Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Edição e Montagem - Aulas 4 e 5
1. Edição e Montagem 1
Universidade de Brasília
http://introtoediting.com/mm_entertainment_image1.jpg
Faculdade de Comunicação
Departamento de Audiovisuais e Publicidade
Bloco 1 de Audiovisual
Professor: Mauricio Fonteles
Professor Orientador: David Pennington
Aulas 4 e 5
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2. O Discurso Cinematográfico
Opacidade e Transparência
Xavier, Ismail. O discurso cinematográfico: a opacidade e a transparência,
2a edição - São Paulo, Paz e Terra, 2008. 2a impressão 2012
Capítulo 1 - A Janela do Cinema e a
Identificação
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3. Identificação
• "Cinema: Uso criativo da Realidade" Maya Daren 1960
• Imagem - Imitação > Mímese (Aristóteles)
• Algo visualmente semelhante a um objeto ou pessoa
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4. ÍCONE X ÍNDICE
• Ícone: A imagem denota alguma coisa pelo fato de, ao ser percebida
visualmente, apresentar propriedades em comum com a coisa denotada
• Pintura - semelhança a um conceito mental - pode parecer ou não como o
objeto representado
• A realidade através do artista
• "Um índice é um signo que se refere ao objeto que ele denota em virtude de
ter sido realmente afetado por esse objeto" (PIERCE)
• Fotografia - a próprio objeto influencia a criação da imagem pela ação da luz
• Circuito fechado - Indexalidade
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5. Fotografia e Cinema
• A fotografia é constatada portanto pela sua iconicidade e indexalidade,
buscando os códigos responsáveis pelo seu poder significante
• A fotografia pode ser encarada como um documento apontando para a pré-
existência do elemento que ela denota.
• "Realismo" da imagem fotográfica
• Cinema - desenvolvimento temporal de sua imagem,
capaz de reproduzir, não só mais uma propriedade do mundo visível, mas
justamente uma propriedade essencial à sua natureza - o movimento.
• A imagem em movimento tem poder ilusório
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6. Imagem em Movimento
• O conjunto de imagens impresso na película corresponde a uma série finita
de fotografias nitidamente separadas; a sua projeção é, a rigor, descontínua
• A relação entre elas será imposta pelas duas operações básicas que
construção de um filme: a de filmagem, que envolve a opção de como os
vários registros serão feitos e a de montagem, que envolve a escolha do
modo como as imagens obtidas serão combinadas e ritmadas
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7. Dentro e Fora do Quadro
• O retangulo da tela não define apenas o campo de visão
efetivamente presente diante da câmera.
• Ele se estende para o que está fora do campo
• 2 tipos diferentes de espaço: interior e exterior à tela.
• Imagem "cinemática" x "cinematográfica"
A imagem cinemática presume a existência de um conteúdo externo
• A parte sugere a presença do todo que se estende "fora da tela"
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11. Um Recorte da Realidade
• Segundo BAZIN: "Os limites da tela não são [...] o quadro da imagem, mas
um recorte que não pode senão, mostrar uma parte da realidade"
• O quadro é centrípeto, a tela é centrífuga
• O movimento efetivo dos elementos visíveis será responsável por uma nova
forma de presença do espaço "fora da tela"
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12. Espaço Cinemático
• Teatro filmado - ponto de vista fixo - plano de conjunto de um ambiente
• Elementos fundamentais da construção contidos no próprio espaço
1. configuração do cenário - unidade fechada
2. imobilidade do ponto de vista da câmera
• Para se criar um espaço cinemático, é necessário romper essas barreiras
• Para a filmagem de um evento natural ou externo, essa configuração não
influencia tão fortemente
Ex: A Chegada do Trem - cria um espaço cinemático
• A dimensão temporal define um novo sentido para as bordas do quadro
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13. Câmera-Olho
• Organização e dinamismo - espaço cinemático (BURCH)
• "expressividade da câmera" e montagem - rompimento com o teatro filmado
http://moztastic.files.wordpress.com/2008/09/an-eye.jpg?w=560
• Câmera - Olho: Lente da câmera = olhar intencionado
• Noção de Janela (ou Espelho) - TELA
• BALAZS: a janela cinematográfica, abrindo também para um mundo, tende a
subverter tal segregação (física), dados os recursos poderosos que o cinema
apresenta para carregar o espectador para dentro da tela.
