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INCLUSÃO ESCOLAR
DESAFIOS PARA A FORMAÇÃO DE
PROFESSORES ALFABETIZADORES
Marisa Assunção Teixeira
marisateixeira2011@gmail.com
Formação de Professores no PNAIC
Recomendações de estratégias de formação:
1) A análise de práticas de sala de aula
2) A análise das ferramentas conceituais
O objetivo é
1) Compartilhar cenas escolares que envolvem estudantes
do ciclo de alfabetização, portadores de deficiência ou
com transtorno global do desenvolvimento (TGD).
2) Apresentar a ferramenta conceitual (chave de leitura)
alicerçada na linguística e na noção de linguagem.
Cena 1
Desenho livre
Giovanna, 6 anos, 1º ano inicial do EF
É agitada, balbucia e emite palavras ininteligíveis.
• Estava com uma atividade de desenho livre com
uso de tintas.
• Fazia rabiscos coloridos sem estruturar
nenhuma forma.
• Quando pergunto o que ela está desenhando, responde
algo como:
[bé, bé, bia mãe]
• Faço a pergunta três vezes, dizendo que não entendi o
que ela me falou e a resposta tem o mesmo padrão.
• Pergunto como se chama a pessoa que está do seu
lado. – Cris.
• Pergunto qual o nome da pessoa que está a nossa
frente e aponto. – Pro.
Cena 2
Autoretrato
• A atividade seguinte é a do autoretrato.
• Do lado esquerdo da folha de desenho tinha o suporte
de uma fotografia de rosto da menina.
• Proponho que Giovanna desenhe a sua cara. A garota
traça uma forma arredondada. Peço para desenhar
uma parte de cada vez, começando pelos olhos
• Giovanna fez por sua própria conta o que eu chamei de
boca. Depois peço para colocar o nariz. Apesar de o
desenho ser muito precário, exprime coerência das partes.
• Solicito que desenhe a sua franjinha. Giovanna desenha uns
rabiscos na parte alta da “cabeça”. Novamente aparece a
coerência no traçado.
• Terminada a atividade de desenho, Giovanna retira
espontaneamente o avental de pintura que estava
usando, demonstrando boa compreensão da mudança de
rotina.
Cena 3
Escrita do nome
• Quando solicito que ela escreva o seu nome no espaço
reservado no cabeçalho onde se lia “meu nome
é”, Giovanna apenas aponta as letras e, ato
contínuo, começa a pintar a sua fotografia.
Cena 4
Fala palavras isoladas
• Para trocar de atividade, perguntei à Giovanna sobre seu
caderno.
- Você tem um caderno para me mostrar?
• Giovanna diz que não. A professora entrega dois cadernos
e mostro para Giovanna um que tem o seu nome escrito na
capa. Peço para a menina virar as folhas para mim e me
mostrar suas lições.
• Aponto figuras do caderno e pergunto:
- Que figura é essa?
• Giovanna vai nomeando-as:
casa, sol, cachorro
Observáveis
• Não fala frases.
• Fala palavras isoladas.
• Tem um desenho precário.
• Entende instruções.
• Aponta onde devia escrever seu nome e
escapa da atividade.
• A escrita do nome está próxima da garatuja.
Referencial teórico de análise
• Extraído da linguística
• Foca uma determinada concepção de linguagem.
•Linguagem é estrutura
•Linguagem é acontecimento
•Linguagem enquanto forma (oral, gestual)
Linguagem
• A escolha por abordar a linguagem como
estrutura está vinculada à:
• Língua
• Alfabetização em sua etapa inicial
• As crianças embaraçadas com a alfabetização
inicial
Linguagem
•A linguagem é atividade (operação) que
coordena e associa
Coordenação
a) Linearidade do significante (aspecto fônico): por ser uma impressão auditiva, o
significante se desdobra numa sequência de tempo.
Exemplo: M A R
b) Diferenças conceituais e diferenças fônicas
Palavra
MENINO / MENINA MAR / MARÉ
Grupo de palavras, frases, enunciados
MAR DE ROSAS / MAR DE GENTE
O que vai possibilitar o sentido (ou significação) é o contexto, a conjuntura de
produção da frase.
Essas leis mínimas envolvem a noção de tempo, ordenamento, diferenças.
