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A UA U L A
     L A

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23
             O campo brasileiro


                                              N   esta aula vamos aprender como a
             agropecuária participou da construção das paisagens brasileiras. Vamos enten-
             der como a orientação preferencial para o mercado externo marcou profunda-
             mente as relações entre o campo e a cidade no Brasil e foi responsável pela
                                       fundiária.
             concentração da estrutura fundiária



                 Chico tem uma nova tarefa. Agora, precisa levar um carregamento de farelo
             de soja da área rural do Norte do Paraná para o porto de Santos, litoral do Estado
             de São Paulo. À medida que se aproxima do porto, o tráfego de caminhões
             começa a ficar muito intenso e chega a parar, a trinta quilômetros da chegada.
                 Quem dirige o caminhão da frente é Duda. Ele transporta suco de laranja, já
             embalado para exportação na região de Ribeirão Preto, interior de São Paulo.
                 Duda e Chico se encontram com freqüência nesse trajeto. Na parada,
             conversam:
                 - Tem cada vez mais caminhões vindo para esse porto- diz Duda.
                 - Também, por aqui vai mercadoria do Brasil inteiro para fora- completa
             Chico.
                 - Esses engarrafamentos atrapalham muito a entrega dos produtos. São
             mesmo um problema. Eu já estou atrasado para entregar a soja e também para
             receber o carregamento de trigo que tenho de levar para uma indústria de
             massas e biscoitos na grande São Paulo - diz Chico.
                 - Pois é - responde Duda. - Mas o que seria do caminhoneiro se não fosse
             o movimento de produtos do campo para a cidade, ou para os portos? Este país
             ainda depende muito da agricultura!



                 As cidades se relacionam com o campo e com outras cidades próximas por
             meio da circulação de pessoas, mercadorias e informações. As cidades depen-
             dem do fornecimento de alimentos e matérias-primas do campo, trocando-os
             por produtos manufaturados e serviços
                                            serviços.
                 Serviços são atividades como a administração pública, o comércio em
             atacado e no varejo, bancos, oficinas de automóveis e caminhões, médicos,
             barbeiros e outros.
Desde o início da ocupação do território nacional, as relações entre as          A U L A
cidades e o campo foram marcadas pela maneira como se organizaram a
produção e a circulação de mercadorias. A organização da produção implantada
pelos portugueses no território brasileiro desde logo priorizou, no campo, a          23
produção de mercadorias para exportação. Essa mesma organização atribuiu às
cidades a função de controlar para a Coroa portuguesa as trocas comerciais com
o exterior, cobrando impostos e combatendo o contrabando.
     Desde cedo, o processo de colonização orientou a economia brasileira para
fornecer produtos florestais, agrícolas e pecuários para o mercado externo isto
                                                                    externo,
é, aquele que se situa além de suas fronteiras.
     Assim, Portugal fez do Brasil uma colônia de exploração diferente das
                                                       exploração,
colônias de povoamento que surgiram, por exemplo, no norte dos Estados
Unidos. Lá, os imigrantes europeus buscavam construir uma nova sociedade, e
não simplesmente enriquecer com a exploração dos recursos naturais da terra.
                                          Para a agricultura comercial de expor-
                                     tação foram destinadas as melhores terras
                                     nas planícies próximas ao litoral. Isso em-
                                     purrou as lavouras de subsistência e a cri-
                                     ação de gado, que eram as principais pro-
                                     dutoras de alimentos, para as terras de pla-
                                     nalto do interior.
                                          Essa forma de ocupação do território
                                     marcou profundamente a Geografia do Bra-
                                     sil. Por diversos motivos.
                                          Em primeiro lugar, porque a agricultu-
                                     ra de exportação sempre foi grande consu-
                                     midora de terras, formando grandes
                                     monocultoras.
                                     monocultoras
                                          As lavouras monocultoras são aquelas
                                     que só plantam um determinado produto,
                                     utilizando ao máximo a fertilidade natural
                                     dos solos e pouco se preocupando com in-
                                     vestimentos na melhoria dos métodos de
Produção de café:                    plantio.
uma agricultura de exportação

