – e ainda se processa – de maneira a colocar as instituições de Educação Infantil em uma nova fôrma, muitas vezes sem consideração para as consequências dessas mudanças junto às crianças e suas famílias. Por exemplo, crianças de 4 a 6 anos de idade que eram atendidas em tempo integral nas creches passaram a frequentar pré- escolas em meio período; professoras contratadas para trabalhar em instituições de tempo integral continuaram a manter sua jornada de trabalho baseada em horas-aula, conforme o padrão adotado para o Ensino Fundamental; matrículas que eram realizadas nas unidades passaram a ser centralizadas, sem poder dar maior atenção à situação de crianças de uma mesma família ou à proximidade do local de moradia; o 26
  • 27. recrutamento de diretores e coordenadores pedagógicos passou a ser feito sem exigir experiência prévia de trabalho com essa faixa etária; profissionais de saúde foram dispensados sem que antes fosse providenciada uma formação da equipe para lidar com questões de saúde, higiene e alimentação de crianças muito pequenas, entre muitos outros problemas. Paradoxalmente, nem sempre essas dificuldades foram compensadas por medidas que estendessem, à Educação Infantil, as mesmas conquistas obtidas na gestão do Ensino Fundamental e Médio. Como alguns estudos já mostraram, os – na realidade as, pois a grande maioria são mulheres – profissionais que atuam na Educação Infantil ganham, em média, menos do que aqueles vinculados às etapas educacionais seguintes; sua formação inicial é geralmente mais precária do que aquela com que contam os profissionais dos outros níveis educacionais; tendem a não ser remuneradas para horários de planejamento e formação continuada; as equipes, em muitos casos, não contam com coordenação pedagógica na unidade; nem sempre as atividades de formação continuada promovidas pelas Secretarias de Educação incluem o pessoal de creche, especialmente quando trabalham em instituições conveniadas; é recente a incorporação da Educação Infantil aos programas de alimentação, transporte escolar, material didático e construção escolar apoiados pelo governo federal. Por outro lado, nesse percurso, algumas das expectativas em relação aos benefícios que a inclusão da Educação Infantil na Educação Básica poderia proporcionar, vêm se confirmando: maior exigência de formação para professores; introdução de orientações curriculares; produção de material pedagógico voltado para a faixa etária anterior a 7 anos de idade; maior preocupação com a dimensão educativa da creche; formalização de critérios de qualidade; ampliação das pesquisas e crescimento do número de grupos especializados nas universidades, entre outros aspectos. O recente foco na gestão é um dos exemplos. Parece que, aos poucos, temas considerados importantes para outros níveis educacionais passam a ser também valorizados nos estudos que focalizam a Educação Infantil. Um exemplo são os trabalhos mais recentes que discutem o financiamento público da Educação: especialistas que raramente se ocupavam com as especificidades do financiamento da creche hoje incluem esse foco em seus estudos sobre a Educação Básica, precisando, para isso, interagir com pesquisadores da área, no sentido de se inteirar das particularidades do funcionamento dessa instituição1. 1 Um exemplo é o processo que culminou com a publicação do estudo sobre Custo Aluno Qualidade Inicial –CAQi (Carreira e Pinto, 2007). 27
  • 28. Entretanto, muito pouco tem sido pesquisado e publicado sobre a gestão da Educação Infantil. Dentre mais de 700 fontes localizadas na Base de Dados “Gestão Escolar”, disponível na página da Fundação Carlos Chagas, entre 2001 e 2008, foram localizados apenas seis artigos, quatro teses e 14 dissertações com base no descritor “gestão da Educação Infantil”. Dentre 63 títulos de livros levantados para serem incluídos nessa base, nenhum trata especificamente da gestão da Educação Infantil. Consultando o banco de Teses da Capes, no período de 2009 e 2010, foram encontradas duas teses e quatro dissertações sobre o tema. Essa lacuna é especialmente grave devido ao fato de que a gestão de creches e pré-escolas apresenta especificidades importantes, quando comparada à gestão de escolas que atendem crianças acima de 6 anos de idade, como: integrar o cuidado à Educação, uma vez que as crianças pequenas necessitam maior atenção por parte dos adultos; organizar ambientes que estejam de acordo com as necessidades das faixas etárias atendidas; planejar rotinas para atendimento em turno integral (caso de muitas creches); manter uma relação próxima com as famílias. Assim, as instituições de Educação Infantil têm preocupações peculiares, que geram demandas bastante diversas das do Ensino Fundamental. É interessante observar que situação muito semelhante pode ser encontrada em outros