SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 5
Descargar para leer sin conexión
www.nsaulasparticulares.com.br – Prof. Nilton Sihel – pág. 1
Ondas Sonoras:
- São ondas longitudinais de pressão, que se propagam no ar ou em outros meios.
- Têm origem mecânica, pois são produzidas por deformação em um meio elástico.
- As ondas sonoras não se propagam no vácuo.
O ar ou outro meio torna-se mais denso ou rarefeito quando uma onda sonora se propaga através dele.
As variações de pressão fazem com que nossos tímpanos vibrem com a mesma freqüência da onda, o
que produz a sensação fisiológica do som.
Freqüência dos sons audíveis: entre 20Hz (infra-sônica) e 20.000Hz (ultra-sônica, audíveis para muitos
animais).
A velocidade do som no ar a 15o
C é de 340 m/s; na água a 15o
C é de 1.450 m/s; no ferro é de 4480m/s.
Nos líquidos e nos sólidos a velocidade do som é maior pois as moléculas estão mais próximas uma das
outras. Quanto maior a temperatura de um gás, maior será a velocidade do som devido ao aumento da
agitação das moléculas.
Fórmula da velocidade:
fv .
)(
)(
)/(
Hzfrequênciaf
mondadaocompriment
smsomdovelocidadev




Qualidades Fisiológicas do Som:
a) Altura
É a qualidade que nos permite diferenciar os sons graves de sons agudos. A altura depende apenas da
freqüência do som.
Sons graves tem freqüência menor (ex.: voz do homem entre 100Hz e 200Hz).
Sons agudos tem freqüência maior (ex.: voz da mulher entre 200Hz e 400Hz).
www.nsaulasparticulares.com.br – Prof. Nilton Sihel – pág. 2
b) Intensidade
É a qualidade que nos permite diferenciar os sons fracos dos sons fortes.
A
P
I 
t
E
P



I = intensidade da onda (W/m2
)
P = potência da onda (W)
A = área da superfície
E = Energia que atravessa uma superfície (J)
t = tempo (s)
A mínima intensidade sonora para ser audível é de Io = 10-12
W / m2
A máxima intensidade para não provocar efeitos dolorosos é de aproximadamente 1 W/m2







o
I
I
log.10
 = intensidade auditiva ou nível sonoro (dB = decibel)
BdB
10
1
1 
c) Timbre
É a qualidade que nos permite diferenciar sons de mesma altura e intensidade, emitidos por fontes
diferentes. Uma mesma nota musical produz sensações diferentes quando emitida por um violino e por
um piano.
Propriedades das ondas sonoras:
a) Reflexão sonora: Reforço, reverberação e eco
A reflexão do som pode dar origem ao reforço, à reverberação ou ao eco, dependendo do intervalo
de tempo entre a percepção pelo ouvinte do som direto e do som refletido.
A ocorrência de um ou de outro desses fenômenos deve-se ao fato de só conseguirmos distinguir
dois sons que nos chegam com um intervalo de tempo superior a 0,1 s (um décimo de segundo).
Se o obstáculo que reflete o som estiver muito próximo, o som direto e o som refletido chegam
praticamente no mesmo instante. O ouvinte terá então a sensação de um som mais forte. A esse
fenômeno se dá o nome reforço.
Quando o obstáculo refletor está mais afastado, de modo que o intervalo entre a percepção do som
direto e a do som refletido é menor que 0,1 s, mas não é desprezível, ocorre o fenômeno da
reverberação. Nesse caso o caso o som refletido chaga ao sistema auditivo, enquanto a sensação do
som direto ainda não se extinguiu. O ouvinte tem então a impressão de um prolongamento do som. Nos
auditórios há reverberação, desde que não exagerada, auxilia o entendimento do que está sendo
falado.
O eco ocorre quando o som refletido é recebido pelo ouvinte depois que o som refletido é recebido
pelo ouvinte depois que o som direto já se extinguiu. Assim, o ouvinte percebe dois sons distintos. Para
que isso aconteça, o intervalo de tempo entre a percepção dos dois sons (direto e refletido) deve ser
maior que 0,1 s.
Portanto, um ouvinte percebe o eco desde que sua distância ao obstáculo refletor seja superior a 17m
no ar. Lembrando que V = 340 m / s para o som na ida e na volta.
www.nsaulasparticulares.com.br – Prof. Nilton Sihel – pág. 3
b) Refração e difração sonora
A refração do som ocorre quando uma onda sonora produzida em um meio passa para outro meio
em que sua velocidade é diferente. Nesse caso, a freqüência do som permanece a mesma,
modificando-se seu comprimento de onda.
A difração do som permite-lhe contornar obstáculos com dimensões de até 20m. Como a
velocidade do som no ar, em determinadas condições, é v = 340 m / s e o sistema auditivo humano
distingue sons de frequencias fmín. = 20 Hz até Fmax. = 20.000 Hz, o comprimento de ondas do som no
ar pode variar entre: max. = 17m e min.. = 0,017m = 1,7cm.
Na pratica considera-se essa variação entre 2cm e 20m.
c) Interferência sonora
A interferência do som pode ocorrer quando um ponto do meio recebe dois ou mais sons
originados por varias fontes ou por reflexões em obstáculos.
Um caso importante de interferência sonora é o denominado batimento, que ocorre quando há
interferência de ondas sonoras de freqüências ligeiramente diferentes. A intensidade varia de um som
forte, que se ouve em dado instante, para um silencio quase total; a seguir novamente o som forte, e
assim por diante.
Cordas Vibrantes. Ressonância:
Considere a corda de massa m (em kg),
comprimento L (em m) e, portanto densidade
linear
L
m
 (em kg/m) da figura, fixadas nas
extremidades e submetidas à força de tração T
(em N). Provocando-se ondas transversais nessa
corda, mediante uma percussão, elas se propagam
com velocidade:

