2. Na foto: cuidados dos recém-nascidos deixados pelos pais com o Dr. Couney
e equipe de enfermeiras para exposição, iniciando uma fase de feiras de
exposição de recém-nascidos no início da década de 20.
3. Evolução dos cuidados
Apenas na década de 20 foi
estabelecido o início dos
registros de nascimentos e
mortes
Na década de 50 o início do
estudo da deficiência de
surfactante como base para
doença das membranas
hialinas inicia uma enorme
redução na mortalidade
neonatal
Virginia Apgar desenvolve o
escore de APGAR
Cuidado Intensivo
4. Evolução
neonatal
No final da década de 70, a medicina neonatal americana alcança uma
taxa de 50% de sobrevivência para os neonatos com peso de 900g e
idade gestacional de 27 semanas
Prematuridade extrema: 22-28 semanas
5. Desenvolvimento neonatal
Ao final da década de 90, nos EUA, a expectativa de
sobrevida para prematuros de 750 - 1.000g e de 500 -
749g situava-se em torno de 85% e 45%,
respectivamente; enquanto no Brasil, a Rede Brasileira
de Pesquisas Neonatais mostrava, nesta época,
sobrevida de 66-73% na faixa de 750-1.000g, e de 9-44%
na faixa de 500-749.
Rugolo LM. Crescimento e desenvolvimento a longo prazo do prematuro extremo. J Pediatr (Rio J). 2005;81(1Supl):S101-S110.
7. PREMATURIDADE
Pré –Termo: neonato < de 37 semanas completas ou < de
259 dias a partir da DUM
Baixo peso ao nascer < 2.500g
Muito baixo peso ao nascer < 1.500g
Extremo baixo peso ao nascer < 1.000g
Incrivel baixo peso ao nascer < 750g ( micropremie ? )
Prematuridade extrema: 22-28 semanas
8. Seguimento neonatal
Com o aumento da sobrevivência e a busca de
melhorias nos cuidados intensivos neonatais,
principalmente sob o aspecto humano, aumentam
questionamentos sobre a qualidade de vida futura
destes pacientes e seu crescimento adequado ao
longo da internação hospitalar e no seu seguimento
pós alta.
9. Seguimento neonatal
Desta forma passamos a criar rotinas sobre nossos
modos de trabalho em busca de comparações cada vez
mais próximas dos ambientes onde a sobrevivência com
qualidade de vida está ocorrendo.
10. Seguimento neonatal
A idade deve ser corrigida para 40 semanas de
idade gestacional, subtraindo-se a idade
gestacional de nascimento determinada por data de
última menstruação, ecografia obstétrica pré-natal
precoce ou idade gestacional pediátrica através do
método de Ballard modificado.
11. Seguimento neonatal
Vários autores sugerem que a correção da idade
para o acompanhamento adequado do crescimento
e principalmente do desenvolvimento neurológico
seja realizada até 2 anos de idade e nos pacientes
abaixo de 750 g até os 3 anos de idade corrigida.
12. PREMATURIDADE EXTREMA
RN < 1000g (NIH Neonatal Research Network)
• 17% - paralisia cerebral
• 37% - problemas cognitivos
• 2% - surdez
• 2% cegueira
RN < 26 sem: somente 1 em 5 não apresenta
alguma limitação aos 6 anos
14. Seguimento (Follow-up) neonatal
Os pacientes devem ser agendados com neonatologista ou
pediatra:
• no máximo em 15 dias após a alta hospitalar
• mensalmente até completarem 4 meses (1,2,3 e 4 meses)
• aos 6 meses
• trimestralmente até completarem 18 meses (9,12,15 e 18
meses)
• semestralmente até completarem 5 anos (2, 2½, 3, 3½, 4, 4½,
e 5 anos)
• anualmente até completarem 8 anos (6, 7 e 8 anos)
15. Seguimento (Follow-up) neonatal
• Avaliações neurológicas:
Grupo com doença neurológica na UTIN
• 15 dias após a alta hospitalar
• mensalmente até completarem 3 meses (1, 2 e 3
meses)
• trimestralmente até completarem 12 meses (6, 9 e 12
meses)
• semestralmente até completarem 8 anos
Grupo de recém-nascidos sem doença neurológica:
• trimestralmente até completarem 12 meses (3, 6, 9 e
12 meses)
• anualmente até completarem 8 anos
16. Seguimento (Follow-up) neonatal
Avaliações psicológicas:
• Interação mãe (pai)-bebê, desenvolvimento motor e
perceptual, suporte familiar:
• 15 dias após a alta hospitalar
• bimensalmente até completarem 6 meses (2, 4 e 6 meses)
• trimestralmente até completarem 18 meses (9, 12, 15 e 18
meses)
• anualmente até completarem 8 anos
• Desenvolvimento cognitivo:
• bi-anualmente, a partir dos 4 anos, até completarem 8 anos
(4, 6 e 8 anos)
17. Seguimento (Follow-up) neonatal
• O atendimento prestado pelo especialista em
neonatologia minimiza as dúvidas mais freqüentes
através da antecipação das datas de aparecimento de
sinais clínicos de patologias esperadas, como por
exemplo a anemia da prematuridade, trazendo
tranqüilidade e conforto para os familiares, o que só pode
ser feito através de vários estudos de observação clínica
e trabalhos de seguimento neonatais.
18. Seguimento (Follow-up) neonatal
• A observação e intervenção precoces nestas ou em
novas patologias neonatais, que surgem após o uso de
novas terapias só podem ser concretizadas através do
seguimento neonatal especializado.