     Além de empregar a
monocultura, a agricul-
tura de exportação foi
ex tensiva isto é, utili-
extensiva
   tensiva,
zou grandes extensões
de terra para produzir
barato para o mercado
externo.
     Em segundo lugar,
a agricultura de expor-
tação utilizou por mui-
to tempo a mão-de-obra
escrava. Com isso, não
pagava salários e atra-
sou a formação de um                                                                Mandioca:
mercado interno no                                                                  lavoura voltada para
Brasil.                                                                             o mercado interno
A U L A        O grande proprietário de terras preferia importar tudo de que necessitava,
          até alimentos para escravos. É o caso da carne-seca que vinha da Argentina, uma

23        manufatura criada fora do Brasil para abastecer as plantações de café da antiga
          província do Rio de Janeiro.
               Em terceiro lugar, a forma de ocupação do território condicionou a evolução
          das cidades brasileiras. Durante todo o período em que predominou a agricul-
          tura de exportação, as cidades desempenharam papel secundário. Nelas desta-
          cavam-se apenas as funções urbanas de porto, centro comercial e de controle
          político-administrativo. Cidades como Salvador, Olinda e, posteriormente,
          Recife, São Luís e o Rio de Janeiro, todas situadas no litoral, foram as mais
          importantes durante o período colonial e no Império.
               As pequenas cidades que se formaram no interior do Brasil foram meras
          continuações do campo. Nelas concentravam-se algumas funções comerciais e
          de serviços, muitas vezes temporárias, como as feiras.
               Como a agricultura utilizava preferencialmente as áreas de floresta, a
          pecuária empregava as áreas de vegetação aberta, como os campos ou a caatinga
          (que significa mata branca, em tupi-guarani).
               Foi justamente em lugares situados entre as áreas de pecuária e de grandes
          plantações que apareceram as feiras de gado que se transformaram, com o
          decorrer do tempo, em cidades. Esse é o caso de Campina Grande, na Paraíba, de
          Campinas, em São Paulo, e Ponta Grossa, no Paraná.
               A agricultura de exportação foi a responsável pela formação de uma estru-
          tura fundiária muito concentrada no Brasil. A estrutura fundiária, isto é, a
          forma como se distribui a propriedade da terra em um determinado lugar, é
          formada por grandes, médias e pequenas fazendas.
               Uma estrutura fundiária é concentrada quando praticamente não existem
          fazendas de porte médio e a maior parte da terras é controlada por poucas
          grandes propriedades, isto é, os latifúndios
                                            latifúndios.
               O restante fica dividido em muitas pequenas propriedades, os minifúndios
                                                                              minifúndios,
          de onde uma família de trabalhadores mal consegue retirar o seu sustento.
               O latifúndio e o minifúndio são os dois lados da mesma moeda. Depois da
          abolição da escravidão, a agricultura de exportação precisava de grandes quan-
          tidades de mão-de-obra na fase do plantio e da colheita. No resto do ano,
          praticamente não empregava trabalhadores.
               A maneira de resolver esse problema de mão-de-obra sem grandes custos foi
          utilizar o trabalho temporário das famílias que viviam nas pequenas proprieda-
          des vizinhas.
               Assim, enquanto tentavam tirar algum sustento da pequena produção no
          sítio, o pequeno proprietário e sua família tinham de trabalhar na grande fazenda
          para viver.
               Muitas vezes, a família sequer era proprietária da terra: recebia o direito de
          usar um pedaço de chão para plantar alimentos em troca de trabalho na lavoura
          ou na criação do grande proprietário.
               Esse é o sistema da parceria Ele ainda existe em muitos lugares do Brasil,
                                     parceria.
          mas está lentamente acabando desde que o Estatuto da Terra - a lei que define
          as regras da propriedade rural - legalizou o direito de posse do pequeno
          produtor e determinou que os proprietários regularizassem a situação trabalhis-
          ta de seus empregados.
               Depois que o Estatuto da Terra passou a valer, na década de 60, muitos
          proprietários expulsaram as famílias de parceiros que viviam nas fazendas. Sem
          alternativa, essas famílias foram viver nas “pontas de rua” das cidades vizinhas.
A U L A