países. Uma publicação da Open University Press (MOYLES, 2006) comenta uma extensa revisão bibliográfica realizada por outros autores (MUIJS et al, 2004 apud MOYLES, 2006, p. 2), que constataram “a penúria das pesquisas” sobre liderança2 na Educação Infantil. Assim, a autora Janet Moyles justifica o fato de o levantamento realizado para seu projeto basear-se “extensivamente em textos sobre liderança e gestão (management) e de pesquisa educacional (dos quais houve uma superabundância nas duas últimas décadas)”. Ela, porém, acrescenta: “estes são úteis, mas não oferecem um quadro completo para a liderança e a gestão na Educação Infantil (earlyyears), devido a seu foco nas práticas da escolaridade obrigatória; assim sempre é necessário promover ajustes na tradução desses estudos em termos da faixa etária anterior (earlychildhood)”3 (MOYLES, 2006, p. 2). Por tudo isso, nesta revisão bibliográfica, foi incluída uma síntese sobre as principais questões abordadas na literatura sobre gestão educacional, mesmo que não referida diretamente à Educação Infantil. É preciso considerar, de qualquer forma, que como primeira etapa da Educação Básica, tanto a creche como a pré-escola fazem 2 Liderança é um conceito muito presente na literatura em língua inglesa, mas que não é bem acolhido na produção acadêmica brasileira. 3 Tradução nossa. 28
  • 29. parte das mesmas redes que se ocupam das demais etapas da Educação; uma parcela significativa das matrículas na Educação Infantil encontra-se em 4 estabelecimentos que incluem outros níveis de ensino e os profissionais devem ser formados, preferencialmente, nos mesmos cursos de pedagogia em que se formam os que atuam no primeiro segmento do Ensino Fundamental. Neste texto, também são comentadas as definições legais que vêm impactando a Educação Infantil, desde a Constituição Federal de 1988, e determinam o arcabouço geral da organização dos sistemas educacionais, em que se situam as redes de creche e pré-escola. Algumas características da gestão dessas redes de Educação Infantil são importantes para a discussão da gestão municipal e a gestão das unidades, como: a significativa presença dos convênios firmados entre entidades privadas sem fins lucrativos e o poder público, na oferta de vagas; o atendimento em tempo integral; o emprego de pessoal leigo no trabalho com os grupos de crianças; a oferta de matrículas em creche focalizada em alguns grupos da população, entre outros aspectos. A revisão bibliográfica teve por objetivo apontar diferentes tendências na produção acadêmica sobre a gestão educacional e escolar no Brasil, levando em consideração alguns autores expressivos que abordam essa temática. Para a realização deste trabalho, foram selecionados livros e artigos científicos, produzidos desde o ano de 1990, que contemplavam uma discussão mais abrangente sobre a gestão da Educação. Uma vez que as abordagens são diversas, procurou-se, em primeiro lugar, apresentar diferentes concepções sobre a administração e a gestão e os enfoques em torno da gestão, que ora é compreendida como um mecanismo democrático e participativo de intervenção na realidade, ora como uma ferramenta oriunda da administração empresarial. Da mesma forma, procurou-se apresentar o alcance das discussões sobre a gestão da Educação, as quais se remetem ao âmbito das políticas educacionais, ou seja, ao nível macro do sistema, e ao âmbito da unidade escolar. Essa estratégia permitiu verificar, na produção acadêmica, a tendência a discutir a gestão educacional e escolar no contexto da reforma do Estado e da Educação, na década de 1990. Ao mesmo tempo, os autores que enfocaram mais a gestão da unidade escolar tenderam a discutir essa questão do ponto de vista dos princípios de autonomia, de gestão escolar democrática e de participação, enfatizando a dimensão política da gestão educacional, em detrimento dos aspectos mais 4 No cálculo para definição da amostra deste estudo, verificou-se que, nas sete capitais selecionadas inicialmente, a proporção de unidades das redes públicas que oferecem a Educação Infantil junto a outras etapas da Educação é de 41% e a proporção de unidades conveniadas é de 32%. (Fonte: Censo Escolar 2010) 29
