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John J. GumperzJohn J. Gumperz
Convenções DeConvenções De
ContextualizaçõesContextualizações
SociolinguísticaSociolinguística Interacional: uma introduçãoInteracional: uma introdução
Para começar...Para começar...
• Objeto da sociolinguística;Objeto da sociolinguística;
• Sociolinguística Interacional;Sociolinguística Interacional;
• A diversidade linguística em Gumperz;A diversidade linguística em Gumperz;
• Valor simbólico das variáveis linguísticas;Valor simbólico das variáveis linguísticas;
• Conceito de Atividade;Conceito de Atividade;
Convenções de ContextualizaçãoConvenções de Contextualização
Mas...O que sãoMas...O que são elaselas, afinal?, afinal?
PistasPistas de natureza sociolinguística que utilizamosde natureza sociolinguística que utilizamos
para sinalizar ospara sinalizar os nossos propósitosnossos propósitos
comunicativos ou paracomunicativos ou para inferir os propósitosinferir os propósitos
conversacionais do interlocutorconversacionais do interlocutor. (RIBEIRO &. (RIBEIRO &
GARCEZ,2002)GARCEZ,2002)
...As pistas...As pistas
São todos os traços linguísticos queSão todos os traços linguísticos que
contribuem para a sinalização decontribuem para a sinalização de
pressupostos contextuais.pressupostos contextuais.
• Dependem do repertório linguísticoDependem do repertório linguístico
historicamente determinado de cadahistoricamente determinado de cada
participante;participante;
Exemplificando:Exemplificando:
• Mudança de código, dialeto ou estilo;Mudança de código, dialeto ou estilo;
• Fenômenos prosódicos;Fenômenos prosódicos;
• Opções lexicais e sintáticas;Opções lexicais e sintáticas;
• Expressões pré-formuladas;Expressões pré-formuladas;
• Abertura e fechamento conversacionais;Abertura e fechamento conversacionais;
• Estratégias de sequenciamento;Estratégias de sequenciamento;
• São portadoras de informação;São portadoras de informação;
• Realizam-se naRealizam-se na interação;interação;
• Diferem dasDiferem das palavras;palavras;
• Emprego e reação às pistas naEmprego e reação às pistas na
interação;interação;
Problemas na ComunicaçãoProblemas na Comunicação
Exemplo 1:Exemplo 1:
O aluno de pós-graduação tinha por tarefa entrevistar uma dona deO aluno de pós-graduação tinha por tarefa entrevistar uma dona de
casa negra, residente em um bairro de baixa renda da cidade. Ocasa negra, residente em um bairro de baixa renda da cidade. O
contato tinha sido feito por telefone anteriormente. O aluno chega,contato tinha sido feito por telefone anteriormente. O aluno chega,
toca a campainha e é cumprimentado pelo marido, que abre a porta,toca a campainha e é cumprimentado pelo marido, que abre a porta,
sorri e se dirige a ele:sorri e se dirige a ele:
Marido: então quer dizer que cê vai dá u'a geral na minha veia, é?Marido: então quer dizer que cê vai dá u'a geral na minha veia, é?
Entrevistador: ah, não. Eu só vim para obter algumas informações. OEntrevistador: ah, não. Eu só vim para obter algumas informações. O
pessoal do escritório já ligou para, cá.pessoal do escritório já ligou para, cá.
(O marido, desfazendo o sorriso, sai sem pronunciar uma única(O marido, desfazendo o sorriso, sai sem pronunciar uma única
palavra e chama a sua mulher.)palavra e chama a sua mulher.)
• Expressão pré-formulada;Expressão pré-formulada;
• Problema análise fórmula;Problema análise fórmula;
• Método Erickson e Schultz.Método Erickson e Schultz.
Análise:Análise:
Exemplo 2:Exemplo 2:
Um homem casado, sentado na sala de estar, se dirige à suaUm homem casado, sentado na sala de estar, se dirige à sua
mulher. O homem é um norte-americano de classe média, e amulher. O homem é um norte-americano de classe média, e a
mulher é inglesa. São casados e residem nos Estados Unidosmulher é inglesa. São casados e residem nos Estados Unidos
há alguns anos.há alguns anos.
