SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 21
 
“ O homem do Barroco é um saudoso da religiosidade medieval e, ao mesmo tempo, um seduzido pelas solicitações terrenas e valores mundanos, amor, dinheiro, luxo, posição, que a Renascença e o Humanismo puseram em relevo. Desse dualismo nasceu o Barroco.” Afrânio Coutinho
O Barroco procura solucionar os dilemas de um homem que perdeu sua confiança ilimitada na razão e na harmonia, através da volta a uma intensa religiosidade medieval e da eliminação dos conceitos renascentistas de vida e arte. Em parte, isso não é atingido e as contradições prosseguiriam. O quadro abaixo pode esclarecer melhor o fenômeno.  Feudalismo Mercantilismo Crise da sociedade renascentista e Contra-Reforma Arte Medieval Teocentrismo Valorização da vida espiritual Renascimento Humanismo Valorização da vida corpórea Barroco Volta à religiosidade Dilaceramentos: alma x corpo vida x morte claro x escuro céu x terra, etc.
O Renascimento recusa os valores religiosos e artísticos da Idade Média. O Barroco tenta inutilmente conciliar a visão medieval da vida e da arte com a visão renascentista.
Cumpre ressaltar a diferença entre o Barroco dos países protestantes e o dos países católicos.  O Barroco protestante toma uma direção burguesa e secular.  Nos países protestantes havia condições favoráveis à liberdade de pensamento, a investigação científica iniciada no Renascimento pôde prosseguir, permitindo assim a confecção de quadros como “A aula de anatomia do Dr.Tulp, também de Rembrandt.
A força da burguesia na Holanda levou a pintura aos temas burgueses e de cenas da vida comum, como “A Ronda Noturna”, de Rembrandt. Philosopher meditation - Rembrandt
O barroco holandês  tem como característica ser uma pintura realista, concentrada nos retratos no interior das casas, nas paisagens nas naturezas mortas e nas cenas populares.  Las Meninas, Vermeer.
O leque aberto pelas inovações do barroco protestante, onde a distância das tendências nobres, rebuscadas de competência católica favoreceu amplamente o desenvolvimento de temas pouco usuais até então e anteriormente menosprezados: a paisagem, as naturezas-mortas e a chamada ‘pintura de gênero’: imagens do cotidiano de seres comuns, destituídas de qualquer heroísmo. Vermeer
Com as cenas de cozinha ou cenas domésticas, Chardin deu continuidade à tradição provinda da pintura holandesa do século XVII. Porém, representou-as sem grande excelência. Preferia as cenas burguesas; gostava de representar cenas da vida da  burguesia francesa, que se tornava cada vez mais influente. Nestas pinturas a tranqüilidade e a concentração de tons mais vivos foram combinados com uma muito refinada técnica de concepção.
Na também protestante Inglaterra, o Barroco foi utilizado para projetos de grandes prédios públicos. A obra mais famosa é a Catedral de São Paulo (1675-1708), projetada por Sir Christopher Wren.
O Palácio Zwinger fica em Dresden, na Alemanha, o prédio tem uma arquitetura barroca imponente. Em Würzburg, Alemanha, fica um dos palácios barrocos mais luxuosos da Europa. O Rezidenz Würzburg foi encomendado por poderosos bispos-príncipes, em 1720, que não viam mal nenhum em conciliar religião e muito luxo.
Barroco Protestante : Especialmente na Holanda, temas simples, ligados ao cotidiano (os protestantes acreditavam que o trabalho, no dia-a-dia, era o que salvava a alma).  Há simplificação de alguns elementos, a imagem é menos dinâmica, mais limpa, a luz vem quase sempre de alguma janela ou vitral da parte superior esquerda da pintura, a forma é mais delimitada que no barroco protestante.  De início não foi tanto difundido quanto o Barroco Católico.
Já o Barroco católico, em sintonia com a Contra-Reforma, adquire uma conotação extremamente religiosa, quando não mística.  No Barroco Católico : Especialmente na Itália, temas quase sempre religiosos. Há rebuscamento, exagero visual, luminismos, forma aberta. Os papas e alguns nobres e burgueses(mecenas) patrocinavam os artistas.  Foi difundido com a expansão da fé católica (jesuítas). A vocação de São Mateus,  Caravaggio
A arquitetura barroca é caracterizada pela complexidade na construção do espaço e pela busca de efeitos impactantes e teatrais, uma preferência por plantas axiais ou centralizadas, pelo uso de contrastes entre cheios e vazios, entre formas convexas e côncavas, pela exploração de efeitos dramáticos de luz e sombra, e pela integração entre a arquitetura e a pintura, a escultura e as artes decorativas em geral.  Fachada da Igreja de San Borromeo, em Noto, Sicilia.
Gian Lorenzo Bernini  foi um dos maiores expoentes da história da escultura.  Bernini partiu da trilha deixada pelo mestre renascentista Michelangelo e adicionou o seu próprio elemento estilístico e inimitável: não só a expressividade figurativa dos rostos é ainda mais elaborada do que em Michelangelo, como ele dá às estátuas  movimento .
Pode não parecer ser um passo tão grandioso assim, mas a noção de movimento numa estátua — principalmente numa pesadíssima estátua de mármore — não é tarefa das mais fáceis.  Isso porque, dependendo da posição em que a estátua se encontra, o  eixo de equilíbrio  da peça se desloca completamente.  E o artista precisa encontrar o equilíbrio no que é desequilíbrio, para que a estátua não caia para um lado ou para outro.
Para ficar bem claro isso, olhe de novo o  David  de Michelangelo. Observe bem sua postura ereta e relaxada.
Agora olha só esse David, o  David  de Bernini:
Aproveite outro ângulo… A estátua merece! E como ela merece MUITO, observem a expressão do rosto!
Observe os feixes dourados que descem ao encontro da santa.  O ouro, seja qual for a iluminação da câmara, fará com que se tenha a nítida referência de uma luz vinda do céu em direção a ela.  Drapeados que geram contraste de claro/escuro. Agora observe a postura de Santa Teresa: seu corpo apresenta um espasmo, como se estivesse sendo puxado para cima, mesmo com o relaxamento do corpo (e há relatos da santa que em experiências espirituais ela teria levitado).  O rosto expressa uma estado de relativa inconsciência; a boca entreaberta e serena denotam a experimentação de uma sensação de prazer.  Por fim, observe como o anjo segura a seta: há extrema leveza no gesto, o que significa que não haverá um novo golpe. Além disso, ele contempla a santa com ternura e alegria.
 

