O documento descreve um projeto desenvolvido na Escola Estadual de Ensino Médio Santana em Antônio Prado, RS, com o objetivo de promover habilidades de vida entre os alunos através de atividades educativas e reflexivas. O projeto foi implementado entre março e novembro de 2011 com 74 alunos entre 6 e 11 anos de idade. As atividades abordaram temas como autoconhecimento, relacionamentos, empatia e comunicação utilizando dinâmicas de grupo, jogos e discussões.
1. ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO SANTANA
Decreto de Criação Nº 8652 de 11/02/58 - D.O. 04/03/58
Decreto de Reorg. Nº 26.174 de 08/11/77 - D.O. 04/03/77
Decreto de Tranf. e Desig. Nº 40.572 de 05/01/01 - D.O. 08/01/01
Parecer Aut. Func. Ens. Médio Nº 118 d 05/12/01 - D.O. 13/12/01
Vila Santna – Antônio Prado, RS – Fone: 54 3811 1031
E-mail: escolasnt@yahoo.com.br
PROJETO
1 Identificação: Escola Estadual de Ensino Médio Santana- Antônio Prado – RS
1.2 Título do Projeto:Habilidades de Vida na Escola
.3 Local de Realização: Escola Estadual de Ensino Médio Santana
1.4 Responsável:
Professora da Sala de Recursos e Coordenadora Pedagógica: Renata Carra
Zulian
1.5 Período de execução : março a novembro de 2011
1.6 Área de Abrangência/Publico Alvo: Alunos regularmente matriculados no
Currículo por Atividade constando a Educação Infantil (10 alunos),1º (10 alunos), 2º
( 15 alunos), 3º (15 alunos), 4° (18 alunos) e 5° ano ( 6 alunos) do Ensino
Fundamental de 9 anos.
2. 2. Delimitação do Tema: Trabalhando Habilidades de Vida na Escola
Habilidades de vida na escola são capacidades para comportamento
adaptativo positivo, que possibilita-nos negociar de forma eficaz as
demandas e desafios do cotidiano. Envolvem habilidades pessoais que
potenciarão as relações interpessoais. A Organização Mundial da
Saúde (OMS) sugere O Programa de Ensino de Habilidades de Vida,
consistindo em desenvolver capacidades emocionais, sociais e
cognitivas que podem ajudar os alunos a lidar melhor com situações
conflituosas do cotidiano. As habilidade sugeridas pela OMS são:
autoconhecimento, relacionamento interpessoal, empatia, lidar com os
sentimentos, comunicação eficaz, estresse,pensamento crítico,
pensamento criativo, tomada de decisão e resolução de problemas
(WHO, 1997).
As intervenções podem ter melhores resultados para os alunos quando
os aspectos afetivos, cognitivos e sociais são inter-relacionados e as
informações repassadas de maneira abrangente.
Segundo o Ministério da Saúde (Brasil, 1999), às informações são mais
eficientes quando associadas à “educação de habilidades para a vida,
para auto-estima, para o senso de responsabilidade e confiança”.
3. As intervenções, no contexto escolar, voltadas para a promoção de saúde,
adotam uma visão integral do ser humano, considerando-o inserido no
âmbito familiar, comunitário e social.
Dentro dos Parâmetros Curriculares do Ensino Fundamental, eixo base para
o trabalho do professor, são apresentados os temas transversais. Assim: “A
transversalidade diz respeito à possibilidade de se estabelecer, na prática
educativa, uma relação entre aprender na realidade e da realidade
conhecimentos teoricamente sistematizada (aprender sobre a realidade) e
as questões da vida real e sua transformação (aprender na realidade e da
realidade).” (Documento PCNs TEMAS TRANSVERSAIS, p. 30)
Dentro dos temas transversais foram abordados: a ética, pluralidade
cultural e a saúde.
Ética constitui um dos temas transversais propostos nos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN/MEC) e reflete a preocupação com a
constituição de valores de cada aluno, ajudando-o a se posicionar nas
relações sociais dentro da escola e da comunidade como um todo. São
quatro blocos temáticos principais: respeito mútuo, justiça, diálogo e
solidariedade.
