O documento descreve o contexto histórico e literário no Brasil no século XIX, com foco na vida e obra de Machado de Assis. Aborda sua infância, início na carreira literária, principais influências e a transição de um estilo romântico para o realismo em sua ficção madura.
5. AUTO-AFIRMAÇÃO DE UM PAÍS
RECÉM-INDEPENDENTE
CRISES POLÍTICAS:
-Abdicação de D. Pedro I
-Instabilidade do período regencial
-Movimento pela maioridade de
Pedro II
6. O BRASIL DO SÉCULO XIX
E A
LITERATURA:
Sob o signo do nacionalismo, nascia no
Brasil o Romantismo, movimento
estético-literário que refletia a ascensão
da burguesia ao poder, opondo-se aos
conceitos clássicos da Arte e
procurando alinhar o país às conquistas
e tendêcias européias pós- Revolução
Francesa.
7.
8. Joaquim Maria Machado nasceu em
21 de junho de 1839, no Rio de
Janeiro, no Morro do Livramento,
na modesta casa de agregados da
chácara de dona Maria José de
Mendonça Barroso, viúva do
senador Bento Barroso. Sob a
proteção da viúva viviam a
lavadeira Maria Leopoldina
Machado e seu marido Francisco
de Assis, mulato carioca e pintor,
pais do menino.
9. Aos dez anos de idade, Joaquim
Maria fica órfão de mãe e muda-se
com o pai para um bairro mais
pobre. O pequeno garoto passa a
dividir seu tempo entre a humilde
casa do pai e o casarão do Morro do
Livramento, morada de sua
madrinha dona Maria que nunca o
desamparou. Esses dois mundos de
contrastes deixaram marcas
profundas em sua maneira de
observar o mundo:
“
10. “Sua infância passara assim, entre
o sobrado e a casa do pai. Desde
cedo, o menino compreendeu as
diferenças da vida e desse
contraste nascera a inclinação e o
gosto pela fidalguia e o desprezo à
miséria.”
( Renard Pérez)
11. O ESTREANTE NAS LETRAS E
LITERATURAS:
Aos quatorze anos, o jovem José Maria já
entrara em contato com Gonçalves Dias e
seus poemas; A moreninha, de Macedo;
Lira dos vinte anos, de Álvares de
Azevedo e O Guarani, de Alencar.
Aos quinze, era assíduo frequentador da
Biblioteca Nacional; das reuniões da
Sociedade Petalógica e do Café Procópio,
lugares onde políticos e intelectuais
reuniam-se para conversar sobre tudo.
12. Em 12 de janeiro de 1855, aos dezesseis anos,
publicava, sob a influência do Romantismo,
seu primeiro poema: “Ela”
Ela
Seus olhos que brilham tanto
Que prendem tão doce encanto,
Onde com rara beleza,
Se esmerou a natureza
Com meiguice e com primor
(...)Vem, ó anjo de candura,
Fazer a dita, a ventura
De minh’alma, sem vigor.
Donzela, vem dar-lhe alento,
Faz-lhe gozar teu portento,
“Dá-lhe um suspiro de amor!”
13. Em 1856, consegue vaga como tipógrafo
na Imprensa nacional, dirigida por Manuel
Antônio de Almeida.
Durante dez anos produziu e publicou
críticas literárias, contos, crônicas e
poemas para o jornal.
Conheceu Carolina, em 1868, seu grande
amor, paixão e delírio
“Carolina, tu pertences ao pequeno
número de mulheres que ainda sabem
amar, sentir e pensar.”
( M. de A .)
14. “(...) Obrigado pela flor que mandaste, dei-lhe
beijos como se fosse em ti mesma, pois apesar
de seca e sem perfume, trouxe-me um
pouco de ti. Por ora, precisamos de todas essas
precauções. Depois, querida, queimaremos o
mundo, porque só é verdadeiramente senhor do
mundo quem ama.
Estamos nesse caso, amamo-nos e eu
vivo e morro por ti.
Escreve-me e crê no coração do teu
Machadinho.
Apesar de toda a oposição, Carolina e
Machado casaram-se no dia 12/11/1869.
15. Ecos de mocidade e fé ingenua
O fim da Guerra do Paraguai, em
1870, marca o início da agonia do
regime monárquico no Brasil.
Os militares, fortalecidos pela
vitória no Paraguai, difundem o
ideal republicano e a luta
abolicionista acumula leis e
poesias – Castro Alves provoca
furor.
16. Por outro lado, a França dividia-se
quanto ao julgamento de Gustave
Flaubert, autor de Madame Pomery,
romance que tratava do delicado
tema do adultério, na realidade,
mais do que as cenas eróticas e o
tema tratado, estava sendo julgada
a nítida postura anti-romântica de
Flaubert.
17.
18. Gustave Flaubert (1821 – 1880)
Romancista francês, ainda adolescente,
conheceu Madame Schiesinger, onze
anos mais velha, por quem se
apaixonou e cujo amor o acompanhou
pela vida inteira.