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Arte do Renascimento
Arte do RenascimentoArte do Renascimento
Arte do RenascimentoHca Faro
 
Arquitetura renascentista
Arquitetura renascentistaArquitetura renascentista
Arquitetura renascentistaAna Barreiros
 
04 escultura renascentista
04 escultura renascentista04 escultura renascentista
04 escultura renascentistaVítor Santos
 
Maneirismo
ManeirismoManeirismo
Maneirismocattonia
 
Arte barroca slides 33
Arte barroca slides 33Arte barroca slides 33
Arte barroca slides 33zildagomesk
 
Módulo 6 contextualização
Módulo 6   contextualizaçãoMódulo 6   contextualização
Módulo 6 contextualizaçãoCarla Freitas
 
Módulo 5 - Pintura Renascentista
Módulo 5 - Pintura RenascentistaMódulo 5 - Pintura Renascentista
Módulo 5 - Pintura RenascentistaCarla Freitas
 
A cultura do palacio
A cultura do palacioA cultura do palacio
A cultura do palacioAna Barreiros
 
Arquitetura barroca - História da Arte
Arquitetura barroca - História da ArteArquitetura barroca - História da Arte
Arquitetura barroca - História da ArteRoger Pimentel
 
Cultura do Palco - Arquitectura Barroca
Cultura do Palco - Arquitectura BarrocaCultura do Palco - Arquitectura Barroca
Cultura do Palco - Arquitectura BarrocaCarlos Vieira
 
A cultura do cinema
A cultura do cinema   A cultura do cinema
A cultura do cinema Ana Barreiros
 

La actualidad más candente (20)

Arte do Renascimento
Arte do RenascimentoArte do Renascimento
Arte do Renascimento
 
Arte Bizantina
Arte BizantinaArte Bizantina
Arte Bizantina
 
Arquitetura renascentista
Arquitetura renascentistaArquitetura renascentista
Arquitetura renascentista
 
Pintura renascentista
Pintura renascentistaPintura renascentista
Pintura renascentista
 
04 escultura renascentista
04 escultura renascentista04 escultura renascentista
04 escultura renascentista
 
