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                                                   SUMÁRIO




CAPÍTULO I: O EVANGELHO IRRESISTÍVEL.
A HISTÓRIA DAS MISSÕES NOS EVANGELHOS.....................................................5


CAPÍTULO II: DIFUSÃO DO CRISTIANISMO.
A HISTÓRIA DAS MISSÕES NO PERÍODO DAS TREVAS......................................32


CAPÍTULO III: O GRANDE PERÍODO 1295 – 1825.
ABUNDÂNCIA MISSIONÁRIA...................................................................................44


CAPÍTULO IV: MISSÕES ONTEM E HOJE.
A MISSÃO CONTINUA..............................................................................................63


CONCLUSÃO..........................................................................................................108


OBRAS CONSULTADAS........................................................................................109
2




                                  INTRODUÇÃO




     Sempre que estudamos historias das missões, sentimos-nos limitados diante
de tamanhos desafios, e quando as pretensões forem à precisão dos fatos,
encontraremos mais dificuldades ainda, principalmente por falta de documentos que
nos comprovam a respeito de onde começa e para onde se estende cada
movimento histórico missionário geográfico.


     Temos o privilégio do apoio do ITEPRAM e os alunos que trabalharam neste
material, com muito esmero e horas de pesquisa, o que resultou neste trabalho rico.
Os tais alunos a que mencionei são os autores. Ao ler este trabalho terás a sua
própria avaliação sobre eles.


     Quanto ao objetivo, trabalhamos honestamente com o fim de trazer aos irmãos
do Amazonas, seja do interior ou cidades com nível superior ou ao menos
privilegiado as informações, um material que Glorifique a Deus e seja uma
ferramenta útil, tanto para leitura, ensino ou estudo, dando uma idéia ampla de
historia de missões em conjunto com história da igreja, tornando este material
acessível a todos.


     Não pretendemos que este material seja a palavra final sobre o assunto,
sabemos que ha muitos fatos dos quais não foi possível relatar, devido
principalmente ao tempo que foi dispensado na realização deste trabalho, que foi de
apenas uma semana.
3
      Esperamos que este material seja benção para a sua vida e ministério,
autorizamos a copia, citações e o uso do mesmo, de forma carinhosa por santos
irmãos em prol do reino de Deus.


      O trabalho está sendo apresentado da seguinte forma:


      No capitulo I desenvolvemos o movimento missionário dos evangelhos e Atos
dos apóstolos, onde detectamos a autoria das Cartas e Epistolas. Este
desenvolvimento histórico cobre o início das missões cristãs até a conquista do
Império Romano. Para tal consideramos os primeiros quinhentos anos da Igreja
cristã.


      No capitulo II observamos missões na Idade Média também conhecida por
período das trevas, enfatizando o alcance do cristianismo no mundo pagão, entre o
ano 501-1294 da era cristã.


      No capitulo III Continuamos com o período de missões no Oriente, Ásia e
Europa, neste período é percebido a coragem de grandes homens que, mesmo em
perseguição, e a igreja com problemas doutrinários, o Senhor Deus Eterno, pelo Seu
poder honrou Sua Palavra alcançando estes povos de forma soberana.


      No capitulo IV neste período da história que se estende de 1816 a 2003
estamos nos esforçando para apresenta-lo de forma clara e organizada, todavia
sabemos que o tempo não nos permite apresentarmos os detalhes dos
acontecimentos, esta é a razão de estarmos apresentando a história missionária da
igreja cristã dividida por continentes, estaremos citando apenas os fatos mais
importantes e de maior influencia no curso da história, esperamos estar contribuindo
de alguma forma para o desenvolvimento da obra missionária.


      A conclusão deste material traz a seguinte reflexão; Tudo se repete, mas o
Deus que faz a história continua agindo no seu curso, nós, porém, devemos
reconhecer o mover missionário em nossa época, avaliando os erros e acertos.
Nossa missão é glorificar a Deus, e portanto, devemos ter uma prática missiológica
genuinamente bíblica.
4


     Metodologia aplicada: Trabalho de pesquisa em equipe.


     Desejamos que este material o desafie a continuar, não só a escrever, mas a
ser usado por Deus em sua historia.


A Deus a glória pra sempre. Amém!
Pr. Alcedir Sentalin e Licenciado BobLim
5




                         CAPÍTULO I
                  O EVANGELHO IRRESISTÍVEL


                       A HISTÓRIA DAS MISSÕES
                           NOS EVANGELHOS




1.1 A Base da História das Missões:



     Quando começamos a olhar para os Evangelhos do ponto de vista que visa
agrupar de forma sistemática o movimento missionário que cerca estes quatro
Evangelhos, não podemos olha-los separadamente sem detectar uma linha que os
ligue de forma mestral dentro da história das Missões.


     Entendemos que o princípio que norteia e amarra a história das missões dentro
dos quatro Evangelhos diz respeito ao princípio Emanuel, ou, Deus Conosco, que
esteve presente dentro de toda a história da Igreja desde o Antigo Testamento.
Muitas coisas poderiam ser ditas neste ponto no que tange ao princípio Emanuel
começando em Gênesis até a organização da nação Israelita, entretanto, de forma
“mais clara” Ele se faz presente na figura do tabernáculo no meio do povo. Este era,
nada mais nada menos do que “a casa de Deus entre o povo”. Mais tarde, com a
chegada do povo e seu estabelecimento na terra prometida e a construção do
templo sagrado sob Salomão, o tabernáculo é substituído pelo templo. Este é,
agora, o referencial para a presença de Deus no meio do povo. Algo que não deve
deixar de ser dito é que estes símbolos passaram a ter no decorrer da história da
6
salvação um significado tipológico, pois ambos apontavam para a própria presença
futura de Deus entre os homens. É a doutrina da encarnação do Verbo presente nas
páginas do Antigo Testamento em forma de sombra.


     A linha mestra que liga os Evangelhos dentro da história das Missões é nada
mais nada menos do que a própria presença do Emanuel entre os homens, Nele o
“tipo” encontra o seu grande “antítipos”. Ele se faz carne com o objetivo primário de
“redimir para Si um povo de sua propriedade, zeloso de boas obras” ( Tt 2:14). Nos
Evangelhos sinóticos, principalmente em Mateus e Lucas nós encontramos de forma
coordenada a narrativa da Genealogia de Cristo. Depois de descrever toda a
descendência de Cristo, Mateus no capítulo 1 verso 16 nos diz: “E Jacó gerou a
José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama Cristo”. É
interessante enfatizarmos o verbo “nasceu” que indica sem sombra de dúvidas a
doutrina da encarnação. Esta palavra aparece 18 vezes no texto grego de Mateus 1:
1-17 e é traduzida por “gerou”. No nosso versículo ela aparece traduzida por
“nasceu”. Todo teólogo conservador logo saberá que esta palavra não se refere a
criação de Jesus, pois o mesmo é eterno, mas, refere-se, a uma forma que Cristo
assumiu que não possuía antes, isto é, a sua natureza humana. Esta palavra é
usada de “alguém que traz outros ao seu modo de vida”. E é exatamente isto que
acontece com Cristo, pois Ele toma o nosso modo de vida. O termo “Jesus, que se
chama o Cristo” ratifica ainda mais a nossa tese visto que se refere ao “Deus
tornado homem”. Conclui-se, pois, que este verso assinala-nos a mesma verdade de
João 1:14: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de
verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai”. Pergunta-se:
“Como Ele se faz carne?”. Responde-se: “Deus na sua bendita misericórdia usa
Maria para que através dela o verbo se faça carne e habite entre nós”. Podemos
facilmente correlacionar Lucas 1:35 com a linha mestra que estamos descrevendo,
este verso diz: “Respondeu-lhe o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o
poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente
santo que há de nascer será chamado Filho de Deus”. O “Há de Nascer” refere-
se a encarnação, ao Deus conosco o princípio Emanuel. Já no livro de Marcos
encontramos o mesmo princípio sendo estabelecido logo no primeiro versículo deste
Evangelho, pois lemos: “Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus”.
Mais uma vez se percebe o título “Jesus Cristo”, ou Salvador Ungido. A nome Jesus
7
Cristo poderia ainda significar “Deus tornado ser humano”. Em suma, os Evangelhos
em linhas gerais falam da atividade missionária de Jesus Cristo, o Deus tornado
homem, o tabernáculo em carne e osso, o templo em toda a sua glória. Não é por
acaso que João diz que “vimos a Sua glória, glória como do Unigênito do Pai” (João
1:14).


     Esta linha mestra que me referi anteriormente diz respeito a este ato de Deus
de “armar a sua tenda”, tabernacular entre os homens com uma missão missionária
específica, salvar todos aqueles que o Pai lhe deu, Ele disse em João 6:39: “E a
vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me
deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia”. A doutrina da encarnação
nos ensina que a atividade missionária á antes de tudo uma atividade de Deus, não
podemos falar de história das missões sem descrever que ela começa e termina em
Deus, Deus é o seu foco. Observem que Apocalipse termina dizendo: “Certamente
venho sem demora. Amém! Vem Senhor Jesus! Não somente os evangelhos, mas
toda a Bíblia é a história da missão de Deus em salvar o seu povo. Primeiro Ele
trabalha com promessas, depois com cumprimentos, e Cristo com toda a sua obra
de salvação que se inicia com a encarnação é, sem dúvida, a consumação do
propósito missionário de Deus. Cristo mesmo proclama: “O tempo está cumprido, e
o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1:15).
Na cruz Ele diz “está consumado”, ou, em outras palavras, missão cumprida. Agora,
cabe a nós Igreja do Senhor anunciarmos a todo o mundo sobre a missão cumprida
de Cristo, sua vida, morte e ressurreição, o evangelho de Deus. Poderíamos
sumarizar este ponto com a seguinte frase: “Se Deus não tivesse realizado missões
não haveria evangelho e, conseqüentemente, não haveria história das missões”.



1.2 João Batista e sua História Missionária:



     Em termos cronológicos fica difícil dizermos com certeza o tempo ministerial de
João Batista, no entanto, sua história missionária foi sem sombra de dúvidas de
fundamental importância para o advento de Cristo. A Bíblia nos ensina que João
Batista veio como o precursor do Messias do Messias, aquele que prepararia o
coração do povo para o mais excelente que viria. A palavra “precursor” transmite a
8
idéia de “alguém que vem antes em benefício de”. Por isso, quando os Judeus
perguntaram-lhe “quem és tu”, ele identificou-se com a profecia de Isaías 40:3, ou
seja, como a voz que prepararia o caminho para o Messias.


     A história missionária de João Batista é mesmo de impressionar, ele mostra-se
irredutível dentro do seu papel sem oscilar. Seus meios não são tão convencionais,
pois ao invés de procurar os grandes centros seu ministério concentra-se
basicamente no deserto. A própria Profecia de Isaías 40:3 já antecipava esta
característica. Em Mateus 3:1-3 lemos: “1 Naqueles dias, apareceu João Batista
pregando no deserto da Judéia e dizia: 2 Arrependei-vos, porque está próximo
o reino dos céus. 3 Porque este é o referido por intermédio do profeta Isaías:
Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas
veredas”. Este aspecto, com toda certeza, vai de encontro com o planejamento do
moderno crescimento de Igrejas, que enfatiza com tanta veemência o local para a
realização do trabalho missionário. Na história missionária de João Batista um
aspecto surpreendente é que as multidões são levadas a João no deserto. Ele está
lá e o povo vai ouvi-lo. Mateus 3:5,6 nos diz: “5   Então, saíam a ter com ele
Jerusalém, toda a Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão; 6 e eram por
ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados”. Interessante é a
maneira que Mateus ratifica o mesmo princípio quando relata as seguintes palavras
de Cristo Jesus, ele diz: “Então, em partindo eles, passou Jesus a dizer ao povo a
respeito de João: Que saístes a ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? Sim,
que saístes a ver? Um homem vestido de roupas finas? Ora, os que vestem roupas
finas assistem nos palácios reais. Mas para que saístes? Para ver um profeta? Sim,
eu vos digo, e muito mais que profeta” (Mt 11:7-9). Percebe-se que por três vezes
Jesus usa praticamente a mesma oração para enfatizar a mesma verdade, isto é, o
povo saía para ver João. O texto nos permite dizer que possivelmente eles iam a
procura de algo inusitado ou, em outras palavras a procura de um show. Entretanto,
o que eles encontravam no deserto? Diz-nos o texto que os mesmos deparavam-se
com um profeta, aliás, o maior deles. Eles não encontravam “um bobo da corte”
como o próprio texto indica que eles esperavam encontrar, mas um profeta com uma
missão, ou seja, a de preparar o caminho para o Messias.
9
     A história relatada nos Evangelhos mostra-nos que João chega ao término de
sua missão nas masmorras do rei Herodes, de lá ele saiu apenas para ter sua
cabeça separada de seu corpo por puro intento de uma mulher maligna que não
suportava ver os seus pecados escancarados na boca do profeta João. Ele vive e
morre como precursor, nunca se esquiva de dizer a verdade, aliás, a verdade foi o
seu lema, Jesus disse em João 5:33: “Mandastes mensageiros a João, e ele deu
testemunho da verdade”. A história da vida e obra missionária de João Batista é um
exemplo para todos aqueles que almejam trilhar os caminhos da obra missionária de
maneira consistente e comprometida com a verdade. Podemos concluir este tópico
com a seguinte frase: “João foi dentre os nascidos de mulher o maior missionário,
visto que sua obra consistia em preparar o caminho não para um homem qualquer,
mas para o estabelecimento da obra missionária do próprio Deus entre os homens”.
Amem!



1.2 Jesus e sua História Missionária:



     Talvez o leitor se pergunte o que este tópico está fazendo aqui visto que no
início do trabalho já abordamos algo sobre a história missionária de Cristo. No
entanto, tal tópico faz-se necessário neste ponto somente para facilitar a melhor
assimilação em termos didáticos, ou seja, anteriormente falamos somente sobre a
encarnação de Cristo e sua obra salvífica destacando-a somente como o fio que une
e serve de base a toda obra missionária posterior. Neste ponto falaremos da obra
missionária de Cristo propriamente dita destacando o desenrolar da mesma dentro
dos evangelhos sinóticos e do evangelho de João, obra esta que só pôde ser
realizada após o ministério de João Batista. Assim, após estes devidos
esclarecimentos fica justificado o “por quê” deste ponto vir somente aqui.



1.2.1 Jesus e sua História Missionária nos Evangelhos:



     Os estudiosos têm separado o ministério de Cristo em fases que eles chamam
de anos, os quais são: ano da preparação, popularidade, paixão e vida ressuscitada.
Neste período missionário denominado de preparação Cristo concentra boa parte
10
das suas atividades nas regiões da Galiléia. Tudo indica que neste período Ele fazia
viagens que iam da sua cidade residente (Nazaré) na Galiléia até o Jordão onde
João Batista batizava e, posteriormente voltava para Nazaré. Tudo indica que nestas
viagens ao rio Jordão Jesus visitava as duas províncias que ficavam nas margens
do rio, ou seja, Peréia e Judéia. Neste período de acordo com os sinóticos Ele
passava quase que desapercebido entre a multidão. Estes poucos relatos
descrevem de forma sucinta a atividade de Cristo neste período nos evangelhos,
sendo que no evangelho de João há mais relatos deste período os quais mostram-
nos que Cristo já possuía discípulos e Ele mesmo já realizava um certo tipo de
ministério paralelo ao de João Batista (ver João 3:22 – 24 e 4:1 – 2), sendo que de
forma mais anônima.


     Suas atividades que o revelam para o mundo, mais propriamente dito, dizem
respeito àquilo que conhecemos como ano de popularidade. A prisão de João
Batista e sua eventual saída de cena indicam nos evangelhos sinóticos o início da
missão de Cristo sob o ano de popularidade, possivelmente entre os anos 26-27
d.C. (ver Mt 4:12,13; Mc 1:14,15; Lc 4:14,15). Quando Ele chega à Galiléia depois
da prisão de João Batista esta é a mensagem que estronda dos seus lábios: “O
tempo está cumprido”. Com a chegada do reino de Deus, as pessoas tinham que se
arrepender e crer no Evangelho (Mc 1:14,15). Ele prega nas sinagogas da Galiléia e,
na sua cidade Ele é expulso da sinagoga após aplicar a si mesmo a profecia de Is
61:1,2. A recepção as suas mensagens são mistas. Muitos espalham a sua fama por
toda a Galiléia, louvando-o (Lc 4:14,15, enquanto outros ficavam furiosos porque Ele
estava abrindo o reino a pecadores, coletores de impostos e gentios (Lc 4:24 – 30).
Cafarnaum que é palco de grande parte de seu ministério público Ele escolhe os
seus discípulos e depois os chama de apóstolos. Em síntese, os dias de Jesus eram
cheios de atividades, pois Ele viajava pregando a boa nova, chamando as pessoas
ao arrependimento, curando os doentes, ensinando e expulsando demônios. Esta é
a forma que Mateus resume este período:


     “Percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o
evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo. E
a sua fama correu por toda a Síria; trouxeram-lhe, então, todos os doentes,
acometidos de várias enfermidades e tormentos: endemoninhados, lunáticos e
11
paralíticos. E ele os curou. E da Galiléia, Decápolis, Jerusalém, Judéia e d’além do
Jordão numerosas multidões o seguiam” (Mt 4:23-25).


     Neste período tudo indica que Cristo fez circuitos regulares de pregação e
ensino. Ele fazia longos discursos como os registrados em Mateus (Mt 5 – 7; 10:5 –
11.1; 13:1-53; 18:1 – 19:2; 24:1 – 25:46). Ao que parece em sua missão
evangelística Ele tinha o objetivo de alcançar o maior número possível de pessoas
com os seus sermões, pois estando em plena atividade missionária na Galiléia Ele
ausentava-se e ia pregar na região de Cesaréia de Filipe, nas regiões de Tiro e
Sidom na Fenícia e também prega em Decápolis. Ele também envia missionários (Mt
10:1-42) e, ao que nos parece, com o claro objetivo de alcançar territórios que Ele
não podia alcançar. Quando Cristo não ia as pessoas, as pessoas vinham até Ele.
Entretanto, tudo isto Ele fazia com muita responsabilidade, pois tinha hora para o
descanso (Mc 6:30 – 32). Ele também prega aos líderes religiosos que na sua
grande maioria são hostis para com Ele. Por isso Ele previu que fazer o que era
certo nem sempre traria louvor, por isso falou sobre a perseguição (Mt 5:10 – 12).
Em tudo isso Jesus estava treinando os seus seguidores para o que estava por vir.
Viria o tempo em que Ele não estaria com eles. Eles teriam que continuar sem a sua
presença física. Por isso Ele deu a eles um exemplo, por personificar o que
ensinava. Dessa forma, eles podiam ver o que teriam que fazer. Em segundo lugar,
Ele estabeleceu a organização reunindo os discípulos e indicando doze como
apóstolos acima deles. Ao selecionar doze, Ele estava traçando um paralelo entre a
obra de Deus no Antigo Testamento e sua própria obra no Novo Testamento. Em
terceiro lugar Ele enviou seus apóstolos a uma missão de pregação para que eles
conseguissem a experiência que precisariam quando fosse chegada a hora de faze-
los sozinhos. Em quarto lugar, ele os enviou dotados de seu próprio poder e
autoridade. Nada poderia resistir a eles, pois eles confiavam na força de Cristo.
Finalmente, Ele percorreu grandes distâncias para ensinar-lhes as coisas que eles
precisariam saber para seu ministério futuro. Com sua morte, a história missionária
deveria prosseguir através de seus discípulos, e, prosseguiu, pois nós somos as
provas vivas dessa história de missões.


     Por fim, após este longo período na Galiléia Ele ausenta-se definitivamente
desta região e, no outono de 29 d.C sobe a Jerusalém pois estava convicto que
12
tinha chegado a hora de cumprir o propósito de sua vida, que era morrer e
ressuscitar pelo do seu povo. Com esta resolução Ele dar início aquilo que
denominamos de o ano da paixão.


     Chegando em Jerusalém Ele participa da Festa dos Tabernáculos em outubro
de 29 d.C., e cura um homem que tinha nascido cego. Com este acontecimento uma
série de disputas suje por parte dos governantes porque o que tinha acontecido não
tinha sido sob seus auspícios. Tudo isto indica-nos que o objetivo de Cristo era claro,
ou seja, o de suscitar oposição contra si mesmo com a clara finalidade de leva-lo a
cruz. Após este fato Ele viaja a Peréia em dado momento mandou 72 de seus
seguidores em grupos de dois (LC 10.1-24), da mesma forma que tinha enviado os
doze apóstolos antes, para pregar o evangelho e expulsar demônios. Dessa forma,
podia se atingir muito mais gente e treinar muito mais nos meses que restavam de
sua vida na terra que se Ele tivesse tentado fazer sozinho. Percebe-se, desta
maneira, que mesmo em face da eminente morte que se aproxima o desejo
missionário de Cristo não esfria, muito pelo contrário, queima ainda muito mais forte.


     Jesus voltou a Jerusalém em dezembro para a festa da Dedicação. Ele se
apresentou como o Bom Pastor e, para defender isto, Jesus apelou para as boas
obras que vinha fazendo. Depois disso, retirou-se novamente para Betânia além do
Jordão, onde João tinha batizado antes (Jo 10:40). Depois de ensinar as pessoas lá,
Jesus viajou por toda a Judéia durante o inverno de 29 – 30 d.C. Só Lucas descreve
este período de forma extensa (Lc 11:1- 18:17). Nessa missão de pregação, Jesus
viajou de aldeia em aldeia (Lc 13:22) com grandes multidões o seguindo (LC 11:29;
12:1; 14:25), ensinando, nas sinagogas (Lc 13:10), comendo com importantes
fariseus (Lc 11:37; 14:1), e recebendo coletores de impostos, pecadores e até
criancinhas (Lc 15:1; 18:15). Ver-se, assim, que a história missionária de Cristo é
marcada com um forte desejo de evangelizar classes diferentes de pessoas, desde
aldeões, até criancinhas.


     Em meio a todo este trabalho Jesus continua a receber forte oposição, porém,
Ele seguia calmamente o seu ministério em direção a Jerusalém, pois se aproximava
a Festa da Páscoa e Ele sabia o que lhe aguardava. Nesta época acontece a
ressurreição de Lázaro narrada em João 11, a notícia deste acontecimento notável
13
se espalhou rapidamente até Jerusalém, onde os governantes judeus intensificaram
sua trama para tirar a vida de Jesus (Jo 11:53).


     Depois disso, Jesus deixou a Betânia e retirou-se ao norte para Efraim, no
limite do deserto (João 11:54). Fez então um circuito por Samaria até a fronteira da
Galiléia, a leste da Peréia, ao sul de Jericó, e de volta a Betânia, onde foi recebido
por Maria com uma demonstração abundante de devoção durante um banquete em
sua honra (João 12:1 – 8).


