Este documento resume vários trabalhos realizados em uma disciplina de Processo Criativo no curso de Arteterapia. Os trabalhos exploram temas como linguagem expressiva, percepções do eu, elementos e colagens. O documento fornece exemplos dos resultados dos estudantes e referências bibliográficas.
2. PROCESSO CRIATIVO
OBJETIVO GERAL:
Trabalhar a importância da linguagem
expressiva
em
processos
arteterapêuticos, como canal de criação
desencadeando movimentos dialéticos
entre: afeto e cognição; razão e emoção;
subjetividade e objetividade; imitação e
criação.
DOCENTES:
Profª Ms. Lídia Lacava e Ricardo Rodrigues
Nesta apresentação estão os resultados da
disciplina Processo Criativo, tomando a
liberdade de incluir outros exemplos que
envolvem o ato de criação utilizados no
curso de Arteterapia.
DOCENTES:
Profª Drª. Patrícia Pinna Bernardo, Oneide
Depret e Sílvio Alvarez.
Crachá Lúdico em PET
(Bernardo, 2008, p. 48).
3. PROCESSO CRIATIVO
INTRODUÇÃO
A completude dos resultados em
Arteterapia envolvem a percepção
do executante sobre o “objeto”
criado e sua relação pessoal.
Neste sentido a preocupação técnica ou estética são irrelevantes, uma
vez que o estado bruto da produção permite este contato com o inconsciente individual.
Assim como a produção “naif” a experiência nos aproxima do ingênuo
em nós, livre das amarras morais
ou próprias de nosso intelecto que
nos “protegem” deste encontro
transformador para aquele que se
desperta.
03 Visões do “EU” – Percepção Futuro / Desejo.
4. 03 VISÕES DO “EU”
Um labirinto é constituído por um conjunto de percursos intrincados criados com a
intenção de desorientar quem os percorre.
A primeira citação desta construção envolve a civilização cretense e a lenda do Minotauro, na Grécia Antiga era um ambiente
de experimentação, não uma prisão, onde
seu percurso era mais importante que a
saída.
O labirinto transforma se em um espaço de
desafio a evolução quando percebemos
que atos repetitivos nos levam aos mesmo
resultados, o desafio de buscar novos caminhos e saídas promove um avanço e
conquista de novos horizontes.
Renovando os caminhos encontramos portas a serem abertas na jornada.
Percepção Interna – O Labirinto.
5. 03 VISÕES DO “EU”
“De todo o meu passado
Boas e más recordações
Quero viver meu presente
E lembrar tudo depois...”
Vivendo e não aprendendo, 1986. IRA!
Como camaleão que se adapta a
paisagem, melhor é mostrar as flores e
guardar os es-pinhos
que sangram
secretamente.
Sempre vai existir uma esperança até o
fim, entre alegrias e tristezas as escolhas
são minhas, pois não posso ser coadjuvante de minha própria história.
O presente é o único instante, nada de planos ou desejos, deixando o agora ser a melhor percepção da vida, desfrutar o caminho e aprendendo a cada instante.
Percepção Externa – Vejo Flores em Você.
Justo é o agora!...
6. 03 VISÕES DO “EU”
A espiral é um símbolo de evolução e de
movimento ascendente e progressivo, normalmente positivo, auspicioso e construtivo, sobretudo na sua forma.
Enquanto plana, a espiral pode ser associada ao movimento de evolução e de involução. Na sua versão de espiral dupla, traduz
o todo, a união dos contrários, o nascimento e a morte.
EU – o centro, o mundo, o outro em mim...
Morrer a cada dia para o que não tem efeito, nascer para o novo além do
previsto, experimentar cada instante da
presente passagem, entre as nuvens e o Sol
ou pelas estrelas e a Lua.
Experimentar o guerreiro, o rei, o mago e o
amante que existem em mim.
03 Visões do “EU” – Percepção
Futuro / Desejo.
8. CORDÃO DE
HISTÓRIAS
Em 12 flashes se entrelaçam, passado e
presente:
gibis,
séries
de
televisão, livros, música, dança, cinema, te
atro, arte e espi-ritualidade.
