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Teatro Medieval séculos V e XV
Introdução A Idade Média foi um período entre os séculos V e XV da nossa era.  Também conhecido como a “Idade das Trevas”, por causa da estagnação cultural da sociedade.  A Igreja monopolizava toda e qualquer manifestação de pensamento, como por exemplo, a literatura; a filosofia; a ciência e as artes.  O teatro era utilizado como instrumento da Igreja para arrebanhar fiéis e para catequizar o povo.  As peças eram de cunho religioso ou profano.  Satirizavam o catequético, o Cristianismo, ou eram instrumento de propaganda destes, mas sempre sobre o mesmo tema: a religiosidade.
Introdução Foi subdividido em três fases:  Alta Idade Média;  Plena Idade Média; Baixa Idade Média.
Introdução As primeiras manifestações teatrais ocorreram na Plena Idade Média, seguidas de um grande florescimento na Baixa Idade Média.  No ápice do sistema de dominação encontra-se a Igreja Católica.  Para manter o “statuquo” ela descobre o teatro como fator capaz de disseminar sua ideologia de obediência e submissão aos valores estatuídos.  Por esse motivo, o teatro é popular, dirige-se a todas as camadas do povo (e não à classe dominante), transformando-se no lugar privilegiado do desejo de ensinar inerente à arte medieval, presente no teatro religioso, no cômico e até na poesia narrativa.  Mas, quando o clero não pode mais controlar as energias sociais que se lhe contrapõem e que se intrometem na representação teatral, ele proíbe então a representação dos mistérios (séc. XVI).
Introdução Inicialmente as peças eram encenadas dentro da própria Igreja, tendo, como uma espécie de ator, o padre.  A vida cotidiana é impregnada pela piedade e pelo temor a Deus, bem como pela imposição das regras e convenções de uma sociedade altamente normatizada.  O teatro medieval deriva do rito religioso (a missa cristã), do mesmo modo como, na Antiguidade, a tragédia grega.  Ele se formou aos poucos, e surge da liturgia, isto é, da dramatização do texto da Bíblia lido durante o ofício divino.
Introdução O ponto de partida é o canto antifonado (canto narrativo de salmos), estabelecido pelo Papa Gregório (século VI), alternando solista e coro, e difundido pelos beneditinos.  No século IX, surgem os diálogos que dramatizam o encontro das Santas Mulheres com o anjo, na sepultura de Jesus. Eram executados sobretudo no ofício da Ressurreição (Páscoa) e no dos Pastores (Natal). Esta cena inicial vai sendo ampliada e enriquecida, ocupando mais tempo que a fundamental.  Esses esboços de representação dão origem a um drama litúrgico, que permanece ligado ao ritual da missa, cantado em latim e mantido a cargo do sacerdote. Essas representações tendem a ser faladas nas línguas locais, na medida em que vai crescendo a necessidade de entendimento e de participação das populações.
Introdução Com a adoção dos idiomas locais aumenta o entusiasmo coletivo em relação às representações. O público é cada vez maior. Uma série de episódios paralelos à narração bíblica começam a ser inseridos.  O elemento cômico-burlesco passa a integrar as representações, que tendem a se deslocar do interior para os pátios das igrejas, libertando-se da liturgia. Os atores deixam de ser os sacerdotes.  No período não se construiu edifício teatral próprio.  Ao final da Idade Média, surgem grandes espetáculos de Mistérios, Milagres,  Farsas e Moralidades As apresentações ocorrem nas praças. Algumas apresentações ocorrem nos palácios. Na rua, o teatro é assistido, muitas vezes, por milhares de pessoas.
Introdução Os atores, na sua maioria, não são profissionais. São estudantes ou clérigos e fazem parte de determinadas associações chamadas confrarias, que se responsabilizam pela representação.  Os únicos atores profissionais da idade Média eram os saltimbancos, que realizavam, desde sempre, suas exibições, a maior parte das vezes, individuais, nas feiras e nas praças.