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prestes a sair de casa na chuva:prestes a sair de casa na chuva:
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Exemplo 3:Exemplo 3:
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a:a:
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Exemplo 4:Exemplo 4:
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aluno negro. Ambos se conhecem bem, pois o aluno haviaaluno negro. Ambos se conhecem bem, pois o aluno havia
trabalhado como auxiliar de escritório do professor durante váriostrabalhado como auxiliar de escritório do professor durante vários
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estágio (Sheflen,1972);estágio (Sheflen,1972);
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•Sincronismo rítmico e regular – ( Kendon, Harris e Key,Sincronismo rítmico e regular – ( Kendon, Harris e Key,
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• Relação Sincronia X Assincronia eRelação Sincronia X Assincronia e
Informações apreendidas – ExemploInformações apreendidas – Exemplo
orientadores-alunos – (Erickson e Shultz, 1982);orientadores-alunos – (Erickson e Shultz, 1982);
• Sincronia conversacional - Exemplo leitura dosSincronia conversacional - Exemplo leitura dos
alunos falantes do inglês vernáculo africano-norte-alunos falantes do inglês vernáculo africano-norte-
americano; (Piestrup, 1973);americano; (Piestrup, 1973);
• Assincronia – Pré-fórmulas - Exemplo ArtistaAssincronia – Pré-fórmulas - Exemplo Artista
A: é como todas as partes da mão. osA: é como todas as partes da mão. os
dedos operam inde[pendentemente, masdedos operam inde[pendentemente, mas
eles tem o mesmoeles tem o mesmo
B: [0B: [0
que eu gostaria de dizer é ...que eu gostaria de dizer é ...
Exemplo 8:Exemplo 8:
Numa aula filmada numa escola primaria, aNuma aula filmada numa escola primaria, a
professora mandou um aluno ler. O alunoprofessora mandou um aluno ler. O aluno
respondeu: "num quero ler". A professorarespondeu: "num quero ler". A professora
ficou irritada e disse: "esta bem, então, sente”ficou irritada e disse: "esta bem, então, sente”
Exemplo 9:Exemplo 9:
Num quero lerNum quero ler
• Paradigma pré-formulado;Paradigma pré-formulado;
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• Comunidades que compartilham oComunidades que compartilham o
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• (Des)compasso entre as pistas prosódicas(Des)compasso entre as pistas prosódicas
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• Norte-americanos brancos: Recusa/ Norte-Norte-americanos brancos: Recusa/ Norte-
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linguísticas e a produção de sentido atravéslinguísticas e a produção de sentido através
da entoação da criança.da entoação da criança.
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P: James, que palavra é esta?P: James, que palavra é esta?
J:J: não seinão sei..
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Exemplo 10: Eu não seiExemplo 10: Eu não sei
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Entende-se, portanto, que ela nãoEntende-se, portanto, que ela não
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cultural de James.cultural de James.
A: mas se você fizesse um curso básico, um planejado pelo
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uma conexão. então, por que é que Boas é importante nas duas
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monopoliza o campo?
C: espera aí espera aí!
Exemplo 11: Uma ponteExemplo 11: Uma ponte
A: você faz o que precisa, não faz o pacote todo. Você escolheA: você faz o que precisa, não faz o pacote todo. Você escolhe
o que você precisa. você não precisa da coisa toda.o que você precisa. você não precisa da coisa toda.
D: os dois se justificam. os antropólogos têm a sua própriaD: os dois se justificam. os antropólogos têm a sua própria
ênfase, os linguistas têm a sua própria ênfase e...mas ah nãoênfase, os linguistas têm a sua própria ênfase e...mas ah não
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C: talvez o problema seja que não há um único professor queC: talvez o problema seja que não há um único professor que
realmente tenha essa visão geral.realmente tenha essa visão geral.
