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Acidentes do trabalho
com máquinas - identificação
   de riscos e pr evenção
                      Rodolfo Andrade Gouveia Vilela
               Engenheiro Mecânico e de Segurança do Trabalho
Doutorando em Saúde Coletiva (área Saúde do Trabalhador) pela UNICAMP - SP
             Assessor em Segurança do Trabalho na SUCEN/SP e
       membro do Programa de Saúde do Trabalhador de Piracicaba/ SP.
Análise de riscos




               Índice

              INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5



              AS MÁQUINAS E OS
              ACIDENTES DE TRABALHO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8



              RISCOS E PREVENÇÃO DE
              ACIDENTES EM MÁQUINAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10



              REQUISITOS MÍNIMOS
              PARAPROTEÇÃO DE MÁQUINA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13



              MÉTODOS DE PROTEÇÃO
              DE MÁQUINA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14



              MANUTENÇÃO PREVENTIVA
              E PREDITIVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .25



              BASES LEGAIS E NORMAS NACIONAIS
              SOBRE SEGURANÇA DE MÁQUINAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26



              ROTEIRO PARA AVALIAÇÃO
              DE RISCOS EM MÁQUINA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27




              OUTROS RISCOS NA MÁQUINA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .30



              REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33




                                                               -4-
INTRODUÇÃO                                        “fatalidade” fora do controle das ações huma-
                                                                  nas. Pior ainda, pois sugere que é um evento
     O objetivo desta publicação é auxiliar os tra-               impossível de ser evitado. Mas sabemos que
balhadores e seus representantes, membros de                      os acidentes ocorrem devido a uma interação
CIPA, sindicatos, comissões de fábricas e                         de vários fatores que estão presentes no
outros profissionais, a identificar os principais                 ambiente ou na situação de trabalho muito
riscos mecânicos e medidas básicas para pre-                      antes do seu desencadeamento. São, portanto,
venção de acidentes do trabalho com máqui-                        eventos previsíveis. Uma vez eliminados estes
nas.                                                              fatores, que dão origem aos acidentes se pode
     Com a introdução da robótica e das novas                     eliminar ou reduzir a ocorrência desses even-
tecnologias nas grandes empresas dos países                       tos. São portanto eventos preveníveis.
industrializados, os riscos mecânicos vem
sendo gradativamente superados e substituí-                              Os acidentes de trabalho
dos por outros riscos mais diretamente relacio-                            e a industrialização
nados à organização do trabalho. Um grande
número de indústrias com utilização de tecnolo-                        No final do século XIX Marx já diagnosti-
gias e máquinas obsoletas tem sido exportadas                     cava que, nas fábricas que surgem, os traba-
para os países em desenvolvimento. Nos pro-                       lhadores se transformam em um complemento
cessos tecnológicos mais avançados, onde                          vivo de um mecanismo morto. Desde aquele
ocorre a introdução da robótica, são os traba-                    tempo, quando ocorre a Revolução Industrial
lhadores de manutenção os mais expostos aos                       na Europa, o trabalho na fábrica exaure os
riscos mecânicos. Estes riscos estão presentes                    nervos ao extremo, suprime o jogo variado dos
ainda em setores de serviço, na indústria do                      músculos, e confisca toda a atividade livre,
lazer, onde a automação tem ainda pequena                         física e espiritual do trabalhador. “Amáquina ao
influência, e é nas pequenas empresas e indus-                    invés de libertar o trabalhador do trabalho, des-
trias mais antigas que permanecem os proble-                      poja o trabalho de todo interesse”. Na produção
mas tradicionais de segurança em máquinas.                        capitalista ocorre o fenômeno de subjugação do
Neste contexto, estes riscos estão ficando                        homem ao maquinário.1
menos visíveis e menos óbvios, reforçando a                           No Brasil, saúde, condições de trabalho e
necessidade de maior atenção e uma melhor                         acidentes são preocupações dos trabalhadores
identificação dos mesmos.                                         desde o início do processo de industrialização.
     Para a segurança em máquinas é possível                      Neste período - que tem muita semelhança
descrever risco de acidente como sendo a                          com o ocorrido na Europa - verifica-se as péssi-
chance de um acidente particular ocorrer em                       mas condições de trabalho, com jornadas pro-
determinado período de tempo, associado com                       longadas, baixos salários, emprego de crianças
o grau ou severidade da lesão resultante                          e alto índice de acidentes do trabalho.
(RAAFAT, 1989).                                                       Levantamentos efetuados pelo Departa-
     Infelizmente o termo “acidente” utilizado na                 mento Estadual do Trabalho de S. Paulo2 sobre
nossa língua sugere que este evento ocorre por                    a problemática dos acidentes do trabalho no
obra do destino, como algo imprevisível, uma                      país, indicam que já no início do século XX, a


1 MARX – Livro 1, “O Capital”
2 Boletim do Departamento Estadual do Trabalho, ano VIII, nº 30 , 1919 , citado por FALEIROS(1982)


                                                           -5 -
Análise de riscos
questão dos acidentes com máquina ganha                             relações de trabalho no Brasil, marcadas pelo
relevância e é objeto de preocupação dos                            corporativismo e autoritarismo, não tem possi-
órgãos públicos. Segundo este levantamento,                         bilitado uma atuação mais democrática dos tra-
de 1912 a 1917 ocorrem 11.895 acidentes                             balhadores e de seus representantes no interior
sendo 76% considerados leves, 22,2% graves                          das empresas, em defesa da saúde, uma vez
e 1,1% fatais, e quanto à localização, é obser-                     que não se garante a auto tutela e a auto prote-
vado que a maioria dos acidentes de trabalho                        ção por parte dos principais interessados: os
ocorre nas fábricas, oficinas, depósitos e casas                    trabalhadores.
comerciais, que respondem por 41,1% dos                                  Estudo conduzido por Grunberg (1983)3
locais dos acidentes, sendo que os operários                        comparou duas fábricas de montagem de auto-
representam a maior parcela dos atingidos:                          móveis sendo uma situada na França e outra
16%. As causas apuradas por este levanta-                           na Inglaterra, produzindo o mesmo tipo de
mento mostram que as máquinas são respon-                           carro, com tecnologias equivalentes. A taxa de
sáveis por 26,3% (435 trabalhadores atingidos)                      acidentes na fábrica da França, com fraca orga-
(FALEIROS,1992).                                                    nização sindical, foi de cerca de 60 vezes
    Os acidentes do trabalho constituem a face                      maior que a taxa encontrada na Inglaterra. A
visível de um processo de desgaste e destrui-                       diferença foi explicada pelos diferentes graus
ção física de parcela da força de trabalho no                       de sindicalização e força dos trabalhadores nas
sistema capitalista. Segundo a Organização                          duas fábricas. (DWYER,1991)
Mundial de Saúde os acidentes e doenças do                              No Brasil é prática corrente nas empresas,
trabalho são responsáveis por mais de 120                           investigações que atribuem a ocorrência do aci-
milhões de lesões e pelo menos 220 mil mortes                       dente a comportamentos inadequados do tra-
por ano no plano mundial (WHO,1997).                                balhador (“descuido”, “imprudência”, “negligên-
    O Brasil, depois de ocupar durante a                            cia”, “desatenção”, etc.) Estas investigações
década de 70 o título de campeão mundial de                         evoluem para recomendações centradas na
acidentes de trabalho, continua, com base nos                       mudança de comportamento: “prestar mais
dados da Organização Internacional do Traba-                        atenção”, “tomar mais cuidado”, “reforçar o trei-
lho - OIT de 1995, posicionado entre os dez                         namento”. Este tipo de concepção pressupõe
piores no plano mundial, ao lado da Índia,                          que os trabalhadores são capazes de manter
quanto ao índice de acidentes em relação ao                         elevado grau de vigília durante toda a jornada
número de trabalhadores empregados na                               de trabalho, o que é incompatível com as carac-
indústria (ISTOÉ- 1997).                                            terísticas bio-psico-fisiológicas humanas. Em
    A despeito das medidas de controle e cam-                       conseqüência, a integridade física do trabalha-
panhas implantadas no país para redução dos                         dor fica na dependência quase exclusiva de
acidentes a partir da década de 70, os resulta-                     seu desempenho nas tarefas. (BINDER&
dos obtidos até aqui revelam as limitações do                       ALMEIDA,2000)
aparato de engenharia e de medicina do traba-                           A teoria do “ato inseguro” no fundo pressu-
lho montado no interior das empresas e a ser-                       põe que o processo de trabalho deve ser visto
viço das mesmas, bem como do sistema de fis-                        como algo imutável e perene, tendo o trabalha-
calização do Estado. Revelam ainda que as                           dor que se adaptar a tais condições, transfe-


3 L. Grumberg. 1983 The effects of social relations of production on produtivity and worker´s safety: an ignored set of relations-
hips. International Journal Health Services 13(4): 621 - 634.


                                                              -6-
rindo a responsabilidade da empresa para o tra-                 zação do trabalho em sentido amplo, pelas rela-
balhador. É ainda comum encontrarmos nas                        ções de trabalho e pela correlação de forças
empresas cartazes, com o dedo apontado para                     existentes numa determinada sociedade. Desta
o trabalhador, com dizeres:                                     forma a ameaça do desemprego, a pressão da
    “Você é o responsável pela sua Segu -                       chefia exigindo mais produção, as condições do
rança!”;                                                        maquinário, as condições do ambiente (como
    “ASegurança depende de Você!!”                              presença de ruído, calor), a redução das equi-
    Infelizmente esta cultura que tenta culpabili-              pes com aumento da sobrecarga dos trabalha-
zar as vítimas pelos próprios acidentes ocorri-                 dores, a realização de horas extras, são todos
dos é ainda predominante no meio produtivo,                     componentes importantes que devem ser anali-
nos tribunais e mesmo em escolas de capacita-                   sados, quando se pretende entender e prevenir
ção em nosso país.                                              a ocorrência dos acidentes. Entendemos por-
    Nossa concepção parte de outro princípio:                   tanto os acidentes como fenômenos multi-cau-
que os seres humanos são limitados do ponto                     sais, socialmente determinados, previsíveis e
de vista psíquico, físico, e biológico, sendo                   preveníveis. No campo da prevenção de aci-
necessários dispositivos de segurança para                      dentes com máquinas, não são suficientes as
garantir que as falhas humanas possam ocor-                     ações tradicionais de engenharia, com a sim-
rer, sem que gerem lesões                                                   ples instalação de dispositivos de
aos trabalhadores. É o                                                          segurança. Por outro lado são
princípio denominado de                                                             totalmente desfocadas as
falha segura 4. Neste sen-                                                          campanhas e ações “edu-
tido podemos dizer que                                                              cativas” ou intimidatórias
uma máquina segura é                                                                que visam punir os ditos
aquela a prova de erros e                                                           “atos inseguros”, que no
falhas humanas.                                                                     fundo colocam a culpa do
    Os acidentes de traba-                                                          acidente na própria vítima.
lho ocorrem em determi-                                                                 A    abordagem      que
nadas condições de traba-                                                           orienta a CUT e seus
lho dentro de um contexto                                                           representantes na ação
de relações estabelecidas                                                           sindical é a de que a pre-
entre patrões e emprega-                                                            venção de acidentes só
dos no processo de produ-                                                           será efetiva se for acompa-
ção. Os acidentes de tra-                                                           nhada do aumento dos
balho são influenciados                                                             espaços de atuação dos
portanto por fatores rela-                                                          trabalhadores e seus repre-
cionados à situação ime-                                                            sentantes no interior das
diata de trabalho, como o                                                           empresas. Organização no
maquinário, a tarefa, o                                                             Local de Trabalho – OLT: o
meio ambiente de traba-                                                             melhor remédio contra os
lho, e também pela organi-                                                          acidentes e doenças!


4 M.C.P. BINDER & I. M. ALMEIDA: Investigação de Acidentes de Trabalho – Mimeo, Jan. 2000. 15p.



                                                         -7 -
Análise de riscos

       AS MÁQUINAS E OS                                    acidentes, estes ainda mais invisíveis que não
    ACIDENTES DE TRABALHO                                  irão constar das estatísticas oficiais.
                                                               Estudo feito nos EUApelo NIOSH – Instituto
    Contrariamente ao que se imagina, a                    Nacional de Saúde e Segurança - revelou que
máquina não é um artefato técnico, um objeto               ocorreram no ano de 1985 dezoito mil amputa-
neutro voltado a si mesmo. A máquina é um                  ções e 843 mortes com trabalhadores que
artefato social e cultural, criado por seres               operam máquinas nos setores industrial, agrí-
humanos reais dotados de interesses e preocu-              cola e da construção civil (SILVA, 1995).
pações, para satisfazer determinadas necessi-                  Pesquisa realizada em Osasco – SP no
dades. Quando um engenheiro projeta a                      início da década de 70 analisa 1.000 acidentes
máquina, a pedido de um empresário, ele o faz              graves e conclui que as máquinas foram res-
via de regra atendendo uma demanda de maior                ponsáveis por 85,5% dos acidentes, sendo que
produtividade, sem considerar os riscos gera-              as prensas sozinhas responderam por 31,8%
dos ou a possibilidade de acidentes. Por outro             do total das ocorrências. Essas máquinas são
lado, se existem sindicatos e trabalhadores                encontradas em sua maioria sem dispositivos
organizados, a demanda de uma nova                         de proteção, sendo fornecidas desta forma
máquina, com segurança, pode ser oriunda de                pelos fabricantes e revendedores, em flagrante
uma negociação conseguida entre trabalhado-                desrespeito ao artigo 193 da CLT, que regula-
res e patrões, com vistas a eliminar os riscos de          menta a fabricação, venda e locação de máqui-
lesões aos trabalhadores.                                  nas e equipamentos (CLEMENTE, 1974).
                                                               Outro estudo sobre a questão acidentária
       As máquinas, ferramentas                            no país conclui que a proteção insuficiente em
        e aparelhos,tem papel                              máquinas é causa de inúmeros acidentes, bem
       relevante na geração dos                            como a utilização de máquinas antigas e obso-
         acidentes de trabalho .                           letas, sendo um dos fatores que torna mais vul-
                                                           neráveis trabalhadores fatigados, menos aler-
    Uma análise do ciclo de vida das máquinas              tas e com reflexos mais lentos, com diminuição
no Brasil pode comprovar que são concebidas                da acuidade visual e da coordenação motora,
na fase de projeto sem uma preocupação com                 podendo ser atingidos com muito maior facili-
o ser humano que irá operar estes equipamen-               dade por uma máquina em funcionamento
tos, são vendidas para o mercado desprovidas               (POSSAS, 1989).
de dispositivos mínimos de segurança, são                      Investigação sobre os acidentados graves
colocadas em uso nestas condições. Após a                  de trabalho, que foram encaminhados à reabili-
ocorrência de acidentes e mutilações, a depen-             tação profissional, junto ao CRP - Centro de
der do nível de organização dos trabalhadores,             Reabilitação Profissional da Previdência Social,
pode vir a ser objeto de alguma adaptação com              observa que o ramo metalúrgico, responde por
instalação de dispositivos de segurança. Após              25% dos casos graves, predominando os aci-
se tornar obsoleta, é novamente colocada para              dentes com máquinas, como prensas mecâni-
venda (a Rua Piratininga em São Paulo é um                 cas e o setor plástico responde por 8% dos
dos pontos especializados neste tipo de comér-             casos, com destaque para as ‘prensas
cio). Adquirida por uma pequena ou micro                   injetoras’(COHN e cols, 1985).
empresa, com relações precárias de trabalho,                   Investigação feita em Bauru – SP em 1990,
novamente em operação, irá acarretar novos                 revela que de um total de 683 acidentes estu-