T
v  (em m/s)
A propagação dessas ondas e sua reflexão nas
extremidades determinam a formação de ondas
estacionárias, com nó nas extremidades. Essas
ondas estacionárias provocam no ar regiões de
compressão e rarefação, isto é, originam ondas
sonoras.
Ondas estacionárias em uma corda vibrante:
 n =
n
L2
(n = 1, 2, 3, ...)
fn =
L
v
n
2
f1 =
L
v
2
 = comprimento da onda (em m)
L = comprimentoda corda (m)
n = número de ventres
f = freqüência (em Hz)
v = velocidade da onda (que forma a onda
estacionária) (em m/s)
O som que corresponde à freqüência f1 é o som fundamental ou primeiro harmônico, e os sons de
freqüência f2, f3, ... são os sons harmônicos do fundamental. Então f2 é o segundo harmônico, f3 é o
terceiro harmônico, e assim por diante.
fonda na corda = f fonte geradora da onda  fcorda = fsom (no ar) 
som
som
corda
corda
vv


www.nsaulasparticulares.com.br – Prof. Nilton Sihel – pág. 4
Ressonância:
Qualquer fonte sonora produz no ar vibrações que estimulam oscilação em corpos situados nas
proximidades. Quando a freqüência da fonte coincide com uma freqüência natural de oscilação do
corpo a amplitude de oscilação deste atinge valores elevados, pois a fonte progressiva cede energia ao
corpo. Esse fenômeno é denominado ressonância. Um exemplo de ressonância é a quebra de uma taça
de cristal quando um violino, nas proximidades, é tocado com freqüência igual à freqüência de
oscilação das moléculas da taça.
Colunas de ar vibrante. Tubos sonoros:
Considere uma fonte sonora, por exemplo um diapasão, vibrando sobre a extremidade aberta de um
tubo de vidro parcialmente preenchido com água.
As ondas emitidas pelo diapasão propagam-se pelo ar no tubo e interferem com as ondas refletidas na
superfície da água, originando ondas estacionárias no ar.
O tubo terá um nó na extremidade fechada e um ventre na extremidade aberta. De fato, na
extremidade fechada, as moléculas de ar do tubo são impedidas de se movimentarem pela superfície da
água, enquanto, na extremidade aberta, ela s se movimentam facilmente para o espaço aberto.
Então o ar no tubo somente entra em ressonância para ondas que de encaixam no comprimento L do
tubo, com um nó na extremidade fechada e um ventre na aberta, como na figura abaixo:
Modos naturais de vibração de
uma coluna de ar em um tubo
fechado numa extremidade.
As regiões mais escuras,
onde a pressão do ar é maior,
correspondem aos nós.
A condição de formação e nó na extremidade fechada e de
ventre na aberta restringe portanto os possíveis comprimentos
de onda das ondas estacionária no tubo fechado é:
 i =
i
L4
(i = 1, 3, 5, 7, ...)
A freqüência fundamental f1 corresponde ao comprimento de
onda 1 = 4L, em que i = 1. Como:
f1 =
1
V
=
L
V
4
A freqüência harmônica será portanto:
fi = i
L
V
4
ou f1 = i.f1 (i =1, 3, 5, 7, ...)
Nesse tubo só podemos estabelecer harmônicos de freqüências ímpares da freqüência fundamental,
isto é, o 3º harmônico f3 = 3f1, o quinto harmônico f5 = 5f1, e assim por diante.
