PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
Edicao3 - 2009/2010
1. Nº3- Ano lectivo 2009/2010 – Janeiro/Fevereiro
Editorial
Mais novidades, umas frescas
outras não, coisas que não
devem ficar esquecidas... elas
aqui estão!
Agora que estamos a mudar de
instalações vamos todos tentar
fazer da escola um lugar
diferente! Mais empenho, mais
atenção, mais produção e
muita alegria!
E não te esqueças, se queres
relembrar actividades em que
tenhas participado, deixar
registado algum testemunho
ou qualquer outra coisa,
colabora no PáginasTantas, o
nosso jornal de Escola!
Luísa Lopes
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PáginasTantas - nº3 – Março de 2010
2. Nº3- Ano lectivo 2009/2010 – Janeiro/Fevereiro
americanos, entre outros, têm vindo a
constatar que as mudanças
introduzidas nas últimas duas
Centenário da República – décadas no sistema de ensino e de
avaliação dos alunos estão a
contribuir activamente para afastar
da escola um número cada vez maior
de rapazes.
Produziu-se uma inversão. O
fenómeno, que é comum à maioria
dos países ocidentais, Portugal
incluído, está a alargar o fosso entre
rapazes e raparigas no sistema
educativo. As raparigas têm hoje
melhores notas e vão mais longe; os
rapazes desistem, muitos deles logo
no fim da escolaridade obrigatória.
Nos 27 países da União Europeia, só a
Vamos Comemorar Alemanha mantém, no ensino
superior, valores equilibrados de
Curiosidades participação dos dois sexos.
Para o director do instituto britânico
Vem aí uma geração de rapazes de políticas para o ensino superior
frustrados (HEPI, na sigla em inglês), Bahram
Bekhradnia, estamos já numa corrida
contra-relógio. "Penso que corremos
Em quase todos os países o perigo de estar a criar uma nova
ocidentais, os rapazes classe baixa", constituída só por
abandonam cada vez mais o rapazes, diz, depois de um estudo
ensino no final da escolaridade recente daquele organismo ter
obrigatória. Têm capacidades confirmado a dimensão crescente do
fosso entre raparigas e rapazes, e
para ir mais longe, mas as lançado algumas pistas inquietantes
escolas poderão estar a avaliá- sobre os motivos que explicam o
los mal, privilegiando as fenómeno.
raparigas. Podemos estar a criar
(ou já criámos?) uma geração de O problema não são os bons
excluídos e uma nova classe resultados alcançados pelas
baixa - a dos homens. raparigas, mas as fracas
classificações obtidas pelos
Por Clara Viana rapazes e aquilo que isso implica: a
responsabilidade da escola nesta
Um calafrio: investigadores situação, o que isto está a provocar
portugueses, ingleses e norte- neles e nelas, e as consequências
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PáginasTantas - nº3 – Março de 2010
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sociais do insucesso escolar poderá conduzir a uma
masculino. "Vamos ter uma geração "sobreavaliação" das alunas e a uma
de rapazes frustrados e excluídos dos "discriminação" dos alunos.
sistemas escolares e profissionais por
incapacidade de rivalizar com o Para a sua tese de doutoramento, a
género oposto", prevê a socióloga da socióloga e investigadora do Instituto
educação Alice Mendonça nas Superior de Ciências do Trabalho e da
respostas que enviou, por e-mail, às Empresa, em Lisboa, Teresa Seabra
questões do P2. analisou, por seu turno, os resultados
escolares de estudantes do 2.º ciclo
Em países como o Reino Unido e os do ensino básico (11-12 anos).
EUA, mas não só, a questão já entrou Comprovou que "os resultados dos
na agenda política. Em Portugal não. rapazes e das raparigas se igualavam
Existe investigação sobre o tema, há quando excluía da amostra os alunos
estatísticas à espera de serem com problemas disciplinares", o que a
interpretadas e... muito silêncio. Alice leva a concluir, disse ao P2, que,
Mendonça sublinha, porém, que "os "como o comportamento afecta de
pais têm de ser alertados para as modo significativo o aproveitamento,
consequências" do que se está a a pouca conformidade às regras
passar. escolares estará na base dos piores
resultados dos rapazes". A "atitude", o
Isto está a acontecer não por os comportamento dos rapazes, estará a
rapazes se terem tornado, de comprometer irreversivelmente os
repente, mais estúpidos, mas em resultados da sua avaliação.
grande medida, avisam os Especialista em assuntos de
investigadores, por eles estarem Educação, o sociólogo francês
a ser ensinados e avaliados num Christian Baudelot defende que, antes
sistema que valoriza as de mais, aquilo que é pedido pela
características próprias das escola é a interiorização das suas
regras, mas que estereótipos sociais
raparigas e penaliza as dos
ainda dominantes valorizam nos
rapazes. rapazes o desafio, a violência e o uso
Zero em comportamento da força - um verdadeiro "arsenal
antiescolar". As raparigas, pelo
Nos últimos anos, Alice Mendonça, contrário, são socializadas na família
também docente na Universidade da em moldes que facilitam a adaptação
Madeira, centrou a sua investigação, às exigências escolares: mais
precisamente, no insucesso escolar na responsabilidade, mais autonomia,
perspectiva do género. Percorreu mais trabalho. "Trata-se de um
todos os ciclos escolares. Sustenta conjunto de competências que as
que, para os professores, na sua torna menos permeáveis à
esmagadora maioria mulheres, o indisciplina", observa Teresa Seabra.
modo como as raparigas se No ano passado, em Espanha, 80 por
comportam e trabalham é "mais cento dos alunos com problemas
conforme com as suas representações disciplinares eram do sexo masculino.
do bom aluno ou aluno ideal" - o que
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Alice Mendonça confirma que as classificações obtidas nos exames
raparigas, "mais conformes às finais. Depois de 1982, passou a
vigorar um sistema misto, com os
regras escolares", ganham uma
exames a contribuir apenas com uma
"vantagem decisiva" sobre os parcela, sendo as outras derivadas do
rapazes quando chega o trabalho ao longo do ano na sala de
momento da avaliação. Em aula e fora dela.
Portugal, como também noutros
países, o comportamento passou a Após comparar os resultados antes e
contar para a contabilização da nota depois, o HEPI constatou que os
final atribuída aos alunos. rapazes começaram a ficar
sistematicamente atrás das raparigas
Teresa Seabra defende que se tornou depois desta reforma. "É preciso
indispensável lançar um debate sobre reconhecer que o problema existe",
a actual forma de avaliar. "No alerta. E chama a atenção para o
momento actual, a escola é seguinte: "Se o fosso entre os sexos
no final da escolaridade obrigatória
chamada a avaliar também o
(e as consequentes diferenças na
"saber ser", mas nem sempre foi participação no ensino superior) se
assim e não tem que assim ser", deve em grande parte à mudança do
argumenta. tipo de exames e de avaliação - e
Vida futura afectada existem provas de que esta mudança
é, pelo menos, parte da razão -, então,
"É perverso que se avaliem instâncias nos últimos 20 anos, os rapazes têm
cognitivas com base em alcançado menos do que eram
comportamentos. Se um aluno capazes, e isso afectou a sua vida
indisciplinado aprende, a sua futura."
aprendizagem tem de ser
reconhecida", sustenta Nuno Leitão, O dobro dos chumbos
antropólogo, mestre em Ciências da Em Portugal, como em vários países,
Educação e director da cooperativa A a entrada maciça do sexo feminino
Torre, um colégio de Lisboa que tem a nas escolas e universidades é um
sua matriz inicial no Movimento fenómeno relativamente recente,
Escola Moderna, que propõe uma tornado possível pela igualização das
pedagogia alternativa àquela que é oportunidades de acesso. Hoje as
comum aos sistemas oficiais de raparigas são mais numerosas,
ensino. valorizam mais os estudos, têm mais
No Reino Unido, o estudo divulgado êxito. "A diferença de resultados
pelo HEPI, que esteve na base do entre rapazes e raparigas tem
alerta lançado por Bekhradnia, dá vindo a acentuar-se, aumentando
conta de que os alunos do sexo exponencialmente à medida que
masculino poderão estar a ser vítimas acrescem os ciclos de escolaridade, e
da reforma do sistema de avaliação atinge o seu auge no ensino
adoptada em 1982. Antes, para a universitário", refere Alice Mendonça.
conclusão da escolaridade
obrigatória, eram determinantes as
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Logo aos 7 anos, no 2.º ano do ensino Para além de ser uma resposta ao
básico, há mais rapazes a ficar para fracasso experimentado na escola,
trás. À entrada do segundo ciclo, no este abandono precoce, maioritário
5.º ano, as taxas de retenção nos rapazes, é também fomentado,
masculinas têm quase duplicado as em Portugal, por um "mercado de
femininas. No 7.º, ano de estreia do trabalho que procura mão-de-obra
3.º ciclo do ensino básico, as barata (desqualificada),
percentagens de chumbos entre eles especialmente masculina", observa
permanecem acima dos 20 por cento. Teresa Seabra.