Dentro do tema Pluralidade Cultural foram abordados: a convivência em
grupo, respeito às diferenças e a diversidade.
O tema Saúde, também contribui e reforçou o trabalho a ser desenvovlido
pois neste caso foram abordas questões como: bem estar físico, psíquico e
social; interação do homem com o meio ambiente e o social, autocuidado.
4. Educação do futuro: “aprender a conhecer”, “aprender a atuar”,
“aprender a viver junto”, e aprender a ser” (SERRANO, 1997).
Assim, o professor na relação com os alunos em sala de aula deve
ser um facilitador na busca do educando em sempre querer e
desejar o conhecimento, na sua atuação na sociedade, na relação
com o outro e no desenvolvimento do seu ser como pessoa na
construção coletivo social.
No Projeto Político Pedagógico da nossa escola também
encontramos um dos objetivos do Ensino Fundamental que está
relacionado com o projeto desenvolvido: Habilidade de Vida, que
nos diz: fortalecimento dos vínculos da família, dos
laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca
em que se assenta a vida social.
A patir do trabalho com estes temas, pode-se intervir de forma
permanente e sistemática no desenvolvimento dos alunos, a fim de
compreender e trabalhar seus comportamentos no contexto amplo
de seu desenvolvimento afetivo, cognitivo, moral e social,
justificando a implementação deste projeto.
5. 2- Objetivos:
2.1: Objetivo Geral:
-Promover a qualidade de vida através de ações educativas e informativas
propondo às crianças falar e refletir sobre as chamadas Habilidades de Vida,
trabalhando temas como: autoconhecimento, relacionamento interpessoal,
empatia, sentimentos, comunicação eficaz, estresse, pensamento crítico e
criativo, tomada de decisão e resolução de problemas.
2.2 Objetivos Específicos:
- Trabalhar com as habilidades de vida na escola;
- Reconhecer em si e nos outros diferentes sentimentos, conseguindo
nomeá-los e expressá-los;
- Respeitar e saber lidar com os sentimentos, seus e do outro;
- Ampliar o autoconhecimento e os relacionamentos saudáveis;
- Oportunizar o conhecimento pessoal, para depois poder entender o outro
e o grupo.
6. 3. Justificativa
A partir dos atendimentos dos alunos matriculados na Sala de Recursos e do
acompanhamento aos pais e professores, percebeu-se a dificuldade de
relacionamento e expressão emocional das crianças, tanto na escola como no grupo
familiar. Pela falta de conhecimento e habilidades em lidar com as questões
emocionais acabavam gerando conflitos entre colegas, professores e familiares.
Embasada no enfoque da Educação Inclusiva, a Sala de Recursos serviu como meio
para desenvolver este trabalho terapêutico de apoio aos alunos em sala de aula.
Sabe-se que os aspectos afetivos e cognitivos estão interligados no ser humano, bem
como nos processos de aprendizagem. Assim, cabe a escola trabalhar além dos
conteúdos curriculares, as habilidades de vida.
Este projeto ocorreu na escola, contemplando num total de 74 crianças de seis a
onze anos de idade. Caracterizou-se como um projeto preventivo e terapêutico, cujas
ações são contínuas e cada turma contou com atividades especificas elaboradas para
sua fase do desenvolvimento. Estas atividades tiverem o intuito de propiciar às
crianças condições de resiliência às situações de vulnerabilidade social, exposição a
condições de risco como fácil acesso ao álcool e outras drogas bem como,
comportamentos agressivos e hostis, além de superar as dificuldades já citadas.
O trabalho com as “Habilidades de Vida” pretende mediar à formação de futuros
cidadãos, bem integrados e conscientes de seus valores próprios e de mundo, para
que estejam capacitados a fazer escolhas saudáveis para si, para os outros e para o
meio ambiente como um todo.
