Curso inicial de 40horas realizado em 28.01 a 01.02.2013, e em edições extras.
2ª edição - 04 a 08.02.2013
3ª edição - 18 a 22.03.2013
4ª edição - 06 a 10.05.2013
5ª edição - 05 a 09.08.2013
Os conteúdos abordados para o curso inicial foram: a apresentação do programa do PNAIC (definição, objetivos etc.); estrutura geral do curso; dinâmica de apresentação do grupo e socialização de expectativas; formação continuada de professores; alfabetização e letramento – alfabetizar letrando; currículo na alfabetização na perspectiva da inclusão; educação especial; avaliação na alfabetização; planejamento dos encontros de formação; encerramento.
4. [...] avaliar é um ato pelo qual, através de
uma disposição acolhedora, qualificamos
alguma coisa (um objeto, ação ou pessoa),
tendo em vista, de alguma forma, tomar
uma decisão sobre ela; e no caso de
pessoas, junto com elas... Quando atuamos
junto a pessoas, a qualificação e a decisão
necessitam de ser dialogadas. O ato de
avaliar não é um ato impositivo, mas sim
dialógico, amoroso e construtivo.
(LUCKESSI, 2003, p. 37)
5. A serviço de quem avaliamos?
Deve ser sempre
(em qualquer circunstância,
momento e lugar)
a serviço dos alunos que
aprendem.
“aprender para aprender e não só para
avaliar”
6. PENSAMENTO TRADICIONALPENSAMENTO TRADICIONAL
“a realização de práticas de avaliação
nomeadas hoje como tradicionais, cuja
ênfase era na medição/mensuração
das aprendizagens dos alunos e na
classificação deles como aptos ou não
aptos para progredir no ensino” p. 24
7. PENSAMENTO TRADICIONALPENSAMENTO TRADICIONAL
“Antes de iniciar o processo formal de
alfabetização, era preciso avaliar se os alunos
apresentavam a “prontidão” necessária para tal
processo, relacionada ao desenvolvimento de
habilidades “psiconeurológicas” ou “perceptivo-
motoras” (coordenação motora, discriminação
auditiva e visual, etc.).”
8. PENSAMENTO TRADICIONALPENSAMENTO TRADICIONAL
Com a elevação do índice de repetência na
1ª série do Ensino Fundamental da escola
pública, vimos surgir programas de Educação
Compensatória que tinham o objetivo de
preparar os alunos, na Educação Infantil
(denominada de pré-escola na época), para o
início do processo de alfabetização,
compensando as supostas carências
culturais, deficiências linguísticas e
defasagens afetivas que esses alunos –
provenientes das camadas populares –
apresentavam (KRAMER, 2006).
9. Uma vez diagnosticado que elas estavam
“aptas” para iniciar esse processo, cabia
ao professor, que seguia um determinado
método, apresentar as unidades sonoras
(sílaba, fonema) em uma sequência pré-
estabelecida, unidades estas que deveriam
ser memorizadas pelos alunos. Como
abordado por Albuquerque e Morais
(2006, p. 129)
10. FIZEMOS ...FIZEMOS ...
Nessa prática de ensino da leitura e da
escrita, a avaliação era fundamental para
o bom andamento do processo. Avaliava-
se se os alunos estavam aprendendo o
código alfabético na perspectiva da
memorização das unidades
apresentadas/ensinadas pelo professor e
presentes no livro didático utilizado.
11. FIZEMOS...FIZEMOS...
O objetivo de tal avaliação era o de medir
e classificar a aprendizagem dos alunos
para determinar seu prosseguimento nos
estudos, tanto no que se refere à
sequência de apresentação das
lições/unidades ao longo do ano, como à
passagem para a 2ª série. O propósito
classificatório e seletivo de tal prática de
avaliação evidencia-se nos altos índices de
reprovação no final da 1ª série.
12. REFLEXOS EDUCATIVOSREFLEXOS EDUCATIVOS
“...tal prática de avaliação era excludente, pois
desconsiderava o sujeito em suas
singularidades e não considerava suas
experiências/conhecimentos prévios, assim
como seus percursos de aprendizagem. Os
educandos, ao final do ano, eram apenas
rotulados em aptos ou não aptos a
prosseguir os estudos, estando tal aptidão
relacionada ao desempenho deles nas
tarefas/provas escolares e a suas capacidades
de emitirem as respostas corretas.”
