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Faculdade de Medicina da Universidade do Porto NEUROANATOMIA
Ano lectivo de 2012/2013
Desgravada da aula:
Sistema olfactivo; introdução aos nervos cranianos
Como futuros médicos, o sistema olfactivo não é mt importante ... pouca gente se queixa. Mas depois desta aula vocês
vão apreciar muito mais o odor das substâncias!
Temos aqui a embriologia do encéfalo:
A porção rostral, medial e ventral do telencéfalo vai dar origem a 1 lóbulo olfactivo
primário. Ou seja, o lóbulo olfactivo primitivo tem uma origem dependente do telencéfalo, ao
passo que os outros nervos cranianos e outros sistemas funcionais têm origem do diencéfalo ou
pedúnculo cerebral, o lobo olfactivo tem origem directa do telecéfalo.
Além desta porção central do sistema olfactivo, nós vamos ter 1 placódio olfactivo, a nível da
ectoderme, que vai dar origem à porção periférica do sistema olfactivo, nomeadamente ao epitélio
olfactivo, que vemos aqui com os seus neurónios receptores a terem contacto, através da placa
crivosa, com o bolbo olfactivo. Portanto, o bolbo olfactivo, que deriva do telencéfalo, já é uma
porção central, o epitélio olfactivo é a porção periférica.
Portanto:
em termos de sistema nervoso periférico: temos epitélio olfactivo;
em termos de sistema nervoso central: temos o lobo olfactivo, com o bolbo
olfactivo e com o córtex olfactivo ... e ainda temos cortex de associação.
Onde é que está a divisão de sistema nervoso central e periférico em termos de sistema nervoso
olfactivo?
AO NÍVEL DA PLACA CRIVOSA DO ETMOIDE. Portanto, vocês vêm aqui a placa crivosa,
cujo o nome deriva dos orifícios, que dão passagem aos filetes olfactivos, que são os axónios dos
neurónios receptores.
ESTE SLIDE É IMPORTANTÍSSIMO ...
Neste slide temos 3 pontos em que o sistema olfactivo é diferente dos outros sistemas sensoriais. Saber estes
três pontos muito bem:
1º ponto) Neurónios receptores olfactivos são repostos por divisão mitótica - Neste
epitélio olfactivo há umas células estaminais (células basais), que se dividem ao longo da vida do
ser humano ... excepto este processo estar diminuido no idoso ... e no idoso há uma diminuição
do olfacto. Mas este processo de reposição deve-se a quê? Se vocês repararem, estes neurónios
receptores estão localizados no epitélio, na superfície do corpo... isto só acontece no
sistema olfactivo! Todos os outros neurónios estão presentes no interior do corpo, nas
profundezas, enquanto que estes estão sujeitos a agressões, nomeadamente quando estamos
constipados ... como eu por exemplo neste momento ... estes neurónios estão sujeitos a agressões e por
isso é que eles são repostos.
Sumarizando: Neurónios olfactivos ... únicos neurónios à superfície do corpo e são repostos
durante a vida do adulto por divisão mitótica.
2º ponto) O olfacto é a única modalidade sensorial directamente conectada ao neocórtex
– isto porquê? Porque o sistema olfactivo deriva do próprio telencéfalo. Enquanto que a via da
dor, do tacto, da temperatura, da visão, têm que passar pelo diencéfalo, a via olfactiva passa
directamente para o cortex cerebral. Há uma conexão directa entre o bolbo olfactivo e o
neocortex ( o prof à bocado, ao invés de cortex cerebral referiu neocortex... tendo de seguida corrigido, mas agora
voltou a referir neocortex, pelo que poderá estar errado).
3º ponto) A integração neural e análise dos estímulos olfactivos não envolve uma
organização topográfica além do bolbo olfactivo – vocês já estão a par dos homúnculos a nível
do sistema somato-sensitivo. Também sabem ... ou vão saber que o sistema visual está organizado
topograficamente, ou seja, zonalmente... o sistema olfactivo NÃO. A nível do neocortex não
possui uma organização topográfica. Uma excepção é: há uma organização topográfica ao nível do
epitélio olfactivo e do bolbo olfactivo relativamente às substâncias, só que a nível do cortex não há
nenhuma organização topográfica. A organização topográfica existe ao nível do bolbo olfactivo.
Fiz-me claro? Alguma dúvida?
Aqui temos o encéfalo humano e aqui temos o encéfalo de uma ovelha. Se vocês repararem têm aqui o
bolbo olfactivo e a fita olfactiva, mt fininhos. Na ovelha, que é o animal macrosmático1
, ou seja, vai ter
o sentido olfactivo/olfacto muito bem desenvolvido, vemos aqui um bolbo olfactivo gigantesco, tem uma
fita olfactiva enorme e ainda as circunvoluções olfactivas lateral e medial. As circunvoluções olfactivas
lateral e medial são rudimentares no homem... no homem são umas estrias olfactivas que vamos ver em
seguida. Portanto, nós temos de ter noção que há uma relação entre a aquidade da função e a estrutura, ou
seja, a estrutura é mais desenvolvida na ovelha, muito maior que no homem e portanto...
... a ovelha é macrosmático;
... o homem é microsmático.
Atenção que, a maior parte das estruturas olfactivas nos animais macrosmáticos estão presentes no
homem, embora sejam rudimentares.
1
Não tenho a certeza se foi este o termo que o prof disse
O único órgão que não está presente no homem é o órgão vómeronasal, que está junto ao septo
nasal. Este órgão vómeronasal dá um nervo vomeronasal, que vai ter ao bolbo olfactivo acessório.
Este sistema, que é o sistema olfactivo acessório está presente no feto humano, mas, pensa-se que
degenera ... no máximo podemos considerar que ele é rudimentar. Ou seja:
Embora as estruturas olfactivas estejam todas presentes no homem, elas são
rudimentares. Podemos considerar a excepção do órgão vomeronasal, que pode estar
ausente no ser humano.
O sistema olfactivo é voltado para a quimiorecepção, ou seja, detecção de moléculas. Reparem que:
 o tacto, a vibração detectam vibrações mecânicas;
 a visão detecta fotões;
Nós só temos dois sentidos de quimiorecepção:
 olfacto;
 paladar.
Estes estão muito voltados para a alimentação ... moléculas, certo? Do sistema olfactivo, temos um
principal que detecta moléculas do ambiente e de outras espécies, moléculas odoríferas do ambiente e
outras espécies. E se nós considerarmos a existência do órgão vomeronasal, o sistema olfactivo acessório,
que detecta moléculas produzidas por seres da mesma espécie. Ou seja:
- No sistema olfactivo principal detectamos o aroma das plantas, da comida, o mau cheiro da
comida estragada (função essencial nos animais inferiores);
- O sistema olfactivo secundário detecta moléculas da mesma espécie. Serve para uma função
intraespécie voltada para a reprodução.
Às moléculas detectadas pelo sistema olfactivo principal, nós vamos chamar-lhes de moléculas odoríferas, e
as moléculas da mesma espécie detectadas pelo sistema olfactivo acessório vamos chama-las ferohormonas.
As ferohormonas estão presentes em quantidades muito reduzidas, tais como as hormonas, mas têm um
efeito muito potente. Os seres inferiores têm o sistema olfactivo acessório bem desenvolvido, mas nos
humanos ainda é controversa a sua existência.
Aqui temos o epitélio olfactivo. Tal como vos disse à pouco, estes neurónios estão expostos a um ambiente
externo directamente, logo, têm de possuir mecanismos de protecção:
1º mecanismo de protecção) eles estão presentes a 7 cm de distância da narina, no recesso
postosuperior das fossas nasais, bem profundos para estarem protegidos dos agentes agressores.
O epitélio olfactivo está então localizado no tecto da cavidade nasal e o sistema olfactivo está
especializado na detecção de moléculas voláteis. Como é que as moléculas voláteis chegam ao
epitélio olfactivo?
Pela inspiração (ex. Inspirar o odor de uma rosa). Mas durante a deglutição há um mecanismo
chamado de Wafting, que é a passagem de moléculas odoríferas pela orofaringe, nasofaringe,
chegando ao epitélio olfactivo. Desde já saliento que o paladar deriva da senssação gustativa e da
olfactiva, e há aqui um mecanismo de ligação, através do wafting, das duas sensações.
Fiz-me claro?
Aqui temos o epitélio olfactivo. Vamos ver as suas principais características citoarquitectónicas:
- epitélio pseudoestratificado, com neurónios receptores olfactivos e células de suporte;
- com glândulas de bowman, na submucosa, que produzem muco...
...
... muco é o 2º mecanismo protector dos neurónios receptores olfactivos. O
muco contém anti-corpos protegendo estes neurónios.
- contém umas células basais, que são as células estaminais, muito importantes, pois
permitem a divisão mitótica, levando à susbtituição dos neurónios receptores olfactivos;
- células sustentaculares;
- células microvilares – células junto à superfície do epitélio e que, como os neurónios
receptores olfactivos, enviam axónios para o bolbo olfactivo. Apesar deste facto
(enviarem axónios), a sua natureza neuronal ainda não está provada.
O neurónio receptor olfactivo é bipolar, com uma dendrite apical e um axónio basal. Os axónios,
subepitelialmente, agrupam-se em fascículos, e são axónios muito finos... são os axónios mais finos do
nosso corpo, tendo por isso a condução mais lenta.
Vê-se agora o neurónio com a dendrite apical e o axónio basal. A dendrite apical chega à camada do núcleo e tem
aqui esta vesícula olfactiva, uma dilatação, de onde partem cerca de 10 a 30 estereocílios (não são móveis).
Na membrana dos cílios, nós vamos ter umas moléculas receptoras que são as moléculas receptoras
odoríferas, a molécula receptora odorífera 2, que se liga às moléculas odoríferas. Esta proteína receptora
olfactiva, também se liga a uma proteína G. Quando chegam as moléculas odoríferas, há uma alteração da
conformação da proteína G que leva a uma estimulação desta enzima a roxo. Esta enzima a roxo vai dar
origem a segundos mensageiros, nomeadamente o AMPc e cGMP, que vão actuar nestes canais iónicos.