A coordenação está na ordem da língua
Associação
São ligações regidas por princípios diversos:
a) Analogia de significação – ensino, instrução, educação;
b) Semelhança das imagens acústicas –“Chora menina”,
“Chora, me liga”
c) Analogia de eventos – Cauã parou de fazer contagem
quando se deparou com a figura de um coelho desenhada até
a cintura.
- Que número você falou? Perguntou a professora.
- Pipi. Cauã fechou o livro e se recusou a continuar a tarefa.
A associação pertence a outras ordens fora da
língua
Contexto de produção
• Hipótese:
Para expandir a fala/escrita é preciso oferecer
contexto, conjuntura de produção.
Regulação e controle
•São mecanismos para controlar o diálogo, a
comunicação.
Exemplos: “Você entendeu?”; “Eu não entendi o
que você disse”, “Ou seja”, “Isto é”, “Em outras
palavras”, “Eu quis dizer”.
Encerrando
É difícil identificar as operações básicas de linguagem.
• É possível ensiná-las? Ou pelo menos, potencializá-
las?
• Quais estratégias o professor poderia utilizar para
potencializar as operações de coordenação e
associação?
• Como acompanhar os resultados/as aprendizagens?
• Como o Orientador de estudo pode transmitir esta
discussão para os Professores?
Considerações
1. A utilização das experiências dos professores pode
favorecer um trabalho de resgate de suas práticas, do seu
fazer pedagógico.
2. Filmagens de situações de sala de aula.
3. Análise das atividades do aluno para identificar a operação
que o estudante fez. O objetivo é o de identificar como o
aluno “opera com e sobre a língua”.
4. Elaboração de instrumentos de avaliação e instrumentos de
acompanhamento das aprendizagens.
5. Estratégias que coloquem o corpo em ação.
Cena 3
Contexto de produção
• André (2º ano inicial EF) não desenha, não usa letras nem
números, não fala. Pica e rasga papeis, folhas, capas de livro.
• Não tem noção de corpo próprio unificado.
• Ao final de um ano, pega um adulto pelo braço para levá-lo à
biblioteca.
• Pega um livro.
• Cada vez um novo livro
• Criar contexto, conjuntura em relação ao título do livro.
Cena 5
Nome próprio
• Os alunos estavam fazendo uma atividade sobre o próprio
nome, recortando as letras de revistas
• Gustavo (6 anos, 1º ano inicial do EF) recorta as letras do
nome e as cola na folha.
• No cabeçalho Gustavo escreveu seu nome
• As letras do nome estão trocadas de lugar. A letra “G” está
por último. A letra “s” está no meio.
• Não coordena (sequencia de letras) nem associa (com a
escrita do nome feita no cabeçalho).
Operação (matemática)
Uma operação é qualquer tipo de procedimento que
é realizado sobre certa quantidade de elementos, e
que obedece sempre a uma mesma regra ou
princípio.
Formação de Professores no PNAIC
1. Análise das ferramentas conceituais
• Ela se justifica principalmente pelo fato de se estabelecer por
meio de análises contextualizadas e próximas do vivenciado
cotidianamente, permitindo ao professor deparar-se com
diferentes situações, conhecidas ou não, e colocá-las em xeque.
(Formação de Professores no PNAIC, p. 16).
2. A utilização das experiências dos professores pode favorecer
um trabalho de resgate de suas práticas, do seu fazer
pedagógico.
3. Filmagens de situações de sala de aula.
4. Análise das atividades do aluno.
5. Elaboração de instrumentos de avaliação e discussão de
seus resultados
Programas de Formação de Professores Alfabetizadores
Período 2001 à 2012
Período MEC Programa Coordenação do
Programa
Presidente Parti
do
Ministro da
Educação
2001 SEF (Secretaria
de Ensino
Fundamental) e
TV Escola
PROFA - Programa de
Formação de
Professores
Alfabetizadores
Grupo de
profissionais
coordenados pela
professora Telma
Weisz, do Instituto de
Psicologia da USP
Fernando
Henrique
Cardoso
PSDB Paulo Renato
Souza
2008 SEB (Secretaria
de Educação
Básica)
PRÓ LETRAMENTO -
Programa de
Formação Continuada
de Professores dos
Anos/Séries Iniciais
do Ensino Fundamental
Profissionais do
CEALE - Centro de
Alfabetização, Leitura
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Faculdade de
Educação da UFMG
Luiz Inácio Lula
da Silva
PT Fernando
Haddad
2012 SEB (Secretaria
de Educação
Básica)
PNAIC - Pacto Nacional
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Dilma Rousseff PT Aloizio
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Inclusão escolar: desafios para a formação de professores alfabetizadores - PNAIC

  • 1. INCLUSÃO ESCOLAR DESAFIOS PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES ALFABETIZADORES Marisa Assunção Teixeira marisateixeira2011@gmail.com
  • 2. Formação de Professores no PNAIC Recomendações de estratégias de formação: 1) A análise de práticas de sala de aula 2) A análise das ferramentas conceituais
  • 3. O objetivo é 1) Compartilhar cenas escolares que envolvem estudantes do ciclo de alfabetização, portadores de deficiência ou com transtorno global do desenvolvimento (TGD). 2) Apresentar a ferramenta conceitual (chave de leitura) alicerçada na linguística e na noção de linguagem.