www.nsaulasparticulares.com.br – Prof. Nilton Sihel – pág. 5
Os tubos sonoros abertos têm a extremidade oposta á embocadura aberta e as ondas estacionárias
apresentam ventres em ambas as extremidades.
Em razão de se formatem ventres nas extremidades as ondas que se propagam no tubo têm
comprimentos de onda.
Portanto os possíveis comprimentos de onda são da dos por:
 n =
n
L2
(n = 1, 2, 3, ...)
Para um harmônico qualquer de ordem n a freqüência será dada por:
fn = n
L
V
2
(n = 1, 2, 3, ...)
Efeito Doppler:
observador som observador
fonte som fonte
f v v
f v v



A altura sonora é maior
quando a fonte se aproxima
do observador e menor
quando se afasta.
O sinal que precede o Vobservador ou Vfonte é definido em relação a um
eixo orientado do observador para a fonte:
Se fobservador > ffonte o som é mais agudo
Se fobservador < ffonte o som é mais grave
Bibliografia: Os Fundamentos da Física. Ramalho, Nicolau e Toledo. Vol. 2, Editora Moderna.
Modos naturais de vibração de uma
coluna de ar num tubo aberto.
A natureza longitudinal é sugerida
pelas regiões mais escuras. Onde a
pressão do ar é maior e formam-se os
nós.

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Cinematica velocidade media - mu e muv - resumo
Cinematica   velocidade media - mu e muv - resumoCinematica   velocidade media - mu e muv - resumo
Cinematica velocidade media - mu e muv - resumoNS Aulas Particulares
 
Forcas no movimento circular forca centripeta - resumo
Forcas no movimento circular   forca centripeta - resumoForcas no movimento circular   forca centripeta - resumo
Forcas no movimento circular forca centripeta - resumoNS Aulas Particulares
 
Fenômenos ondulatórios
Fenômenos ondulatóriosFenômenos ondulatórios
Fenômenos ondulatóriosRildo Borges
 
Exercícios resolvidos sobre entropia e 2º lei termodinamica
Exercícios resolvidos sobre entropia e 2º lei termodinamicaExercícios resolvidos sobre entropia e 2º lei termodinamica
Exercícios resolvidos sobre entropia e 2º lei termodinamicaMarcelo Leite Matias
 
Camara escura e espelho plano resumo
Camara escura e espelho plano   resumoCamara escura e espelho plano   resumo
Camara escura e espelho plano resumoNS Aulas Particulares
 
Trigonometria ponteiros relogio
Trigonometria ponteiros relogioTrigonometria ponteiros relogio
Trigonometria ponteiros relogiotrigono_metria
 
TRIGONOMETRIA DIVERTIDA
TRIGONOMETRIA DIVERTIDATRIGONOMETRIA DIVERTIDA
TRIGONOMETRIA DIVERTIDAvulcabelinho
 
Medir e Ângulos com transferidor
Medir e Ângulos com transferidorMedir e Ângulos com transferidor
Medir e Ângulos com transferidorAgostinho NSilva
 
Potencial elétrico
Potencial elétricoPotencial elétrico
Potencial elétricofisicaatual
 

La actualidad más candente (20)

Cinematica velocidade media - mu e muv - resumo
Cinematica   velocidade media - mu e muv - resumoCinematica   velocidade media - mu e muv - resumo
Cinematica velocidade media - mu e muv - resumo
 