Tudo junto e misturado: POP e Erudito, só
para confundir ou experimentar, o gosto do
trivial ao exótico, sem exageros.
Um conjunto de momentos que se transformaram em valores nesta jornada, ainda
como pagina em branco esperendo para
ser escrita...
Bom mesmo é não saber nada, mas ter
vontade de aprender, porque a vida é um
livro aberto nos convidando todo dia para
um novo desafio.
12 Imagens / 12 Momentos.
10. EROS E A CRIAÇÃO
A Dança dos Arabescos.
Os arabescos são uma inspiração na Cultura Islâmica que é muito rica em simbologia
e significados.
Para os mais religiosos essa forma de composição é uma forma de simbolizar o infinito criado por Alá o único Deus da Criação.
Outro grande significado dos arabescos para os muçulmanos é que eles são uma fonte de iconografia espiritual que não se utiliza de símbolos cristãos.
O conjunto dos arabescos saltaram aos
meus olhos, associados a simbologia da cor
me inspiraram os encontros e desencontros da vida.
A Dança com o outro.
11. RESGATANDO SEU GRANDE
PODER
“Ser artista significa: não calcular nem
contar; amadurecer como uma árvore que
não apressa a sua seiva e permanece confiante durante a tempestade da
primavera, sem o temor de que o verão
não possa vir depois. Ele vem apesar de
tudo.”
Rainer Maria Rilke, poeta alemão.
Nas tempestades da vida nossa razão acreditava que poderia ser o fim, mas nossa alma já sabia que ainda não era a hora do
grande encontro.
Então percebo que existe um grande poder
que faz enxergar depois da tempestade a
bonança do novo dia.
Todos tem seu poder interior basta acessar o nível espiritual e crer que tudo tem
sentido.
12. VIVÊNCIAS E RESULTADOS
O fechamento de cada disciplina
em Arteterapia requer uma reflexão maior sobre as vivências e
seus resultados, aliando teoria e
prática em um conjunto harmônico.
“...o fazer criativo sempre se desdobra numa simultânea exteriorização e interiorização da experiência de vida, numa compreensão
maior de si próprio e numa constante abertura de novas perspectivas do ser.” (OSTROWER)
O registro do resultado amplia a
busca do sentido individual do fazer e representar, desdobrando
assim uma nova percepção sobre
a realidade individual e a significação de sua história.
13. OLHO DE DEUS
Os “olhos de Deus” eram confeccionados por povos ancestrais da África e da
América Central (México , Peru), sendo
também encontrados no Oriente.
Utilizados como amuletos de proteção
podiam ser colocados na porta de entrada de uma casa , os nos berços de recém nascidos.
As cores do fios podem representar pedidos como: sorte, saúde, amor entre
outros.
Contas, plumas e outros adereços podem enfeitar o Olho de Deus tornandoo uma peça rica ao nosso olhar.
Olho de Deus. BERNARDO, 2008.
14. MANDALA DE SEMENTES
“A semente carrega o simbolismo da
transformação, pois precisa morrer
para que uma nova planta possa surgir na natureza.” (Bernardo, 2008).
Muitos sonhos são como sementes
hibernado em nosso interior, precisamos
fertilizar
nossos
pensamentos, refletir sobre nossos
atos e por fim aceitar o desafio de
materializar o no-vo em nossas vidas.
Como na metáfora do labirinto para
achar a saída necessitamos seguir outros caminhos, deixando para trás algumas atitudes e medos que nos impedem de crescer.
Mandala de Sementes. BERNARDO, 2008.
“Assim que, se alguém está em
Cristo, nova criatura é; as coisas
velhas já passaram; eis que tudo se
fez novo.”
2 Coríntios 5:17
15. PORTA DOS SONHOS
Na vivência “Janela dos sonhos”
(BERNARDO, 2011), optei por utilizar como elemento de transposição a porta, por ser um vinculo
de entrada e saída.
A representação das 12 pedras
somam as tribos espalhadas pela
Terra, o aperto de mão junto ao
arco-íris tanto sela a aliança de
harmonia entre os homens assim
como o pacto com o Criador.