Evolução do Teatro medieval 1- O ritual da missa é enriquecido por reflexões sobre o texto bíblico, comentários lírico-épicos e responsórios.  2- Aos poucos deste coro se destacam os personagens que vão ilustrar o texto do Evangelho, numa transição da atitude narrativa para a teatral. 3- Quando estes “quadros” se acentuam, e o drama litúrgico não é mais apresentado por clérigos, na igreja ou no claustro, e sim por cidadãos da cidade, a “peça” sai da igreja e deixa de ser um prolongamento do ofício religioso.  O espetáculo torna-se semi-litúrgico e vai para o adro ou pórtico da igreja.  Ao separar-se da liturgia conquista as línguas nacionais, abandonando o latim.
Evolução do Teatro medieval 4- Mais tarde, a ação já não se limita mais as cenas de Páscoa e do Natal, mas apresenta-se a vida de Jesus, com numerosas “estações”.  Os temas das Escrituras vão sendo alargados e enriquecidos, sempre com muito realismo.  O que leva ao cômico e ao profano.  No entanto, esta hipótese é contestada pelos que defendem a autonomia do teatro cômico/profano.  Para estes, ele surge independentemente da Igreja, graças ao desenvolvimento da burguesia e à incorporação de artistas populares tradicionais e, em seu apogeu, vai influenciar o teatro litúrgico/religioso, intrometendo-se nele.  5-	Na fase final a encenação é feita nas praças e com cenários complexos.
Características Gerais O teatro medieval é eminentemente épico: deseja narrar tudo, desde a Criação do Mundo até o Juízo Final.  Nesse momento houve uma ruptura, ou melhor, ignorância total das regras teatrais da Antiguidade, quebram-se  unidades de lugar, tempo e ação criadas no Teatro Grego. O teatro adquire a característica cristã da dicotomia: elevado e popular; excelso e rude; sublime e humilde; passado, presente e futuro; em categorias ético-teológicas e não estético-estilísticas. Por isso, a conexão entre os eventos só pode ser compreendida pela ligação vertical com a Providência divina. Daí a importância da interpretação figural.
Características Gerais Para difundir as verdades da fé, o objeto da mais alta importância e sublimidade deve-se converter num acontecimento da realidade mais simples e quotidiana. Outra característica do teatro medieval é o fato de ele se basear na oposição litúrgica X profano, e não na do trágico X cômico.  Isto porque as duas últimas categorias estão presentes na dramatização religiosa: o trágico repousa na visão do homem decaído e o cômico se intromete a partir do próprio realismo.
Contribuições  para o Teatro Ocidental Técnicas de encenações desenvolvidas pelos atores; Técnicas de cenário, iluminação e sonoplastia; Riqueza de figurino e maquiagem; Autos (ex.: de Natal, de Páscoa), representados até os dias de hoje.
Tipos TeatraisMistérios Reconstituía passagens da Bíblia.  Não se trata de um dogma no qual a Igreja se apóia, mas de histórias de Natal, Assunção, Ressurreição, etc.  No Mistério entrava tudo: o bom e o falso, o sério e o burlesco, o verídico e o lendário.  Tinha como finalidade edificar a alma, mas também distrair o público, não havendo respeito à verossimilhança.  Os papéis femininos eram representados por homens.  Sua apresentação, em seu apogeu, comovia uma cidade inteira, que pagava para assistir vários ciclos de apresentações que duravam até quarenta dias para dar continuidade a uma história.
Mistérios Estrutura do Espetáculo: Prólogo: explicação do que iria ocorrer; A peça em si: em versos (346 a 61.908 versos); Não era dividida em atos e cenas, mas em jornadas, que podiam durar um dia inteiro, com pausa apenas para as refeições. Epílogo ou Prólogo final: que resumia os acontecimentos e convidava os espectadores a voltarem.