Em 1856, publicou Madame Bovary,
romance que lhe acarretou um processo
por ofensa à moral.
Sua obra exerceu grande influência
universal pela perfeição estilista,
situando-se na transição do Realismo ao
Naturalismo
19. “Hoje à tarde, reli uma página da
biografia de Flaubert, achei a
mesma solidão e tristeza e até o
mesmo mal ...”
(Machado de Assis)
20. Portugal, na segunda metade do século
XIX, começa a receber as influências das
novas tendências políticas, científicas
e culturais. Tais modificações acabaram
acarretando uma grande polêmica em
torna da Questão Coimbrã:
O escritor romântico Castilho acusou um
grupo de jovens de Coimbra de
exibicionismo e cultivo de temas
impróprios à poesia. Entre esses jovens
escritores estavam Antero de Quental,
Eça de Queirós e outros.
21.
22. Éça de Queirós (1845 – 1900)
Um dos maiores romancistas de Portugal,
participou ativamente das conferências do
Cassino Lisboense.
O conjunto de sua obra traça um panorama
crítico da cultura de seu tempo. Seu estilo, que
modernizou a Literatura Portuguesa, é límpido
e preciso, seu tom é cáustico e mordaz, sempre
pronto a desnudar as mazelas da sociedade
portuguesa.
O primo Basílio, O crime do padre Amaro,
A cidade e as serras, Os Maias, A ilustre casa
de Ramires.
23. “(...) Eça de Queirós tem em mim um
grande admirador de seus talentos,
adversário de suas doutrinas, desejoso
de o ver aplicar, por modo diferente, as
fortes qualidades que possui.”
(Machado de Assis)
24. Alheia a essas novidades que
corriam o mundo, a Literatura
Brasileira ainda navegava nos
verdes mares bravios de Alencar e
sua corte de nativos liderados por
Peri, em O Guarani, e Iracema, a
virgem dos lábios de mel.
Sob esse quadro de ingenuidade,
Machado, em 1872, estréia no
gênero Romance com Ressurreição.
25. São romances da 1ª fase de
Machado:
A mão e a luva (1874);
Helena (1876);
Iaiá Garcia (1878).
26. São romances que ainda se baseiam no
estilo do Romantismo, mas já
modificados pela particular concepção
da prosa de Machado:
introspecção;
•desenvolvimento não linear da intriga;
•monólogo interior;
•espírito de análise;
•Penetração psicológica na vida das
personagens.
27. “Melhor é ouvir ao passaredo que
canta no arvoredo e os insetos que
zumbem, o trem da linha do
Corcovado que sobe e ver o sol que
desce por estas montanhas
abaixo...”
(Machado de Assis)
28. MUDANÇAS RADICAIS:
1881 – período fértil da Literatura
Brasileira com a publicação de
romances fundamentais para a
nossa literatura, entre eles:
- O mulato, de Aluísio de Azevedo
- Memórias póstumas de Brás
Cubas, de Machado de Assis
29. Machado de Assis:
fase Realista
Memórias póstumas de Brás Cubas –
primeiro romance machadiano da fase
realista, causou perplexidades por ser
um livro de memórias póstumas escritas
pelo próprio autor defunto.
“
30. “
O que faz do meu Brás Cubas um autor
particular é o que ele chama ‘rabugices
do pessimismo’.
Há na alma deste livro, por mais risonho
que pareça, um sentimento amargo e
áspero que está longe de vir dos seus
modelos. É taça que pode ter lavores de
igual escola, mas leva outro vinho. Não
digo mais para não entrar na crítica de
um defunto, que pintou a si e aos outros,
conforme lhe pareceu melhor e mais
certo. (Machado de Assis).
31. Essa segunda fase da produção
machadiana prosseguiu com as
publicações de:
“
•Quincas Borba (1880);
•Dom Casmurro (1891);
•Esaú e Jacó (1904);
•Memorial de Aires (1908)
32. “Capitu refletia.
A reflexão não era coisa rara nela, e
conheciam-se as ocasiões pelo
apertado dos olhos.”
(Dom Casmurro)
33. Essas são as principais
características dos textos realistas,
ao lado da análise da sociedade e
da crítica aos valores românticos:
- análise psicológica;
- o pessimismo;
- a criação de personagens marcantes;
- a linguagem correta: norma culta;
- constantes intervenções irônicas do
narrador, dialogando e chamando a
atenção do leitor desatento.
34.
35. Faça seus comentários;
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autores da Literatura Brasileira.
Professora Mônica
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36. REFERÊNCIAS
FARACO & MOURA. Literatura brasileira. 10ª ed. . São
Paulo: Ática, 2000.
Amaral, Emília, et al. Novas palavras. 2ª ed. . São Paulo:
FTD, 2003.
Imagens: https://www.google.com.br/search?hl=pt-
BR&authuser=0&site=imghp&tbm=isch&source=hp&biw=1
517&bih=714&q=machado+de+assis&oq=mach&gs_l=img.
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