Este é um canal que dá entrada ao cálcio e ao sódio e saída ao potássio. Quando entra o cálcio, este vai
activar o canal de cloro, saíndo o cloro e havendo despolarização da membrana. A despolarização da
membrana segue ao longo da dendrite sob a forma de 1 potencial receptor, que chega ao corpo celular. Se
este potencial receptor for suficientemente forte, gera-se um potencial de acção que vai em direcção ao
SNC. Este axónio ficam com a ideia que produz glutamato, libertando-o no bolbo olfactivo. Vocês reparem,
quando há uma pessoa que liberta um flatus, passando algum tempo, uma pessoa deixa de sentir aquele odor
desagradável , mas as moléculas odoríferas mantém-se no ambiente. Acontece uma adaptação do potencial
receptor: aqueles segundos mensageiros – o cAMP e o cGMP – são sequestrados. Um odor dura mais ou
menos cerca de 7 segundos. A partir dos 7 segundos, a molécula odorífera deixa de conseguir estimular as
proteínas receptoras odoríferas.
Conclusão deste slide:
 vimos a transdução do sinal, um sinal químico das moléculas odoríferas, para um sinal eléctrico no
neurónio;
 vimos a adaptação do potencial receptor;
 vimos 2 tipos de moléculas:
o as moléculas odoríferas do ambiente;
o moléculas receptoras odoríferas.
Este conjunto de moléculas encaixam-se segundo o modelo de chave-fechadura.
Aqui vemos a flor de jasmim e vejam a quantidade/planópila de moléculas odoríferas que apresenta para libertar aquele
odor. Quando vocês estiverem a cheirar uma rosa, estão a cheirar várias moléculas.
Do ambiente nós conseguimos detectar cerca de 10 000 moléculas odoríferas e no ser humano há cerca de
1 000 proteínas receptoras odoríferas. Estas últimas são sintetizadas a partir de uma família de genes que
corresponde a 1% do nosso genoma ... 1% do nosso genoma é para o sistema olfactivo. Reparem que isto é
imenso perante uma pequena mucosa que nós temos nas fossas nasais. Isto reflecte a importância
filogenética que está presevada nos seres humanos do sistema olfactivo dos animais inferiores. O sistema
olfactivo serve para quê? Serve para alimentação e reprodução. São funções básicas para todos os seres
vivos.
Portanto, uma molécula receptora odorífera liga-se a um leque de moléculas odoríferas. Isto permite que
1000 moléculas receptoras odoríferas detectem 10 000 moléculas. Quanto aos neurónios receptores
olfactivos, também há 1 000 tipos, sendo que 1 neurónio receptor olfactivo pode sintetizar 1 molécula ou
duas.
Após o processamento e integração da informação olfactiva no córtex, nós detectamos 7 odores principais:
 acre;
 almíscar;
 hortelã-pimenta;
 etéreo;
 floral;
 cânfora;
 pútrido, aquando da presença de comida estragada. Ele é detectado e nós não ingerimos a comida
e isto revela uma das grandes importâncias do sistema olfactivo.
Portanto, nós vimos o epitélio olfactivo, do qual saem os filetes olfactivos, que constituem o nervo
olfactivo, o 1º nervo craniano. Ao contário do nervo trigémio, como já tiveram oportunidade de ver bem, ao nível
da protuberância, o nervo olfactivo não existe na verdade... o nervo olfactivo é formado pelos filetes
olfactivos, não existe um só nervo, existem vários filetes olfactivos. Portanto, os filetes olfactivos são o
axónio dos neurónios receptores olfactivos e vão projectar glutamato para esta estrutura que está
superiormente à placa crivosa, chamado de bolbo olfactivo.
Aqui temos a placa crivosa para relembrar que esta é a separação entre a porção periférica e central
do sistema olfactivo.
Agora está aqui o bolbo representado com as suas principais células, as células mitrais.
Há um fenómeno chamado de convergência, ou seja, no epitélio olfactivo há diferentes tipos de
neurónios receptores olfactivos. Estes, após passarem a placa crivosa vão-se dirigir
preferêncialmente para um glomérulo, de acordo com a proteína receptora odorífera que eles
expressam. Ou seja:
No epitélio olfactivo há diferentes tipos, estes têm tendência para um determinado glomérulo. Há
uma organização topográfica relativamente a um sinal quimioreceptor.
A partir deste nível, quando passamos ao córtex cerebral olfactivo, não há nenhuam organização
topográfica. Ao nível do epitélio olfactivo e do bolbo olfactivo há! FENÓMENO DE CONVERGÊNCIA.
Portanto o neurónio receptor olfactivo tem aqui o dendrite apical, envia o axónio para o
glomérulo respectivo e vai sinaptizar com a célula mitral.
Reparem que estes neurónios são repostos durante a vida do adulto.
Olhem por exemplo este laranja ... não tem aqui axónio. Imaginem que este neurónio acabou de se formar.
Portanto, ele expressa uma proteína receptora odorífera, e essa proteína receptora odorífera
atribui-lhe uma identidade química que lhe permite um crescimento axonal dirigido. Portanto:
os neurónios receptores odoríferos são repostos durante a vida e de acordo com a
proteína receptora odorífera o seu axónio vai dirigir-se para o glomérolo respectivo.
Aqui temos uma imagem do bolbo olfactivo em corte, uma imagem de Ramon e Cajal, e vemos as suas várias camadas.
Temos aqui:
- 1ª camada que são as fibras do nervo olfactivo que chegam ao epitélio olfactivo;
- temos a camada glomerular, formada pelos glomérulos, que correspondem ao local onde
se dá a 1ªa sinapse do sistema olfactivo, ou seja, entre o neurónio receptor olfactivo e a 2ª
célula da via;
- temos a camada plexiforme externa onde estão os corpos celulares destes segundos
neurónios da via chamadas tufosas, que enviam dendrites para os glomérolos;
- temos a camada células mitrais que são o principal tipo celular do bolbo olfactivo, com
corpo celular triangular e cujo dendrite também se dirige a um glomérulo;
- temos a plexiforme interna (fibras);
- temos a camada de células granulares. As células granulares são os interneurónios do
bolbo olfactivo, são células que libertam GABA e que vão modular a acção das células
mitrais.
Enquanto que as células mitrais são o principal tipo celular, as células granulares são o tipo mais
numeroso ...
... é a mesma coisa que no cerebelo: as células de purkinje eram as preponderantes, mas em maior número são as
granulares.
Portanto, o fluxo de informação é epitélio olfactivo:
fibras dos neurónios receptores olfactivos, chegam ao glomérulo, fazem sinapse com uma célula
mitral ou com uma célula tufosa, o axónio destas dirige-se centriptamente em direcção ao SNC.
Este funcionamento é modulado por interneurónios , seja células granulares, com o corpo celular na
camada das células granulares, seja por estas pequenas células periglomerulares, na camada glomerular.
Enquanto que a célula granular não tem axónio, tem simplesmente dendrites, uma dendrite apical e uma
dendrite basal, a célula periglomerular tem vários axónios, estabelecendo sinapse ao nível dos
glomérulos.
Portanto, a saber:
os neurónios de projecção do bolbo olfactivo são as células mitrais e as células tufosas que
recebem aferências dos neurónios receptores olfactivos. Os interneurónios são as células
granulares, sem axónio, e as células periglomerulares, com axónio.
Reparem que estas células granulares e periglomerulares estabelecem sinapses recíprocas.
Temos aqui um dendrite da célula apical e temos aqui uma espinha dendrítica da célula granular evemos em ambos
vesículas sinápticas. Portanto, há uma interconexão entre os interneurónios e as células mitrais. A isto nós chamamos
de sinapses recíprocas. Reparem então que as células granulares e periglomerulares fazem a
modulação do funcionamento do bolbo olfactivo in loco (localmente).
Mas se vocês repararem temos aqui umas fibras centrífugas que chegam ao bolbo olfactivo de várias fontes,
nomeadamente do córtex olfactivo, do loccos cerollus... Então há uma modulação dentro do bolbo olfactivo
por interneurónios e há uma modulação que vem de níveis superiores pelas fibras centrífugas.
Fibras centríptas são os axónios das células mitrais e das células tufosas, que vão em diração ao
SNC. Não esquecer sinapses reciprocas para modulação local e fibras centríptas e centrífugas.
Aqui temos o bolbo olfactivo visto inferiormente, na sua superfície orbital do lobo frontal e bolbo olfactivo continua-se
posteriormente como a fita olfactiva. A fita olfactiva termina num trígono olfactivo, que dá uma estria
olfactiva lateral, a principal via pela qual os axónios do bolbo olfactivo vão em direcção ao cotex
cerebral, estria olfactiva medial e uma estria olfactiva intermédia. A estria olfactiva medial
leva fibras que decussam, vão para o hemisfério contralateral. A estria olfactiva intermédia
termina na substância perfurada anterior. Reparem que estas estrias olfactivas num animal macrosmático são os
giros olfactivos, são muito mais desnvolvidos.
Temos aqui a fita olfactiva inserida na face orbital do lobo frontal... temos aqui o globus pallidus, o putamen, o palidu
ventral. E agora temos aqui outra vez a fita olfactiva, o bolbo olfactivo e uma célula mitral. Esta célula mitral
envia um axónio para o córtex olfactivo. Mas este axónio vai dar um colateral para o núcleo
olfactivo anterior. Esta é uma estrutura olfactiva terciária.
Temos:
- o epitélio olfactivo, primária;
- temos o bolbo olfactivo, secundária;
- e depois vamos ter estruturas terciárias, o córtex olfactivo e núcleo olfactivo anterior.
Este núcleo olfactivo anterior é uma das vias de modulação superior do funcionamento do bolbo
olfactivo.
Esta célula mitral vai estimular uma célula multipolar e esta célula multipolar vai enviar um
recorrente para o bolbo olfactivo... portanto, há aqui uma modulação sináptica.
Atenção que o núcleo olfactivo não envia só para o bolbo olfactivo ipsilateral, mas também envia
para o contralateral, através da estria olfactiva medial, que depois cruza na comissura anterior. Este
cruzamento na comissura anterior também é muito imporatante.
Pode calhar em teste que o núcleo olfactivo anterior é a estrutura terciária mais
rostral... quais são as outras estruturas terciárias? É o córtex olfactivo e é um tubérculo
olfactivo localizado na substância perfura anterior.
Temos aqui a estria olfactiva lateral e temos aqui um cortex olfactivo que é um paleocórtex ... Não é
um córtex homogenético, como o neocórtex, mas é um córtex heterogenético, ou seja, é
halocórtex.
Reparar na relação entre o córtex olfactivo e a amígdala ... muito próximos.
Para sintetizar:
Temos:
 o bolbo olfactivo;
 a fita olfactiva com o núcleo olfactivo lá embebido;
 temos as estrias olfactivas:
o laterais – vão projectar para o córtex olfactivo;
o medial – onde as fibras decussam;
o intermédia – envia fibras para a substância perfurada anterior, onde está localizado o
tubérculo olfactivo anterior, que no Homem é rudimentar;
 estruturas terciárias:
o núcleo olfactivo anterior;
o tubérculo olfactivo;
o córtex olfactivo.