Milagres É uma peça de duração bem mais curta que o mistério.  Baseado na vida dos santos.  É a encenação de uma intervenção de um santo ou da Virgem Maria.  Produz-se geralmente em favor de uma personagem repugnante – sogra que matou o genro; religiosas que abandonam o convento, etc. A intenção é mostrar que não há crime, por maior que seja, que não possa ser redimido pela fé. O Milagre era estritamente ligado à religião, mas tratado livremente, comportando sempre um sermão encaixado no curso da ação.  Era escrito em versos, variando seu comprimento de 1.000 a 3.000 versos. Aproximadamente quarenta milagres chegaram aos nossos dias. Desapareceu no decorrer do século XVI, sendo conservado apenas na Espanha.
Moralidades É um gênero ora grave ora alegre, que era representado mediante alegorias.  Provam uma verdade de ordem moral, fazendo dialogar personagens alegóricos.  Tinha intenção didática: ensinar algo. Quando seu objetivo era religioso distinguiam-se dos mistérios porque moralizavam em vez de contar.
Autos Auto é uma peça de teatro curta comumente em um ato (auto). O assunto pode ser religioso ou profano, sério ou cômico.  Os autos tinham a finalidade de divertir, de moralizar ou difundir a fé cristã.  Teve sua origem na península Ibérica (Espanha/Portugal) e foi muito utilizado na Idade Média.
Teatro dos Jesuítas Brasil Século XVI
Introdução Após o descobrimento em 1500, as manifestações teatrais no Brasil acontecem sob a orientação dos Jesuítas. Após 50 anos do descobrimento, chegam ao Brasil um grupo de missionários sacerdotes com o objetivo de estabelecer a fé cristã e catequizar os indígenas.  A comitiva era composta de quatro sacerdotes, dentre eles o padre Manoel da Nóbrega, e alguns jovens que ainda não haviam sido ordenados. Apenas alguns anos mais tarde chega o responsável pela linguagem teatral no Brasil - padre José de Anchieta, que tinha então apenas 19 anos.
Introdução Enquanto a população portuguesa no Brasil, composta, em sua maioria, por aventureiros e criminosos, ocupava-se da construção de fortificações e da ocupação da costa; Os jesuítas se preocupavam em estabelecer contatos e catequizar os indígenas.  Nesse trabalho, enfrentavam não só a desconfiança dos indígenas como também dos próprios portugueses, que já haviam se habituado a uma vida desregrada, distante dos preceitos religiosos.  Os missionários agrupavam os índios, formando aldeias onde podiam exercer a catequese com maior eficácia, ao mesmo tempo em que tentavam manter os nativos a salvo da avidez dos seus compatriotas.
Motivos Uma das formas utilizadas pelo jesuítas para a implantação da fé nos grupos indígenas é pela linguagem teatral; Existem teorias que explicam o uso do teatro como forma catequética: 1- Portugal ainda possuía uma estrutura social medieval, portanto o teatro português ainda mantinha a forma da Idade Média, isto é, o teatro ainda era religioso, enquanto outros países da Europa como Inglaterra e Itália já estavam em uma linguagem trágica e burlesca (Shakespeare e CommediaDell’arte ); 2-A expressão corporal, contida na linguagem teatral, facilitava a comunicação entre os portugueses e indígenas;
Motivos 3- Os missionários portugueses, como o Padre José de Anchieta, tinham grande apreciação por essa linguagem, tanto que, aprimorou seus ensinamentos com elementos ritualísticos contidos nas religiões indígenas: as máscaras, pinturas e elementos do cotidiano dos índios.  Todos elementos juntou-se aos apólogos educativos, sermões, que resultava em espetáculos quase sempre litúrgicos, de cunho eminentemente apostolar, nos quais se juntavam anjos e flores nativas, santos e bichos, demônios e guerreiros, além de figuras alegóricas, como o Temor a Deus e o Amor de Deus.