Neoclassicismo
NeoclassicismoNeoclassicismo
Neoclassicismo
 
Maneirismo
ManeirismoManeirismo
Maneirismo
 
Arte barroca slides 33
Arte barroca slides 33Arte barroca slides 33
Arte barroca slides 33
 
Maneirismo
ManeirismoManeirismo
Maneirismo
 
O Barroco
O BarrocoO Barroco
O Barroco
 
Módulo 6 contextualização
Módulo 6   contextualizaçãoMódulo 6   contextualização
Módulo 6 contextualização
 
Barroco ou barrocos
Barroco ou barrocosBarroco ou barrocos
Barroco ou barrocos
 
Rococó, HCA 11º
Rococó, HCA 11ºRococó, HCA 11º
Rococó, HCA 11º
 
Módulo 5 - Pintura Renascentista
Módulo 5 - Pintura RenascentistaMódulo 5 - Pintura Renascentista
Módulo 5 - Pintura Renascentista
 
A cultura do palacio
A cultura do palacioA cultura do palacio
A cultura do palacio
 
A Arte Rococó
A Arte RococóA Arte Rococó
A Arte Rococó
 
Arte românica
Arte românicaArte românica
Arte românica
 
Arquitetura barroca - História da Arte
Arquitetura barroca - História da ArteArquitetura barroca - História da Arte
Arquitetura barroca - História da Arte
 
Cultura do Palco - Arquitectura Barroca
Cultura do Palco - Arquitectura BarrocaCultura do Palco - Arquitectura Barroca
Cultura do Palco - Arquitectura Barroca
 
A cultura do cinema
A cultura do cinema   A cultura do cinema
A cultura do cinema
 

Destacado (8)

BARROCO - IMAGENS
BARROCO - IMAGENSBARROCO - IMAGENS
BARROCO - IMAGENS
 
Barroco - CILP
Barroco - CILPBarroco - CILP
Barroco - CILP
 
Absolutismo regio -_leitura_suplementar
Absolutismo regio -_leitura_suplementarAbsolutismo regio -_leitura_suplementar
Absolutismo regio -_leitura_suplementar
 
padre antónio vieira
padre antónio vieirapadre antónio vieira
padre antónio vieira
 
Literatura Brasileira Historico
Literatura Brasileira  HistoricoLiteratura Brasileira  Historico
Literatura Brasileira Historico
 
História da Arte - Barroco Europeu. Prof. Garcia Junior
História da Arte - Barroco Europeu. Prof. Garcia JuniorHistória da Arte - Barroco Europeu. Prof. Garcia Junior
História da Arte - Barroco Europeu. Prof. Garcia Junior
 
Arte Barroco
Arte BarrocoArte Barroco
Arte Barroco
 
Absolutismo
AbsolutismoAbsolutismo
Absolutismo
 

Similar a O Barroco: entre a religiosidade medieval e os valores mundanos

Seminários história da arte 02
Seminários história da arte   02Seminários história da arte   02
Seminários história da arte 02Gabriela Lemos
 
Do renascimento ao Barroco
Do renascimento ao BarrocoDo renascimento ao Barroco
Do renascimento ao BarrocoAline Raposo
 
B Arroco E Maneirismo
B Arroco E ManeirismoB Arroco E Maneirismo
B Arroco E ManeirismoIsidro Santos
 
Tabela reforma ultima apresentaçao
Tabela reforma ultima apresentaçaoTabela reforma ultima apresentaçao
Tabela reforma ultima apresentaçaoAline Raposo
 
Conhecendo a arte barroca
Conhecendo a arte barrocaConhecendo a arte barroca
Conhecendo a arte barrocaTereza Honoria
 
Filme - Anjos e demônios - obra santa teresa em êxtase - bernini
Filme - Anjos e demônios - obra santa teresa em êxtase - berniniFilme - Anjos e demônios - obra santa teresa em êxtase - bernini
Filme - Anjos e demônios - obra santa teresa em êxtase - berniniAnabel Aguiar
 
A arte barroca na europa
A arte barroca na europaA arte barroca na europa
A arte barroca na europaCEF16
 
A arte barroca na europa
A arte barroca na europaA arte barroca na europa
A arte barroca na europaCEF16
 
Barroco contexto e caract
Barroco   contexto e caractBarroco   contexto e caract
Barroco contexto e caractHelena Coutinho
 