7. O objetivo do trabalho é auxiliar as crianças a terem
uma relação positiva com os pais, assertividade para
manter um bom diálogo, desenvolver a capacidade de
expressar sentimentos e condutas positivas e
auxiliando na formação de auto-conceito.
Desta forma, procurar unir a estrutura emocional e
intelectual considerando a preocupação com a
complexidade de sua existência, do ambiente cultural e
das relações interpessoais que condicionam sua vida.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) vem apoiando o
desenvolvimento de programas que reduzam
comportamentos de risco e aumentem cuidados com a
saúde física e mental, assim como propõe o trabalho
com as chamadas Habilidades de Vida, que consiste em
capacidades para comportamentos adaptativos positivos
que possibilitam negociar eficazmente as demandas e
desafios do cotidiano. Envolvem habilidades pessoais
que potencializarão as relações interpessoais.
8. 4. Metodologia/Materiais
A intervenção foi realizada em contexto grupal, sendo
desenvolvida uma habilidade de vida por encontro. As
técnicas usadas para facilitar o ensino das Habilidades
de Vida, incluem interação grupal, dramatizações,
dinâmicas de grupo, jogos, discussões e atividades em
pequenos grupos.
Com a finalidade de acompanhar esse processo, foi
definida a sequencia em que as habilidades de vida
seriam apresentadas na intervenção: autoconhecimento,
relacionamento interpessoal, empatia, lidar com os
sentimentos, comunicação eficaz, pensamento crítico,
pensamento criativo, estresse, tomada de decisão e
resolução de problemas. É importante que todas as
habilidades sejam desenvolvidas, uma vez que elas são
interligadas e se complementam.
9. A escola percebendo a necessidade de criar um elo mais
positivo com a família para ajudar na questão acima
descrita, promoveu vários encontros com os pais dos
referidos alunos. Os encontros foram realizados na
escola, mensalmente, num período de duas horas cada
encontro, sendo ministrados pela psicóloga Charline
Lovison e a professora da Sala de Recursos. Nesses
encontros, os pais tiveram a oportunidade de
conhecerem melhor e entrarem em contato de como
manter uma interação saudável na esfera familiar,
proporcionando um desenvolvimento mais saudável para
seu filho, tanto a âmbito familiar, escolar e social.
Todos os trabalhos terapêuticos desenvolvidos tanto
para os alunos como para os pais, procuraram de certa
forma oportunizar e resgatar situações de vida diária e
procurar novos caminhos para lidar com as habilidades
de vida.
10. 5. Cronograma de Atividades
A intervenção realizada em contexto
global, consistiu em 20 encontros
quinzenais de uma hora e quinze minutos
de duração em cada turma.
11. 6. Descrição Detalhada da Experiência
A seguir serão apresentados os conceitos das habilidade de vida
(Fallas &Vargas, 1999; Gorayeb & cols, 2003; WHO, 1997) e a
descrição detalhada das estratégias de trabalho em grupo
desenvolvidas.
Autoconhecimento é a capacidade de reconhecimento que cada
indivíduo tem de si mesmo, das suas habilidades e limites. Foi
desenvovida com o uso da dimâmica “ CAIXA DOS ANIMAIS”. Com
os participantes em círculo, o coordenador apresenta uma caixa
com figuras de diferentes animais. Em seguida, os participantes são
orientados a escolher uma figura com o qual se indentifiquem.
Todos devem se apresentar e explicar por que escolheram a figura.
Posteriormente, é realizada uma dsicussão a, respeito da
importância de reconhecer atitudes e características pessoais e de
refletir sobre o processo de autoconhecimento. No momento em
que os participantes têm que escolher uma figura que os represente
e pensar em suas características pessoais, eles são estimulados à
introspecção.
12. Outra atividade realizada foi “Auto-Inventário”. Cada participante
recebeu uma folha onde deveriam escrever: -Coisas que eu sei fazer
bem, que tenho facilidade.- Coisas que não tenho muita facilidade,
que são mais difíceis. Em seguida escreveram um texto: Eu sou
assim...