Características Os jesuítas recebiam, em sua ordem, ensinamentos de técnicas teatrais, que consideravam mais eficazes e fascinantes para a educação religiosa.  A mistura do religioso com o dramático já havia sido feita na China, Índia, México e outras terras. Porém, nesses locais, ao contrário daqui, já havia uma produção teatral. A Companhia de Jesus impunha aos seus missionários o aprendizado da língua da terra onde estivessem em missão.  Assim, em pouco tempo os jesuítas aprendiam as línguas indígenas e ensinavam aos índios o português e o espanhol.
Características A partir de 1557 começa a haver uma incessante atividade teatral, praticada não só pelos jesuítas e indígenas como também pelos próprios colonos, seduzidos pelas mensagens moralistas e pela beleza dos eventos, que eram realizados em datas festivas e ocasiões especiais.  Inicialmente, encenavam-se autos e peças religiosas trazidas de Portugal, porém logo deu-se início a uma produção dramatúrgica local.  Movidos mais pelo espírito missionário do que pelo desejo de reconhecimento artístico, boa parte dessas obras não era assinada, e pouco cuidado se dedicava à sua conservação.
Características Alguns manuscritos, atribuídos ao padre José de Anchieta, e duas cartas do padre Fernão Cardim, datadas de 1590, são os poucos registros dramáticos que se tem dessa época. Nessas cartas há descrições detalhadas de inúmeras apresentações teatrais na Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, Rio de Janeiro e outros locais, tendo como platéias não só os indígenas e os colonos como também as famílias que aqui iam se constituindo e as autoridades políticas e religiosas.  Esses relatos são recheados de descrições das encenações extremamente sofisticadas para a época e condições em que aconteciam, envolvendo grande número de participantes, cenários, instrumentos musicais, fogos de artifício, sempre causando comoção seja dos indígenas, seja dos colonos que se surpreendiam pelas narrativa s encenadas ou pelos efeitos produzidos pelos  elementos teatrais.
Características O pesquisador Mario Cacciaglia em sua "Pequena História do Teatro Brasileiro" faz uma rica descrição do que teria sido a primeira apresentação (1583), que ele adjetiva como espetacular, como segue:  "...depois da missa, com acompanhamento de um coro de índios, com flautas e, da capela da Catedral, com órgãos e cravos, teve início uma procissão de estudantes precedida pelos vereadores e pelos sobrinhos ou netos do governador; os estudantes carregavam três cabeças de virgens cobertas por um pálio e puxavam sobre rodas uma esplêndida nau sobre a qual eram levadas em triunfo as virgens mártires (estudantes travestidos), enquanto da própria nau eram feitos disparos de arcabuz. De vez em quando, durante o percurso, falavam das janelas personagens alegóricas, em esplêndidos costumes: a cidade, o próprio colégio e alguns anjos. À noite foi celebrado na nau o martírio das virgens, com o aparato cênico de uma nuvem que descia do céu e dos anjos que chegavam para sepultar as mártires."
Características Dentre os textos cuja autoria é atribuída ao padre José de Anchieta, figuram diversos autos, como o "Auto da Pregação Universal", representado diversas vezes, o "Auto da Crisma", o "Auto das Onze Mil Virgens", e aquele que é tido como sua obra-prima: "Na festa de São Lourenço", composto por cerca de 1.500 versos em tupi (a maior parte), espanhol, português e guarani.  Paralelamente a esse teatro com finalidades de catequese e de doutrinação, os jesuítas mantinham também uma atividade teatral em latim, praticada pelos estudantes dos colégios da Companhia de Jesus.
Características O Teatro Jesuítico brasileiro teve uma grande aceitação por parte do então, em formação, “povo brasileiro”; Porém esse teatro não perdurou por muito tempo e as encenações logo foram proibidas por autoridades católicas por acharem que sos missionários estavam envolvidos demais. O teatro no Brasil só volta a ter um desenvolvimento relevante no século XIX com o período romântico.