Maneirismo, barroco e rococo
Maneirismo, barroco e rococoManeirismo, barroco e rococo
Maneirismo, barroco e rococovictorosa
 

Similar a O Barroco: entre a religiosidade medieval e os valores mundanos (20)

Seminários história da arte 02
Seminários história da arte   02Seminários história da arte   02
Seminários história da arte 02
 
Do renascimento ao Barroco
Do renascimento ao BarrocoDo renascimento ao Barroco
Do renascimento ao Barroco
 
B Arroco E Maneirismo
B Arroco E ManeirismoB Arroco E Maneirismo
B Arroco E Maneirismo
 
Barroco.pptx
Barroco.pptxBarroco.pptx
Barroco.pptx
 
Tabela reforma ultima apresentaçao
Tabela reforma ultima apresentaçaoTabela reforma ultima apresentaçao
Tabela reforma ultima apresentaçao
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
Resumo renascimento-rococó
Resumo renascimento-rococóResumo renascimento-rococó
Resumo renascimento-rococó
 
Conhecendo a arte barroca
Conhecendo a arte barrocaConhecendo a arte barroca
Conhecendo a arte barroca
 
Filme - Anjos e demônios - obra santa teresa em êxtase - bernini
Filme - Anjos e demônios - obra santa teresa em êxtase - berniniFilme - Anjos e demônios - obra santa teresa em êxtase - bernini
Filme - Anjos e demônios - obra santa teresa em êxtase - bernini
 
Arte Barroca na Europa
Arte Barroca na EuropaArte Barroca na Europa
Arte Barroca na Europa
 
A arte barroca na europa
A arte barroca na europaA arte barroca na europa
A arte barroca na europa
 
A arte barroca na europa
A arte barroca na europaA arte barroca na europa
A arte barroca na europa
 
Barroco 2019ok
Barroco 2019okBarroco 2019ok
Barroco 2019ok
 
Barroco 2019ok
Barroco 2019okBarroco 2019ok
Barroco 2019ok
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
Barroco contexto e caract
Barroco   contexto e caractBarroco   contexto e caract
Barroco contexto e caract
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
Maneirismo, barroco e rococo
Maneirismo, barroco e rococoManeirismo, barroco e rococo
Maneirismo, barroco e rococo
 
Arte barroca
Arte barrocaArte barroca
Arte barroca
 

Más de Junior Onildo

Gênero retrato e autorretrato
Gênero retrato e autorretratoGênero retrato e autorretrato
Gênero retrato e autorretratoJunior Onildo
 
Arte e sociedade - Instalações Artísticas
Arte e sociedade - Instalações ArtísticasArte e sociedade - Instalações Artísticas
Arte e sociedade - Instalações ArtísticasJunior Onildo
 
Renascimento cultural
Renascimento culturalRenascimento cultural
Renascimento culturalJunior Onildo
 
Teatro medieval jesuita
Teatro medieval jesuitaTeatro medieval jesuita
Teatro medieval jesuitaJunior Onildo
 
Movimento neoconcreto
Movimento neoconcretoMovimento neoconcreto
Movimento neoconcretoJunior Onildo
 
O modernismo brasileiro
O modernismo brasileiroO modernismo brasileiro
O modernismo brasileiroJunior Onildo
 
Expressionismo abstrato
Expressionismo  abstratoExpressionismo  abstrato
Expressionismo abstratoJunior Onildo
 
Manifestação sócio cultural
Manifestação sócio culturalManifestação sócio cultural
Manifestação sócio culturalJunior Onildo
 
Grafite x pichação
Grafite x pichaçãoGrafite x pichação
Grafite x pichaçãoJunior Onildo
 
A arte como expressão expressionismo
A arte como expressão   expressionismoA arte como expressão   expressionismo
A arte como expressão expressionismoJunior Onildo
 

Más de Junior Onildo (19)

Gênero retrato e autorretrato
Gênero retrato e autorretratoGênero retrato e autorretrato
Gênero retrato e autorretrato
 
Arte e sociedade - Instalações Artísticas
Arte e sociedade - Instalações ArtísticasArte e sociedade - Instalações Artísticas
Arte e sociedade - Instalações Artísticas
 
Linguagem visual
Linguagem visualLinguagem visual
Linguagem visual
 
Renascimento cultural
Renascimento culturalRenascimento cultural
Renascimento cultural
 