O céu azul entre nuvens traz em
seus raios a esperança do dia em
que os homens deixarão de ser
levados pelo seu Ego e se transformarão em um grande consciente coletivo de Paz, Amor e Verdade em evolução.
Janela dos Sonhos. BERNARDO, 2011.
Entre sonhos e utopias a Terra
segue seu curso...
16. MANDALA 04
ELEMENTOS
Só mesmo o tempo / Vai poder provar /
A eternidade das canções / A nossa
música está no AR / Emocionando os
corações / Pois tudo que é amor/ Parece com você / Pense, lembre / Nunca
vou te esquecer.
Um mistério infinito de FOGO, de luz e
paixão / Aventura sem tino / Mergulhada em fantasia / Sou um cometa vadio.
O amor é como um raio / Galopando
em desafio / Abre fendas, cobre vales /
Re-volta as ÁGUAS dos rios / Quem tentar seguir seu rastro / Se perderá no caminho / Na pureza de um limão / Ou na
solidão do espinho.
04 Elementos nas letras de Gal Costa.
Ressuscita-me / Para que a partir de hoje / A família se transforme / E o pai /
Seja pelo menos / O Universo / E a mãe
/ Seja no mínimo / A TERRA.
17. COLAGEM 01
O Prof. Sílvio Alvarez ministrou a vivência
sobre a técnica de colagem.
Neste exemplo esta representada a luxúria (do latim luxuriae) que trata o desejo
passional instintivo por todo prazer sensual e erótico. Também pode ser entendido em seu sentido original: “deixar-se
dominar pelas paixões”.
Quais são as paixões, os amores e valores que guiam nosso destino através dos
desejos, para que porto seguro ou abismo iremos nos defrontar.
Coração que pulsa no compasso das batidas, imita a vida louca deste dia ou a
calma da sábia natureza.
Thot pesava os desejos e feitos dos nossos corações!
Luxury, Colagem.
18. COLAGEM 02
“À procura de algo em que podemos confiar ,
tem que haver alguma coisa melhor lá fora
Amor e compaixão, seu dia está chegando.
Tudo o mais são castelos construídos no ar
me pergunto quando nós vamos mudar isso”
We Don't Need Another Hero.
Mad Max Beyond Thunderdome, 1985.
O homem preencheu o mundo com as imagens de seus pensamentos, o virtual se tornou “real”, os bandidos parecem ser mais
atraentes que os heróis.
Estamos salvos ou perdidos, talvez simplesmente buscando o sentido para cada
dia, fortes pelas aquisições materiais ou
fracos pela distância espiritual.
Olhamos para o céu para entender o que nos
reserva o Infinito.
We don’t need another hero. Colagem.
19. COLAGEM
Para receber o corpo discente do 1º semestre apliquei esta atividade expressiva
com objetivo de integração.
Deveria ser representado em papel
Kraft, no tamanho natural as mãos
(qualquer gesto) e a cabeça (qualquer
ângulo) permi-tindo que fossem agregados
elementos da seguinte forma:
• Cabeça – quais são os meus desejos para
o futuro através deste curso, o que quero
da minha vida.
• Mãos – o que estou trazendo para oferecer ao grupo, quais são meus potenciais
que somam valor ao conjunto.
O resultado permitiu conhecer os anseios e
projetos da nova turma escolar.
“EU desejo” / “EU ofereço”
20. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERNARDO, P. P. A Prática da Arteterapia:
correlações entre temas e recursos. Vol I:
Temas Centrais em Arteterapia. São Paulo:
edição do autor, 2008.
GRINBERG, L. P. Jung, o homem criativo. São
Paulo: Ed. FTD, 2003.
NACHMANOVITCH, S. Ser criativo. São
Paulo: Summus, 1993.
OSTROWER, F. Criatividade e Processos de
Criação. Petrópolis: Vozes, 1978.
SALIS, V. D. Ócio Criador, Trabalho e Saúde.
São Paulo: Claridade, 2004.