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A crise da metafísica
com Hume.
A metafísica clássica ou moderna (por
exemplo, a de Descartes) baseava-se
na afirmação de que o intelecto
humano ou o pensamento possui o
poder para conhecer a realidade tal
como é em si mesma e que, graças às
operações intelectuais ou aos
conceitos que representam as coisas
e as transformam em objetos de
conhecimento, o sujeito do
conhecimento tem acesso ao Ser.
A metafísica baseava-se em dois pressupostos:
(1) a realidade em si existe e pode ser conhecida;
(2) ideias ou conceitos são um conhecimento
verdadeiro da realidade, porque a verdade é a
correspondência entre as coisas e os
pensamentos, ou entre o intelecto e a realidade.
Esses dois pressupostos assentavam-se num
único fundamento: a existência de um Ser Infinito
(Deus) que garantia a realidade e a
inteligibilidade de todas as coisas, dotando os
humanos de um intelecto capaz de conhecê-las
tais como são em si mesmas.
David Hume dirá que os dois pressupostos da
metafísica não têm fundamento, não possuem
validade alguma.
A metafísica – antiga, medieval e
clássica ou moderna – era sustentada
por três princípios: identidade, nãocontradição e razão suficiente ou
causalidade. Os dois primeiros
serviam de garantia para a idéia de
substância ou essência; o terceiro
servia de garantia para explicar a
origem e a finalidade das coisas, bem
como as relações entre os seres.
Hume, partindo da teoria do
conhecimento, mostrou que o
sujeito do conhecimento opera
associando sensações,
percepções e impressões
recebidas pelos órgãos dos
sentidos e retidas na memória. As
idéias nada mais são do que
hábitos mentais de associação de
impressões semelhantes ou de
impressões sucessivas.
Q u e é a i d e i a de substância
ou de essência? N a d a m a i s d o
q u e u m n o me g e r a l
d a d o p a r a i n d i c a r u m
c o n j u n t o d e i ma g e n s
e d e i d e i a s que nossa
consciência tem o hábito de associar por
causa das semelhanças entre elas. O
princípio da identidade e o da nãocontradição são s i m p l e s m e n t e
o r e s u l t a d o d e
p e r c e b e r mo s
r e p e t i d a e
r e g u l a r me n t e c e r t a s
c o i s a s s e me l h a n t e s e
Que é a ideia de causalidade? O mero
hábito que nossa mente adquire de
estabelecer relações de causa e
efeito entre percepções e
impressões sucessivas, chamando as
anteriores de causas e as
posteriores de efeitos. A repetição
constante e regular de imagens ou
impressões sucessivas nos leva à
crença de que há uma causalidade
real, externa, própria das coisas e
independente de nós.
Substância, essência, causa, efeito, matéria,
forma e todos os outros conceitos da metafísica
(Deus, mundo, alma, infinito, finito, etc.) não
correspondem a seres, a entidades reais e
externas, independentes do sujeito do
conhecimento, mas são nomes gerais com que
o sujeito nomeia e indica seus próprios hábitos
associativos. Eis porque a metafísica foi sempre
alimentada por controvérsias infindáveis, pois
não se referia a nenhuma realidade externa
existente em si e por si, mas a hábitos mentais
dos sujeitos, hábitos que são muito variáveis e
dão origem a inúmeras doutrinas filosóficas sem
qualquer fundamento real. A partir de Hume, a
metafísica, tal como existira desde o século IV
a.C., tornava-se impossível.

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  • 1. A crise da metafísica com Hume.
  • 2. A metafísica clássica ou moderna (por exemplo, a de Descartes) baseava-se na afirmação de que o intelecto humano ou o pensamento possui o poder para conhecer a realidade tal como é em si mesma e que, graças às operações intelectuais ou aos conceitos que representam as coisas e as transformam em objetos de conhecimento, o sujeito do conhecimento tem acesso ao Ser.
  • 3. A metafísica baseava-se em dois pressupostos: (1) a realidade em si existe e pode ser conhecida; (2) ideias ou conceitos são um conhecimento verdadeiro da realidade, porque a verdade é a correspondência entre as coisas e os pensamentos, ou entre o intelecto e a realidade. Esses dois pressupostos assentavam-se num único fundamento: a existência de um Ser Infinito (Deus) que garantia a realidade e a inteligibilidade de todas as coisas, dotando os humanos de um intelecto capaz de conhecê-las tais como são em si mesmas. David Hume dirá que os dois pressupostos da metafísica não têm fundamento, não possuem validade alguma.
  • 4.
  • 5. A metafísica – antiga, medieval e clássica ou moderna – era sustentada por três princípios: identidade, nãocontradição e razão suficiente ou causalidade. Os dois primeiros serviam de garantia para a idéia de substância ou essência; o terceiro servia de garantia para explicar a origem e a finalidade das coisas, bem como as relações entre os seres.
  • 6. Hume, partindo da teoria do conhecimento, mostrou que o sujeito do conhecimento opera associando sensações, percepções e impressões recebidas pelos órgãos dos sentidos e retidas na memória. As idéias nada mais são do que hábitos mentais de associação de impressões semelhantes ou de impressões sucessivas.
  • 7. Q u e é a i d e i a de substância ou de essência? N a d a m a i s d o q u e u m n o me g e r a l d a d o p a r a i n d i c a r u m c o n j u n t o d e i ma g e n s e d e i d e i a s que nossa consciência tem o hábito de associar por causa das semelhanças entre elas. O princípio da identidade e o da nãocontradição são s i m p l e s m e n t e o r e s u l t a d o d e p e r c e b e r mo s r e p e t i d a e r e g u l a r me n t e c e r t a s c o i s a s s e me l h a n t e s e
  • 8. Que é a ideia de causalidade? O mero hábito que nossa mente adquire de estabelecer relações de causa e efeito entre percepções e impressões sucessivas, chamando as anteriores de causas e as posteriores de efeitos. A repetição constante e regular de imagens ou impressões sucessivas nos leva à crença de que há uma causalidade real, externa, própria das coisas e independente de nós.
  • 9. Substância, essência, causa, efeito, matéria, forma e todos os outros conceitos da metafísica (Deus, mundo, alma, infinito, finito, etc.) não correspondem a seres, a entidades reais e externas, independentes do sujeito do conhecimento, mas são nomes gerais com que o sujeito nomeia e indica seus próprios hábitos associativos. Eis porque a metafísica foi sempre alimentada por controvérsias infindáveis, pois não se referia a nenhuma realidade externa existente em si e por si, mas a hábitos mentais dos sujeitos, hábitos que são muito variáveis e dão origem a inúmeras doutrinas filosóficas sem qualquer fundamento real. A partir de Hume, a metafísica, tal como existira desde o século IV a.C., tornava-se impossível.