  • 30. operacionais, como os procedimentos burocráticos, os procedimentos financeiros e orçamentários e metodologias de planejamento, entre outros. Após discorrer sobre uma bibliografia mais geral sobre a gestão da Educação, realizou-se um trabalho de levantamento e revisão bibliográfica em relação à gestão das instituições de Educação Infantil. Embora tenham sido encontradas poucas referências sobre o tema, dada a existência de uma produção insuficiente sobre a gestão da Educação Infantil, notou-se que, na bibliografia estrangeira, há uma preocupação maior em discutir as especificidades da administração das instituições de Educação Infantil. Por fim, teceram-se algumas impressões sobre a bibliografia nacional e a estrangeira consultadas, buscando distingui-las dentro das abordagens dos temas tratados. Para a elaboração da revisão bibliográfica, foi pesquisado o banco de teses da Capes e o acervo da Biblioteca Ana Maria Poppovic, da Fundação Carlos Chagas. Há também referências de acervos particulares, principalmente de bibliografias estrangeiras, que constaram do trabalho de revisão. Gestão educacional e gestão escolar: diferentes abordagens A produção acadêmica sobre a gestão educacional e escolar é ampla e apresenta divergências e distintas compreensões sobre a gestão, uma vez que é produzida dentro de um contexto de tensão recente, gerado, de um lado, por reivindicações e disputas entre diferentes grupos sociais no período da Constituinte e, de outro, pela reforma do Estado, na década de 1990. A Constituição Federal de 1988 foi elaborada em um momento favorável para os movimentos sociais, que lutavam em favor da democracia participativa e de um desenvolvimento econômico redistributivo. Foi um momento de luta pelas liberdades democráticas, de grandes movimentos grevistas e da conquista da liberdade de organização partidária. Esses acontecimentos impactaram a Constituição Federal de 1988, que ampliou os direitos de cidadania e garantiu meios para a democratização da gestão de instituições públicas. A Lei consagrou várias aspirações e conquistas decorrentes da mobilização dos movimentos sociais e da comunidade educacional e reconheceu formas alternativas e complementares do processo democrático representativo, pelo aperfeiçoamento do sistema democrático. Na Educação, diversas entidades, reunidas no Fórum Nacional em Defesa do Ensino Público e Gratuito, intensificaram suas reivindicações por canais de 30
  • 31. participação social no âmbito do Estado e iniciaram um movimento em defesa do ensino público e gratuito. Em contraposição, o setor privado de ensino, que se expandiu consideravelmente durante o regime militar, também apresentou suas reivindicações e obteve algumas conquistas. De modo geral, a Constituição Federal, no capítulo da Educação, contém as bases e os horizontes para a ampliação da cidadania e a preservação dos direitos humanos (Cury, 2005). Em relação à gestão educacional, houve avanços, pois a lei conferiu à escola o reconhecimento como espaço legítimo das ações educativas e, portanto, as prioridades da política educacional foram o fortalecimento da gestão escolar e a ampliação da autonomia das instituições escolares. Cury (2005) afirma que, apesar dos avanços obtidos, existe um antagonismo entre as expectativas postas nas leis e as condições adversas da sociedade e também da Educação brasileira. De acordo com Adrião e Camargo (2001), a distância entre os princípios da Constituição Federal e a realidade educacional ocorre porque a lei é o resultado de um processo de disputas entre diferentes interesses, por vezes antagônicos. Isso significa que a presença de medidas democratizadoras na legislação não implica sua execução, tanto que Adrião e Camargo definem a Constituição Federal como um “produto de embates”, uma síntese dos diferentes interesses e expectativas em torno dos direitos sociais e do papel do Estado. “Eis parte da ambiguidade que acompanha as conquistas no plano da lei: as contradições entre o proposto e o implementado” (ADRIÃO; CAMARGO, 2001, p. 70). Ao mesmo tempo que a Constituição foi elaborada no fervor das reivindicações de distintos grupos sociais, o país enfrentava uma crise econômica e social, compreendida como consequência do modelo de Estado vigente. Acreditava-se na necessidade de se pensar num novo formato para o Estado, de modo que ele conseguisse saldar os compromissos financeiros que geraram a crise fiscal e financiar as políticas sociais. A crise configurava um cenário caracterizado por políticas de ajuste para a contenção das despesas públicas: eis uma grande contradição com os objetivos de investimento na Educação pública. Também nos anos de 1990, tendo por fundamento os princípios da Constituição Federal, que estabeleceu as bases federativas do Estado Brasileiro, houve um processo de reforma da Educação. Por meio da implementação de uma agenda de descentralização, iniciada no primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso, particularmente na área das políticas sociais, houve a transferência de grande parte das funções de gestão das políticas para os estados e municípios. Nesse 31