  • 4. Cena 1 Desenho livre Giovanna, 6 anos, 1º ano inicial do EF É agitada, balbucia e emite palavras ininteligíveis. • Estava com uma atividade de desenho livre com uso de tintas. • Fazia rabiscos coloridos sem estruturar nenhuma forma.
  • 5. • Quando pergunto o que ela está desenhando, responde algo como: [bé, bé, bia mãe] • Faço a pergunta três vezes, dizendo que não entendi o que ela me falou e a resposta tem o mesmo padrão. • Pergunto como se chama a pessoa que está do seu lado. – Cris. • Pergunto qual o nome da pessoa que está a nossa frente e aponto. – Pro.
  • 6. Cena 2 Autoretrato • A atividade seguinte é a do autoretrato. • Do lado esquerdo da folha de desenho tinha o suporte de uma fotografia de rosto da menina. • Proponho que Giovanna desenhe a sua cara. A garota traça uma forma arredondada. Peço para desenhar uma parte de cada vez, começando pelos olhos
  • 7. • Giovanna fez por sua própria conta o que eu chamei de boca. Depois peço para colocar o nariz. Apesar de o desenho ser muito precário, exprime coerência das partes. • Solicito que desenhe a sua franjinha. Giovanna desenha uns rabiscos na parte alta da “cabeça”. Novamente aparece a coerência no traçado. • Terminada a atividade de desenho, Giovanna retira espontaneamente o avental de pintura que estava usando, demonstrando boa compreensão da mudança de rotina.
  • 8. Cena 3 Escrita do nome • Quando solicito que ela escreva o seu nome no espaço reservado no cabeçalho onde se lia “meu nome é”, Giovanna apenas aponta as letras e, ato contínuo, começa a pintar a sua fotografia.
  • 9. Cena 4 Fala palavras isoladas • Para trocar de atividade, perguntei à Giovanna sobre seu caderno. - Você tem um caderno para me mostrar? • Giovanna diz que não. A professora entrega dois cadernos e mostro para Giovanna um que tem o seu nome escrito na capa. Peço para a menina virar as folhas para mim e me mostrar suas lições.
  • 10. • Aponto figuras do caderno e pergunto: - Que figura é essa? • Giovanna vai nomeando-as: casa, sol, cachorro
  • 11. Observáveis • Não fala frases. • Fala palavras isoladas. • Tem um desenho precário. • Entende instruções. • Aponta onde devia escrever seu nome e escapa da atividade. • A escrita do nome está próxima da garatuja.
  • 12. Referencial teórico de análise • Extraído da linguística • Foca uma determinada concepção de linguagem. •Linguagem é estrutura •Linguagem é acontecimento •Linguagem enquanto forma (oral, gestual)
  • 13. Linguagem • A escolha por abordar a linguagem como estrutura está vinculada à: • Língua • Alfabetização em sua etapa inicial • As crianças embaraçadas com a alfabetização inicial
  • 14. Linguagem •A linguagem é atividade (operação) que coordena e associa
  • 15. Coordenação a) Linearidade do significante (aspecto fônico): por ser uma impressão auditiva, o significante se desdobra numa sequência de tempo. Exemplo: M A R b) Diferenças conceituais e diferenças fônicas Palavra MENINO / MENINA MAR / MARÉ Grupo de palavras, frases, enunciados MAR DE ROSAS / MAR DE GENTE O que vai possibilitar o sentido (ou significação) é o contexto, a conjuntura de produção da frase. Essas leis mínimas envolvem a noção de tempo, ordenamento, diferenças. A coordenação está na ordem da língua
  • 16. Associação São ligações regidas por princípios diversos: a) Analogia de significação – ensino, instrução, educação; b) Semelhança das imagens acústicas –“Chora menina”, “Chora, me liga” c) Analogia de eventos – Cauã parou de fazer contagem quando se deparou com a figura de um coelho desenhada até a cintura. - Que número você falou? Perguntou a professora. - Pipi. Cauã fechou o livro e se recusou a continuar a tarefa. A associação pertence a outras ordens fora da língua
  • 17. Contexto de produção • Hipótese: Para expandir a fala/escrita é preciso oferecer contexto, conjuntura de produção.