Movimento circular uniforme resumo
Movimento circular uniforme   resumoMovimento circular uniforme   resumo
Movimento circular uniforme resumo
 
Forcas no movimento circular forca centripeta - resumo
Forcas no movimento circular   forca centripeta - resumoForcas no movimento circular   forca centripeta - resumo
Forcas no movimento circular forca centripeta - resumo
 
Fenômenos ondulatórios
Fenômenos ondulatóriosFenômenos ondulatórios
Fenômenos ondulatórios
 
Estatica
EstaticaEstatica
Estatica
 
Estatica resumo
Estatica   resumoEstatica   resumo
Estatica resumo
 
Fórmulas do MHS
Fórmulas do MHSFórmulas do MHS
Fórmulas do MHS
 
Gases e termodinamica formulario
Gases e termodinamica   formularioGases e termodinamica   formulario
Gases e termodinamica formulario
 
Exercícios resolvidos sobre entropia e 2º lei termodinamica
Exercícios resolvidos sobre entropia e 2º lei termodinamicaExercícios resolvidos sobre entropia e 2º lei termodinamica
Exercícios resolvidos sobre entropia e 2º lei termodinamica
 
Camara escura e espelho plano resumo
Camara escura e espelho plano   resumoCamara escura e espelho plano   resumo
Camara escura e espelho plano resumo
 
Trigonometria ponteiros relogio
Trigonometria ponteiros relogioTrigonometria ponteiros relogio
Trigonometria ponteiros relogio
 
1ª aula de física
1ª aula de física1ª aula de física
1ª aula de física
 
Espelhos esfericos resumo
Espelhos esfericos   resumoEspelhos esfericos   resumo
Espelhos esfericos resumo
 
Hidrostatica resumo
Hidrostatica   resumoHidrostatica   resumo
Hidrostatica resumo
 
TRIGONOMETRIA DIVERTIDA
TRIGONOMETRIA DIVERTIDATRIGONOMETRIA DIVERTIDA
TRIGONOMETRIA DIVERTIDA
 
Fenômenos Ondulatórios
Fenômenos OndulatóriosFenômenos Ondulatórios
Fenômenos Ondulatórios
 
Ângulos (8º ano)
Ângulos (8º ano)Ângulos (8º ano)
Ângulos (8º ano)
 
Medir e Ângulos com transferidor
Medir e Ângulos com transferidorMedir e Ângulos com transferidor
Medir e Ângulos com transferidor
 
Potencial elétrico
Potencial elétricoPotencial elétrico
Potencial elétrico
 
Movimento circular
Movimento circularMovimento circular
Movimento circular
 

Destacado (9)

Refracao da luz resumo
Refracao da luz   resumoRefracao da luz   resumo
Refracao da luz resumo
 
Lentes esfericas resumo
Lentes esfericas   resumoLentes esfericas   resumo
Lentes esfericas resumo
 
Eletrostatica resumo
Eletrostatica   resumoEletrostatica   resumo
Eletrostatica resumo
 
Lancamento horizontal e obliquo resumo
Lancamento horizontal e obliquo   resumoLancamento horizontal e obliquo   resumo
Lancamento horizontal e obliquo resumo
 
Termometros resumo
Termometros   resumoTermometros   resumo
Termometros resumo
 
Luz cores - sombra e penumbra - resumo
Luz   cores - sombra e penumbra - resumoLuz   cores - sombra e penumbra - resumo
Luz cores - sombra e penumbra - resumo
 
Dinamica dos bloquinhos com atrito resumo
Dinamica dos bloquinhos com atrito   resumoDinamica dos bloquinhos com atrito   resumo
Dinamica dos bloquinhos com atrito resumo
 
Dilatação resumo
Dilatação   resumoDilatação   resumo
Dilatação resumo
 
Trabalho mecanico potencia - rendimento - resumo
Trabalho mecanico   potencia - rendimento - resumoTrabalho mecanico   potencia - rendimento - resumo
Trabalho mecanico potencia - rendimento - resumo
 

Similar a Propagação e propriedades das ondas sonoras

Similar a Propagação e propriedades das ondas sonoras (20)