     Assim, no domingo antes da Páscoa em Abril de 30 d.C, Jesus se apresentou a
cidade de Jerusalém como o prometido de Deus, o Messias, chegando em
Jerusalém em triunfo sob aclamação do povo. Ele entre em Jerusalém de forma tão
majestosa e, por fim, é crucificado fora dela como um malfeitor. Entretanto, após sua
morte através da crucificação Ele ressuscita ao terceiro dia e reuni os seus
discípulos após o vasto tempo de preparação e os envia ao mundo para
continuarem aquilo que ele apenas começou, ou seja, realizar missões em todas as
nações “escrevendo” suas histórias missionárias como Ele escreveu a sua. No fim
dos quatro evangelhos encontramos quase que os mesmos dizeres: Ele disse em
Mateus 28: 18 – 20:


                            “Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi
                      dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações,
                      batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os
                      a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou
                      convosco todos os dias até à consumação do século”.


Em Marcos 16:15


                             “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda
                      criatura”.


Em Lucas 24:45 – 47


                            “Então, lhes abriu o entendimento para compreenderem as
                      Escrituras; e lhes disse: Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e
                      ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia e que em seu nome se
                      pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações,
                      começando de Jerusalém”.
14
Em João 20:21


                          “Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o
                     Pai me enviou, eu também vos envio”.



     Vemos, assim, que os quatro evangelhos descrevem os períodos da vida e
ministério de Cristo ressaltando sua atividade constante que visava alcançar a
salvação do seu povo. Com este objetivo em mente Ele suportou todo tipo de
dificuldades e oposições com um firme propósito que mesmo em face da morte não
vacilou. Está é, sem dúvida, a mais bela história das missões, história esta que deve
inspirar todos aqueles que almejam escrever sua própria história, para que fique
registrada como mais um dos capítulos da história das missões.



2 História das Missões em Atos dos Apóstolos:



     O Evangelho de Lucas termina basicamente com uma promessa missionária
que capacitaria os discípulos para a continuação da mesma, Jesus prometeu: “Eis
que envio sobre vós a promessa do meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até
que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24:49). Jesus ordena que os
discípulos fiquem em Jerusalém para aguardar o cumprimento da promessa, que
era, a descida do Espírito Santo e o derramamento de seu poder em suas vidas. Em
Atos 1:8, o Senhor Jesus, explica o propósito para o qual os discípulos seriam
revestidos com o poder do Espírito Santo: “... e sereis minhas testemunhas tanto em
Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”. Estava
estabelecida a comissão, ou seja, a ordenança, a todos os discípulos, de serem
testemunhas e disseminadores do Evangelho em todo lugar. No capítulo 2, vem,
então, o cumprimento da promessa (2: 1-4).


     É interessante notarmos o propósito de Deus, de juntar todos em um só corpo,
ou em uma só igreja as ovelhas perdidas, estabelecendo, assim, a união entre: os
crentes judeus e os prosélitos do judaísmo que estavam em Jerusalém - “que é o
marco claro estabelecido no dia de Pentecostes” (2: 5-13); Crentes judeus e
samaritanos – “que é o aspecto claro do por quê o Espírito Santo não desceu
imediatamente sobre os recém convertidos de Samaria” (8: 4-8); e judeus e gentios
15
– “a ponto de Pedro exclamar: aos gentios foi por Deus concedido o mesmo dom
que a nós no princípio” (10: 44-48).



2.1 O Evangelho em Jerusalém:



       Revestidos com o poder do Espírito Santo, os discípulos começaram a cumprir
a ordenança sendo usados pelo Senhor Deus, O Grande Missionário, para pregar o
Evangelho em Jerusalém. A estratégia estabelecida pelo Senhor Deus, é que, foram
atraídas à Jerusalém, pessoas de todas as nações a fim de participarem da festa de
Pentecostes1, sendo a ocasião oportuna para cumprir o propósito missionário. (2: 14-
37).


       Assim o Evangelho começou a ser pregado em toda a Jerusalém. Pedro
discursa, e três mil novos crentes são recebidos pelo Senhor Deus em Sua igreja.
Eles continuaram pregando e sendo usados por Deus para fazerem milagres e
prodígios, glorificando o nome do Senhor (3:1-10). A igreja louvava a Deus e vivia
com alegria e simplicidade, “enquanto acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que
iam sendo salvos”. (2:47)



2.1.2 O Evangelho na Judéia e Samaria:



       Mas, a ordem era avançar, não ficar apenas em Jerusalém. Então Deus, como
estratégia, permitiu que a igreja sofresse grande perseguição, mas experimentando,
também, grande livramento (4:1-31), com o propósito de expansão da igreja. A
história começa a mostrar como a perseguição da igreja em Jerusalém acabou
transformando-se em benefícios para a mesma, pois, os crentes que foram expulsos
de seus lares ou resolveram sair deles pregavam o Evangelho da salvação enquanto
iam de lugar em lugar. (8:4)


       Um deles foi Filipe, que deixou Jerusalém, passando pelas regiões da Judéia
seguindo para Samaria onde também pregou o Evangelho com grande êxito, pois, o
1
  FESTA DE PENTECOSTES - Festa da colheita, onde eram trazidas à Jerusalém, as primícias de toda colheita
para serem ofertadas em adoração ao Senhor.
16
povo prestava atenção a ele (8:6), e não a Simão (8:11). Os samaritanos deram
crédito a Filipe à medida que os evangelizava a respeito do reino de Deus e do
nome de Jesus Cristo, dando assim, prosseguimento ao cumprimento da ordem de
Jesus de testemunhar em Jerusalém, na Judéia, Samaria e até os confins da terra.



2.1.3 O Evangelho “Até os Confins da Terra”:



     Prosseguindo com seu propósito, o Senhor Deus, estrategicamente, usa Pedro
para levar o Evangelho aos gentios. Pedro estava na casa de Simão, o curtidor, em
Jope; teve fome, enquanto esperava que preparassem a refeição, teve uma visão de
um lençol com toda sorte de réptil da terra e aves do céu. Ouviu uma voz: “mata e
come”, mas, ele replicou: “de modo nenhum Senhor, jamais comi comida comum e
imunda”, então ele ouviu a voz pela segunda vez: “ao que Deus purificou não
consideres comum”. Vemos aqui, o propósito de Deus em unir os povos, para isso
Ele estava preparando Pedro para falar do Evangelho para o gentio Nicodemos.
Pedro recebeu os mensageiros mandados por Nicodemos e foi com eles, pregou-
lhes o Evangelho e receberam o Espírito Santo. (10: 1-48)



2.2 A História das Campanhas Missionárias de Paulo:



     No capítulo 13 deu-se o início das campanhas missionárias de Paulo,
evangelização sistemática dos gentios.


     A primeira em (11:19-30) relata a expansão da igreja para o norte, como
resultado da atividade evangelística de missionários anônimos que foram até a
Fenícia, Chipre e Antioquia anunciando a Palavra de Deus. Foi em Antioquia que os
discípulos foram pela primeira vez chamados de “cristãos”.


     A partir de Antioquia, Paulo e Barnabé, iniciaram sua primeira viagem
missionária; desceram a Selêucia e navegaram para Chipre, Salamina, Pafos,
chegaram a Perge da Panfília, em seguida a Antioquia da Pisídia. Uma das
estratégias de Paulo ao chegar em uma cidade era ir a sinagoga. Chegaram em
17
Icônio, Listra e Derbe. Em listra, Barnabé foi chamado Júpiter e Paulo de Mercúrio
por causa da cura de um aleijado dos pés, o mesmo era coxo desde o ventre. Na
viagem, encontraram irmãos sendo ensinados que se não fossem circuncidados não
poderiam ser salvos. Isso gerou uma grande discussão que os levaram ao concílio
em Jerusalém. Que determinaram quatro pontos a serem obedecidos (15: 22-29).



2.2.1 O Evangelho em Filipos:



     A Segunda viagem de Paulo, após ter uma visão de um homem que pedia que
passassem a Macedônia e os ajudassem, foi a Filipos. Ali encontrou uma mulher
chamada Lídia que vinha de Tiatira, era vendedora de púrpura, “o Senhor lhe abriu o
coração para atender às coisas que Paulo dizia” (16: 14). Então, ela e toda sua casa
foram batizadas. O Evangelho também alcançou uma escrava e o carcereiro
romano. Pelos anos 51 a 54 d.C., Paulo, já estava preso em Roma, de onde
escreveu a carta aos filipenses.



2.2.2 O Evangelho em Tessalônica:



     Paulo dá continuidade à sua viagem e chega em Tessalônica, como era
costume, ele usava a sinagoga para pregar o Evangelho. A esta igreja, Paulo,
escreveu duas cartas, provavelmente, quando estava em Corinto. Após ser
perseguido em Tessalônica ele foi a Beréia onde encontrou, segundo ele, cristãos
mais nobres, pois examinavam as Escrituras. Seguiu para Atenas onde encontrou o
altar ao deus desconhecido, foi convidado a explicar, no areópago, perante o povo,
sobre o deus desconhecido, pois ele se apresentou como representante do mesmo.
No final muitos creram, entre eles, Dionísio o areopagita e uma mulher chamada
Damaris.



2.2.3 O Evangelho em Corinto:



     De Atenas foi para Corinto (Atos 18), que por ser uma cidade de um povo
orgulhoso, gabavam-se de sua riqueza: era também uma cidade com grandes
18
práticas imorais, onde tinha um templo erguido em honra a Afrodite, deusa do amor,
que era servida por mil escravas que vagavam pelas ruas, à noite, como prostitutas.
Mas, o Evangelho de Cristo chamou os coríntios ao arrependimento e a santidade.
Paulo escreveu duas cartas aos coríntios.



2.2.4 O Evangelho em Éfeso:



        Na terceira viagem, Paulo vai a Éfeso (Atos 19) entrou na sinagoga e falou
ousadamente por três meses, mas, o povo falava mal do Caminho perante a
multidão. Então, Paulo, estrategicamente usou a escola de Tirano para ensinar
diariamente por um período de dois anos; e como conseqüência desse trabalho
todos os que habitavam na Ásia, tanto judeus como gregos, ouviram o Evangelho da
salvação. (19:10)


        Ainda em Éfeso, ouve grande tumulto acerca do Caminho, pois, certo ourives
chamado Demétrio que fazia, em prata, miniaturas do templo de Diana, juntou os
ourives e outras pessoas para protestar contra Paulo, pois, este dizia que não eram
Deuses os que se fazia com as mãos, então, aqueles homens passaram a clamar,
por duas horas pelo menos: “grande é a Diana dos efésios” (19:34). O escrivão da
cidade apaziguou a multidão e orientou para que fossem ao proconsul e fizessem a
acusação.


        Após o tumulto ter cessado (Atos 20), Paulo despediu-se dos discípulos e
partiu para Macedônia até a Grécia, depois, chegando a Síria voltou pela Macedônia
até a Ásia visitando outra vez os trabalhos fundados, aonde, ao chegar, participava
com os discípulos em comunhão. Em Trôade o discurso foi até a meia noite; um
rapaz chamado Êutico estava sentado em uma janela do terceiro andar e tomado de
um profundo sono caiu e foi dado como morto. Paulo foi até o moço e abraçando-o o
espírito lhe voltou e Ele continuou a pregar até ao amanhecer, depois partiu. (Atos
20:7)


        A caminho pela Costa Ocidental da Ásia Menor, na direção sul, ele despediu-se
dos anciãos de Éfeso que vieram encontrar-se com ele em Mileto. Ao mesmo tempo
19
em que prosseguia sua jornada em direção a Jerusalém, repetidas advertências
foram sendo dadas, de que ele seria detido e perseguido ali. Quando Paulo chegou
a Jerusalém, quatro crentes judeus haviam contraído impureza cerimonial durante o
período de um voto temporário do seu nazireado. Foi aconselhado pelos irmãos que
se juntasse com irmãos para que se santificassem, porém, chegaram alguns judeus
vindos da Ásia Menor, que equivocadamente pensaram que Paulo tinha feito entrar
no átrio do templo, onde só judeus poderiam entrar, seu colega gentio, chamado,
Trófimo. Os judeus causaram grande confusão, arrastaram Paulo para fora do
templo, procurando tirar sua vida, sendo necessário a intervenção do comandante
com os centuriões. Vemos nisto a oportunidade para Paulo chegar diante das
autoridades para pregar o Evangelho, estando no sinédrio pregou aos principais
sacerdotes. Devido à conspiração para matá-lo, foi enviado a Cesaréia onde falou
diante do governador Festo, e apelou para César. Falou para o rei Agripa; foi
enviado a Roma; depois de um trajeto muito difícil, chegou a seu destino.



2.2.5 O Evangelho em Roma:



     O Evangelho chegou em Roma provavelmente trazidos pelos romanos que
estiveram em Jerusalém no Dia de Pentecostes. A carta aos romanos foi escrita no
fim da terceira viagem de Paulo quando estava em Corinto, foi levado por Febe de
Cencréia, subúrbio de Corinto, que estava de saída para Roma (Rm 16:1-2).



3 As Estratégias de Paulo:



     Roberto Sper em seus livros falou das estratégias de Paulo, ele trabalhava nas
grandes cidades e tinha o povo judeu e os helenistas como alvo, e seu ponto de
partida era as sinagogas. Ele apresenta seis características da estratégia de Paulo:


1 – Equipe, Paulo trabalhava em equipe.
2 – Treinava os nativos,
3 – Flexibilidade cultural.
4 – Procurava povos não alcançados.
20
5 – Mesmo nível econômico.
6 – Seu método era pregar a Palavra.



3.1 Cronologia dos Escritos Bíblicos e a Soberania Divina:



     No Ano 60 Lucas escreve o Evangelho e o Livro de Atos. Neste mesmo período
o apóstolo Paulo escreve na prisão as epístolas aos efésios; aos Filipenses; aos
Colossenses, e a Filemom. No Ano 64 Ele escreveu 1Timóteo. Neste mesmo ano
houve as primeiras perseguições contra os cristãos; Nero atéia fogo em Roma e
culpa os cristãos. Um ano depois Pedro escreveu sua primeira epístola
possivelmente em Babilônia. Existe uma tradição, do segundo século, em abono
desta idéia. Roma é chamada Babilônia em Ap 17 e 18, assim como em Ap 11.8
Jerusalém é denominada "Sodoma", sendo a idéia a seguinte: Jerusalém trazia
então as marcas da impiedade relacionada com a Sodoma de Gn 18 e 19. Assim, na
mente de Pedro, a Roma dos seus dias lembrava a antiga Babilônia em riqueza,
luxúria e licenciosidade. Pode bem ser que empregasse o termo "Babilônia" em vez
de Roma por uma medida de prudência, d’outra sorte a carta, caindo por
inadvertência nas mãos de algum funcionário romano, este ao ler o pós-escrito se
ofenderia, o que não podia deixar de ser possível, e isto então desse lugar a duras
conseqüências para os cristãos. A opinião de que o termo "Babilônia" usa-se aqui
para significar Roma era aceita universalmente na era cristã primitiva e ainda hoje se
tem como plausível. No mesmo ano Paulo escreve a epístola a Tito a qual não
podemos afirmar de onde
      .
     Entre os anos de 66 - 67 Pedro escreve sua segunda epístola que foi escrita
não muito antes do martírio desse apóstolo; a data, pois, seria mais ou menos 66 ou
67 A. D. Tivera notícias acerca da obra dos falsos mestres na Igreja e então exorta
os cristãos a perseverarem na verdade, ainda que rodeados de erros e infidelidade.
Adverte os falsos mestres sobre o crime que estão cometendo e o perigo que daí
decorre, apontando para a segunda vinda do Senhor que para eles não seria
ocasião de alegria, senão de juízo. Os cristãos, por outro lado, devem viver à luz
dessa vinda; insta com eles para que se santifiquem e sejam diligentes, ao mesmo
tempo humildes, como convém aos que esperam pela aparição do Senhor Jesus.
21


     No Ano 67 Paulo escreve a segunda epístola a Timóteo não se podendo dizer
com certeza o local de sua escrita, possivelmente ele encontrava-se em seu último
aprisionamento.


     Provavelmente nos meados do ano 68 João Marcos escreveu o Evangelho. As
maiorias dos eruditos, seguindo evidências antigas, apontam Roma como o lugar em
que foi escrito. Dr. Graham Scroggie considera que 1Pe 5.13 tende a confirmar esta
idéia, caso Babilônia significasse Roma. Outros sugerem Alexandria, Cesaréia e
Antioquia da Síria. É provável que este evangelho fosse escrito para leitores
gentílicos em geral e mais particularmente para os romanos. Há relativamente
poucas citações e alusões tiradas do Velho Testamento; expressões aramaicas são
interpretadas (Mc 5.41); os costumes dos judeus são explicados (v.g. Mc 7.3-11);
algumas palavras latinas aparecem. O teor geral da obra, que representa a
incessante atividade do Senhor e Seu poder sobre os demônios, a enfermidade e a
morte, atrairia o leitor romano, interessado mais em atividade do que em palavras.


     Neste mesmo período, em meados do ano 68 d.C Judas, irmão de Jesus,
escreve sua epístola (Mt 13.55; Mc 6.3). Durante a vida terrestre de Jesus, Seus
irmãos não criam nEle (Mt 12.46; Mc 3.31; Lc 8.19; Jo 7.3-9). Entretanto, são
encontrados entre os discípulos no início do livro dos Atos (At 1.14), e Tiago tornou-
se um dos líderes mais destacados da igreja em Jerusalém (At 15.13-21.18; Gl 2.9).
É assim que muitos julgam que esta breve carta seja da autoria de Judas, o irmão
menos conhecido de Jesus. Nada há na epístola que exclua a possibilidade de ela
ter sido escrita no tempo da vida deste Judas, filho menor na família terrena de
Jesus. As condições na igreja descritas na carta não são incompatíveis com as do
fim do primeiro século, embora seja verdade que correspondem também à situação
criada pelo gnosticismo no segundo século. 1Coríntos revela condições semelhantes
àquelas mencionadas nesta epístola geral, cujo teor dá a entender que o autor se
sente perturbado por novidades que apenas começam a insinuar-se na igreja. Por
estas razões, alguns que não aceitam a autoria de Judas, irmão de Jesus, dão como
data da epístola o fim do século primeiro. A epístola foi escrita em conseqüência de
uma situação que se produziu no seio da igreja. Homens, sob a profissão do
Cristianismo, estavam-se metendo em franca imoralidade "tornando a graça de Deus
22
em luxúria". Outrossim, mostravam um baixo padrão moral em outros sentidos. Na
teoria e na prática, estavam pervertendo a doutrina evangélica da graça. Ainda que a
carta não tenha destino certo indicado no texto, parece ter sido escrita a alguma
comunidade desconhecida de cristãos, membros de uma igreja gentílica. Essa igreja
sentiu certa influência pagã, conhecida pelo autor, e, por conseguinte uma falsa
interpretação da fé cristã estava espalhando-se. O autor manda uma missiva
enérgica para combater esta influência nociva, que ameaça os leitores, e, ao mesmo
tempo, ele procura animá-los a resistir-lhe.


     Ao ano de 68 é também atribuída a escrita da epístola aos Hebreus. Não se
sabe com certeza quem foi o autor desta epístola e muitas têm sido as suposições
de quem foi o seu autor. Em Alexandria, onde a epístola foi aceita por seus próprios
méritos, há evidência de uma tendência crescente, no terceiro século de nossa era,
de ligá-la ao apóstolo Paulo, ainda que bastante indiretamente. Clemente sugeriu
que Paulo escreveu-a em hebraico e que Lucas a traduziu para o grego. Orígenes
se inclinava a pensar que os pensamentos originais fossem do apóstolo, ainda que
não a forma escrita e a linguagem final. Tal conexão dessa epístola ao nome de
Paulo muito contribuiu para que lhe conferissem autoridade apostólica, na falta do
que muitos hesitaram em aceitá-la como canônica. Conseqüentemente, muitas
cópias manuscritas vieram a ser intituladas "A Epístola de Paulo aos Hebreus".
Entretanto, essa atribuição da epístola ao apóstolo, não é aceita pela maioria dos
eruditos contemporâneos. A própria evidência interna da epístola, como sua
linguagem, estilo e conteúdo, é considerada como prova conclusiva contra essa
suposição (por exemplo, contrastar Hb 2.3 com Gl 1.12; Gl 2.6).


     Entre os anos de 85 a 90, O apóstolo João escreve 3 epístolas e o Evangelho.
As epístolas que trazem o nome de João são anônimas. A primeira não tem
dedicatória nem assinatura. Há, porém, afinidades tão íntimas entre ela e o quarto
Evangelho, no tocante ao estilo e à matéria versada, que a maioria dos eruditos
concorda que os quatro escritos tiveram um só autor. Até mesmo os poucos que
pensam diferentemente são constrangidos a admitir que o escritor da primeira
epístola deve ter sido alguém que recebeu forte influência do autor do Evangelho.
Não há razão para se rejeitar a tradição de ter sido o apóstolo João, filho de
Zebedeu, o autor dos quatro documentos. E, em Patmos, João tem a visão e
23
escreve o livro de apocalipse. Recentes escritores sobre o Apocalipse se inclinam à
aceitação da tradição dos primeiros cristãos de que foi escrito pelos fins do reinado
de Domiciano, i. e., cerca de 96. O autor do Apocalipse designa-se simplesmente
João. Embora residente na Ásia Menor (ou, antes, Ásia proconsular), ele era
claramente um cristão hebreu como a linguagem e o estilo do livro revelam, e
assumiu posição de influência entre as igrejas dessa região. Era natural, em vista da
forte tradição de que João, o filho de Zebedeu, emigrou para Éfeso, que os
escritores cristãos identificassem João, o apóstolo, com o vidente que escreveu o
Apocalipse. O motivo mais ponderável para essa conclusão é, talvez, o fato que o
profeta simplesmente se chama "João", como se não houvesse nenhum outro líder
cristão nessa região com quem ele pudesse ser confundido. As muitas afinidades
notáveis de pensamento e redação entre o Evangelho e o Apocalipse, quanto aos
pormenores, também reclamam o reconhecimento de alguma ligação na autoria dos
dois livros. O livro reflete os princípios de uma crise de perseguição prestes a
rebentar com toda a fúria sobre os cristãos da Ásia e, finalmente, sobre a igreja em
toda a parte.


     Assim sendo, nota-se que, enquanto as atividades missionárias da Igreja eram
realizadas, Deus trabalhava junto aos seus servos levando-os a escrever a
revelação neotestamentária dentro de um contexto histórico específico que, apesar
dos vários contextos que nos encontramos hoje, serviriam para direcionar toda a
vida doutrinária e missionária que a Igreja empreenderia posteriormente. É Deus
trabalhando em prol do seu povo.