                                                    -8 -
dados, as máquinas, equipamentos e apare-                  seja para alimentação, para retirada das peças
lhos representam 14,2% dos fatores causais,                ou em ambas situações. Observa-se que esse
enquanto que quedas, choques ou perda de                   acesso `as zonas de prensagem é feito sem
equilíbrio representaram 38,5%. Os autores                 nenhum mecanismo de atenuação, como corti-
alertam no entanto para a limitação das infor-             nas de luz, barreiras, sensores de proximidade,
mações retiradas dos campos “objeto causa-                 ou dispositivos de afastamento, caracterizando
dor” e “descrição do acidente” das CATs                    perigo ao trabalhador. Segundo os autores “-
(Comunicados de Acidentes do Trabalho), que                nenhuma máquina era dotada de dispositivo de
por sua superficialidade e ausência de critérios           proteção, que atenuasse o risco durante o
técnicos, não permitem uma exploração ade-                 acesso      na      zona     de      prensagem”
quada da causa dos acidentes de trabalho (-                (MAGRINI&MARTORELLO,1989).
ALMEIDA&BINDER&TOLOSA, 1993).                                  Em 1997 levantamento feito em São Paulo,
    Outro estudo com 4.895 acidentes “típicos”             capital, constata que 70% das prensas mecâni-
identificados pelo Programa de Saúde dos Tra-              cas operam com acesso das mãos na Zona de
balhadores da Zona Norte de São Paulo, classi-             Prensagem, apelidada de “Boca do Leão”.
fica como graves 790 acidentes, sendo que                  Acordo tripartite com participação do setor
neste conjunto, as máquinas são responsáveis               patronal, dos trabalhadores e dos órgãos públi-
por 196 casos, ou seja 24,8%, demonstrando                 cos é assinado neste ano visando a retirada
uma importante associação entre a ocorrência               das mãos do trabalhador das zonas de opera-
de acidentes graves e o correspondente envol-              ção das máquinas, através de mecanismos de
vimento de máquinas em sua geração. As                     proteção como alimentação em plano inclinado,
máquinas mais perigosas, do ponto de vista da              gavetas, sistema de tambor giratório e outros.
gravidade dos acidentes gerados - com ampu-                    Estudo feito pelo Sindicato dos Trabalhado-
tações e esmagamentos - são as prensas, as                 res Químicos e Plásticos de São Paulo no ano
guilhotinas, os cilindros e calandras, as impres-          de 1992 constata que as máquinas injetoras de
soras, as serras e as injetoras de plástico                plástico respondem por metade dos casos de
(SILVA, 1995).                                                         acidentes do setor plástico, encami-
    Analisando as condições ope-                                        nhados para reabilitação profissio-
racionais de prensas mecânicas                                            nal junto ao Centro de Reabilita-
na Zona Norte de S. Paulo, são                                              ção Profissional do INSS da
investigadas em 1989, 290                                                   Capital - São Paulo. Depois de
prensas mecânicas, consta-                                                  3 anos de negociação, envol-
tando que 52,75% das máqui-                                                 vendo os fabricantes de máqui-
nas são acionadas por pedais,                                               nas, os Sindicatos da Industria
e 26,55% por meio de botoeiras                                              de Plástico, e instituições liga-
simples. Somente 43 máquinas                                                das à Saúde do Trabalhador,
operam com comandos bi-                                                     foi assinada uma Convenção
manuais. A pesquisa avalia                                                  Coletiva de Segurança em
ainda os riscos junto aos pontos                                            Máquinas Injetoras do Setor
de operação de 74 máquinas,                                                 Plástico do Estado de São
verificando que 37,8% destas                                                Paulo. A Convenção entre
máquinas exigem o acesso das                                                outros avanços estabelece
mãos na zona de prensagem,                                                  prazo para as empresas insta-

                                                    -9 -
Análise de riscos
larem dispositivos de segurança nas máquinas,                     acompanhamento do funcionamento dos meca-
garante o emprego de trabalhadores sequela-                       nismos de segurança.
dos, a capacitação dos operadores de máquina                          Além dos riscos mecânicos, que são mais
e a fiscalização do acordo por parte das CIPAs                    enfocados neste trabalho, as máquinas podem
e dos Sindicatos através de uma Comissão                          representar outros riscos aos trabalhadores
Permanente de Negociação. Novo levanta-                           (ruído, calor, vibração, radiação, etc) conforme
mento junto ao CRP no ano de 1996 já aponta                       discriminado no roteiro para avaliação de riscos
a redução para 27% da participação das injeto-                    ao final do texto.
ras no total dos casos de Reabilitação Profissio-
nal junto ao INSS. Após 2 anos de acordo 3029                      Riscos decor rentes de movimentos
operadores de máquina injetora já haviam par-                       e ações mecânicas das máquinas                     5


ticipado de cursos de capacitação ministrados
por entidades acordadas entre as partes e                             Existem muitos riscos mecânicos criados
1.488 selos haviam sido expedidos para máqui-                     pelas partes móveis dos diferentes tipos de
nas que passaram a possuir os dispositivos de                     máquinas. O contato com as partes móveis
segurança previstos na Convenção Coletiva                         das máquinas é considerado como fonte de
(VILELA, 1998).                                                   mais 10% de todos os acidentes ocupacio-
                                                                  nais na Suécia, a partir de 1979, quando este
      RISCOS E PREVENÇÃO                                          item foi incluído na estatística sobre a origem
  DE ACIDENTES EM MÁQUINAS                                        das lesões ocupacionais (DÖS&BACKS-
                                                                  TRÖM, 1998).
    A seleção e aplicação das diferentes técni-                       As partes móveis que representam riscos
cas de segurança em máquinas requer um                            mecânicos envolvem os seguintes pontos:
envolvimento e participação dos diferentes                         o ponto de operação, o ponto onde o traba-
atores que participam da cadeia produtiva.                        lho é executado no material, como ponto de
Além das empresas que compram e dos traba-                        corte, ponto de moldagem, ponto de perfura-
lhadores que operam com as máquinas, nesta                        ção, de estampagem, de esmagamento, ou
cadeia participam ainda os setores de fabrica-                    ainda de empilhamento de material;
ção e projeto, de venda, dos serviços de insta-                    mecanismo de transmissão de força, qual-
lação e de manutenção.                                            quer componente do sistema mecânico que
    Do ponto de vista da segurança, os fabri-                     transmite energia para as partes da máquina
cantes e projetistas tem um papel privilegiado,                   que executam o trabalho. Estes componentes
pois podem interferir neste ciclo, assegurando                    incluem volantes, polias, correias, conexões de
que a máquina nasça com segurança desde o                         eixos, junções, engates, fusos, correntes, mani-
berço. A adaptação de proteções, com a                            velas e engrenagens;
máquina já em funcionamento, é muito mais                          outras partes móveis, que inclui todas as
difícil e onerosa. Os trabalhadores usuários                      partes da máquina que movem enquanto a
das máquinas, por conhecer de perto o sistema                     máquina está trabalhando, tal como movimento
de produção e a atividade a ser desenvolvida,                     de ida e volta, partes girantes, movimentos
tem uma grande contribuição na escolha e                          transversais, como também mecanismos de ali-


5 Texto base “Machine Safeguarding” de Kenneth Gerecke da Encyclopaedia of Occupational Health and Safety – 4ª Edição, Vol.
2 pags. 58.1 – 58.82 (1998). Texto e figuras adaptadas e modificadas pelo autor.


                                                          - 10-
mentação e partes auxiliares da máquina.                      1. partes com eixos paralelos podem girar
    Uma ampla variedade de movimentos                    em direções opostas. Estas partes podem estar
mecânicos e ações podem apresentar perigos               em contato (produzindo assim um ponto
para os trabalhadores. Estes movimentos                  entrante) ou em proximidade íntima um para o
mecânicos e ações são básicas                                                 outro, onde a alimentação de
                                        1         PONTOSENTRANTES
a quase todas máquinas, e o                       COMUNSEM PARTES             material entre os rolos produz
                                                  GIRATÓRIASDEMÁQUINAS
reconhecimento dos riscos que                                                 os pontos entrantes (de belis-
representam é o primeiro passo                                                cão). Este perigo é comum
para a proteção dos trabalhado-                                               em maquina com engrena-
res.                                                                          gens, moinhos giratórios,
    Movimentos          mecânicos                                             calandra de borracha, cilin-
que representam riscos:                                                       dros de secagem de papel,
    Há três tipos básicos de movi-                                            cilindros de massa na indus-
mento mecânico:                                          tria alimentícia, como mostrado na Figura 1.
                                                              2. outro tipo de ponto entrante é criado entre
                movimento giratório;                     partes móveis girantes e tangenciantes, como o
       movimento alternado (vai e vem);                  ponto de contato entre uma correia de transmis-
              retilíneo ou transversal.                  são de força e sua polia; uma corrente e uma
                                                                                       roda dentada; ou
      Movimento giratório                                                 PONTOS
                                                                                       uma coroa e um
                                              2
                                                                          ENTRANTES    pinhão, como mos-
                                                                          ENTRE
    O movimento mesmo lento, de                                           ELEMENTOS
                                                                                       trado na Figura 2.
partes giratórias pode ser perigoso                                       GIRATÓRIOS        3. pontos entran-
podendo gerar ferimentos graves. Setas                                                 tes também podem
giratórias lentas podem agarrar vesti-                                                 existir entre partes
mentas e forçar um braço ou a mão em                                                   giratórias e partes
uma posição perigosa. Anéis, junções,                                                  fixas que criam um
engates,         embreagens, volantes,                                                 tosquiamento, esma-
pontas, fusos e eixo horizontal ou verti-                                              gamento ou ação de
cal são alguns exemplos típicos de mecanis-              irritação. Exemplos incluem discos manuais ou
mos giratórios que podem ser perigosos. Existe           volantes com raios, roscas transportadoras
perigo adicional quando pinos, facas, lixas,             abertas ou a periferia de um disco abrasivo e
chaves, roscas ou parafusos                                                              um suporte ajus-
                                     3    PONTOS ENTRANTESENTRECOMPONENTES
fixos estão expostos em                   ROTATIVOS E COMPONENTESFIXOS
                                                                                         tado       incorreta-
partes giratórias das maqui-                                                             mente, como mos-
nas, podendo atingir uma                                                                 trado na Figura 3.
pessoa ou ser arremessadas
durante o giro das mesmas.                                                                  Movimento
    Pontos entrantes (de                                                                     alternado
beliscão) em correntes são
criados pelas partes giratórias                                                              Pode ser peri-
da maquina. Há três tipos principais de pontos           goso porque durante a ida e a volta ou movi-
entrantes (de beliscão):                                 mento de subida e descida, um trabalhador

                                                    -11 -
Análise de riscos
pode ser golpeado por ou pode ser pego entre          ponto de operação podendo ocorrer ferimento
uma parte móvel e uma parte estacionária. Um          no corpo do trabalhador.
exemplo é mostrado na Figura 4 . Elevadores               Além de mãos e dedos, outras partes como
de carga da construção civil são exemplos de          a cabeça, olhos e face podem ser atingidos por
equipamentos com                                                          cavacos ou fagulhas arre-
movimento       alter-  4                   M OVIMENTOS                   messados, causando feri-
                                            ALTERNADOS
nado vertical.                              PERIGOSOS                     mentos.
                                                                              Exemplos típicos de
   Movimento                                                              máquinas com ação de
     retilíneo                                                            corte perigosa incluem
                                                                          serras de fita, serras circu-
    Movimento em                                                          lares, fresadoras, plainas,
uma reta, linha con-                                                      furadeiras, tornos mecâni-
tínua,    cria     um                                                     cos e moinhos. Figura 5.
perigo pois o traba-    5                   AÇÃODE
lhador pode ser gol-                        CORTEEM                                Ação de
                                            MÁQUINAS
peado ou pode ser                                                             puncionamento
pego em um ponto
de aperto ou ponto                                                            Ocorre quando é apli-
de corte por uma                                                          cada força a um êmbolo,
parte móvel. Um                                                           pistão ou martelo com a
exemplo de movi-                                                          finalidade de amassar,
mento retilíneo peri-                                                     repuxar ou estampar metal
goso é o movimento                                                        ou outros materiais. O risco
de uma esteira                                                            deste tipo de ação reside
aberta que pode                                                           no ponto de operação onde
arrastar ou ferir uma   6                                                 o material é inserido, segu-
pessoa.                                                                   rado e retirado pela mão.
                        AÇÃODE
    Ações Mecâni-       PUNCIONAMENTO                                     Máquinas típicas que usam
cas e seus riscos:                                                        ação de puncionamento
    Há quatro tipos                                                       são prensas mecânicas
básicos de ação                                                           nos trabalhos metalúrgicos.
mecânica:                                                                 (Figura 6)
   Ação de corte,
 Ação de punciona-                                                                 Ação de
       mento,                                                                   cisalhamento
             Ação de cisalhamento,
         Ação de dobramento ou flexão.                    Ocorre na aplicação de força em uma
                                                      lâmina ou faca visando aparar ou tosquiar metal
                Ação de corte                         ou outros materiais. O perigo acontece no
                                                      ponto de operação onde o material é propria-
    Envolve movimentos giratórios, alternados         mente inserido, segurado e retirado. Exemplos
e transversais. A ação cortante cria perigos no       típicos de maquinas usadas para cisalhar são

                                                 -12 -
as guilhotinas, tesouras mecânicas motoriza-                Ter estabilidade no tempo
das, tesouras hidráulicas e pneumáticas
(Figura 7).                                                                   As proteções e dispo-
                         7        AÇÃODECISALHAMENT O                    sitivos    de   segurança
 Ação de dobra                                                           devem ser feitos de mate-
   ou flexão                                                             rial durável que suporte
                                                                         as condições de uso,
     Ocorre quando é                                                     sendo firmemente afixa-
aplicada força a uma                                                     dos à máquina. Somente
lâmina para amoldar,                                                     pessoas autorizadas, nor-
puxar ou estampar                                                        malmente só o pessoal de
metal ou outros mate-                                                    manutenção ou teste
riais. O perigo acon-                                                    pode, temporariamente,
tece no ponto de ope-                                                    remover, deslocar, ou reti-
ração onde o material                                                    rar uma proteção.
é inserido, segurado e
                         8
retirado. Equipamen-                                                             Proteger
tos que usam ação de     AÇÃO                                                    de queda
                         DE
dobra incluem pren-      DOBRA                                                  de objetos
sas mecânicas, vira-
deiras e dobradeiras.                                                       A proteção deve asse-
(Figura 8).                                                              gurar que nenhum objeto
                                                                         possa cair nas partes
 REQUISITOS                                                              móveis, danificando o
MÍNIMOS PARA                                                             equipamento ou se tor-
PROTEÇÃO DE                                                              nando um projétil, que
  MÁQUINA                                                                pode ser arremessado
                                                                         contra uma pessoa cau-
    Aproteção de uma                                                     sando ferimento.
máquina têm que
atender aos seguintes                                                           Não criar
requisitos para garan-                                                           perigos
tir segurança contra                                                              novos
os riscos mecânicos:
                                                                             Uma proteção perde
            Pr ev enir contato                        seu objetivo quando cria em si um perigo adi-
                                                      cional, tal como um ponto de cisalhamento,
   A proteção tem que impedir ou prevenir             uma extremidade dentada ou uma superfície
que as mãos, braços ou qualquer parte do              inacabada. Sistemas de alimentação automá-
corpo ou vestimenta de um trabalhador                 tica como robôs, podem ser usados como pro-
entre em contato com as partes móveis                 teção desde que o movimento de seus braços
perigosas, eliminando a possibilidade de              por exemplo não representem riscos aos traba-
acidentes.                                            lhadores.