Acústica
AcústicaAcústica
Acústica
 
Someluz
SomeluzSomeluz
Someluz
 
2 física - fenômenos ondulatórios e ondas estacionárias - cordas vibrantes
2   física - fenômenos ondulatórios e ondas estacionárias  - cordas vibrantes2   física - fenômenos ondulatórios e ondas estacionárias  - cordas vibrantes
2 física - fenômenos ondulatórios e ondas estacionárias - cordas vibrantes
 
Ondas (2)
Ondas   (2)Ondas   (2)
Ondas (2)
 
Som e Luz
Som e LuzSom e Luz
Som e Luz
 
Acústica.pptx
Acústica.pptxAcústica.pptx
Acústica.pptx
 
Som
SomSom
Som
 
12 som acustica_1
12 som acustica_112 som acustica_1
12 som acustica_1
 
Acústica
AcústicaAcústica
Acústica
 
FenôMenos Com Ondas Sonoras
FenôMenos Com Ondas SonorasFenôMenos Com Ondas Sonoras
FenôMenos Com Ondas Sonoras
 
Trabalho de f.q 10ºano som
Trabalho de f.q 10ºano somTrabalho de f.q 10ºano som
Trabalho de f.q 10ºano som
 
Trabalho de f.q 10ºano som
Trabalho de f.q 10ºano somTrabalho de f.q 10ºano som
Trabalho de f.q 10ºano som
 
Oficina De FíSica 9º Ano SáBado 19 09 2009
Oficina De FíSica 9º Ano   SáBado 19 09 2009Oficina De FíSica 9º Ano   SáBado 19 09 2009
Oficina De FíSica 9º Ano SáBado 19 09 2009
 
O som
O somO som
O som
 
Ondas 9° ano cec
Ondas 9° ano cecOndas 9° ano cec
Ondas 9° ano cec
 
Apostila sonoplastia
Apostila sonoplastiaApostila sonoplastia
Apostila sonoplastia
 
Propagação sonora
Propagação sonoraPropagação sonora
Propagação sonora
 
Som e ondas
Som e ondasSom e ondas
Som e ondas
 
Som - Física - Documento completo
Som - Física - Documento completoSom - Física - Documento completo
Som - Física - Documento completo
 
Apostila do 2º aulão - Esquadrão do Conhecimento - 2013
Apostila do 2º aulão -  Esquadrão do Conhecimento - 2013Apostila do 2º aulão -  Esquadrão do Conhecimento - 2013
Apostila do 2º aulão - Esquadrão do Conhecimento - 2013
 

