O documento apresenta um poema do cordelista Cícero Lins de Moura, que imagina um mundo melhor onde só o bem prevalecesse, não havendo violência, tristeza ou injustiça social. O autor deseja um mundo onde todos pudessem viver em paz e harmonia, trabalhando para sustentar-se e sendo reconhecido por seu valor.
2. Cícero Lins de Moura. Nasceu no ano de 1945, na cidade de Olinda PE. Possui uma vasta obra de literatura de cordel, destacando-se por seu texto ritmado e irônico. Além de cordelista, é técnico em Comunicação Visual, Desenhista, Pintor, Cartazista, Artesão e Humorista. Atualmente, conta com 270 poemas... Seu universo é explorar temáticas irreverentes como A Rola Misteriosa, O Pijama Suspeito entre outros.
3. A literatura de Cordel é um tipo de poesia popular, no qual os textos são impressos em papeis rústicos e expostos para a venda pendurados em cordas. Bastante disseminada na região Nordeste do Brasil, a literatura de cordel se desenvolveu de forma diferente, sendo encontrada raramente exposta pendurada em barbantes. O folheto, como é conhecido pelo povo nordestino, é caracterizado por rimas simples, ilustrações em xilogravuras e venda livre em diversos locais.
4. Se, quando a barra quebrasse e o sol se acendesse, somente o bem se acordasse, quando o dia amanhecesse nesse meu torrão bendito. Seria bem mais bonito, só amanhecer sorrindo, com todo mal esquecido, para sempre adormecido, e o amor colorindo. SE...
5. Quando o dia escurecesse e o sol se apagasse, se o homem agradecesse, se todo homem orasse, pedindo, a cada dia, justiça, sabedoria, a bem de sua grandeza; Se o homem procedesse de forma que merecesse o perdão da natureza.
6. Se acabasse a violência; Se só a boa tendência dominasse nossa gente; Se o povão evoluísse, saindo dessa mesmice, seria tão diferente. Se a tristeza sorrisse; Se todo mundo cantasse; Se fosse só de alegria o choro que alguém chorasse;
7. Se eu pudesse ir e vir, com segurança, sem medo, pelas ruas da cidade, sem testemunhar degredo, no diurno, ou noturno , sem tênis e sem coturno querendo me assaltar sem legião de mendigos sem exemplos de castigos, sem tanta gente a chorar. Olinda. PE
8. Se assim como brilha o sol o bom destino brilhasse para todo irmão vivente, e cada um trabalhasse, ganhasse o seu sustento; não mais houvesse lamento de alguém desabrigado; Se fosse reconhecido todo valor investido por quem pegou no pesado.
9. Se os homens fossem sábios; Se não houvesse indecência na “gerência nacional”, nos homens da Previdência; na Presidência, enfim. Se tudo não fosse assim, seria um paraíso... Se não houvesse a tristeza do filho da safadeza, que já nasceu sem juízo.
10. Que bom seria, se fosse, doce, gentil, sublimado, todo mundo neste mundo; todo mundo inspirado, dotado de poesia... Ah! Meu Deus, que bom seria, se fosse como eu quisesse: Se tudo que Deus falasse, todo mundo escutasse, e todo mundo fizesse. Cícero Lins de Moura. Julho 2007