Também fizemos o trabalho “Resumo de Colagem”. Onde as
crianças procuraram em revistas gravuras das coisas que gostam.
Passar história no computador; “As Cores Do Amor’. No final ter um
espelho para cada um poder se observar e ver o quanto são
bonitos, inteligentes, especiais.. Desenho do eu e escrever coisas
boas que tenho e faço.
Leitura da história: “Se Ligue em Você II”.(Luiz Antonio Gasparetto)
Após distribuir pequenos espelhos para que se observem e que são
as pessoas mais importantes e especiais.Após cada um irá fazer
auto-retrato, escrevendo as coisas que mais gosta de fazer.
Apresentar para o grande grupo.
Estas atividades possibilitam o aprimoramento da habilidade, pois
favorece o processo de auto-observação. O autoconhecimento pode
melhorar o respeito a si mesmo, ajudar nas escolhas pessoais e
facilitar o relacionamento interpessoal.
16. Relacionamento interpessoal é a habilidade para
fazer, manter, aprofundar e terminar relacionamentos, a
qual foi desenvolvida a partir da apresentação da
história em computador: “O Pássaro sem Cor”. Depois
aplicar a técnica das cores. Foi anexado no quadro
identificando as cores e seus significados:
AZUL- responsável
PRETO- ajuda
ROSA- quieto
VERDE – amigo
AMARELO – não se importa com as coisas
Utilizando-se das mesmas cores, mas agora recortadas
em pedacinhos, distribuídas em cada prato uma cor.
Cada participante, ao som de uma música recebeu um
coração que foi pendurado no pescoço voltado para trás.
Os participantes colaram os pedacinhos de papéis que
identificassem a pessoa como ela é seguindo a tabela
feita no quadro, todos colam em todos.
17. Leitura da história:”Na minha escola tudo mundo é igual.”
Discutimos e conversamos sobre a importância em saber respeitar
o outro. Que cada um tem seu ritmo, alguns são mais rápidos,
outros mais demorados. Alguns são mais magros, outros são
gordos. Cada um foi dando a sua contribuição e íamos discutindo
conforme as questões que ia surgindo no grupo. Procurando desta
forma fazer o grupo pensar e refletir. Discutimos se na escola todo
mundo era igual. Que lugar ocupamos no mundo?
Estas atividades propiciaram a percepção de que algumas
características físicas (como aparência) são apreciadas ou
rejeitadas, permitindo especialmente uma reflexão sobre como os
estereótipos e rótulos permeiam o relacionamento humano.
Identificar que as idéias preconcebidas ou preconceituosas fazem
parte das relações cotidianas pode minimizar possíveis prejuízos nos
relacionamentos interpessoais. Discute-se também a importância do
respeito as diferenças individuais e como isto pode melhorar os
relacionamentos.
19. Empatia é a capacidade de se colocar no lugar do
outro, imaginando com este se sente, procurando
compreender e não julgar. Foi desenvolvida como
dinâmica “SITUAÇÕES DA VIDA REAL”. Alunos em
círculo, distribuir para cada aluno uma afirmação (por
exemplo, minha avó me bateu e eu fiquei com
hematomas no corpo e fiquei muito triste) sendo que
esta foi elaborada conforme os pontos negativos que
iam surgindo nos nossos encontros
realidades/dificuldades da turma em lidar com situações
da vida real. Cada aluno lia a sua afirmação, dava a sua
opinião e o grande grupo também contribuía dando
suas idéias ou encontrar formas para lidar ou o que a
pessoa poderia fazer para lidar com aquela situação.
Discute-se o conceito empatia, o que facilita e o que
dificulta a capacidade de colocar-se no lugar do outro.
20. Leitura história: “Fantasia”( Descobrindo Crianças- Violet
Oaklander, pag.17) pedindo que o grupo feche os olhos
que iremos fazer uma viagem imáginária da fantasia.
Quando tivermos acabado vocês irão abrir os olhos e
desenhar alguma coisa que esteja no fim da viagem.