                                                                                     23




    Como as fazendas continuavam a precisar de mão-de-obra temporária nas
épocas do plantio e da colheita, foram buscar os bóias-frias isto é, trabalhadores
                                                   bóias-frias,
temporários que vivem nas cidades, mas que ganham seu sustento no campo.
    Depois dos anos 60 e, principalmente, na década de 70, houve um grande
processo de transformação na agropecuária brasileira.
    Esse processo, conhecido como modernização do campo fez com que as
                                                            campo,
fazendas passassem a empregar predominantemente trabalhadores assalaria-
dos e a usar produtos químicos, tratores e máquinas agrícolas. Tornaram-se,
desse modo, fazendas mecanizadas que não dependem mais do trabalho
                         mecanizadas,
familiar dos pequenos produtores.
    A mecanização da agricultura permitiu a conquista de novas áreas, como os
cerrados do interior do Brasil. Neles, a soja se expandiu rapidamente nos últimos
anos, transformando-se em um dos principais produtos de exportação do Brasil.
    Outro importante produto de exportação brasileiro é o suco de laranja, que
vem principalmente do interior de São Paulo. O suco só pode ser produzido, na
quantidade e qualidade exigidas pelo mercado externo, com técnicas modernas
de cultivo.
    Com a modernização do campo, os pequenos produtores acabaram
ficando sem terra e sem trabalho, o que explica o surgimento dos trabalhado-
         terra.
res sem terra
    Hoje, não só o emprego na agropecuária é cada vez menor: as cidades não
têm mais condições de absorver a população que busca trabalho e melhores
condições de vida.
    Atualmente, para o trabalhador, campo e cidade estão na mesma situação.
Isso significa que os problemas da agropecuária afetam a vida dos que traba-
lham na indústria e vice-versa.
A U L A       Luar do Sertão


23            Não há, oh gente, oh não
              Luar como esse do sertão
              Não há, oh gente, oh não
              Luar como esse do sertão

              Oh que saudade do luar da minha terra
              Lá na serra branquejando folhas secas pelo chão
              Esse luar, cá da cidade, tão escuro
              Não tem aquela saudade do luar lá do sertão

              Se a lua nasce por detrás da verde mata
              Mais parece um sol de prata,
              Prateando a solidão!
              E a gente pega na viola que ponteia
              E a canção é lua cheia
              A nos nascer do coração.
              Música e letra de Catulo da Paixão Cearense




               Campo e cidade se relacionam por meio da circulação de pessoas, mercado-
          rias e informações. No Brasil, as relações entre campo entre campo e cidade
          foram muito marcadas pela orientação da produção do campo para o mercado
          externo.
          externo
               A agricultura de exportação sempre ocupou as melhores terras próximas ao
          litoral, empurrando as lavouras de subsistência e a criação de gado para o
          interior.
               A necessidade de mão-de-obra para os trabalhos agrícolas nas épocas de
          plantio e colheita foi atendida, muitas vezes, por pequenos proprietários e
          posseiros que viviam nas proximidades da grande propriedade. Isso explica a
          convivência do latifúndio com o minifúndio em vastas extensões do território
          brasileiro.
               A partir da vigência do Estatuto da Terra a agropecuária começou a mudar
                                                   Terra,
          sua forma de conseguir trabalho temporário. Surgiram, assim, os bóias-frias das
          pequenas cidades do interior. O processo culminou com a mecanização da
          agricultura, que reduziu muito o emprego no campo.




          Exercício 1
             Utilizando um atlas, trace o itinerário de Chico desde o norte do Estado do
             Paraná até chegar ao Porto de Santos, em São Paulo. A seguir, indique:

              a) Qual a formação vegetal original do trajeto percorrido?
              b) Qual a altitude média que apresenta essa área?
Exercício 2                                                                                      A U L A
   Preencha a segunda coluna de acordo com a primeira:

    a) Lavouras de subsistência ( ) Produção de alimentos para o mercado                         23
    b) Monocultura                   interno
    c) Latifúndios               ( ) Grandes propriedades possivelmente
    d) Bóias-frias                   produtivas
    e) Agricultura de exportação ( ) Produção voltada para o mercado
                                     externo
                                 ( ) Trabalhadores temporários
                                 ( ) Plantação de um único produto


Exercício 3
   Complete a frase abaixo:
   O campo produz (a) ............... e (b) ................ A cidade os transforma em
   (c) ............... e fornece (d) ............... estabelecendo-se, assim as relações entre
   (e) ............... e (f) ................ .
   Em nosso país, essas relações foram durante muito tempo determinadas pela
   (g) ..............., o que limitou as (h) ............... das cidades.