  • 32. período, a responsabilidade pelo financiamento e a gestão das políticas de saúde, Educação, assistência social, entre outras, continuavam centralizadas no governo federal, embora as instituições políticas federativas já estivessem instauradas (ARRETCHE, 2002). Da mesma forma, os sistemas estaduais adotaram política similar, transferindo recursos e responsabilidades com a oferta de serviços educacionais tanto para o município, quanto diretamente para a escola. O município, como instância local, passa a ser o responsável pela execução dos serviços e programas educacionais, como também pode delegar diretamente à escola essa competência. A União e os estados não perderam seu poder de definir prioridades, distribuição de informações e recursos e formas de avaliação de resultados, mas o município e as escolas assumiram a responsabilidade no cumprimento das metas estabelecidas, possibilitando a elas a flexibilidade necessária nos processos de execução das políticas para a Educação. (...) no âmbito das políticas educativas implantadas em meados dos anos 90, observamos o estabelecimento de rearranjos nos papéis das esferas administrativas em relação às suas responsabilidades com os distintos níveis e modalidades de ensino. Neste contexto, as municipalidades brasileiras vêm sendo as responsáveis pelo aumento das matrículas na Educação Infantil e na de jovens e adultos, além de, progressivamente, estarem assumindo a oferta da Educação fundamental, o que expressa as tentativas de cumprimento das normas legais prescritas em nossa Constituição e nas Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB. (AZEVEDO, 2002, p. 51). Percebe-se, portanto, que os anos 1990 foram cruciais para o modelo de organização da Educação brasileira atual. Ao mesmo tempo, representam um período em que a luta pela democratização do ensino, no âmbito da Educação Básica, assumiu como projeto a qualidade da Educação e a garantia do acesso e da permanência nas instituições escolares, como um direito social. Por outro lado, a crise de governabilidade instalada no Estado e sua incapacidade para contornar a crise fiscal e implementar políticas sociais de qualidade, provocaram uma reforma da administração pública, de modo a provê-la de maior racionalidade, garantindo eficiência nos serviços, a contenção de gastos e a otimização de resultados (BRESSER PEREIRA, 2006; COSTA, 2010). 32
  • 33. O cenário de tensão, gerado pelas diferentes expectativas em torno do papel do Estado na implementação das políticas públicas e das garantias constitucionais, refletiu-se na elaboração da Lei de Diretrizes e Bases, que demorou oito anos para ser aprovada, depois de várias disputas em torno de projetos distintos de lei. Da mesma forma, refletiu-se no modo como a reorganização da Educação brasileira foi conduzida e se traduziu em diferentes compreensões sobre o processo de descentralização da Educação, inclusive nas concepções sobre a gestão educacional e escolar. Na bibliografia sobre a gestão da Educação, notam-se diferentes abordagens e compreensões do tema, até mesmo discussões que abordam as diferenças entre a gestão e a administração. De acordo com Maia (2008), a trajetória do conhecimento em administração, presente na Revista daAssociação Nacional de Política e Administração da Educação(Anpae), no período de 1980 a 2000, é marcado por três momentos: o primeiro, no início da década de 1980, resgata o pensamento da administração da Educação, procurando articular o pensar e o agir nas suas atividades e buscando destacar o papel político desempenhado pela administração. O segundo, em meados da década de 1980, insere o termo “gestão” nos textos acadêmicos, contemplando algumas características necessárias para a existência da escola democrática, como novas formas de provimento de cargo de diretor, maior flexibilidade e autonomia escolares, planejamento participativo, investimento na formação de professores e tomada de decisões coletiva. Finalmente, o terceiro momento prossegue com a utilização paralela entre os termos “administração” e “gestão”, sendo o primeiro associado à burocracia autoritária, à hierarquia, à centralização e a formas antidemocráticas de trabalho, e o segundo, à organização do trabalho coletivo, à participação e possibilidade de relações mais horizontais, menos hierárquicas e a descentralização das ações no sistema educacional e nas unidades escolares. Também, nesse momento, contempla-se a relação entre Educação/administração/qualidade, criticando-se a qualidade tal como concebida pelo modelo político “neoliberal”. A análise que Maia (2008) faz de artigos publicados naAnpae, caracterizando as diferentes concepções de gestão e administração, são percebidas na área educacional como um todo. No entanto, é difícil estabelecer diferenças entre a produção sobre o tema em termos de temporalidade, pois as diferentes concepções não seguem dentro de uma lógica evolutiva. Elas existem simultaneamente e estão presentes tanto na produção acadêmica como no discurso de professores e diretores. 33