4 A História das Missões Entre os Anos 100 a 500 d.c.:



     No começo deste período os cristãos chegaram a ver um mundo, em alguns
aspectos, favoráveis à pregação do Evangelho. Pois, o Império Romano impusera,
numa grande área do mundo então conhecida disciplina e unidade de forma
bastante intensa, até aí desconhecidas. Mas, a paz nunca foi total. Havia sempre
ameaças nas fronteiras; a revolta nas províncias tornara-se incontrolável: a queda
deste ou daquele imperador ameaçava sempre a organização intrincadamente
equilibrada do Império, embora muito mais tarde conseguisse derrubá-la. Contudo, a
24
paz não deixava de ser uma realidade. Onde os romanos chegavam, construíam
estradas, bem delineadas e pavimentadas, através dos montes e vales. Mais tarde,
quando a ordem romana ruiu e as estradas foram abandonadas, uma grande parte
da humanidade passou a viver em aldeias dispersas, que durante os longos
invernos ficavam sem comunicações com os outros centros habitados. Mas no
tempo de Roma isso não sucedia, as viagens ofereciam maior segurança e eram
mais rápidas do que em qualquer outro período, antes do século XIX.


     A Igreja, nos seus primeiros dias, falava aramaico, idioma corrente na
Palestina. No decurso do tempo, verificou-se ser necessário empregar várias línguas
para a expressão da sua fé. Mas, quase de início, era fundamentalmente uma Igreja
de língua grega. O Império Romano aceitara o grego, tanto para fins comerciais,
como para meio de comunicação familiar entre os homens educados. Quem
soubesse grego poderia ir a todo o lado, que sempre encontraria amigos com quem
falar; quando as Igrejas de Lyons e Vienne, no Sul da França, cerca de 177 d. C.,
desejaram comunicar com o resto do mundo cristão, para o informar a cerca das
terríveis perseguições que haviam sofrido, foi em grego que se lhes dirigiram. Mais
ainda: as conquistas de Alexandre no século IV a.C. haviam difundido a civilização e
a língua grega até ao próprio coração da Ásia. Um reino grego mantivera-se cerca
de dois séculos na fronteira com a Índia, e, durante um certo período, no interior
deste último país, com notáveis influências sobre a arte indiana.


     Talvez mais importante que qualquer dos dois fatores que mencionamos atrás,
foi a presença dos judeus, durante muitos anos, em todas as regiões do Império
Romano. É impossível saber quantos foram, mas algumas autoridades calculam que
representassem cerca de sete por cento da população total. Esses judeus formaram
um povo vigoroso, ativo e por vezes turbulento. Apesar da sua falta de amizade e da
sua secura, haviam conseguido exercer uma influência notável nos povos vizinhos,
atraindo muitos deles para a fé judaica. A procura da sabedoria era uma paixão
antiga nos gregos, sempre em busca de novidades; a sinagoga ofereceu-lhes uma
sabedoria profunda e dinâmica, aparentemente mais antiga quer a de Homero. O
monoteísmo andava no ar; o Velho Testamento estabelecera um monoteísmo mais
puro, mais radical e mais pessoal que qualquer outro sistema conhecido do mundo
antigo. Alguns gentios submeteram-se ao rito da circuncisão, passando assim a
25
pertencer ao povo dos judeus; a maioria ficava na categoria dos “tementes a Deus”,
espectadores interessados, que encontramos com tanta freqüência nas páginas dos
Atos dos Apóstolos.


     Foi neste grupo que a pregação do Evangelho encontrou a sua resposta mais
firme e imediata. Quando se tornou claro aos olhos destes gentios que, sem passar
pelo rito da circuncisão (que tanto os gregos como os romanos consideravam
repulsivos), podiam ganhar não só o que o judaísmo lhes oferecia, mas ainda algo
mais, não lhes foi difícil aceitar a fé de Jesus Cristo. A presença desta elite
diferenciou as missões da era apostólica das de épocas subseqüentes, fazendo com
que a comparação se torne quase impossível. Estes povos, ou os melhores
indivíduos entre eles, haviam sendo bem instruídos pelo Antigo Testamento, de que
aceitaram a moral e as idéias teológicas. Muitos deles trouxeram para a sua fé cristã
a base de compreensão e de caráter disciplinado, que lhes permitia ocuparem
naturalmente posições destacadas na chefia das novas congregações cristãs. E, em
certos casos, tornaram-se pioneiros do desenvolvimento do pensamento da Igreja.


     O segundo século foi um período perturbado e ansioso. O homem buscava de
novo a alma e encontrava-se livre, diante de vários tipos de religião. Nos últimos
anos tem-se escrito muito acerca das “religiões do mistério” do Império Romano em
decadência, como paralelo, e talvez como origem, da doutrina cristã. É indubitável
que alguns destes mistérios respeitavam a deuses que morriam e ressuscitavam, às
cerimônias de iniciação e refeições sagradas, cujo objetivo consistia em conseguir
uma certa forma de participação do crente na vida do deus. Uma investigação
cautelosa mostrou existirem poucos indícios da influência direta dos mistérios na fé
e na prática cristã; as semelhanças são mais o resultado de desenvolvimento
paralelo em situações equivalentes, do que contribuições diretas. Na realidade, os
pensadores cristãos parece haverem entrado diretamente em conflito com os
mistérios, que consideravam disfarces diabólicos da verdadeira revelação de Deus.
Contudo, as religiões de mistérios e o seu desenvolvimento, nos primeiros séculos
da nossa era, são como evidências do desejo irreprimível do homem em conseguir
obter certezas a respeito de Deus e do seu destino; nesse sentido, pode dizer-se
que serviram de preparação ao Evangelho.
26
     Paulo foi o maior e provavelmente o mais sistemático de todos os primeiros
missionários. Teve por objetivo trabalhar entre os gentios. Após a conquista da
região da Ásia ele deseja alcançar a Europa com uma parceria com a Igreja
Romana. No entanto, não temos confirmação de nenhum trabalho estabelecido em
outras regiões fora da que citamos, possivelmente em outras direções a Igreja
também se expandia nas regiões do Oriente.


     Outras evidências comprovam-nos a rápida difusão do cristianismo neste
período, as epístolas de Inácio e o medo de Plínio de que os santuários dos deuses
viessem a ficar inteiramente desertos comprovam-nos o quanto o cristianismo estava
empactando a sociedade de então. Com a destruição de Jerusalém a Igreja no ano
70 d.C. não chegou ao fim, ao invés disso instalou-se em Antioquia na Síria, onde
passou a ser o seu segundo lar. Na capital do Oriente, a fé cristã enraizou-se
fortemente e desenvolveu-se sob uma sucessão de vários bispos notáveis dos quais
não temos conhecimento. Vale ressaltar, entretanto, que para o fim do século IV
apesar desta informação provir de uma época consideravelmente posterior, a
população de Antioquia andaria a roda de 500.000 habitantes, dos quais mais da
metade seriam cristãos.


     A Ásia Menor que nos tempos de Paulo apontava para um progresso promissor
não se concretizou, visto que não teve tanto sucesso entre os povos mais atrasados
que conversavam em suas línguas nativas e não no grego comum.


     O terceiro centro do mundo cristão era Roma, que só passou a proclamar o
domínio universal no século IV. Esta Igreja foi fundamental dentro das disputas
teológicas que cercaram os anos de 100 a 400 a.C. é evidente que de início a Igreja
de Roma possuía a classe dos mais pobres sendo por mais de cem anos uma igreja
de língua grega. O povo mais culto que falava latim veio a ser ganho através do
bispo Vítor, entre os anos de 189-199 d.C., assim a Igreja penetra nas classes mais
altas da sociedade. Pelo fato desta Igreja está situada em um dos pólos mais
atrativos propiciou-lhe um rápido crescimento, segundo Harnack, Roma possuía
uma população cristã de pelo menos 30.000 seguidores.
27
     Enquanto isso, na Gália e na Espanha, o progresso foi muito vagaroso. Irineu
(130 a 200) bispo de Lyon chega a evangelizar os povos tribais. A verdade é que já
no século III, haviam varias Igrejas estabelecidas na Espanha, tendo umas 36
dioceses espalhadas.


     Na Inglaterra não se tem certeza do ano em que foi estabelecido o cristianismo,
alguns associam Paulo ou um dos seus companheiros como missionários nesta
região, o que é pouco provável, entretanto, Tertuliano já nos dá informação sobre os
crentes de língua inglesa no ano de 208 d.C., por certo, podemos afirmar que em
314 a Inglaterra já se encontrava representada no Concílio de Arles na França
Meridional.


     O Evangelho também chega muito cedo ao Egito, sem podermos estabelecer
uma data precisa, porém, Alexandria, com toda certeza, já possuía uma classe de
crentes pensadores que se tornaram seguidores de Fílon. Eles foram os pioneiros
nestas regiões da Grécia não cristã. Pensadores como Clemente (150–215) e
Orígenes (185–254), embora se conservando firmemente dentro da doutrina
ortodoxa da revelação do Pai, através do Filho, que é também Palavra divina,
puderam reconhecer na filosofia grega uma verdadeira preparação para o evangelho
de Cristo e crer que o Deus que guiava os destinos de Israel se encontrava também
atuante na história dos gregos.


     O cristianismo no Egito não se limitava aos que falavam grego. A tradução das
Escrituras em vários dialetos da língua que hoje conhecemos pelo nome de copta
começou em meados do século III. Por essa época, ou um pouco mais tarde, os
desertos começaram a encher-se de monges e de eremitas. Os habitantes desertos,
na grande maioria, falavam copta e pouco ou nada sabiam de grego. O fanatismo
que por vezes revelavam não justifica, entretanto, as ásperas observações de
Edward Gibbon acerca do triunfo do barbarismo e da religião. Mas este lado sombrio
deve comparar-se com a simplicidade e devoção manifestadas em quase todas as
páginas das vidas dos Padres do Deserto.


     Cirene é mencionada em quatro passagens do Novo testamento: Simão de
Cirene transportou a cruz de Cristo; quando Pedro apresentou seu primeiro sermão
28
no dia de Pentecostes encontrava-se presente cirineus, os cirineus tomaram parte
decisiva no transporte dos evangelhos de Israel para o mundo gentio, graças ao
maravilhoso Sinésio persuadido em 410 que se tornou bispo da sua cidade nativa.
Existiam seis bispados nesta região. O evangelho penetrou mais rapidamente ao
norte da África, hoje, Tunísia e Argélia. A literatura latina Cristã surgiu provavelmente
no norte da África, representada, pelos ex-homens do fórum Tertuliano (160–220) e
Cipriano.


     A igreja do norte de África era a igreja de bispos, cada cidade tinha o seu bispo.
Esta igreja como a do Egito, debatia-se com o problema da raça e do idioma. Parece
evidente que fatores lingüísticos e raciais entre outros, também condicionaram o
cisma donatista, que despedaçou a igreja da África do norte, geração após geração
e a enfraqueceu sem qualquer esperança. Na visão geral do fim do século III não
havia nenhuma do Império Romano que não tivesse sido penetrada em maior ou
menor extensão pelo evangelho. Porém, sua influência era desigual. A maior parte
da igreja falava grego e latim e os povos camponeses encontravam-se em uma
vasta extensão, alheios à sua influência.


     Quais os fatores que permitiam a difusão das sagradas Escrituras?
     O primeiro e mais importante fator a considerar, é a fervorosa convicção que
possuíam muitos dos primeiros cristãos.


     Novas comunidades cristãs recomendavam-se a si mesmas pela evidente
pureza de suas vidas. Nos primeiros dias do Império romano, o sentido de
comunidade e de lealdade mutua foram muito forte, a desorganização da sociedade
resultava no enfraquecimento de lealdade local e embora os estóicos a tivessem
tento substituir por uma lealdade mais ampla na sua doutrina do homem como
cidadão do mundo, expresso pelo imperado estóico Marcos Aurélio.


     O que os estóicos queriam, foi criado pelos cristãos, que era uma sociedade
em todos eram bem vindos sem distinção, discriminação. O cristão onde quer que se
encontrasse sabia que pertencia a uma sociedade potencialmente mundial e que
estava obrigado pelos princípios de um único Senhor, e de uma única fé, um único
batismo. O Teísmo (isto é a fé cristã) progrediu especialmente devido os serviços
29
prestados a estranhos e aos cuidados com o enterro dos mortos. Devemos
considerar o efeito da perseguição aos cristãos sobre a opinião pública. Até a
perseguição sistemática ordenada pelo imperador Décio em meados do éculo III,
quando a perseguição se iniciou, a mesma deve-se mais às pressões populares do
que ao resultado de uma campanha planejada por parte das autoridades. Todos
cristãos sabiam que mais cedo ou mais tarde teriam de testemunhar de sua fé a
custa de sua própria vida. Quando ocorria uma perseguição, o martírio
experimentava a maior publicidade possível, o publico romano era cruel e duro mas
nem sempre desprovido de compaixão, e não restam duvida de que as atividades
dos mártires e particularmente das mulheres jovens que sofriam juntamente com os
homens provocou uma profunda impressão.


     Nos primeiros vinte anos do século IV, a situação modificou-se pois o
imperador Constantino (274-337) mostrou-se progressivamente favorável à nova
religião, aceitando-a como religião do estado. Aceitou o batismo cristão das mãos do
seu amigo Eusébio de Nicomédia. Os cristãos puderam sais das catacumbas e
beneficiar-se dos favores imperiais. No final do século II o inteligente Celso de
Alexandria escreveu um livro contra os cristãos. Justino Marte (100-165) nascido na
antiga Shechen, procurava a verdadeira sabedoria em muitas escolas filosóficas, só
quando encontrou um professor cristão em Éfeso, pode descobrir no Evangelho a
solução para seus problemas. Surgiram muitos filósofos como Tácito, Amiano,
Marcelino, Luciano, Pholino, Clemente, Orígenes, Tertuliano, o que originou a
literatura cristã foi o fato destes homens terem algo de vital importância a dizer.


     O cristianismo estava na moda e a maioria dos homens como hoje,
consideravam conveniente seguir a moda. Em tudo havia perigo. A fé tornou-se
superficial e identificou-se com a aceitação de ensinamentos dogmáticos, mais do
que com uma transformação radical do próprio eu. Como a Igreja enriquecera, as
dioceses tornavam-se objetos de controvérsias, mais do que instrumentos de
serviços humildes. Com esta nova liberdade, a igreja podia penetrar no mundo, e, ao
mesmo tempo, de forma perigosa, o mundo entrava na igreja. O século IV foi o
período do desenvolvimento das grandes literaturas clássicas.
30
     É de notar que mesmo antes da grande transformação que se realizou na era
de Constantino, a igreja ultrapassava já as fronteiras imperiais.


     O siríaco é uma língua semita semelhante ao hebraico e aramaico. O
cristianismo de língua siríaca tinha um caráter próprio, eles eram simples, diretos e
introspectivos.


     Na Índia do Sudoeste a igreja dos cristãos de Tomé ainda existe. A duas
certezas absolutas: 1º sabemos que esta igreja existe desde os primeiros tempos
cristãos; 2º podemos dizer que a igreja de São Tomé no Sul da Índia, no primeiro
século, teria sido perfeitamente possível. A fé continuará sem duvida a afirmar ate os
fins dos tempos a origem diretamente apostólica da igreja indiana.


     O Evangelho estendeu-se da Capadócia a Armênia, onde o seu mais notável
difusor foi Gregório que nascera 213, estudara nas classes de Orígenes em
Cesaréia e deixou uma nobre oração de louvor ao seu grande professor. Os godos
obtiveram seu primeiro conhecimento do Evangelho por prisioneiros capadocianos,
mas a evangelização só começou com a vida de Ufilas (311 a 383) um dos mais
notáveis dos missionários de qualquer período da historia da igreja.


     Ufilas parece ter sido filho de pai capadociano e de mãe goda. O maior serviço
por ele prestado consistiu em ter reduzido a linguagem gótica à escrita e em traduzir
a Bíblia para este idioma.


     Acerca dos povos entre o Danúbio e o Mar do Norte, existe um grande
desconhecimento a respeito do que se passava neste período. Patrício nascera, em
algum lugar na Inglaterra, cerca de 389 d.C. Aos 16 anos de idade, um bando de
mercenários irlandeses desceu sobre a Inglaterra e raptou um certo numero de
pessoas. Patrício encontrava-se entre estas. Seis anos passou como pastor, entre
os bárbaros nas montanhas selvagens da Irlanda. No fim desse período, Patrício
fugiu para França onde se tornou monge da Abadia de Lerins.


     Patrício decide regressar a Irlanda. É possível que tenha regressado a Irlanda
cerca de 432 e houvesse prosseguido seu trabalho até morrer em 461. a Irlanda era
31
um país quase inteiramente pagão. Deparou-se com muita oposição, por parte dos
representantes da velha religião, dos reis que tentou converter, dos ataques
britânicos que perturbava a sua obra e massacrava os convertidos. Mas sobreviveu
aos seus inimigos e cansou a oposição. Na altura da sua morte a Irlanda era já em
grande parte um país cristão.


     O fim do século V assistiu em França a um acontecimento que tem sido
justamente considerado como um dos momentos culminantes da historia cristã, o
batismo de Clovis, reis dos francos.


     No ano 500, a igreja podia contemplar 500 anos de êxitos miraculosos. Não
conhecia ainda quase nada das antigas e estáveis civilizações da índia e da china,
mas constituíra-se na maior força civilizadora do mundo Ocidental.


     Nos grandes concílios desenvolvera um maravilhoso instrumento para
expressão e a conservação da unidade cristã.


     Poderia parecer que a igreja iria buscar progressos constantes e sem
obstáculos até tornar-se literalmente co-extensiva com o mundo habitado e com a
raça humana. Na realidade, a partir do ano 500 iria entrar num período de conflitos
de amargos e desanimadores. Envolver-se-ia em lutas desesperadas, em duas
frentes. Uma, depois de mais de 500 anos de esforços, sairia quase inteiramente
vitoriosa. Outra iria sofrer terríveis perdas e durante mais de 500 anos limitar-se-ia a
conservar o que lhe pertencia.
32


                             CAPÍTULO II
                       DIFUSÃO DO CRISTIANISMO


                          A HISTÓRIA DAS MISSÕES
                           NO PERÍODO DAS TREVAS




       No Século VI ocorre a decadência do império romano. Esta se deu em
decorrência de causas internas como: corrupção no senado; decadência econômica
e moral; e de causa externa: invasão dos bárbaros.


Como conseqüências:


   -    A Europa perde a liderança política, e a igreja toma para si o papel de liderar
        politicamente a Europa com a sede do papado em Roma;
   -    Fortalecimento da igreja romana que toma as principais decisões universais;
   -    Divisão do império romano em ocidente e oriente, Roma e Constantinopla.



Columba:



       O trabalho missionário, veio a ser realizados por missionários anônimos; e
também por Columba que foi missionário entre os celtas (521-597). Este preparou
monges, que passaram a ter um estilo próprio de fazer missão. Quando chegavam
em um país estranho, trabalhavam para construção de vilas missionária e
choupanas para os monges. Columba comandava um grupo de monges celtas na
Ilha de Iona, que estaa localizada na costa da Escócia, de onde enviava
missionários para Escócia, Bretanha e Irlanda e até Islândia.
33
     Havia na Inglaterra duas formas de cristianismo, a romana e a escocesa. Elas
diferiam apenas em alguns ritos religiosos. A principal diferença, todavia era que os
missionários romanos reconheciam a autoridade papal, ao passo que os monges
escoceses, cujo cristianismo não fora originário de Roma, não seguiam suas regras.
Em 664, em um sínodo, por causa da influência do rei Oswin, ficou decidido, que a
Igreja inglesa obedecesse a autoridade de Roma.


     Nos século VI e VII, as regiões da Europa mais remota eram as ilhas
Saxônicas e o extremo norte dos mares Bálticos e Mar do norte. Portanto estas
regiões tornaram-se alvo das missões romanas. Gregório I (540-640), ao ver os
ingleses dos olhos azuis chamou-os de anjos, seu sonho era de ser um missionário
entre os saxões, de família nobre, foi considerado o maior missionário da igreja
medieval, foi eleito prefeito de Roma e depois, tornou-se monge em seguida
embaixador do bispo de Roma em Constantinopla, depois da sua volta à Roma foi
escolhido abade do mosteiro de Santo André. Substituiu o papa Pelágio que morreu
em 590.


     Após ter assumido o papado cuidou em fazer realizar seu sonho, enviando o
missionário Agostinho com uma companhia de monges que com muitas dificuldades
na viagem chegaram entre os celtas para começarem um trabalho. O resultado do
trabalho foi a conversão do rei Edelberto de Kent e dez mil saxões foram batizados.


     Com todos estes esforços realizados por estes desbravadores da idade média
até o final desta época, todas as regiões remotas da Europa, Islândia, Irlanda,
Escócia, Bretanha (atual Inglaterra), Germana e o Mar do Norte, já estavam
evangelizados.


Bonifácio:


     O apóstolo da Alemanha (680-754), foi consagrado em Roma em 722 como
bispo da fronteira germana pelo papa Gregório II, no seu retorno Bonifácio destruiu o
altar pagão dos germanos e com a madeira do carvalho, onde era realizada a
consagração pagã, ele construiu uma capela em honra a São Pedro. Ao envelhecer
34
resolveu trabalhar entre os bárbaros do extremo norte da Gália, aonde com muito
êxito veio a falecer.


     Muito mais difícil, perigosa, e desastrosa, foi a luta da igreja na outra frente. Em
622 o profeta Maomé deslocou-se de Meca para Medina, depois de congregar um
numero muito grande de peregrinos com base na sua mensagem monoteísta
avançou nos desertos da Arábia para o resto do mundo. Em 650 conquistou a
Pérsia, Jerusalém em 638, Cesárea em 640, com isto a palestina e a Síria caíram
em domínio mulçumano. E em 642, Alexandria foi capturada, esta milícia conquistou
desde o Egito a todo norte da África, e em 697, conquistou Cartago, em 715 a maior
parte da Espanha encontrava-se em mãos mulçumanas, atravessando o Estreito de
Gibraltar, passando pela Espanha sofreram a sua primeira derrota em 732 contra o
general Carlos Martel em Taurs na França. O Islã nunca conseguiu estabelecer-se
ao norte da Europa, contudo o seu avanço prosseguiu em direção a Roma que foi
atacada e saqueada por esta milícia, mas posteriormente eles conseguiram
enfraquecer o movimento missionário das igrejas principalmente no oriente até a
queda de Constantinopla pelos turcos otomanos em 1453, pondo fim a idade média.



Conseqüências:



     O islamismo não conseguiu o domínio da Europa ocidental, mas enfraqueceu o
cristianismo da Ásia menor e África, fechando quase que definitivamente as portas
destas regiões ao cristianismo até os dias de hoje.