Entre as raparigas, este é também o
ano mais complicado, mas nos Pelo contrário, as raparigas vêem nos
últimos tempos a taxa de insucesso estudos "um modo de assegurar a sua
não foi além dos 17 por cento. independência enquanto adultas". É
uma forma de emancipação. No
No 9.º ano, o último da escolaridade conjunto do ensino superior, já
obrigatória, as taxas de retenção das representam mais de 50 por cento
raparigas têm oscilado entre os 11 e dos inscritos e ultrapassam os 70 por
os 16 por cento; as dos rapazes nunca cento em cursos como os de Direito
estão abaixo dos 16 por cento e têm ou os que estão ligados à saúde. Entre
ultrapassado os 20 por cento. os que conseguem chegar ao fim de
um curso e obter uma licenciatura, 60
Antes de entrar na Torre, em 1996, por cento são mulheres.
Nuno Leitão deu aulas no ensino
oficial. Começou pelo 12.º ano, Estudos da Organização para a
acabou no 2.º ciclo. Lembra-se de os Cooperação e Desenvolvimento
ter à frente, alunos com 15 anos a Económico (OCDE) confirmam que
marcar passo no 7.º ano. De como uma pessoa licenciada tem muito
estavam magoados, encurralados: "Já mais hipóteses de vir a auferir um
não são repetentes, são resistentes à rendimento superior ao de uma que o
escola." não seja. Em Portugal, no caso dos
homens, aquela organização situou a
Mão-de-obra barata diferença nos oito por cento.
Continuam a nascer mais rapazes do Num artigo publicado no jornal
que raparigas (em cada 100 britânico Observer, Bahram
nascimentos, 105 são do sexo Bekhradnia lembra outras vantagens
masculino). Por causa disso o seu de ter um diploma: sabe-se que "a
número é superior nos primeiros educação superior acarreta benefícios
anos de escolaridade. Mas, devido a sociais e académicos", que "uma
taxas de retenção muito superiores às pessoa que esteve na universidade
do género oposto, e também porque tende a apresentar uma melhor saúde
são largamente maioritários entre os física e mental", que esta formação e
jovens que abandonam precocemente experiência têm "um enorme efeito
a escola, em grande parte por causa socializante".
da experiência de insucesso quando
lá estão, em Portugal os rapazes No passado, estes benefícios foram
começam logo a estar em minoria no negados à maioria das mulheres.
9.º ano. Agora, são os homens que, "ao não
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irem para a universidade em tão larga por alunos provenientes de famílias
escala", estão a ser privados disto em que os níveis de educação e o
tudo. "Penso que é uma verdadeira status profissional são mais elevados.
desgraça", diz Bekhradnia. Mas, em média, foram os rapazes que
apresentaram melhores resultados
No Reino Unido, para igualar a taxa em Matemática e Ciências e as
de participação feminina, teria sido raparigas em Leitura.
preciso que, s?? no ano passado,
entrassem, nas universidades Os exames nacionais do 9.º e 12.º ano
britânicas, mais 130 mil estudantes têm, em Portugal, confirmado esta
do sexo masculino. tendência. Mas no ano passado a
média das raparigas nos exames de
Diferentes apetências Matemática do secundário foi
"Se os professores não aprendem a superior à dos rapazes. E esta
lidar com as diferenças, os alunos inversão poderá não ser esporádica,
acabam por chumbar. E isto verifica- avisa Alice Mendonça: "O aumento da
se sobretudo com os rapazes", avisou, discrepância na capacidade de leitura
numa entrevista à Visão, o filósofo entre os sexos faz com que as
norte-americano Michael Gurian. raparigas comecem a ultrapassar os
rapazes nestas matérias." Por
Para além das diferenças entre os enquanto, e apesar de maioritárias no
géneros que são culturalmente ensino superior, elas continuam a ser
induzidas, vários estudos franca minoria nos cursos de
neurológicos têm demonstrado que Informática, Arquitectura e nos de
as raparigas têm mais apetência para Engenharia Técnica.
a comunicação verbal e para
movimentos finos, "tarefas" a cargo Separá-los resulta?
do hemisfério esquerdo do cérebro, Para conter a maioria feminina, em
que se desenvolve nelas bem mais Portugal, há alguns anos, houve quem
cedo do que nos rapazes. E os rapazes chegasse a propor a introdução de
têm mais apetência para tarefas quotas para homens nas faculdades
visuo-espaciais, uma vez que o de Medicina. Em países onde o debate
hemisfério direito, "construtor e está lançado, há quem defenda o
geómetra", é mais activo no sexo regresso às escolas separadas. Mas
masculino. "Têm vias e tácticas são mais os que propõem estratégias
diferentes para aprender o mesmo", de ensino diferenciado que coabitem
disse ao diário espanhol El País o no mesmo espaço. Seja através de
neurologista Hugo Liano. aulas separadas para as disciplinas
O projecto PISA, lançado pela OCDE onde as diferenças são maiores, seja
para medir a capacidade dos jovens, através de reforços específicos de
de 15 anos, na literacia em Leitura, certos conteúdos pedagógicos.
Matemática e Ciências, demonstrou, Nos Estados Unidos, onde os rapazes
com a série de três provas já estão a abandonar o equivalente ao
realizadas nos 32 países-membros, ensino secundário a um ritmo
que os melhores resultados a superior ao das raparigas (em cerca
Matemática tendem a ser alcançados de 30 por cento), as escolas oficiais
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foram autorizadas a abrir turmas Nuno Leitão concorda que, no geral, e
diferenciadas. não só no pré-escolar, os programas
oficiais deixam um bom espaço de
No Reino Unido, as escolas do pré- manobra: "É o professor quem
escolar receberam instruções do decide, na sala de aula, a organização
Governo para, a partir deste mês, das aprendizagens. Pode fazê-lo
reforçarem os exercícios de escrita optando pela que lhe dá mais jeito,
com "materiais engraçados", junto mas também pode escolher, em vez
dos rapazes de 3/4 anos, de modo a disso, a que é melhor para os alunos."
reduzir as fortes diferenças entre os
sexos na escrita e leitura, que se Defende que os professores devem
fazem sentir pouco depois, à entrada estar sensibilizados para as
na primária. diferenças entre os dois géneros, mas
não apoia a adopção de estratégias
Esta iniciativa está a ser contestada diferenciadas. Na sua escola, que
por especialistas de desenvolvimento funciona do pré-escolar ao 2.º ciclo,
infantil que chamam a atenção, entre incentivam-se as perguntas dos
outros factores, para o facto de alunos (uma "pedagogia preciosa"), o
muitas crianças, e especialmente as debate colectivo, as experiências
do sexo masculino, não terem ainda feitas pelas próprias crianças (em vez
adquirido, nestas idades, as de estarem a ver o professor a fazê-
capacidades de motricidade fina las), a curiosidade, a memorização.
necessárias ao desenvolvimento da
escrita.