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ao falar com norte-americanos;ao falar com norte-americanos;
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i.i. D apresenta uma prosódia diferente dasD apresenta uma prosódia diferente das
convenções norte-americanas.convenções norte-americanas.
ii.ii. A segunda e terceira afirmações eramA segunda e terceira afirmações eram
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iii.iii. D utiliza-se do mesmo léxico e sintaxe nas duasD utiliza-se do mesmo léxico e sintaxe nas duas
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uma fala comum, e não uma relação contrastiva.uma fala comum, e não uma relação contrastiva.
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iv.iv. Nas seguintes afirmações, D enfatizaNas seguintes afirmações, D enfatiza
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D. Desta forma, pode-se explicar a “interrupção”D. Desta forma, pode-se explicar a “interrupção”
sofrida por C na fala do falante D.sofrida por C na fala do falante D.
• Ao construir um argumento, os falantes indianosAo construir um argumento, os falantes indianos
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As elocuções dos exemplos 5 (“me ajuda”),9As elocuções dos exemplos 5 (“me ajuda”),9
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““Tais diferenças (de estratégia verbal), quandoTais diferenças (de estratégia verbal), quando
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de contextualizaçãode contextualização refletemrefletem fenômenosfenômenos
sociolinguísticossociolinguísticos, desta forma, o, desta forma, o pesopeso
interpretativointerpretativo é muitoé muito maiormaior do que seudo que seu
significado linguísticosignificado linguístico conforme medidoconforme medido
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Portanto, para Gumperz, o estudoPortanto, para Gumperz, o estudo
sociointeracional da linguagem buscasociointeracional da linguagem busca
“[...]“[...] identificaridentificar as pistas que estãoas pistas que estão
operando (na interação) e entãooperando (na interação) e então
determinardeterminar suas origens dentro dosuas origens dentro do
sistema linguístico a fim desistema linguístico a fim de formularformular
hipóteseshipóteses sobre o que elas refletem asobre o que elas refletem a
respeito da origem dos participantes.”respeito da origem dos participantes.”
REFERÊNCIASREFERÊNCIAS
GUMPERZ, J. J. Convenções de contextualização. In:GUMPERZ, J. J. Convenções de contextualização. In:
RIBEIRO, B. T. e GARCEZ, P. M. Sociolinguística Interacional.RIBEIRO, B. T. e GARCEZ, P. M. Sociolinguística Interacional.
São Paulo: Edições Loyola, 2002.São Paulo: Edições Loyola, 2002.
John J. Gumperz (1922 – 2013)John J. Gumperz (1922 – 2013)

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  • 2. Para começar...Para começar... • Objeto da sociolinguística;Objeto da sociolinguística; • Sociolinguística Interacional;Sociolinguística Interacional; • A diversidade linguística em Gumperz;A diversidade linguística em Gumperz; • Valor simbólico das variáveis linguísticas;Valor simbólico das variáveis linguísticas; • Conceito de Atividade;Conceito de Atividade;
  • 3. Convenções de ContextualizaçãoConvenções de Contextualização Mas...O que sãoMas...O que são elaselas, afinal?, afinal? PistasPistas de natureza sociolinguística que utilizamosde natureza sociolinguística que utilizamos para sinalizar ospara sinalizar os nossos propósitosnossos propósitos comunicativos ou paracomunicativos ou para inferir os propósitosinferir os propósitos conversacionais do interlocutorconversacionais do interlocutor. (RIBEIRO &. (RIBEIRO & GARCEZ,2002)GARCEZ,2002)
  • 4. ...As pistas...As pistas São todos os traços linguísticos queSão todos os traços linguísticos que contribuem para a sinalização decontribuem para a sinalização de pressupostos contextuais.pressupostos contextuais. • Dependem do repertório linguísticoDependem do repertório linguístico historicamente determinado de cadahistoricamente determinado de cada participante;participante;