  • 34. Pereira e Andrade (2005), fazendo uma análise também dos trabalhos publicados na Revista da Anpae, no período de 1983 a 1996, constatam que as formas de construção da administração da Educação foram condicionadas pelo estado de politização do campo no período. Portanto, os conceitos e as definições de administração e gestão da Educação precisam ser inseridos “[...] nas posições e tomadas de posição do campo educacional, isto é, [...] à luz das lutas empreendidas, simultaneamente pedagógicas e políticas, teóricas e práticas, das estratégias acionadas pelos agentes e dos móveis impostos como os mais legítimos.” (p. 1399) Para Sander (2007), na década de 1980, há novas elaborações conceituais em torno da administração da Educação, pelo desenvolvimento de um pensamento de esquerda na área, que denunciava o vínculo da administração com o capitalismo e propunha uma concepção de administração compromissada com a transformação social. Nesse período, ocorre uma resistência intelectual à adoção acrítica das perspectivas da administração clássica pela crescente orientação sociológica e antropológica dos estudiosos da administração pública educacional, que se identificam com os movimentos políticos de redemocratização. Uma nova identidade é perseguida para o administrador da Educação, nesse período: uma identidade política, compatível com as reivindicações por democracia na Educação e na sociedade, cujo compromisso reside na garantia da efetiva participação dos atores educacionais e no cumprimento dos objetivos educacionais da instituição. Da mesma forma, há a crítica e o repúdio ao compromisso do administrador apenas com os rituais da burocracia (OLIVEIRA, 1997). Para Bruno (2008), os diferentes conceitos se devem à forma como a gestão democrática foi incorporada na Constituição Federal, como um princípio, transformando a regulamentação desse artigo, nos estados subnacionais, em um “campo aberto” para diferentes concepções, até mesmo antagonismos acerca do significado de gestão democrática. De acordo com a autora, o Estado recuperou as reivindicações dos trabalhadores da Educação, que lutavam pelo fim da cisão entre a gestão do trabalho e a realização do trabalho, nas décadas de 1970 e 1980, e estabeleceu como princípio constitucional a gestão democrática da escola pública. No entanto, para Bruno, Não se tratou de reduzir o que era o embrião de novas formas de organização da Educação no Brasil, produzido no calor das lutas, em mero adjetivo. Tratou-se de algo muito mais substantivo. De transformar uma prática com extraordinário 34
  • 35. potencial inovador, em que se horizontalizava a estrutura organizacional do sistema educacional, no seu inverso: numa nova forma de verticalizá-la, mais condizente com as novas formas de organização [...] (BRUNO, 2008, p. 21). Concorda-se com a autora quando afirma sobre a ambiguidade do termo e a multiplicidade de práticas sociais possíveis dentro dessas diferentes concepções de gestão. Também se concorda com o fato de a literatura sobre o tema naturalizar conceitos, na medida em que não leva em consideração os contextos históricos e sociais em que os diferentes significados surgem. Todavia, acredita-se que a confusão terminológica ocorre também pelo fato de as abordagens da administração e da gestão se darem dentro de um contexto político e social de crise e de mudança, em que diferentes grupos disputam espaço na sociedade e no âmbito do Estado e apresentam expectativas distintas sobre o papel das instituições públicas. Uma vez que o Estado congrega interesses diversos, tanto os mecanismos legislativos e normativos quanto os instrumentos de ação, que se consubstanciam em políticas, programas e ações, também expressam as contradições dos diferentes grupos sociais. Na bibliografia sobre gestão educacional e escolar, observam-se autores que fazem a contraposição entre os termos administração e gestão, relacionando administração com a transposição de teorias e modelos de organização e administração empresariais e burocráticos para a escola e a gestão com processos democráticos. Ou seja, há uma tendência em conceituar a administração dentro de uma perspectiva técnica e a gestão dentro de uma perspectiva política, focando a responsabilidade da direção, os processos de decisão, os mecanismos de liderança na escola e o papel dos órgãos colegiados. Associando a administração escolar à burocracia e às abordagens clássicas da administração empresarial, Lück (2000) concebe a gestão educacional, em substituição à administração, como o mecanismo que garantiria a democracia das relações na escola. Para a autora, a gestão educacional surgiu como uma tentativa de rejeitar a administração, associada com ênfase exagerada na técnica, em detrimento dos aspectos políticos da Educação e como estratégia para garantir a participação dos profissionais e da comunidade nos processos decisórios. Afirma que a gestão democrática da escola emerge significando a defesa de mecanismos mais coletivos e participativos de planejamento e administração escolar, representando a luta pelo 35