 Fluxo da informação:
o Bolbo olfactivo;
o Fibras das células mitrais e tufosas.. a enviar para o cortex olfactivo primário,
localizado na junção entre lobo frontal e lobo temporal (próximo do eixo
onde se dá o crescimento em forma de “C”), relaccionado com o uncus e com
a amígdala.
Deste córtex olfactivo primário, a informação vai fluir para o córtex olfactivo
secundário, localizado no quadrante póstero-lateral do córtex orbito-frontal.
Resumindo e concluindo...
Temos o epitélio olfactivo.
Temos um bolbo olfactivo.
Um córtex olfactivo primario.
E um córtex olfactivo secundário.
.... Temos estruturas até à 4ª ordem.
Fiz-me claro?
Quanto ao córtex olfactivo primário, vocês vão ter que o saber muito bem e tem um slide a seguir... que eu vou apontar
já.
O córtex olfactivo primário é sinónimo de lobo piriforme.
Temos 4 áreas:
 O córtex pré-piriforme;
Temos a circunvolução olfactiva lateral e o gyrus ambiens.
 Área periamidgalóide;
Temos a estria olfactiva lateral e circunvolução semilunar.
 Uncus;
Circunvolução unciforme (que sai na prática) e cauda circunvolução denteada e circunvolução
intralímbica
 Área entorrinal.
Da área entorrinal, só faz parte do lobo piriforme a sua parte mais anterior. A sua porção
mais posterior tem relação não com o lobo olfactivo, mas com a formação hipocampal.
Neste slide:
 Córtex pré-piriforme com o giro olfactivo lateral, nesta localização, e o gyrus ambiens.
 Área periamigdaloide, aqui com o giro semilunar e com a estria olfactiva lateral.
 Circunvolução unciforme.´
 Circunvolução intralímbica.
 Cauda do giro denteado.~
 Área entorrinal, nomeadamente a sua porção anterior.
ISTO É CÓRTEX OLFACTIVO PRIMÁRIO.
Estas fibras das células mitrais e tufosas, vão projectar para estas áreas, e projectam extensamente através
de colaterias. Ou seja, vocês tem geralemente a noção de que um axónio projecta para uma só area mas também há
botões em passan e estas células mitrais e tufosas dão jus a estes botões em passan, porque uma célula
mitral e uma célula tufosa vai projectar para esta área, para esta área, para esta área,... há uma extensa
colaterização.
Esta área em si está conectada por um extenso sistema de fibras de associação cortico-corticais. Ou
seja, esta área projecta para a área adjacente e esta área projecta para outra área e por fim estas áreas vão
projectar para o córtex olfactivo secundário, que está nesta localização.
Vocês reparam que nós temos aqui um fluxo de informação muito semelhante ao processamento da
informação sensitiva no neocórtex, por isso é que é mt importante aquilo que eu vos disse há pouco que a
informação olfactiva projecta directamente para o córtex cerebral sem necessidade de relay
talâmico. E esta projecção é logo muito complexa, com várias fibras de associação, com vária associação
de informação.
A informação no córtex olfactivo não tem organização topográfica. A organização topográfica está
presente no bolbo olfactivo e no epitélio olfactivo, mas a partir do córtex perde-se... porquê? Uma
pequena área do bolbo olfactivo vai-se projectar para toda a área do córtex olfactivo primário.
Temos aqui aquele slide que é muito possivel calhar em teórico... porque é aquele
conjunto de coisas para saber. Relembro o sistema de fibras de associação cortico-corticais, dentro do lobo
piriforme e reparem que há outras estruturas terciárias, nomedamente o núcleo olfactivo anterior, o
tubérculo olfactivo. Estes mais estes dão o globo olfactivo, associado a um bolbo olfactivo. Reparem no
que eu acabei de dizer:
Córtex olfactivo primário + tubérculo olfactivo + núcleo olfactivo anterior + bolbo
olfactivo
=
lobulo olfactivo
Portanto, temos um lobo piriforme que é sinónimo de córtex olfactivo primário. Temos um lóbulo
olfactivo que é sinónimo de tudo isto que está aqui a azul.
Outras estruturas terciárias são a amígdala, nomeadamente o núcleo cortico-medial e a ínsula.
Temos então aqui a projecção, temos o bolbo olfactivo, a fibra, o axónio, da célula mitral, vai enviar um colateral
para o núcleo olfactivo anterior, vai depois enviar colateral para todo o lobo piriforme, para a amígdala
incluída.
Temos aqui o córtex olfactivo primário, junto à amígdala, e temos aqui a amígadala. Qual é o núcleo que recebe do
bolbo olfactivo? É o núcleo cortico-medial, depois envia para o hipotálamo e para o trOnco cerebral.
Reparem que neste esquema de aferências à amígdala temos aqui o bolbo em primeiro para o núcleo corticomedial ... a
amígdala aqui localizada.
Trago esta figura para vos relembrar que há fibras centrífugas. E onde é que estas terminavam? No bolbo
olfactivo. Onde é que têm origem as fibras centrífugas? Têm origem no lobo piriforme, no núcleo olfactivo anterior
e ainda no tubérculo olfactivo ... certo ou errado? ERRADO Têm origem no lobo piriforme, no núcleo
olfactivo anterior, MAS não têm origem neste tubérculo olfactivo. Este tubérculo não envia nem
fibras de associação, nem envia fibras centrífugas ... paradigmas do lobo piriforme.
Repito então:
Este tubérculo olfactivo não envia aquelas fibras de associação cortico-corticais, que eu falei à
pouco, nem envia fibras centrífugas. O tubérculo olfactivo, junto com o núcleo accumbens,
faz parte do estriado ventral. E embora esteja incluido no lobo olfactivo, é uma estrutura à
parte.
Estas fibras a azul que estão a chegar aqui ao lobo olfactivo, têm então origem no córtex piriforme e têm
ainda origem:
 no loccos cerolus, fibras noradrenérgicas;
 nos núcleos da rafe, fibras ceretodinérgicas;
 Banda diagonal de broca, na ramo horizontal da banda diagonal de broca, fibras
colinérgicas.
Estas fibras centrífugas fazem uma modulação superior do funcionamento do bolbo olfactivo.
Aqui temos as projecções. Este slide é complexo. Têm aqui o epitélio olfactivo e o bolbo olfactivo, temos um
neurónio receptor olfactivo e uma célula mitral. Esta célula mitral envia aqueles colaterais que eu disse à
pouco... para onde? Vai enviar para o córtex olfactivo primário, mas também envia para:
 o tálamo (o médio-dorsal);
 o hipotálamo posterior à bilateral;
 o hipotálamo medial;
 e hipocampo.
Reparem que a área lateral do hipotálamo tem relação (está incluido lá) o núcleo da fome e, portanto,
nós quando cheiramos e se estivermos com baixas reservas energéticas, temos fome. E temos aqui a
correlação anatomofuncional da fome relaccionada com o sistema olfactivo. Estas fibras enviam... destaque
para a amígdala, para o córtex entorrinal, da amígdala vai para o hipotálamo medial (núcleo da
sanciedade), o cortex entorrinal vai para a formação hipocampal.
A amígadala tem muito a ver com o reconhecimento se uma coisa é boa ou é má. No hipotálomo medial está o
núcleo da sanciedade. Portanto, se nós cheiramos alguma coisa que seja pútrida, que seja estragada, a
amígadala analisa a informação como má, envia ao hipotálamo medial que diz “não comas isso”.
Outros núcleos que vão receber informação já processada são:
 núcleo médio-dorsal do tálamo;
 hipotálamo;
 formação hipocampal para agregação da estimulação sensorial.
Chamo a atenção que este córtex olfactivo medial primário vai enviar directamente para este córtex olfactivo
secundário. Porém há uma via menor, menos substancial, em que a informação vai chegar ao núcleo
médio-dorsal do tálamo e vai seguir para o córtex olfactivo secundário. Portanto, quis dizer que a
informação chega ao córtex olfactivo secundário por duas vias:
 principalmente por uma via cortico-cortical, do córtex olfactivo primário;
 do núcleo dorsal do tâlamo, via menos substâncial.
Vocês reparem, a informação vai chegar aqui ao cortex olfactivo primário, pode seguir directamente para o
cortex olfactivo secundário. Porém alguma informação deste cortex olfactivo primário vai ao tálamo e só
depois é que vai ao cortex olfactivo sceundário. O que é que acontece? A via de projecção corticocortical é
mt apropraida para relay de informação mt discriminativa. O relay talamico está subjacente ao relay
de convergência de informação. Ou seja:
 Corticortical para informação detalhada;
 Relay talâmico para convergência de muita informação (vários odores, ou vária informação
sobre os odores ao msm tempo) – informação já processada no córtex olfactivo primário.
Falei à pouco da amígdala para a alimentação. O hipotálamo destaca-se para o comportamento sexual. E temos
aqui aquilo que eu vos disse à pouco: o cortex olfactivo primário projecta para várias áreas, para além do
cortex olfactivo secundário... projecta para o hipotálamo, para o núcleo médio dorsal do tálamo, para o
formação hipocampal e até para o bolbo olfactivo... fibras centrífugas.
A informação que chega ao cortex olfactivo secundário não vem só do cortex olfactivo primário. O córtex
olfactivo secundário recebe:
 Informação gustativa da ínsula;
 Informação auditiva;
 Informação visual – forma-se aqui uma “rede orbital”... que tem muito a ver com a alimentação.
Em primeiro lugar, lembram-se de eu à pouco ter falado de ???, em que o paladar deriva da informação olfactiva e
gustativa? Em termos do SNC, o primeiro local onde há convergência da informação gustativa
com a olfactiva é neste cortex olfactivo secundário... a informação gustativa vem da insula para o
cortex orbitofrontal e este cortex orbitofrontal é uma rede orbital relaccionada com a alimentação. Os
estímulos visuais e auditivos que lá chegam, também têm relação com a alimentação. Ou seja, nós
sentimos o cheiro e o paladar de um alimento, mas também vemos o alimento, vemos a sua cor, ouvimos o alimento
a ser feito e tudo isto é o comportamento da alimentação. É um comportamento complexo, comparável ao
comportamento reprodutor. E vocÊs reparem que temos então
 informação olfactiva;
 informação gustativa;
 estímulos visuais, táctil (a nível do trigémio... no recém nascido a relação bucal é muito
importante);
 a informação auditiva e informação visceral, relaccionada com a reposição de reservas
(quando estamos à muito tempo sem comer, temos fome).