  • 5. Exemplificando:Exemplificando: • Mudança de código, dialeto ou estilo;Mudança de código, dialeto ou estilo; • Fenômenos prosódicos;Fenômenos prosódicos; • Opções lexicais e sintáticas;Opções lexicais e sintáticas; • Expressões pré-formuladas;Expressões pré-formuladas; • Abertura e fechamento conversacionais;Abertura e fechamento conversacionais; • Estratégias de sequenciamento;Estratégias de sequenciamento;
  • 6. • São portadoras de informação;São portadoras de informação; • Realizam-se naRealizam-se na interação;interação; • Diferem dasDiferem das palavras;palavras; • Emprego e reação às pistas naEmprego e reação às pistas na interação;interação;
  • 7. Problemas na ComunicaçãoProblemas na Comunicação Exemplo 1:Exemplo 1: O aluno de pós-graduação tinha por tarefa entrevistar uma dona deO aluno de pós-graduação tinha por tarefa entrevistar uma dona de casa negra, residente em um bairro de baixa renda da cidade. Ocasa negra, residente em um bairro de baixa renda da cidade. O contato tinha sido feito por telefone anteriormente. O aluno chega,contato tinha sido feito por telefone anteriormente. O aluno chega, toca a campainha e é cumprimentado pelo marido, que abre a porta,toca a campainha e é cumprimentado pelo marido, que abre a porta, sorri e se dirige a ele:sorri e se dirige a ele: Marido: então quer dizer que cê vai dá u'a geral na minha veia, é?Marido: então quer dizer que cê vai dá u'a geral na minha veia, é? Entrevistador: ah, não. Eu só vim para obter algumas informações. OEntrevistador: ah, não. Eu só vim para obter algumas informações. O pessoal do escritório já ligou para, cá.pessoal do escritório já ligou para, cá. (O marido, desfazendo o sorriso, sai sem pronunciar uma única(O marido, desfazendo o sorriso, sai sem pronunciar uma única palavra e chama a sua mulher.)palavra e chama a sua mulher.)
  • 8. • Expressão pré-formulada;Expressão pré-formulada; • Problema análise fórmula;Problema análise fórmula; • Método Erickson e Schultz.Método Erickson e Schultz. Análise:Análise:
  • 9. Exemplo 2:Exemplo 2: Um homem casado, sentado na sala de estar, se dirige à suaUm homem casado, sentado na sala de estar, se dirige à sua mulher. O homem é um norte-americano de classe média, e amulher. O homem é um norte-americano de classe média, e a mulher é inglesa. São casados e residem nos Estados Unidosmulher é inglesa. São casados e residem nos Estados Unidos há alguns anos.há alguns anos. Marido: cê sabe onde tá o jornal de hoje?Marido: cê sabe onde tá o jornal de hoje? Mulher: eu pego pra você.Mulher: eu pego pra você. Marido: tudo bem. só me diz onde ta.Marido: tudo bem. só me diz onde ta. eueu pego.pego. Mulher: não,Mulher: não, EUEU pego.pego.
  • 10. Uma mãe esta conversando com seu filho de onze anos, que estáUma mãe esta conversando com seu filho de onze anos, que está prestes a sair de casa na chuva:prestes a sair de casa na chuva: Mãe: onde estão as suas botas?Mãe: onde estão as suas botas? Filho: no armário.Filho: no armário. mãe: eu quero que você ponha essas botas agoramãe: eu quero que você ponha essas botas agora Exemplo 3:Exemplo 3:
  • 11. Considerações iniciais:Considerações iniciais: • Incapacidade em responder apropriadamente aIncapacidade em responder apropriadamente a atos de fala indiretos;atos de fala indiretos; • Diferenças interpretativas podem estar ligadasDiferenças interpretativas podem estar ligadas a:a: i.i. Gênero;Gênero; ii.ii. Origem étnica;Origem étnica;
  • 12. Exemplo 4:Exemplo 4: Conversa telefônica entre um professor universitário branco e umConversa telefônica entre um professor universitário branco e um aluno negro. Ambos se conhecem bem, pois o aluno haviaaluno negro. Ambos se conhecem bem, pois o aluno havia trabalhado como auxiliar de escritório do professor durante váriostrabalhado como auxiliar de escritório do professor durante vários anos. O telefone toca:anos. O telefone toca: Professor: alô.Professor: alô. Aluno: como vai a família? (pausa)Aluno: como vai a família? (pausa) Professor: bem.Professor: bem. Aluno: volto a conversar com você no mês que vem sobre aquilo.Aluno: volto a conversar com você no mês que vem sobre aquilo. Professor: tudo bem. Eu posso esperar.Professor: tudo bem. Eu posso esperar. Aluno: eu terminei o trabalho. tá sendo datilografado.Aluno: eu terminei o trabalho. tá sendo datilografado. Professor: passe no escritório e a gente conversa a respeito.Professor: passe no escritório e a gente conversa a respeito.