"Dá-se a oportunidade aos
alunos de conseguirem, de
Alice Mendonça vê a adopção de forma autónoma, construir um
estratégias diferenciadas nas escolas
sentido para as coisas, que é o
como "um novo desafio social" a que
urge deitar a mão. Em Portugal, não que eles procuram antes de
fazem parte do programa do Governo. mais, criando assim uma
Resposta ministerial ao P2: "Não motivação intrínseca que os leva
existe qualquer orientação expressa a querer saber mais."
pelo Ministério da Educação sobre a
abordagem diferenciada por género, É quase uma ilha. E não só pelo facto
como estratégia de aprendizagem." de não se registar ali o hiato de
resultados entre raparigas e rapazes
O ministério lembra que a Lei de que anda a sobressaltar meio mundo.
Bases do Sistema Educativo, Esse hiato, frisa Teresa Seabra, é
aprovada em 1986, atribui ao Estado também fomentado pelos modelos
a responsabilidade de "assegurar a veiculados pelos media: "Ser bom
igualdade de oportunidade para aluno, sendo rapaz, funciona, em
ambos os sexos", e que, no ensino alguns grupos de pares, como um
pré-escolar, "cada educador tem handicap."
autonomia e responsabilidade para
gerir o currículo", devendo "estimular Se os rapazes passarem a
o desenvolvimento da criança tendo interiorizar, maioritariamente, a
em conta as suas características ideia de que desafiar a escola e
individuais".
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ser mau aluno é "normal",
estarão criadas as condições
para que os homens sejam,
amanhã, uma nova classe baixa
das sociedades desenvolvidas
ocidentais.
NOTÍCIA:
A Prof. Teresa Câncio reformou-se.
Gostaria de lhe dedicar algumas linhas Da Matemática...
de admiração por ter chegado ao fim de
uma carreira que nem sempre nos traz
grande reconhecimento mas que
certamente nos traz sempre a alegria de Jogo H E X
ajudar e acompanhar jovens no seu
crescimento. O jogo Hex foi inventado na década
Apesar de ter tido pouca convivência de 1940, pelo físico dinamarquês
com a Prof. Teresa C. sinto a sua falta e Piet Hein. Anos mais tarde, o
pesa-me o vazio que ela deixou. Todos matemático americano John Forbes
fazemos falta afinal!
Nash – prémio Nobel da Economia
– reinventou-o pois não sabia que o
mesmo já tinha sido inventado.
O Hex é um jogo de tabuleiro que,
semelhantemente ao jogo das
Damas ou Xadrez,
por exemplo, é
jogado por duas
pessoas. O objectivo
do jogo é construir
uma sequência
contínua de peças
até unir duas
margens opostas. Ao
XADREZ NA BIBLIOTECA mesmo tempo que
se constrói a sequência, é
indispensável impedir o adversário
O João Reis e o Miguel Janela, do 11.º de o fazer. Ganha quem concluir
A, foram os primeiros alunos a jogar primeiro a sequência, ou seja, quem
conseguir primeiro fazer uma
xadrez na biblioteca. “linha” contínua de peças que toque
Vem descobrir esta actividade. nas duas margens opostas.
Foto e texto: Prof.ª Lurdes Fonseca
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Abaixo, passo a transcrever as
regras que retirei do site OFICINA DE Escrita
www.ludicum.org:
«O jogo inicia-se no tabuleiro vazio. temática
Em cada turno, cada jogador coloca
uma peça da sua cor num hexágono
vazio. O jogador das pretas ganha a Auto-apresentação
partida se criar um caminho que
una as margens negras no diagrama, Encostado a uma porta,
noroeste e sudeste). Por sua vez, o contemplo os seus movimentos, os
jogador das brancas ganha a partida seus gestos e os seus tiques. Neste
se criar um caminho que una as momento, encontra-se a observar
um mapa-múndi; possivelmente,
margens brancas (no diagrama,
está a imaginar o seu futuro na Grã-
nordeste e sudoeste). Troca de cores: Bretanha, rodeada por pessoas
O segundo jogador, no seu primeiro com hábitos e costumes muito
lance (se vir vantagem nisso) pode diferentes dos do povo português,
aproveitar o lance efectuado pelo os malditos ingleses. Talvez seja por
seu adversário, impondo a troca de isso que está a ler Pride and
cores. Neste exemplo, as pretas Prejudice (Orgulho e Preconceito)
ganham o jogo (se for a sua vez de de Jane Austen, na versão original,
jogar) colocando uma peça na casa e ficou fascinada com um filme que
falava da relação de amor/ódio da
g2.
autora do livro.
No âmbito do campeonato de Hex
Fartou-se do mapa-múndi e
que se realizará no presente ano encostou-se a uma cadeira a ouvir
lectivo na nossa escola, o professor a música que passa na rádio.
de MACS dedicou uma aula à Consigo ler-lhe os pensamentos;
prática deste jogo. Grande parte dos deve estar a pensar como é que
alunos, senão mesmo a totalidade, vai começar um texto ou o que
teve contacto com o jogo pela terá de importante para escrever
primeira vez quando o professor no diário. Leva as mãos à cabeça,
nos falou do mesmo. num acto de desespero e
frustração – já deve estar a pensar
Penso que os resultados foram
que a vida é ingrata e que não lhe
positivos. O jogo despertou arranja motivos para escrever e
interesse nos alunos, sendo um jogo para sorrir. Está tão enganada,
de lógica que exige muita basta olhar à sua volta. Fecha os
concentração. Foi possível observar olhos e adormece. Pudera, com o
que os alunos estiveram pouco que anda a dormir e com o
interessados em fazer “combates” muito que anda a sonhar…
com diversas pessoas, inclusive com Enquanto dorme, eu vou
o professor. aproveitar para decifrar um pouco
mais o que vai naquela cabecinha.
Beatriz Esteves, nº7 da turma 10º N Reina o mistério naquele metro e
setenta e dois de altura. Ninguém,
por muito bem que a conheça,
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consegue desvendar aquilo que ela especial para o teste de Português.
está a pensar, em determinada Achou que não precisava de
altura. Guarda para si qualquer tipo estudar e foi o que se viu; para o
de sentimentos, não os segundo, já se agarrou aos livros,
demonstrando com facilidade, com unhas e dentes. Agora resta
especialmente nos dias que correm esperar para ver se os resultados
porque mesmo estando triste por se correspondem.
ter separado dos seus dois Por fim, acho que ela já reparou
compinchas, não o revela a em mim a observá-la com um
ninguém. Mas eu sei que ela sente bloco e um lápis na mão. Ficou
a falta deles e do seu apoio vermelhíssima e irritada. Odeia que
incondicional. a observem fixamente. Deve ter
Penso que acordou. Será que teve imaginado que estava a desenhar
algum sonho? Teve, só que não foi o seu retrato, mas nada disso.
com o príncipe encantado Quem tem jeitinho para desenhar é
montado num cavalo branco. ela. Só é pena não saber aproveitar
Aquela personalidade muito fria e o seu tempo livre, porque já não
racional faz com que não queira desenha nem escreve estórias
perder tempo com questões do interessantes há tanto tempo. E
foro amoroso. Tem muito para como eu adoro aquelas estórias
estudar e este ano não se está a dela!
revelar nada fácil. Enquanto que o Joana Ribeiro
11º ano correu lindamente e às mil
maravilhas, tirando o exame de
Física e Química A, o 12º começa a Páginas perdidas
revelar-se problemático e instável,
com particular atenção à Enquanto espero vou
Matemática. A continuar assim, e Escrevendo
iremos ter uma nova Geometria Falando e olhando
Descritiva; tão depressa tira positiva
como no teste seguinte vai por ali Ocupando o tempo
abaixo, surgindo as tão odiadas Vê-lo passar
negativas. E sentindo o ar
A Joana odeia mediocridade.