Propagação e propriedades das ondas sonoras

  • 1. www.nsaulasparticulares.com.br – Prof. Nilton Sihel – pág. 1 Ondas Sonoras: - São ondas longitudinais de pressão, que se propagam no ar ou em outros meios. - Têm origem mecânica, pois são produzidas por deformação em um meio elástico. - As ondas sonoras não se propagam no vácuo. O ar ou outro meio torna-se mais denso ou rarefeito quando uma onda sonora se propaga através dele. As variações de pressão fazem com que nossos tímpanos vibrem com a mesma freqüência da onda, o que produz a sensação fisiológica do som. Freqüência dos sons audíveis: entre 20Hz (infra-sônica) e 20.000Hz (ultra-sônica, audíveis para muitos animais). A velocidade do som no ar a 15o C é de 340 m/s; na água a 15o C é de 1.450 m/s; no ferro é de 4480m/s. Nos líquidos e nos sólidos a velocidade do som é maior pois as moléculas estão mais próximas uma das outras. Quanto maior a temperatura de um gás, maior será a velocidade do som devido ao aumento da agitação das moléculas. Fórmula da velocidade: fv . )( )( )/( Hzfrequênciaf mondadaocompriment smsomdovelocidadev     Qualidades Fisiológicas do Som: a) Altura É a qualidade que nos permite diferenciar os sons graves de sons agudos. A altura depende apenas da freqüência do som. Sons graves tem freqüência menor (ex.: voz do homem entre 100Hz e 200Hz). Sons agudos tem freqüência maior (ex.: voz da mulher entre 200Hz e 400Hz).
  • 2. www.nsaulasparticulares.com.br – Prof. Nilton Sihel – pág. 2 b) Intensidade É a qualidade que nos permite diferenciar os sons fracos dos sons fortes. A P I  t E P    I = intensidade da onda (W/m2 ) P = potência da onda (W) A = área da superfície E = Energia que atravessa uma superfície (J) t = tempo (s) A mínima intensidade sonora para ser audível é de Io = 10-12 W / m2 A máxima intensidade para não provocar efeitos dolorosos é de aproximadamente 1 W/m2        o I I log.10  = intensidade auditiva ou nível sonoro (dB = decibel) BdB 10 1 1  c) Timbre É a qualidade que nos permite diferenciar sons de mesma altura e intensidade, emitidos por fontes diferentes. Uma mesma nota musical produz sensações diferentes quando emitida por um violino e por um piano. Propriedades das ondas sonoras: a) Reflexão sonora: Reforço, reverberação e eco A reflexão do som pode dar origem ao reforço, à reverberação ou ao eco, dependendo do intervalo de tempo entre a percepção pelo ouvinte do som direto e do som refletido. A ocorrência de um ou de outro desses fenômenos deve-se ao fato de só conseguirmos distinguir dois sons que nos chegam com um intervalo de tempo superior a 0,1 s (um décimo de segundo). Se o obstáculo que reflete o som estiver muito próximo, o som direto e o som refletido chegam praticamente no mesmo instante. O ouvinte terá então a sensação de um som mais forte. A esse fenômeno se dá o nome reforço. Quando o obstáculo refletor está mais afastado, de modo que o intervalo entre a percepção do som direto e a do som refletido é menor que 0,1 s, mas não é desprezível, ocorre o fenômeno da reverberação. Nesse caso o caso o som refletido chaga ao sistema auditivo, enquanto a sensação do som direto ainda não se extinguiu. O ouvinte tem então a impressão de um prolongamento do som. Nos auditórios há reverberação, desde que não exagerada, auxilia o entendimento do que está sendo falado. O eco ocorre quando o som refletido é recebido pelo ouvinte depois que o som refletido é recebido pelo ouvinte depois que o som direto já se extinguiu. Assim, o ouvinte percebe dois sons distintos. Para que isso aconteça, o intervalo de tempo entre a percepção dos dois sons (direto e refletido) deve ser maior que 0,1 s. Portanto, um ouvinte percebe o eco desde que sua distância ao obstáculo refletor seja superior a 17m no ar. Lembrando que V = 340 m / s para o som na ida e na volta.
  • 3. www.nsaulasparticulares.com.br – Prof. Nilton Sihel – pág. 3 b) Refração e difração sonora A refração do som ocorre quando uma onda sonora produzida em um meio passa para outro meio em que sua velocidade é diferente. Nesse caso, a freqüência do som permanece a mesma, modificando-se seu comprimento de onda. A difração do som permite-lhe contornar obstáculos com dimensões de até 20m. Como a velocidade do som no ar, em determinadas condições, é v = 340 m / s e o sistema auditivo humano distingue sons de frequencias fmín. = 20 Hz até Fmax. = 20.000 Hz, o comprimento de ondas do som no ar pode variar entre: max. = 17m e min.. = 0,017m = 1,7cm. Na pratica considera-se essa variação entre 2cm e 20m. c) Interferência sonora A interferência do som pode ocorrer quando um ponto do meio recebe dois ou mais sons originados por varias fontes ou por reflexões em obstáculos. Um caso importante