Neste slide o Netter dá o exemplo da preparação do alimento... quando uma pessoa prepara o alimento, dá logo a fome.
Toda esta informação é processada e chega ao hipotálamo. Temos duas áreas:
 a ventrotalâmica, que é a inibitória, é o centro da seciedade;
 área hipotalâmica lateral que recebe aferências do cortex olfactivo primário e a área do
apetite... cheirar um alimento que tem um odor dá apetite.
Resumindo e concluindo, estamos quase a terminar o sistema olfactivo e termino com a 4ª ordem. Ou seja:
 1ª ordem, neurónio receptor olfactivo, logo no epitélio olfactivo;
1ª sinapse
 2ª ordem, bolbo olfactivo;
2ª sinapse
 3ª ordem, lobo piriforme e amígdala ... cortex olfactivo primário, que projecta para o
cortex olfactivo sceundário e recebe dele, mas também projecta para o hipotálamo, para o
estriado ventral (relaccionado com o límbico ... a emoção relativa ao alimento) e ainda para o
núcleo médiodorsal do tálamo. Destaque-se então que o núcleo médiodorsal do tálamo
pode enviar para o cortex olfactivo secundário
3ª sinapse - no cortex olfactivo de associação, localizado na face orbital do lobo frontal,
quadrante póstero-lateral.
Reparem que...
... a informação chega aqui ao cortex olfactivo de associação directamente do lobo piriforme, mas
informação convergente pode chegar através do núcleo médio-dorsal do tálamo.
Estes autores consideram que o cortex orbital é o cortex do paladar... é o primeiro local onde se
dá a convergência de informação gustativa e olfactiva, e pode ser de 2 tipos:
 Condução
o Ocorre quando há uma quebra do fluxo de informação (imaginem que esta pessoa
tem uma fractura do crânio, há aqui um corte da fita olfactiva, a informação não pode chegar,
a informação não pode ser processada, a informação não pode ser discriminda.)
o Anesmia neurosensitiva está presente, por exemplo, na doença de alzheimer, em
que há uma degeneração cortical generalizada e que pode afectar a capacidade de
discriminar odores. A anesmia neurosensitiva está também presente, embora em
menor grau, no idoso.
vocês reparem que...
... o idoso tem atrofia cortical, tem atrofia do epitélio olfactivo (as células basais já
estão cansadas de fazerem a divisão mitótica) e ainda o bolbo olfactivo fica menos
desenvolvido.
 Neurosensitiva
NERVOS CRANIANOS
São 12 pares.
O olfactivo foi o que acabamos de ver e não existe um único nervo olfactivo... existem sim os filetes
olfactivos.
1. O olfactivo detecta moléculas odoríferas – quimiorecepção;
2. O óptico detecta visão, detecta fotões;
Depois temos 3 pares associados, que fazem a enervação dos músculos extra-oculares:
3. Oculomotor;
4. Troclear;
5. Abducente.
A seguir:
6. Trigémio, responsável pela inervação sensitiva da face, além da inervação motora dos
músculos da mastigação;
7. Facial, nervo da mímica facial, contendo fibras parassimpáticas para a glândula
submandibular, sublingual, lacrimal, glândulas nasais, faríngeas, palatinas...;
8. Vestibulococlear, nervo da audição (divisão coclera) e do equilíbrio (divisão
vestibular);
9. Glossofaríngeo, que enerva os músculos da faringe;
10. Vago, grande nervo visceral do corpo humano, enervando os pulmões, o coração, o
intestino, até à junção dos 2/3 laterais com o 1/3 medial do cólon transverso;
11. Acessório, que enerva o músculo esternocleidomastoideio e o trapézio;
12. Hipoglosso, que enerva os músculos da língua.
Atenção que não há nenhum nervo para a função gustativa! Tal como nós não temos um nervo para a
informação olfactiva, não temos só um nervo para a gustativa, temos vários:
 Facial;
 Glossofaríngeo;
 Vago.
As origens aparentes correspondem ao local do encéfalo onde os nervos cranianos afloram à superfície.
Temos o:
 bolbo olfactivo para os filetes olfactivos (origem no telencéfalo);
 O quiasma óptico para o nervo óptico (origem no diencéfalo):
A partir daqui têm todo origem no tronco cerebral.
 O oculomotor da fossa interpeduncular;
 O troclear inferiormente ao colículo inferior;
 Abducente no sulco bulboprotuberencial;
 Trigémio a nível médiopôntico, na face lateral;
 Vestibulococlear e o facial no ângulo cerebelopontico, junto ao pedúnculo cerebeloso
médio;
 Hipoglosso no sulco anterolateral;
 No sulco posterolateral o glossofaríngeo, o vago, e acessorio.
Todos com origem na face ventral, excepto o troclear que sai da face dorsal.
Isto é uma medula espinhal e vemos aqui os componentes de uma medula espinhal:
1. componente motora aqui a púrpura, a enervar o músculo esquelético;
2. componente sensitiva;
Estes dois componentes são sensitivos e motores somáticos.
3. componentes viscerais (informação sensitiva das vísceras, derivados da endoderme, enquanto
que a somática são derivados da mesoderme e da ectoderme). Além da informação aferente
visceral que passa pelo gânglio dorsal raquidiano e deixa o seu corpo celular lá e projecta para o
corno dorsla da medula espinhal, temos neurónios viscerais eferentes que têm o corpo celular na
coluna intermédiolateral da sustância cinzenta intermédia.
Os nervos espinhais têm 4 componentes funcionais: 2 aferentes e 2 eferentes:
 Aferente visceral;
 Eferente visceral;
 Aferente somático;
 Eferente somático.
Aqui temos a placa basal e a placa alar. Os nervos cranianos já não têm todos os componentes, não
são necessariamente mistos. Vendo esta imagem, reparamos que o nervo olfactivo só traz informação
aferente. Enquanto que os nervos espinhais são todos mistos, nem todos os nervos cranianos são
mistos.
Aqui temos um bolbo raquidiano e reparem que, a placa alar e basal, separadas pelo sulco limitante,
abrem em livro. O sulco limitante que está aqui... nesta imagem está aqui... a separação da parte de cores quentes de
cores frias.
Aqui temos as colunas dos componentes funcionais. Os componentes funcionais são funções dos nervos.. pode ser aferente
ou eferente... pode ser visceral ou pode ser somática. Enquanto que os nervos espinhais todos têm componentes aferentes e
eferentes (são mistos), os nervos cranianos não. Os nervos cranianos podem ter só eferências ou só aferências. Vocês
reparem que os componentes funcionais estão organizados em colunas e enquanto que a placa alar estava
dorsal e a placa basal estava ventral, no bolbo raquidiano a placa basal vai estar mediana e a placa alar vai
estar lateral. Ou seja, a afarente fica lateral e a eferente fica medial.
Da coluna eferente (medial), temos 3 componentes:
 O somático, que enerva músculos derivados dos sómitos;
 O visceral especial ou branquial, que enerva músculos derivados dos arcos branqueais;
 Visceral geral, que são fibras parassimpáticas.
Decorem assim: SBG ... somático; branquial; visceral.
Quanto à coluna aferente, temos:
 Visceral geral, que enerva derivados endodérmicos;
 Visceral especial, enerva simplesmente o epitélio olfactivo e os gomos gustativos;
Próximas (estes dois ultimos componentes que acabei de referir) à eferente visceral.
 Somática geral;
 Somática especial, que enerva retina e ouvido interno.
Aqui temos as colunas que vimos à pouco. E nesta imagem vemos as colunas em corte. Esta é uma imagem do Nolte e pra
vocês estudarem isto, têm que saber que aqui estão os nervos e aqui estão os núcleos dos nervos. Aqui temos a informação
relativamente sensitiva lateral, o sulco limitante (esta linha) a separar a informação sensitiva lateral da informação
motora medial. Depois têm que saber que há três colunas para cada uma delas:
 componente eferente somático que corresponde ao 3º, 4º, 6º e 12º pares, que são os núcleos
do oculomotor, troclear e abducente, enervando os músculos extra-oculares, derivados
dos sómitos, e o núcleo do hipoglosso enervando os músculos da língua;
 eferência branquial que corresponde aos nervos trigémio, facial, glossofaríngeo, vago e
acessório. O trigémio (é o núcleo motor do trigémio) enerva os músculos da mastigação.
O facial enerva os músculos da mímica. O núcleo ambíguo dá fibras para o glossofaríngeo e
vago, enerva os múculos faríngeos, esofágicos... os estriados derivados dos arcos branqueais. O
acessório enerva o esternocleidomastoideu e o trapézio.
 E(a)??ferência visceral geral corresponde aos núcleos salivar superior e inferior e dorsal
motor do vago. O salivar superior vai dar fibras para o facial e vai enervar as glândulas
lacrimal, submandibular e sublingual, nasais, faríngeas e palatinas ... estas superiores. O
salivar inferior dá fibras para o glossofaríngeo e enerva a parótida. O dorsal motor do vago
enerva o parassimpático do resto... coração, pulmão, parede gastrointestinal.
Em termos de aferências, temos :
 aferências viscerais gerais o 7, o 9 e o 10 (facial, o glossofaríngeo e o vago), que projectam
para o núcleo do feixe solitário. Este núcleo é mt mt mt mt importante. Recebe informação
relativa ao corpo e seio carotídeo e portanto está envolvido nos reflexos cardiovasculares.
Quando eu me sento e me levanto tem que haver um ajuste de imediato da pressão arterial e envolve a acção
do núcleo solitário. A extremidade rostral do núcleo do feixe solitário recebe informação
gustativa. E como eu vos disse há pouco, não há um só nervo olfactivo, há 3 (o 7, o 9 e o 10).
 A aferência somática é basicamente o trigémio, com os seus 3 núcleos: mesencefálico,
sensitico principal e espinhal do trigémio.
 A aferência sensitiva especial, ao nível do tronco cerebral é somente os núcleos
vestibulococlerares, porque a outra informação sensitiva especial corresponde ao nervo óptico...
Eu repito:
Informação visceral especial – olfacto e informação gustativa;
Informação somática especial – óptico e vestibulococlear.
Tipos de nervos cranianos:
 Nervos sensoriais especiais: o olfactivo, o óptico, o vestibulococlear;
 Nervos somáticos motores: enervam músculos derivados dos sómitos, o oculomotor, o
troclear e o abducente, enervam os músculos extra-oculares, e o hipoglosso que enerva os
músculos da língua;
Os nervos branquioméricos incluem vários componentes funcionais, mas mais importante que isso,
incluem a componente eferente branquial. Isto é pra saber na ponta da língua!