Exercício 4
   Explique:

    a) Que modificações ocorreram no campo brasileiro a partir da década de
       1960?

    b) Quais as conseqüências dessas modificações sobre a população trabalha-
       dora do campo?


Exercício 5
   Qual o sentido da palavra sertão, na música Luar do Sertão ? Em sua opinião,
   por que o luar do sertão é mais claro que o da cidade?

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  • 1. A UA U L A L A 23 23 O campo brasileiro N esta aula vamos aprender como a agropecuária participou da construção das paisagens brasileiras. Vamos enten- der como a orientação preferencial para o mercado externo marcou profunda- mente as relações entre o campo e a cidade no Brasil e foi responsável pela fundiária. concentração da estrutura fundiária Chico tem uma nova tarefa. Agora, precisa levar um carregamento de farelo de soja da área rural do Norte do Paraná para o porto de Santos, litoral do Estado de São Paulo. À medida que se aproxima do porto, o tráfego de caminhões começa a ficar muito intenso e chega a parar, a trinta quilômetros da chegada. Quem dirige o caminhão da frente é Duda. Ele transporta suco de laranja, já embalado para exportação na região de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Duda e Chico se encontram com freqüência nesse trajeto. Na parada, conversam: - Tem cada vez mais caminhões vindo para esse porto- diz Duda. - Também, por aqui vai mercadoria do Brasil inteiro para fora- completa Chico. - Esses engarrafamentos atrapalham muito a entrega dos produtos. São mesmo um problema. Eu já estou atrasado para entregar a soja e também para receber o carregamento de trigo que tenho de levar para uma indústria de massas e biscoitos na grande São Paulo - diz Chico. - Pois é - responde Duda. - Mas o que seria do caminhoneiro se não fosse o movimento de produtos do campo para a cidade, ou para os portos? Este país ainda depende muito da agricultura! As cidades se relacionam com o campo e com outras cidades próximas por meio da circulação de pessoas, mercadorias e informações. As cidades depen- dem do fornecimento de alimentos e matérias-primas do campo, trocando-os por produtos manufaturados e serviços serviços. Serviços são atividades como a administração pública, o comércio em atacado e no varejo, bancos, oficinas de automóveis e caminhões, médicos, barbeiros e outros.
  • 2. Desde o início da ocupação do território nacional, as relações entre as A U L A cidades e o campo foram marcadas pela maneira como se organizaram a produção e a circulação de mercadorias. A organização da produção implantada pelos portugueses no território brasileiro desde logo priorizou, no campo, a 23 produção de mercadorias para exportação. Essa mesma organização atribuiu às cidades a função de controlar para a Coroa portuguesa as trocas comerciais com o exterior, cobrando impostos e combatendo o contrabando. Desde cedo, o processo de colonização orientou a economia brasileira para fornecer produtos florestais, agrícolas e pecuários para o mercado externo isto externo, é, aquele que se situa além de suas fronteiras. Assim, Portugal fez do Brasil uma colônia de exploração diferente das exploração, colônias de povoamento que surgiram, por exemplo, no norte dos Estados Unidos. Lá, os imigrantes europeus buscavam construir uma nova sociedade, e não simplesmente enriquecer com a exploração dos recursos naturais da terra. Para a agricultura comercial de expor- tação foram destinadas as melhores terras nas planícies próximas ao litoral. Isso em- purrou as lavouras de subsistência e a cri- ação de gado, que eram as principais pro- dutoras de alimentos, para as terras de pla- nalto do interior. Essa forma de ocupação do território marcou profundamente a Geografia do Bra- sil. Por diversos motivos. Em primeiro lugar, porque a agricultu- ra de exportação sempre foi grande consu- midora de terras, formando grandes monocultoras. monocultoras As lavouras monocultoras são aquelas que só plantam um determinado produto, utilizando ao máximo a fertilidade natural dos solos e pouco se preocupando com in- vestimentos na melhoria dos métodos de Produção de café: plantio. uma agricultura de exportação Além de empregar a monocultura, a agricul- tura de exportação foi ex tensiva isto é, utili- extensiva tensiva, zou grandes extensões de terra para produzir barato para o mercado externo. Em segundo lugar, a agricultura de expor- tação utilizou por mui- to tempo a mão-de-obra escrava. Com isso, não pagava salários e atra- sou a formação de um Mandioca: mercado interno no lavoura voltada para Brasil. o mercado interno