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Teatro medieval jesuita

  • 2. Introdução A Idade Média foi um período entre os séculos V e XV da nossa era. Também conhecido como a “Idade das Trevas”, por causa da estagnação cultural da sociedade. A Igreja monopolizava toda e qualquer manifestação de pensamento, como por exemplo, a literatura; a filosofia; a ciência e as artes. O teatro era utilizado como instrumento da Igreja para arrebanhar fiéis e para catequizar o povo. As peças eram de cunho religioso ou profano. Satirizavam o catequético, o Cristianismo, ou eram instrumento de propaganda destes, mas sempre sobre o mesmo tema: a religiosidade.
  • 3. Introdução Foi subdividido em três fases: Alta Idade Média; Plena Idade Média; Baixa Idade Média.
  • 4. Introdução As primeiras manifestações teatrais ocorreram na Plena Idade Média, seguidas de um grande florescimento na Baixa Idade Média. No ápice do sistema de dominação encontra-se a Igreja Católica. Para manter o “statuquo” ela descobre o teatro como fator capaz de disseminar sua ideologia de obediência e submissão aos valores estatuídos. Por esse motivo, o teatro é popular, dirige-se a todas as camadas do povo (e não à classe dominante), transformando-se no lugar privilegiado do desejo de ensinar inerente à arte medieval, presente no teatro religioso, no cômico e até na poesia narrativa. Mas, quando o clero não pode mais controlar as energias sociais que se lhe contrapõem e que se intrometem na representação teatral, ele proíbe então a representação dos mistérios (séc. XVI).
  • 5. Introdução Inicialmente as peças eram encenadas dentro da própria Igreja, tendo, como uma espécie de ator, o padre. A vida cotidiana é impregnada pela piedade e pelo temor a Deus, bem como pela imposição das regras e convenções de uma sociedade altamente normatizada. O teatro medieval deriva do rito religioso (a missa cristã), do mesmo modo como, na Antiguidade, a tragédia grega. Ele se formou aos poucos, e surge da liturgia, isto é, da dramatização do texto da Bíblia lido durante o ofício divino.
  • 6. Introdução O ponto de partida é o canto antifonado (canto narrativo de salmos), estabelecido pelo Papa Gregório (século VI), alternando solista e coro, e difundido pelos beneditinos. No século IX, surgem os diálogos que dramatizam o encontro das Santas Mulheres com o anjo, na sepultura de Jesus. Eram executados sobretudo no ofício da Ressurreição (Páscoa) e no dos Pastores (Natal). Esta cena inicial vai sendo ampliada e enriquecida, ocupando mais tempo que a fundamental. Esses esboços de representação dão origem a um drama litúrgico, que permanece ligado ao ritual da missa, cantado em latim e mantido a cargo do sacerdote. Essas representações tendem a ser faladas nas línguas locais, na medida em que vai crescendo a necessidade de entendimento e de participação das populações.
  • 7. Introdução Com a adoção dos idiomas locais aumenta o entusiasmo coletivo em relação às representações. O público é cada vez maior. Uma série de episódios paralelos à narração bíblica começam a ser inseridos. O elemento cômico-burlesco passa a integrar as representações, que tendem a se deslocar do interior para os pátios das igrejas, libertando-se da liturgia. Os atores deixam de ser os sacerdotes. No período não se construiu edifício teatral próprio. Ao final da Idade Média, surgem grandes espetáculos de Mistérios, Milagres, Farsas e Moralidades As apresentações ocorrem nas praças. Algumas apresentações ocorrem nos palácios. Na rua, o teatro é assistido, muitas vezes, por milhares de pessoas.
  • 8. Introdução Os atores, na sua maioria, não são profissionais. São estudantes ou clérigos e fazem parte de determinadas associações chamadas confrarias, que se responsabilizam pela representação. Os únicos atores profissionais da idade Média eram os saltimbancos, que realizavam, desde sempre, suas exibições, a maior parte das vezes, individuais, nas feiras e nas praças.