Não suporta a falta de esforço das Sinto que está frio
pessoas, detestando ver pessoas Os cobertores são
inteligentes a não tirarem proveito No mínimo convidativos.
das suas capacidades. Vai daí, ficar Marisa Carrasqueira
pior que estragada quando tira
uma negativa. É que as negativas 12ºI
não levam a lado nenhum e, se
pretende seguir Ciências Lá vai ela descalça pela rua
Farmacêuticas (é verdade, depois
de ponderar tantas opções, Lá vai ela, pobre criança indefesa
acabou por escolher a menos Pela rua descalça.
previsível), tem que se esforçar mais Já não tem pai nem mãe,
e não pode andar na brincadeira
Foram uns tios que tomaram conta
como andou neste período, em
por pena,
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Desde quando ainda ela era pequena. Que não tem nem um cêntimo nem
carteira,
O seu choro causa-me angústia, É o homem pobre de espírito, sem tom
Soluça quase roxa por um bocado de de brincadeira.
atenção.
Não tem amor nem o aconchego de Do egoísmo e da inveja humana,
uma família, Ninguém distingue crueldade tamanha.
É visível até aos olhos de um cego,
Não tem carinho nem um beijo de
Mas a riqueza ao homem só serve para
boa noite.
lhe alimentar o ego.
Lá vai ela descalça pela rua, Entre o homem rico e o rico homem,
Gritando por uma luta que não é Já se sabia a diferença desde ontem,
apenas a sua. Mas é hoje que ela tem de ser atenuada
E eu tenho vontade de a agarrar pela Para que amanhã não seja mais
mão, lembrada.
Trazê-la comigo, dar-lhe um abrigo e
um pedaço de pão. O pobre que não tem um tostão para
viver,
Lança-me um olhar enternecido que Sobrevive da generosidade alheia,
quero ser capaz de agarrar. Que tanto o rico dá como pode vender,
Tão pequena e com ela traz um cruz Porque ganhando ou roubando tem
tão grande que nem consegue sempre a sua barriga cheia.
carregar.
Joana Rodrigues
Toda ela é sofrimento, condensada
12ºI
num pigmento de gente,
Todos a vêem e não entendem que é
apenas uma criança diferente.
Tem um primo que a vem acalmar,
Mas as lágrimas correm-lhe pela cara
sem cessar.
Ela afoga-se em tristeza e solidão
E eu impotente não lhe posso servir Apenas mais um dia
de salvação. De um longo ano
Que vem por aí fora
Joana Rodrigues
12ºI Mas a ansiedade e expectativa
Pessoas e possíveis acontecimentos
Não tem casa nem abrigo, Fazem com que eu queira
Nem um tecto que o abrigue da noite
fria. Que esse dia
O seu cobertor é um jornal, Chegue e se apresente
Onde alguém num discurso bonito disse Dizendo “é hoje”
que ia reduzir a pobreza. Marisa Carrasqueiro 12ºI
Mais pobre do que ele,
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12. Nº3- Ano lectivo 2009/2010 – Janeiro/Fevereiro
No entanto, a alimentação não previne o
ESTILOS DE VIDA aparecimento de determinadas infecções,
como é o caso da divulgada Gripe A, já que
como referem os especialistas trata-se de
SAUDÁVEL !!!! uma infecção. Ou seja, por mais sumo de
laranja que beba, se entrar em contacto
com o vírus H1N1 é provável que adoeça.
ALIMENTAÇÃO EM TEMPOS DE GRIPE Isto porque se trata de um vírus novo, para
o qual ainda não temos defesas e anti-
Agora que o Inverno chegou e, com ele corpos desenvolvidos.
todas as adversidades climatéricas
associadas, que nos deixam mais “A gripe é uma doença que requer
susceptíveis de contrair infecções, uma cuidados alimentares simples", alerta Maria
questão impera entre todos nós: Como Daniel Almeida. O fundamental é a
preparar-se para evitar a gripe? Esta é hidratação. Os sintomas como: febres
uma questão que preocupa famílias, altas, vómitos, diarreia e tosse provocam,
escolas e organizações. naturalmente, perda de líquidos, o que
pode agravar o estado do doente.
Uma boa alimentação não previne os
vários tipos de gripe, mas pode ajudar o Por tudo isto, durante a gripe, é essencial
organismo a reagir melhor à doença, manter o corpo bem hidratado: recorra à
alertam os nutricionistas. Por isso, a ingestão de água, sumos, chá, tisanas,
Faculdade de Ciências da Nutrição e leite e iogurtes. E, deve beber sempre que
Alimentação do Porto elaborou um guia tiver sede ou mesmo que não tenha,
para ajudar os portugueses a superar a tentando chegar aos três litros por dia, no
pandemia, disponível na internet. Todos caso das mulheres e, perto dos quatro no
vós poderão encontrar e consultar estas e caso dos homens. Por outro lado, há que
outras informações, em ter especial atenção às bebidas que
http://sigarra.up.pt/fcnaup/noticias_geral.ver desidratam, como são os exemplos das
_noticia?P_nr=586. bebidas alcoólicas e de outras muito
açucaradas.
"Uma pessoa bem nutrida está mais apta
a aguentar melhor qualquer doença. Os Também é importante que os doentes
sintomas são atenuados", explica a combatam a falta de energia e falta de
nutricionista Maria Daniel Almeida, uma apetite típicas da doença. Os doentes
das coordenadoras do guia "Alimentação muitas vezes perdem o apetite, mas deixar
em Tempo de Gripe". "Qualquer doença de comer enfraquece o doente e dificulta a
infecciosa tem tendência a espalhar-se em recuperação. Por isso devem fraccionar
corpos subnutridos. Por isso, um corpo as refeições, comer pouco e mais vezes
bem alimentado está mais protegido", ao longo do dia.
concorda o infecciologista Fernando
Maltez. Além disso, também responde E existem ainda mitos que, devem ser
melhor à vacinação, acrescenta. combatidos. Como é o caso, da ideia de
que, as bebidas e comidas quentes são
A endrocrinologista, Isabel do Carmo boas para combater as gripes. Na
explica que, as pessoas com distúrbios realidade, as comidas quentes fazem com
alimentares, como a anorexia, estão muitas que a pessoa transpire ainda mais e
vezes subnutridas e, por isso, mais desidrate mais facilmente.
fragilizadas. Assim, são pessoas que têm
um maior risco de contraírem infecções e, Para terminar, cito Alexandra Bento,
consequentemente, enfrentarem um maior presidente da Associação Portuguesa de
número de complicações. "Qualquer Nutricionistas, elogia ideia e realça a
doença crónica ou aguda deixa as pessoas importância de "consumir alimentos que
mais frágeis à gripe. São duas agressões",
reforçam as nossas defesas: vitaminas
acrescenta Maria Daniel Almeida.
12
PáginasTantas - nº3 – Março de 2010
13. Nº3- Ano lectivo 2009/2010 – Janeiro/Fevereiro
e minerais. Ou seja, muita fruta e com a sua imaginação.
hortícolas". O tempo atraiçoa-a
Rita Antunes “Outra vez não!”
O fim?
Outras páginas soltas Sua aparência… adoração!
Leonor Neto, 10 de Novembro 2009- 12ºA
Adoração
Acordam e recordarão…
O dia de ontem foi ontem!
Para quê aceitar um não?! Quem foi?
Oh dia de hoje, oh amanhã…
Procura uma resposta nos teus lábios,
um carinho nas tuas mãos.
Procura a verdade e o afecto,
encara o mundo com compreensão.
Ouve ao longe um suspiro…
Será a razão?
… Corre desesperada nessa direcção.
Bartolomeu de Gusmão
Louca olha para o abismo
Pesquisa e manda para o jornal o teu
“Acolhe-me. trabalho de recolha de informação
Suga-me esta solidão.”