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14. Identidade
• "Hollywood inventou uma arte que não observa o principio da composição
contida em si mesma e que, não apenas elimina a distância entre o
espectador e a obra de arte, mas deliberadamente cria a ilusão, no
espectador, de que ele está no interior da ação reproduzida no espaço
ficcional do filme"(Balazs: the film theory, p.50)
•
http://2.bp.blogspot.com/-0-FfumZQWJ8/T37C2_Pp3xI/AAAAAAAAbVo/wdKLjpgIK_k/s1600/poster_06.jpg
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15. Identidade - Afetos e Imaginário
• METZ - segregação dos espaços (interior e exterior)
experiência do espectador, marcada pela "impressão de realidade" e pelo
mergulho dentro da tela - identificação afetiva
• MORIN - a metamorfose do cinematógrafo em cinema
1. duplicação e projeção da imagem em movimento
2. constituição do mundo imaginário
• Para ele, a "identificação" constitui a "alma do cinema". A participação
afetiva deve ser considerada "como estado genético e como fundamento
estrutural do cinema"
• Cinema = imaginário, lugar de ficção e do preenchimento do desejo
• Pensamento de METZ e MORIN - cinema narrativo tipo Hollywood - a
essência do veículo
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16. Intervenção
• A expressividade da câmera - pontos de vista (multiplos)
- Permitidos através da Montagem
• O corte coloca em "xeque" a semelhança com o mundo visível
• Colapso da "objetividade" contida na indexalidade da imagem
• Intervenção inegavelmente humana
• A montagem será o lugar da perda da inocência
• Descontinuidade do corte - afastamento frente a continuidade de nossa
percepção do espaço e do tempo na vida real.
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17. Montagem Invisível
• A montagem "invisível" aparece para superar essa descontinuidade
• A montagem permite dois fatos diretos:
1. escolha das relações de imagens justapostas
2. busca pela neutralização da descontinuidade ou ostentação dessa
descontinuidade
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18. O Discurso Cinematográfico
Opacidade e Transparência
Xavier, Ismail. O discurso cinematográfico: a opacidade e a transparência,
2a edição - São Paulo, Paz e Terra, 2008. 2a impressão 2012
Capítulo 2 - A Decupagem Clássica
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Sequências - Cenas - Planos
• Sequências - composição de cenas
• Cenas - unidades espaço temporais
• Planos - unidade básica - cada tomada de cena - ponto de vista em relação
ao objeto filmado
• Decupagem - processo de decomposição do filme
20. Planos e Enquadramentos
• Plano Geral - exteriores ou interiores amplos, a câmera mostra todo o espaço
da ação
• Plano Médio ou de Conjunto - conjunto de elementos envolvidos na cena
(figuras humanas e cenários)
• Plano Americano - figuras humanas mostradas até pouco depois da cintura
• Primeiro Plano (close-up) - câmera próxima do elemento representado
• Primeiríssimo Plano (super close) - mais próximo ainda
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26. Ângulos de Câmera
• Normal - altura dos olhos
• Câmera Alta - acima dos olhos
• Câmera Baixa - abaixo dos olhos
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27. Montagem Elementar
• Nível da diegése
• O corte aparece na mudança de cena e é aceito por denotar um novo espaço
e tempo
• A descontinuidade temporal é diluída numa continuidade lógica
• ex: Viagem a lua e
O Grande assalto ao trem
http://ttcritic.files.wordpress.com/2010/05/tripcannon.jpg mauriciofonteles.com
28. Corte no Interior da Cena
The Girl and Her Trust
• Libertação da
prisão teatral
• Mudança do
ponto de vista
• Efeito de identidade (mesma ação) e continuidade (a ação é mostrada em
todos os seus momentos, fluindo sem interrupção, retrocessos ou saltos para
frente)
• Ato inaugural para a arte cinematográfica - André Malraux 1946
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29. Exemplo:
Life of An American Fireman 1903 - Porter
Montagem Paralela The Birth of a Nation - Griffith 1915
Cena da invasão na casa - em aprox. 36 min
• Acontecimentos simultâneos
Ex: Life of an American Fireman (Porter)
• Sucessão temporal de planos correspondentes a duas ações simultâneas
que ocorrem em espaços diferentes
O grau de contiguidade que pode ser variável
• Uma constante - no final, será produzida a convergência entre as ações, e,
portanto, entre espaços.