Algumas “perguntinhas”:
Que nervos cranianos contêm fibras de um componente funcional?
R.: Olfactivo... os nervos somáticos motores e os sensoriais especiais, o olfactivo, nomeadamente.
Indique as porções do lobo olfactivo.
R.: Cortex piriforme e bolbo, fita e tubérculo olfactivo
Realizado por Ana de Castro Gomes

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Sistema olfactivo

  • 1. Faculdade de Medicina da Universidade do Porto NEUROANATOMIA Ano lectivo de 2012/2013 Desgravada da aula: Sistema olfactivo; introdução aos nervos cranianos Como futuros médicos, o sistema olfactivo não é mt importante ... pouca gente se queixa. Mas depois desta aula vocês vão apreciar muito mais o odor das substâncias! Temos aqui a embriologia do encéfalo: A porção rostral, medial e ventral do telencéfalo vai dar origem a 1 lóbulo olfactivo primário. Ou seja, o lóbulo olfactivo primitivo tem uma origem dependente do telencéfalo, ao passo que os outros nervos cranianos e outros sistemas funcionais têm origem do diencéfalo ou pedúnculo cerebral, o lobo olfactivo tem origem directa do telecéfalo. Além desta porção central do sistema olfactivo, nós vamos ter 1 placódio olfactivo, a nível da ectoderme, que vai dar origem à porção periférica do sistema olfactivo, nomeadamente ao epitélio olfactivo, que vemos aqui com os seus neurónios receptores a terem contacto, através da placa crivosa, com o bolbo olfactivo. Portanto, o bolbo olfactivo, que deriva do telencéfalo, já é uma porção central, o epitélio olfactivo é a porção periférica. Portanto: em termos de sistema nervoso periférico: temos epitélio olfactivo; em termos de sistema nervoso central: temos o lobo olfactivo, com o bolbo olfactivo e com o córtex olfactivo ... e ainda temos cortex de associação. Onde é que está a divisão de sistema nervoso central e periférico em termos de sistema nervoso olfactivo? AO NÍVEL DA PLACA CRIVOSA DO ETMOIDE. Portanto, vocês vêm aqui a placa crivosa, cujo o nome deriva dos orifícios, que dão passagem aos filetes olfactivos, que são os axónios dos neurónios receptores. ESTE SLIDE É IMPORTANTÍSSIMO ... Neste slide temos 3 pontos em que o sistema olfactivo é diferente dos outros sistemas sensoriais. Saber estes três pontos muito bem: 1º ponto) Neurónios receptores olfactivos são repostos por divisão mitótica - Neste epitélio olfactivo há umas células estaminais (células basais), que se dividem ao longo da vida do
  • 2. ser humano ... excepto este processo estar diminuido no idoso ... e no idoso há uma diminuição do olfacto. Mas este processo de reposição deve-se a quê? Se vocês repararem, estes neurónios receptores estão localizados no epitélio, na superfície do corpo... isto só acontece no sistema olfactivo! Todos os outros neurónios estão presentes no interior do corpo, nas profundezas, enquanto que estes estão sujeitos a agressões, nomeadamente quando estamos constipados ... como eu por exemplo neste momento ... estes neurónios estão sujeitos a agressões e por isso é que eles são repostos. Sumarizando: Neurónios olfactivos ... únicos neurónios à superfície do corpo e são repostos durante a vida do adulto por divisão mitótica. 2º ponto) O olfacto é a única modalidade sensorial directamente conectada ao neocórtex – isto porquê? Porque o sistema olfactivo deriva do próprio telencéfalo. Enquanto que a via da dor, do tacto, da temperatura, da visão, têm que passar pelo diencéfalo, a via olfactiva passa directamente para o cortex cerebral. Há uma conexão directa entre o bolbo olfactivo e o neocortex ( o prof à bocado, ao invés de cortex cerebral referiu neocortex... tendo de seguida corrigido, mas agora voltou a referir neocortex, pelo que poderá estar errado). 3º ponto) A integração neural e análise dos estímulos olfactivos não envolve uma organização topográfica além do bolbo olfactivo – vocês já estão a par dos homúnculos a nível do sistema somato-sensitivo. Também sabem ... ou vão saber que o sistema visual está organizado topograficamente, ou seja, zonalmente... o sistema olfactivo NÃO. A nível do neocortex não possui uma organização topográfica. Uma excepção é: há uma organização topográfica ao nível do epitélio olfactivo e do bolbo olfactivo relativamente às substâncias, só que a nível do cortex não há nenhuma organização topográfica. A organização topográfica existe ao nível do bolbo olfactivo. Fiz-me claro? Alguma dúvida? Aqui temos o encéfalo humano e aqui temos o encéfalo de uma ovelha. Se vocês repararem têm aqui o bolbo olfactivo e a fita olfactiva, mt fininhos. Na ovelha, que é o animal macrosmático1 , ou seja, vai ter o sentido olfactivo/olfacto muito bem desenvolvido, vemos aqui um bolbo olfactivo gigantesco, tem uma fita olfactiva enorme e ainda as circunvoluções olfactivas lateral e medial. As circunvoluções olfactivas lateral e medial são rudimentares no homem... no homem são umas estrias olfactivas que vamos ver em seguida. Portanto, nós temos de ter noção que há uma relação entre a aquidade da função e a estrutura, ou seja, a estrutura é mais desenvolvida na ovelha, muito maior que no homem e portanto... ... a ovelha é macrosmático; ... o homem é microsmático. Atenção que, a maior parte das estruturas olfactivas nos animais macrosmáticos estão presentes no homem, embora sejam rudimentares. 1 Não tenho a certeza se foi este o termo que o prof disse
  • 3. O único órgão que não está presente no homem é o órgão vómeronasal, que está junto ao septo nasal. Este órgão vómeronasal dá um nervo vomeronasal, que vai ter ao bolbo olfactivo acessório. Este sistema, que é o sistema olfactivo acessório está presente no feto humano, mas, pensa-se que degenera ... no máximo podemos considerar que ele é rudimentar. Ou seja: Embora as estruturas olfactivas estejam todas presentes no homem, elas são rudimentares. Podemos considerar a excepção do órgão vomeronasal, que pode estar ausente no ser humano. O sistema olfactivo é voltado para a quimiorecepção, ou seja, detecção de moléculas. Reparem que:  o tacto, a vibração detectam vibrações mecânicas;  a visão detecta fotões; Nós só temos dois sentidos de quimiorecepção:  olfacto;  paladar. Estes estão muito voltados para a alimentação ... moléculas, certo? Do sistema olfactivo, temos um principal que detecta moléculas do ambiente e de outras espécies, moléculas odoríferas do ambiente e outras espécies. E se nós considerarmos a existência do órgão vomeronasal, o sistema olfactivo acessório, que detecta moléculas produzidas por seres da mesma espécie. Ou seja: - No sistema olfactivo principal detectamos o aroma das plantas, da comida, o mau cheiro da comida estragada (função essencial nos animais inferiores); - O sistema olfactivo secundário detecta moléculas da mesma espécie. Serve para uma função intraespécie voltada para a reprodução. Às moléculas detectadas pelo sistema olfactivo principal, nós vamos chamar-lhes de moléculas odoríferas, e as moléculas da mesma espécie detectadas pelo sistema olfactivo acessório vamos chama-las ferohormonas. As ferohormonas estão presentes em quantidades muito reduzidas, tais como as hormonas, mas têm um efeito muito potente. Os seres inferiores têm o sistema olfactivo acessório bem desenvolvido, mas nos humanos ainda é controversa a sua existência. Aqui temos o epitélio olfactivo. Tal como vos disse à pouco, estes neurónios estão expostos a um ambiente externo directamente, logo, têm de possuir mecanismos de protecção: 1º mecanismo de protecção) eles estão presentes a 7 cm de distância da narina, no recesso postosuperior das fossas nasais, bem profundos para estarem protegidos dos agentes agressores. O epitélio olfactivo está então localizado no tecto da cavidade nasal e o sistema olfactivo está especializado na detecção de moléculas voláteis. Como é que as moléculas voláteis chegam ao epitélio olfactivo?