     Por incrível que pareça a conquista da Ásia menor pelo islã trouxe um grande
benefício para igreja do ocidente, benefício este que somente interessava ao papado
de Roma, quanto que na verdade o avanço do islã trouxe grandes perdas para o
cristianismo em geral. Sempre houve diferenças entre os bispos de Roma e de
Constantinopla, briga por maiores influencia. A Igreja Nestoriana do oriente já
enfraquecida pelas confusões doutrinárias que vinham a muito minando as suas
bases agora sofre um abalo ainda maior com as conquistas do islã, e com o papa de
Roma tornando-se o mais importante chefe do cristianismo do mundo. Estes
acontecimentos fecharam o mediterrâneo desde a Península Ibérica até o Japão,
35
voltando para o ocidente pela costa sul do mediterrâneo até Marrocos, deixando
como conseqüência àquilo que nos chamamos nos tempos atuais de janela 10/40
que se constituiu na região do planeta terra considerada a mais resistente a
pregação do evangelho.


     A tradição cristã pintou um quadro trágico do destino dos cristãos perante o
avanço islâmico, em termos das seguintes alternativas: a morte, ou a apostasia, eles
tinham que opinar entre o abandono da fé ou serem martirizados. Houve grandes
massacres e, sem dúvida muitas perdas de vidas, muitos cristãos converteram-se ao
islamismo. Mas o fato mais surpreendente destas invasões consistiu nas poucas
perdas de vidas em face do tão rápido desfacelamento da civilização cristã. Os
cristãos do oriente que resistiram ao islã perderam os privilégios e os direitos sociais,
passaram a pertencer a uma segunda classe social com uma carga tributária muito
alta e não podiam igualar-se aos mulçumanos. Os árabes não desejavam exterminar
ou converter a todos os cristãos, eles não eram agricultores e nem administradores,
por isso precisavam manter parte dos cristãos para estas tarefas.


     As missões também contribuíram, em parte, para o soerguimento do poder de
Roma. Quando os papas enviavam missionários, encarregavam-nos de tornar as
terras conquistadas obedientes aos papas. Assim, cada conquista para o
cristianismo era outra para o poder do papa. Vimos como a igreja na Inglaterra caiu
sob a autoridade dos papas, pela atuação dos missionários romanos, Agostinho e
outros que atuavam junto aos missionários celtas para os conduzirem à obediência
ao papado.


     Concluímos que as atividades missionárias da igreja da idade média estavam
estritamente ligadas a dois fatores: a expansão dos domínios territoriais do papado e
em segundo plano a divulgação superficial do nome de Cristo.



Séculos VIII-X:



     O maior de todos os missionários deste período Wynfrith de Crediton, mais
tarde conhecido por Bonifácio (680-754) o apóstolo da Germânia. Até os quarenta
36
anos ele fora monge, vivendo segundo a tradição de Wessex nos mosteiros de
Exetes e Nuis ou Nuthshalling, próximo de Winchestes. Seus esforços missionários
estavam baseados na convicção firme de que o evangelho de Cristo devia ser
pregado a todos aqueles que do seu ponto de vista eram ainda povos bárbaros.


     A grande modificação verifica-se quando Bonifácio foi chamado a Roma e
consagrado em 30 de novembro, pelo Papa Gregório II, como bispo de fronteira
Germana, com a primeira sede fixa. Bonifácio jurou ao papa e o mesmo
compreendera que as missões só seriam permanentes partindo da organização
eclesiástica, e tendo o apoio direto de Roma. Isto era novo, tornando-se mais tarde
eficaz e de muita importância para evangelização posterior da Europa. Neste
período de sua obra começou a usar mulheres dedicadas, como missionárias as
quais serviram a Cristo corajosa e eficientemente através da história da Igreja nos
campos missionários do mundo.


     Do regresso de Roma no ano de 724, Bonifácio ganhou nome e reputação para
a causa cristã em virtude do ato corajoso de ter derrubado o carvalho sagrado de
Tor, objeto de culto dos não cristãos. Os germanos estavam convencidos que, quem
profanasse o santidade do santuário seria destruído pelos deuses. O carvalho foi
derrubado e nada sucedeu. Os espectadores diziam que Bonifácio tinha razão,
quando dizia que o seu Deus era mais forte que os deuses de seus pais. Com a
madeira de a árvore ele construir a capela em honra a São Pedro.


     Ele recebeu autorização para organizar igreja na Baviera, constituiu as
dioceses de Freising, Passau, Ratbana e Sauzburgo. Em 744, fundou o mosteiro
Fulda, o qual tem desempenhou um papel especial no cristianismo romano da
Alemanha do centro.


     No ano de 741, foi chamado a executar uma grande reforma na Igreja Franca.
Ele não conseguiu realizar todas as reformas que desejava impor. A medida que ia
envelhecendo, retirava-se cada vez mais do campo da administração. Por fim, o
espírito do missionário prevaleceu e mergulhou de novo em terras onde Cristo não
era conhecido. No ano de 753, em Zuiderze, começara uma obra onde os frísios
eram ainda pagãos. Notáveis resultados foram alcançados, provocando violenta
37
reação pagã. Em 5 de julho de 754 ou 755, ele e seus companheiros, aguardavam
perto de Dokkum a chegada de vários cristãos recém-convertidos, foram atacados
por pagãos furiosos, ele ergueu um livro dos evangelhos para tentar proteger a
cabeça mais nada conseguiu, o idoso missionário e os seus cinqüenta
companheiros foram mortos.


     Bonifácio costumava batizar os recém-convertidos sem demora principalmente
nos períodos de celebração da páscoa e pentecostes. Tinha um longo e paciente
processo de tentar transformar cristãos nominais em cristãos verdadeiros.


     A época de Bonifácio e de seus sucessores pertence o desenvolvimento das
regras e da prática da disciplina da penitência.



Carlos Magno:


     É sem duvida uma das maiores figuras da história, tanto da igreja, como do
mundo, no ano de 771 até a sua morte em 914, foi o único rei dos francos. Quando
no dia de natal do ano 800, o Papa Leão III o coroou imperador em Roma, Carlos
Magno era um governador sábio e poderosamente eficaz, interessava-se bastante
pela teologia e desejava conhecê-la, reunindo em sua volta, eruditos, como Alcuino
de York (735-804). Iniciou o Renascimento Carlovíngio, que foi um dos marcos mais
luminosos da longa noite deste período.


     No seu tempo os saxões constituíam uma grande ameaça, e o imperador
decidiu então que eles deveriam ficar sobre o seu controle, por meio da força
armada e da religião. No período de 772-798, sucedem-se inúmeras campanhas,
conversões, conspirações e repreensões.


     Na conquista de uma tribo Germana a sua conversão figurava nos termos de
paz, como o preço a pagar para gozar da proteção do imperador e do bom governo
garantido pelas suas armas, isto significa uma associação perigosa da nova religião
com o poder conquistador.
38
       Violência de um dos lados provocava violência do outro, recorda-se que uma
vez Carlos Magno massacrou 4500 saxões em um só dia. Acaptulatio de Partibus
Saxônial (Captura de partidos Saxões), estabelecia ferozes castigos para inflação de
toda uma séria de leis cristãs, dentre as quais destacam-se:


   -    Todo aquele que mata qualquer membro da organização eclesiástica, será
        condenada a morte;
   -    Todo aquele que queima o corpo de uma pessoa morta como forma de ritual,
        será condenada a morte;
   -    Todo aquele que conspire com os pagãos contra os cristãos será condenado
        à morte.
       Não se deve supor que essa atroz regulamentação tenha sido sempre
aplicada. Mas o fato de existirem como estatuto e de poderem a qualquer momento
tornar-se vigentes, faziam com que fosse perigoso ser saxão e pagão.


       A resistência ao evangelho diminuía e, na altura da morte de Carlos Magno a
pacificação e conversão dos saxões consideravam-se completo.


       O território recém conquistado organizou-se em seis dioceses. A perspectiva
que permitiu a fundação deste grande centro cristão conduz-nos a etapa seguinte da
conversão da Europa: as primeiras tentativas de penetração nos países
escandinavos.


       A conquista dos territórios saxões por Carlos Magno provocava naturalmente
grande apreensão nos territórios do norte. Os dinamarqueses tomaram medidas
para se oporem. Em 810 construíram imensa muralha.


       As primeiras tentativas da Igreja para transpor esta barreira foram bastante
auspiciosas. O imperador Luis o piedoso, deseja encarregar-se pessoalmente da
direção desta atividade. O seu primeiro ponto de contato foi o príncipe exilado
Harold Klak, que se persuadiu em 826 a receber o batismo, juntamente com 400 dos
seus companheiros, em Maniz Ele tratou de conquistar o seu reino, sendo
acompanhado de um missionário, porém não deu certo. Mas tarde através do rei
Bjorn foi construída a primeira igreja da Escandinava.
39


         Mas tarde Anskar pode construir uma igreja em Slesvig e em Ribe, na costa
ocidental. Sendo ele uma figura profética admirável, paciente, e por sua dedicação
em atravessar uma porta difícil de abrir. O primeiro bispo que trabalhou fora dos
centros cristão, bem estabelecido em regiões ainda pagão.



Fim da Idade Média:


         “O ano 1000 foi caracterizado por enorme terror e ansiedade ao longo de todo
mundo cristão”
         Segundo os cálculos de Dionísio Exíguo este período seria o ultimo da
existência da igreja, porém nada disto aconteceu, porém este ano é considerado
“como uma espécie de marco divisório”.


                              “Neste período a Europa que possuía um contorno cristão, estava
                        saindo dos piores horrores da idade média e começava a manifestar aquilo
                        que tinha desenvolvido no período de opressão causado pela Idade média,
                        e agora seria manifestado nos séculos seguintes através do comercio,
                        viagens e na construção do edifício do pensamento teológico”2.


         A partir deste momento vemos à Europa tendo como primeiro objetivo a difusão
do cristianismo até aos seus próprios limites.


         Um dos povos a serem alcançados foram os escandinavos, estes viveram
durante séculos num quase completo isolamento em relação ao resto do mundo, e
com isto eles vieram a desenvolver uma cultura rica e completa o que necessitavam
sendo que, de forma diferente de tudo o que se podia encontrar no mundo que viveu
na idade média, o centro deste desenvolvimento cultural era a arte da guerra, à qual
tudo se subordinava, esta, foi bem utilizada nos séculos seguintes, sem que
houvesse fronteiras que não que não pudessem ser atingidas. Porém as suas
maiores realizações viriam a efetuar-se depois de se terem convertido ao
cristianismo.




2
    Nota dos autores.
40
     Da região da Escandinava a Dinamarca possuía maior contato com a
Alemanha, e, portanto com o mundo cristão, facilitando assim a entrada com êxito
do cristianismo.


     Anskar fundou um certo numero de igrejas na Dinamarca, mas ocorreu devido
as condições fornecidas pela igreja uma queda no que diz respeito a evangelização.
No começo do século X o rei Gorm resolveu exterminar o cristianismo do seu reino e
tinha como passatempo familiar destruir igrejas e matar padres, o seu filho e
sucessor Harald, caminhou diferente e declarou ter “convertido dinamarqueses em
cristãos, mas no reino de Knut é que o cristianismo passou a ser parte ativa da vida
do povo dinamarquês”.


     Neste período dois pontos merecem considerável atenção:


     Em primeiro percebemos que, embora as primeiras tentativas de se levar o
evangelho a escandinava tivesse sido por germânicos a partir do século XI o
desenvolvimento do trabalho missionário coube a Inglaterra; em segundo vemos no
norte a aparição daquilo que podemos chamar, com propriedade, nações, ou seja,
com a entrada do evangelho todos os reis desejavam ter sua própria organização
eclesiástica assim se desligando do domínio da igreja de Roma.


     Foi à Dinamarca, o primeiro país em que este choque entre os... Eclesiásticos
e nacionais se resolveu, e isto a favor da coroa.


     Em 1104 Lund, que era a principal cidade no domínio dinamarquês, passou a
ser sede arcebispal, e um dinamarquês foi nomeado seu arcebispo. Assim a igreja
dinamarquesa ganha a sua própria estrutura independente de qualquer prelado
vizinho.


     Na Noruega como na Dinamarca o poder real desempenhou um papel
importante na introdução da fé cristã.


     O primeiro herói importante da campanha cristã foi Olaf Tryggvesson (969-
1000), este foi batizado por um eremita que encontrou em 990 nas ilhas Sclly. Após
41
o ano de 995 foi eleito rei de todo o seu país e partir daí dedicou-se a fazer do
cristianismo a religião dos noruegueses. Porém ele encontrou barreiras para efetuar
com êxito o que desejava, as várias assembléias gerais, as things (Assembléia para
fins jurídicos ou deliberações, conferências, transação, assunto, negócio, coisa,
objeto), estas dificuldades só foram vencidas quando “feliz solução democrática
surgiu, e todos estiveram de acordo em substituir a antiga religião pela nova”.


     Com a sua morte no ano 1000 a sua obra foi continuada por outro Olof: Olof
Haraldsson (995-1030), ele foi conhecido como Santo Olof, sua canonização é
devido a notáveis serviços prestados a causa cristã, este como seu antecessor
dedicou-se a fazer com que os evangelhos penetrassem profundamente e
permanente no seu povo.


     A Suécia foi ainda mais lenta que os outros países escandinavos para aceitar o
cristianismo. No começo do século XI parece ter tido o primeiro rei cristão que se
chamava Olof Skotkonung, este conseguiu que um bispo fosse consagrado em
Hamburgo e colocado em Skara, ele encontrou uma resistência obstinada em suas
tentativas de tornar cristã o povo sueco. Ocorreu na Suécia algumas tentativas sem
sucesso, objetivando a derrubada do famoso templo de Upsália, onde eram
efetuados sacrifícios pelos pagãos. Após mais de um século já no reinado de
Sverker (1130-1155), ocorreu a imposição da cristandade. Neste momento foi
estabelecida em Upsália, que era a alma e o centro do paganismo sueco a sede
arcebispal, então se verificou que “é mais fácil destruir templos que arrancar pelas
raízes, modos de pensamentos antigos e fortes”.


     Quanto à Finlândia verifica-se que sua população não se via pertinência o uma
raça inteiramente diferente da Escandinava, principalmente por sua linguagem.


     Na Noruega, como na Dinamarca o poder real desempenhou um papel
importante na introdução da fé cristã.


     O próximo herói importante da campanha cristã foi Olaf Tryggrsson 969-1000,
foi batizado por eremita que encontrou em 990 nas ilhas Zally. Após 995, eleito rei de
todo o país e a partir daí dedicou-se a fazer do cristianismo a religião dos
42
Noruegueses. Porém ele encontrou barreira para efetuar com êxito o que desejava
as várias assembléias gerais, as Things (assembléia para fins jurídicos ou
deliberações, conferência, transação, assunto, negócio, coisa, objeto), estas
dificuldades só foram vencidas quando ocorreu uma feliz solução democrática surgiu
assim e todos estiveram de acordo em substituir a antiga religião pela nova. Com a
sua morte no ano 1000.


     Na obra foi combinada por outro Olaf Hoholdsson (995–1030) foi conhecido
como Santo Olaf sua canonização é divido os notáveis serviços prestados a causa
crista, este como seu antecessor dedicou-se a fazer com que os evangelhos
penetrassem profundos e permanentemente no povo.


     Os primeiros contatos cristãos com a rosna ocorreu mediante a cristandade de
Hamburgo. Bremerr, mas o contato não com o cristianismo veio pela Suécia, em
1155 o rei Erik IX conduziu uma cruzada contra a Finlândia, como estabelecia o
controle militar e como estava acompanhado pelo Bispo Henrique de Upsália, um
inglês, pediu aos habitantes que se batizassem, como era constante a reação paga
contra esta crença, Henrique foi martirizado e tem tudo sido venerado como
fundador da igreja Holandesa. Só em 1290 pode-se considerar terminada a
cristianização do país.


     O avanço do islamismo em primeiro plano conseguiu fragmentar as principais
bases cristãs da Ásia menor e África. A região onde no primeiro século da era cristã
viu surgir o cristianismo, mais precisamente na palestina, com o próprio Cristo, agora
se vê ameaçada de ter a sua principal religião sendo esmagada por esta força do
mal. A estratégia do islã fora de tomar e saquear todas as principais cidades destas
regiões. Em 638 tomaram Jerusalém, uma importante base cultural e cristã da foz do
Nilo Alexandria, também foi tomada em 640 Cesárea, nesta oportunidade, toda a
Síria e Palestina foram invadida, e em 697 a tomada de Cartago, importante base
cultural e cristã da África do norte, terra natal de S. Agostinho; daí rumaram para o
extremo ocidente deste continente até as igrejas marroquinas foram invadidas no
noroeste do mesmo, sem oferecerem nenhuma resistência a este avanço
avassalador. Pelo estreito de Gibraltar passaram para a península ibérica
dominando a Espanha foram até a França onde sofreram sua primeira derrota em
43
um confronto com o exército de um general francês chamado Carlos Martel em 732.
Depois desta derrota rumaram para o oriente pela costa norte do mar mediterrâneo
até a babilônia posteriormente voltaram para o norte para combater Constantinopla
que era sede do cristianismo no oriente foram expulsos em uma desesperada
batalha, mas em seguida continuaram tentando e mais tarde aconteceu enfim a
tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos em 1453.
44



                      CAPÍTULO III
              O GRANDE PERÍODO 1295 – 1825



                       ABUNDÂNCIA MISSIONÁRIA




     Décadas se passaram, quando o papa Nicolau IV decidiu em 1289 e enviou um
homem a fazer uma missão, e sua escolha caiu em João de Monte Corvino, um
franciscano que já conhecia o oriente, devido às dificuldades usou a via
marítima.Levou treze meses a chegar a Índia, sendo a nossa melhor testemunha
das condições como missionário da cristandade neste país durante a idade média.
Chegou a Pequim provavelmente em 1294 e foi recebido pelo Imperador Kubla
Khan, em idade avançada, e esperava convertê-los, mas, este envelheceu na
idolatria. Conseguiram construir uma igreja e estabelecer-se diante da hostilidade de
pagãos nestorianos e alguns viajantes europeus que viviam em Pequim. Em 1305,
declarava ser batizado seis mil pessoas e formara também um grupo de 150
rapazes, ensinando-lhes grego e latim e a cantarem a missa segundo a forma
ocidental. Quando o papa, agora Clemente V ouviu falar desta obra notável, decidiu
enviar sete irmãos franciscanos zelosos e conhecedores das Sagradas Escrituras,
os mesmos foram consagrados bispos e enviados a tão longínquas terras a fim de
poder consagrar o seu metropolitano. Dos sete enviados, apenas três atingiram os
seus destinos, e em 1308 João Corvino tornou-se canonicamente o primeiro
Arcebispo Cambalensis da Igreja Latina no Extremo Oriente. A presença dos outros
bispos tornou possível a expansão e um segundo centro se abriu em Zaitum em
1313. Afirmam alguns que João Corvino traduzira o Novo Testamento e o livro dos
Salmos para a língua uighur e que teria mesmo celebrado missa por lá. Após o seu
falecimento em 1328, a missão declinou gradualmente, muitas tentativas foram
feitas mas, nem chegaram à própria China.
45
     Em dezembro de 1335, João de Marignolli, acompanhado de cinqüenta frades
partiu a caminho da China e após uma viagem por mais de três anos, trinta e dois
dos navegantes chegara a Pequim e foram recebidos pelo Grande –Khan Timor. Em
1346 João de Marignolli partiu da China, sendo a nossa segunda autoridade
importante desse período da cristandade na Índia. Assim se paralisou o
empreendimento missionário Ocidental na China durante os duzentos anos seguinte.
A Igreja Ocidental tentou penetrar na Ucrânia e nas estepes Cáspio, mas não foi
bem sucedida e posteriormente a igreja verificou melhores condições e a tentativa
foi renovada a partir do ano 1300, tanto pelos franciscanos como pelos dominicanos.
Os missionários que foram enviados a estas regiões iriam encontrar um povo
nômade, e teriam que deixar a barba crescer e vestir trajes não eclesiásticos para se
adaptar a vida do povo. Entretanto foi no território da “Horda de Ouro”, na parte
oriental da Rússia, e verificaram que os missionários tiveram melhores êxitos. Toqtai,
que se tornara Kham de toda esta região em 1290, foi convertido e recebeu o
batismo juntamente com a sua mulher, seus três filhos e vários chefes mongóis, e
Toqtai irmão de João de Marignolli, morreu em 1312. Os seus dois filhos mais velhos
imediatamente se converteram ao islamismo, e o seu sucessor, Ozbeg (1312-40) foi
muçulmano convicto. Só em 1342 se tornou evidente que o futuro do povo mongol
estava nas mãos do Islã e não do Cristianismo. Em 1320 a cidade de Sarai, no
Volga, não muito longe do ponto em que este mergulha no mar Cáspio, passava a
ter o seu bispo latino. Os missionários não eram os únicos ocidentais nas regiões
em torno do Mar Negro e do mar Cáspio. Em 1333 dois dominicanos, Francisco de
Camerino e Guilherme os ingleses, conseguiram um notável êxito com a conversão
do príncipe Alan de Vospro, na Crimeia, que governou sob soberania mongol.


     Uma grande parte da população era cristã e os Mongóis ainda não haviam
decidido abraçar a fé islâmica.Como na Rússia, grupos de viajantes ocidentais
tinham penetrado gradualmente na Ásia Menor, através da Armênia e da Pérsia,
onde o seu centro principal era Tabriz. Em 1318 o papa decidiu criar uma nova
missão, em parte para cuidar dos cristãos ocidentais da região, mais principalmente
para conseguir o regresso dos cristãos orientais ao redil romano. As conversões
entre os muçulmanos foram poucas, mas conseguiram produzir na Armênia,
desencadeou-se uma violenta reação nacionalista e depois de 1380 pouco ou nada
subsiste em relação a este movimento de unidade cristã.
46


     Da Pérsia a Índia, não era muita a distancia, porém anotávamos a curta estadia
na Índia de missionários cristãos, a caminho da China. A partir do século XIV temos
conhecimento de uma tentativa de introduzir o cristianismo latino na Índia numa
base mais permanente.Um grupo de três frades franciscanos e de um irmão laico
chegara a Índia, e encontrava-se em Tana. Surgiu uma disputa, o irmão Tomé de
Tolentino, sendo diretamente desafiado para definir o pensamento de Maomet falou:
“Maomet é o filho da perdição e tem o seu lugar no inferno, junto do diabo seu pai, e
não apenas ele, mas, todos os que seguem e observam a sua lei, falsa, pestilenta e
maldita, hostil a Deus e a salvação das almas”. Naturalmente três dos visitantes
foram aprisionados e assassinados, o sobrevivente Jordão de Severac, reuniu os
seus restos e enterrou-os, tomando a decisão de dar a sua vida para evangelização
da Índia. No norte registrou poucos êxitos, e uma porta maior se lhe abriu no sul e
fixou-se em Columbo, Travancore entre os cristãos nestorianos, que sofriam de há
muito com o seu isolamento e em 1329 o papa o nomeou bispo de Columbo. Foi
encontrado algum traço de sua obra no forte trabalho missionário em ação e a obra
sem descanso prosseguida durante toda a Idade Média. Numa tentativa de abrir
caminho ao Evangelho as mais diversas regiões do mundo.