de interferência sonora é o denominado batimento, que ocorre quando há interferência de ondas sonoras de freqüências ligeiramente diferentes. A intensidade varia de um som forte, que se ouve em dado instante, para um silencio quase total; a seguir novamente o som forte, e assim por diante. Cordas Vibrantes. Ressonância: Considere a corda de massa m (em kg), comprimento L (em m) e, portanto densidade linear L m  (em kg/m) da figura, fixadas nas extremidades e submetidas à força de tração T (em N). Provocando-se ondas transversais nessa corda, mediante uma percussão, elas se propagam com velocidade:  T v  (em m/s) A propagação dessas ondas e sua reflexão nas extremidades determinam a formação de ondas estacionárias, com nó nas extremidades. Essas ondas estacionárias provocam no ar regiões de compressão e rarefação, isto é, originam ondas sonoras. Ondas estacionárias em uma corda vibrante:  n = n L2 (n = 1, 2, 3, ...) fn = L v n 2 f1 = L v 2  = comprimento da onda (em m) L = comprimentoda corda (m) n = número de ventres f = freqüência (em Hz) v = velocidade da onda (que forma a onda estacionária) (em m/s) O som que corresponde à freqüência f1 é o som fundamental ou primeiro harmônico, e os sons de freqüência f2, f3, ... são os sons harmônicos do fundamental. Então f2 é o segundo harmônico, f3 é o terceiro harmônico, e assim por diante. fonda na corda = f fonte geradora da onda  fcorda = fsom (no ar)  som som corda corda vv  
  • 4. www.nsaulasparticulares.com.br – Prof. Nilton Sihel – pág. 4 Ressonância: Qualquer fonte sonora produz no ar vibrações que estimulam oscilação em corpos situados nas proximidades. Quando a freqüência da fonte coincide com uma freqüência natural de oscilação do corpo a amplitude de oscilação deste atinge valores elevados, pois a fonte progressiva cede energia ao corpo. Esse fenômeno é denominado ressonância. Um exemplo de ressonância é a quebra de uma taça de cristal quando um violino, nas proximidades, é tocado com freqüência igual à freqüência de oscilação das moléculas da taça. Colunas de ar vibrante. Tubos sonoros: Considere uma fonte sonora, por exemplo um diapasão, vibrando sobre a extremidade aberta de um tubo de vidro parcialmente preenchido com água. As ondas emitidas pelo diapasão propagam-se pelo ar no tubo e interferem com as ondas refletidas na superfície da água, originando ondas estacionárias no ar. O tubo terá um nó na extremidade fechada e um ventre na extremidade aberta. De fato, na extremidade fechada, as moléculas de ar do tubo são impedidas de se movimentarem pela superfície da água, enquanto, na extremidade aberta, ela s se movimentam facilmente para o espaço aberto. Então o ar no tubo somente entra em ressonância para ondas que de encaixam no comprimento L do tubo, com um nó na extremidade fechada e um ventre na aberta, como na figura abaixo: Modos naturais de vibração de uma coluna de ar em um tubo fechado numa extremidade. As regiões mais escuras, onde a pressão do ar é maior, correspondem aos nós. A condição de formação e nó na extremidade fechada e de ventre na aberta restringe portanto os possíveis comprimentos de onda das ondas estacionária no tubo fechado é:  i = i L4 (i = 1, 3, 5, 7, ...) A freqüência fundamental f1 corresponde ao comprimento de onda 1 = 4L, em que i = 1. Como: f1 = 1 V = L V 4 A freqüência harmônica será portanto: fi = i L V 4 ou f1 = i.f1 (i =1, 3, 5, 7, ...) Nesse tubo só podemos estabelecer harmônicos de freqüências ímpares da freqüência fundamental, isto é, o 3º harmônico f3 = 3f1, o quinto harmônico f5 = 5f1, e assim por diante.
  • 5. www.nsaulasparticulares.com.br – Prof. Nilton Sihel – pág. 5 Os tubos sonoros abertos têm a extremidade oposta á embocadura aberta e as ondas estacionárias apresentam ventres em ambas as extremidades. Em razão de se formatem ventres nas extremidades as ondas que se propagam no tubo têm comprimentos de onda. Portanto os possíveis comprimentos de onda são da dos por:  n = n L2 (n = 1, 2, 3, ...) Para um harmônico qualquer de ordem n a freqüência será dada por: fn = n L V 2 (n = 1, 2, 3, ...) Efeito Doppler: observador som observador fonte som fonte f v v f v v    A altura sonora é maior quando a fonte se aproxima do observador e menor quando se afasta. O sinal que precede o Vobservador ou Vfonte é definido em relação a um eixo orientado do observador para a fonte: Se fobservador > ffonte o som é mais agudo Se fobservador < ffonte o som é mais grave Bibliografia: Os Fundamentos da Física. Ramalho, Nicolau e Toledo. Vol. 2, Editora Moderna. Modos naturais de vibração de uma coluna de ar num tubo aberto. A natureza longitudinal é sugerida pelas regiões mais escuras. Onde a pressão do ar é maior e formam-se os nós.