  • 9. Evolução do Teatro medieval 1- O ritual da missa é enriquecido por reflexões sobre o texto bíblico, comentários lírico-épicos e responsórios. 2- Aos poucos deste coro se destacam os personagens que vão ilustrar o texto do Evangelho, numa transição da atitude narrativa para a teatral. 3- Quando estes “quadros” se acentuam, e o drama litúrgico não é mais apresentado por clérigos, na igreja ou no claustro, e sim por cidadãos da cidade, a “peça” sai da igreja e deixa de ser um prolongamento do ofício religioso. O espetáculo torna-se semi-litúrgico e vai para o adro ou pórtico da igreja. Ao separar-se da liturgia conquista as línguas nacionais, abandonando o latim.
  • 10. Evolução do Teatro medieval 4- Mais tarde, a ação já não se limita mais as cenas de Páscoa e do Natal, mas apresenta-se a vida de Jesus, com numerosas “estações”. Os temas das Escrituras vão sendo alargados e enriquecidos, sempre com muito realismo. O que leva ao cômico e ao profano. No entanto, esta hipótese é contestada pelos que defendem a autonomia do teatro cômico/profano. Para estes, ele surge independentemente da Igreja, graças ao desenvolvimento da burguesia e à incorporação de artistas populares tradicionais e, em seu apogeu, vai influenciar o teatro litúrgico/religioso, intrometendo-se nele. 5- Na fase final a encenação é feita nas praças e com cenários complexos.
  • 11. Características Gerais O teatro medieval é eminentemente épico: deseja narrar tudo, desde a Criação do Mundo até o Juízo Final. Nesse momento houve uma ruptura, ou melhor, ignorância total das regras teatrais da Antiguidade, quebram-se unidades de lugar, tempo e ação criadas no Teatro Grego. O teatro adquire a característica cristã da dicotomia: elevado e popular; excelso e rude; sublime e humilde; passado, presente e futuro; em categorias ético-teológicas e não estético-estilísticas. Por isso, a conexão entre os eventos só pode ser compreendida pela ligação vertical com a Providência divina. Daí a importância da interpretação figural.
  • 12. Características Gerais Para difundir as verdades da fé, o objeto da mais alta importância e sublimidade deve-se converter num acontecimento da realidade mais simples e quotidiana. Outra característica do teatro medieval é o fato de ele se basear na oposição litúrgica X profano, e não na do trágico X cômico. Isto porque as duas últimas categorias estão presentes na dramatização religiosa: o trágico repousa na visão do homem decaído e o cômico se intromete a partir do próprio realismo.
  • 13. Contribuições para o Teatro Ocidental Técnicas de encenações desenvolvidas pelos atores; Técnicas de cenário, iluminação e sonoplastia; Riqueza de figurino e maquiagem; Autos (ex.: de Natal, de Páscoa), representados até os dias de hoje.
  • 14. Tipos TeatraisMistérios Reconstituía passagens da Bíblia. Não se trata de um dogma no qual a Igreja se apóia, mas de histórias de Natal, Assunção, Ressurreição, etc. No Mistério entrava tudo: o bom e o falso, o sério e o burlesco, o verídico e o lendário. Tinha como finalidade edificar a alma, mas também distrair o público, não havendo respeito à verossimilhança. Os papéis femininos eram representados por homens. Sua apresentação, em seu apogeu, comovia uma cidade inteira, que pagava para assistir vários ciclos de apresentações que duravam até quarenta dias para dar continuidade a uma história.
  • 15. Mistérios Estrutura do Espetáculo: Prólogo: explicação do que iria ocorrer; A peça em si: em versos (346 a 61.908 versos); Não era dividida em atos e cenas, mas em jornadas, que podiam durar um dia inteiro, com pausa apenas para as refeições. Epílogo ou Prólogo final: que resumia os acontecimentos e convidava os espectadores a voltarem.