  • 13. Análise: •ComunicaçãoComunicação imediataimediata •Interferências de Origens socioculturais;Interferências de Origens socioculturais; ii.ii.interpretações diversasinterpretações diversas • Verbo Modal “Verbo Modal “MayMay”: Inglês Indiano”: Inglês Indiano
  • 14. MAIS UMA QUESTÃO DE EXPERIENCIA COMUNICATIVA DO QUE DE TEMPO NO PAÍS.
  • 15. • O que é comunicação não verbal;O que é comunicação não verbal; • Olhos, face, membros e tronco;Olhos, face, membros e tronco; Sinaliza e reflete a transição deSinaliza e reflete a transição de estágio (Sheflen,1972);estágio (Sheflen,1972); Mostra o estado emocional do falante (Ekman, 1979);Mostra o estado emocional do falante (Ekman, 1979); •Sincronismo rítmico e regular – ( Kendon, Harris e Key,Sincronismo rítmico e regular – ( Kendon, Harris e Key, 1975) ;1975) ; Bases perceptuais:Bases perceptuais:
  • 16. • Relação Sincronia X Assincronia eRelação Sincronia X Assincronia e Informações apreendidas – ExemploInformações apreendidas – Exemplo orientadores-alunos – (Erickson e Shultz, 1982);orientadores-alunos – (Erickson e Shultz, 1982); • Sincronia conversacional - Exemplo leitura dosSincronia conversacional - Exemplo leitura dos alunos falantes do inglês vernáculo africano-norte-alunos falantes do inglês vernáculo africano-norte- americano; (Piestrup, 1973);americano; (Piestrup, 1973); • Assincronia – Pré-fórmulas - Exemplo ArtistaAssincronia – Pré-fórmulas - Exemplo Artista
  • 17. A: é como todas as partes da mão. osA: é como todas as partes da mão. os dedos operam inde[pendentemente, masdedos operam inde[pendentemente, mas eles tem o mesmoeles tem o mesmo B: [0B: [0 que eu gostaria de dizer é ...que eu gostaria de dizer é ... Exemplo 8:Exemplo 8:
  • 18. Numa aula filmada numa escola primaria, aNuma aula filmada numa escola primaria, a professora mandou um aluno ler. O alunoprofessora mandou um aluno ler. O aluno respondeu: "num quero ler". A professorarespondeu: "num quero ler". A professora ficou irritada e disse: "esta bem, então, sente”ficou irritada e disse: "esta bem, então, sente” Exemplo 9:Exemplo 9: Num quero lerNum quero ler
  • 19. • Paradigma pré-formulado;Paradigma pré-formulado; • Sinais extralinguísticos e linguísticos;Sinais extralinguísticos e linguísticos; • Comunidades que compartilham oComunidades que compartilham o conhecimento de um paradigma pré-conhecimento de um paradigma pré- convencionado;convencionado;
  • 20. • (Des)compasso entre as pistas prosódicas(Des)compasso entre as pistas prosódicas e paralinguísticas;e paralinguísticas; • Norte-americanos brancos: Recusa/ Norte-Norte-americanos brancos: Recusa/ Norte- americanos negros: encorajamento –americanos negros: encorajamento – Diferenças entre as comunidadesDiferenças entre as comunidades linguísticas e a produção de sentido atravéslinguísticas e a produção de sentido através da entoação da criança.da entoação da criança.