Odeia o tempo!
INVASÕES
Passa rápido http://linhasdetorres.wordpress.com/
quando quer a sua lentidão,
Lento quando pede
um momento,
um soar de compaixão.
A cair…
Apenas consegue pensar
um mundo iludido
13
PáginasTantas - nº3 – Março de 2010
14. Nº3- Ano lectivo 2009/2010 – Janeiro/Fevereiro
a tão receada agulha iria
Páginas soltas penetrar a sua carne jovem e
sensível.
Retalhos de umas infernais idas Passados três ou quatro anos, a
ao médico menina já não tem mais aquele
cabelo à rapazola nem usa
É dia de levar uma vacina, suspensórios; deixou o cabelo
essa coisa medonha e crescer e furou as orelhas.
assustadora que se encontra Cresceu e já vê o mundo com
inserida numa horripilante outros olhos, excepto as idas ao
seringa. Tem uma agulha na laboratório de análises, onde a
ponta, que é temida por uma bruxa má, aquela carcaça
menina pequenina com cabelo velha, ainda a aguarda com um
à rapazola e suspensórios. Olha sorriso desdentado e maléfico e
para o objecto, com com uma verruga que não
desconfiança, e sente um nó na prima pela beleza. Passou
garganta. "Nem pense que me também a odiar tudo o que
vai picar, eu não vou deixar", envolve batas brancas e
pensa ela para si, olhando ora estetoscópio ao pescoço,
para a seringa ora para os seus devido a uma pequena cirurgia
pais, que começavam a prever que não o chegou a ser.
uma desgraça. É então que, ao Em pleno mês de Agosto, um
ver a seringa cada vez mais sol abrasador despertava por
perto, as lágrimas começam a entre as poucas nuvens que
correr pela cara da menina e surgiam, convidando a umas
esta desata numa choradeira idas à praia com toda a pompa
infernal. Ninguém a consegue e circunstância. A menina, como
acalmar, nem mesmo os pais a maioria dos portugueses que
que pacientemente estavam ali, se encontravam de férias, não
naquele momento doloroso, ao foge à regra e dirige-se também
seu lado. A menina chora, a à praia, não sem antes verificar
menina grita, a menina se estava tudo em ordem - o
esperneia e olha com um olhar fato de banho estava em
feroz a enfermeira, que condições, a toalha de praia
aparenta um ar de bruxa má, também estava a postos, tal
com direito a verruga e tudo. Se como o protector solar. Só havia
o olhar matasse, a enfermeira já uma coisa a mais: um
tinha sido aniquilada há muito, desconfortável cravo no braço
tal era a raiva que a menina dos esquerdo, que só lhe dava
suspensórios nutria por aquela preocupações. Arreliados com a
bruxa. Levantando-se da situação, os pais pegam a
marquesa num ápice, a menina pela mão e consultam
pequena foge para junto dos um dermatologista, que apesar
seus pais, adiando o dia em que de não ter semelhança alguma
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PáginasTantas - nº3 – Março de 2010
15. Nº3- Ano lectivo 2009/2010 – Janeiro/Fevereiro
com a bruxa má do laboratório, menina deitar-se na marquesa e
era igualmente assustador. tirar a blusa. Revoltada, já com
Aquele ar de cromo da banda, uma lágrima no canto do olho,
a bata branca impecavelmente pergunta à sua mãe por que
engomada e uns óculos que razão é que a enfermeira se
pareciam diminuir o globo estava a dirigir para ela com
ocular, transformavam-no num uma seringa na mão, pelo que a
ser estranho, que não inspirava mãe lhe explica que se tratava
grande confiança. Agarrando e da anestesia. "Mas, é que, nem
analisando o braço da menina, pensar!", protesta a
sem dó nem piedade, lá rapariguinha, ao mesmo tempo
concluiu que se tratava de um que chora baba e ranho. Chora,
furúnculo, uma espécie de chora, chora e insiste que não
erupção cutânea; tinha lhe podem tocar com aquilo,
portanto, um braço com aquela coisa assustadora,
propriedades vulcânicas, capaz aquele objecto de tortura.
de entrar em erupção. Após Depois de uma hora a chorar e
reflectir sobre aquilo que a protestar, os pais, já fartos de
acabara de concluir, retorquiu a tamanha teimosia e mimo,
solução que a frágil criança mais regressam a casa
temia: "essa bolinha que tens no acompanhados pela menina e
braço só sai daí com uma pelo cravo, que se tornou um fiel
pequena cirurgia". Ela sabia o companheiro até ao dia em
que isso era e sabia que existiam que, após umas quantas
anestesias, bisturis e pontos ou aplicações de água oxigenada
agrafes envolvidos. e muita água do mar à mistura,
Chegado o dia da cirurgia, a acabou por cair.
menina dirige-se com os seus
pais a um hospital, do mais
chique que pode existir, talvez a
instituição mais privada do país,
com todas as mordomias
necessárias para agradar ao
enfermo. Mas, nem esse luxo e
essa ostentação chegavam
para consolar e acalmar a
garota que lutava internamente
contra o seu nervosismo. Com a
Hoje em dia, a menina já
aproximação da hora,
deixou de o ser e tornou-se
terrivelmente esperada, a família
numa jovem quase adulta,
dirige-se a uma sala onde uma
prestes a entrar para a
enfermeira que, tal como a
universidade e a tirar a carta. O
outra, de meiga não tinha nada,
medo face às agulhas continua,
pega numa seringa e manda a
mas já provou que não vai voltar
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PáginasTantas - nº3 – Março de 2010
16. Nº3- Ano lectivo 2009/2010 – Janeiro/Fevereiro
a chorar; seria uma vergonha se verão cheira a “Lar, doce lar” como
o fizesse. Quanto às cirurgias, já diz a minha irmã. O cheiro a “lar,
está mais calma e até nutre um doce lar” não é mais que a cera
certo fascínio por blocos para os móveis e a flores, é um
operatórios, batas e bisturis. cheiro muito leve e muito calmo, é
Contudo, se puder evitar estes agradável, é familiar.
No dia seguinte, vim para a
dois procedimentos, fará tudo o
escola, cheira a obras e a perfume.
que estiver ao seu alcance.
Toda a gente parecia ter despejado
Quanto mais não seja, utilizando o frasco inteiro do perfume. Não,
água oxigenada. não era um cheiro particularmente
agradável, admito. Agora, no último
Joana Firmino Ribeiro Nº 13 12º D ano do secundário, a escola torna-
2 de Dezembro de 2009
se pequena para nós, as pessoas à
nossa volta tornam-se um tanto ou
Texto de Reflexão quanto infantis e demasiado
familiares.
Agora que é Inverno, está frio
E a rotina, essa cheira a café.
e húmido. Cheira a Natal, a chuva.