                                               -13-
Análise de riscos

         Não criar interferência                           o que fazer (por exemplo, contatar o super-
                                                          visor) se uma proteção é danificada ou se
    Proteções que impedem ou dificultam os                perde sua função, deixando de garantir uma
trabalhadores de executar normalmente suas                segurança adequada.
atividades são rapidamente desconsideradas e
deixadas de lado. Componentes para lubrifica-                  MÉTODOS DE PROTEÇÃO
ção, por exemplo devem ser instalados de fora                       DE MÁQUINA
de uma porta de proteção, de modo que a lubri-
ficação possa ser feita sem necessidade de                     Há muitos modos para proteger uma
ingresso do trabalhador na área de risco.                 máquina contra os riscos mecânicos. O tipo de
                                                          operação, o tamanho ou forma de material, o
      Participação e Capacitação                          método de manipulação, o lay-out físico da área
              em Segurança                                de trabalho e as exigências ou limitações da
                                                          produção ajudarão definir o método de prote-
    Mesmo o sistema de proteção mais elabo-               ção apropriado para uma máquina em particu-
rado não pode oferecer proteção efetiva se os             lar. O projetista de máquina ou profissional de
trabalhadores não participam de algum modo                segurança, após a consulta aos trabalhadores
nas diferentes etapas como projeto, implanta-             usuários, têm que escolher a proteção mais
ção, etc. A participação é a garantia de que o            efetiva e prática disponível.
dispositivo será efetivo e irá cumprir com sua                 As proteções podem ser divididas em cinco
finalidade. Além deste envolvimento, a capaci-            classificações gerais:
tação específica e detalhada é uma parte                         Barreiras ou anteparos de proteção;
importante de qualquer esforço para conseguir                        Dispositivos de segurança;
segurança em máquina. A proteção adequada                    Isolamento ou separação pela distancia de
pode melhorar a produtividade e aumentar a                                   segurança;
eficiência uma vez que pode aliviar os trabalha-                             Operações;
dores de medos de acidentes e lesões. A capa-                                  Outros.
citação em segurança é necessária para os
operadores novos, para a manutenção ou para                       Bar reiras ou anteparos
o pessoal de instalação, quando nova proteção                           de Proteção
ou alteração é instalada, ou quando os traba-
lhadores são nomeados para novas máquinas                    Há quatro tipos gerais de barreiras ou ante-
ou operações.                                             paros que previnem o acesso às áreas de risco,
    Acapacitação deve minimamente abranger:               como segue:
 uma descrição e identificação dos riscos
associados com cada máquina e as proteções                         Barreiras ou proteções fixas.
específicas contra cada risco;
 como funcionam as proteções; como e por                     Uma barreira ou proteção fixa é uma parte
que devem ser usadas;                                     permanente da máquina e não é dependente
 como e em que circunstâncias pode ser                   das partes móveis para exercer sua função.
removida uma proteção, e por quem (na maio-               Pode ser construída de chapa de metal, tela,
ria dos casos, só o pessoal de conserto ou                tecido de arame, barras, plástico ou qualquer
manutenção);                                              outro material resistente o bastante para supor-

                                                   -14-
tar qualquer impacto que possa receber, garan-           completamente o acesso do operador ao ponto
tindo uso prolongado. Barreiras ou proteções             de operação.
fixas devem ser presas à máquina por meio de                  A Figura 9 mostra uma proteção fixa com
parafusos, porcas etc, de modo que só possam             chapa e grade que protege uma correia e uma
ser retiradas com o uso de                                                        polia de uma unidade de
ferramentas. Por causa da      9    P ROTEÇÃOOU BARREIRA FIXA                     transmissão de força.
                                    EMUMJOGO DEPOLIAS E CORREIAS
sua simplicidade e perma-                                                         Um painel de inspeção
nência são normalmente                                                            superior é previsto para
preferíveis a todos os                                                            minimizar a necessidade
outros tipos de proteção                                                          de remoção da barreira.
(ver Quadro 1). Barreiras                                                         Telas podem minimizar o
fixas construídas com                                                             aquecimento dos com-
material vazado como                                                              ponentes.
telas, grades, etc devem                                                              Na figura 10 são
ser construídas respei-                                                           mostradas       proteções
tando as distâncias de                                                            fixas em uma serra de
segurança. Segundo a Norma Brasileira NBR                fita. Estas barreiras protegem os operadores
13928 (1997) as proteções devem ser projeta-             das polias giratórias e da lâmina móvel. Normal-
das, construídas e posicionadas de forma a               mente, a única ocasião de retirada ou abertura
impedir que qualquer parte                                                        das barreiras seria para
do corpo atinja a área de                                                         uma troca de lâmina ou
                                10
perigo. Distâncias de                                                             para manutenção.
                               PROTEÇÕES
Segurança e aberturas          FIXAS
devem obedecer a NBR           APLICADAS                                           Barreiras ou Proteções
                               EMUMA
13761(1996). Por exemplo       SERRADE                                                   interligadas
                               FITA
uma malha de uma tela                                                               ou de intertravamento
quadrada usada em uma
barreira ou proteção fixa                                                             Quando as barreiras
não pode permitir a passa-                                                        ou proteções interligadas
gem de um dedo para pro-                                                          são abertas ou são remo-
teger o acesso de mãos                                                            vidas, o mecanismo de
em uma zona de risco.                                                             acionamento e ou de
    A barreira ou proteção                                                        potência       automatica-
fixa pode ser usada, por                                                          mente desliga ou desen-
exemplo, em uma prensa                                                            gata, impedindo o funcio-
mecânica, quando fecha                                                            namento da máquina ou
completamente o ponto de                                                          o término de um ciclo, até
operação. O material é ali-                                                       que a barreira regresse à
mentado lateralmente, com a retirada de peças            sua posição fechada. Porém, recolocando a prote-
ao centro e com a saída de retalhos pelo lado            ção na posição fechada a máquina não deve auto-
oposto. A Figura 21 mostra um sistema de ali-            maticamente reiniciar seu funcionamento. Barreiras
mentação automático em uma prensa mecâ-                  interligadas podem usar mecanismos de aciona-
nica, com proteção tipo barreira fixa que impede         mento elétricos, mecânicos, hidráulicos ou pneu-

                                                   -15 -
Análise de riscos
máticos, ou qualquer          11   PROTEÇÃO INTERLIGADA                               A Figura 12 mostra
                                   EMUMAMÁQUINADEDESBASTE
combinação destes.                                                                uma proteção ajustável tipo
                                   IND . TÊXTIL
     Um exemplo de                                                                telescópica, usada para
uma barreira interligada                                                          proteger o movimento da
é mostrado na figura                                                              lâmina de uma serra de fita.
11. O mecanismo bate-
dor de uma máquina de                                                               Barreiras ou proteções
desbaste (usada na                                                                    auto - ajustáveis
indústria têxtil) é coberto
por uma barreira interli-                                                             As aberturas das barrei-
gada. Esta barreira não                                                           ras auto- ajustáveis são
pode ser levantada com                                                            determinadas pelo movi-
a máquina em funciona-        12                                                  mento do material. À medida
mento. A máquina só                                                               que o operador move o
pode ser reiniciada com                                                           material para a área de risco,
a barreira na posição                                                             a proteção é puxada para
fechada. Outro exem-                                                              trás ou para cima, possibili-
plo são as barreiras                                                              tando uma abertura que é
deslizantes ou portas                                                             grande o suficiente somente
utilizadas nas máquinas                                                           para o material. Depois que
injetoras de plástico.                                              PROTEÇÃO      o material é removido, a pro-
                                                                   AJUSTÁVEL
Quando a porta é                                                    TIPO TELES-   teção retorna à posição de
                                                                    CÓPICAEM
aberta, possibilitando o                                            UMASERRA
                                                                                  descanso. A Figura 13
acesso à zona de pren-                                             DEFITA         mostra uma serra de braço
sagem, o dispositivo de                                                           radial com barreira tipo coifa
potência da máquina é                                                             auto – ajustável. Assim que a
desligado, sendo utiliza-     13                                                  lâmina é empurrada ao
das duas chaves elétri-                                                           material, a proteção move
cas de fim de curso                                                               para cima, ficando em con-
para cada porta, além                                                             tato com o mesmo.
de uma válvula hidráu-
lica e uma proteção                                                                   Proteção com
mecânica adicional que                                                                 dispositivos
impede o fechamento
                                                          P ROTEÇÃO
do molde com a porta                                      AUTO- A JUSTÁVELEM      Há cinco tipos básicos
aberta (NBR 13.536,                                       UMASERRADEDISCO      de dispositivos de segu-
1995).                                                                         rança conforme resumido
                                                             no Quadro 2 (página 21).
                Proteção ajustável.
                                                                     Dispositivos sensores de posição
    Barreiras ou proteções ajustáveis permitem
flexibilidade acomodando vários tamanhos de                     São apresentados a seguir três tipos de dis-
materiais.                                                   positivos sensores que param a máquina ou

                                                     - 16-
QUADRO 1

        Métodos de Segurança com Proteção ou Bar                                reira
  MÉTODO      AÇÃO DE SEGURANÇA             VANTAGENS                     LIMITAÇÕES

Proteção      nAssegura                n  Adapta-se a muitas    n Pode interferir na visibilidade
ou Barreira   uma barreira             aplicações               n Limitada a operações específi-

Fixa                                   n Pode ser conce-        cas
                                       bida no projeto          n Ajuste na máquina e manuten-

                                       n Assegura uma pro-      ções geralmente requerem a sua
                                       teção máxima             remoção, necessitando de outras
                                       n Usualmente requer      medidas de segurança para a
                                       um mínimo de manu-       manutenção
                                       tenção
                                       n Desejável em pro-

                                       dução elevada e ope-
                                       rações repetitivas


Proteção ou   n  Bloqueia ou desliga   n  Assegura proteção     n Requer ajuste cuidadoso e
Barreira      a energia e previne a    máxima                   manutenção
interligada   partida da máquina       n Permite acesso à       n Pode ser facilmente anulada

              quando a proteção        máquina para a remo-
              está aberta. Pode        ção de obstáculos
              assegurar a parada       sem consumo de
              da máquina antes que     tempo na remoção e
              o trabalhador acesse     instalação de barrei-
              a zona de risco          ras de proteção


Proteção      n  Assegura uma          n  Pode ser cons-        n  Operador pode entrar na zona
ajustável     barreira que pode        truída para se adaptar   de risco. A proteção pode não
              ser ajustada para        a muitas aplicações      ser completa em todo momento
              facilitar uma varie-     específicas              n Pode requerer manutenção e

              dade de operações        n Pode ser ajustada      ajuste constante
              de produção              para aceitar uma         n Pode ser anulada por um ope-

                                       variedade de tama-       rador
                                       nhos de material         n Pode interferir na visibilidade



Proteção      n  Assegura uma bar-     n  Podem ser encon-      n Nem sempre asseguram uma
auto-         reira que move de        tradas avulso para       proteção máxima
ajustável     acordo com o tama-       venda no mercado         n Podem interferir na visibilidade

              nho do material que                               n Podem requisitar ajuste e

              entra na zona de risco                            manutenção freqüentes


                                             -17 -
Análise de riscos
interrompem o ciclo de trabalho quando um tra-            obstrução que a impede de se posicionar a
balhador ingressa na zona de perigo:                      uma distância predeterminada, o circuito de
 O Dispositivo fotoelétrico é um dispositivo             controle não aciona o ciclo de máquina. Figura
óptico detetor de presença, que usa um sis-               15 mostra um dispositivo sensor eletro-mecâ-
tema de fontes luminosas e controles que                  nico em uma máquina de ilhós. A sonda sen-
podem interromper o ciclo de operação da                  sora em contato com o dedo do operador
máquina. Se o feixe de luz é interrompido pela            também é mostrada.
presença de uma pessoa, a máquina pára e                   Dispositivos de arraste ou de restrição – São
não irá operar. Este dispositivo deve ser usado           dispositivos que utilizam uma série de cabos
somente em máquinas que podem ser paradas                 presos `as mãos ou pulsos do operador, e são
antes que o trabalhador                                                          usados principalmente
alcance a área de perigo.      14                                DISPOSITIVO     em máquinas com ação
                                                                 F OTOELÉTRICO
Isto exige que a máquina                                         SENSOR DE       de pistões ou martelos.
                                                                     POSIÇÃO
tenha uma embreagem                                                  EMUMA
                                                                                 Quando o martelo vai
de fricção ou outro meio                                             PRENSA      para cima, é permitido
                                                                     MECÂNICA
eficaz de freio para parar                                                       acesso do operador ao
de modo imediato. A                                                              ponto   de     operação.
Figura 14 mostra um dis-                                                         Quando      o     martelo
positivo       fotoelétrico                                                      começa a descer, um
sensor de presença,                                                              encadeamento mecânico
usado em uma prensa                                                              assegura     automatica-
mecânica.                                                                        mente a retirada das
 Dispositivo de pre -                                                           mãos do ponto de opera-
sença por capacitor de                                                           ção. Possuem muita
                               15
rádio-freqüência usa um                                                         resistência ao seu uso
feixe de ondas eletromag-                                                       devido ao aprisiona-
néticas que é parte do cir-                                                     mento literal do trabalha-
cuito de controle da                                                            dor à máquina.
máquina.      Quando       o
campo capacitante é                                                              Dispositivos de controle
interrompido, a máquina                                                               de segurança
pára ou não é acionada.                                      DISPOSITO S ENSOR
                                                             DEPOSIÇÃO
Este dispositivo só deve                                     ELETRO-MECÂNICO      Todos estes dispositi-
                                                             EMUMAMÁQUINADE
ser usado em máquinas                                         COSTURA
                                                                               vos de controle de segu-
que podem ser paradas                                                          rança    são     ativados
antes que o trabalhador possa alcançar a área             manualmente e devem ser reajustados para rei-
de perigo. Isto exige que a máquina tenha uma             niciar manualmente a máquina:
embreagem de fricção ou outro meio eficaz                  Controle de Segurança por impacto como
para parar.                                               barras de pressão, barras de impacto e cordas
 O dispositivo sensor electro-mecânico tem               de impacto são controles manuais que propor-
uma sonda ou barra de contato que se posi-                cionam meios rápidos para desativar a máquina
ciona a uma distância predeterminada quando               em uma situação de emergência.
o operador inicia o ciclo de máquina. Se há uma            Barras de pressão são sensores que

                                                  -18 -
quando pressionados,           16                          BARRADE     18 mostra uma enroladeira
                                                           SEGURANÇA
irão      desativar      a                                             equipada com este tipo de
                                                           EMUMA
máquina no caso do                                         CALANDRADE  controle.
                                                           BORRACHA
operador ou qualquer                                                    Controles bi-manuais
pessoa tropeçar, perder                                                requerem pressão simultâ-
o equilíbrio ou ser                                                    nea e constante das duas
jogado para a máquina.                                                 mãos do operador para
O posicionamento da                                                    acionar a máquina, até que
barra é importante, pois                                               termine o seu movimento
deve parar a máquina                                                   de risco. Quando instalado
                                17
antes que uma parte do                                                 em prensas mecânicas a
                               T RIPÉDE
corpo alcance a área de        DESENGATE
                                                                       fricção, estes controles
perigo. A Figura 16            DESEGU -                                usam uma embreagem de
                               RANÇA
mostra uma barra de            EMUMA                                   ciclo parcial e um monitor
                               CALANDRA
pressão localizada na                                                  de freio, como mostrado na
frente de um misturador                                                Figura 19. Com este tipo
de borracha (calandra).                                                de dispositivo, as mãos do
 Dispositivos de Segu -                                               operador são mantidas em
rança tipo Vareta de                                                   uma localização segura
Desengate são dispositi-                                               (em botões de controle) e a
                               18
vos que desativam a                                                    uma distancia de segurança
                               C ABOS
máquina quando aperta-                                                 da área de perigo, enquanto
                               DE
dos pela mão. Asua locali-     SEGURANÇA                               a máquina completa seu
                               EM
zação é muito importante       ENROLADEIRA
                                                                       ciclo final. Para prensas tipo
pois elas têm de ser acio-                                             de engate por chaveta, por
nadas pelo operador                                                    não possuir sistema de freio
durante uma situação de                                                e por apresentar falhas
emergência.        A                                                            conhecidas como
Figura 17 mostra                                                                “repique”,    devem
                        19
uma     vareta    de                                                            possuir a zona de
                        COMANDO
desengate localizada    BI -MANUAL
                                                                                operação fechada e
sobre uma calandra      EMUMA                                                   o controle bi-manual
                        PRENSA
de borracha.            MECÂNICA                                                não é um dispositivo
 Cabos de segu -                                                               de         segurança
rança são localiza-                                                             válido.
dos ao redor do                                                                  Portas são dispo-
perímetro, ou pró-                                                              sitivos de controle
ximo à área de risco                                                            de segurança que
e tem a função de                                                               possuem uma bar-
parar a máquina,                                                                reira móvel que pro-
quando acionados.                                                               tege o operador no
O operador deve poder alcançar o cabo com             ponto de operação antes que dê início ao ciclo
qualquer mão para parar a máquina. A Figura           da máquina. Portas são projetadas freqüente-