• Existem alterações que ainda irão surgir e que teremos
que estar preparados para associá-las aos cuidados
intensivos neonatais realizados.
19. Seguimento neonatal – Hospital São Lucas RS
Tabela – Análise multivariada avaliando a associação entre doenças e intercorrências perinatais
com óbito.
Doenças e Intercorrências perinatais RR* (IC 95%) p
APGAR de 5° < 4 5,6 (2,2 – 14,3) < 0,001
Doença de membrana hialina 4,7 (2,4 – 9,4) < 0,001
Pneumonia 2,1 (1,0 – 4,5) < 0,03
Convulsões 1,5 (0,5 – 4,5) .4
Ductus arteriosus patente 1,2 (1,0 – 3,7) .4
Enterocolite 1,2 (0,6 – 2,6) .6
Idade gestacional < 28 sem 1,1 (0,4 – 2,7) .8
Escape de ar pulmonar 1,0 (0,5 – 1,7) .9
Hemorragia intracraniana 0,9 (0,5 – 1,7) .8
Peso de nascimento < 1000g 0,9 (0,3 – 2,4) .8
* RR = risco relativo entre densidades de incidência de óbito obtido em modelo de regressão de azares
proporcionais (Modelo de Cox); IC: intervalo de confiança.
20. Seguimento (Follow-up) neonatal – Maternidade Darcy
Vargas
• Atualmente são 38 pacientes abaixo de 1000g em
seguimento no ambulatório de seguimento de extremo
baixo peso.
• Tem uma média de 27 semanas de idade gestacional ao
nascimento.
• Tem um peso médio de 805g de nascimento.
• O paciente mais antigo da coorte nasceu em junho de
2008.
21. Seguimento neonatal – Hospital São Lucas RS
Teste de
Triagem de
Denver
• O teste de triagem de Denver foi aplicado pela equipe de neurologia
infantil vinculada ao ambulatório de follow-up neonatal.
• O teste baseia-se na observação direta do que a criança é capaz de
fazer e no relato dos pais ou da pessoa que lida habitualmente com a
criança. A avaliação é feita em 4 grandes áreas do desenvolvimento:
• motora grosseira
• motora fina adaptativa
• pessoal-social
• linguagem
22. Seguimento neonatal – Hospital São Lucas RS
Teste de
Triagem de
Bayley
• No ambulatório a avaliação do desenvolvimento da criança também foi
realizada através das Escalas Bayley de Desenvolvimento Infantil,
segunda edição (Bayley Scales of Infant Development - BSID II). O teste
foi aplicado em crianças com a idade corrigida mínima de 6 meses e idade
corrigida máxima de 38 meses.
• A BSID-II foi aplicada pela equipe de psicologia vinculada ao Ambulatório
de Follow-up Neonatal, a qual possuía treinamento e experiência na
aplicação do teste. Considerou-se como teste normal os RNs que tiveram
escores iguais ou superiores a 85, moderadamente alterados os RNs que
tiveram escores ≥ 75 e < 85, sendo o teste gravemente alterado quando o
escore foi < que 75.
23. Seguimento neonatal – Hospital São Lucas RS
Tabela – Distribuição de Bayley e Denver alterados segundo os grupos de peso de nascimento por
idade gestacional
Teste de Avaliação AIG PIG p
n = 59 n = 26
Bayley alterado 5 (8)* 1 (4) .66
n = 66 n = 30
Denver alterado 7 (11) 1 (3) .42
n: número total de pacientes acompanhados em cada grupo.
* número total e (percentual)
24. Tabela 1 – Descrição dos dados de nascimento e intercorrências perinatais de todos os pacientes com exame neurológico alterado no follow-up, e
anormalidades dos testes de neurodesenvolvimento.
Paciente IG PN APGAR 5° Intercorrências Perinatais Anormalidades nos testes de neurodesenvolvimento
1 23 675 7 ECN I, DBP, ductus patente,
pneumonia e sepse cultura +.
Hipotonia axial e atraso na linguagem.
2 23 650 3 DMH, DBP, HV III, ductus patente,
e sepse cultura +.
Atraso global no desenvolvimento e
hiporreflexia generalizada.
3 26 905 5 DMH, ECN I, DBP e HV I. Atraso global no desenvolvimento, hipotonia
axial e escore de Bayley < 85.
4 27 855 8 DMH, DBP, HV III, ductus patente
e hidrocefalia.
Paralisia cerebral e escore de Bayley < 85.
5 29 920 6 Descolamento de placenta, DMH,
HV I, ECN I, ductus patente e
sepse cultura +.
Escore de Bayley < 85.
IG: idade gestacional em semanas; PN: peso de nascimento em gramas; ECN: enterocolite necrosante; DBP: displasia broncopulmonar; DMH: doença de
membrana hialina; HV: hemorragia ventricular; ITU: infecção de trato urinário; HCV: hepatite C e BR: bolsa rota.
25. 6 29 875 7 DMH e HV I. Hipotonia axial e atraso global no
desenvolvimento.
7 30 1205 9 ITU maternal, HCV materna,
DMH e sepse cultura +.
Atraso na linguagem.
8 31 1320 7 Oligohidrâmnio, BR > 24h, ECN I
e sepse cultura +.
Escore de Bayley < 85.
9 32 1500 7 Ductus patente. Estrabismo, hipotonia axial, diplegia
espástica e escore de Bayley < 85.
10 32 1020 5 ITU materna, uso de
misoprostol,hidrocefalia, DMH,
DBP, HV IV e sepse cultura +.
Quadriparesia espástica e escore de
Bayley < 85.