Life of an American Fireman (1903)
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30. Montagem Paralela
• Apesar das descontinuidades nas imagens, o nível da narrativa garante a
continuidade da informação
• Percepção de um universo contínuo em movimento
• Um dos polos de desenvolvimento da narração cinematográfica
• Montagem paralela e a mudança do ponto de vista
duas alavancas básicas no desenvolvimento "linguagem cinematográfica"
• Um exemplo da montagem paralela é a eminente morte da heroína e a ação
do herói para salvá-la.
• Compatibilização do tempo dos acontecimentos
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31. Montagem e Profundidade
• Exemplos ilustrativos dos dois métodos de dramatização - uso da montagem
ou uso da profundidade.
• Uso da profundidade: Porter
Uso dos acontecimentos para criar a tensão
- plano da saída do trem
• Uso da montagem: Griffith
Uso do primeiro plano para denotar uma informação indispensável
- plano do revolver
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32. Decupagem Clássica Filme - The Girl
And Her Trust
1912
• Manipulação do interesse do espectador
• Manutenção da integridade do fato representado
• Regras de continuidade para manter a relação entre os planos
- Sequência fluente de imagens
• Descontinuidade visual elementar
• Continuidade espaço-temporal reconstruída
• Montagem invisível
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33. Decupagem Clássica
• Relação com a composição literária
• Decomposição e síntese dos seus elementos componentes
• "Realismo" da imagem X Convencionalidade da palavra escrita
• A montagem mantém a "impressão de realidade"
• Montagem - Jogos de olhares
• Construção de referenciais para o espectador
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34. Espaço “Real”
• A decupagem denota um espaço semelhante o real
• Impressão de que a ação ocorreu naturalmente e a câmera apenas a
capturou
Uma Noite Americana - Truffaut
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35. EX: Janela Indiscreta em 34m:
35s - camera do espectador
A Quebra da Barreira
• Participação Afetiva do Espectador
• Shot (plano) + Reaction Shot (reação)
• Campo / Contra-Campo
filmagem de diálogos
• "Câmera Subjetiva"
• O espectador assume o ponto de vista
do personagem
Janela Indiscreta (1954)
• O mecanismo de identificação se torna mais eficiente
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36. Cinema Sonoro
• O advento do cinema sonoro, tão lamentado por diferentes estetas,
constituiu um passo decisivo no refinamento do sistema voltado para o
ilusionismo e a identificação
O Cantor de Jazz (1927)
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37. Decupagem / Montagem
• O uso dos dois termos deve-se a uma ordem cronológica encontrada na
prática
• decupagem identifica-se com a fase de confecção do roteiro do filme
• montagem, em sentido estrito, é identificada com as operações materiais de
organização, corte e colagem dos elementos filmados
• A construção do método clássico significa a inscrição do cinema como
forma de discurso dentro dos limites definidos por uma estética dominante,
de modo a fazer cumprir através dele necessidades correlatas aos interesses
da classe dominante.
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