O café pela manhã ali, no “Padeiro”,
Aquele cheiro a molhado, a estrada
rotina de todos os dias, todas as
e a terra que a chuva tem, faz-me
semanas, com o mesmo grupo, a ler
sempre lembrar o Natal. É como o
os mesmos jornais e a ter as
cheiro de yougurt de pêssego me
mesmas conversas. Não gosto de
faz lembrar o
rotina, mas esta é uma
verão, não sei
boa rotina, a conversa é
explicar. E hoje
boa, o café é bom, o
cheira tão bem no
tempo passa.
meu quarto, a
Durante o período,
chuva e a frio, que
não senti muito este cheiro
decidi reflectir a
a escola porque felizmente
partir dos cheiros.
o nosso horário permite-
Sim, parece-me
nos uma certa liberdade
original.
para fazermos o nosso
trabalho extra-curricular e
Quando o
não só..
período começou
Durante este
cheirava a
período, cheirou sobretudo
protector solar. Ah,
a mudança, a passado e a
como eu gosto do cheiro do
futuro. Tivemos um sem conta de
protector solar. Acabou tão
conversas sobre a nossa infância, o
depressa o verão que eu nem dei
infantário, a escola primária, as
por isso, e quando vim para a
férias, as festas de aniversário e os
escola tinha acabado de chegar a
que deixámos para trás. Lembrámo-
casa, tinha ido acampar com os
nos , quer dizer lembrei-me, do
meus amigos e quando vim para
cheiro às tostas mistas do bar do
casa cheirava a minha casa depois
ciclo, do cheiro a velho da nossa
do verão. A minha casa depois do
primeira sala de aulas, do cheiro
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PáginasTantas - nº3 – Março de 2010
17. Nº3- Ano lectivo 2009/2010 – Janeiro/Fevereiro
das minhas primeiras sapatilhas de
ballet. Uma certa nostalgia no ar, as
Nenhum olhar
vezes, cheira a vida. Tivemos um
outro sem número de conversas
sobre o futuro, os sonhos de cada
um, as faculdades, os carros, a
independência. Compreendam-me,
aqui estive a vida toda, faço o
mesmo percurso todos os dias, Vejo-te partir.
cumprimento as mesmas pessoas,
bebo o mesmo café, sento-me na Mas não olho…
mesma carteira, todos os dias,
como é normal, com o tempo o Não posso!
cheiro torna-se enjoativo, não só Olhar era mostrar o sentir,
para mim, para todos. E, assim,
vamo-nos interrogando e sofrer com a despedida!
desconversando sobre o que ainda Vejo…
não conhecemos e queremos
conhecer, sobre os horizontes Aprecio a tua saída
maiores. Necessito desenjoar,
com um sorriso.
preciso do cheiro do ar fresco.
Este período, cheirou a livros E como se quisesse olhar,
e a laboratórios, foi-nos dada muito
maior autonomia e uma maior como se pudesse,
liberdade de escolhas. Estou feliz uma lágrima de desabafo
com o percurso até aqui, demonstro
evolução. obriga-me a fechar os olhos.
E agora, agora cheira a
Com a vista já limpa,
Natal, deve ser o melhor cheiro de
todos. Este é o cheiro dos melhores com o olhar tapado,
momentos da vida, cheira aos meus
avós e aos meus primos, à minha não vejo ninguém.
lareira e a bolo-rei. Estou a Meu amor… partiste!
aproveitar com o olfacto inteiro este
cheiro a natal, a vitória e a Deixaste-me e eu…
mudança. Quero aproveitar a vida
O que posso dar?
assim não só com o olfacto, com
todos os sentidos. Apenas…
15/12/2009
Diana Branco Nenhum olhar!
Leonor Neto, 12ºA
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PáginasTantas - nº3 – Março de 2010
18. Nº3- Ano lectivo 2009/2010 – Janeiro/Fevereiro
EE agora
agora que que jjá á nos
nos
S. VALENTIM e o conhecemos há allgum ttempo,,
conhecemos há a gum empo
AMOR apenas posso diizer que tte amo e que
apenas posso d zer que e amo e que
estta é reallmentte a úniica certteza que
es a é rea men e a ún ca cer eza que
Dettestto--tte por tte amar
De es o e por e amar ttenho acerca do amor..
enho acerca do amor
Não nos conhecííamos há
Não nos conhec amos há Neuza Amaral
muiitto ttempo e eu jjá tte dettesttava,,
mu o empo e eu á e de es ava Projjecto de
Pro ecto de
por vezes ttenttava jjusttiiffiicar esse
por vezes en ava us car esse
senttiimentto que me domiinava,, mas
sen men o que me dom nava mas Solliidariiedade Sociiall
So dar edade Soc a
era iimpossíívell,, e piior,, é que a cada
era mposs ve e p or é que a cada
diia que passava dettesttava--tte cada
d a que passava de es ava e cada Os fenómenos de pobreza e
vez maiis.. Porque iimplliicavas
vez ma s Porque mp cavas exclusão social são consequência de
comiigo,, porque me conttrariiavas,,
com go porque me con rar avas
porque
porque ffallavas,,
a avas porque
porque vários factores e, por isso, tocam todos
siimpllesmentte exiisttiias,, e aciima de
s mp esmen e ex s as e ac ma de os sectores da sociedade. Para combatê-
ttudo porque me ffiizestte amar--tte..
udo porque me zes e amar e
los, é necessário compatibilizar e
Era iinsuporttávell conviiver
Era nsupor áve conv ver
conttiigo,, na miinha cabeça esttava
con go na m nha cabeça es ava articular todos os esforços possíveis,
ttudo cada vez maiis conffuso,, as
udo cada vez ma s con uso as tanto a nível escolar como local.
noiittes mall passadas,, as náuseas por
no es ma passadas as náuseas por
tte ver e o senttiimentto de ódiio por Neste âmbito, a Escola pretende
e ver e o sen men o de ód o por
gosttar ttantto de ttii..
gos ar an o de ajudar os alunos de famílias mais
E chamam a iistto amor?!! A
E chamam a s o amor? A carenciadas que frequentam este
ttoda estta dor.. Será que o amor é
oda es a dor Será que o amor é
masoquiismo,, será que é desprezo
masoqu smo será que é desprezo estabelecimento de ensino bem como
pello outtro,, ou era eu que por ttantto
pe o ou ro ou era eu que por an o outros membros da comunidade escolar.
tte amar e não querer,, o conffundiia
e amar e não querer o con und a
com um senttiimentto mau.. Não Propõe-se, assim, intervir em acções de
com um sen men o mau Não
conseguii perceber atté ao diia em que
consegu perceber a é ao d a em que solidariedade social, nomeadamente,
mudastte e que por siinall mudastte
mudas e e que por s na mudas e numa campanha de recolha de bens
ttambém a miinha viida.. As noiittes em
ambém a m nha v da As no es em
branco ttornaram--se nos maiis bellos
branco ornaram se nos ma s be os alimentares, donativos monetários, entre
sonhos que allguma vez ttiive e as
sonhos que a guma vez ve e as outros.
náuseas passaram a ser a saudade e
náuseas passaram a ser a saudade e
Os objectivos deste Projecto são:
a allegriia por tte ver..
a a egr a por e ver
Será que é iistto o amor?!! Estta
Será que é s o o amor? Es a contribuir para a melhoria da
fforça que me percorre e que me
orça que me percorre e que me qualidade da vida escolar dos
deiixa com vonttade de tte beiijjar,, de
de xa com von ade de e be ar de
esttar conttiigo e de tte poder perdoar
es ar con go e de e poder perdoar alunos com mais dificuldades
por me tteres ffeiitto dettesttar--tte em
por me eres e o de es ar e em económicas;
ttempos..
empos
18
PáginasTantas - nº3 – Março de 2010
19. Nº3- Ano lectivo 2009/2010 – Janeiro/Fevereiro
contribuir para a melhoria da Acções desenvolvidas para angariação de
fundos
qualidade de vida de outros
Para dar cumprimento ao
membros da comunidade
Projecto, os colaboradores encetaram
escolar;
várias acções, nomeadamente:
promover o envolvimento de
reuniões de trabalho para
todos os elementos da
planificação das acções a
comunidade educativa e local;
desenvolver:
promover a capacidade de
- 30-09-2009
interacção da comunidade com
- 21-10-2009
atitudes solidárias.
- 28-10-2009
- 04-11-2009
Colaboradores do Projecto
- 02-12-2009
Este Projecto nasceu devido à - 21-12-2009
situação muito precária de um aluno do
sensibilização dos alunos através
Curso Profissional de Informática.
dos Directores de Turma para a
Dada a sua dimensão social,
problemática e importância da
houve necessidade de integrar vários
sua colaboração com donativos;
professores e funcionários para cumprir
sensibilização da comunidade
os objectivos propostos. Assim, os
educativa, professores e
intervenientes neste projecto são:
funcionários para a angariação
de donativos;
Coordenadora Professoras Funcionárias
envio de correspondência a
Fernanda Eugénia Célia
António Pestana Gonçalves várias entidades da comunidade
Helena Lurdes Dias mafrense a solicitar apoio
Ferreira monetário ou outros.
