1. Avaliação em
contexto educativo
“Avaliação de software educativo”
MME, UA
Maria João Loureiro e Lúcia Pombo
(adaptado de Costa e Pereira, s.d.,LAQE)
2. Índice
O que é avaliar;
Funções da avaliação;
Processo de avaliação;
Envolventes da avaliação;
Indicador e critério;
Ciladas da avaliação
3. O que é avaliar?
A Avaliação, nas palavras de Vilar (1992) e com as
quais nos identificamos:
“(…) é o único procedimento que dá garantias de que um
projecto (…) social e humano não se desenvolva ao sabor do
acaso e/ou da apregoada intuição humana, que constituem aliás,
factores impeditivos ou obstáculos epistemológicos de qualquer
acção consequente. (…) a “avaliação” não pode ser encarada
como uma questão meramente técnica. Trata-se, efectivamente,
de algo muito complexo que exige grande preparação daqueles
que são chamados a avaliar (…)” (ps. 7 e 8)
4. O que é avaliar?
Por outras palavras, um pouco mais operacionais …
A Avaliação é um processo de procura e selecção de
informação que, promovendo a compreensão de um
determinado campo permita tomar as decisões que conduzam,
ou sejam susceptíveis de conduzir, à ambicionada melhoria, ou
seja, ao aperfeiçoamento do objecto avaliado (Figari, 1996;
Perrenoud, 1999; Alonso, 2002, entre outros)
A Avaliação assenta numa relação bilateral entre o que se
observa e um determinado sistema de referências que
constitui uma perspectiva de análise privilegiada (Barbier, 1985;
Ardoino et al.,1989; Hadgi, 1994; Figari, 1996)
5. Juízo de valor?
É, na verdade, um balanço dos pontos fortes e dos
pontos fracos da acção avaliada, das suas vantagens e
inconvenientes, das suas qualidades e defeitos, dos seus
valores e insuficiências. [Barbier, 1990]
6. Palavras associadas à avaliação
Aferição/Aferir Critérios
Análise/Análise cuidadosa Dificuldades e complexidade
Aprendizagem Formativa e sumativa
Classificação Julgar
Coerência Justiça/Necessidade de fazer justiça
Desempenho Medição (quantitativa e qualitativa)
Competência (s) Objectividade e subjectividade
Complexidade(s) Conhecimentos, Valores e Atitudes
7. Funções da Avaliação
Função Social: associa-se, por um lado, a necessidades sociais de certificação e
selecção e, por outro, a expectativas sociais.
Função Pedagógica: associa-se, à regulação e monitorização do processo
conducente à melhoria do objecto de avaliação.
Função Político-Administrativa: associa-se, à prestação de contas, como
modo, por exemplo, de obter apoio.
[Correia, 2001]
8. COMPONENTES DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO
Determinar objectivos pertinentes
Determinar objectivos pertinentes
Determinar critérios operacionais e indicadores
Determinar as informações a recolher e a
estratégia apropriada
Recolher a informação
RECOLHA DE MEDIDA e codificá-la
INFORMAÇÃO
Confrontar a informação
CONTROLE
com os critérios
AVALIAÇÂO Formular juízos de valor
Tomar uma decisão
[Rodrigues, 1992]
9. Referente x Referido?
A dupla articulação na operação da avaliação
(o que se observou)
REALIDADE
Dados de facto
Utilização de
a partir de REFERIDO
l
indicadores
a
ão re
ituaç
s
uma
Comparação
Aplicação
um valor Campo da realidade concreta
AVALIAR = atribuir ao confrontar
um sentido da Campo das expectativas sociais
seja
(o que se espera/desaja)
de
Dados do dever-ser
ão
PROJECTO
situaç
a
Produção de
um
em função de REFERENTE
normas/critérios
[Hadji, 1994]
10. Envolventes da Avaliação
Hadji (1994) refere a avaliação como um processo que
envolve a elaboração de um referente e a determinação
de um referido:
Referente – o que serve de norma e critério, o ideal, o modelo,
o correcto.
Referido – o que é constatado, o que serve para ajuizar sobre
um desempenho, uma representação de facto.
11. Referente x Referido?
Contudo, a avaliação não de deve, nem pode, reduzir
apenas a uma medida de desvio entre referentes e referidos
pois:
“(…) A acção avaliativa insere-se num processo dinâmico que
integra nomeadamente a produção de sentido e de ajuda à
decisão. Dialógica, por natureza, ela é explicitação e
confrontação, no interior de um processo de negociação. (…)”
(Roullier, 2004)
13. Indicador e Critério
Critério: característica ou propriedade de um objecto que permite
atribuir-lhe um juízo de valor. O que permite segmentar (por
exemplo; integrar numa categoria). [Hadji, 1994]
Indicador: característica particular que é um testemunho da
existência de um fenómeno predeterminado. Signo no qual se
reconhece a presença de um efeito esperado. [Hadji, 1994]
14. Fases do processo
Fase I
Procura de referentes (sobre o objecto de avaliação); definição de
critérios de avaliação; negociação do seu significado com os
diferentes actores envolvidos.
Fase II
Construção de um instrumento de recolha de informação edificado
sobre os referentes escolhidos, em particular, provenientes de
indicadores emergentes dos critérios estabelecidos; recolha de
informação e sua análise.
Fase III
Reflexão sobre essa análise (conjuntamente com os actores
envolvidos e tomada de decisões sobre caminhos a prosseguir.
15. Questões técnicas da Avaliação
A todas as situações de avaliação podem ser colocadas as seguintes questões:
Para quê esta avaliação? Ex: para regular? Para controlar?
Para quem se destinam os Ex: Aos formandos? Aos formadores?
seus resultados? Ao Ministério?
Qual(is) o(s) objecto(s) desta EX: Aprendizagem? Processos? Produtos?
avaliação? Serviços? Sistemas?
Quem avalia? EX: Os formandos? Os formadores? Pais?
Especialistas?
Quando se avalia? Antes do processo, durante ou após?
Como se avalia? Pela observação? Testes? Inquéritos?
16. Ciladas a que se expõe o avaliador
A armadilha do objectivismo
“Considero que a avaliação é um processo subjectivo e que está inerente à definição
dos próprios critérios de avaliação, que são estabelecidos pelo ser humano”.
A armadilha do autoritarismo
“Ao termo avaliação associo uma análise ponderada de determinado objecto ou
acontecimento, por um sujeito que segue determinados critérios previamente
definidos.”
A armadilha do tecnicismo
“…não encaro a avaliação como uma grelha predefinida mas sim como um esquema
que, seguindo umas linhas mestras, se vai gradualmente definindo.”
A armadilha embriaguez interpretativa
“O conceito de avaliação é tão subjectivo como a própria acção de avaliar. ”
[Hadji, 1996]