                                              - 19-
Análise de riscos
mente para serem operadas com cada ciclo da               localização, se for garantida uma distância de
máquina. A Figura 20 mostra uma porta em                  segurança para proteger as mãos do trabalha-
uma prensa mecânica.                                                               dor. Um triturador de
                          20
Se a porta não estiver                                                             alimentos de cozinha
na posição completa-                                                               industrial ou da indus-
mente     fechada     a                                                            tria de alimentos deve
prensa não irá funcio-                                                            ter seu cone com com-
nar. Outra aplicação de                                                            primento tal que a mão
portas é o uso como                                                                do     operador     não
um componente de sis-                                                              possa alcançar a zona
tema de segurança de                                                PORTA DE       de risco.
                                                                    SEGURANÇA
um perímetro de segu-                                               NAZONADE
                                                                                       Controle de posi-
rança onde as portas                                                OPERAÇÃODE     cionamento. O posi-
                                                                    UMAPRENSA
ou cancelas garantem                                                               cionamento do opera-
a proteção para os                                                                 dor de uma cabine de
operadores e para o tráfego de pedestres. Os              controle apresenta o potencial de proteção atra-
elevadores de carga, nas obras da construção              vés da localização. A cabine de operação pode
civil devem dispor de cancelas que só abrem               ser localizada a uma distância segura da
quando a caçamba do elevador estiver no nível.            máquina, se não existe necessidade do opera-
O elevador por outro lado só se movimenta                 dor estar acompanhando de perto a mesma.
quando a cancela estiver na posição fechada.
                                                                 Métodos de alimentação
       Proteção pela localização                                 e extração de segurança:
            ou pela distância
                                                              Muitos métodos de alimentação e de extra-
    Para proteger uma máquina através da                  ção do material não exigem que os operadores
localização, a máquina ou suas partes móveis              coloquem as mãos na área de perigo. Em
perigosas devem ser de tal modo posicionadas              alguns casos o trabalhador não tem nenhum
que as áreas perigosas não sejam acessíveis               envolvimento com a máquina depois que é
ou não apresentam um perigo para o trabalha-              dada a partida e regulagem da mesma. Em
dor durante a operação normal da máquina.                 outras situações os operadores necessitam ali-
Isto pode ser conseguido com paredes de                   mentar manualmente o material ou com a ajuda
fechamento, com uma localização planejada,                de um mecanismo de alimentação. Alguns
ou com cercas que impedem o acesso às                     métodos de alimentação e de extração podem
máquinas. Outra possibilidade é localizar as              criar riscos adicionais, tais como o robô que
partes perigosas no alto o bastante (acima de             pode criar um perigo adicional pelo movimento
2,50m. acima do piso ou plataforma) para estar            de seu braço (Ver Quadro 3)
fora do alcance normal de qualquer trabalhador.               O uso de um dos cinco métodos seguintes
    Seguem alguns exemplos de aplicação do                de alimentação e de extração, não elimina a
princípio de proteção através da localização              necessidade de outras barreiras ou outros dis-
com distância de segurança.                               positivos, que devem ser usados na medida do
    Processo de alimentação . O processo de               necessário para assegurar a proteção contra os
alimentação pode ser protegido através de                 riscos mecânicos.

                                                  -20 -
QUADRO 2

               Métodos de Segurança com Dispositivos
 MÉTODO        AÇÃO DE SEGURANÇA             VANTAGENS                    LIMITAÇÕES

Célula         n Máquina não dá partida     n Possibilita      n Não protege contra falhas mecâni-
Fotoelétrica   quando o campo de luz é      liberdade de       cas da máquina
               interrompido                 movimento ao       n Pode requerer constante alinha-
               n Ao acessar a zona de       operador           mento e calibração
               risco, interrompe-se o                          n Vibração excessiva pode causar
               feixe de luz, acionando                         obstrução de filamentos e destrui-
               imediatamente o sistema                         ção prematura
               de freio                                        n Limitado a máquinas que podem
                                                               parar antes de completar o ciclo


Capacitor      n Máquina não dá partida     n Possibilita      n Não protege contra falhas mecâni-
de Rádio-      quando o campo capaci-       liberdade de       cas da máquina
freqüência     tor é interrompido           movimento ao       n Sensibilidade da antena deve ser
               n Ao acessar a zona de       operador           adequadamente ajustada
               risco, interrompe-se o                          n Limitado as máquinas que podem
               campo capacitor, acio-                          parar antes de completar o ciclo
               nando imediatamente o
               sistema de freio


Eletro-        n Barra de contato ou        n Possibilita o    n Barra de contato ou sonda deve
mecânico       sonda percorre uma dis-      acesso ao       ser adequadamente ajustada para
               tância predeterminada        ponto de opera- cada aplicação.
               entre o corpo do operador    ção             n Este ajuste deve ser mantido
               e a área de risco                            apropriadamente
               Interrupção deste movi-
               mento impede a partida
               do ciclo da máquina


Arraste        n Assim que a máquina        n Elimina a        n Limita e aprisiona os movimentos
               começa o ciclo, as mãos      necessidade de     do operador
               do operador são puxadas      barreiras auxi-    n Pode obstruir o espaço de traba-
               para fora da zona de risco   liares ou outras   lho ao redor do operador
                                            interferências     n Ajustes devem ser feitos para
                                            na zona de         cada operação e para cada indiví-
                                            risco              duo
                                                               n Requer supervisão rigorosa para o
                                                               uso do equipamento


                                               - 21-
Análise de riscos

  MÉTODO            AÇÃO DE SEGURANÇA          VANTAGENS                      LIMITAÇÕES

Barra ou            n Pára a máquina quando   n Simplicidade       n Todos os controles devem ser
vareta de           acionada                 de uso                acionados manualmente
desengate           n Apropriada como meca-                        n Localização pode dificultar o acio-
                    nismo de parada de emer-                       namento
                    gência                                         n Protege somente o operador
                                                                   n Pode necessitar de afixação espe-
                                                                   cial para o segurador
                                                                   n Pode necessitar de freio na máquina


Controle            n Uso concorrente das     n Mãos do ope-       n Requer uma máquina de ciclo par-
bi-manual           duas mãos é requisitado   rador estão a        cial com freio (não se aplica a
                    prevenindo o acesso do    uma distância        prensa mecânica com chaveta)
                    operador na zona de risco pré – determi-       n Alguns controles podem ser anula-
                                              nada fora da         dos pelo braço ou bloqueados, pos-
                                              zona de risco        sibilitando o acesso de uma mão na
                                              n As mãos do         zona de risco
                                              operador ficam       n Protege somente o operador
                                              livres após que      n Pode requerer afixação especial
                                              uma metade do        Pode ser danificado com vibração
                                              ciclo é comple-      da máquina
                                              tada


Porta/              n Assegura uma barreira   n Pode prevenir n Pode requisitar inspeção e manu-
cancela             entre área de risco e o   o acesso ou a    tenção freqüente
                    operador ou outras pes-   entrada dentro   n Pode interferir na visibilidade
                    soas                      da área de risco


 Alimentação automática           21
                                                                                       Alimentação
                                                                                     Semi-automática
    AAlimentação automá-
tica reduz a exposição do                                                               Com a alimen-
operador durante o pro-                                                             tação semi-automá-
cesso de trabalho, e fre-                                                           tica, como no caso
qüentemente não requer                                                              de uma prensa
nenhum esforço do mesmo        ALIMENTAÇÃOAUTOMÁ-                                   mecânica, o opera-
após a programação e fun-      TICAEMUMAPRENSA                                      dor usa um meca-
                               MECÂNICACOMZONADE
cionamento da máquina. A       OPERAÇÃOFECHADACOM                                   nismo para colocar
                               PROTEÇÃOFIXA
prensa      mecânica     na                                                         a peça que é pro-
Figura 21 tem um meca-                                                              cessada debaixo do
nismo de alimentação automática com uma pro-             martelo a cada golpe. O operador não precisa
teção fixa transparente na área de risco.                acessar a área de perigo, e a área de perigo é

                                                 -22 -
completamente fechada. A Figura 22 mostra           então prende a peça processada e empurra a
uma alimentação por rampa onde cada peça é          peça em uma rampa de descarga. Quando o
colocada      manual-                                                     martelo abaixa para a
mente. A alimenta-        22                                              próxima prensagem, o
ção com rampa incli-      ALIMENTAÇÃOEM                                   prato extrator move para
nada em uma prensa        PLANOINCLINADOEM                                fora da área de atuação.
                          UMAPRENSA – AS
facilita a centraliza-    MÃOS E DEDOSFICAM
                          FORADAZONADE
ção da peça, que          OPERAÇÃO
                                                                                   Extração
desliza para o interior                                                       Semi-automática
da zona de prensa-
gem, e pode também                                                            De modo análogo à
simplificar o pro-                                                        alimentação semi-auto-
cesso de extração.                                                        mática vários mecanis-
Outros tipos de ali-                                                      mos como gaveta, prato
mentação semi-auto-                                                       giratório,    ou    braço
mática incluem ali-                                                           empurrador podem
mentação         por    23                    EXTRAÇÃO                        ser usados para reti-
                                              AUTOMÁTICA
gaveta, por tambor                            COMPRATO                        rar as mãos da área
                                              EXTRATOR
giratório e bascu-                                                            de risco, desde que a
lante. Todas podem                                                            zona de operação
assegurar          o                                                          seja fechada para a
ingresso do mate-                                                             entrada das mãos e
rial para a zona de                                                           dedos do operador.
operação, que por
sua vez deve ser                                                                      Robôs
fechada impedindo o        24                          ALIMENTAÇÃO
acesso das mãos do                                     AUTOMÁTICACOM       São dispositivos comple-
                                                       ROBÔ COMÁREA
operador.                                              DEMOVIMENTAÇÃO  xos que alimentam e retiram
                                                             PROTEGIDA
                                                                       peças      das    máquinas,
                                                                  POR
Extração automática                                              CERCA montam peças, transferem
                                                                       objetos ou executam traba-
     Extração automá-                                                  lhos anteriormente feitos por
tica pode empregar                                                     um operador, eliminando
ar comprimido ou um                                                    deste modo a exposição do
aparato      mecânico                                                  operador a perigos. Eles são
para remover a peça                                                    usados em processos de
pronta de uma prensa, e pode ser interconec-        alta produção que requerem rotinas repetitivas,
tada com os controles operacionais para preve-      podendo proteger os operadores contra outros
nir a operação da máquina até que a extração        perigos. Robôs podem criar riscos adicionais,
seja concluída. O mecanismo tipo prato extrator     sendo necessário a instalação de proteções
mostrado na Figura 23 move sobre a peça             específicas. A Figura 24 mostra um exemplo de
pronta assim que ocorre o levantamento do           um robô alimentando uma prensa protegido por
martelo para a posição superior. O extrator         uma cerca e cancela de segurança.

                                               -23 -
Análise de riscos

                                                  QUADRO 3

                        Métodos de alimentação e extração
  MÉTODO            AÇÃO DE SEGURANÇA               VANTAGENS                    LIMITAÇÕES

Alimenta-           n A matéria prima é ali-       n Elimina a        n Outras proteções são necessárias
ção auto-           mentada por bobinas,           necessidade de     para a proteção do operador- nor-
mática              fitas etc.                     envolvimento       malmente barreiras fixas
                                                   do operador na     n Requer manutenção freqüente
                                                   zona de risco      n Pode não ser adaptável à varia-
                                                                      ção da matéria prima


Alimenta-           n A matéria prima é ali-       n Elimina a        n Outras proteções são necessárias
ção semi-           mentada por rampas,            necessidade de     como barreiras fixas, para a prote-
automática          pratos giratórios, gavetas,    envolvimento       ção do operador.
                    etc.                           do operador na     n Requer manutenção freqüente
                                                   zona de risco      n Pode não ser adaptável à varia-
                                                                      ção da matéria prima


Extração            n Peças prontas são            n Elimina a        n Pode criar um risco com cavacos
automática          extraídas por sopro de ar      necessidade de     arremessados
                    ou por outros meios            envolvimento       n O tamanho do material pode limi-
                    mecânicos                      do operador na     tar o uso do método
                                                   zona de risco      n Sopro de ar pode causar ruído


Extração            n Peças trabalhadas são        n Operador não     n Outras proteções são requeridas
semi-auto-          extraídas por meio mecâ-       necessita entrar   para a proteção do operador
mática              nico que são iniciados         na área de risco   n Podem não ser adaptáveis à
                    pelo operador                  para retirar       variação do material trabalhado
                                                   peça pronta


 Robôs              n Realizam o trabalho          n Operador não     n Pode criar riscos adicionais neces-
                    feito pelo operador            necessita entrar   sitando de proteções específicas
                                                   na zona de         n Requer manutenção máxima
                                                   risco              n Se aplicam somente em opera-
                                                   n São desejá-      ções específicas
                                                   veis em opera-
                                                   ções com fato-
                                                   res altamente
                                                   estressantes,
                                                   como ruído e
                                                   calor excessivos


                                                      -24 -
Outros Mecanismos                             mãos do disco, a alavanca de empurrão ou blo-
         auxiliares de proteção                         queio pode garantir uma margem de segurança
                                                        ao operador.
   Embora estes mecanismos auxiliares não
garantam a proteção completa dos riscos em                MANUTENÇÃO PREVENTIVA
máquinas, eles podem proporcionar para os                       E PREDITIVA
operadores uma margem extra de segurança. É
necessário um julgamento cuidadoso na aplica-              Além de aumentar o tempo de vida da
ção e uso dos mesmos.                                 máquina, a manutenção preventiva e preditiva
                                                      (que se baseia no tempo de vida útil dos com-
           Barreiras de advertência                   ponentes) é fundamental para assegurar a efe-
                                                      tividade dos dispositivos de segurança. A
   Barreiras de advertência não garantem pro-         manutenção preditiva e preventiva pode asse-
teção física, mas servem só para advertir os          gurar que componentes como uma chave de
operadores que eles estão se aproximando da           fim de curso de uma porta de segurança por
área de perigo.                                       exemplo, seja substituída antes da sua danifi-
                                                      cação, evitando assim a ocorrência de aciden-
                   Escudos                            tes. Um programa de manutenção voltado para
                                                      a segurança das máquinas deve ser documen-
    Podem ser usados escudos para assegurar           tado em ficha, formulário específico ou livro
a proteção contra arremesso de partículas ou          para cada máquina, que contenha minima-
cavacos, respingos de fluí-                                              mente: data da revisão; ser-
dos, de metal ou gotículas.                                              viços e trocas efetuadas;
                            25                   E SCUDOSDEPROTEÇÃO
A Figura 25 mostra duas                          EMMÁQUINAS              recomendação de data para
aplicações potenciais.                                                   próxima revisão; nome e
                                                                         assinatura dos responsá-
  Ferramentas manuais                                                    veis pelo serviço e autoriza-
                                                                         ção ou permissão para o
   Ferramentas manuais                                                   funcionamento da máquina.
são usadas para colocar e                                                    A atividade de manuten-
remover peças do ponto                                                   ção e teste da máquina
de operação de uma máquina. Diversos tipos            expõe os trabalhadores desta atividade a riscos
podem existir com esta finalidade: alicates,          específicos que não estão presentes na rotina
pinças, ganchos magnéticos. As ferramentas            de funcionamento da máquina. Em algumas
manuais são considerados complementos de              situações o trabalhador de manutenção tem
segurança e não devem substituir outras prote-        que ingressar com o corpo inteiro na zona de
ções de máquina.                                      operação de uma máquina. Para a realização
                                                      da tarefa de manutenção, todas as fontes de
     Alavancas de empurrão ou bloqueio                energia devem estar em situação neutra. Tais
                                                      fontes são a energia elétrica, fluídos hidráulicos
    As alavancas podem ser usados para ali-           sobre pressão, ar comprimido, molas, partes
mentar uma máquina, como uma serra de                 suspensas escoradas e outras fontes que
disco. Quando é necessário a proximidade das          podem gerar um movimento mecânico inespe-