13. DIÁLOGOS IMPORTANTESDIÁLOGOS IMPORTANTES
“... os trabalhos de Emília Ferreiro e Ana Teberosky vão
dar um novo sentido aos erros ou escritas não
convencionais dos alunos, que passaram a ser vistos
como reveladores de suas hipóteses de escrita.”
Como abordado por Albuquerque e Morais (2006),
diferentemente de uma prática tradicional de
alfabetização e avaliação, na perspectiva construtivista e
interacionista de ensino, e também na perspectiva
inclusivista, avaliam-se as conquistas e as possibilidades
dos estudantes ao longo do ano escolar, e não apenas os
impedimentos e as condutas finais e acabadas.
14. DIÁLOGOS IMPORTANTESDIÁLOGOS IMPORTANTES
“... Significa que já compreendemos que o
nosso problema não é apenas ensinar a
ler e a escrever, mas é, também, e
sobretudo, levar os indivíduos – crianças
e adultos – a fazer uso da leitura e da
escrita, envolver-se em práticas sociais de
leitura e de escrita”. (SOARES, 2003, p.58)
15. OBJETIVOS DA AVALIAÇÃOOBJETIVOS DA AVALIAÇÃO
a) Identificar os conhecimentos já construídos pelos
alunos, a fim de planejar as novas atividades de
ensino de forma ajustada, isto é, considerando as
aprendizagens que eles já desenvolveram, as
dificuldades ou lacunas que precisam superar;
b) Decidir sobre a necessidade ou não de retomar o
ensino de certos itens já ensinados ou de usar
estratégias de ensino alternativas, a partir da
verificação do que os alunos aprenderam;
16. c) Decidir sobre se os alunos estão em condições
de progredir para um nível (série, ciclo, etc.)
escolar mais avançado. (LEAL, 2003, p 15)
Nessa perspectiva, avalia-se tanto os alunos, para
mapear seus percursos de aprendizagem, como as
práticas pedagógicas com o objetivo de analisar as
estratégias de ensino adotadas de modo a
relacioná-las às possibilidades dos educandos.
Como abordado por Ferreira e Leal (2006), “é
papel da escola ensinar, favorecendo, por meio de
diferentes estratégias, oportunidades de
aprendizagem, e avaliar se tais estratégias estão
sendo de fato adequadas” (p. 16).
17. INSTRUMENTOSINSTRUMENTOS
AVALIATIVOSAVALIATIVOS
1.cadernos de registros dos estudantes;
2.os portfólios com a coletânea de
atividades/registros realizados pelas
crianças ao longo de um determinado
período que permitem que tanto o
professor como os próprios alunos
acompanhem as dificuldades e os avanços
em uma determinada matéria;
3.a ficha de acompanhamento individual
(de cada aluno) e coletiva (da classe).
18. AVALIAÇÃO NAAVALIAÇÃO NA
ALFABETIZAÇÃOALFABETIZAÇÃO
A concepção de avaliação que adotamos
parte da defesa da não repetência,
considerando o processo avaliativo não
como instrumento de exclusão, mas
caracterizando-o como contínuo,
inclusivo, regulador, prognóstico,
diagnóstico, emancipatório, mediador,
qualitativo, dialético, dialógico,
informativo, formativo- regulador.
Segundo Leal (2003, p. 30)
19. AVALIAÇÃO NA ALFABETIZAÇÃOAVALIAÇÃO NA ALFABETIZAÇÃO
FINALIDADES PROPOSTAS DE UMA AVALAIÇÃO FORMATIVA:
“[...] avaliar para identificar conhecimentos prévios;
avaliar para conhecer as dificuldades e planejar
atividades adequadas; avaliar para verificar o
aprendizado e decidir o que precisa retomar; avaliar
para verificar se os alunos estão em condição de
progredir; avaliar para verificar utilidade/validade
das estratégias de ensino; avaliar as estratégias
didáticas para redimensionar o ensino.”
20. PERGUNTA-SE???PERGUNTA-SE???
Por que e para que avaliar? Para quem?