     No fim do século XV o Cristianismo quase não passava de uma religião
européia. Em certas zonas fora totalmente exterminada. Os grupos cristãos se
encontravam totalmente isolados e sem poder dinâmico nem espírito de santidade.
Os missionários não recebiam visitas, durante anos e anos.As perdas eram
numerosas, tanto devido a violência das tribos bárbaras, como aos acidentes
naturais das viagens em regiões desconhecidas e climas muito diferentes, não
falavam a língua nativa e não podiam traduzir o N.T.


     Nos anos cerca de 1241 e a ampla aniquilação das missões de que foram
responsáveis, mal os missionários haviam tido tempo de voltar a consolar as suas
posições, a última e a pior de todas as calamidades medievais desabou sobre eles
como um flagelo. Tamerlão, soberano civilizado com amplo conhecimento do mundo,
foi o mais cruel e destruidor de todos os invasores medievais. Suas conquistas
iniciaram em 1358 e doze anos mais tarde, o seu exército caminhava para o rio
Volga e o norte da Índia, China e quase até o Mediterrâneo, em 1405 a obra estava
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  • 1. 1 SUMÁRIO CAPÍTULO I: O EVANGELHO IRRESISTÍVEL. A HISTÓRIA DAS MISSÕES NOS EVANGELHOS.....................................................5 CAPÍTULO II: DIFUSÃO DO CRISTIANISMO. A HISTÓRIA DAS MISSÕES NO PERÍODO DAS TREVAS......................................32 CAPÍTULO III: O GRANDE PERÍODO 1295 – 1825. ABUNDÂNCIA MISSIONÁRIA...................................................................................44 CAPÍTULO IV: MISSÕES ONTEM E HOJE. A MISSÃO CONTINUA..............................................................................................63 CONCLUSÃO..........................................................................................................108 OBRAS CONSULTADAS........................................................................................109
  • 2. 2 INTRODUÇÃO Sempre que estudamos historias das missões, sentimos-nos limitados diante de tamanhos desafios, e quando as pretensões forem à precisão dos fatos, encontraremos mais dificuldades ainda, principalmente por falta de documentos que nos comprovam a respeito de onde começa e para onde se estende cada movimento histórico missionário geográfico. Temos o privilégio do apoio do ITEPRAM e os alunos que trabalharam neste material, com muito esmero e horas de pesquisa, o que resultou neste trabalho rico. Os tais alunos a que mencionei são os autores. Ao ler este trabalho terás a sua própria avaliação sobre eles. Quanto ao objetivo, trabalhamos honestamente com o fim de trazer aos irmãos do Amazonas, seja do interior ou cidades com nível superior ou ao menos privilegiado as informações, um material que Glorifique a Deus e seja uma ferramenta útil, tanto para leitura, ensino ou estudo, dando uma idéia ampla de historia de missões em conjunto com história da igreja, tornando este material acessível a todos. Não pretendemos que este material seja a palavra final sobre o assunto, sabemos que ha muitos fatos dos quais não foi possível relatar, devido principalmente ao tempo que foi dispensado na realização deste trabalho, que foi de apenas uma semana.
  • 3. 3 Esperamos que este material seja benção para a sua vida e ministério, autorizamos a copia, citações e o uso do mesmo, de forma carinhosa por santos irmãos em prol do reino de Deus. O trabalho está sendo apresentado da seguinte forma: No capitulo I desenvolvemos o movimento missionário dos evangelhos e Atos dos apóstolos, onde detectamos a autoria das Cartas e Epistolas. Este desenvolvimento histórico cobre o início das missões cristãs até a conquista do Império Romano. Para tal consideramos os primeiros quinhentos anos da Igreja cristã. No capitulo II observamos missões na Idade Média também conhecida por período das trevas, enfatizando o alcance do cristianismo no mundo pagão, entre o ano 501-1294 da era cristã. No capitulo III Continuamos com o período de missões no Oriente, Ásia e Europa, neste período é percebido a coragem de grandes homens que, mesmo em perseguição, e a igreja com problemas doutrinários, o Senhor Deus Eterno, pelo Seu poder honrou Sua Palavra alcançando estes povos de forma soberana. No capitulo IV neste período da história que se estende de 1816 a 2003 estamos nos esforçando para apresenta-lo de forma clara e organizada, todavia sabemos que o tempo não nos permite apresentarmos os detalhes dos acontecimentos, esta é a razão de estarmos apresentando a história missionária da igreja cristã dividida por continentes, estaremos citando apenas os fatos mais importantes e de maior influencia no curso da história, esperamos estar contribuindo de alguma forma para o desenvolvimento da obra missionária. A conclusão deste material traz a seguinte reflexão; Tudo se repete, mas o Deus que faz a história continua agindo no seu curso, nós, porém, devemos reconhecer o mover missionário em nossa época, avaliando os erros e acertos. Nossa missão é glorificar a Deus, e portanto, devemos ter uma prática missiológica genuinamente bíblica.
  • 4. 4 Metodologia aplicada: Trabalho de pesquisa em equipe. Desejamos que este material o desafie a continuar, não só a escrever, mas a ser usado por Deus em sua historia. A Deus a glória pra sempre. Amém! Pr. Alcedir Sentalin e Licenciado BobLim
  • 5. 5 CAPÍTULO I O EVANGELHO IRRESISTÍVEL A HISTÓRIA DAS MISSÕES NOS EVANGELHOS 1.1 A Base da História das Missões: Quando começamos a olhar para os Evangelhos do ponto de vista que visa agrupar de forma sistemática o movimento missionário que cerca estes quatro Evangelhos, não podemos olha-los separadamente sem detectar uma linha que os ligue de forma mestral dentro da história das Missões. Entendemos que o princípio que norteia e amarra a história das missões dentro dos quatro Evangelhos diz respeito ao princípio Emanuel, ou, Deus Conosco, que esteve presente dentro de toda a história da Igreja desde o Antigo Testamento. Muitas coisas poderiam ser ditas neste ponto no que tange ao princípio Emanuel começando em Gênesis até a organização da nação Israelita, entretanto, de forma “mais clara” Ele se faz presente na figura do tabernáculo no meio do povo. Este era, nada mais nada menos do que “a casa de Deus entre o povo”. Mais tarde, com a chegada do povo e seu estabelecimento na terra prometida e a construção do templo sagrado sob Salomão, o tabernáculo é substituído pelo templo. Este é, agora, o referencial para a presença de Deus no meio do povo. Algo que não deve deixar de ser dito é que estes símbolos passaram a ter no decorrer da história da
  • 6. 6 salvação um significado tipológico, pois ambos apontavam para a própria presença futura de Deus entre os homens. É a doutrina da encarnação do Verbo presente nas páginas do Antigo Testamento em forma de sombra. A linha mestra que liga os Evangelhos dentro da história das Missões é nada mais nada menos do que a própria presença do Emanuel entre os homens, Nele o “tipo” encontra o seu grande “antítipos”. Ele se faz carne com o objetivo primário de “redimir para Si um povo de sua propriedade, zeloso de boas obras” ( Tt 2:14). Nos Evangelhos sinóticos, principalmente em Mateus e Lucas nós encontramos de forma coordenada a narrativa da Genealogia de Cristo. Depois de descrever toda a descendência de Cristo, Mateus no capítulo 1 verso 16 nos diz: “E Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama Cristo”. É interessante enfatizarmos o verbo “nasceu” que indica sem sombra de dúvidas a doutrina da encarnação. Esta palavra aparece 18 vezes no texto grego de Mateus 1: 1-17 e é traduzida por “gerou”. No nosso versículo ela aparece traduzida por “nasceu”. Todo teólogo conservador logo saberá que esta palavra não se refere a criação de Jesus, pois o mesmo é eterno, mas, refere-se, a uma forma que Cristo assumiu que não possuía antes, isto é, a sua natureza humana. Esta palavra é usada de “alguém que traz outros ao seu modo de vida”. E é exatamente isto que acontece com Cristo, pois Ele toma o nosso modo de vida. O termo “Jesus, que se chama o Cristo” ratifica ainda mais a nossa tese visto que se refere ao “Deus tornado homem”. Conclui-se, pois, que este verso assinala-nos a mesma verdade de João 1:14: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai”. Pergunta-se: “Como Ele se faz carne?”. Responde-se: “Deus na sua bendita misericórdia usa Maria para que através dela o verbo se faça carne e habite entre nós”. Podemos facilmente correlacionar Lucas 1:35 com a linha mestra que estamos descrevendo, este verso diz: “Respondeu-lhe o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus”. O “Há de Nascer” refere- se a encarnação, ao Deus conosco o princípio Emanuel. Já no livro de Marcos encontramos o mesmo princípio sendo estabelecido logo no primeiro versículo deste Evangelho, pois lemos: “Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus”. Mais uma vez se percebe o título “Jesus Cristo”, ou Salvador Ungido. A nome Jesus
  • 7. 7 Cristo poderia ainda significar “Deus tornado ser humano”. Em suma, os Evangelhos em linhas gerais falam da atividade missionária de Jesus Cristo, o Deus tornado homem, o tabernáculo em carne e osso, o templo em toda a sua glória. Não é por acaso que João diz que “vimos a Sua glória, glória como do Unigênito do Pai” (João 1:14). Esta linha mestra que me referi anteriormente diz respeito a este ato de Deus de “armar a sua tenda”, tabernacular entre os homens com uma missão missionária específica, salvar todos aqueles que o Pai lhe deu, Ele disse em João 6:39: “E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia”. A doutrina da encarnação nos ensina que a atividade missionária á antes de tudo uma atividade de Deus, não podemos falar de história das missões sem descrever que ela começa e termina em Deus, Deus é o seu foco. Observem que Apocalipse termina dizendo: “Certamente venho sem demora. Amém! Vem Senhor Jesus! Não somente os evangelhos, mas toda a Bíblia é a história da missão de Deus em salvar o seu povo. Primeiro Ele trabalha com promessas, depois com cumprimentos, e Cristo com toda a sua obra de salvação que se inicia com a encarnação é, sem dúvida, a consumação do propósito missionário de Deus. Cristo mesmo proclama: “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1:15). Na cruz Ele diz “está consumado”, ou, em outras palavras, missão cumprida. Agora, cabe a nós Igreja do Senhor anunciarmos a todo o mundo sobre a missão cumprida de Cristo, sua vida, morte e ressurreição, o evangelho de Deus. Poderíamos sumarizar este ponto com a seguinte frase: “Se Deus não tivesse realizado missões não haveria evangelho e, conseqüentemente, não haveria história das missões”. 1.2 João Batista e sua História Missionária: Em termos cronológicos fica difícil dizermos com certeza o tempo ministerial de João Batista, no entanto, sua história missionária foi sem sombra de dúvidas de fundamental importância para o advento de Cristo. A Bíblia nos ensina que João Batista veio como o precursor do Messias do Messias, aquele que prepararia o coração do povo para o mais excelente que viria. A palavra “precursor” transmite a
  • 8. 8 idéia de “alguém que vem antes em benefício de”. Por isso, quando os Judeus perguntaram-lhe “quem és tu”, ele identificou-se com a profecia de Isaías 40:3, ou seja, como a voz que prepararia o caminho para o Messias. A história missionária de João Batista é mesmo de impressionar, ele mostra-se irredutível dentro do seu papel sem oscilar. Seus meios não são tão convencionais, pois ao invés de procurar os grandes centros seu ministério concentra-se basicamente no deserto. A própria Profecia de Isaías 40:3 já antecipava esta característica. Em Mateus 3:1-3 lemos: “1 Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia e dizia: 2 Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus. 3 Porque este é o referido por intermédio do profeta Isaías: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas”. Este aspecto, com toda certeza, vai de encontro com o planejamento do moderno crescimento de Igrejas, que enfatiza com tanta veemência o local para a realização do trabalho missionário. Na história missionária de João Batista um aspecto surpreendente é que as multidões são levadas a João no deserto. Ele está lá e o povo vai ouvi-lo. Mateus 3:5,6 nos diz: “5 Então, saíam a ter com ele Jerusalém, toda a Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão; 6 e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados”. Interessante é a maneira que Mateus ratifica o mesmo princípio quando relata as seguintes palavras de Cristo Jesus, ele diz: “Então, em partindo eles, passou Jesus a dizer ao povo a respeito de João: Que saístes a ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? Sim, que saístes a ver? Um homem vestido de roupas finas? Ora, os que vestem roupas finas assistem nos palácios reais. Mas para que saístes? Para ver um profeta? Sim, eu vos digo, e muito mais que profeta” (Mt 11:7-9). Percebe-se que por três vezes Jesus usa praticamente a mesma oração para enfatizar a mesma verdade, isto é, o povo saía para ver João. O texto nos permite dizer que possivelmente eles iam a procura de algo inusitado ou, em outras palavras a procura de um show. Entretanto, o que eles encontravam no deserto? Diz-nos o texto que os mesmos deparavam-se com um profeta, aliás, o maior deles. Eles não encontravam “um bobo da corte” como o próprio texto indica que eles esperavam encontrar, mas um profeta com uma missão, ou seja, a de preparar o caminho para o Messias.
  • 9. 9 A história relatada nos Evangelhos mostra-nos que João chega ao término de sua missão nas masmorras do rei Herodes, de lá ele saiu apenas para ter sua cabeça separada de seu corpo por puro intento de uma mulher maligna que não suportava ver os seus pecados escancarados na boca do profeta João. Ele vive e morre como precursor, nunca se esquiva de dizer a verdade, aliás, a verdade foi o seu lema, Jesus disse em João 5:33: “Mandastes mensageiros a João, e ele deu testemunho da verdade”. A história da vida e obra missionária de João Batista é um exemplo para todos aqueles que almejam trilhar os caminhos da obra missionária de maneira consistente e comprometida com a verdade. Podemos concluir este tópico com a seguinte frase: “João foi dentre os nascidos de mulher o maior missionário, visto que sua obra consistia em preparar o caminho não para um homem qualquer, mas para o estabelecimento da obra missionária do próprio Deus entre os homens”. Amem! 1.2 Jesus e sua História Missionária: Talvez o leitor se pergunte o que este tópico está fazendo aqui visto que no início do trabalho já abordamos algo sobre a história missionária de Cristo. No entanto, tal tópico faz-se necessário neste ponto somente para facilitar a melhor assimilação em termos didáticos, ou seja, anteriormente falamos somente sobre a encarnação de Cristo e sua obra salvífica destacando-a somente como o fio que une e serve de base a toda obra missionária posterior. Neste ponto falaremos da obra missionária de Cristo propriamente dita destacando o desenrolar da mesma dentro dos evangelhos sinóticos e do evangelho de João, obra esta que só pôde ser realizada após o ministério de João Batista. Assim, após estes devidos esclarecimentos fica justificado o “por quê” deste ponto vir somente aqui. 1.2.1 Jesus e sua História Missionária nos Evangelhos: Os estudiosos têm separado o ministério de Cristo em fases que eles chamam de anos, os quais são: ano da preparação, popularidade, paixão e vida ressuscitada. Neste período missionário denominado de preparação Cristo concentra boa parte
  • 10. 10 das suas atividades nas regiões da Galiléia. Tudo indica que neste período Ele fazia viagens que iam da sua cidade residente (Nazaré) na Galiléia até o Jordão onde João Batista batizava e, posteriormente voltava para Nazaré. Tudo indica que nestas viagens ao rio Jordão Jesus visitava as duas províncias que ficavam nas margens do rio, ou seja, Peréia e Judéia. Neste período de acordo com os sinóticos Ele passava quase que desapercebido entre a multidão. Estes poucos relatos descrevem de forma sucinta a atividade de Cristo neste período nos evangelhos, sendo que no evangelho de João há mais relatos deste período os quais mostram- nos que Cristo já possuía discípulos e Ele mesmo já realizava um certo tipo de ministério paralelo ao de João Batista (ver João 3:22 – 24 e 4:1 – 2), sendo que de forma mais anônima. Suas atividades que o revelam para o mundo, mais propriamente dito, dizem respeito àquilo que conhecemos como ano de popularidade. A prisão de João Batista e sua eventual saída de cena indicam nos evangelhos sinóticos o início da missão de Cristo sob o ano de popularidade, possivelmente entre os anos 26-27 d.C. (ver Mt 4:12,13; Mc 1:14,15; Lc 4:14,15). Quando Ele chega à Galiléia depois da prisão de João Batista esta é a mensagem que estronda dos seus lábios: “O tempo está cumprido”. Com a chegada do reino de Deus, as pessoas tinham que se arrepender e crer no Evangelho (Mc 1:14,15). Ele prega nas sinagogas da Galiléia e, na sua cidade Ele é expulso da sinagoga após aplicar a si mesmo a profecia de Is 61:1,2. A recepção as suas mensagens são mistas. Muitos espalham a sua fama por toda a Galiléia, louvando-o (Lc 4:14,15, enquanto outros ficavam furiosos porque Ele estava abrindo o reino a pecadores, coletores de impostos e gentios (Lc 4:24 – 30). Cafarnaum que é palco de grande parte de seu ministério público Ele escolhe os seus discípulos e depois os chama de apóstolos. Em síntese, os dias de Jesus eram cheios de atividades, pois Ele viajava pregando a boa nova, chamando as pessoas ao arrependimento, curando os doentes, ensinando e expulsando demônios. Esta é a forma que Mateus resume este período: “Percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo. E a sua fama correu por toda a Síria; trouxeram-lhe, então, todos os doentes, acometidos de várias enfermidades e tormentos: endemoninhados, lunáticos e
  • 11. 11 paralíticos. E ele os curou. E da Galiléia, Decápolis, Jerusalém, Judéia e d’além do Jordão numerosas multidões o seguiam” (Mt 4:23-25). Neste período tudo indica que Cristo fez circuitos regulares de pregação e ensino. Ele fazia longos discursos como os registrados em Mateus (Mt 5 – 7; 10:5 – 11.1; 13:1-53; 18:1 – 19:2; 24:1 – 25:46). Ao que parece em sua missão evangelística Ele tinha o objetivo de alcançar o maior número possível de pessoas com os seus sermões, pois estando em plena atividade missionária na Galiléia Ele ausentava-se e ia pregar na região de Cesaréia de Filipe, nas regiões de Tiro e Sidom na Fenícia e também prega em Decápolis. Ele também envia missionários (Mt 10:1-42) e, ao que nos parece, com o claro objetivo de alcançar territórios que Ele não podia alcançar. Quando Cristo não ia as pessoas, as pessoas vinham até Ele. Entretanto, tudo isto Ele fazia com muita responsabilidade, pois tinha hora para o descanso (Mc 6:30 – 32). Ele também prega aos líderes religiosos que na sua grande maioria são hostis para com Ele. Por isso Ele previu que fazer o que era certo nem sempre traria louvor, por isso falou sobre a perseguição (Mt 5:10 – 12). Em tudo isso Jesus estava treinando os seus seguidores para o que estava por vir. Viria o tempo em que Ele não estaria com eles. Eles teriam que continuar sem a sua presença física. Por isso Ele deu a eles um exemplo, por personificar o que ensinava. Dessa forma, eles podiam ver o que teriam que fazer. Em segundo lugar, Ele estabeleceu a organização reunindo os discípulos e indicando doze como apóstolos acima deles. Ao selecionar doze, Ele estava traçando um paralelo entre a obra de Deus no Antigo Testamento e sua própria obra no Novo Testamento. Em terceiro lugar Ele enviou seus apóstolos a uma missão de pregação para que eles conseguissem a experiência que precisariam quando fosse chegada a hora de faze- los sozinhos. Em quarto lugar, ele os enviou dotados de seu próprio poder e autoridade. Nada poderia resistir a eles, pois eles confiavam na força de Cristo. Finalmente, Ele percorreu grandes distâncias para ensinar-lhes as coisas que eles precisariam saber para seu ministério futuro. Com sua morte, a história missionária deveria prosseguir através de seus discípulos, e, prosseguiu, pois nós somos as provas vivas dessa história de missões. Por fim, após este longo período na Galiléia Ele ausenta-se definitivamente desta região e, no outono de 29 d.C sobe a Jerusalém pois estava convicto que
  • 12. 12 tinha chegado a hora de cumprir o propósito de sua vida, que era morrer e ressuscitar pelo do seu povo. Com esta resolução Ele dar início aquilo que denominamos de o ano da paixão. Chegando em Jerusalém Ele participa da Festa dos Tabernáculos em outubro de 29 d.C., e cura um homem que tinha nascido cego. Com este acontecimento uma série de disputas suje por parte dos governantes porque o que tinha acontecido não tinha sido sob seus auspícios. Tudo isto indica-nos que o objetivo de Cristo era claro, ou seja, o de suscitar oposição contra si mesmo com a clara finalidade de leva-lo a cruz. Após este fato Ele viaja a Peréia em dado momento mandou 72 de seus seguidores em grupos de dois (LC 10.1-24), da mesma forma que tinha enviado os doze apóstolos antes, para pregar o evangelho e expulsar demônios. Dessa forma, podia se atingir muito mais gente e treinar muito mais nos meses que restavam de sua vida na terra que se Ele tivesse tentado fazer sozinho. Percebe-se, desta maneira, que mesmo em face da eminente morte que se aproxima o desejo missionário de Cristo não esfria, muito pelo contrário, queima ainda muito mais forte. Jesus voltou a Jerusalém em dezembro para a festa da Dedicação. Ele se apresentou como o Bom Pastor e, para defender isto, Jesus apelou para as boas obras que vinha fazendo. Depois disso, retirou-se novamente para Betânia além do Jordão, onde João tinha batizado antes (Jo 10:40). Depois de ensinar as pessoas lá, Jesus viajou por toda a Judéia durante o inverno de 29 – 30 d.C. Só Lucas descreve este período de forma extensa (Lc 11:1- 18:17). Nessa missão de pregação, Jesus viajou de aldeia em aldeia (Lc 13:22) com grandes multidões o seguindo (LC 11:29; 12:1; 14:25), ensinando, nas sinagogas (Lc 13:10), comendo com importantes fariseus (Lc 11:37; 14:1), e recebendo coletores de impostos, pecadores e até criancinhas (Lc 15:1; 18:15). Ver-se, assim, que a história missionária de Cristo é marcada com um forte desejo de evangelizar classes diferentes de pessoas, desde aldeões, até criancinhas. Em meio a todo este trabalho Jesus continua a receber forte oposição, porém, Ele seguia calmamente o seu ministério em direção a Jerusalém, pois se aproximava a Festa da Páscoa e Ele sabia o que lhe aguardava. Nesta época acontece a ressurreição de Lázaro narrada em João 11, a notícia deste acontecimento notável