  • 3. A U L A O grande proprietário de terras preferia importar tudo de que necessitava, até alimentos para escravos. É o caso da carne-seca que vinha da Argentina, uma 23 manufatura criada fora do Brasil para abastecer as plantações de café da antiga província do Rio de Janeiro. Em terceiro lugar, a forma de ocupação do território condicionou a evolução das cidades brasileiras. Durante todo o período em que predominou a agricul- tura de exportação, as cidades desempenharam papel secundário. Nelas desta- cavam-se apenas as funções urbanas de porto, centro comercial e de controle político-administrativo. Cidades como Salvador, Olinda e, posteriormente, Recife, São Luís e o Rio de Janeiro, todas situadas no litoral, foram as mais importantes durante o período colonial e no Império. As pequenas cidades que se formaram no interior do Brasil foram meras continuações do campo. Nelas concentravam-se algumas funções comerciais e de serviços, muitas vezes temporárias, como as feiras. Como a agricultura utilizava preferencialmente as áreas de floresta, a pecuária empregava as áreas de vegetação aberta, como os campos ou a caatinga (que significa mata branca, em tupi-guarani). Foi justamente em lugares situados entre as áreas de pecuária e de grandes plantações que apareceram as feiras de gado que se transformaram, com o decorrer do tempo, em cidades. Esse é o caso de Campina Grande, na Paraíba, de Campinas, em São Paulo, e Ponta Grossa, no Paraná. A agricultura de exportação foi a responsável pela formação de uma estru- tura fundiária muito concentrada no Brasil. A estrutura fundiária, isto é, a forma como se distribui a propriedade da terra em um determinado lugar, é formada por grandes, médias e pequenas fazendas. Uma estrutura fundiária é concentrada quando praticamente não existem fazendas de porte médio e a maior parte da terras é controlada por poucas grandes propriedades, isto é, os latifúndios latifúndios. O restante fica dividido em muitas pequenas propriedades, os minifúndios minifúndios, de onde uma família de trabalhadores mal consegue retirar o seu sustento. O latifúndio e o minifúndio são os dois lados da mesma moeda. Depois da abolição da escravidão, a agricultura de exportação precisava de grandes quan- tidades de mão-de-obra na fase do plantio e da colheita. No resto do ano, praticamente não empregava trabalhadores. A maneira de resolver esse problema de mão-de-obra sem grandes custos foi utilizar o trabalho temporário das famílias que viviam nas pequenas proprieda- des vizinhas. Assim, enquanto tentavam tirar algum sustento da pequena produção no sítio, o pequeno proprietário e sua família tinham de trabalhar na grande fazenda para viver. Muitas vezes, a família sequer era proprietária da terra: recebia o direito de usar um pedaço de chão para plantar alimentos em troca de trabalho na lavoura ou na criação do grande proprietário. Esse é o sistema da parceria Ele ainda existe em muitos lugares do Brasil, parceria. mas está lentamente acabando desde que o Estatuto da Terra - a lei que define as regras da propriedade rural - legalizou o direito de posse do pequeno produtor e determinou que os proprietários regularizassem a situação trabalhis- ta de seus empregados. Depois que o Estatuto da Terra passou a valer, na década de 60, muitos proprietários expulsaram as famílias de parceiros que viviam nas fazendas. Sem alternativa, essas famílias foram viver nas “pontas de rua” das cidades vizinhas.