  • 21. Retomando...A entoação:Retomando...A entoação: • fator prosódico;fator prosódico; • função relevante na interação;função relevante na interação; • pista de contextualização;pista de contextualização;
  • 22. P: James, que palavra é esta?P: James, que palavra é esta? J:J: não seinão sei.. P: bem, se você não quer tentar, um outroP: bem, se você não quer tentar, um outro alunoaluno vai tentar. Freddy?vai tentar. Freddy? F: isso é umF: isso é um pp ouou bb?? P: (encorajando o aluno) é umP: (encorajando o aluno) é um p.p. No espaço escolar:No espaço escolar: Exemplo 10: Eu não seiExemplo 10: Eu não sei
  • 23. • James falou com uma entoaçãoJames falou com uma entoação ascendente a frase “I don’t know”ascendente a frase “I don’t know” • Revela um pedido de incentivo, algoRevela um pedido de incentivo, algo como “Eu preciso de incentivo”.como “Eu preciso de incentivo”. • A professora de James não identificouA professora de James não identificou esta pista.esta pista. Análise:Análise: Entende-se, portanto, que ela nãoEntende-se, portanto, que ela não compartilha da mesma realidadecompartilha da mesma realidade cultural de James.cultural de James.
  • 24. A: mas se você fizesse um curso básico, um planejado pelo departamento de Linguística e outro pelo departamento de [Antropologia] Sociocultural, e ambos oferecessem Boas, haveria uma conexão. então, por que é que Boas é importante nas duas áreas? Qual é a diferença? e eu B: você acha que é porque o pessoal da Sociocultural meio que monopoliza o campo? C: espera aí espera aí! Exemplo 11: Uma ponteExemplo 11: Uma ponte
  • 25. A: você faz o que precisa, não faz o pacote todo. Você escolheA: você faz o que precisa, não faz o pacote todo. Você escolhe o que você precisa. você não precisa da coisa toda.o que você precisa. você não precisa da coisa toda. D: os dois se justificam. os antropólogos têm a sua própriaD: os dois se justificam. os antropólogos têm a sua própria ênfase, os linguistas têm a sua própria ênfase e...mas ah nãoênfase, os linguistas têm a sua própria ênfase e...mas ah não háhá conexãoconexão. O que (. O que (nósnós) precisamos é de) precisamos é de uma ponteuma ponte ahah...... C: talvez o problema seja que não há um único professor queC: talvez o problema seja que não há um único professor que realmente tenha essa visão geral.realmente tenha essa visão geral.
  • 26. • D. é indiano;D. é indiano; • D. aponta que isto geralmente lhe aconteciaD. aponta que isto geralmente lhe acontecia ao falar com norte-americanos;ao falar com norte-americanos; • Só com a intervenção de uma pessoa de foraSó com a intervenção de uma pessoa de fora é que D pode expressar sua opinião, assimé que D pode expressar sua opinião, assim como justificá-la;como justificá-la;
  • 27. i.i. D apresenta uma prosódia diferente dasD apresenta uma prosódia diferente das convenções norte-americanas.convenções norte-americanas. ii.ii. A segunda e terceira afirmações eramA segunda e terceira afirmações eram contrastivascontrastivas,, iii.iii. D utiliza-se do mesmo léxico e sintaxe nas duasD utiliza-se do mesmo léxico e sintaxe nas duas afirmações, mas não utiliza a ênfase tônica, o que,afirmações, mas não utiliza a ênfase tônica, o que, para os americanos, passa a ser entendido comopara os americanos, passa a ser entendido como uma fala comum, e não uma relação contrastiva.uma fala comum, e não uma relação contrastiva. Problemática:Problemática:
  • 28. iv.iv. Nas seguintes afirmações, D enfatizaNas seguintes afirmações, D enfatiza tonicamente as palavras “conexão”, “nós” etonicamente as palavras “conexão”, “nós” e “ponte”.“ponte”. v.v. Para os norte-americanos, estas duasPara os norte-americanos, estas duas afirmações, por terem sido enfatizadas,afirmações, por terem sido enfatizadas, representam orepresentam o posicionamento principalposicionamento principal dede D. Desta forma, pode-se explicar a “interrupção”D. Desta forma, pode-se explicar a “interrupção” sofrida por C na fala do falante D.sofrida por C na fala do falante D.