  • 36. reconhecimento da escola como espaço de política e trabalho, onde os diferentes interesses podem se confrontar em busca de conquistas maiores. Bordignon e Gracindo (2000) afirmam que a gestão democrática da Educação é uma possibilidade para que a organização escolar se fortaleça como um espaço de participação e de coordenação de ações para o alcance dos objetivos da instituição, e não como uma organização burocrática. Discorrem também sobre a necessidade de uma liderança centrada na competência e na credibilidade para que se concretize uma gestão democrática na escola. No entanto, para Medeiros e Luce (s/d), a gestão democrática não deveria se restringir apenas à gestão escolar, uma vez que os anseios por gestão democrática, manifestados pelos educadores, nos anos de 1980, não se esgotavam na esfera escolar. A forma como se deu a reorganização da Educação brasileira, na década de 1990, limitou a gestão democrática à esfera escolar. Esse fato não corresponde às expectativas dos educadores: No discurso pedagógico, a gestão democrática da educação está associada ao estabelecimento de mecanismos institucionais e à organização de ações que desencadeiem processos de participação social: na formulação de políticas educacionais; na determinação de objetivos e fins da educação; no planejamento; nas tomadas de decisão; na definição sobre alocação de recursos e necessidades de investimentos; na execução das deliberações; nos momentos de avaliação (MEDEIROS; LUCE; s/d, p. 4). Vieira (2007) também discorre sobre os limites da gestão democrática da Educação, tomando como base a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que restringe a gestão à unidade escolar e a participação da comunidade escolar e local na elaboração do projeto pedagógico e na atuação em órgãos colegiados. Como se vê, a LDB remete a regulamentação da gestão democrática do “ensino público na Educação Básica” aos sistemas de ensino, oferecendo ampla autonomia às unidades federadas para definirem, em sintonia com suas especificidades, formas de operacionalização de tal processo, o qual deve considerar o envolvimento dos profissionais de 36
  • 37. educação e as comunidades escolar e local. Em ambos os casos, a participação refere-se à esfera da escola: a elaboração de seu projeto pedagógico e a atuação em conselhos escolares ou equivalentes. Na perspectiva da LDB, portanto, a gestão democrática circunscreve-se a alguns aspectos da vida escolar, tal como se viu nos dispositivos referidos e comentados. (VIEIRA, 2007, p. 64) Ainda dentro de uma abordagem política da gestão educacional, Souza (2009) discorre sobre o conceito de gestão escolar democrática mediante o desenvolvimento de uma discussão que procura articular escola pública com a política, o poder, a democracia e a participação. Reconhecendo a gestão democrática da escola como um processo político mais amplo, não limitado apenas ao processo de decisão e à divisão de poder, afirma que a democracia nos processos de gestão escolar é sustentada “no diálogo e na alteridade, na participação ativa dos sujeitos do universo escolar, na construção coletiva de regras e procedimentos e na constituição de canais de comunicação, de sorte a ampliar o domínio das informações a todas as pessoas que atuam na/sobre a escola.” (SOUZA, 2009, p. 136). Como extensão desse pensamento, o autor conclui que a participação não deve limitar-se aos espaços formais, os quais promovem o “disciplinamento da participação da população”, na medida em que dificultam ou impedem ações inusitadas, nas instituições públicas. Não nega que as lutas sociais pela participação na definição dos rumos da política educacional brasileira obtiveram conquistas, mas a normatização das formas de participação acabou por aparelhá-la, dificultando a própria participação. Como exemplo, ele menciona os conselhos de escola. Em contraposição, Cury (2001) postula sobre a necessidade de dar um novo significado aos órgãos colegiados, em especial, os Conselhos de Educação, levando em consideração os princípios constitucionais. Cury (2001) discorre sobre o papel dos Conselhos de Educação, como órgãos importantes na gestão dos sistemas de ensino, dada sua competência normativa e sua capacidade para atuar com um elo de ligação entre o Estado e a Sociedade Civil. De acordo com o autor, o propósito dos Conselhos, tal como disposto na Constituição de 1988, não é o de atuar como um simples órgão burocrático, mas garantir o cumprimento das leis, diretrizes e finalidades da Educação, zelar pela aprendizagem e preservar a autonomia dos sistemas e das instituições de Educação. Com relação aos 37