  • 4. Pela inspiração (ex. Inspirar o odor de uma rosa). Mas durante a deglutição há um mecanismo chamado de Wafting, que é a passagem de moléculas odoríferas pela orofaringe, nasofaringe, chegando ao epitélio olfactivo. Desde já saliento que o paladar deriva da senssação gustativa e da olfactiva, e há aqui um mecanismo de ligação, através do wafting, das duas sensações. Fiz-me claro? Aqui temos o epitélio olfactivo. Vamos ver as suas principais características citoarquitectónicas: - epitélio pseudoestratificado, com neurónios receptores olfactivos e células de suporte; - com glândulas de bowman, na submucosa, que produzem muco... ... ... muco é o 2º mecanismo protector dos neurónios receptores olfactivos. O muco contém anti-corpos protegendo estes neurónios. - contém umas células basais, que são as células estaminais, muito importantes, pois permitem a divisão mitótica, levando à susbtituição dos neurónios receptores olfactivos; - células sustentaculares; - células microvilares – células junto à superfície do epitélio e que, como os neurónios receptores olfactivos, enviam axónios para o bolbo olfactivo. Apesar deste facto (enviarem axónios), a sua natureza neuronal ainda não está provada. O neurónio receptor olfactivo é bipolar, com uma dendrite apical e um axónio basal. Os axónios, subepitelialmente, agrupam-se em fascículos, e são axónios muito finos... são os axónios mais finos do nosso corpo, tendo por isso a condução mais lenta. Vê-se agora o neurónio com a dendrite apical e o axónio basal. A dendrite apical chega à camada do núcleo e tem aqui esta vesícula olfactiva, uma dilatação, de onde partem cerca de 10 a 30 estereocílios (não são móveis). Na membrana dos cílios, nós vamos ter umas moléculas receptoras que são as moléculas receptoras odoríferas, a molécula receptora odorífera 2, que se liga às moléculas odoríferas. Esta proteína receptora olfactiva, também se liga a uma proteína G. Quando chegam as moléculas odoríferas, há uma alteração da conformação da proteína G que leva a uma estimulação desta enzima a roxo. Esta enzima a roxo vai dar origem a segundos mensageiros, nomeadamente o AMPc e cGMP, que vão actuar nestes canais iónicos. Este é um canal que dá entrada ao cálcio e ao sódio e saída ao potássio. Quando entra o cálcio, este vai activar o canal de cloro, saíndo o cloro e havendo despolarização da membrana. A despolarização da membrana segue ao longo da dendrite sob a forma de 1 potencial receptor, que chega ao corpo celular. Se este potencial receptor for suficientemente forte, gera-se um potencial de acção que vai em direcção ao SNC. Este axónio ficam com a ideia que produz glutamato, libertando-o no bolbo olfactivo. Vocês reparem, quando há uma pessoa que liberta um flatus, passando algum tempo, uma pessoa deixa de sentir aquele odor desagradável , mas as moléculas odoríferas mantém-se no ambiente. Acontece uma adaptação do potencial receptor: aqueles segundos mensageiros – o cAMP e o cGMP – são sequestrados. Um odor dura mais ou
  • 5. menos cerca de 7 segundos. A partir dos 7 segundos, a molécula odorífera deixa de conseguir estimular as proteínas receptoras odoríferas. Conclusão deste slide:  vimos a transdução do sinal, um sinal químico das moléculas odoríferas, para um sinal eléctrico no neurónio;  vimos a adaptação do potencial receptor;  vimos 2 tipos de moléculas: o as moléculas odoríferas do ambiente; o moléculas receptoras odoríferas. Este conjunto de moléculas encaixam-se segundo o modelo de chave-fechadura. Aqui vemos a flor de jasmim e vejam a quantidade/planópila de moléculas odoríferas que apresenta para libertar aquele odor. Quando vocês estiverem a cheirar uma rosa, estão a cheirar várias moléculas. Do ambiente nós conseguimos detectar cerca de 10 000 moléculas odoríferas e no ser humano há cerca de 1 000 proteínas receptoras odoríferas. Estas últimas são sintetizadas a partir de uma família de genes que corresponde a 1% do nosso genoma ... 1% do nosso genoma é para o sistema olfactivo. Reparem que isto é imenso perante uma pequena mucosa que nós temos nas fossas nasais. Isto reflecte a importância filogenética que está presevada nos seres humanos do sistema olfactivo dos animais inferiores. O sistema olfactivo serve para quê? Serve para alimentação e reprodução. São funções básicas para todos os seres vivos. Portanto, uma molécula receptora odorífera liga-se a um leque de moléculas odoríferas. Isto permite que 1000 moléculas receptoras odoríferas detectem 10 000 moléculas. Quanto aos neurónios receptores olfactivos, também há 1 000 tipos, sendo que 1 neurónio receptor olfactivo pode sintetizar 1 molécula ou duas. Após o processamento e integração da informação olfactiva no córtex, nós detectamos 7 odores principais:  acre;  almíscar;  hortelã-pimenta;  etéreo;  floral;  cânfora;  pútrido, aquando da presença de comida estragada. Ele é detectado e nós não ingerimos a comida e isto revela uma das grandes importâncias do sistema olfactivo.
  • 6. Portanto, nós vimos o epitélio olfactivo, do qual saem os filetes olfactivos, que constituem o nervo olfactivo, o 1º nervo craniano. Ao contário do nervo trigémio, como já tiveram oportunidade de ver bem, ao nível da protuberância, o nervo olfactivo não existe na verdade... o nervo olfactivo é formado pelos filetes olfactivos, não existe um só nervo, existem vários filetes olfactivos. Portanto, os filetes olfactivos são o axónio dos neurónios receptores olfactivos e vão projectar glutamato para esta estrutura que está superiormente à placa crivosa, chamado de bolbo olfactivo. Aqui temos a placa crivosa para relembrar que esta é a separação entre a porção periférica e central do sistema olfactivo. Agora está aqui o bolbo representado com as suas principais células, as células mitrais. Há um fenómeno chamado de convergência, ou seja, no epitélio olfactivo há diferentes tipos de neurónios receptores olfactivos. Estes, após passarem a placa crivosa vão-se dirigir preferêncialmente para um glomérulo, de acordo com a proteína receptora odorífera que eles expressam. Ou seja: No epitélio olfactivo há diferentes tipos, estes têm tendência para um determinado glomérulo. Há uma organização topográfica relativamente a um sinal quimioreceptor. A partir deste nível, quando passamos ao córtex cerebral olfactivo, não há nenhuam organização topográfica. Ao nível do epitélio olfactivo e do bolbo olfactivo há! FENÓMENO DE CONVERGÊNCIA. Portanto o neurónio receptor olfactivo tem aqui o dendrite apical, envia o axónio para o glomérulo respectivo e vai sinaptizar com a célula mitral. Reparem que estes neurónios são repostos durante a vida do adulto. Olhem por exemplo este laranja ... não tem aqui axónio. Imaginem que este neurónio acabou de se formar. Portanto, ele expressa uma proteína receptora odorífera, e essa proteína receptora odorífera atribui-lhe uma identidade química que lhe permite um crescimento axonal dirigido. Portanto: os neurónios receptores odoríferos são repostos durante a vida e de acordo com a proteína receptora odorífera o seu axónio vai dirigir-se para o glomérolo respectivo. Aqui temos uma imagem do bolbo olfactivo em corte, uma imagem de Ramon e Cajal, e vemos as suas várias camadas. Temos aqui: - 1ª camada que são as fibras do nervo olfactivo que chegam ao epitélio olfactivo; - temos a camada glomerular, formada pelos glomérulos, que correspondem ao local onde se dá a 1ªa sinapse do sistema olfactivo, ou seja, entre o neurónio receptor olfactivo e a 2ª célula da via; - temos a camada plexiforme externa onde estão os corpos celulares destes segundos neurónios da via chamadas tufosas, que enviam dendrites para os glomérolos;
  • 7. - temos a camada células mitrais que são o principal tipo celular do bolbo olfactivo, com corpo celular triangular e cujo dendrite também se dirige a um glomérulo; - temos a plexiforme interna (fibras); - temos a camada de células granulares. As células granulares são os interneurónios do bolbo olfactivo, são células que libertam GABA e que vão modular a acção das células mitrais. Enquanto que as células mitrais são o principal tipo celular, as células granulares são o tipo mais numeroso ... ... é a mesma coisa que no cerebelo: as células de purkinje eram as preponderantes, mas em maior número são as granulares. Portanto, o fluxo de informação é epitélio olfactivo: fibras dos neurónios receptores olfactivos, chegam ao glomérulo, fazem sinapse com uma célula mitral ou com uma célula tufosa, o axónio destas dirige-se centriptamente em direcção ao SNC. Este funcionamento é modulado por interneurónios , seja células granulares, com o corpo celular na camada das células granulares, seja por estas pequenas células periglomerulares, na camada glomerular. Enquanto que a célula granular não tem axónio, tem simplesmente dendrites, uma dendrite apical e uma dendrite basal, a célula periglomerular tem vários axónios, estabelecendo sinapse ao nível dos glomérulos. Portanto, a saber: os neurónios de projecção do bolbo olfactivo são as células mitrais e as células tufosas que recebem aferências dos neurónios receptores olfactivos. Os interneurónios são as células granulares, sem axónio, e as células periglomerulares, com axónio. Reparem que estas células granulares e periglomerulares estabelecem sinapses recíprocas. Temos aqui um dendrite da célula apical e temos aqui uma espinha dendrítica da célula granular evemos em ambos vesículas sinápticas. Portanto, há uma interconexão entre os interneurónios e as células mitrais. A isto nós chamamos de sinapses recíprocas. Reparem então que as células granulares e periglomerulares fazem a modulação do funcionamento do bolbo olfactivo in loco (localmente). Mas se vocês repararem temos aqui umas fibras centrífugas que chegam ao bolbo olfactivo de várias fontes, nomeadamente do córtex olfactivo, do loccos cerollus... Então há uma modulação dentro do bolbo olfactivo por interneurónios e há uma modulação que vem de níveis superiores pelas fibras centrífugas. Fibras centríptas são os axónios das células mitrais e das células tufosas, que vão em diração ao SNC. Não esquecer sinapses reciprocas para modulação local e fibras centríptas e centrífugas.