                                                 -25-
Análise de riscos
rado (SILVA,1995). Nestas situações é também               Associação Brasileira de Normas Técnicas
importante que o operador possua o controle            ABNT - Principais Normas de Segurança de
absoluto da energização do equipamento,                Máquinas:
(recomenda-se a posse, pelo operador de                 Dispositivos de intertravamento associados
manutenção, de chave de acesso ao sistema              a proteções, princípios para projeto e seleção
de acionamento, de modo a impedir o aciona-            (NBR 13929/97);
mento acidental da máquina por terceiros).              Dispositivos de comando bi-manuais aspec-
Quando forem realizados testes que necessi-            tos funcionais e princípios para projetos (NBR
tam da energização da máquina, medidas adi-            14152/98);
cionais como calços ou barreiras mecânicas              Distâncias de segurança para impedir o
provisórias podem ser necessárias para o               acesso a zonas de perigo pelos membros supe-
ingresso do trabalhador em zona de risco.              riores (NBR 13761/96);
                                                        Distâncias de segurança para impedir o
   BASES LEGAIS E NORMAS                               acesso a zonas de perigo pelos membros infe-
NACIONAIS SOBRE SEGURANÇA                              riores (NBR 13758/96);
         DE MÁQUINAS                                    Equipamentos de parada de emergência –
                                                       Aspectos funcionais – princípios para projeto
    Convenção 119 da Organização Internacio-           (NBR 13759/96);
nal do Trabalho – OIT de 25 de Junho de 1963            Princípios para avaliação de riscos (NBR
e Promulgada no Brasil pelo Decreto 1255 /94 :         14009/97);
Prevê que os países signatários deverão proibir         Folgas mínimas para evitar esmagamento
a venda , a locação e utilização de máquinas           de partes do corpo humano (NBR 13760/96);
que apresentem riscos aos usuários, decorren-           Partes de sistemas de comando relaciona-
tes dos movimentos mecânicos perigosos tais            das a segurança (NBR 14153/ 98);
como partes móveis, zonas de operação e                 Prevenção de partida inesperada (NBR
transmissão de força.                                  14154/98);
    A Norma Regulamentadora nº 12 da Porta-             Redução dos riscos à saúde resultantes de
ria nº 3214/1978 do Ministério do Trabalho e           substâncias perigosas emitidas por máquinas
Emprego - “Máquinas e equipamentos” estabe-            (NBR 14191 – 1/98);
lece critérios básicos sobre:                           Requisitos gerais para o projeto e constru-
 as instalações e áreas de trabalho das               ção de proteções fixas e móveis (NBR
máquinas;                                              13928/97);
 os dispositivos de acionamento de partida e           Temperatura de superfícies acessíveis –
parada de emergência das máquinas;                     dados ergonômicos (NBR 13970/97);
 sobre a proteção de máquinas;                         Prensas Mecânicas: requisitos de segurança
n sobre mesas e assentos;                              (NBR 13930/97);
 sobre a proibição da fabricação, importação,          Máquinas Injetoras para plástico e elastôme-
venda e locação de máquinas sem os dispositi-          ros – requisitos técnicos de segurança para pro-
vos de segurança;                                      jeto, construção e utilização (NBR– 13536/95);
 sobre a manutenção e operação de máquinas;            Máquinas de moldagem por sopro para arti-
 Em seus anexos I e II estão normatizados             gos ocos de termoplástico – requisitos técnicos
respectivamente os dispositivos de segurança           de segurança para projeto e construção (NBR
para Motosserras, e para Cilindros de Massa.           13996/97);

                                               -26 -
Condições de Segurança em Tupia (NBR                                 Capítulo II: Da Seguridade Social, Seção II: Da
13181/ 94);                                                            Saúde);
 Cilindros de massa alimentícia – requisitos                              Lei Federal 8080 – 1990 – compete ao
de segurança (NBR 13865/97).                                           SUS a participação na normatização, fiscaliza-
    Constituição Federal – 1988 : passa a atri-                        ção e controle das condições da produção,
buir também ao Sistema Único de Saúde –                                extração, armazenamento, transporte, distri-
SUS, através de ações descentralizadas para                            buição e manuseio de substâncias, de produ-
os Estados e Municípios e com participação da                          tos, de máquinas e de equipamentos que
sociedade, ações de Vigilância em Saúde do                             representam riscos à saúde do trabalhador
Trabalhador (Título VIII: Da Ordem Social,                             (Artigo 6º, § III).



              ROTEIRO PARA AVALIAÇÃO DE RISCOS EM MÁQUINA.

    1) Riscos Mecânicos


    Dados da máquina: Tipo / Modelo: . . . . . . . . . . . . . . . . . .Capacidade: . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
    Ano de fabricação: . . . . . . . . . . . . . . . . . . Fabricante: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
    Croqui:
    Elabore um croqui simplificado da máquina identificando os pontos de maior risco:
    Partes móveis; movimentos giratórios, alternados e retilíneos; pontos entrantes entre componen-
tes; zona de operação da máquina; sistemas de transmissão de força:




                                                               -27 -
Identificação de riscos em máquinas e prevenção de acidentes do trabalho
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Identificação de riscos em máquinas e prevenção de acidentes do trabalho