Onde? Quando? O quê? Como? Com quem?
Quais os resultados das ações empreendidas?
É importante considerar que a avaliação visa
gerar informações para que professores e
alunos possam refletir e criar estratégias de
superação dos seus limites e ampliar suas
possibilidades sobre cada eixo da língua
trabalhado.
22. AVALIAÇÃO NA ALFABETIZAÇÃOAVALIAÇÃO NA ALFABETIZAÇÃO
É necessário avaliar no início do ano letivo (avaliação
diagnóstica) e durante o ano, para acompanhar
redimensionar os planejamentos. Ao tratarmos da
avaliação diagnóstica, é importante refletirmos sobre
os instrumentos a serem utilizados. Para investigar as
apropriações dos alunos em relação à escrita, o
professor poderá desenvolver atividades
diversificadas, tais como: observar como seus alunos
desenvolvem as atividades em sala de aula; analisar
suas produções escritas; observar como lêem
palavras ou textos curtos em diferentes situações;
entrevistar ou conversar informalmente com os
alunos; propor testes em atividades específicas, como
a Provinha Brasil.
23. AVALIAÇÃO NA ALFABETIZAÇÃOAVALIAÇÃO NA ALFABETIZAÇÃO
A Provinha Brasil, portanto, pode ser
utilizada com o objetivo de se analisar os
conhecimentos dos estudantes e definir
prioridades e estratégias didáticas para
garantir que os direitos de aprendizagem
sejam efetivados. No terceiro ano, deve-
se dar continuidade ao processo,
consolidando o que foi aprendido e
promovendo-se novas aprendizagens.
24. Consideramos, portanto, a importância
da elaboração de uma proposta de
continuidade
e aprofundamento dos conhecimentos a
serem explorados na busca pela
efetivação da progressão escolar da
criança e de suas aprendizagens a cada
ano do ciclo, garantindo o seu direito à
alfabetização em tempo oportuno.
AVALIAÇÃO NA ALFABETIZAÇÃOAVALIAÇÃO NA ALFABETIZAÇÃO
27. PACTO COM A VIDA..PACTO COM A VIDA....
EDUCADOR
EDUCANDO
COMUNIDADE EDUCATIVA
SOCIEDADE APRENDENTE
FAZEDORES EDUCATIVOS
EM GERAL
28. Avaliar para incluirAvaliar para incluir
Avaliamos para favorecer
aprendizagens e não para
Legitimar desigualdades
perversas que servem, na
maior parte das vezes,
para promover a exclusão
e a competitividade.
29. Avaliação na AlfabetizaçãoAvaliação na Alfabetização
O objetivo de avaliar, nessa abordagem, não
é reter as crianças em uma mesma etapa
escolar, mas, sim, garantir que as
aprendizagens não consolidadas em uma
determinada etapa escolar, que pode
corresponder a um mês, a um semestre, ou
a um ano de escolaridade, sejam garantidas
em outra etapa posterior de escolaridade.
30. A reprovação provoca,
via de regra construção
de uma auto imagem
negativa de si que, em
lugar de estimular o
aluno a querer aprender,
faz com que se sinta
“fracassado”.
Constatação...
31.
32. Avaliação na AlfabetizaçãoAvaliação na Alfabetização
[...] a avaliação cruza o trabalho pedagógico
desde seu planejamento até a execução,
coletando dados para melhor compreensão
da relação entre o planejamento, o ensino e
a aprendizagem e poder orientar a
intervenção didática para que seja
qualitativa e contextualizada.
(SILVA, 2003, p.14).
34. Avaliação = avaliar + açãoAvaliação = avaliar + ação
[...] avaliar as próprias estratégias didáticas
é fundamental para que possamos
redimensionar o ensino, tendo como norte
a avaliação do que os alunos fazem e dizem.
Ou seja, ouvir o aluno e tentar entender as
respostas que eles nos dão a partir dos
instrumentos de avaliação é o primeiro
passo para pensar sobre os procedimentos
didáticos que usamos no nosso cotidiano.
35. Avaliação na AlfabetizaçãoAvaliação na Alfabetização
“a criança encontra-se
na clareza cognitiva
quando sabe que
aprende, quando sabe o
que aprende, por que
aprende e como
aprende.”