  • 13. 13 se espalhou rapidamente até Jerusalém, onde os governantes judeus intensificaram sua trama para tirar a vida de Jesus (Jo 11:53). Depois disso, Jesus deixou a Betânia e retirou-se ao norte para Efraim, no limite do deserto (João 11:54). Fez então um circuito por Samaria até a fronteira da Galiléia, a leste da Peréia, ao sul de Jericó, e de volta a Betânia, onde foi recebido por Maria com uma demonstração abundante de devoção durante um banquete em sua honra (João 12:1 – 8). Assim, no domingo antes da Páscoa em Abril de 30 d.C, Jesus se apresentou a cidade de Jerusalém como o prometido de Deus, o Messias, chegando em Jerusalém em triunfo sob aclamação do povo. Ele entre em Jerusalém de forma tão majestosa e, por fim, é crucificado fora dela como um malfeitor. Entretanto, após sua morte através da crucificação Ele ressuscita ao terceiro dia e reuni os seus discípulos após o vasto tempo de preparação e os envia ao mundo para continuarem aquilo que ele apenas começou, ou seja, realizar missões em todas as nações “escrevendo” suas histórias missionárias como Ele escreveu a sua. No fim dos quatro evangelhos encontramos quase que os mesmos dizeres: Ele disse em Mateus 28: 18 – 20: “Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”. Em Marcos 16:15 “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura”. Em Lucas 24:45 – 47 “Então, lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras; e lhes disse: Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém”.
  • 14. 14 Em João 20:21 “Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio”. Vemos, assim, que os quatro evangelhos descrevem os períodos da vida e ministério de Cristo ressaltando sua atividade constante que visava alcançar a salvação do seu povo. Com este objetivo em mente Ele suportou todo tipo de dificuldades e oposições com um firme propósito que mesmo em face da morte não vacilou. Está é, sem dúvida, a mais bela história das missões, história esta que deve inspirar todos aqueles que almejam escrever sua própria história, para que fique registrada como mais um dos capítulos da história das missões. 2 História das Missões em Atos dos Apóstolos: O Evangelho de Lucas termina basicamente com uma promessa missionária que capacitaria os discípulos para a continuação da mesma, Jesus prometeu: “Eis que envio sobre vós a promessa do meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24:49). Jesus ordena que os discípulos fiquem em Jerusalém para aguardar o cumprimento da promessa, que era, a descida do Espírito Santo e o derramamento de seu poder em suas vidas. Em Atos 1:8, o Senhor Jesus, explica o propósito para o qual os discípulos seriam revestidos com o poder do Espírito Santo: “... e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”. Estava estabelecida a comissão, ou seja, a ordenança, a todos os discípulos, de serem testemunhas e disseminadores do Evangelho em todo lugar. No capítulo 2, vem, então, o cumprimento da promessa (2: 1-4). É interessante notarmos o propósito de Deus, de juntar todos em um só corpo, ou em uma só igreja as ovelhas perdidas, estabelecendo, assim, a união entre: os crentes judeus e os prosélitos do judaísmo que estavam em Jerusalém - “que é o marco claro estabelecido no dia de Pentecostes” (2: 5-13); Crentes judeus e samaritanos – “que é o aspecto claro do por quê o Espírito Santo não desceu imediatamente sobre os recém convertidos de Samaria” (8: 4-8); e judeus e gentios
  • 15. 15 – “a ponto de Pedro exclamar: aos gentios foi por Deus concedido o mesmo dom que a nós no princípio” (10: 44-48). 2.1 O Evangelho em Jerusalém: Revestidos com o poder do Espírito Santo, os discípulos começaram a cumprir a ordenança sendo usados pelo Senhor Deus, O Grande Missionário, para pregar o Evangelho em Jerusalém. A estratégia estabelecida pelo Senhor Deus, é que, foram atraídas à Jerusalém, pessoas de todas as nações a fim de participarem da festa de Pentecostes1, sendo a ocasião oportuna para cumprir o propósito missionário. (2: 14- 37). Assim o Evangelho começou a ser pregado em toda a Jerusalém. Pedro discursa, e três mil novos crentes são recebidos pelo Senhor Deus em Sua igreja. Eles continuaram pregando e sendo usados por Deus para fazerem milagres e prodígios, glorificando o nome do Senhor (3:1-10). A igreja louvava a Deus e vivia com alegria e simplicidade, “enquanto acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”. (2:47) 2.1.2 O Evangelho na Judéia e Samaria: Mas, a ordem era avançar, não ficar apenas em Jerusalém. Então Deus, como estratégia, permitiu que a igreja sofresse grande perseguição, mas experimentando, também, grande livramento (4:1-31), com o propósito de expansão da igreja. A história começa a mostrar como a perseguição da igreja em Jerusalém acabou transformando-se em benefícios para a mesma, pois, os crentes que foram expulsos de seus lares ou resolveram sair deles pregavam o Evangelho da salvação enquanto iam de lugar em lugar. (8:4) Um deles foi Filipe, que deixou Jerusalém, passando pelas regiões da Judéia seguindo para Samaria onde também pregou o Evangelho com grande êxito, pois, o 1 FESTA DE PENTECOSTES - Festa da colheita, onde eram trazidas à Jerusalém, as primícias de toda colheita para serem ofertadas em adoração ao Senhor.
  • 16. 16 povo prestava atenção a ele (8:6), e não a Simão (8:11). Os samaritanos deram crédito a Filipe à medida que os evangelizava a respeito do reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, dando assim, prosseguimento ao cumprimento da ordem de Jesus de testemunhar em Jerusalém, na Judéia, Samaria e até os confins da terra. 2.1.3 O Evangelho “Até os Confins da Terra”: Prosseguindo com seu propósito, o Senhor Deus, estrategicamente, usa Pedro para levar o Evangelho aos gentios. Pedro estava na casa de Simão, o curtidor, em Jope; teve fome, enquanto esperava que preparassem a refeição, teve uma visão de um lençol com toda sorte de réptil da terra e aves do céu. Ouviu uma voz: “mata e come”, mas, ele replicou: “de modo nenhum Senhor, jamais comi comida comum e imunda”, então ele ouviu a voz pela segunda vez: “ao que Deus purificou não consideres comum”. Vemos aqui, o propósito de Deus em unir os povos, para isso Ele estava preparando Pedro para falar do Evangelho para o gentio Nicodemos. Pedro recebeu os mensageiros mandados por Nicodemos e foi com eles, pregou- lhes o Evangelho e receberam o Espírito Santo. (10: 1-48) 2.2 A História das Campanhas Missionárias de Paulo: No capítulo 13 deu-se o início das campanhas missionárias de Paulo, evangelização sistemática dos gentios. A primeira em (11:19-30) relata a expansão da igreja para o norte, como resultado da atividade evangelística de missionários anônimos que foram até a Fenícia, Chipre e Antioquia anunciando a Palavra de Deus. Foi em Antioquia que os discípulos foram pela primeira vez chamados de “cristãos”. A partir de Antioquia, Paulo e Barnabé, iniciaram sua primeira viagem missionária; desceram a Selêucia e navegaram para Chipre, Salamina, Pafos, chegaram a Perge da Panfília, em seguida a Antioquia da Pisídia. Uma das estratégias de Paulo ao chegar em uma cidade era ir a sinagoga. Chegaram em
  • 17. 17 Icônio, Listra e Derbe. Em listra, Barnabé foi chamado Júpiter e Paulo de Mercúrio por causa da cura de um aleijado dos pés, o mesmo era coxo desde o ventre. Na viagem, encontraram irmãos sendo ensinados que se não fossem circuncidados não poderiam ser salvos. Isso gerou uma grande discussão que os levaram ao concílio em Jerusalém. Que determinaram quatro pontos a serem obedecidos (15: 22-29). 2.2.1 O Evangelho em Filipos: A Segunda viagem de Paulo, após ter uma visão de um homem que pedia que passassem a Macedônia e os ajudassem, foi a Filipos. Ali encontrou uma mulher chamada Lídia que vinha de Tiatira, era vendedora de púrpura, “o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia” (16: 14). Então, ela e toda sua casa foram batizadas. O Evangelho também alcançou uma escrava e o carcereiro romano. Pelos anos 51 a 54 d.C., Paulo, já estava preso em Roma, de onde escreveu a carta aos filipenses. 2.2.2 O Evangelho em Tessalônica: Paulo dá continuidade à sua viagem e chega em Tessalônica, como era costume, ele usava a sinagoga para pregar o Evangelho. A esta igreja, Paulo, escreveu duas cartas, provavelmente, quando estava em Corinto. Após ser perseguido em Tessalônica ele foi a Beréia onde encontrou, segundo ele, cristãos mais nobres, pois examinavam as Escrituras. Seguiu para Atenas onde encontrou o altar ao deus desconhecido, foi convidado a explicar, no areópago, perante o povo, sobre o deus desconhecido, pois ele se apresentou como representante do mesmo. No final muitos creram, entre eles, Dionísio o areopagita e uma mulher chamada Damaris. 2.2.3 O Evangelho em Corinto: De Atenas foi para Corinto (Atos 18), que por ser uma cidade de um povo orgulhoso, gabavam-se de sua riqueza: era também uma cidade com grandes
  • 18. 18 práticas imorais, onde tinha um templo erguido em honra a Afrodite, deusa do amor, que era servida por mil escravas que vagavam pelas ruas, à noite, como prostitutas. Mas, o Evangelho de Cristo chamou os coríntios ao arrependimento e a santidade. Paulo escreveu duas cartas aos coríntios. 2.2.4 O Evangelho em Éfeso: Na terceira viagem, Paulo vai a Éfeso (Atos 19) entrou na sinagoga e falou ousadamente por três meses, mas, o povo falava mal do Caminho perante a multidão. Então, Paulo, estrategicamente usou a escola de Tirano para ensinar diariamente por um período de dois anos; e como conseqüência desse trabalho todos os que habitavam na Ásia, tanto judeus como gregos, ouviram o Evangelho da salvação. (19:10) Ainda em Éfeso, ouve grande tumulto acerca do Caminho, pois, certo ourives chamado Demétrio que fazia, em prata, miniaturas do templo de Diana, juntou os ourives e outras pessoas para protestar contra Paulo, pois, este dizia que não eram Deuses os que se fazia com as mãos, então, aqueles homens passaram a clamar, por duas horas pelo menos: “grande é a Diana dos efésios” (19:34). O escrivão da cidade apaziguou a multidão e orientou para que fossem ao proconsul e fizessem a acusação. Após o tumulto ter cessado (Atos 20), Paulo despediu-se dos discípulos e partiu para Macedônia até a Grécia, depois, chegando a Síria voltou pela Macedônia até a Ásia visitando outra vez os trabalhos fundados, aonde, ao chegar, participava com os discípulos em comunhão. Em Trôade o discurso foi até a meia noite; um rapaz chamado Êutico estava sentado em uma janela do terceiro andar e tomado de um profundo sono caiu e foi dado como morto. Paulo foi até o moço e abraçando-o o espírito lhe voltou e Ele continuou a pregar até ao amanhecer, depois partiu. (Atos 20:7) A caminho pela Costa Ocidental da Ásia Menor, na direção sul, ele despediu-se dos anciãos de Éfeso que vieram encontrar-se com ele em Mileto. Ao mesmo tempo
  • 19. 19 em que prosseguia sua jornada em direção a Jerusalém, repetidas advertências foram sendo dadas, de que ele seria detido e perseguido ali. Quando Paulo chegou a Jerusalém, quatro crentes judeus haviam contraído impureza cerimonial durante o período de um voto temporário do seu nazireado. Foi aconselhado pelos irmãos que se juntasse com irmãos para que se santificassem, porém, chegaram alguns judeus vindos da Ásia Menor, que equivocadamente pensaram que Paulo tinha feito entrar no átrio do templo, onde só judeus poderiam entrar, seu colega gentio, chamado, Trófimo. Os judeus causaram grande confusão, arrastaram Paulo para fora do templo, procurando tirar sua vida, sendo necessário a intervenção do comandante com os centuriões. Vemos nisto a oportunidade para Paulo chegar diante das autoridades para pregar o Evangelho, estando no sinédrio pregou aos principais sacerdotes. Devido à conspiração para matá-lo, foi enviado a Cesaréia onde falou diante do governador Festo, e apelou para César. Falou para o rei Agripa; foi enviado a Roma; depois de um trajeto muito difícil, chegou a seu destino. 2.2.5 O Evangelho em Roma: O Evangelho chegou em Roma provavelmente trazidos pelos romanos que estiveram em Jerusalém no Dia de Pentecostes. A carta aos romanos foi escrita no fim da terceira viagem de Paulo quando estava em Corinto, foi levado por Febe de Cencréia, subúrbio de Corinto, que estava de saída para Roma (Rm 16:1-2). 3 As Estratégias de Paulo: Roberto Sper em seus livros falou das estratégias de Paulo, ele trabalhava nas grandes cidades e tinha o povo judeu e os helenistas como alvo, e seu ponto de partida era as sinagogas. Ele apresenta seis características da estratégia de Paulo: 1 – Equipe, Paulo trabalhava em equipe. 2 – Treinava os nativos, 3 – Flexibilidade cultural. 4 – Procurava povos não alcançados.
  • 20. 20 5 – Mesmo nível econômico. 6 – Seu método era pregar a Palavra. 3.1 Cronologia dos Escritos Bíblicos e a Soberania Divina: No Ano 60 Lucas escreve o Evangelho e o Livro de Atos. Neste mesmo período o apóstolo Paulo escreve na prisão as epístolas aos efésios; aos Filipenses; aos Colossenses, e a Filemom. No Ano 64 Ele escreveu 1Timóteo. Neste mesmo ano houve as primeiras perseguições contra os cristãos; Nero atéia fogo em Roma e culpa os cristãos. Um ano depois Pedro escreveu sua primeira epístola possivelmente em Babilônia. Existe uma tradição, do segundo século, em abono desta idéia. Roma é chamada Babilônia em Ap 17 e 18, assim como em Ap 11.8 Jerusalém é denominada "Sodoma", sendo a idéia a seguinte: Jerusalém trazia então as marcas da impiedade relacionada com a Sodoma de Gn 18 e 19. Assim, na mente de Pedro, a Roma dos seus dias lembrava a antiga Babilônia em riqueza, luxúria e licenciosidade. Pode bem ser que empregasse o termo "Babilônia" em vez de Roma por uma medida de prudência, d’outra sorte a carta, caindo por inadvertência nas mãos de algum funcionário romano, este ao ler o pós-escrito se ofenderia, o que não podia deixar de ser possível, e isto então desse lugar a duras conseqüências para os cristãos. A opinião de que o termo "Babilônia" usa-se aqui para significar Roma era aceita universalmente na era cristã primitiva e ainda hoje se tem como plausível. No mesmo ano Paulo escreve a epístola a Tito a qual não podemos afirmar de onde . Entre os anos de 66 - 67 Pedro escreve sua segunda epístola que foi escrita não muito antes do martírio desse apóstolo; a data, pois, seria mais ou menos 66 ou 67 A. D. Tivera notícias acerca da obra dos falsos mestres na Igreja e então exorta os cristãos a perseverarem na verdade, ainda que rodeados de erros e infidelidade. Adverte os falsos mestres sobre o crime que estão cometendo e o perigo que daí decorre, apontando para a segunda vinda do Senhor que para eles não seria ocasião de alegria, senão de juízo. Os cristãos, por outro lado, devem viver à luz dessa vinda; insta com eles para que se santifiquem e sejam diligentes, ao mesmo tempo humildes, como convém aos que esperam pela aparição do Senhor Jesus.
  • 21. 21 No Ano 67 Paulo escreve a segunda epístola a Timóteo não se podendo dizer com certeza o local de sua escrita, possivelmente ele encontrava-se em seu último aprisionamento. Provavelmente nos meados do ano 68 João Marcos escreveu o Evangelho. As maiorias dos eruditos, seguindo evidências antigas, apontam Roma como o lugar em que foi escrito. Dr. Graham Scroggie considera que 1Pe 5.13 tende a confirmar esta idéia, caso Babilônia significasse Roma. Outros sugerem Alexandria, Cesaréia e Antioquia da Síria. É provável que este evangelho fosse escrito para leitores gentílicos em geral e mais particularmente para os romanos. Há relativamente poucas citações e alusões tiradas do Velho Testamento; expressões aramaicas são interpretadas (Mc 5.41); os costumes dos judeus são explicados (v.g. Mc 7.3-11); algumas palavras latinas aparecem. O teor geral da obra, que representa a incessante atividade do Senhor e Seu poder sobre os demônios, a enfermidade e a morte, atrairia o leitor romano, interessado mais em atividade do que em palavras. Neste mesmo período, em meados do ano 68 d.C Judas, irmão de Jesus, escreve sua epístola (Mt 13.55; Mc 6.3). Durante a vida terrestre de Jesus, Seus irmãos não criam nEle (Mt 12.46; Mc 3.31; Lc 8.19; Jo 7.3-9). Entretanto, são encontrados entre os discípulos no início do livro dos Atos (At 1.14), e Tiago tornou- se um dos líderes mais destacados da igreja em Jerusalém (At 15.13-21.18; Gl 2.9). É assim que muitos julgam que esta breve carta seja da autoria de Judas, o irmão menos conhecido de Jesus. Nada há na epístola que exclua a possibilidade de ela ter sido escrita no tempo da vida deste Judas, filho menor na família terrena de Jesus. As condições na igreja descritas na carta não são incompatíveis com as do fim do primeiro século, embora seja verdade que correspondem também à situação criada pelo gnosticismo no segundo século. 1Coríntos revela condições semelhantes àquelas mencionadas nesta epístola geral, cujo teor dá a entender que o autor se sente perturbado por novidades que apenas começam a insinuar-se na igreja. Por estas razões, alguns que não aceitam a autoria de Judas, irmão de Jesus, dão como data da epístola o fim do século primeiro. A epístola foi escrita em conseqüência de uma situação que se produziu no seio da igreja. Homens, sob a profissão do Cristianismo, estavam-se metendo em franca imoralidade "tornando a graça de Deus
  • 22. 22 em luxúria". Outrossim, mostravam um baixo padrão moral em outros sentidos. Na teoria e na prática, estavam pervertendo a doutrina evangélica da graça. Ainda que a carta não tenha destino certo indicado no texto, parece ter sido escrita a alguma comunidade desconhecida de cristãos, membros de uma igreja gentílica. Essa igreja sentiu certa influência pagã, conhecida pelo autor, e, por conseguinte uma falsa interpretação da fé cristã estava espalhando-se. O autor manda uma missiva enérgica para combater esta influência nociva, que ameaça os leitores, e, ao mesmo tempo, ele procura animá-los a resistir-lhe. Ao ano de 68 é também atribuída a escrita da epístola aos Hebreus. Não se sabe com certeza quem foi o autor desta epístola e muitas têm sido as suposições de quem foi o seu autor. Em Alexandria, onde a epístola foi aceita por seus próprios méritos, há evidência de uma tendência crescente, no terceiro século de nossa era, de ligá-la ao apóstolo Paulo, ainda que bastante indiretamente. Clemente sugeriu que Paulo escreveu-a em hebraico e que Lucas a traduziu para o grego. Orígenes se inclinava a pensar que os pensamentos originais fossem do apóstolo, ainda que não a forma escrita e a linguagem final. Tal conexão dessa epístola ao nome de Paulo muito contribuiu para que lhe conferissem autoridade apostólica, na falta do que muitos hesitaram em aceitá-la como canônica. Conseqüentemente, muitas cópias manuscritas vieram a ser intituladas "A Epístola de Paulo aos Hebreus". Entretanto, essa atribuição da epístola ao apóstolo, não é aceita pela maioria dos eruditos contemporâneos. A própria evidência interna da epístola, como sua linguagem, estilo e conteúdo, é considerada como prova conclusiva contra essa suposição (por exemplo, contrastar Hb 2.3 com Gl 1.12; Gl 2.6). Entre os anos de 85 a 90, O apóstolo João escreve 3 epístolas e o Evangelho. As epístolas que trazem o nome de João são anônimas. A primeira não tem dedicatória nem assinatura. Há, porém, afinidades tão íntimas entre ela e o quarto Evangelho, no tocante ao estilo e à matéria versada, que a maioria dos eruditos concorda que os quatro escritos tiveram um só autor. Até mesmo os poucos que pensam diferentemente são constrangidos a admitir que o escritor da primeira epístola deve ter sido alguém que recebeu forte influência do autor do Evangelho. Não há razão para se rejeitar a tradição de ter sido o apóstolo João, filho de Zebedeu, o autor dos quatro documentos. E, em Patmos, João tem a visão e
  • 23. 23 escreve o livro de apocalipse. Recentes escritores sobre o Apocalipse se inclinam à aceitação da tradição dos primeiros cristãos de que foi escrito pelos fins do reinado de Domiciano, i. e., cerca de 96. O autor do Apocalipse designa-se simplesmente João. Embora residente na Ásia Menor (ou, antes, Ásia proconsular), ele era claramente um cristão hebreu como a linguagem e o estilo do livro revelam, e assumiu posição de influência entre as igrejas dessa região. Era natural, em vista da forte tradição de que João, o filho de Zebedeu, emigrou para Éfeso, que os escritores cristãos identificassem João, o apóstolo, com o vidente que escreveu o Apocalipse. O motivo mais ponderável para essa conclusão é, talvez, o fato que o profeta simplesmente se chama "João", como se não houvesse nenhum outro líder cristão nessa região com quem ele pudesse ser confundido. As muitas afinidades notáveis de pensamento e redação entre o Evangelho e o Apocalipse, quanto aos pormenores, também reclamam o reconhecimento de alguma ligação na autoria dos dois livros. O livro reflete os princípios de uma crise de perseguição prestes a rebentar com toda a fúria sobre os cristãos da Ásia e, finalmente, sobre a igreja em toda a parte. Assim sendo, nota-se que, enquanto as atividades missionárias da Igreja eram realizadas, Deus trabalhava junto aos seus servos levando-os a escrever a revelação neotestamentária dentro de um contexto histórico específico que, apesar dos vários contextos que nos encontramos hoje, serviriam para direcionar toda a vida doutrinária e missionária que a Igreja empreenderia posteriormente. É Deus trabalhando em prol do seu povo. 4 A História das Missões Entre os Anos 100 a 500 d.c.: No começo deste período os cristãos chegaram a ver um mundo, em alguns aspectos, favoráveis à pregação do Evangelho. Pois, o Império Romano impusera, numa grande área do mundo então conhecida disciplina e unidade de forma bastante intensa, até aí desconhecidas. Mas, a paz nunca foi total. Havia sempre ameaças nas fronteiras; a revolta nas províncias tornara-se incontrolável: a queda deste ou daquele imperador ameaçava sempre a organização intrincadamente equilibrada do Império, embora muito mais tarde conseguisse derrubá-la. Contudo, a