Teatro medieval jesuita
Teatro medieval jesuitaTeatro medieval jesuita
Teatro medieval jesuita
 
Linguagem teatral
Linguagem teatralLinguagem teatral
Linguagem teatral
 
Movimento neoconcreto
Movimento neoconcretoMovimento neoconcreto
Movimento neoconcreto
 
O modernismo brasileiro
O modernismo brasileiroO modernismo brasileiro
O modernismo brasileiro
 
Missa de requiem
Missa de requiemMissa de requiem
Missa de requiem
 
Tropicalismo
TropicalismoTropicalismo
Tropicalismo
 
Musica barroca
Musica barrocaMusica barroca
Musica barroca
 
Arte e tecnologia
Arte e tecnologiaArte e tecnologia
Arte e tecnologia
 
Teoria musical
Teoria musicalTeoria musical
Teoria musical
 
Expressionismo abstrato
Expressionismo  abstratoExpressionismo  abstrato
Expressionismo abstrato
 
Manifestação sócio cultural
Manifestação sócio culturalManifestação sócio cultural
Manifestação sócio cultural
 
Fauvismo
FauvismoFauvismo
Fauvismo
 
Cubismo
CubismoCubismo
Cubismo
 
Grafite x pichação
Grafite x pichaçãoGrafite x pichação
Grafite x pichação
 
A arte como expressão expressionismo
A arte como expressão   expressionismoA arte como expressão   expressionismo
A arte como expressão expressionismo
 

Último

Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...ArianeLima50
 
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERDeiciane Chaves
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptxthaisamaral9365923
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.keislayyovera123
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniCassio Meira Jr.
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?Rosalina Simão Nunes
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptx
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptxOrações subordinadas substantivas (andamento).pptx
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptxKtiaOliveira68
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdfJorge Andrade
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSlides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSilvana Silva
 

Último (20)

Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
 
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptx
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptxOrações subordinadas substantivas (andamento).pptx
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptx
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSlides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
 