Luísa
Fachada
Estas acções tiveram como
Margarida
suporte textos informativos que se
Cachão
Teresa encontram em anexo, bem como a
Prelhaz informação sobre os donativos
recebidos.
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PáginasTantas - nº3 – Março de 2010
20. Nº3- Ano lectivo 2009/2010 – Janeiro/Fevereiro
5ª feira
Actividades desenvolvidas
Tendo em conta os donativos recebidos,
Data Nome Valor
foi possível realizar a seguinte
Angariado
actividade: 16 de Eugénia 30 euros
entrega de cabazes de Natal a Novembro – 2ª Pestana
seis famílias da comunidade feira
19 de Fernanda 19 euros
escolar no valor total de 261,30
Novembro – 5ª António
€ (duzentos e sessenta e um
feira
euros e trinta cêntimos). 23 de Luísa 12 euros
Angariação de donativos Novembro – 2º Fachada
através de bens alimentares feira
26 de Luísa 12 euros
e outros
Novembro – 5ª Fachada
Novembro e Dezembro de 2009 feira
2 de Dezembro Margarida 10 euros
Data Nome
– 2ª feira Cachão
16 de Novembro – Eugénia Pestana
3 de Dezembro Teresa 10 euros
2ª feira
– 5ª feira Prelhaz
19 de Novembro – Fernanda António
7 de Dezembro Ana Ribeiro 12 euros
5ª feira
– 2ª feira
23 de Novembro – Luísa Fachada
9 de Dezembro Teresa 12 euros
2º feira
– 4ª feira Oliveira
26 de Novembro – Luísa Fachada
14 de Helena 11 euros
5ª feira
Dezembro – 2ª Ferreira
2 de Dezembro – Margarida Cachão
feira
2ª feira
Total 128 euros
3 de Dezembro – Teresa Prelhaz
Data Nome Valor
5ª feira
Angariado
7 de Dezembro – Ana Ribeiro
Dezembro Ana Gonçalves 10 euros
2ª feira
Dezembro Café Cerâmica 20 euros
10 de Dezembro – Teresa Oliveira
5ª feira
14 de Dezembro – Helena Ferreira
2ª feira
17 de Dezembro – Ana Paula Luis
20
PáginasTantas - nº3 – Março de 2010
21. Nº3- Ano lectivo 2009/2010 – Janeiro/Fevereiro
Dezembro Caixa de 500 euros P3 -------
Crédito Q3 -------
Agrícola de Total 77,38 euros
1
Mafra
Dezembro Castelão 6 bolos reis Total de dinheiro angariado: 128 + 30 +
Dezembro Intermarché Desconto de
77,38 = 235,38 €
10% nas
Valor das compras com 10% de desconto =
compras
263,97 – 2,672= 261,30 €
Débito = 261,30 - 235,38 = 25,92 €
Alma sem título
Por entre linhas escrevo o que me vai na
alma, é tanta coisa que nem sei por onde
começar, sei que quero gritar e a alguém
Angariação de donativos – 12ºanos dizer que amo, mesmo que não conheça,
simplesmente dizer que a amo, pois
todos nós estamos de alguma forma
Turma Valor ligados uns aos outros.
Angariado Tantas vezes eu me questiono, como
Euros
podem as pessoas ser tão cruéis umas
A 15,45
com as outras, não pode ser apenas
B ------- deficiência de Cérbero, deficiências a
C ------- nível genético ou mesmo a tal teoria de
que as pessoas cruéis ou más são assim
D 9,53
devido aos factores que lhes são
E 17,07 exteriores, tal como o ambiente que que
F -------
estão inseridos.
Como, mas como se pode ser assim?
G 14,75 Ignorar o mal dos outros, quando nós
H 2,57 estamos mal, também gostaríamos de
ter apoio?
I 8,80
O que é que se pode fazer para chamar a
J ------- atenção das pessoas, chamá-las há
L -------
realidade e tentar mudar o mundo,
porque nada é impossível, recuso me a
M 9,21 acreditar nisso, que uma só pessoa não
O3 ------- pode mudar o mundo, vemos tantas
pessoas que sozinhas conseguiram
mudar o mundo, e sempre que o vejo
1
nunca é para bem, sempre para mal,
O dinheiro dado por esta entidade encontra-se
em poder da escola. Não foi utilizado para os
2
cabazes. Valor acumulado no cartão intermarché
21
PáginasTantas - nº3 – Março de 2010
22. Nº3- Ano lectivo 2009/2010 – Janeiro/Fevereiro
será que somos mesmo maus por maneira que temos vindo a pensar, que
natureza? Será que não existe o triunfo só nós sabemos, eu sei, eu eu e mais eu,
do bem sobre o mal? não se dão oportunidades, não se dão ao
As respostas são visíveis e cada vez respeito, na minha vida eu tento ser o
mais, parece que somos maus por melhor possível, dando me ao respeito
natureza, não consigo encontrar para que me respeitem também,
nenhuma resposta ou explicação defendendo as minhas convições duma
racional para tudo isto que acontece. maneira racional e com educação sem
Será que não é possível sermos todos partir para “violência verbal”, tento ser
iguais e todos difrentes, já que os nossos o máximo possível humilde e ao mesmo
objectivos são os mesmos e fisicamente tempo ter a noção daquilo que sou, pois
somos iguais ? eu tenho tantas qualidades quanto
O que muda são as personalidades, a defeitos.
individualidade de cada um, mesmo que Digo isto porque o que para mim é bom,
hoje o que se veja são grupos “iguais”, para ti pode ser mau e o que pode para
parece deixar de haver a tal mim ser mau para ti ser bom, por isso
individualidade, mas não é sobre isto digo que tenho tantas qualidades quanto
que quero escrever, o que eu quero defeitos.
escrever, e por a minha ideia em algum Por causa do desrespeito pelos outros
sitio, é que todos nós temos o objectivo cada vez mais vemos guerras e mais
de ser felizes, e temos o mesmo coração guerras, e quando falo de guerras não
que bate e bombeia o sangue no nosso são aquelas do género da primeira ou
corpo de modo a podermos viver, acho segunda guerra mundial, falo das
tão fascinante o modo de como fomos guerras travadas nas vidas de todos nós,
criados, tão perfeitos, tão complexos… por causa do não haver respeito
Para muitos estes textos que escrevo, sentimo-nos feridos interiormente e
podem parecer confusos , embora de decidimos fazer o mesmo aos outros, e
certo modo sejam pois têm tanto então leva a uma bola de neve, criando
sentimento por entre estas palavras, uma avalanche, por isso cada vez mais
quero dizer tanta coisa que não sei por vemos desgraça, é tão estranho eu estar
onde começar, por isso deixo fluir, sempre a pensar negativo, sempre que
tentado criar a minha própria escrita, escrevo são só sentimentos negativos,
sem base ou apoio noutros textos. não sei porquê mas tudo o que vejo no
mundo entristece-me, fazendo-me ter
Porque é que já não existe respeito vontade de escrever sobre o que vejo, e
hoje em dia uns pelos outros, tentar de algum modo ir fazendo mudar
porque é que tem de haver este as pessoas.
desacordo entre as religiões, quando Limito-me a observar as atitudes e
Deus é um e um só, o mesmo para todas comportamentos que nós temos, mesmo
elas , porque é que as pessoas são eu me ponho a estudo, e tantas vezes
ignorantes ao ponto de abrir os olhos, o vejo falsidade, mentira, rancor, raiva,
que se deve ter é fé e religiosidade, pois ira, descrença em si própria, “morte”
isso leva a preconceitos, e males piores, tudo o que é mau, mas, alegro-me
pois ninguém é perfeito, todos erramos, quando olho para a televisão e oiço não
por isso o que a religiosidade quer é que sei quem salvou aquela pessoa, não sei
se seja perfeito, mas isso não será quem impediu que algo de mau
possível, enquanto pensarmos da acontecesse, alegro-me tanto
22
PáginasTantas - nº3 – Março de 2010
23. Nº3- Ano lectivo 2009/2010 – Janeiro/Fevereiro
quando as televisões se
enchem de boas atitudes, de
O que é para mim
atitudes de benovelência, Deus?
tolerância, por isso não acredito Deus, tal como em quase
totalmente na nossa “má natureza”, tudo o que nos rodeia, por
enquanto é algo abstracto, nunca
saberemos a total verdade nem
nunca ficaremos totalmente
esclarecidos, e é por isso, que para
cada um de nós há um significado
diferente de tudo, e este assunto
não é excepção.