  • 1. Acidentes do trabalho com máquinas - identificação de riscos e pr evenção Rodolfo Andrade Gouveia Vilela Engenheiro Mecânico e de Segurança do Trabalho Doutorando em Saúde Coletiva (área Saúde do Trabalhador) pela UNICAMP - SP Assessor em Segurança do Trabalho na SUCEN/SP e membro do Programa de Saúde do Trabalhador de Piracicaba/ SP.
  • 2. Análise de riscos Índice INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 AS MÁQUINAS E OS ACIDENTES DE TRABALHO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 RISCOS E PREVENÇÃO DE ACIDENTES EM MÁQUINAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10 REQUISITOS MÍNIMOS PARAPROTEÇÃO DE MÁQUINA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13 MÉTODOS DE PROTEÇÃO DE MÁQUINA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14 MANUTENÇÃO PREVENTIVA E PREDITIVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .25 BASES LEGAIS E NORMAS NACIONAIS SOBRE SEGURANÇA DE MÁQUINAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26 ROTEIRO PARA AVALIAÇÃO DE RISCOS EM MÁQUINA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27 OUTROS RISCOS NA MÁQUINA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .30 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33 -4-
  • 3. INTRODUÇÃO “fatalidade” fora do controle das ações huma- nas. Pior ainda, pois sugere que é um evento O objetivo desta publicação é auxiliar os tra- impossível de ser evitado. Mas sabemos que balhadores e seus representantes, membros de os acidentes ocorrem devido a uma interação CIPA, sindicatos, comissões de fábricas e de vários fatores que estão presentes no outros profissionais, a identificar os principais ambiente ou na situação de trabalho muito riscos mecânicos e medidas básicas para pre- antes do seu desencadeamento. São, portanto, venção de acidentes do trabalho com máqui- eventos previsíveis. Uma vez eliminados estes nas. fatores, que dão origem aos acidentes se pode Com a introdução da robótica e das novas eliminar ou reduzir a ocorrência desses even- tecnologias nas grandes empresas dos países tos. São portanto eventos preveníveis. industrializados, os riscos mecânicos vem sendo gradativamente superados e substituí- Os acidentes de trabalho dos por outros riscos mais diretamente relacio- e a industrialização nados à organização do trabalho. Um grande número de indústrias com utilização de tecnolo- No final do século XIX Marx já diagnosti- gias e máquinas obsoletas tem sido exportadas cava que, nas fábricas que surgem, os traba- para os países em desenvolvimento. Nos pro- lhadores se transformam em um complemento cessos tecnológicos mais avançados, onde vivo de um mecanismo morto. Desde aquele ocorre a introdução da robótica, são os traba- tempo, quando ocorre a Revolução Industrial lhadores de manutenção os mais expostos aos na Europa, o trabalho na fábrica exaure os riscos mecânicos. Estes riscos estão presentes nervos ao extremo, suprime o jogo variado dos ainda em setores de serviço, na indústria do músculos, e confisca toda a atividade livre, lazer, onde a automação tem ainda pequena física e espiritual do trabalhador. “Amáquina ao influência, e é nas pequenas empresas e indus- invés de libertar o trabalhador do trabalho, des- trias mais antigas que permanecem os proble- poja o trabalho de todo interesse”. Na produção mas tradicionais de segurança em máquinas. capitalista ocorre o fenômeno de subjugação do Neste contexto, estes riscos estão ficando homem ao maquinário.1 menos visíveis e menos óbvios, reforçando a No Brasil, saúde, condições de trabalho e necessidade de maior atenção e uma melhor acidentes são preocupações dos trabalhadores identificação dos mesmos. desde o início do processo de industrialização. Para a segurança em máquinas é possível Neste período - que tem muita semelhança descrever risco de acidente como sendo a com o ocorrido na Europa - verifica-se as péssi- chance de um acidente particular ocorrer em mas condições de trabalho, com jornadas pro- determinado período de tempo, associado com longadas, baixos salários, emprego de crianças o grau ou severidade da lesão resultante e alto índice de acidentes do trabalho. (RAAFAT, 1989). Levantamentos efetuados pelo Departa- Infelizmente o termo “acidente” utilizado na mento Estadual do Trabalho de S. Paulo2 sobre nossa língua sugere que este evento ocorre por a problemática dos acidentes do trabalho no obra do destino, como algo imprevisível, uma país, indicam que já no início do século XX, a 1 MARX – Livro 1, “O Capital” 2 Boletim do Departamento Estadual do Trabalho, ano VIII, nº 30 , 1919 , citado por FALEIROS(1982) -5 -
  • 4. Análise de riscos questão dos acidentes com máquina ganha relações de trabalho no Brasil, marcadas pelo relevância e é objeto de preocupação dos corporativismo e autoritarismo, não tem possi- órgãos públicos. Segundo este levantamento, bilitado uma atuação mais democrática dos tra- de 1912 a 1917 ocorrem 11.895 acidentes balhadores e de seus representantes no interior sendo 76% considerados leves, 22,2% graves das empresas, em defesa da saúde, uma vez e 1,1% fatais, e quanto à localização, é obser- que não se garante a auto tutela e a auto prote- vado que a maioria dos acidentes de trabalho ção por parte dos principais interessados: os ocorre nas fábricas, oficinas, depósitos e casas trabalhadores. comerciais, que respondem por 41,1% dos Estudo conduzido por Grunberg (1983)3 locais dos acidentes, sendo que os operários comparou duas fábricas de montagem de auto- representam a maior parcela dos atingidos: móveis sendo uma situada na França e outra 16%. As causas apuradas por este levanta- na Inglaterra, produzindo o mesmo tipo de mento mostram que as máquinas são respon- carro, com tecnologias equivalentes. A taxa de sáveis por 26,3% (435 trabalhadores atingidos) acidentes na fábrica da França, com fraca orga- (FALEIROS,1992). nização sindical, foi de cerca de 60 vezes Os acidentes do trabalho constituem a face maior que a taxa encontrada na Inglaterra. A visível de um processo de desgaste e destrui- diferença foi explicada pelos diferentes graus ção física de parcela da força de trabalho no de sindicalização e força dos trabalhadores nas sistema capitalista. Segundo a Organização duas fábricas. (DWYER,1991) Mundial de Saúde os acidentes e doenças do No Brasil é prática corrente nas empresas, trabalho são responsáveis por mais de 120 investigações que atribuem a ocorrência do aci- milhões de lesões e pelo menos 220 mil mortes dente a comportamentos inadequados do tra- por ano no plano mundial (WHO,1997). balhador (“descuido”, “imprudência”, “negligên- O Brasil, depois de ocupar durante a cia”, “desatenção”, etc.) Estas investigações década de 70 o título de campeão mundial de evoluem para recomendações centradas na acidentes de trabalho, continua, com base nos mudança de comportamento: “prestar mais dados da Organização Internacional do Traba- atenção”, “tomar mais cuidado”, “reforçar o trei- lho - OIT de 1995, posicionado entre os dez namento”. Este tipo de concepção pressupõe piores no plano mundial, ao lado da Índia, que os trabalhadores são capazes de manter quanto ao índice de acidentes em relação ao elevado grau de vigília durante toda a jornada número de trabalhadores empregados na de trabalho, o que é incompatível com as carac- indústria (ISTOÉ- 1997). terísticas bio-psico-fisiológicas humanas. Em A despeito das medidas de controle e cam- conseqüência, a integridade física do trabalha- panhas implantadas no país para redução dos dor fica na dependência quase exclusiva de acidentes a partir da década de 70, os resulta- seu desempenho nas tarefas. (BINDER& dos obtidos até aqui revelam as limitações do ALMEIDA,2000) aparato de engenharia e de medicina do traba- A teoria do “ato inseguro” no fundo pressu- lho montado no interior das empresas e a ser- põe que o processo de trabalho deve ser visto viço das mesmas, bem como do sistema de fis- como algo imutável e perene, tendo o trabalha- calização do Estado. Revelam ainda que as dor que se adaptar a tais condições, transfe- 3 L. Grumberg. 1983 The effects of social relations of production on produtivity and worker´s safety: an ignored set of relations- hips. International Journal Health Services 13(4): 621 - 634. -6-
  • 5. rindo a responsabilidade da empresa para o tra- zação do trabalho em sentido amplo, pelas rela- balhador. É ainda comum encontrarmos nas ções de trabalho e pela correlação de forças empresas cartazes, com o dedo apontado para existentes numa determinada sociedade. Desta o trabalhador, com dizeres: forma a ameaça do desemprego, a pressão da “Você é o responsável pela sua Segu - chefia exigindo mais produção, as condições do rança!”; maquinário, as condições do ambiente (como “ASegurança depende de Você!!” presença de ruído, calor), a redução das equi- Infelizmente esta cultura que tenta culpabili- pes com aumento da sobrecarga dos trabalha- zar as vítimas pelos próprios acidentes ocorri- dores, a realização de horas extras, são todos dos é ainda predominante no meio produtivo, componentes importantes que devem ser anali- nos tribunais e mesmo em escolas de capacita- sados, quando se pretende entender e prevenir ção em nosso país. a ocorrência dos acidentes. Entendemos por- Nossa concepção parte de outro princípio: tanto os acidentes como fenômenos multi-cau- que os seres humanos são limitados do ponto sais, socialmente determinados, previsíveis e de vista psíquico, físico, e biológico, sendo preveníveis. No campo da prevenção de aci- necessários dispositivos de segurança para dentes com máquinas, não são suficientes as garantir que as falhas humanas possam ocor- ações tradicionais de engenharia, com a sim- rer, sem que gerem lesões ples instalação de dispositivos de aos trabalhadores. É o segurança. Por outro lado são princípio denominado de totalmente desfocadas as falha segura 4. Neste sen- campanhas e ações “edu- tido podemos dizer que cativas” ou intimidatórias uma máquina segura é que visam punir os ditos aquela a prova de erros e “atos inseguros”, que no falhas humanas. fundo colocam a culpa do Os acidentes de traba- acidente na própria vítima. lho ocorrem em determi- A abordagem que nadas condições de traba- orienta a CUT e seus lho dentro de um contexto representantes na ação de relações estabelecidas sindical é a de que a pre- entre patrões e emprega- venção de acidentes só dos no processo de produ- será efetiva se for acompa- ção. Os acidentes de tra- nhada do aumento dos balho são influenciados espaços de atuação dos portanto por fatores rela- trabalhadores e seus repre- cionados à situação ime- sentantes no interior das diata de trabalho, como o empresas. Organização no maquinário, a tarefa, o Local de Trabalho – OLT: o meio ambiente de traba- melhor remédio contra os lho, e também pela organi- acidentes e doenças! 4 M.C.P. BINDER & I. M. ALMEIDA: Investigação de Acidentes de Trabalho – Mimeo, Jan. 2000. 15p. -7 -
  • 6. Análise de riscos AS MÁQUINAS E OS acidentes, estes ainda mais invisíveis que não ACIDENTES DE TRABALHO irão constar das estatísticas oficiais. Estudo feito nos EUApelo NIOSH – Instituto Contrariamente ao que se imagina, a Nacional de Saúde e Segurança - revelou que máquina não é um artefato técnico, um objeto ocorreram no ano de 1985 dezoito mil amputa- neutro voltado a si mesmo. A máquina é um ções e 843 mortes com trabalhadores que artefato social e cultural, criado por seres operam máquinas nos setores industrial, agrí- humanos reais dotados de interesses e preocu- cola e da construção civil (SILVA, 1995). pações, para satisfazer determinadas necessi- Pesquisa realizada em Osasco – SP no dades. Quando um engenheiro projeta a início da década de 70 analisa 1.000 acidentes máquina, a pedido de um empresário, ele o faz graves e conclui que as máquinas foram res- via de regra atendendo uma demanda de maior ponsáveis por 85,5% dos acidentes, sendo que produtividade, sem considerar os riscos gera- as prensas sozinhas responderam por 31,8% dos ou a possibilidade de acidentes. Por outro do total das ocorrências. Essas máquinas são lado, se existem sindicatos e trabalhadores encontradas em sua maioria sem dispositivos organizados, a demanda de uma nova de proteção, sendo fornecidas desta forma máquina, com segurança, pode ser oriunda de pelos fabricantes e revendedores, em flagrante uma negociação conseguida entre trabalhado- desrespeito ao artigo 193 da CLT, que regula- res e patrões, com vistas a eliminar os riscos de menta a fabricação, venda e locação de máqui- lesões aos trabalhadores. nas e equipamentos (CLEMENTE, 1974). Outro estudo sobre a questão acidentária As máquinas, ferramentas no país conclui que a proteção insuficiente em e aparelhos,tem papel máquinas é causa de inúmeros acidentes, bem relevante na geração dos como a utilização de máquinas antigas e obso- acidentes de trabalho . letas, sendo um dos fatores que torna mais vul- neráveis trabalhadores fatigados, menos aler- Uma análise do ciclo de vida das máquinas tas e com reflexos mais lentos, com diminuição no Brasil pode comprovar que são concebidas da acuidade visual e da coordenação motora, na fase de projeto sem uma preocupação com podendo ser atingidos com muito maior facili- o ser humano que irá operar estes equipamen- dade por uma máquina em funcionamento tos, são vendidas para o mercado desprovidas (POSSAS, 1989). de dispositivos mínimos de segurança, são Investigação sobre os acidentados graves colocadas em uso nestas condições. Após a de trabalho, que foram encaminhados à reabili- ocorrência de acidentes e mutilações, a depen- tação profissional, junto ao CRP - Centro de der do nível de organização dos trabalhadores, Reabilitação Profissional da Previdência Social, pode vir a ser objeto de alguma adaptação com observa que o ramo metalúrgico, responde por instalação de dispositivos de segurança. Após 25% dos casos graves, predominando os aci- se tornar obsoleta, é novamente colocada para dentes com máquinas, como prensas mecâni- venda (a Rua Piratininga em São Paulo é um cas e o setor plástico responde por 8% dos dos pontos especializados neste tipo de comér- casos, com destaque para as ‘prensas cio). Adquirida por uma pequena ou micro injetoras’(COHN e cols, 1985). empresa, com relações precárias de trabalho, Investigação feita em Bauru – SP em 1990, novamente em operação, irá acarretar novos revela que de um total de 683 acidentes estu- -8 -
  • 7. dados, as máquinas, equipamentos e apare- seja para alimentação, para retirada das peças lhos representam 14,2% dos fatores causais, ou em ambas situações. Observa-se que esse enquanto que quedas, choques ou perda de acesso `as zonas de prensagem é feito sem equilíbrio representaram 38,5%. Os autores nenhum mecanismo de atenuação, como corti- alertam no entanto para a limitação das infor- nas de luz, barreiras, sensores de proximidade, mações retiradas dos campos “objeto causa- ou dispositivos de afastamento, caracterizando dor” e “descrição do acidente” das CATs perigo ao trabalhador. Segundo os autores “- (Comunicados de Acidentes do Trabalho), que nenhuma máquina era dotada de dispositivo de por sua superficialidade e ausência de critérios proteção, que atenuasse o risco durante o técnicos, não permitem uma exploração ade- acesso na zona de prensagem” quada da causa dos acidentes de trabalho (- (MAGRINI&MARTORELLO,1989). ALMEIDA&BINDER&TOLOSA, 1993). Em 1997 levantamento feito em São Paulo, Outro estudo com 4.895 acidentes “típicos” capital, constata que 70% das prensas mecâni- identificados pelo Programa de Saúde dos Tra- cas operam com acesso das mãos na Zona de balhadores da Zona Norte de São Paulo, classi- Prensagem, apelidada de “Boca do Leão”. fica como graves 790 acidentes, sendo que Acordo tripartite com participação do setor neste conjunto, as máquinas são responsáveis patronal, dos trabalhadores e dos órgãos públi- por 196 casos, ou seja 24,8%, demonstrando cos é assinado neste ano visando a retirada uma importante associação entre a ocorrência das mãos do trabalhador das zonas de opera- de acidentes graves e o correspondente envol- ção das máquinas, através de mecanismos de vimento de máquinas em sua geração. As proteção como alimentação em plano inclinado, máquinas mais perigosas, do ponto de vista da gavetas, sistema de tambor giratório e outros. gravidade dos acidentes gerados - com ampu- Estudo feito pelo Sindicato dos Trabalhado- tações e esmagamentos - são as prensas, as res Químicos e Plásticos de São Paulo no ano guilhotinas, os cilindros e calandras, as impres- de 1992 constata que as máquinas injetoras de soras, as serras e as injetoras de plástico plástico respondem por metade dos casos de (SILVA, 1995). acidentes do setor plástico, encami- Analisando as condições ope- nhados para reabilitação profissio- racionais de prensas mecânicas nal junto ao Centro de Reabilita- na Zona Norte de S. Paulo, são ção Profissional do INSS da investigadas em 1989, 290 Capital - São Paulo. Depois de prensas mecânicas, consta- 3 anos de negociação, envol- tando que 52,75% das máqui- vendo os fabricantes de máqui- nas são acionadas por pedais, nas, os Sindicatos da Industria e 26,55% por meio de botoeiras de Plástico, e instituições liga- simples. Somente 43 máquinas das à Saúde do Trabalhador, operam com comandos bi- foi assinada uma Convenção manuais. A pesquisa avalia Coletiva de Segurança em ainda os riscos junto aos pontos Máquinas Injetoras do Setor de operação de 74 máquinas, Plástico do Estado de São verificando que 37,8% destas Paulo. A Convenção entre máquinas exigem o acesso das outros avanços estabelece mãos na zona de prensagem, prazo para as empresas insta- -9 -
  • 8. Análise de riscos larem dispositivos de segurança nas máquinas, acompanhamento do funcionamento dos meca- garante o emprego de trabalhadores sequela- nismos de segurança. dos, a capacitação dos operadores de máquina Além dos riscos mecânicos, que são mais e a fiscalização do acordo por parte das CIPAs enfocados neste trabalho, as máquinas podem e dos Sindicatos através de uma Comissão representar outros riscos aos trabalhadores Permanente de Negociação. Novo levanta- (ruído, calor, vibração, radiação, etc) conforme mento junto ao CRP no ano de 1996 já aponta discriminado no roteiro para avaliação de riscos a redução para 27% da participação das injeto- ao final do texto. ras no total dos casos de Reabilitação Profissio- nal junto ao INSS. Após 2 anos de acordo 3029 Riscos decor rentes de movimentos operadores de máquina injetora já haviam par- e ações mecânicas das máquinas 5 ticipado de cursos de capacitação ministrados por entidades acordadas entre as partes e Existem muitos riscos mecânicos criados 1.488 selos haviam sido expedidos para máqui- pelas partes móveis dos diferentes tipos de nas que passaram a possuir os dispositivos de máquinas. O contato com as partes móveis segurança previstos na Convenção Coletiva das máquinas é considerado como fonte de (VILELA, 1998). mais 10% de todos os acidentes ocupacio- nais na Suécia, a partir de 1979, quando este RISCOS E PREVENÇÃO item foi incluído na estatística sobre a origem DE ACIDENTES EM MÁQUINAS das lesões ocupacionais (DÖS&BACKS- TRÖM, 1998). A seleção e aplicação das diferentes técni- As partes móveis que representam riscos cas de segurança em máquinas requer um mecânicos envolvem os seguintes pontos: envolvimento e participação dos diferentes o ponto de operação, o ponto onde o traba- atores que participam da cadeia produtiva. lho é executado no material, como ponto de Além das empresas que compram e dos traba- corte, ponto de moldagem, ponto de perfura- lhadores que operam com as máquinas, nesta ção, de estampagem, de esmagamento, ou cadeia participam ainda os setores de fabrica- ainda de empilhamento de material; ção e projeto, de venda, dos serviços de insta- mecanismo de transmissão de força, qual- lação e de manutenção. quer componente do sistema mecânico que Do ponto de vista da segurança, os fabri- transmite energia para as partes da máquina cantes e projetistas tem um papel privilegiado, que executam o trabalho. Estes componentes pois podem interferir neste ciclo, assegurando incluem volantes, polias, correias, conexões de que a máquina nasça com segurança desde o eixos, junções, engates, fusos, correntes, mani- berço. A adaptação de proteções, com a velas e engrenagens; máquina já em funcionamento, é muito mais outras partes móveis, que inclui todas as difícil e onerosa. Os trabalhadores usuários partes da máquina que movem enquanto a das máquinas, por conhecer de perto o sistema máquina está trabalhando, tal como movimento de produção e a atividade a ser desenvolvida, de ida e volta, partes girantes, movimentos tem uma grande contribuição na escolha e transversais, como também mecanismos de ali- 5 Texto base “Machine Safeguarding” de Kenneth Gerecke da Encyclopaedia of Occupational Health and Safety – 4ª Edição, Vol. 2 pags. 58.1 – 58.82 (1998). Texto e figuras adaptadas e modificadas pelo autor. - 10-