  • 24. 24 paz não deixava de ser uma realidade. Onde os romanos chegavam, construíam estradas, bem delineadas e pavimentadas, através dos montes e vales. Mais tarde, quando a ordem romana ruiu e as estradas foram abandonadas, uma grande parte da humanidade passou a viver em aldeias dispersas, que durante os longos invernos ficavam sem comunicações com os outros centros habitados. Mas no tempo de Roma isso não sucedia, as viagens ofereciam maior segurança e eram mais rápidas do que em qualquer outro período, antes do século XIX. A Igreja, nos seus primeiros dias, falava aramaico, idioma corrente na Palestina. No decurso do tempo, verificou-se ser necessário empregar várias línguas para a expressão da sua fé. Mas, quase de início, era fundamentalmente uma Igreja de língua grega. O Império Romano aceitara o grego, tanto para fins comerciais, como para meio de comunicação familiar entre os homens educados. Quem soubesse grego poderia ir a todo o lado, que sempre encontraria amigos com quem falar; quando as Igrejas de Lyons e Vienne, no Sul da França, cerca de 177 d. C., desejaram comunicar com o resto do mundo cristão, para o informar a cerca das terríveis perseguições que haviam sofrido, foi em grego que se lhes dirigiram. Mais ainda: as conquistas de Alexandre no século IV a.C. haviam difundido a civilização e a língua grega até ao próprio coração da Ásia. Um reino grego mantivera-se cerca de dois séculos na fronteira com a Índia, e, durante um certo período, no interior deste último país, com notáveis influências sobre a arte indiana. Talvez mais importante que qualquer dos dois fatores que mencionamos atrás, foi a presença dos judeus, durante muitos anos, em todas as regiões do Império Romano. É impossível saber quantos foram, mas algumas autoridades calculam que representassem cerca de sete por cento da população total. Esses judeus formaram um povo vigoroso, ativo e por vezes turbulento. Apesar da sua falta de amizade e da sua secura, haviam conseguido exercer uma influência notável nos povos vizinhos, atraindo muitos deles para a fé judaica. A procura da sabedoria era uma paixão antiga nos gregos, sempre em busca de novidades; a sinagoga ofereceu-lhes uma sabedoria profunda e dinâmica, aparentemente mais antiga quer a de Homero. O monoteísmo andava no ar; o Velho Testamento estabelecera um monoteísmo mais puro, mais radical e mais pessoal que qualquer outro sistema conhecido do mundo antigo. Alguns gentios submeteram-se ao rito da circuncisão, passando assim a
  • 25. 25 pertencer ao povo dos judeus; a maioria ficava na categoria dos “tementes a Deus”, espectadores interessados, que encontramos com tanta freqüência nas páginas dos Atos dos Apóstolos. Foi neste grupo que a pregação do Evangelho encontrou a sua resposta mais firme e imediata. Quando se tornou claro aos olhos destes gentios que, sem passar pelo rito da circuncisão (que tanto os gregos como os romanos consideravam repulsivos), podiam ganhar não só o que o judaísmo lhes oferecia, mas ainda algo mais, não lhes foi difícil aceitar a fé de Jesus Cristo. A presença desta elite diferenciou as missões da era apostólica das de épocas subseqüentes, fazendo com que a comparação se torne quase impossível. Estes povos, ou os melhores indivíduos entre eles, haviam sendo bem instruídos pelo Antigo Testamento, de que aceitaram a moral e as idéias teológicas. Muitos deles trouxeram para a sua fé cristã a base de compreensão e de caráter disciplinado, que lhes permitia ocuparem naturalmente posições destacadas na chefia das novas congregações cristãs. E, em certos casos, tornaram-se pioneiros do desenvolvimento do pensamento da Igreja. O segundo século foi um período perturbado e ansioso. O homem buscava de novo a alma e encontrava-se livre, diante de vários tipos de religião. Nos últimos anos tem-se escrito muito acerca das “religiões do mistério” do Império Romano em decadência, como paralelo, e talvez como origem, da doutrina cristã. É indubitável que alguns destes mistérios respeitavam a deuses que morriam e ressuscitavam, às cerimônias de iniciação e refeições sagradas, cujo objetivo consistia em conseguir uma certa forma de participação do crente na vida do deus. Uma investigação cautelosa mostrou existirem poucos indícios da influência direta dos mistérios na fé e na prática cristã; as semelhanças são mais o resultado de desenvolvimento paralelo em situações equivalentes, do que contribuições diretas. Na realidade, os pensadores cristãos parece haverem entrado diretamente em conflito com os mistérios, que consideravam disfarces diabólicos da verdadeira revelação de Deus. Contudo, as religiões de mistérios e o seu desenvolvimento, nos primeiros séculos da nossa era, são como evidências do desejo irreprimível do homem em conseguir obter certezas a respeito de Deus e do seu destino; nesse sentido, pode dizer-se que serviram de preparação ao Evangelho.
  • 26. 26 Paulo foi o maior e provavelmente o mais sistemático de todos os primeiros missionários. Teve por objetivo trabalhar entre os gentios. Após a conquista da região da Ásia ele deseja alcançar a Europa com uma parceria com a Igreja Romana. No entanto, não temos confirmação de nenhum trabalho estabelecido em outras regiões fora da que citamos, possivelmente em outras direções a Igreja também se expandia nas regiões do Oriente. Outras evidências comprovam-nos a rápida difusão do cristianismo neste período, as epístolas de Inácio e o medo de Plínio de que os santuários dos deuses viessem a ficar inteiramente desertos comprovam-nos o quanto o cristianismo estava empactando a sociedade de então. Com a destruição de Jerusalém a Igreja no ano 70 d.C. não chegou ao fim, ao invés disso instalou-se em Antioquia na Síria, onde passou a ser o seu segundo lar. Na capital do Oriente, a fé cristã enraizou-se fortemente e desenvolveu-se sob uma sucessão de vários bispos notáveis dos quais não temos conhecimento. Vale ressaltar, entretanto, que para o fim do século IV apesar desta informação provir de uma época consideravelmente posterior, a população de Antioquia andaria a roda de 500.000 habitantes, dos quais mais da metade seriam cristãos. A Ásia Menor que nos tempos de Paulo apontava para um progresso promissor não se concretizou, visto que não teve tanto sucesso entre os povos mais atrasados que conversavam em suas línguas nativas e não no grego comum. O terceiro centro do mundo cristão era Roma, que só passou a proclamar o domínio universal no século IV. Esta Igreja foi fundamental dentro das disputas teológicas que cercaram os anos de 100 a 400 a.C. é evidente que de início a Igreja de Roma possuía a classe dos mais pobres sendo por mais de cem anos uma igreja de língua grega. O povo mais culto que falava latim veio a ser ganho através do bispo Vítor, entre os anos de 189-199 d.C., assim a Igreja penetra nas classes mais altas da sociedade. Pelo fato desta Igreja está situada em um dos pólos mais atrativos propiciou-lhe um rápido crescimento, segundo Harnack, Roma possuía uma população cristã de pelo menos 30.000 seguidores.
  • 27. 27 Enquanto isso, na Gália e na Espanha, o progresso foi muito vagaroso. Irineu (130 a 200) bispo de Lyon chega a evangelizar os povos tribais. A verdade é que já no século III, haviam varias Igrejas estabelecidas na Espanha, tendo umas 36 dioceses espalhadas. Na Inglaterra não se tem certeza do ano em que foi estabelecido o cristianismo, alguns associam Paulo ou um dos seus companheiros como missionários nesta região, o que é pouco provável, entretanto, Tertuliano já nos dá informação sobre os crentes de língua inglesa no ano de 208 d.C., por certo, podemos afirmar que em 314 a Inglaterra já se encontrava representada no Concílio de Arles na França Meridional. O Evangelho também chega muito cedo ao Egito, sem podermos estabelecer uma data precisa, porém, Alexandria, com toda certeza, já possuía uma classe de crentes pensadores que se tornaram seguidores de Fílon. Eles foram os pioneiros nestas regiões da Grécia não cristã. Pensadores como Clemente (150–215) e Orígenes (185–254), embora se conservando firmemente dentro da doutrina ortodoxa da revelação do Pai, através do Filho, que é também Palavra divina, puderam reconhecer na filosofia grega uma verdadeira preparação para o evangelho de Cristo e crer que o Deus que guiava os destinos de Israel se encontrava também atuante na história dos gregos. O cristianismo no Egito não se limitava aos que falavam grego. A tradução das Escrituras em vários dialetos da língua que hoje conhecemos pelo nome de copta começou em meados do século III. Por essa época, ou um pouco mais tarde, os desertos começaram a encher-se de monges e de eremitas. Os habitantes desertos, na grande maioria, falavam copta e pouco ou nada sabiam de grego. O fanatismo que por vezes revelavam não justifica, entretanto, as ásperas observações de Edward Gibbon acerca do triunfo do barbarismo e da religião. Mas este lado sombrio deve comparar-se com a simplicidade e devoção manifestadas em quase todas as páginas das vidas dos Padres do Deserto. Cirene é mencionada em quatro passagens do Novo testamento: Simão de Cirene transportou a cruz de Cristo; quando Pedro apresentou seu primeiro sermão
  • 28. 28 no dia de Pentecostes encontrava-se presente cirineus, os cirineus tomaram parte decisiva no transporte dos evangelhos de Israel para o mundo gentio, graças ao maravilhoso Sinésio persuadido em 410 que se tornou bispo da sua cidade nativa. Existiam seis bispados nesta região. O evangelho penetrou mais rapidamente ao norte da África, hoje, Tunísia e Argélia. A literatura latina Cristã surgiu provavelmente no norte da África, representada, pelos ex-homens do fórum Tertuliano (160–220) e Cipriano. A igreja do norte de África era a igreja de bispos, cada cidade tinha o seu bispo. Esta igreja como a do Egito, debatia-se com o problema da raça e do idioma. Parece evidente que fatores lingüísticos e raciais entre outros, também condicionaram o cisma donatista, que despedaçou a igreja da África do norte, geração após geração e a enfraqueceu sem qualquer esperança. Na visão geral do fim do século III não havia nenhuma do Império Romano que não tivesse sido penetrada em maior ou menor extensão pelo evangelho. Porém, sua influência era desigual. A maior parte da igreja falava grego e latim e os povos camponeses encontravam-se em uma vasta extensão, alheios à sua influência. Quais os fatores que permitiam a difusão das sagradas Escrituras? O primeiro e mais importante fator a considerar, é a fervorosa convicção que possuíam muitos dos primeiros cristãos. Novas comunidades cristãs recomendavam-se a si mesmas pela evidente pureza de suas vidas. Nos primeiros dias do Império romano, o sentido de comunidade e de lealdade mutua foram muito forte, a desorganização da sociedade resultava no enfraquecimento de lealdade local e embora os estóicos a tivessem tento substituir por uma lealdade mais ampla na sua doutrina do homem como cidadão do mundo, expresso pelo imperado estóico Marcos Aurélio. O que os estóicos queriam, foi criado pelos cristãos, que era uma sociedade em todos eram bem vindos sem distinção, discriminação. O cristão onde quer que se encontrasse sabia que pertencia a uma sociedade potencialmente mundial e que estava obrigado pelos princípios de um único Senhor, e de uma única fé, um único batismo. O Teísmo (isto é a fé cristã) progrediu especialmente devido os serviços
  • 29. 29 prestados a estranhos e aos cuidados com o enterro dos mortos. Devemos considerar o efeito da perseguição aos cristãos sobre a opinião pública. Até a perseguição sistemática ordenada pelo imperador Décio em meados do éculo III, quando a perseguição se iniciou, a mesma deve-se mais às pressões populares do que ao resultado de uma campanha planejada por parte das autoridades. Todos cristãos sabiam que mais cedo ou mais tarde teriam de testemunhar de sua fé a custa de sua própria vida. Quando ocorria uma perseguição, o martírio experimentava a maior publicidade possível, o publico romano era cruel e duro mas nem sempre desprovido de compaixão, e não restam duvida de que as atividades dos mártires e particularmente das mulheres jovens que sofriam juntamente com os homens provocou uma profunda impressão. Nos primeiros vinte anos do século IV, a situação modificou-se pois o imperador Constantino (274-337) mostrou-se progressivamente favorável à nova religião, aceitando-a como religião do estado. Aceitou o batismo cristão das mãos do seu amigo Eusébio de Nicomédia. Os cristãos puderam sais das catacumbas e beneficiar-se dos favores imperiais. No final do século II o inteligente Celso de Alexandria escreveu um livro contra os cristãos. Justino Marte (100-165) nascido na antiga Shechen, procurava a verdadeira sabedoria em muitas escolas filosóficas, só quando encontrou um professor cristão em Éfeso, pode descobrir no Evangelho a solução para seus problemas. Surgiram muitos filósofos como Tácito, Amiano, Marcelino, Luciano, Pholino, Clemente, Orígenes, Tertuliano, o que originou a literatura cristã foi o fato destes homens terem algo de vital importância a dizer. O cristianismo estava na moda e a maioria dos homens como hoje, consideravam conveniente seguir a moda. Em tudo havia perigo. A fé tornou-se superficial e identificou-se com a aceitação de ensinamentos dogmáticos, mais do que com uma transformação radical do próprio eu. Como a Igreja enriquecera, as dioceses tornavam-se objetos de controvérsias, mais do que instrumentos de serviços humildes. Com esta nova liberdade, a igreja podia penetrar no mundo, e, ao mesmo tempo, de forma perigosa, o mundo entrava na igreja. O século IV foi o período do desenvolvimento das grandes literaturas clássicas.
  • 30. 30 É de notar que mesmo antes da grande transformação que se realizou na era de Constantino, a igreja ultrapassava já as fronteiras imperiais. O siríaco é uma língua semita semelhante ao hebraico e aramaico. O cristianismo de língua siríaca tinha um caráter próprio, eles eram simples, diretos e introspectivos. Na Índia do Sudoeste a igreja dos cristãos de Tomé ainda existe. A duas certezas absolutas: 1º sabemos que esta igreja existe desde os primeiros tempos cristãos; 2º podemos dizer que a igreja de São Tomé no Sul da Índia, no primeiro século, teria sido perfeitamente possível. A fé continuará sem duvida a afirmar ate os fins dos tempos a origem diretamente apostólica da igreja indiana. O Evangelho estendeu-se da Capadócia a Armênia, onde o seu mais notável difusor foi Gregório que nascera 213, estudara nas classes de Orígenes em Cesaréia e deixou uma nobre oração de louvor ao seu grande professor. Os godos obtiveram seu primeiro conhecimento do Evangelho por prisioneiros capadocianos, mas a evangelização só começou com a vida de Ufilas (311 a 383) um dos mais notáveis dos missionários de qualquer período da historia da igreja. Ufilas parece ter sido filho de pai capadociano e de mãe goda. O maior serviço por ele prestado consistiu em ter reduzido a linguagem gótica à escrita e em traduzir a Bíblia para este idioma. Acerca dos povos entre o Danúbio e o Mar do Norte, existe um grande desconhecimento a respeito do que se passava neste período. Patrício nascera, em algum lugar na Inglaterra, cerca de 389 d.C. Aos 16 anos de idade, um bando de mercenários irlandeses desceu sobre a Inglaterra e raptou um certo numero de pessoas. Patrício encontrava-se entre estas. Seis anos passou como pastor, entre os bárbaros nas montanhas selvagens da Irlanda. No fim desse período, Patrício fugiu para França onde se tornou monge da Abadia de Lerins. Patrício decide regressar a Irlanda. É possível que tenha regressado a Irlanda cerca de 432 e houvesse prosseguido seu trabalho até morrer em 461. a Irlanda era
  • 31. 31 um país quase inteiramente pagão. Deparou-se com muita oposição, por parte dos representantes da velha religião, dos reis que tentou converter, dos ataques britânicos que perturbava a sua obra e massacrava os convertidos. Mas sobreviveu aos seus inimigos e cansou a oposição. Na altura da sua morte a Irlanda era já em grande parte um país cristão. O fim do século V assistiu em França a um acontecimento que tem sido justamente considerado como um dos momentos culminantes da historia cristã, o batismo de Clovis, reis dos francos. No ano 500, a igreja podia contemplar 500 anos de êxitos miraculosos. Não conhecia ainda quase nada das antigas e estáveis civilizações da índia e da china, mas constituíra-se na maior força civilizadora do mundo Ocidental. Nos grandes concílios desenvolvera um maravilhoso instrumento para expressão e a conservação da unidade cristã. Poderia parecer que a igreja iria buscar progressos constantes e sem obstáculos até tornar-se literalmente co-extensiva com o mundo habitado e com a raça humana. Na realidade, a partir do ano 500 iria entrar num período de conflitos de amargos e desanimadores. Envolver-se-ia em lutas desesperadas, em duas frentes. Uma, depois de mais de 500 anos de esforços, sairia quase inteiramente vitoriosa. Outra iria sofrer terríveis perdas e durante mais de 500 anos limitar-se-ia a conservar o que lhe pertencia.
  • 32. 32 CAPÍTULO II DIFUSÃO DO CRISTIANISMO A HISTÓRIA DAS MISSÕES NO PERÍODO DAS TREVAS No Século VI ocorre a decadência do império romano. Esta se deu em decorrência de causas internas como: corrupção no senado; decadência econômica e moral; e de causa externa: invasão dos bárbaros. Como conseqüências: - A Europa perde a liderança política, e a igreja toma para si o papel de liderar politicamente a Europa com a sede do papado em Roma; - Fortalecimento da igreja romana que toma as principais decisões universais; - Divisão do império romano em ocidente e oriente, Roma e Constantinopla. Columba: O trabalho missionário, veio a ser realizados por missionários anônimos; e também por Columba que foi missionário entre os celtas (521-597). Este preparou monges, que passaram a ter um estilo próprio de fazer missão. Quando chegavam em um país estranho, trabalhavam para construção de vilas missionária e choupanas para os monges. Columba comandava um grupo de monges celtas na Ilha de Iona, que estaa localizada na costa da Escócia, de onde enviava missionários para Escócia, Bretanha e Irlanda e até Islândia.
  • 33. 33 Havia na Inglaterra duas formas de cristianismo, a romana e a escocesa. Elas diferiam apenas em alguns ritos religiosos. A principal diferença, todavia era que os missionários romanos reconheciam a autoridade papal, ao passo que os monges escoceses, cujo cristianismo não fora originário de Roma, não seguiam suas regras. Em 664, em um sínodo, por causa da influência do rei Oswin, ficou decidido, que a Igreja inglesa obedecesse a autoridade de Roma. Nos século VI e VII, as regiões da Europa mais remota eram as ilhas Saxônicas e o extremo norte dos mares Bálticos e Mar do norte. Portanto estas regiões tornaram-se alvo das missões romanas. Gregório I (540-640), ao ver os ingleses dos olhos azuis chamou-os de anjos, seu sonho era de ser um missionário entre os saxões, de família nobre, foi considerado o maior missionário da igreja medieval, foi eleito prefeito de Roma e depois, tornou-se monge em seguida embaixador do bispo de Roma em Constantinopla, depois da sua volta à Roma foi escolhido abade do mosteiro de Santo André. Substituiu o papa Pelágio que morreu em 590. Após ter assumido o papado cuidou em fazer realizar seu sonho, enviando o missionário Agostinho com uma companhia de monges que com muitas dificuldades na viagem chegaram entre os celtas para começarem um trabalho. O resultado do trabalho foi a conversão do rei Edelberto de Kent e dez mil saxões foram batizados. Com todos estes esforços realizados por estes desbravadores da idade média até o final desta época, todas as regiões remotas da Europa, Islândia, Irlanda, Escócia, Bretanha (atual Inglaterra), Germana e o Mar do Norte, já estavam evangelizados. Bonifácio: O apóstolo da Alemanha (680-754), foi consagrado em Roma em 722 como bispo da fronteira germana pelo papa Gregório II, no seu retorno Bonifácio destruiu o altar pagão dos germanos e com a madeira do carvalho, onde era realizada a consagração pagã, ele construiu uma capela em honra a São Pedro. Ao envelhecer
  • 34. 34 resolveu trabalhar entre os bárbaros do extremo norte da Gália, aonde com muito êxito veio a falecer. Muito mais difícil, perigosa, e desastrosa, foi a luta da igreja na outra frente. Em 622 o profeta Maomé deslocou-se de Meca para Medina, depois de congregar um numero muito grande de peregrinos com base na sua mensagem monoteísta avançou nos desertos da Arábia para o resto do mundo. Em 650 conquistou a Pérsia, Jerusalém em 638, Cesárea em 640, com isto a palestina e a Síria caíram em domínio mulçumano. E em 642, Alexandria foi capturada, esta milícia conquistou desde o Egito a todo norte da África, e em 697, conquistou Cartago, em 715 a maior parte da Espanha encontrava-se em mãos mulçumanas, atravessando o Estreito de Gibraltar, passando pela Espanha sofreram a sua primeira derrota em 732 contra o general Carlos Martel em Taurs na França. O Islã nunca conseguiu estabelecer-se ao norte da Europa, contudo o seu avanço prosseguiu em direção a Roma que foi atacada e saqueada por esta milícia, mas posteriormente eles conseguiram enfraquecer o movimento missionário das igrejas principalmente no oriente até a queda de Constantinopla pelos turcos otomanos em 1453, pondo fim a idade média. Conseqüências: O islamismo não conseguiu o domínio da Europa ocidental, mas enfraqueceu o cristianismo da Ásia menor e África, fechando quase que definitivamente as portas destas regiões ao cristianismo até os dias de hoje. Por incrível que pareça a conquista da Ásia menor pelo islã trouxe um grande benefício para igreja do ocidente, benefício este que somente interessava ao papado de Roma, quanto que na verdade o avanço do islã trouxe grandes perdas para o cristianismo em geral. Sempre houve diferenças entre os bispos de Roma e de Constantinopla, briga por maiores influencia. A Igreja Nestoriana do oriente já enfraquecida pelas confusões doutrinárias que vinham a muito minando as suas bases agora sofre um abalo ainda maior com as conquistas do islã, e com o papa de Roma tornando-se o mais importante chefe do cristianismo do mundo. Estes acontecimentos fecharam o mediterrâneo desde a Península Ibérica até o Japão,