Quando há algo que não
está a bater certo, quando estamos
ou pensamos estar perdidos,
quando já ninguém parece estar do
parece que ainda vai havendo alguém nosso lado, existe uma força que
com o poder sufeciente de enfrentar o nos consegue levantar. Uma força
mundo, mesmo que sozinhas, para mim que muitos consideram o resultado
os heróis são aqueles que pensam tanto de ter fé e acreditar, e outros
em si como nos outros, mostra carácter, consideram uma força de vontade
mostra coragem, ousadia para ser
interior, mas tudo isto tem uma
diferente…
Espero um dia poder vir a provar a mim origem.
mesmo e ao mundo que também sou Para mim, existe um só Deus,
assim ou posso vir a ser assim, espero mas que está repartido por cada um
um dia ver o sol nascer, encher o peito de nós, isto é, existe uma parte de
de ar, e gritar de alegria, espero um dia Deus bem no nosso interior, no
estar ao entardecer na praia com a brisa interior do nosso coração e mente.
a dar me nos ombros ao lado de quem
Este pouco de Deus está mais
amo, e apenas dizer lhe que a amo, sem
grandes conversas, espero um dia poder presente do que pensamos, é o nosso
voar pelo céu estrelado, espero um dia juiz de valores, é a nossa consciência,
nunca parar de sonhar, espero, espero, é a nossa noção de bem e mal, certo
ter, e nunca deixar de ter esperança, e errado, é o poço de onde retiramos
pois a esperança é algo que nunca, mas as nossas ideias e a árvore de onde
NUNCA pode ser tirando de nós, é a
colhemos as nossas decisões. É a
única coisa que nos vai mantendo vivos,
a esperança é uma coisa boa, algo que terra onde caminhamos, o ar que
nos alimenta… respiramos, a lata de tinta com que
pintamos o mundo, é a escola da
MIGUEL ÂNGELO CASTRO OLIVEIRA vida. É o nosso detector de erros, é o
08-02-2010
12ºM
nosso “anjo da guarda”, é o nosso
23
PáginasTantas - nº3 – Março de 2010
24. Nº3- Ano lectivo 2009/2010 – Janeiro/Fevereiro
porto seguro, quando sabemos que • Um torneio de cartas;
• Um torneio de Xadrez;
não temos mais nada. • Um torneio de Matraquilhos;
• Um torneio de Snooker;
Micaela Ferreira Nº11, 12ºM • Um torneio inter-turmas;
Departamento Sócio-Recreativo
ASSOCIAÇÃO DE ESTUDANTES Coordenador: Carolina Marcelino
Realização de:
• Festas de final de período;
• Festas temáticas ao longo do ano;
A Lista M venceu as eleições • Um baile de Máscaras;
para a Associação de • Uma festa de fecho da campanha;
Estudantes.
Departamento Acção Social
Coordenador: Bárbara Gouveia
Programa eleitoral Realização de:
DIRECÇãO • Palestras;
• Recolhas de bens de 1ª necessidade para
Presidente: Ricardo Batista causas humanitárias e sua distribuição pelos
Vice-presidente: Joana Martinho sem-abrigo;
Braço direito: Pedro Barão e Carolina • Campanha de sensibilização ao abandono
Vazquez dos animais;
• Sensibilização contra o racismo;
Secretário: Tiago Robalo • Campanha de sensibilização para os
Tesoureira: Joana Pereira diferentes tipos de descriminação social;
Directora Cultural: Carolina Ferreira
Director Desportivo: Tiago Lourenço
Directora Sócio-recreativo: Alexandra Borges
Directora Acção Social: Rita Pereira
Directora Comunicação e Multimédia: Mafalda
Santos
Director Baile de Gala e Viagem
de Finalistas: Paulo Jorge
DEPARTAMENTOS:
Departamento Sócio-Cultural
Coordenador: Nádia Lourenço
Realização de:
•Exposições
o Pintura;
o Desenho;
o Trabalhos Manuais (Esculturas);
o Fotografia;
o Literatura;
o Trabalhos Plásticos;
• Semana das artes;
• Criação do blog com os
trabalhos dos alunos;
Departamento Desportivo
Coordenador: João Marques
Realização de:
• Um torneio de (Basquetebol, Voleibol,
Futebol, Badmington) em parceria com as
turmas na área de desporto;
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25. Nº3- Ano lectivo 2009/2010 – Janeiro/Fevereiro
me dela, esqueço-me de a viver.
Esqueço-me das pessoas, esqueço-me
dos lugares e até me esqueço de
momentos, porque durante a minha
viagem tudo se dissipa e aí fico eu e
apenas eu.
A única lembrança que tenho
ocorre-me através de um sonho, o sonho
que é a minha luta na vida de todos os
dias e a mesma que é ganha enquanto
durmo na cama de alguém longe daqui.
E é longe que sou feliz, porque
não penso na vida. Sorriu para a vida
porque ela me sorri. E sonho porque
Comunicação e Multimédia
Coordenador: Francisco Moreira
estou a dormir longe do inimigo.
Realização de: E na manhã, em que a chuva
• Exposições sobre as tecnologias; bate no parapeito da janela, acordo ao
• Elaboração do site da associação de ouvir o seu toque na portada semi-
estudantes;
• Criação de um perfil nas redes sociais mais
serrada. Abro os olhos a custo, porque
conhecidas; não me apetece ir embora. Trocava tudo
• Colaboração na campanha eleitoral; na vida para agarrar a natureza que está
• Recuperação da rádio da escola; do lado de fora da janela, mas tão longe
• Realização de uma LAN party.
da minha casa.
Baile de Gala e Viagem de Finalistas O momento da partida
Coordenador: Pedro Machado aproxima-se com o progredir do tic-tac
Organização da: do relógio, que marca o compasso da
• Viagem de Finalistas:
o Andorra; vida acelerada de todos os dias deixada
o Benalmadena; para trás. Em breve terei de a agarrar de
• Elaboração do Jantar e Baile de Gala; novo.
• Colaboração na semana de campanha. São mais três horas de viagem
*Pedido de sugestões aos alunos através de de regresso. Três horas que passam
inquéritos realizados em cada período.* mais devagar do que as três horas da
chegada. Distância separada pelo
tempo. Distância igual que demora mais
É BOM VIAJAR para baixo do que para cima. Para cima
É bom viajar. Eu gosto e não me
somos levados pela alegria e pela
importo que o destino seja o mesmo há
saudade, ouvem-se risos na viagem.
17 anos. Durante cerca de três horas
Para baixo somos levados pela tristeza e
sinto-me como que abandonando
pela monotonia da vida de todos os dias,
qualquer coisa. Deixo a minha vida para
ouve-se o silêncio aterrorizante do vazio
trás e vou em busca de outra.
que preenche a estrada atrás de nós.
A ansiedade rouba-me o sono no
O outro lado da estrada espera-
momento da partida, porque sei de
nos no próximo ano, para uma nova
antemão o que me espera lá em cima.
viagem.
Não estou no meu reino mas quase.
Durante o tempo que permaneço longe Janeiro de 2010
da minha vida de todos os dias esqueço- Joana Rodrigues,12ºI
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