  • 18. Regulação e controle •São mecanismos para controlar o diálogo, a comunicação. Exemplos: “Você entendeu?”; “Eu não entendi o que você disse”, “Ou seja”, “Isto é”, “Em outras palavras”, “Eu quis dizer”.
  • 19. Encerrando É difícil identificar as operações básicas de linguagem. • É possível ensiná-las? Ou pelo menos, potencializá- las? • Quais estratégias o professor poderia utilizar para potencializar as operações de coordenação e associação? • Como acompanhar os resultados/as aprendizagens? • Como o Orientador de estudo pode transmitir esta discussão para os Professores?
  • 20. Considerações 1. A utilização das experiências dos professores pode favorecer um trabalho de resgate de suas práticas, do seu fazer pedagógico. 2. Filmagens de situações de sala de aula. 3. Análise das atividades do aluno para identificar a operação que o estudante fez. O objetivo é o de identificar como o aluno “opera com e sobre a língua”. 4. Elaboração de instrumentos de avaliação e instrumentos de acompanhamento das aprendizagens. 5. Estratégias que coloquem o corpo em ação.
  • 21. Cena 3 Contexto de produção • André (2º ano inicial EF) não desenha, não usa letras nem números, não fala. Pica e rasga papeis, folhas, capas de livro. • Não tem noção de corpo próprio unificado. • Ao final de um ano, pega um adulto pelo braço para levá-lo à biblioteca. • Pega um livro. • Cada vez um novo livro • Criar contexto, conjuntura em relação ao título do livro.
  • 22. Cena 5 Nome próprio • Os alunos estavam fazendo uma atividade sobre o próprio nome, recortando as letras de revistas • Gustavo (6 anos, 1º ano inicial do EF) recorta as letras do nome e as cola na folha. • No cabeçalho Gustavo escreveu seu nome • As letras do nome estão trocadas de lugar. A letra “G” está por último. A letra “s” está no meio. • Não coordena (sequencia de letras) nem associa (com a escrita do nome feita no cabeçalho).
  • 23. Operação (matemática) Uma operação é qualquer tipo de procedimento que é realizado sobre certa quantidade de elementos, e que obedece sempre a uma mesma regra ou princípio.
  • 24. Formação de Professores no PNAIC 1. Análise das ferramentas conceituais • Ela se justifica principalmente pelo fato de se estabelecer por meio de análises contextualizadas e próximas do vivenciado cotidianamente, permitindo ao professor deparar-se com diferentes situações, conhecidas ou não, e colocá-las em xeque. (Formação de Professores no PNAIC, p. 16). 2. A utilização das experiências dos professores pode favorecer um trabalho de resgate de suas práticas, do seu fazer pedagógico.
  • 25. 3. Filmagens de situações de sala de aula. 4. Análise das atividades do aluno. 5. Elaboração de instrumentos de avaliação e discussão de seus resultados
  • 26. Programas de Formação de Professores Alfabetizadores Período 2001 à 2012 Período MEC Programa Coordenação do Programa Presidente Parti do Ministro da Educação 2001 SEF (Secretaria de Ensino Fundamental) e TV Escola PROFA - Programa de Formação de Professores Alfabetizadores Grupo de profissionais coordenados pela professora Telma Weisz, do Instituto de Psicologia da USP Fernando Henrique Cardoso PSDB Paulo Renato Souza 2008 SEB (Secretaria de Educação Básica) PRÓ LETRAMENTO - Programa de Formação Continuada de Professores dos Anos/Séries Iniciais do Ensino Fundamental Profissionais do CEALE - Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita da Faculdade de Educação da UFMG Luiz Inácio Lula da Silva PT Fernando Haddad 2012 SEB (Secretaria de Educação Básica) PNAIC - Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa Profissionais que integram o CEEL – Centro de Estudos em Educação e Linguagem da UFPE Dilma Rousseff PT Aloizio Mercadante