  • 4. A U L A 23 Como as fazendas continuavam a precisar de mão-de-obra temporária nas épocas do plantio e da colheita, foram buscar os bóias-frias isto é, trabalhadores bóias-frias, temporários que vivem nas cidades, mas que ganham seu sustento no campo. Depois dos anos 60 e, principalmente, na década de 70, houve um grande processo de transformação na agropecuária brasileira. Esse processo, conhecido como modernização do campo fez com que as campo, fazendas passassem a empregar predominantemente trabalhadores assalaria- dos e a usar produtos químicos, tratores e máquinas agrícolas. Tornaram-se, desse modo, fazendas mecanizadas que não dependem mais do trabalho mecanizadas, familiar dos pequenos produtores. A mecanização da agricultura permitiu a conquista de novas áreas, como os cerrados do interior do Brasil. Neles, a soja se expandiu rapidamente nos últimos anos, transformando-se em um dos principais produtos de exportação do Brasil. Outro importante produto de exportação brasileiro é o suco de laranja, que vem principalmente do interior de São Paulo. O suco só pode ser produzido, na quantidade e qualidade exigidas pelo mercado externo, com técnicas modernas de cultivo. Com a modernização do campo, os pequenos produtores acabaram ficando sem terra e sem trabalho, o que explica o surgimento dos trabalhado- terra. res sem terra Hoje, não só o emprego na agropecuária é cada vez menor: as cidades não têm mais condições de absorver a população que busca trabalho e melhores condições de vida. Atualmente, para o trabalhador, campo e cidade estão na mesma situação. Isso significa que os problemas da agropecuária afetam a vida dos que traba- lham na indústria e vice-versa.
  • 5. A U L A Luar do Sertão 23 Não há, oh gente, oh não Luar como esse do sertão Não há, oh gente, oh não Luar como esse do sertão Oh que saudade do luar da minha terra Lá na serra branquejando folhas secas pelo chão Esse luar, cá da cidade, tão escuro Não tem aquela saudade do luar lá do sertão Se a lua nasce por detrás da verde mata Mais parece um sol de prata, Prateando a solidão! E a gente pega na viola que ponteia E a canção é lua cheia A nos nascer do coração. Música e letra de Catulo da Paixão Cearense Campo e cidade se relacionam por meio da circulação de pessoas, mercado- rias e informações. No Brasil, as relações entre campo entre campo e cidade foram muito marcadas pela orientação da produção do campo para o mercado externo. externo A agricultura de exportação sempre ocupou as melhores terras próximas ao litoral, empurrando as lavouras de subsistência e a criação de gado para o interior. A necessidade de mão-de-obra para os trabalhos agrícolas nas épocas de plantio e colheita foi atendida, muitas vezes, por pequenos proprietários e posseiros que viviam nas proximidades da grande propriedade. Isso explica a convivência do latifúndio com o minifúndio em vastas extensões do território brasileiro. A partir da vigência do Estatuto da Terra a agropecuária começou a mudar Terra, sua forma de conseguir trabalho temporário. Surgiram, assim, os bóias-frias das pequenas cidades do interior. O processo culminou com a mecanização da agricultura, que reduziu muito o emprego no campo. Exercício 1 Utilizando um atlas, trace o itinerário de Chico desde o norte do Estado do Paraná até chegar ao Porto de Santos, em São Paulo. A seguir, indique: a) Qual a formação vegetal original do trajeto percorrido? b) Qual a altitude média que apresenta essa área?
  • 6. Exercício 2 A U L A Preencha a segunda coluna de acordo com a primeira: a) Lavouras de subsistência ( ) Produção de alimentos para o mercado 23 b) Monocultura interno c) Latifúndios ( ) Grandes propriedades possivelmente d) Bóias-frias produtivas e) Agricultura de exportação ( ) Produção voltada para o mercado externo ( ) Trabalhadores temporários ( ) Plantação de um único produto Exercício 3 Complete a frase abaixo: O campo produz (a) ............... e (b) ................ A cidade os transforma em (c) ............... e fornece (d) ............... estabelecendo-se, assim as relações entre (e) ............... e (f) ................ . Em nosso país, essas relações foram durante muito tempo determinadas pela (g) ..............., o que limitou as (h) ............... das cidades. Exercício 4 Explique: a) Que modificações ocorreram no campo brasileiro a partir da década de 1960? b) Quais as conseqüências dessas modificações sobre a população trabalha- dora do campo? Exercício 5 Qual o sentido da palavra sertão, na música Luar do Sertão ? Em sua opinião, por que o luar do sertão é mais claro que o da cidade?