  • 9. mentação e partes auxiliares da máquina. 1. partes com eixos paralelos podem girar Uma ampla variedade de movimentos em direções opostas. Estas partes podem estar mecânicos e ações podem apresentar perigos em contato (produzindo assim um ponto para os trabalhadores. Estes movimentos entrante) ou em proximidade íntima um para o mecânicos e ações são básicas outro, onde a alimentação de 1 PONTOSENTRANTES a quase todas máquinas, e o COMUNSEM PARTES material entre os rolos produz GIRATÓRIASDEMÁQUINAS reconhecimento dos riscos que os pontos entrantes (de belis- representam é o primeiro passo cão). Este perigo é comum para a proteção dos trabalhado- em maquina com engrena- res. gens, moinhos giratórios, Movimentos mecânicos calandra de borracha, cilin- que representam riscos: dros de secagem de papel, Há três tipos básicos de movi- cilindros de massa na indus- mento mecânico: tria alimentícia, como mostrado na Figura 1. 2. outro tipo de ponto entrante é criado entre movimento giratório; partes móveis girantes e tangenciantes, como o movimento alternado (vai e vem); ponto de contato entre uma correia de transmis- retilíneo ou transversal. são de força e sua polia; uma corrente e uma roda dentada; ou Movimento giratório PONTOS uma coroa e um 2 ENTRANTES pinhão, como mos- ENTRE O movimento mesmo lento, de ELEMENTOS trado na Figura 2. partes giratórias pode ser perigoso GIRATÓRIOS 3. pontos entran- podendo gerar ferimentos graves. Setas tes também podem giratórias lentas podem agarrar vesti- existir entre partes mentas e forçar um braço ou a mão em giratórias e partes uma posição perigosa. Anéis, junções, fixas que criam um engates, embreagens, volantes, tosquiamento, esma- pontas, fusos e eixo horizontal ou verti- gamento ou ação de cal são alguns exemplos típicos de mecanis- irritação. Exemplos incluem discos manuais ou mos giratórios que podem ser perigosos. Existe volantes com raios, roscas transportadoras perigo adicional quando pinos, facas, lixas, abertas ou a periferia de um disco abrasivo e chaves, roscas ou parafusos um suporte ajus- 3 PONTOS ENTRANTESENTRECOMPONENTES fixos estão expostos em ROTATIVOS E COMPONENTESFIXOS tado incorreta- partes giratórias das maqui- mente, como mos- nas, podendo atingir uma trado na Figura 3. pessoa ou ser arremessadas durante o giro das mesmas. Movimento Pontos entrantes (de alternado beliscão) em correntes são criados pelas partes giratórias Pode ser peri- da maquina. Há três tipos principais de pontos goso porque durante a ida e a volta ou movi- entrantes (de beliscão): mento de subida e descida, um trabalhador -11 -
  • 10. Análise de riscos pode ser golpeado por ou pode ser pego entre ponto de operação podendo ocorrer ferimento uma parte móvel e uma parte estacionária. Um no corpo do trabalhador. exemplo é mostrado na Figura 4 . Elevadores Além de mãos e dedos, outras partes como de carga da construção civil são exemplos de a cabeça, olhos e face podem ser atingidos por equipamentos com cavacos ou fagulhas arre- movimento alter- 4 M OVIMENTOS messados, causando feri- ALTERNADOS nado vertical. PERIGOSOS mentos. Exemplos típicos de Movimento máquinas com ação de retilíneo corte perigosa incluem serras de fita, serras circu- Movimento em lares, fresadoras, plainas, uma reta, linha con- furadeiras, tornos mecâni- tínua, cria um cos e moinhos. Figura 5. perigo pois o traba- 5 AÇÃODE lhador pode ser gol- CORTEEM Ação de MÁQUINAS peado ou pode ser puncionamento pego em um ponto de aperto ou ponto Ocorre quando é apli- de corte por uma cada força a um êmbolo, parte móvel. Um pistão ou martelo com a exemplo de movi- finalidade de amassar, mento retilíneo peri- repuxar ou estampar metal goso é o movimento ou outros materiais. O risco de uma esteira deste tipo de ação reside aberta que pode no ponto de operação onde arrastar ou ferir uma 6 o material é inserido, segu- pessoa. rado e retirado pela mão. AÇÃODE Ações Mecâni- PUNCIONAMENTO Máquinas típicas que usam cas e seus riscos: ação de puncionamento Há quatro tipos são prensas mecânicas básicos de ação nos trabalhos metalúrgicos. mecânica: (Figura 6) Ação de corte, Ação de punciona- Ação de mento, cisalhamento Ação de cisalhamento, Ação de dobramento ou flexão. Ocorre na aplicação de força em uma lâmina ou faca visando aparar ou tosquiar metal Ação de corte ou outros materiais. O perigo acontece no ponto de operação onde o material é propria- Envolve movimentos giratórios, alternados mente inserido, segurado e retirado. Exemplos e transversais. A ação cortante cria perigos no típicos de maquinas usadas para cisalhar são -12 -
  • 11. as guilhotinas, tesouras mecânicas motoriza- Ter estabilidade no tempo das, tesouras hidráulicas e pneumáticas (Figura 7). As proteções e dispo- 7 AÇÃODECISALHAMENT O sitivos de segurança Ação de dobra devem ser feitos de mate- ou flexão rial durável que suporte as condições de uso, Ocorre quando é sendo firmemente afixa- aplicada força a uma dos à máquina. Somente lâmina para amoldar, pessoas autorizadas, nor- puxar ou estampar malmente só o pessoal de metal ou outros mate- manutenção ou teste riais. O perigo acon- pode, temporariamente, tece no ponto de ope- remover, deslocar, ou reti- ração onde o material rar uma proteção. é inserido, segurado e 8 retirado. Equipamen- Proteger tos que usam ação de AÇÃO de queda DE dobra incluem pren- DOBRA de objetos sas mecânicas, vira- deiras e dobradeiras. A proteção deve asse- (Figura 8). gurar que nenhum objeto possa cair nas partes REQUISITOS móveis, danificando o MÍNIMOS PARA equipamento ou se tor- PROTEÇÃO DE nando um projétil, que MÁQUINA pode ser arremessado contra uma pessoa cau- Aproteção de uma sando ferimento. máquina têm que atender aos seguintes Não criar requisitos para garan- perigos tir segurança contra novos os riscos mecânicos: Uma proteção perde Pr ev enir contato seu objetivo quando cria em si um perigo adi- cional, tal como um ponto de cisalhamento, A proteção tem que impedir ou prevenir uma extremidade dentada ou uma superfície que as mãos, braços ou qualquer parte do inacabada. Sistemas de alimentação automá- corpo ou vestimenta de um trabalhador tica como robôs, podem ser usados como pro- entre em contato com as partes móveis teção desde que o movimento de seus braços perigosas, eliminando a possibilidade de por exemplo não representem riscos aos traba- acidentes. lhadores. -13-
  • 12. Análise de riscos Não criar interferência o que fazer (por exemplo, contatar o super- visor) se uma proteção é danificada ou se Proteções que impedem ou dificultam os perde sua função, deixando de garantir uma trabalhadores de executar normalmente suas segurança adequada. atividades são rapidamente desconsideradas e deixadas de lado. Componentes para lubrifica- MÉTODOS DE PROTEÇÃO ção, por exemplo devem ser instalados de fora DE MÁQUINA de uma porta de proteção, de modo que a lubri- ficação possa ser feita sem necessidade de Há muitos modos para proteger uma ingresso do trabalhador na área de risco. máquina contra os riscos mecânicos. O tipo de operação, o tamanho ou forma de material, o Participação e Capacitação método de manipulação, o lay-out físico da área em Segurança de trabalho e as exigências ou limitações da produção ajudarão definir o método de prote- Mesmo o sistema de proteção mais elabo- ção apropriado para uma máquina em particu- rado não pode oferecer proteção efetiva se os lar. O projetista de máquina ou profissional de trabalhadores não participam de algum modo segurança, após a consulta aos trabalhadores nas diferentes etapas como projeto, implanta- usuários, têm que escolher a proteção mais ção, etc. A participação é a garantia de que o efetiva e prática disponível. dispositivo será efetivo e irá cumprir com sua As proteções podem ser divididas em cinco finalidade. Além deste envolvimento, a capaci- classificações gerais: tação específica e detalhada é uma parte Barreiras ou anteparos de proteção; importante de qualquer esforço para conseguir Dispositivos de segurança; segurança em máquina. A proteção adequada Isolamento ou separação pela distancia de pode melhorar a produtividade e aumentar a segurança; eficiência uma vez que pode aliviar os trabalha- Operações; dores de medos de acidentes e lesões. A capa- Outros. citação em segurança é necessária para os operadores novos, para a manutenção ou para Bar reiras ou anteparos o pessoal de instalação, quando nova proteção de Proteção ou alteração é instalada, ou quando os traba- lhadores são nomeados para novas máquinas Há quatro tipos gerais de barreiras ou ante- ou operações. paros que previnem o acesso às áreas de risco, Acapacitação deve minimamente abranger: como segue: uma descrição e identificação dos riscos associados com cada máquina e as proteções Barreiras ou proteções fixas. específicas contra cada risco; como funcionam as proteções; como e por Uma barreira ou proteção fixa é uma parte que devem ser usadas; permanente da máquina e não é dependente como e em que circunstâncias pode ser das partes móveis para exercer sua função. removida uma proteção, e por quem (na maio- Pode ser construída de chapa de metal, tela, ria dos casos, só o pessoal de conserto ou tecido de arame, barras, plástico ou qualquer manutenção); outro material resistente o bastante para supor- -14-
  • 13. tar qualquer impacto que possa receber, garan- completamente o acesso do operador ao ponto tindo uso prolongado. Barreiras ou proteções de operação. fixas devem ser presas à máquina por meio de A Figura 9 mostra uma proteção fixa com parafusos, porcas etc, de modo que só possam chapa e grade que protege uma correia e uma ser retiradas com o uso de polia de uma unidade de ferramentas. Por causa da 9 P ROTEÇÃOOU BARREIRA FIXA transmissão de força. EMUMJOGO DEPOLIAS E CORREIAS sua simplicidade e perma- Um painel de inspeção nência são normalmente superior é previsto para preferíveis a todos os minimizar a necessidade outros tipos de proteção de remoção da barreira. (ver Quadro 1). Barreiras Telas podem minimizar o fixas construídas com aquecimento dos com- material vazado como ponentes. telas, grades, etc devem Na figura 10 são ser construídas respei- mostradas proteções tando as distâncias de fixas em uma serra de segurança. Segundo a Norma Brasileira NBR fita. Estas barreiras protegem os operadores 13928 (1997) as proteções devem ser projeta- das polias giratórias e da lâmina móvel. Normal- das, construídas e posicionadas de forma a mente, a única ocasião de retirada ou abertura impedir que qualquer parte das barreiras seria para do corpo atinja a área de uma troca de lâmina ou 10 perigo. Distâncias de para manutenção. PROTEÇÕES Segurança e aberturas FIXAS devem obedecer a NBR APLICADAS Barreiras ou Proteções EMUMA 13761(1996). Por exemplo SERRADE interligadas FITA uma malha de uma tela ou de intertravamento quadrada usada em uma barreira ou proteção fixa Quando as barreiras não pode permitir a passa- ou proteções interligadas gem de um dedo para pro- são abertas ou são remo- teger o acesso de mãos vidas, o mecanismo de em uma zona de risco. acionamento e ou de A barreira ou proteção potência automatica- fixa pode ser usada, por mente desliga ou desen- exemplo, em uma prensa gata, impedindo o funcio- mecânica, quando fecha namento da máquina ou completamente o ponto de o término de um ciclo, até operação. O material é ali- que a barreira regresse à mentado lateralmente, com a retirada de peças sua posição fechada. Porém, recolocando a prote- ao centro e com a saída de retalhos pelo lado ção na posição fechada a máquina não deve auto- oposto. A Figura 21 mostra um sistema de ali- maticamente reiniciar seu funcionamento. Barreiras mentação automático em uma prensa mecâ- interligadas podem usar mecanismos de aciona- nica, com proteção tipo barreira fixa que impede mento elétricos, mecânicos, hidráulicos ou pneu- -15 -
  • 14. Análise de riscos máticos, ou qualquer 11 PROTEÇÃO INTERLIGADA A Figura 12 mostra EMUMAMÁQUINADEDESBASTE combinação destes. uma proteção ajustável tipo IND . TÊXTIL Um exemplo de telescópica, usada para uma barreira interligada proteger o movimento da é mostrado na figura lâmina de uma serra de fita. 11. O mecanismo bate- dor de uma máquina de Barreiras ou proteções desbaste (usada na auto - ajustáveis indústria têxtil) é coberto por uma barreira interli- As aberturas das barrei- gada. Esta barreira não ras auto- ajustáveis são pode ser levantada com determinadas pelo movi- a máquina em funciona- 12 mento do material. À medida mento. A máquina só que o operador move o pode ser reiniciada com material para a área de risco, a barreira na posição a proteção é puxada para fechada. Outro exem- trás ou para cima, possibili- plo são as barreiras tando uma abertura que é deslizantes ou portas grande o suficiente somente utilizadas nas máquinas para o material. Depois que injetoras de plástico. PROTEÇÃO o material é removido, a pro- AJUSTÁVEL Quando a porta é TIPO TELES- teção retorna à posição de CÓPICAEM aberta, possibilitando o UMASERRA descanso. A Figura 13 acesso à zona de pren- DEFITA mostra uma serra de braço sagem, o dispositivo de radial com barreira tipo coifa potência da máquina é auto – ajustável. Assim que a desligado, sendo utiliza- 13 lâmina é empurrada ao das duas chaves elétri- material, a proteção move cas de fim de curso para cima, ficando em con- para cada porta, além tato com o mesmo. de uma válvula hidráu- lica e uma proteção Proteção com mecânica adicional que dispositivos impede o fechamento P ROTEÇÃO do molde com a porta AUTO- A JUSTÁVELEM Há cinco tipos básicos aberta (NBR 13.536, UMASERRADEDISCO de dispositivos de segu- 1995). rança conforme resumido no Quadro 2 (página 21). Proteção ajustável. Dispositivos sensores de posição Barreiras ou proteções ajustáveis permitem flexibilidade acomodando vários tamanhos de São apresentados a seguir três tipos de dis- materiais. positivos sensores que param a máquina ou - 16-
  • 15. QUADRO 1 Métodos de Segurança com Proteção ou Bar reira MÉTODO AÇÃO DE SEGURANÇA VANTAGENS LIMITAÇÕES Proteção nAssegura n Adapta-se a muitas n Pode interferir na visibilidade ou Barreira uma barreira aplicações n Limitada a operações específi- Fixa n Pode ser conce- cas bida no projeto n Ajuste na máquina e manuten- n Assegura uma pro- ções geralmente requerem a sua teção máxima remoção, necessitando de outras n Usualmente requer medidas de segurança para a um mínimo de manu- manutenção tenção n Desejável em pro- dução elevada e ope- rações repetitivas Proteção ou n Bloqueia ou desliga n Assegura proteção n Requer ajuste cuidadoso e Barreira a energia e previne a máxima manutenção interligada partida da máquina n Permite acesso à n Pode ser facilmente anulada quando a proteção máquina para a remo- está aberta. Pode ção de obstáculos assegurar a parada sem consumo de da máquina antes que tempo na remoção e o trabalhador acesse instalação de barrei- a zona de risco ras de proteção Proteção n Assegura uma n Pode ser cons- n Operador pode entrar na zona ajustável barreira que pode truída para se adaptar de risco. A proteção pode não ser ajustada para a muitas aplicações ser completa em todo momento facilitar uma varie- específicas n Pode requerer manutenção e dade de operações n Pode ser ajustada ajuste constante de produção para aceitar uma n Pode ser anulada por um ope- variedade de tama- rador nhos de material n Pode interferir na visibilidade Proteção n Assegura uma bar- n Podem ser encon- n Nem sempre asseguram uma auto- reira que move de tradas avulso para proteção máxima ajustável acordo com o tama- venda no mercado n Podem interferir na visibilidade nho do material que n Podem requisitar ajuste e entra na zona de risco manutenção freqüentes -17 -
  • 16. Análise de riscos interrompem o ciclo de trabalho quando um tra- obstrução que a impede de se posicionar a balhador ingressa na zona de perigo: uma distância predeterminada, o circuito de O Dispositivo fotoelétrico é um dispositivo controle não aciona o ciclo de máquina. Figura óptico detetor de presença, que usa um sis- 15 mostra um dispositivo sensor eletro-mecâ- tema de fontes luminosas e controles que nico em uma máquina de ilhós. A sonda sen- podem interromper o ciclo de operação da sora em contato com o dedo do operador máquina. Se o feixe de luz é interrompido pela também é mostrada. presença de uma pessoa, a máquina pára e Dispositivos de arraste ou de restrição – São não irá operar. Este dispositivo deve ser usado dispositivos que utilizam uma série de cabos somente em máquinas que podem ser paradas presos `as mãos ou pulsos do operador, e são antes que o trabalhador usados principalmente alcance a área de perigo. 14 DISPOSITIVO em máquinas com ação F OTOELÉTRICO Isto exige que a máquina SENSOR DE de pistões ou martelos. POSIÇÃO tenha uma embreagem EMUMA Quando o martelo vai de fricção ou outro meio PRENSA para cima, é permitido MECÂNICA eficaz de freio para parar acesso do operador ao de modo imediato. A ponto de operação. Figura 14 mostra um dis- Quando o martelo positivo fotoelétrico começa a descer, um sensor de presença, encadeamento mecânico usado em uma prensa assegura automatica- mecânica. mente a retirada das Dispositivo de pre - mãos do ponto de opera- sença por capacitor de ção. Possuem muita 15 rádio-freqüência usa um resistência ao seu uso feixe de ondas eletromag- devido ao aprisiona- néticas que é parte do cir- mento literal do trabalha- cuito de controle da dor à máquina. máquina. Quando o campo capacitante é Dispositivos de controle interrompido, a máquina de segurança pára ou não é acionada. DISPOSITO S ENSOR DEPOSIÇÃO Este dispositivo só deve ELETRO-MECÂNICO Todos estes dispositi- EMUMAMÁQUINADE ser usado em máquinas COSTURA vos de controle de segu- que podem ser paradas rança são ativados antes que o trabalhador possa alcançar a área manualmente e devem ser reajustados para rei- de perigo. Isto exige que a máquina tenha uma niciar manualmente a máquina: embreagem de fricção ou outro meio eficaz Controle de Segurança por impacto como para parar. barras de pressão, barras de impacto e cordas O dispositivo sensor electro-mecânico tem de impacto são controles manuais que propor- uma sonda ou barra de contato que se posi- cionam meios rápidos para desativar a máquina ciona a uma distância predeterminada quando em uma situação de emergência. o operador inicia o ciclo de máquina. Se há uma Barras de pressão são sensores que -18 -