  • 29. • Ao construir um argumento, os falantes indianosAo construir um argumento, os falantes indianos se esmeramse esmeram em construir a base para o queem construir a base para o que vão dizer;vão dizer; • UsamUsam ênfase tônicaênfase tônica contundentecontundente para marcarpara marcar essa baseessa base. Depois, ao fazerem suas. Depois, ao fazerem suas contribuições, mudam para tons graves e vozcontribuições, mudam para tons graves e voz baixa.baixa. As estratégias retóricas dos indianos falantes do inglês são diferentes das estratégias dos americanos:
  • 30. As elocuções dos exemplos 5 (“me ajuda”),9As elocuções dos exemplos 5 (“me ajuda”),9 (“num quero ler”) e 10 (“eu não sei”) têm(“num quero ler”) e 10 (“eu não sei”) têm interpretações pré-formuladas semelhantes e queinterpretações pré-formuladas semelhantes e que são específicas das tradições negrassão específicas das tradições negras norte-norte- americanas.americanas. Os norte-americanos que não reconhecem estasOs norte-americanos que não reconhecem estas pistas de contextualização não podem interpretarpistas de contextualização não podem interpretar corretamente o que é dito.corretamente o que é dito. Questões de interpretação:Questões de interpretação:
  • 31. ““Tais diferenças (de estratégia verbal), quandoTais diferenças (de estratégia verbal), quando permanecem despercebidas, podem ter sériaspermanecem despercebidas, podem ter sérias consequências na avaliação do desempenho dasconsequências na avaliação do desempenho das crianças.” (p.180)crianças.” (p.180) Diferença de estratégia verbal:Diferença de estratégia verbal:
  • 32. À guisa de conclusãoÀ guisa de conclusão ““Problemas causados pelas convençõesProblemas causados pelas convenções de contextualizaçãode contextualização refletemrefletem fenômenosfenômenos sociolinguísticossociolinguísticos, desta forma, o, desta forma, o pesopeso interpretativointerpretativo é muitoé muito maiormaior do que seudo que seu significado linguísticosignificado linguístico conforme medidoconforme medido pelas técnicas comuns da gramáticapelas técnicas comuns da gramática contrastiva.”contrastiva.”
  • 33. Portanto, para Gumperz, o estudoPortanto, para Gumperz, o estudo sociointeracional da linguagem buscasociointeracional da linguagem busca “[...]“[...] identificaridentificar as pistas que estãoas pistas que estão operando (na interação) e entãooperando (na interação) e então determinardeterminar suas origens dentro dosuas origens dentro do sistema linguístico a fim desistema linguístico a fim de formularformular hipóteseshipóteses sobre o que elas refletem asobre o que elas refletem a respeito da origem dos participantes.”respeito da origem dos participantes.”
  • 34. REFERÊNCIASREFERÊNCIAS GUMPERZ, J. J. Convenções de contextualização. In:GUMPERZ, J. J. Convenções de contextualização. In: RIBEIRO, B. T. e GARCEZ, P. M. Sociolinguística Interacional.RIBEIRO, B. T. e GARCEZ, P. M. Sociolinguística Interacional. São Paulo: Edições Loyola, 2002.São Paulo: Edições Loyola, 2002.
  • 35. John J. Gumperz (1922 – 2013)John J. Gumperz (1922 – 2013)