(In: BERNARDIN, 2003, p. 132).
36. Avaliação na AlfabetizaçãoAvaliação na Alfabetização
[...] A AVALIAÇÃO FORMATIVA
AVALIAÇÃO INICIAL: o processo avaliador tem que
observar as diferentes fases de uma intervenção que
deverá ser estratégica: conhecer qual é a situação da
partida, em função de determinados objetivos gerais
bem definidos;
AVALIAÇÃO REGULADORA: um planejamento de
intervenção fundamentado e, ao mesmo tempo,
flexível, entendido como uma hipótese de intervenção;
37. AVALIAÇÃO FINAL: Uma atuação na sala de aula,
em que as atividades e tarefas e os próprios
conteúdos de trabalho se adequarão
constantemente às necessidades que vão se
apresentando para chegar a determinados
resultados
AVALIAÇÃO INTEGRADORA: Uma
compreensão e valoração sobre o processo
seguido, que permita estabelecer novas propostas
de intervenção.
(Zabala, 1998, p. 201)
38.
39. Para a avaliação daPara a avaliação da
leitura é fundamental:leitura é fundamental:
Selecionar bem o texto, buscando um
material que trate de um tema familiar aos
estudantes;
Um gênero que seja de uso frequente no seu
cotidiano;
Questões bem elaboradas, e destinadas a
avaliar conhecimentos e habilidades
pertinentes ao currículo vivenciado.
40. Sistema de EscritaSistema de Escrita
Alfabética e da OrtografiaAlfabética e da Ortografia
A produção de textos escritos nos dá muitas
informações sobre o processo de apropriação da
língua, mas podemos também estruturar
instrumentos com objetivos específicos.
Para saber quais crianças ainda não dominam
determinadas convenções ortográficas, podemos
realizar atividades com tal objetivo, como as
tarefas de completar lacunas em palavras.
41. Propor uma música do universoPropor uma música do universo
infantil para completar...infantil para completar...
O sapo não lava o
__________________
Não lava porque não quer
Ele mora na ________________
Não lava o pé porque não
_____________
42. Desenvolvendo a OralidadeDesenvolvendo a Oralidade
Quanto à oralidade, é
necessário, após delimitar
claramente o que se
pretende ensinar, criar
situações favoráveis à fala e à
escuta, tanto entre o
professor e as crianças
quanto entre elas mesmas e
criar critérios para análise de
como interagiram nas
situações.
43. Gênero Debate - O que AvaliarGênero Debate - O que Avaliar
Se crianças respeitam o tempo de fala combinado,
se respeitam o ponto de vista defendido pelo
colega,
se esperam a vez de falar,
se escutam atentamente a intervenção dos colegas,
se expõem seus pontos de vista claramente,
se justificam seus pontos de vista,
se contra-argumentam os pontos
de vista dos colegas.
44. A avaliação no desenvolvimento dessa
sequência serviu para orientar o planejamento e
para avaliar quais aprendizagens foram
efetivadas.
Também é tarefa de fundamental importância.
planejar bem a situação de avaliação;
elaborar instrumentos de avaliação adequados
aos nossos propósitos pedagógicos, registrar
os resultados das crianças;
acompanhar suas aprendizagens.
45. Ao construir o quadro de perfil da turma,
por outro lado, o docente pode investigar
quais conhecimentos ou capacidades a
turma já construiu e se é preciso retomar
com todos ou com alguns e o que o grupo
não consolidou.
Tal análise pode servir de dados para
investigação pelo professor para as
possíveis causas das dificuldades.
46. Ensinamos para
que todos possam
aprender
a ousadia, e não o
medo;
a solidariedade,
e não o
individualismo;
o prazer, e não o
Sofrimento...
são os pilares
de um currículo
inclusivo.
47. REFERÊNCIASREFERÊNCIAS
Currículo na alfabetização: concepções e
princípios. Unidade 1 - Ano 1.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO.
Secretaria da Educação Básica – SEB
Diretoria de Apoio à Gestão Educacional
SOARES, Magda. Letramento: um
tema em três gêneros. 2 ed. Belo
Horizonte:Autêntica, 2003.