  • 16. Milagres É uma peça de duração bem mais curta que o mistério. Baseado na vida dos santos. É a encenação de uma intervenção de um santo ou da Virgem Maria. Produz-se geralmente em favor de uma personagem repugnante – sogra que matou o genro; religiosas que abandonam o convento, etc. A intenção é mostrar que não há crime, por maior que seja, que não possa ser redimido pela fé. O Milagre era estritamente ligado à religião, mas tratado livremente, comportando sempre um sermão encaixado no curso da ação. Era escrito em versos, variando seu comprimento de 1.000 a 3.000 versos. Aproximadamente quarenta milagres chegaram aos nossos dias. Desapareceu no decorrer do século XVI, sendo conservado apenas na Espanha.
  • 17. Moralidades É um gênero ora grave ora alegre, que era representado mediante alegorias. Provam uma verdade de ordem moral, fazendo dialogar personagens alegóricos. Tinha intenção didática: ensinar algo. Quando seu objetivo era religioso distinguiam-se dos mistérios porque moralizavam em vez de contar.
  • 18. Autos Auto é uma peça de teatro curta comumente em um ato (auto). O assunto pode ser religioso ou profano, sério ou cômico. Os autos tinham a finalidade de divertir, de moralizar ou difundir a fé cristã. Teve sua origem na península Ibérica (Espanha/Portugal) e foi muito utilizado na Idade Média.
  • 19. Teatro dos Jesuítas Brasil Século XVI
  • 20. Introdução Após o descobrimento em 1500, as manifestações teatrais no Brasil acontecem sob a orientação dos Jesuítas. Após 50 anos do descobrimento, chegam ao Brasil um grupo de missionários sacerdotes com o objetivo de estabelecer a fé cristã e catequizar os indígenas. A comitiva era composta de quatro sacerdotes, dentre eles o padre Manoel da Nóbrega, e alguns jovens que ainda não haviam sido ordenados. Apenas alguns anos mais tarde chega o responsável pela linguagem teatral no Brasil - padre José de Anchieta, que tinha então apenas 19 anos.
  • 21. Introdução Enquanto a população portuguesa no Brasil, composta, em sua maioria, por aventureiros e criminosos, ocupava-se da construção de fortificações e da ocupação da costa; Os jesuítas se preocupavam em estabelecer contatos e catequizar os indígenas. Nesse trabalho, enfrentavam não só a desconfiança dos indígenas como também dos próprios portugueses, que já haviam se habituado a uma vida desregrada, distante dos preceitos religiosos. Os missionários agrupavam os índios, formando aldeias onde podiam exercer a catequese com maior eficácia, ao mesmo tempo em que tentavam manter os nativos a salvo da avidez dos seus compatriotas.
  • 22. Motivos Uma das formas utilizadas pelo jesuítas para a implantação da fé nos grupos indígenas é pela linguagem teatral; Existem teorias que explicam o uso do teatro como forma catequética: 1- Portugal ainda possuía uma estrutura social medieval, portanto o teatro português ainda mantinha a forma da Idade Média, isto é, o teatro ainda era religioso, enquanto outros países da Europa como Inglaterra e Itália já estavam em uma linguagem trágica e burlesca (Shakespeare e CommediaDell’arte ); 2-A expressão corporal, contida na linguagem teatral, facilitava a comunicação entre os portugueses e indígenas;
  • 23. Motivos 3- Os missionários portugueses, como o Padre José de Anchieta, tinham grande apreciação por essa linguagem, tanto que, aprimorou seus ensinamentos com elementos ritualísticos contidos nas religiões indígenas: as máscaras, pinturas e elementos do cotidiano dos índios. Todos elementos juntou-se aos apólogos educativos, sermões, que resultava em espetáculos quase sempre litúrgicos, de cunho eminentemente apostolar, nos quais se juntavam anjos e flores nativas, santos e bichos, demônios e guerreiros, além de figuras alegóricas, como o Temor a Deus e o Amor de Deus.