  • 17. quando pressionados, 16 BARRADE 18 mostra uma enroladeira SEGURANÇA irão desativar a equipada com este tipo de EMUMA máquina no caso do CALANDRADE controle. BORRACHA operador ou qualquer Controles bi-manuais pessoa tropeçar, perder requerem pressão simultâ- o equilíbrio ou ser nea e constante das duas jogado para a máquina. mãos do operador para O posicionamento da acionar a máquina, até que barra é importante, pois termine o seu movimento deve parar a máquina de risco. Quando instalado 17 antes que uma parte do em prensas mecânicas a T RIPÉDE corpo alcance a área de DESENGATE fricção, estes controles perigo. A Figura 16 DESEGU - usam uma embreagem de RANÇA mostra uma barra de EMUMA ciclo parcial e um monitor CALANDRA pressão localizada na de freio, como mostrado na frente de um misturador Figura 19. Com este tipo de borracha (calandra). de dispositivo, as mãos do Dispositivos de Segu - operador são mantidas em rança tipo Vareta de uma localização segura Desengate são dispositi- (em botões de controle) e a 18 vos que desativam a uma distancia de segurança C ABOS máquina quando aperta- da área de perigo, enquanto DE dos pela mão. Asua locali- SEGURANÇA a máquina completa seu EM zação é muito importante ENROLADEIRA ciclo final. Para prensas tipo pois elas têm de ser acio- de engate por chaveta, por nadas pelo operador não possuir sistema de freio durante uma situação de e por apresentar falhas emergência. A conhecidas como Figura 17 mostra “repique”, devem 19 uma vareta de possuir a zona de COMANDO desengate localizada BI -MANUAL operação fechada e sobre uma calandra EMUMA o controle bi-manual PRENSA de borracha. MECÂNICA não é um dispositivo Cabos de segu - de segurança rança são localiza- válido. dos ao redor do Portas são dispo- perímetro, ou pró- sitivos de controle ximo à área de risco de segurança que e tem a função de possuem uma bar- parar a máquina, reira móvel que pro- quando acionados. tege o operador no O operador deve poder alcançar o cabo com ponto de operação antes que dê início ao ciclo qualquer mão para parar a máquina. A Figura da máquina. Portas são projetadas freqüente- - 19-
  • 18. Análise de riscos mente para serem operadas com cada ciclo da localização, se for garantida uma distância de máquina. A Figura 20 mostra uma porta em segurança para proteger as mãos do trabalha- uma prensa mecânica. dor. Um triturador de 20 Se a porta não estiver alimentos de cozinha na posição completa- industrial ou da indus- mente fechada a tria de alimentos deve prensa não irá funcio- ter seu cone com com- nar. Outra aplicação de primento tal que a mão portas é o uso como do operador não um componente de sis- possa alcançar a zona tema de segurança de PORTA DE de risco. SEGURANÇA um perímetro de segu- NAZONADE Controle de posi- rança onde as portas OPERAÇÃODE cionamento. O posi- UMAPRENSA ou cancelas garantem cionamento do opera- a proteção para os dor de uma cabine de operadores e para o tráfego de pedestres. Os controle apresenta o potencial de proteção atra- elevadores de carga, nas obras da construção vés da localização. A cabine de operação pode civil devem dispor de cancelas que só abrem ser localizada a uma distância segura da quando a caçamba do elevador estiver no nível. máquina, se não existe necessidade do opera- O elevador por outro lado só se movimenta dor estar acompanhando de perto a mesma. quando a cancela estiver na posição fechada. Métodos de alimentação Proteção pela localização e extração de segurança: ou pela distância Muitos métodos de alimentação e de extra- Para proteger uma máquina através da ção do material não exigem que os operadores localização, a máquina ou suas partes móveis coloquem as mãos na área de perigo. Em perigosas devem ser de tal modo posicionadas alguns casos o trabalhador não tem nenhum que as áreas perigosas não sejam acessíveis envolvimento com a máquina depois que é ou não apresentam um perigo para o trabalha- dada a partida e regulagem da mesma. Em dor durante a operação normal da máquina. outras situações os operadores necessitam ali- Isto pode ser conseguido com paredes de mentar manualmente o material ou com a ajuda fechamento, com uma localização planejada, de um mecanismo de alimentação. Alguns ou com cercas que impedem o acesso às métodos de alimentação e de extração podem máquinas. Outra possibilidade é localizar as criar riscos adicionais, tais como o robô que partes perigosas no alto o bastante (acima de pode criar um perigo adicional pelo movimento 2,50m. acima do piso ou plataforma) para estar de seu braço (Ver Quadro 3) fora do alcance normal de qualquer trabalhador. O uso de um dos cinco métodos seguintes Seguem alguns exemplos de aplicação do de alimentação e de extração, não elimina a princípio de proteção através da localização necessidade de outras barreiras ou outros dis- com distância de segurança. positivos, que devem ser usados na medida do Processo de alimentação . O processo de necessário para assegurar a proteção contra os alimentação pode ser protegido através de riscos mecânicos. -20 -
  • 19. QUADRO 2 Métodos de Segurança com Dispositivos MÉTODO AÇÃO DE SEGURANÇA VANTAGENS LIMITAÇÕES Célula n Máquina não dá partida n Possibilita n Não protege contra falhas mecâni- Fotoelétrica quando o campo de luz é liberdade de cas da máquina interrompido movimento ao n Pode requerer constante alinha- n Ao acessar a zona de operador mento e calibração risco, interrompe-se o n Vibração excessiva pode causar feixe de luz, acionando obstrução de filamentos e destrui- imediatamente o sistema ção prematura de freio n Limitado a máquinas que podem parar antes de completar o ciclo Capacitor n Máquina não dá partida n Possibilita n Não protege contra falhas mecâni- de Rádio- quando o campo capaci- liberdade de cas da máquina freqüência tor é interrompido movimento ao n Sensibilidade da antena deve ser n Ao acessar a zona de operador adequadamente ajustada risco, interrompe-se o n Limitado as máquinas que podem campo capacitor, acio- parar antes de completar o ciclo nando imediatamente o sistema de freio Eletro- n Barra de contato ou n Possibilita o n Barra de contato ou sonda deve mecânico sonda percorre uma dis- acesso ao ser adequadamente ajustada para tância predeterminada ponto de opera- cada aplicação. entre o corpo do operador ção n Este ajuste deve ser mantido e a área de risco apropriadamente Interrupção deste movi- mento impede a partida do ciclo da máquina Arraste n Assim que a máquina n Elimina a n Limita e aprisiona os movimentos começa o ciclo, as mãos necessidade de do operador do operador são puxadas barreiras auxi- n Pode obstruir o espaço de traba- para fora da zona de risco liares ou outras lho ao redor do operador interferências n Ajustes devem ser feitos para na zona de cada operação e para cada indiví- risco duo n Requer supervisão rigorosa para o uso do equipamento - 21-
  • 20. Análise de riscos MÉTODO AÇÃO DE SEGURANÇA VANTAGENS LIMITAÇÕES Barra ou n Pára a máquina quando n Simplicidade n Todos os controles devem ser vareta de acionada de uso acionados manualmente desengate n Apropriada como meca- n Localização pode dificultar o acio- nismo de parada de emer- namento gência n Protege somente o operador n Pode necessitar de afixação espe- cial para o segurador n Pode necessitar de freio na máquina Controle n Uso concorrente das n Mãos do ope- n Requer uma máquina de ciclo par- bi-manual duas mãos é requisitado rador estão a cial com freio (não se aplica a prevenindo o acesso do uma distância prensa mecânica com chaveta) operador na zona de risco pré – determi- n Alguns controles podem ser anula- nada fora da dos pelo braço ou bloqueados, pos- zona de risco sibilitando o acesso de uma mão na n As mãos do zona de risco operador ficam n Protege somente o operador livres após que n Pode requerer afixação especial uma metade do Pode ser danificado com vibração ciclo é comple- da máquina tada Porta/ n Assegura uma barreira n Pode prevenir n Pode requisitar inspeção e manu- cancela entre área de risco e o o acesso ou a tenção freqüente operador ou outras pes- entrada dentro n Pode interferir na visibilidade soas da área de risco Alimentação automática 21 Alimentação Semi-automática AAlimentação automá- tica reduz a exposição do Com a alimen- operador durante o pro- tação semi-automá- cesso de trabalho, e fre- tica, como no caso qüentemente não requer de uma prensa nenhum esforço do mesmo ALIMENTAÇÃOAUTOMÁ- mecânica, o opera- após a programação e fun- TICAEMUMAPRENSA dor usa um meca- MECÂNICACOMZONADE cionamento da máquina. A OPERAÇÃOFECHADACOM nismo para colocar PROTEÇÃOFIXA prensa mecânica na a peça que é pro- Figura 21 tem um meca- cessada debaixo do nismo de alimentação automática com uma pro- martelo a cada golpe. O operador não precisa teção fixa transparente na área de risco. acessar a área de perigo, e a área de perigo é -22 -
  • 21. completamente fechada. A Figura 22 mostra então prende a peça processada e empurra a uma alimentação por rampa onde cada peça é peça em uma rampa de descarga. Quando o colocada manual- martelo abaixa para a mente. A alimenta- 22 próxima prensagem, o ção com rampa incli- ALIMENTAÇÃOEM prato extrator move para nada em uma prensa PLANOINCLINADOEM fora da área de atuação. UMAPRENSA – AS facilita a centraliza- MÃOS E DEDOSFICAM FORADAZONADE ção da peça, que OPERAÇÃO Extração desliza para o interior Semi-automática da zona de prensa- gem, e pode também De modo análogo à simplificar o pro- alimentação semi-auto- cesso de extração. mática vários mecanis- Outros tipos de ali- mos como gaveta, prato mentação semi-auto- giratório, ou braço mática incluem ali- empurrador podem mentação por 23 EXTRAÇÃO ser usados para reti- AUTOMÁTICA gaveta, por tambor COMPRATO rar as mãos da área EXTRATOR giratório e bascu- de risco, desde que a lante. Todas podem zona de operação assegurar o seja fechada para a ingresso do mate- entrada das mãos e rial para a zona de dedos do operador. operação, que por sua vez deve ser Robôs fechada impedindo o 24 ALIMENTAÇÃO acesso das mãos do AUTOMÁTICACOM São dispositivos comple- ROBÔ COMÁREA operador. DEMOVIMENTAÇÃO xos que alimentam e retiram PROTEGIDA peças das máquinas, POR Extração automática CERCA montam peças, transferem objetos ou executam traba- Extração automá- lhos anteriormente feitos por tica pode empregar um operador, eliminando ar comprimido ou um deste modo a exposição do aparato mecânico operador a perigos. Eles são para remover a peça usados em processos de pronta de uma prensa, e pode ser interconec- alta produção que requerem rotinas repetitivas, tada com os controles operacionais para preve- podendo proteger os operadores contra outros nir a operação da máquina até que a extração perigos. Robôs podem criar riscos adicionais, seja concluída. O mecanismo tipo prato extrator sendo necessário a instalação de proteções mostrado na Figura 23 move sobre a peça específicas. A Figura 24 mostra um exemplo de pronta assim que ocorre o levantamento do um robô alimentando uma prensa protegido por martelo para a posição superior. O extrator uma cerca e cancela de segurança. -23 -
  • 22. Análise de riscos QUADRO 3 Métodos de alimentação e extração MÉTODO AÇÃO DE SEGURANÇA VANTAGENS LIMITAÇÕES Alimenta- n A matéria prima é ali- n Elimina a n Outras proteções são necessárias ção auto- mentada por bobinas, necessidade de para a proteção do operador- nor- mática fitas etc. envolvimento malmente barreiras fixas do operador na n Requer manutenção freqüente zona de risco n Pode não ser adaptável à varia- ção da matéria prima Alimenta- n A matéria prima é ali- n Elimina a n Outras proteções são necessárias ção semi- mentada por rampas, necessidade de como barreiras fixas, para a prote- automática pratos giratórios, gavetas, envolvimento ção do operador. etc. do operador na n Requer manutenção freqüente zona de risco n Pode não ser adaptável à varia- ção da matéria prima Extração n Peças prontas são n Elimina a n Pode criar um risco com cavacos automática extraídas por sopro de ar necessidade de arremessados ou por outros meios envolvimento n O tamanho do material pode limi- mecânicos do operador na tar o uso do método zona de risco n Sopro de ar pode causar ruído Extração n Peças trabalhadas são n Operador não n Outras proteções são requeridas semi-auto- extraídas por meio mecâ- necessita entrar para a proteção do operador mática nico que são iniciados na área de risco n Podem não ser adaptáveis à pelo operador para retirar variação do material trabalhado peça pronta Robôs n Realizam o trabalho n Operador não n Pode criar riscos adicionais neces- feito pelo operador necessita entrar sitando de proteções específicas na zona de n Requer manutenção máxima risco n Se aplicam somente em opera- n São desejá- ções específicas veis em opera- ções com fato- res altamente estressantes, como ruído e calor excessivos -24 -
  • 23. Outros Mecanismos mãos do disco, a alavanca de empurrão ou blo- auxiliares de proteção queio pode garantir uma margem de segurança ao operador. Embora estes mecanismos auxiliares não garantam a proteção completa dos riscos em MANUTENÇÃO PREVENTIVA máquinas, eles podem proporcionar para os E PREDITIVA operadores uma margem extra de segurança. É necessário um julgamento cuidadoso na aplica- Além de aumentar o tempo de vida da ção e uso dos mesmos. máquina, a manutenção preventiva e preditiva (que se baseia no tempo de vida útil dos com- Barreiras de advertência ponentes) é fundamental para assegurar a efe- tividade dos dispositivos de segurança. A Barreiras de advertência não garantem pro- manutenção preditiva e preventiva pode asse- teção física, mas servem só para advertir os gurar que componentes como uma chave de operadores que eles estão se aproximando da fim de curso de uma porta de segurança por área de perigo. exemplo, seja substituída antes da sua danifi- cação, evitando assim a ocorrência de aciden- Escudos tes. Um programa de manutenção voltado para a segurança das máquinas deve ser documen- Podem ser usados escudos para assegurar tado em ficha, formulário específico ou livro a proteção contra arremesso de partículas ou para cada máquina, que contenha minima- cavacos, respingos de fluí- mente: data da revisão; ser- dos, de metal ou gotículas. viços e trocas efetuadas; 25 E SCUDOSDEPROTEÇÃO A Figura 25 mostra duas EMMÁQUINAS recomendação de data para aplicações potenciais. próxima revisão; nome e assinatura dos responsá- Ferramentas manuais veis pelo serviço e autoriza- ção ou permissão para o Ferramentas manuais funcionamento da máquina. são usadas para colocar e A atividade de manuten- remover peças do ponto ção e teste da máquina de operação de uma máquina. Diversos tipos expõe os trabalhadores desta atividade a riscos podem existir com esta finalidade: alicates, específicos que não estão presentes na rotina pinças, ganchos magnéticos. As ferramentas de funcionamento da máquina. Em algumas manuais são considerados complementos de situações o trabalhador de manutenção tem segurança e não devem substituir outras prote- que ingressar com o corpo inteiro na zona de ções de máquina. operação de uma máquina. Para a realização da tarefa de manutenção, todas as fontes de Alavancas de empurrão ou bloqueio energia devem estar em situação neutra. Tais fontes são a energia elétrica, fluídos hidráulicos As alavancas podem ser usados para ali- sobre pressão, ar comprimido, molas, partes mentar uma máquina, como uma serra de suspensas escoradas e outras fontes que disco. Quando é necessário a proximidade das podem gerar um movimento mecânico inespe- -25-
  • 24. Análise de riscos rado (SILVA,1995). Nestas situações é também Associação Brasileira de Normas Técnicas importante que o operador possua o controle ABNT - Principais Normas de Segurança de absoluto da energização do equipamento, Máquinas: (recomenda-se a posse, pelo operador de Dispositivos de intertravamento associados manutenção, de chave de acesso ao sistema a proteções, princípios para projeto e seleção de acionamento, de modo a impedir o aciona- (NBR 13929/97); mento acidental da máquina por terceiros). Dispositivos de comando bi-manuais aspec- Quando forem realizados testes que necessi- tos funcionais e princípios para projetos (NBR tam da energização da máquina, medidas adi- 14152/98); cionais como calços ou barreiras mecânicas Distâncias de segurança para impedir o provisórias podem ser necessárias para o acesso a zonas de perigo pelos membros supe- ingresso do trabalhador em zona de risco. riores (NBR 13761/96); Distâncias de segurança para impedir o BASES LEGAIS E NORMAS acesso a zonas de perigo pelos membros infe- NACIONAIS SOBRE SEGURANÇA riores (NBR 13758/96); DE MÁQUINAS Equipamentos de parada de emergência – Aspectos funcionais – princípios para projeto Convenção 119 da Organização Internacio- (NBR 13759/96); nal do Trabalho – OIT de 25 de Junho de 1963 Princípios para avaliação de riscos (NBR e Promulgada no Brasil pelo Decreto 1255 /94 : 14009/97); Prevê que os países signatários deverão proibir Folgas mínimas para evitar esmagamento a venda , a locação e utilização de máquinas de partes do corpo humano (NBR 13760/96); que apresentem riscos aos usuários, decorren- Partes de sistemas de comando relaciona- tes dos movimentos mecânicos perigosos tais das a segurança (NBR 14153/ 98); como partes móveis, zonas de operação e Prevenção de partida inesperada (NBR transmissão de força. 14154/98); A Norma Regulamentadora nº 12 da Porta- Redução dos riscos à saúde resultantes de ria nº 3214/1978 do Ministério do Trabalho e substâncias perigosas emitidas por máquinas Emprego - “Máquinas e equipamentos” estabe- (NBR 14191 – 1/98); lece critérios básicos sobre: Requisitos gerais para o projeto e constru- as instalações e áreas de trabalho das ção de proteções fixas e móveis (NBR máquinas; 13928/97); os dispositivos de acionamento de partida e Temperatura de superfícies acessíveis – parada de emergência das máquinas; dados ergonômicos (NBR 13970/97); sobre a proteção de máquinas; Prensas Mecânicas: requisitos de segurança n sobre mesas e assentos; (NBR 13930/97); sobre a proibição da fabricação, importação, Máquinas Injetoras para plástico e elastôme- venda e locação de máquinas sem os dispositi- ros – requisitos técnicos de segurança para pro- vos de segurança; jeto, construção e utilização (NBR– 13536/95); sobre a manutenção e operação de máquinas; Máquinas de moldagem por sopro para arti- Em seus anexos I e II estão normatizados gos ocos de termoplástico – requisitos técnicos respectivamente os dispositivos de segurança de segurança para projeto e construção (NBR para Motosserras, e para Cilindros de Massa. 13996/97); -26 -
  • 25. Condições de Segurança em Tupia (NBR Capítulo II: Da Seguridade Social, Seção II: Da 13181/ 94); Saúde); Cilindros de massa alimentícia – requisitos Lei Federal 8080 – 1990 – compete ao de segurança (NBR 13865/97). SUS a participação na normatização, fiscaliza- Constituição Federal – 1988 : passa a atri- ção e controle das condições da produção, buir também ao Sistema Único de Saúde – extração, armazenamento, transporte, distri- SUS, através de ações descentralizadas para buição e manuseio de substâncias, de produ- os Estados e Municípios e com participação da tos, de máquinas e de equipamentos que sociedade, ações de Vigilância em Saúde do representam riscos à saúde do trabalhador Trabalhador (Título VIII: Da Ordem Social, (Artigo 6º, § III). ROTEIRO PARA AVALIAÇÃO DE RISCOS EM MÁQUINA. 1) Riscos Mecânicos Dados da máquina: Tipo / Modelo: . . . . . . . . . . . . . . . . . .Capacidade: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Ano de fabricação: . . . . . . . . . . . . . . . . . . Fabricante: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Croqui: Elabore um croqui simplificado da máquina identificando os pontos de maior risco: Partes móveis; movimentos giratórios, alternados e retilíneos; pontos entrantes entre componen- tes; zona de operação da máquina; sistemas de transmissão de força: -27 -