Este documento compara as perspectivas éticas deontológica e teleológica. A ética deontológica baseia-se no dever e na obediência aos princípios morais, enquanto a ética teleológica considera o resultado e consequências das ações. Embora cada uma tenha vantagens, também existem objeções a ambas, sem uma conclusão clara sobre qual melhor representa a moralidade.
2. Em que diferem estas perspectivas:
Na aplicação e utilização de conceitos
Na forma de considerar a moral
Nos fins a que deve estar submetida a acção
3. A moral deontológica
baseia-se no princípio
da autonomia da
vontade face às
inclinações naturais.
Moral é a acção que
obedece apenas ao
dever. Porque só a
obediência ao dever
torna o ser humano
livre.
A moral teleológica
baseia-se na utilidade
das acções para o bem
estar e para aliviar o
sofrimento das
pessoas. Moral é a
acção que produz
maior bem estar ao
maior número.
5. A moral deontológica privilegia a
forma e a moral teleológica o resultado
material da acção.
A forma da acção moral é
colocada a priori, é a forma
que é boa ou má
independentemente do
resultado da acção.
Uma forma boa é aquela em
que a motivação da acção
pode ser universalizável.
A forma - o motivo ou
intenção do sujeito é
substituída pela previsão
que o sujeito deve fazer do
resultado da sua acção. O
sujeito deve prever, fazer
um cálculo ou um juízo dos
prós e contras e dos riscos
que corre. Se intenção for
boa e o resultado mau essa
previsão racional não foi
bem feita.
6. Haverá conciliação entre prazer e
dever ou são inconciliáveis?
O que se entende por
prazer?
Tanto Kant como Stuart Mill
consideram o prazer
intelectual superior ao
sensual.
A questão é: Será que o
prazer deve ser o fim da
acção moral?
Para Kant esse fim já existe
naturalmente e a moral não
é o reino da natureza mas
sim da liberdade.
Para Stuart Mill não temos
motivação para a acção
moral se ela não satisfizer
também um fim natural,
desejável.
7. O Prazer só tem valor moral se não for
um prazer egoísta.
Princípio da imparcialidade da acção moral
(contraria a natureza primária) o prazer do outro ou
o seu sofrimento é igual ao nosso.
Uma acção não é moral, não é correcta se o seu
resultado for apenas o prazer do próprio.
Para a moral deontológica o prazer não é um fim, o
único fim em si absoluto é a dignidade da pessoa.
(não especifica apenas diz que essa dignidade é a
sua capacidade de ser autónoma, obedecer às leis
da razão, às leis que cada um faz)
8. Objecções à teoria deontológica:
Por ser formal e não ter em
conta a totalidade da
experiência do indivíduo
está afastada das condições
de vida concreta e impõe-se
como algo demasiado
exigente. Pode também
legitimar actos morais com
resultados práticos
prejudiciais para o sujeito ou
para os outros.
9. Vantagens da perspectiva
deontológica sobre a teleológica:
Valoriza a pessoa e
perspectiva da intenção
visto que a pessoa só pode
ter domínio sobre si própria
não pode ter o domínio das
situações exteriores.
Ao exigir respeito pelos
princípios morais impede a
instrumentalização da
pessoa por outra.
10. Objecções à teoria teleológica:
Pode criar situações de
justificação moral de
acções contra os
princípios morais.
Pode confirmar a
máxima de que os fins
justificam os meios.
11. Vantagens da teoria teleológica sobre
a deontológica:
Aproxima-se do Senso Comum e da realidade
vivencial. Preocupa-se com as condições de vida da
humanidade. Privilegia o altruísmo.
12. Conclusão?
Poderemos conciliar o prazer e o dever?
Será a obediência a princípios preponderante sobre
a avaliação das situações concretas?
Não haverá leis morais absolutas?
Será o homem a estabelecer, segundo o seu juízo e
tendo em conta a circunstância, o melhor e o pior?
Deverá ser a lei moral independente da experiência
e ditada pela razão?