  • 35. 35 voltando para o ocidente pela costa sul do mediterrâneo até Marrocos, deixando como conseqüência àquilo que nos chamamos nos tempos atuais de janela 10/40 que se constituiu na região do planeta terra considerada a mais resistente a pregação do evangelho. A tradição cristã pintou um quadro trágico do destino dos cristãos perante o avanço islâmico, em termos das seguintes alternativas: a morte, ou a apostasia, eles tinham que opinar entre o abandono da fé ou serem martirizados. Houve grandes massacres e, sem dúvida muitas perdas de vidas, muitos cristãos converteram-se ao islamismo. Mas o fato mais surpreendente destas invasões consistiu nas poucas perdas de vidas em face do tão rápido desfacelamento da civilização cristã. Os cristãos do oriente que resistiram ao islã perderam os privilégios e os direitos sociais, passaram a pertencer a uma segunda classe social com uma carga tributária muito alta e não podiam igualar-se aos mulçumanos. Os árabes não desejavam exterminar ou converter a todos os cristãos, eles não eram agricultores e nem administradores, por isso precisavam manter parte dos cristãos para estas tarefas. As missões também contribuíram, em parte, para o soerguimento do poder de Roma. Quando os papas enviavam missionários, encarregavam-nos de tornar as terras conquistadas obedientes aos papas. Assim, cada conquista para o cristianismo era outra para o poder do papa. Vimos como a igreja na Inglaterra caiu sob a autoridade dos papas, pela atuação dos missionários romanos, Agostinho e outros que atuavam junto aos missionários celtas para os conduzirem à obediência ao papado. Concluímos que as atividades missionárias da igreja da idade média estavam estritamente ligadas a dois fatores: a expansão dos domínios territoriais do papado e em segundo plano a divulgação superficial do nome de Cristo. Séculos VIII-X: O maior de todos os missionários deste período Wynfrith de Crediton, mais tarde conhecido por Bonifácio (680-754) o apóstolo da Germânia. Até os quarenta
  • 36. 36 anos ele fora monge, vivendo segundo a tradição de Wessex nos mosteiros de Exetes e Nuis ou Nuthshalling, próximo de Winchestes. Seus esforços missionários estavam baseados na convicção firme de que o evangelho de Cristo devia ser pregado a todos aqueles que do seu ponto de vista eram ainda povos bárbaros. A grande modificação verifica-se quando Bonifácio foi chamado a Roma e consagrado em 30 de novembro, pelo Papa Gregório II, como bispo de fronteira Germana, com a primeira sede fixa. Bonifácio jurou ao papa e o mesmo compreendera que as missões só seriam permanentes partindo da organização eclesiástica, e tendo o apoio direto de Roma. Isto era novo, tornando-se mais tarde eficaz e de muita importância para evangelização posterior da Europa. Neste período de sua obra começou a usar mulheres dedicadas, como missionárias as quais serviram a Cristo corajosa e eficientemente através da história da Igreja nos campos missionários do mundo. Do regresso de Roma no ano de 724, Bonifácio ganhou nome e reputação para a causa cristã em virtude do ato corajoso de ter derrubado o carvalho sagrado de Tor, objeto de culto dos não cristãos. Os germanos estavam convencidos que, quem profanasse o santidade do santuário seria destruído pelos deuses. O carvalho foi derrubado e nada sucedeu. Os espectadores diziam que Bonifácio tinha razão, quando dizia que o seu Deus era mais forte que os deuses de seus pais. Com a madeira de a árvore ele construir a capela em honra a São Pedro. Ele recebeu autorização para organizar igreja na Baviera, constituiu as dioceses de Freising, Passau, Ratbana e Sauzburgo. Em 744, fundou o mosteiro Fulda, o qual tem desempenhou um papel especial no cristianismo romano da Alemanha do centro. No ano de 741, foi chamado a executar uma grande reforma na Igreja Franca. Ele não conseguiu realizar todas as reformas que desejava impor. A medida que ia envelhecendo, retirava-se cada vez mais do campo da administração. Por fim, o espírito do missionário prevaleceu e mergulhou de novo em terras onde Cristo não era conhecido. No ano de 753, em Zuiderze, começara uma obra onde os frísios eram ainda pagãos. Notáveis resultados foram alcançados, provocando violenta
  • 37. 37 reação pagã. Em 5 de julho de 754 ou 755, ele e seus companheiros, aguardavam perto de Dokkum a chegada de vários cristãos recém-convertidos, foram atacados por pagãos furiosos, ele ergueu um livro dos evangelhos para tentar proteger a cabeça mais nada conseguiu, o idoso missionário e os seus cinqüenta companheiros foram mortos. Bonifácio costumava batizar os recém-convertidos sem demora principalmente nos períodos de celebração da páscoa e pentecostes. Tinha um longo e paciente processo de tentar transformar cristãos nominais em cristãos verdadeiros. A época de Bonifácio e de seus sucessores pertence o desenvolvimento das regras e da prática da disciplina da penitência. Carlos Magno: É sem duvida uma das maiores figuras da história, tanto da igreja, como do mundo, no ano de 771 até a sua morte em 914, foi o único rei dos francos. Quando no dia de natal do ano 800, o Papa Leão III o coroou imperador em Roma, Carlos Magno era um governador sábio e poderosamente eficaz, interessava-se bastante pela teologia e desejava conhecê-la, reunindo em sua volta, eruditos, como Alcuino de York (735-804). Iniciou o Renascimento Carlovíngio, que foi um dos marcos mais luminosos da longa noite deste período. No seu tempo os saxões constituíam uma grande ameaça, e o imperador decidiu então que eles deveriam ficar sobre o seu controle, por meio da força armada e da religião. No período de 772-798, sucedem-se inúmeras campanhas, conversões, conspirações e repreensões. Na conquista de uma tribo Germana a sua conversão figurava nos termos de paz, como o preço a pagar para gozar da proteção do imperador e do bom governo garantido pelas suas armas, isto significa uma associação perigosa da nova religião com o poder conquistador.
  • 38. 38 Violência de um dos lados provocava violência do outro, recorda-se que uma vez Carlos Magno massacrou 4500 saxões em um só dia. Acaptulatio de Partibus Saxônial (Captura de partidos Saxões), estabelecia ferozes castigos para inflação de toda uma séria de leis cristãs, dentre as quais destacam-se: - Todo aquele que mata qualquer membro da organização eclesiástica, será condenada a morte; - Todo aquele que queima o corpo de uma pessoa morta como forma de ritual, será condenada a morte; - Todo aquele que conspire com os pagãos contra os cristãos será condenado à morte. Não se deve supor que essa atroz regulamentação tenha sido sempre aplicada. Mas o fato de existirem como estatuto e de poderem a qualquer momento tornar-se vigentes, faziam com que fosse perigoso ser saxão e pagão. A resistência ao evangelho diminuía e, na altura da morte de Carlos Magno a pacificação e conversão dos saxões consideravam-se completo. O território recém conquistado organizou-se em seis dioceses. A perspectiva que permitiu a fundação deste grande centro cristão conduz-nos a etapa seguinte da conversão da Europa: as primeiras tentativas de penetração nos países escandinavos. A conquista dos territórios saxões por Carlos Magno provocava naturalmente grande apreensão nos territórios do norte. Os dinamarqueses tomaram medidas para se oporem. Em 810 construíram imensa muralha. As primeiras tentativas da Igreja para transpor esta barreira foram bastante auspiciosas. O imperador Luis o piedoso, deseja encarregar-se pessoalmente da direção desta atividade. O seu primeiro ponto de contato foi o príncipe exilado Harold Klak, que se persuadiu em 826 a receber o batismo, juntamente com 400 dos seus companheiros, em Maniz Ele tratou de conquistar o seu reino, sendo acompanhado de um missionário, porém não deu certo. Mas tarde através do rei Bjorn foi construída a primeira igreja da Escandinava.
  • 39. 39 Mas tarde Anskar pode construir uma igreja em Slesvig e em Ribe, na costa ocidental. Sendo ele uma figura profética admirável, paciente, e por sua dedicação em atravessar uma porta difícil de abrir. O primeiro bispo que trabalhou fora dos centros cristão, bem estabelecido em regiões ainda pagão. Fim da Idade Média: “O ano 1000 foi caracterizado por enorme terror e ansiedade ao longo de todo mundo cristão” Segundo os cálculos de Dionísio Exíguo este período seria o ultimo da existência da igreja, porém nada disto aconteceu, porém este ano é considerado “como uma espécie de marco divisório”. “Neste período a Europa que possuía um contorno cristão, estava saindo dos piores horrores da idade média e começava a manifestar aquilo que tinha desenvolvido no período de opressão causado pela Idade média, e agora seria manifestado nos séculos seguintes através do comercio, viagens e na construção do edifício do pensamento teológico”2. A partir deste momento vemos à Europa tendo como primeiro objetivo a difusão do cristianismo até aos seus próprios limites. Um dos povos a serem alcançados foram os escandinavos, estes viveram durante séculos num quase completo isolamento em relação ao resto do mundo, e com isto eles vieram a desenvolver uma cultura rica e completa o que necessitavam sendo que, de forma diferente de tudo o que se podia encontrar no mundo que viveu na idade média, o centro deste desenvolvimento cultural era a arte da guerra, à qual tudo se subordinava, esta, foi bem utilizada nos séculos seguintes, sem que houvesse fronteiras que não que não pudessem ser atingidas. Porém as suas maiores realizações viriam a efetuar-se depois de se terem convertido ao cristianismo. 2 Nota dos autores.
  • 40. 40 Da região da Escandinava a Dinamarca possuía maior contato com a Alemanha, e, portanto com o mundo cristão, facilitando assim a entrada com êxito do cristianismo. Anskar fundou um certo numero de igrejas na Dinamarca, mas ocorreu devido as condições fornecidas pela igreja uma queda no que diz respeito a evangelização. No começo do século X o rei Gorm resolveu exterminar o cristianismo do seu reino e tinha como passatempo familiar destruir igrejas e matar padres, o seu filho e sucessor Harald, caminhou diferente e declarou ter “convertido dinamarqueses em cristãos, mas no reino de Knut é que o cristianismo passou a ser parte ativa da vida do povo dinamarquês”. Neste período dois pontos merecem considerável atenção: Em primeiro percebemos que, embora as primeiras tentativas de se levar o evangelho a escandinava tivesse sido por germânicos a partir do século XI o desenvolvimento do trabalho missionário coube a Inglaterra; em segundo vemos no norte a aparição daquilo que podemos chamar, com propriedade, nações, ou seja, com a entrada do evangelho todos os reis desejavam ter sua própria organização eclesiástica assim se desligando do domínio da igreja de Roma. Foi à Dinamarca, o primeiro país em que este choque entre os... Eclesiásticos e nacionais se resolveu, e isto a favor da coroa. Em 1104 Lund, que era a principal cidade no domínio dinamarquês, passou a ser sede arcebispal, e um dinamarquês foi nomeado seu arcebispo. Assim a igreja dinamarquesa ganha a sua própria estrutura independente de qualquer prelado vizinho. Na Noruega como na Dinamarca o poder real desempenhou um papel importante na introdução da fé cristã. O primeiro herói importante da campanha cristã foi Olaf Tryggvesson (969- 1000), este foi batizado por um eremita que encontrou em 990 nas ilhas Sclly. Após
  • 41. 41 o ano de 995 foi eleito rei de todo o seu país e partir daí dedicou-se a fazer do cristianismo a religião dos noruegueses. Porém ele encontrou barreiras para efetuar com êxito o que desejava, as várias assembléias gerais, as things (Assembléia para fins jurídicos ou deliberações, conferências, transação, assunto, negócio, coisa, objeto), estas dificuldades só foram vencidas quando “feliz solução democrática surgiu, e todos estiveram de acordo em substituir a antiga religião pela nova”. Com a sua morte no ano 1000 a sua obra foi continuada por outro Olof: Olof Haraldsson (995-1030), ele foi conhecido como Santo Olof, sua canonização é devido a notáveis serviços prestados a causa cristã, este como seu antecessor dedicou-se a fazer com que os evangelhos penetrassem profundamente e permanente no seu povo. A Suécia foi ainda mais lenta que os outros países escandinavos para aceitar o cristianismo. No começo do século XI parece ter tido o primeiro rei cristão que se chamava Olof Skotkonung, este conseguiu que um bispo fosse consagrado em Hamburgo e colocado em Skara, ele encontrou uma resistência obstinada em suas tentativas de tornar cristã o povo sueco. Ocorreu na Suécia algumas tentativas sem sucesso, objetivando a derrubada do famoso templo de Upsália, onde eram efetuados sacrifícios pelos pagãos. Após mais de um século já no reinado de Sverker (1130-1155), ocorreu a imposição da cristandade. Neste momento foi estabelecida em Upsália, que era a alma e o centro do paganismo sueco a sede arcebispal, então se verificou que “é mais fácil destruir templos que arrancar pelas raízes, modos de pensamentos antigos e fortes”. Quanto à Finlândia verifica-se que sua população não se via pertinência o uma raça inteiramente diferente da Escandinava, principalmente por sua linguagem. Na Noruega, como na Dinamarca o poder real desempenhou um papel importante na introdução da fé cristã. O próximo herói importante da campanha cristã foi Olaf Tryggrsson 969-1000, foi batizado por eremita que encontrou em 990 nas ilhas Zally. Após 995, eleito rei de todo o país e a partir daí dedicou-se a fazer do cristianismo a religião dos
  • 42. 42 Noruegueses. Porém ele encontrou barreira para efetuar com êxito o que desejava as várias assembléias gerais, as Things (assembléia para fins jurídicos ou deliberações, conferência, transação, assunto, negócio, coisa, objeto), estas dificuldades só foram vencidas quando ocorreu uma feliz solução democrática surgiu assim e todos estiveram de acordo em substituir a antiga religião pela nova. Com a sua morte no ano 1000. Na obra foi combinada por outro Olaf Hoholdsson (995–1030) foi conhecido como Santo Olaf sua canonização é divido os notáveis serviços prestados a causa crista, este como seu antecessor dedicou-se a fazer com que os evangelhos penetrassem profundos e permanentemente no povo. Os primeiros contatos cristãos com a rosna ocorreu mediante a cristandade de Hamburgo. Bremerr, mas o contato não com o cristianismo veio pela Suécia, em 1155 o rei Erik IX conduziu uma cruzada contra a Finlândia, como estabelecia o controle militar e como estava acompanhado pelo Bispo Henrique de Upsália, um inglês, pediu aos habitantes que se batizassem, como era constante a reação paga contra esta crença, Henrique foi martirizado e tem tudo sido venerado como fundador da igreja Holandesa. Só em 1290 pode-se considerar terminada a cristianização do país. O avanço do islamismo em primeiro plano conseguiu fragmentar as principais bases cristãs da Ásia menor e África. A região onde no primeiro século da era cristã viu surgir o cristianismo, mais precisamente na palestina, com o próprio Cristo, agora se vê ameaçada de ter a sua principal religião sendo esmagada por esta força do mal. A estratégia do islã fora de tomar e saquear todas as principais cidades destas regiões. Em 638 tomaram Jerusalém, uma importante base cultural e cristã da foz do Nilo Alexandria, também foi tomada em 640 Cesárea, nesta oportunidade, toda a Síria e Palestina foram invadida, e em 697 a tomada de Cartago, importante base cultural e cristã da África do norte, terra natal de S. Agostinho; daí rumaram para o extremo ocidente deste continente até as igrejas marroquinas foram invadidas no noroeste do mesmo, sem oferecerem nenhuma resistência a este avanço avassalador. Pelo estreito de Gibraltar passaram para a península ibérica dominando a Espanha foram até a França onde sofreram sua primeira derrota em
  • 43. 43 um confronto com o exército de um general francês chamado Carlos Martel em 732. Depois desta derrota rumaram para o oriente pela costa norte do mar mediterrâneo até a babilônia posteriormente voltaram para o norte para combater Constantinopla que era sede do cristianismo no oriente foram expulsos em uma desesperada batalha, mas em seguida continuaram tentando e mais tarde aconteceu enfim a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos em 1453.
  • 44. 44 CAPÍTULO III O GRANDE PERÍODO 1295 – 1825 ABUNDÂNCIA MISSIONÁRIA Décadas se passaram, quando o papa Nicolau IV decidiu em 1289 e enviou um homem a fazer uma missão, e sua escolha caiu em João de Monte Corvino, um franciscano que já conhecia o oriente, devido às dificuldades usou a via marítima.Levou treze meses a chegar a Índia, sendo a nossa melhor testemunha das condições como missionário da cristandade neste país durante a idade média. Chegou a Pequim provavelmente em 1294 e foi recebido pelo Imperador Kubla Khan, em idade avançada, e esperava convertê-los, mas, este envelheceu na idolatria. Conseguiram construir uma igreja e estabelecer-se diante da hostilidade de pagãos nestorianos e alguns viajantes europeus que viviam em Pequim. Em 1305, declarava ser batizado seis mil pessoas e formara também um grupo de 150 rapazes, ensinando-lhes grego e latim e a cantarem a missa segundo a forma ocidental. Quando o papa, agora Clemente V ouviu falar desta obra notável, decidiu enviar sete irmãos franciscanos zelosos e conhecedores das Sagradas Escrituras, os mesmos foram consagrados bispos e enviados a tão longínquas terras a fim de poder consagrar o seu metropolitano. Dos sete enviados, apenas três atingiram os seus destinos, e em 1308 João Corvino tornou-se canonicamente o primeiro Arcebispo Cambalensis da Igreja Latina no Extremo Oriente. A presença dos outros bispos tornou possível a expansão e um segundo centro se abriu em Zaitum em 1313. Afirmam alguns que João Corvino traduzira o Novo Testamento e o livro dos Salmos para a língua uighur e que teria mesmo celebrado missa por lá. Após o seu falecimento em 1328, a missão declinou gradualmente, muitas tentativas foram feitas mas, nem chegaram à própria China.
  • 45. 45 Em dezembro de 1335, João de Marignolli, acompanhado de cinqüenta frades partiu a caminho da China e após uma viagem por mais de três anos, trinta e dois dos navegantes chegara a Pequim e foram recebidos pelo Grande –Khan Timor. Em 1346 João de Marignolli partiu da China, sendo a nossa segunda autoridade importante desse período da cristandade na Índia. Assim se paralisou o empreendimento missionário Ocidental na China durante os duzentos anos seguinte. A Igreja Ocidental tentou penetrar na Ucrânia e nas estepes Cáspio, mas não foi bem sucedida e posteriormente a igreja verificou melhores condições e a tentativa foi renovada a partir do ano 1300, tanto pelos franciscanos como pelos dominicanos. Os missionários que foram enviados a estas regiões iriam encontrar um povo nômade, e teriam que deixar a barba crescer e vestir trajes não eclesiásticos para se adaptar a vida do povo. Entretanto foi no território da “Horda de Ouro”, na parte oriental da Rússia, e verificaram que os missionários tiveram melhores êxitos. Toqtai, que se tornara Kham de toda esta região em 1290, foi convertido e recebeu o batismo juntamente com a sua mulher, seus três filhos e vários chefes mongóis, e Toqtai irmão de João de Marignolli, morreu em 1312. Os seus dois filhos mais velhos imediatamente se converteram ao islamismo, e o seu sucessor, Ozbeg (1312-40) foi muçulmano convicto. Só em 1342 se tornou evidente que o futuro do povo mongol estava nas mãos do Islã e não do Cristianismo. Em 1320 a cidade de Sarai, no Volga, não muito longe do ponto em que este mergulha no mar Cáspio, passava a ter o seu bispo latino. Os missionários não eram os únicos ocidentais nas regiões em torno do Mar Negro e do mar Cáspio. Em 1333 dois dominicanos, Francisco de Camerino e Guilherme os ingleses, conseguiram um notável êxito com a conversão do príncipe Alan de Vospro, na Crimeia, que governou sob soberania mongol. Uma grande parte da população era cristã e os Mongóis ainda não haviam decidido abraçar a fé islâmica.Como na Rússia, grupos de viajantes ocidentais tinham penetrado gradualmente na Ásia Menor, através da Armênia e da Pérsia, onde o seu centro principal era Tabriz. Em 1318 o papa decidiu criar uma nova missão, em parte para cuidar dos cristãos ocidentais da região, mais principalmente para conseguir o regresso dos cristãos orientais ao redil romano. As conversões entre os muçulmanos foram poucas, mas conseguiram produzir na Armênia, desencadeou-se uma violenta reação nacionalista e depois de 1380 pouco ou nada subsiste em relação a este movimento de unidade cristã.
  • 46. 46 Da Pérsia a Índia, não era muita a distancia, porém anotávamos a curta estadia na Índia de missionários cristãos, a caminho da China. A partir do século XIV temos conhecimento de uma tentativa de introduzir o cristianismo latino na Índia numa base mais permanente.Um grupo de três frades franciscanos e de um irmão laico chegara a Índia, e encontrava-se em Tana. Surgiu uma disputa, o irmão Tomé de Tolentino, sendo diretamente desafiado para definir o pensamento de Maomet falou: “Maomet é o filho da perdição e tem o seu lugar no inferno, junto do diabo seu pai, e não apenas ele, mas, todos os que seguem e observam a sua lei, falsa, pestilenta e maldita, hostil a Deus e a salvação das almas”. Naturalmente três dos visitantes foram aprisionados e assassinados, o sobrevivente Jordão de Severac, reuniu os seus restos e enterrou-os, tomando a decisão de dar a sua vida para evangelização da Índia. No norte registrou poucos êxitos, e uma porta maior se lhe abriu no sul e fixou-se em Columbo, Travancore entre os cristãos nestorianos, que sofriam de há muito com o seu isolamento e em 1329 o papa o nomeou bispo de Columbo. Foi encontrado algum traço de sua obra no forte trabalho missionário em ação e a obra sem descanso prosseguida durante toda a Idade Média. Numa tentativa de abrir caminho ao Evangelho as mais diversas regiões do mundo. No fim do século XV o Cristianismo quase não passava de uma religião européia. Em certas zonas fora totalmente exterminada. Os grupos cristãos se encontravam totalmente isolados e sem poder dinâmico nem espírito de santidade. Os missionários não recebiam visitas, durante anos e anos.As perdas eram numerosas, tanto devido a violência das tribos bárbaras, como aos acidentes naturais das viagens em regiões desconhecidas e climas muito diferentes, não falavam a língua nativa e não podiam traduzir o N.T. Nos anos cerca de 1241 e a ampla aniquilação das missões de que foram responsáveis, mal os missionários haviam tido tempo de voltar a consolar as suas posições, a última e a pior de todas as calamidades medievais desabou sobre eles como um flagelo. Tamerlão, soberano civilizado com amplo conhecimento do mundo, foi o mais cruel e destruidor de todos os invasores medievais. Suas conquistas iniciaram em 1358 e doze anos mais tarde, o seu exército caminhava para o rio Volga e o norte da Índia, China e quase até o Mediterrâneo, em 1405 a obra estava