  • 24. Características Os jesuítas recebiam, em sua ordem, ensinamentos de técnicas teatrais, que consideravam mais eficazes e fascinantes para a educação religiosa. A mistura do religioso com o dramático já havia sido feita na China, Índia, México e outras terras. Porém, nesses locais, ao contrário daqui, já havia uma produção teatral. A Companhia de Jesus impunha aos seus missionários o aprendizado da língua da terra onde estivessem em missão. Assim, em pouco tempo os jesuítas aprendiam as línguas indígenas e ensinavam aos índios o português e o espanhol.
  • 25. Características A partir de 1557 começa a haver uma incessante atividade teatral, praticada não só pelos jesuítas e indígenas como também pelos próprios colonos, seduzidos pelas mensagens moralistas e pela beleza dos eventos, que eram realizados em datas festivas e ocasiões especiais. Inicialmente, encenavam-se autos e peças religiosas trazidas de Portugal, porém logo deu-se início a uma produção dramatúrgica local. Movidos mais pelo espírito missionário do que pelo desejo de reconhecimento artístico, boa parte dessas obras não era assinada, e pouco cuidado se dedicava à sua conservação.
  • 26. Características Alguns manuscritos, atribuídos ao padre José de Anchieta, e duas cartas do padre Fernão Cardim, datadas de 1590, são os poucos registros dramáticos que se tem dessa época. Nessas cartas há descrições detalhadas de inúmeras apresentações teatrais na Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, Rio de Janeiro e outros locais, tendo como platéias não só os indígenas e os colonos como também as famílias que aqui iam se constituindo e as autoridades políticas e religiosas. Esses relatos são recheados de descrições das encenações extremamente sofisticadas para a época e condições em que aconteciam, envolvendo grande número de participantes, cenários, instrumentos musicais, fogos de artifício, sempre causando comoção seja dos indígenas, seja dos colonos que se surpreendiam pelas narrativa s encenadas ou pelos efeitos produzidos pelos elementos teatrais.
  • 27. Características O pesquisador Mario Cacciaglia em sua "Pequena História do Teatro Brasileiro" faz uma rica descrição do que teria sido a primeira apresentação (1583), que ele adjetiva como espetacular, como segue: "...depois da missa, com acompanhamento de um coro de índios, com flautas e, da capela da Catedral, com órgãos e cravos, teve início uma procissão de estudantes precedida pelos vereadores e pelos sobrinhos ou netos do governador; os estudantes carregavam três cabeças de virgens cobertas por um pálio e puxavam sobre rodas uma esplêndida nau sobre a qual eram levadas em triunfo as virgens mártires (estudantes travestidos), enquanto da própria nau eram feitos disparos de arcabuz. De vez em quando, durante o percurso, falavam das janelas personagens alegóricas, em esplêndidos costumes: a cidade, o próprio colégio e alguns anjos. À noite foi celebrado na nau o martírio das virgens, com o aparato cênico de uma nuvem que descia do céu e dos anjos que chegavam para sepultar as mártires."
  • 28. Características Dentre os textos cuja autoria é atribuída ao padre José de Anchieta, figuram diversos autos, como o "Auto da Pregação Universal", representado diversas vezes, o "Auto da Crisma", o "Auto das Onze Mil Virgens", e aquele que é tido como sua obra-prima: "Na festa de São Lourenço", composto por cerca de 1.500 versos em tupi (a maior parte), espanhol, português e guarani. Paralelamente a esse teatro com finalidades de catequese e de doutrinação, os jesuítas mantinham também uma atividade teatral em latim, praticada pelos estudantes dos colégios da Companhia de Jesus.
  • 29. Características O Teatro Jesuítico brasileiro teve uma grande aceitação por parte do então, em formação, “povo brasileiro”; Porém esse teatro não perdurou por muito tempo e as encenações logo foram proibidas por autoridades católicas por acharem que sos missionários estavam envolvidos demais. O teatro no Brasil só volta a ter um desenvolvimento relevante no século XIX com o período romântico.