  • 8. Aqui temos o bolbo olfactivo visto inferiormente, na sua superfície orbital do lobo frontal e bolbo olfactivo continua-se posteriormente como a fita olfactiva. A fita olfactiva termina num trígono olfactivo, que dá uma estria olfactiva lateral, a principal via pela qual os axónios do bolbo olfactivo vão em direcção ao cotex cerebral, estria olfactiva medial e uma estria olfactiva intermédia. A estria olfactiva medial leva fibras que decussam, vão para o hemisfério contralateral. A estria olfactiva intermédia termina na substância perfurada anterior. Reparem que estas estrias olfactivas num animal macrosmático são os giros olfactivos, são muito mais desnvolvidos. Temos aqui a fita olfactiva inserida na face orbital do lobo frontal... temos aqui o globus pallidus, o putamen, o palidu ventral. E agora temos aqui outra vez a fita olfactiva, o bolbo olfactivo e uma célula mitral. Esta célula mitral envia um axónio para o córtex olfactivo. Mas este axónio vai dar um colateral para o núcleo olfactivo anterior. Esta é uma estrutura olfactiva terciária. Temos: - o epitélio olfactivo, primária; - temos o bolbo olfactivo, secundária; - e depois vamos ter estruturas terciárias, o córtex olfactivo e núcleo olfactivo anterior. Este núcleo olfactivo anterior é uma das vias de modulação superior do funcionamento do bolbo olfactivo. Esta célula mitral vai estimular uma célula multipolar e esta célula multipolar vai enviar um recorrente para o bolbo olfactivo... portanto, há aqui uma modulação sináptica. Atenção que o núcleo olfactivo não envia só para o bolbo olfactivo ipsilateral, mas também envia para o contralateral, através da estria olfactiva medial, que depois cruza na comissura anterior. Este cruzamento na comissura anterior também é muito imporatante. Pode calhar em teste que o núcleo olfactivo anterior é a estrutura terciária mais rostral... quais são as outras estruturas terciárias? É o córtex olfactivo e é um tubérculo olfactivo localizado na substância perfura anterior. Temos aqui a estria olfactiva lateral e temos aqui um cortex olfactivo que é um paleocórtex ... Não é um córtex homogenético, como o neocórtex, mas é um córtex heterogenético, ou seja, é halocórtex. Reparar na relação entre o córtex olfactivo e a amígdala ... muito próximos. Para sintetizar: Temos:  o bolbo olfactivo;  a fita olfactiva com o núcleo olfactivo lá embebido;
  • 9.  temos as estrias olfactivas: o laterais – vão projectar para o córtex olfactivo; o medial – onde as fibras decussam; o intermédia – envia fibras para a substância perfurada anterior, onde está localizado o tubérculo olfactivo anterior, que no Homem é rudimentar;  estruturas terciárias: o núcleo olfactivo anterior; o tubérculo olfactivo; o córtex olfactivo.  Fluxo da informação: o Bolbo olfactivo; o Fibras das células mitrais e tufosas.. a enviar para o cortex olfactivo primário, localizado na junção entre lobo frontal e lobo temporal (próximo do eixo onde se dá o crescimento em forma de “C”), relaccionado com o uncus e com a amígdala. Deste córtex olfactivo primário, a informação vai fluir para o córtex olfactivo secundário, localizado no quadrante póstero-lateral do córtex orbito-frontal. Resumindo e concluindo... Temos o epitélio olfactivo. Temos um bolbo olfactivo. Um córtex olfactivo primario. E um córtex olfactivo secundário. .... Temos estruturas até à 4ª ordem. Fiz-me claro? Quanto ao córtex olfactivo primário, vocês vão ter que o saber muito bem e tem um slide a seguir... que eu vou apontar já. O córtex olfactivo primário é sinónimo de lobo piriforme. Temos 4 áreas:  O córtex pré-piriforme; Temos a circunvolução olfactiva lateral e o gyrus ambiens.  Área periamidgalóide; Temos a estria olfactiva lateral e circunvolução semilunar.  Uncus;
  • 10. Circunvolução unciforme (que sai na prática) e cauda circunvolução denteada e circunvolução intralímbica  Área entorrinal. Da área entorrinal, só faz parte do lobo piriforme a sua parte mais anterior. A sua porção mais posterior tem relação não com o lobo olfactivo, mas com a formação hipocampal. Neste slide:  Córtex pré-piriforme com o giro olfactivo lateral, nesta localização, e o gyrus ambiens.  Área periamigdaloide, aqui com o giro semilunar e com a estria olfactiva lateral.  Circunvolução unciforme.´  Circunvolução intralímbica.  Cauda do giro denteado.~  Área entorrinal, nomeadamente a sua porção anterior. ISTO É CÓRTEX OLFACTIVO PRIMÁRIO. Estas fibras das células mitrais e tufosas, vão projectar para estas áreas, e projectam extensamente através de colaterias. Ou seja, vocês tem geralemente a noção de que um axónio projecta para uma só area mas também há botões em passan e estas células mitrais e tufosas dão jus a estes botões em passan, porque uma célula mitral e uma célula tufosa vai projectar para esta área, para esta área, para esta área,... há uma extensa colaterização. Esta área em si está conectada por um extenso sistema de fibras de associação cortico-corticais. Ou seja, esta área projecta para a área adjacente e esta área projecta para outra área e por fim estas áreas vão projectar para o córtex olfactivo secundário, que está nesta localização. Vocês reparam que nós temos aqui um fluxo de informação muito semelhante ao processamento da informação sensitiva no neocórtex, por isso é que é mt importante aquilo que eu vos disse há pouco que a informação olfactiva projecta directamente para o córtex cerebral sem necessidade de relay talâmico. E esta projecção é logo muito complexa, com várias fibras de associação, com vária associação de informação. A informação no córtex olfactivo não tem organização topográfica. A organização topográfica está presente no bolbo olfactivo e no epitélio olfactivo, mas a partir do córtex perde-se... porquê? Uma pequena área do bolbo olfactivo vai-se projectar para toda a área do córtex olfactivo primário. Temos aqui aquele slide que é muito possivel calhar em teórico... porque é aquele conjunto de coisas para saber. Relembro o sistema de fibras de associação cortico-corticais, dentro do lobo piriforme e reparem que há outras estruturas terciárias, nomedamente o núcleo olfactivo anterior, o
  • 11. tubérculo olfactivo. Estes mais estes dão o globo olfactivo, associado a um bolbo olfactivo. Reparem no que eu acabei de dizer: Córtex olfactivo primário + tubérculo olfactivo + núcleo olfactivo anterior + bolbo olfactivo = lobulo olfactivo Portanto, temos um lobo piriforme que é sinónimo de córtex olfactivo primário. Temos um lóbulo olfactivo que é sinónimo de tudo isto que está aqui a azul. Outras estruturas terciárias são a amígdala, nomeadamente o núcleo cortico-medial e a ínsula. Temos então aqui a projecção, temos o bolbo olfactivo, a fibra, o axónio, da célula mitral, vai enviar um colateral para o núcleo olfactivo anterior, vai depois enviar colateral para todo o lobo piriforme, para a amígdala incluída. Temos aqui o córtex olfactivo primário, junto à amígdala, e temos aqui a amígadala. Qual é o núcleo que recebe do bolbo olfactivo? É o núcleo cortico-medial, depois envia para o hipotálamo e para o trOnco cerebral. Reparem que neste esquema de aferências à amígdala temos aqui o bolbo em primeiro para o núcleo corticomedial ... a amígdala aqui localizada. Trago esta figura para vos relembrar que há fibras centrífugas. E onde é que estas terminavam? No bolbo olfactivo. Onde é que têm origem as fibras centrífugas? Têm origem no lobo piriforme, no núcleo olfactivo anterior e ainda no tubérculo olfactivo ... certo ou errado? ERRADO Têm origem no lobo piriforme, no núcleo olfactivo anterior, MAS não têm origem neste tubérculo olfactivo. Este tubérculo não envia nem fibras de associação, nem envia fibras centrífugas ... paradigmas do lobo piriforme. Repito então: Este tubérculo olfactivo não envia aquelas fibras de associação cortico-corticais, que eu falei à pouco, nem envia fibras centrífugas. O tubérculo olfactivo, junto com o núcleo accumbens, faz parte do estriado ventral. E embora esteja incluido no lobo olfactivo, é uma estrutura à parte. Estas fibras a azul que estão a chegar aqui ao lobo olfactivo, têm então origem no córtex piriforme e têm ainda origem:  no loccos cerolus, fibras noradrenérgicas;
  • 12.  nos núcleos da rafe, fibras ceretodinérgicas;  Banda diagonal de broca, na ramo horizontal da banda diagonal de broca, fibras colinérgicas. Estas fibras centrífugas fazem uma modulação superior do funcionamento do bolbo olfactivo. Aqui temos as projecções. Este slide é complexo. Têm aqui o epitélio olfactivo e o bolbo olfactivo, temos um neurónio receptor olfactivo e uma célula mitral. Esta célula mitral envia aqueles colaterais que eu disse à pouco... para onde? Vai enviar para o córtex olfactivo primário, mas também envia para:  o tálamo (o médio-dorsal);  o hipotálamo posterior à bilateral;  o hipotálamo medial;  e hipocampo. Reparem que a área lateral do hipotálamo tem relação (está incluido lá) o núcleo da fome e, portanto, nós quando cheiramos e se estivermos com baixas reservas energéticas, temos fome. E temos aqui a correlação anatomofuncional da fome relaccionada com o sistema olfactivo. Estas fibras enviam... destaque para a amígdala, para o córtex entorrinal, da amígdala vai para o hipotálamo medial (núcleo da sanciedade), o cortex entorrinal vai para a formação hipocampal. A amígadala tem muito a ver com o reconhecimento se uma coisa é boa ou é má. No hipotálomo medial está o núcleo da sanciedade. Portanto, se nós cheiramos alguma coisa que seja pútrida, que seja estragada, a amígadala analisa a informação como má, envia ao hipotálamo medial que diz “não comas isso”. Outros núcleos que vão receber informação já processada são:  núcleo médio-dorsal do tálamo;  hipotálamo;  formação hipocampal para agregação da estimulação sensorial. Chamo a atenção que este córtex olfactivo medial primário vai enviar directamente para este córtex olfactivo secundário. Porém há uma via menor, menos substancial, em que a informação vai chegar ao núcleo médio-dorsal do tálamo e vai seguir para o córtex olfactivo secundário. Portanto, quis dizer que a informação chega ao córtex olfactivo secundário por duas vias:  principalmente por uma via cortico-cortical, do córtex olfactivo primário;  do núcleo dorsal do tâlamo, via menos substâncial. Vocês reparem, a informação vai chegar aqui ao cortex olfactivo primário, pode seguir directamente para o cortex olfactivo secundário. Porém alguma informação deste cortex olfactivo primário vai ao tálamo e só depois é que vai ao cortex olfactivo sceundário. O que é que acontece? A via de projecção corticocortical é mt apropraida para relay de informação mt discriminativa. O relay talamico está subjacente ao relay de convergência de informação. Ou seja:
  • 13.  Corticortical para informação detalhada;  Relay talâmico para convergência de muita informação (vários odores, ou vária informação sobre os odores ao msm tempo) – informação já processada no córtex olfactivo primário. Falei à pouco da amígdala para a alimentação. O hipotálamo destaca-se para o comportamento sexual. E temos aqui aquilo que eu vos disse à pouco: o cortex olfactivo primário projecta para várias áreas, para além do cortex olfactivo secundário... projecta para o hipotálamo, para o núcleo médio dorsal do tálamo, para o formação hipocampal e até para o bolbo olfactivo... fibras centrífugas. A informação que chega ao cortex olfactivo secundário não vem só do cortex olfactivo primário. O córtex olfactivo secundário recebe:  Informação gustativa da ínsula;  Informação auditiva;  Informação visual – forma-se aqui uma “rede orbital”... que tem muito a ver com a alimentação. Em primeiro lugar, lembram-se de eu à pouco ter falado de ???, em que o paladar deriva da informação olfactiva e gustativa? Em termos do SNC, o primeiro local onde há convergência da informação gustativa com a olfactiva é neste cortex olfactivo secundário... a informação gustativa vem da insula para o cortex orbitofrontal e este cortex orbitofrontal é uma rede orbital relaccionada com a alimentação. Os estímulos visuais e auditivos que lá chegam, também têm relação com a alimentação. Ou seja, nós sentimos o cheiro e o paladar de um alimento, mas também vemos o alimento, vemos a sua cor, ouvimos o alimento a ser feito e tudo isto é o comportamento da alimentação. É um comportamento complexo, comparável ao comportamento reprodutor. E vocÊs reparem que temos então  informação olfactiva;  informação gustativa;  estímulos visuais, táctil (a nível do trigémio... no recém nascido a relação bucal é muito importante);  a informação auditiva e informação visceral, relaccionada com a reposição de reservas (quando estamos à muito tempo sem comer, temos fome). Neste slide o Netter dá o exemplo da preparação do alimento... quando uma pessoa prepara o alimento, dá logo a fome. Toda esta informação é processada e chega ao hipotálamo. Temos duas áreas:  a ventrotalâmica, que é a inibitória, é o centro da seciedade;  área hipotalâmica lateral que recebe aferências do cortex olfactivo primário e a área do apetite... cheirar um alimento que tem um odor dá apetite. Resumindo e concluindo, estamos quase a terminar o sistema olfactivo e termino com a 4ª ordem. Ou seja:
  • 14.  1ª ordem, neurónio receptor olfactivo, logo no epitélio olfactivo; 1ª sinapse  2ª ordem, bolbo olfactivo; 2ª sinapse  3ª ordem, lobo piriforme e amígdala ... cortex olfactivo primário, que projecta para o cortex olfactivo sceundário e recebe dele, mas também projecta para o hipotálamo, para o estriado ventral (relaccionado com o límbico ... a emoção relativa ao alimento) e ainda para o núcleo médiodorsal do tálamo. Destaque-se então que o núcleo médiodorsal do tálamo pode enviar para o cortex olfactivo secundário 3ª sinapse - no cortex olfactivo de associação, localizado na face orbital do lobo frontal, quadrante póstero-lateral. Reparem que... ... a informação chega aqui ao cortex olfactivo de associação directamente do lobo piriforme, mas informação convergente pode chegar através do núcleo médio-dorsal do tálamo. Estes autores consideram que o cortex orbital é o cortex do paladar... é o primeiro local onde se dá a convergência de informação gustativa e olfactiva, e pode ser de 2 tipos:  Condução o Ocorre quando há uma quebra do fluxo de informação (imaginem que esta pessoa tem uma fractura do crânio, há aqui um corte da fita olfactiva, a informação não pode chegar, a informação não pode ser processada, a informação não pode ser discriminda.) o Anesmia neurosensitiva está presente, por exemplo, na doença de alzheimer, em que há uma degeneração cortical generalizada e que pode afectar a capacidade de discriminar odores. A anesmia neurosensitiva está também presente, embora em menor grau, no idoso. vocês reparem que... ... o idoso tem atrofia cortical, tem atrofia do epitélio olfactivo (as células basais já estão cansadas de fazerem a divisão mitótica) e ainda o bolbo olfactivo fica menos desenvolvido.  Neurosensitiva
  • 15. NERVOS CRANIANOS São 12 pares. O olfactivo foi o que acabamos de ver e não existe um único nervo olfactivo... existem sim os filetes olfactivos. 1. O olfactivo detecta moléculas odoríferas – quimiorecepção; 2. O óptico detecta visão, detecta fotões; Depois temos 3 pares associados, que fazem a enervação dos músculos extra-oculares: 3. Oculomotor; 4. Troclear; 5. Abducente. A seguir: 6. Trigémio, responsável pela inervação sensitiva da face, além da inervação motora dos músculos da mastigação; 7. Facial, nervo da mímica facial, contendo fibras parassimpáticas para a glândula submandibular, sublingual, lacrimal, glândulas nasais, faríngeas, palatinas...; 8. Vestibulococlear, nervo da audição (divisão coclera) e do equilíbrio (divisão vestibular); 9. Glossofaríngeo, que enerva os músculos da faringe; 10. Vago, grande nervo visceral do corpo humano, enervando os pulmões, o coração, o intestino, até à junção dos 2/3 laterais com o 1/3 medial do cólon transverso; 11. Acessório, que enerva o músculo esternocleidomastoideio e o trapézio; 12. Hipoglosso, que enerva os músculos da língua. Atenção que não há nenhum nervo para a função gustativa! Tal como nós não temos um nervo para a informação olfactiva, não temos só um nervo para a gustativa, temos vários:  Facial;  Glossofaríngeo;  Vago. As origens aparentes correspondem ao local do encéfalo onde os nervos cranianos afloram à superfície. Temos o:
  • 16.  bolbo olfactivo para os filetes olfactivos (origem no telencéfalo);  O quiasma óptico para o nervo óptico (origem no diencéfalo): A partir daqui têm todo origem no tronco cerebral.  O oculomotor da fossa interpeduncular;  O troclear inferiormente ao colículo inferior;  Abducente no sulco bulboprotuberencial;  Trigémio a nível médiopôntico, na face lateral;  Vestibulococlear e o facial no ângulo cerebelopontico, junto ao pedúnculo cerebeloso médio;  Hipoglosso no sulco anterolateral;  No sulco posterolateral o glossofaríngeo, o vago, e acessorio. Todos com origem na face ventral, excepto o troclear que sai da face dorsal. Isto é uma medula espinhal e vemos aqui os componentes de uma medula espinhal: 1. componente motora aqui a púrpura, a enervar o músculo esquelético; 2. componente sensitiva; Estes dois componentes são sensitivos e motores somáticos. 3. componentes viscerais (informação sensitiva das vísceras, derivados da endoderme, enquanto que a somática são derivados da mesoderme e da ectoderme). Além da informação aferente visceral que passa pelo gânglio dorsal raquidiano e deixa o seu corpo celular lá e projecta para o corno dorsla da medula espinhal, temos neurónios viscerais eferentes que têm o corpo celular na coluna intermédiolateral da sustância cinzenta intermédia. Os nervos espinhais têm 4 componentes funcionais: 2 aferentes e 2 eferentes:  Aferente visceral;  Eferente visceral;  Aferente somático;  Eferente somático. Aqui temos a placa basal e a placa alar. Os nervos cranianos já não têm todos os componentes, não são necessariamente mistos. Vendo esta imagem, reparamos que o nervo olfactivo só traz informação aferente. Enquanto que os nervos espinhais são todos mistos, nem todos os nervos cranianos são mistos.
  • 17. Aqui temos um bolbo raquidiano e reparem que, a placa alar e basal, separadas pelo sulco limitante, abrem em livro. O sulco limitante que está aqui... nesta imagem está aqui... a separação da parte de cores quentes de cores frias. Aqui temos as colunas dos componentes funcionais. Os componentes funcionais são funções dos nervos.. pode ser aferente ou eferente... pode ser visceral ou pode ser somática. Enquanto que os nervos espinhais todos têm componentes aferentes e eferentes (são mistos), os nervos cranianos não. Os nervos cranianos podem ter só eferências ou só aferências. Vocês reparem que os componentes funcionais estão organizados em colunas e enquanto que a placa alar estava dorsal e a placa basal estava ventral, no bolbo raquidiano a placa basal vai estar mediana e a placa alar vai estar lateral. Ou seja, a afarente fica lateral e a eferente fica medial. Da coluna eferente (medial), temos 3 componentes:  O somático, que enerva músculos derivados dos sómitos;  O visceral especial ou branquial, que enerva músculos derivados dos arcos branqueais;  Visceral geral, que são fibras parassimpáticas. Decorem assim: SBG ... somático; branquial; visceral. Quanto à coluna aferente, temos:  Visceral geral, que enerva derivados endodérmicos;  Visceral especial, enerva simplesmente o epitélio olfactivo e os gomos gustativos; Próximas (estes dois ultimos componentes que acabei de referir) à eferente visceral.  Somática geral;  Somática especial, que enerva retina e ouvido interno. Aqui temos as colunas que vimos à pouco. E nesta imagem vemos as colunas em corte. Esta é uma imagem do Nolte e pra vocês estudarem isto, têm que saber que aqui estão os nervos e aqui estão os núcleos dos nervos. Aqui temos a informação relativamente sensitiva lateral, o sulco limitante (esta linha) a separar a informação sensitiva lateral da informação motora medial. Depois têm que saber que há três colunas para cada uma delas:  componente eferente somático que corresponde ao 3º, 4º, 6º e 12º pares, que são os núcleos do oculomotor, troclear e abducente, enervando os músculos extra-oculares, derivados dos sómitos, e o núcleo do hipoglosso enervando os músculos da língua;  eferência branquial que corresponde aos nervos trigémio, facial, glossofaríngeo, vago e acessório. O trigémio (é o núcleo motor do trigémio) enerva os músculos da mastigação. O facial enerva os músculos da mímica. O núcleo ambíguo dá fibras para o glossofaríngeo e vago, enerva os múculos faríngeos, esofágicos... os estriados derivados dos arcos branqueais. O acessório enerva o esternocleidomastoideu e o trapézio.
  • 18.  E(a)??ferência visceral geral corresponde aos núcleos salivar superior e inferior e dorsal motor do vago. O salivar superior vai dar fibras para o facial e vai enervar as glândulas lacrimal, submandibular e sublingual, nasais, faríngeas e palatinas ... estas superiores. O salivar inferior dá fibras para o glossofaríngeo e enerva a parótida. O dorsal motor do vago enerva o parassimpático do resto... coração, pulmão, parede gastrointestinal. Em termos de aferências, temos :  aferências viscerais gerais o 7, o 9 e o 10 (facial, o glossofaríngeo e o vago), que projectam para o núcleo do feixe solitário. Este núcleo é mt mt mt mt importante. Recebe informação relativa ao corpo e seio carotídeo e portanto está envolvido nos reflexos cardiovasculares. Quando eu me sento e me levanto tem que haver um ajuste de imediato da pressão arterial e envolve a acção do núcleo solitário. A extremidade rostral do núcleo do feixe solitário recebe informação gustativa. E como eu vos disse há pouco, não há um só nervo olfactivo, há 3 (o 7, o 9 e o 10).  A aferência somática é basicamente o trigémio, com os seus 3 núcleos: mesencefálico, sensitico principal e espinhal do trigémio.  A aferência sensitiva especial, ao nível do tronco cerebral é somente os núcleos vestibulococlerares, porque a outra informação sensitiva especial corresponde ao nervo óptico... Eu repito: Informação visceral especial – olfacto e informação gustativa; Informação somática especial – óptico e vestibulococlear. Tipos de nervos cranianos:  Nervos sensoriais especiais: o olfactivo, o óptico, o vestibulococlear;  Nervos somáticos motores: enervam músculos derivados dos sómitos, o oculomotor, o troclear e o abducente, enervam os músculos extra-oculares, e o hipoglosso que enerva os músculos da língua; Os nervos branquioméricos incluem vários componentes funcionais, mas mais importante que isso, incluem a componente eferente branquial. Isto é pra saber na ponta da língua! Algumas “perguntinhas”: Que nervos cranianos contêm fibras de um componente funcional? R.: Olfactivo... os nervos somáticos motores e os sensoriais especiais, o olfactivo, nomeadamente. Indique as porções do lobo olfactivo. R.: Cortex piriforme e bolbo, fita e tubérculo olfactivo Realizado por Ana de Castro Gomes