O Barroco: entre a religiosidade medieval e os valores mundanos

  • 1.  
  • 2. “ O homem do Barroco é um saudoso da religiosidade medieval e, ao mesmo tempo, um seduzido pelas solicitações terrenas e valores mundanos, amor, dinheiro, luxo, posição, que a Renascença e o Humanismo puseram em relevo. Desse dualismo nasceu o Barroco.” Afrânio Coutinho
  • 3. O Barroco procura solucionar os dilemas de um homem que perdeu sua confiança ilimitada na razão e na harmonia, através da volta a uma intensa religiosidade medieval e da eliminação dos conceitos renascentistas de vida e arte. Em parte, isso não é atingido e as contradições prosseguiriam. O quadro abaixo pode esclarecer melhor o fenômeno. Feudalismo Mercantilismo Crise da sociedade renascentista e Contra-Reforma Arte Medieval Teocentrismo Valorização da vida espiritual Renascimento Humanismo Valorização da vida corpórea Barroco Volta à religiosidade Dilaceramentos: alma x corpo vida x morte claro x escuro céu x terra, etc.
  • 4. O Renascimento recusa os valores religiosos e artísticos da Idade Média. O Barroco tenta inutilmente conciliar a visão medieval da vida e da arte com a visão renascentista.
  • 5. Cumpre ressaltar a diferença entre o Barroco dos países protestantes e o dos países católicos. O Barroco protestante toma uma direção burguesa e secular. Nos países protestantes havia condições favoráveis à liberdade de pensamento, a investigação científica iniciada no Renascimento pôde prosseguir, permitindo assim a confecção de quadros como “A aula de anatomia do Dr.Tulp, também de Rembrandt.
  • 6. A força da burguesia na Holanda levou a pintura aos temas burgueses e de cenas da vida comum, como “A Ronda Noturna”, de Rembrandt. Philosopher meditation - Rembrandt
  • 7. O barroco holandês tem como característica ser uma pintura realista, concentrada nos retratos no interior das casas, nas paisagens nas naturezas mortas e nas cenas populares. Las Meninas, Vermeer.
  • 8. O leque aberto pelas inovações do barroco protestante, onde a distância das tendências nobres, rebuscadas de competência católica favoreceu amplamente o desenvolvimento de temas pouco usuais até então e anteriormente menosprezados: a paisagem, as naturezas-mortas e a chamada ‘pintura de gênero’: imagens do cotidiano de seres comuns, destituídas de qualquer heroísmo. Vermeer
  • 9. Com as cenas de cozinha ou cenas domésticas, Chardin deu continuidade à tradição provinda da pintura holandesa do século XVII. Porém, representou-as sem grande excelência. Preferia as cenas burguesas; gostava de representar cenas da vida da burguesia francesa, que se tornava cada vez mais influente. Nestas pinturas a tranqüilidade e a concentração de tons mais vivos foram combinados com uma muito refinada técnica de concepção.
  • 10. Na também protestante Inglaterra, o Barroco foi utilizado para projetos de grandes prédios públicos. A obra mais famosa é a Catedral de São Paulo (1675-1708), projetada por Sir Christopher Wren.
  • 11. O Palácio Zwinger fica em Dresden, na Alemanha, o prédio tem uma arquitetura barroca imponente. Em Würzburg, Alemanha, fica um dos palácios barrocos mais luxuosos da Europa. O Rezidenz Würzburg foi encomendado por poderosos bispos-príncipes, em 1720, que não viam mal nenhum em conciliar religião e muito luxo.
  • 12. Barroco Protestante : Especialmente na Holanda, temas simples, ligados ao cotidiano (os protestantes acreditavam que o trabalho, no dia-a-dia, era o que salvava a alma). Há simplificação de alguns elementos, a imagem é menos dinâmica, mais limpa, a luz vem quase sempre de alguma janela ou vitral da parte superior esquerda da pintura, a forma é mais delimitada que no barroco protestante. De início não foi tanto difundido quanto o Barroco Católico.
  • 13. Já o Barroco católico, em sintonia com a Contra-Reforma, adquire uma conotação extremamente religiosa, quando não mística. No Barroco Católico : Especialmente na Itália, temas quase sempre religiosos. Há rebuscamento, exagero visual, luminismos, forma aberta. Os papas e alguns nobres e burgueses(mecenas) patrocinavam os artistas. Foi difundido com a expansão da fé católica (jesuítas). A vocação de São Mateus, Caravaggio
  • 14. A arquitetura barroca é caracterizada pela complexidade na construção do espaço e pela busca de efeitos impactantes e teatrais, uma preferência por plantas axiais ou centralizadas, pelo uso de contrastes entre cheios e vazios, entre formas convexas e côncavas, pela exploração de efeitos dramáticos de luz e sombra, e pela integração entre a arquitetura e a pintura, a escultura e as artes decorativas em geral. Fachada da Igreja de San Borromeo, em Noto, Sicilia.
  • 15. Gian Lorenzo Bernini foi um dos maiores expoentes da história da escultura. Bernini partiu da trilha deixada pelo mestre renascentista Michelangelo e adicionou o seu próprio elemento estilístico e inimitável: não só a expressividade figurativa dos rostos é ainda mais elaborada do que em Michelangelo, como ele dá às estátuas movimento .
  • 16. Pode não parecer ser um passo tão grandioso assim, mas a noção de movimento numa estátua — principalmente numa pesadíssima estátua de mármore — não é tarefa das mais fáceis. Isso porque, dependendo da posição em que a estátua se encontra, o eixo de equilíbrio da peça se desloca completamente. E o artista precisa encontrar o equilíbrio no que é desequilíbrio, para que a estátua não caia para um lado ou para outro.
  • 17. Para ficar bem claro isso, olhe de novo o David de Michelangelo. Observe bem sua postura ereta e relaxada.
  • 18. Agora olha só esse David, o David de Bernini:
  • 19. Aproveite outro ângulo… A estátua merece! E como ela merece MUITO, observem a expressão do rosto!
  • 20. Observe os feixes dourados que descem ao encontro da santa. O ouro, seja qual for a iluminação da câmara, fará com que se tenha a nítida referência de uma luz vinda do céu em direção a ela. Drapeados que geram contraste de claro/escuro. Agora observe a postura de Santa Teresa: seu corpo apresenta um espasmo, como se estivesse sendo puxado para cima, mesmo com o relaxamento do corpo (e há relatos da santa que em experiências espirituais ela teria levitado). O rosto expressa uma estado de relativa inconsciência; a boca entreaberta e serena denotam a experimentação de uma sensação de prazer. Por fim, observe como o anjo segura a seta: há extrema leveza no gesto, o que significa que não haverá um novo golpe. Além disso, ele contempla a santa com ternura e alegria.
  • 21.