Apresentar para o grande grupo, descrevendo seu
desenho. Conforme iam apresentado, as outras crianças
faziam perguntas. Então pedia que falassem sobre o seu
lugar: Como você se sentiu nesse lugar? Você se sente
bem ou não? Como é esse lugar? Procurando entender
o lugar que ocupam e o ponto onde elas se encontram
em suas vidas.
Essas atividades procuraram de certa forma, despertar e
aumentar a capacidade de entender e aceitar o que
motiva o comportamento das pessoas. Exercendo a
empatia podemos aumentar a capacidade de
compreender o outro, diminuir julgamentos e melhorar
nossos relacionamentos.
21. MINHA AVÓ ME BATEU E FICARAM MARCAS MEU PAI SÓ GRITA COMIGO PORQUE FAÇO
NO MEU CORPO E FIQUEI MUITO TRISTE. AS COISAS ERRADAS E EU FIQUEI
MEUS PAIS NÃO ME EXPLICAM AS COISAS ABORRECIDA.
E NUNCA SEI SE O QUE FAÇO ESTÁ CERTO NA ESCOLA ACHO QUE TUDO MUNDO TEM
OU ERRADO. QUE ME AJUDAR PORQUE NÃO SEI FAZER.
MINHA MÃE FAZ TUDO POR MIM, NÃO CONCORDO COM TUDO O QUE OS OUTROS
TENHO QUE ME PREOCUPAR COM NADA. FALAM E NÃO SEI DAR A MINHA OPINIÃO.
NA SALA DE AULA NUNCA DOU MINHA ÀS VEZES AS PESSOAS NÃO QUREM SER
OPINIÃO E A PROFESSORA RECLAMA POR ELAS MESMAS E SIM OUTRA PESSOA. EM
ISSO. SUA OPINIÃO POR QUE ISSO ACONTECE?
A PROFESSORA DÁ UMA ATIVIDADE, NÃO NÃO ESTOU CONSEGUINDO ME
SEI COMO FAZER, AO INVÉS DE CONCENTRAR NA AULA. O QUE DEVO
PERGUNTAR FAÇO DO MEU JEITO SEM FAZER?
SABER SE ESTÁ CERTO OU ERRADO. TUDO O QUE A PROFESSORA EXPLICA,
COMEÇO A FAZER UMA ATIVIDADE E NÃO PARECE QUE ENTENDI, MAS NA HORA DE
A TERMINO, VOU E FAÇO OUTRA COISA FAZER A ATIVIDADE, NÃO SEI MAIS. O QUE
TAMBÉM DEIXANDO DE LADO. NO FINAL ESTÁ ACONTECENDO COMIGO?
COMO FICAM AS COISAS? LÁ NA MINHA CASA NINGUÚEM ME DÁ
QUANDO ALGUMA COISA NÃO DÁ CERTO BOLA E EU FICO MUITO ABORRECIDO.
OU NÃO CONSIGO FAZER, DESISTO E FICO
IRRITADO.
23. Lidar com os sentimentos diz respeito, à
capacidade de reconhecer as próprias emoções
e as do outro; tomar consciência de quanto elas
influenciam o comportamento e como manejá-
las adequadamente. Esta habilidade foi
desenvolvida a partir da dinâmica
“Emocionódromo”. Os prórpios alunos
confecionaram ou recortaram de revistas as
expressões faciais que representavam (alegria,
tristeza, medo, raiva, assustado). Sempre no
início dos nossos encontros avaliavam como
estavam e mostravam a sua carinha, de como
estavam naquele momento e em seguida
verbalizavam o porquê.
24. Também foi feita a leitura da história:” Passeando pelo arco-
íris”(Toc, Toc...Plim,Plim!- Lidando com as Emoções e Brincando
com o Pensamento- Angela Rodrigues Virgolim, Denise de Souza
Fleith e Mônica Souza Neves-Pereira, pag, 77). Nesse momento, os
alunos são convidados a fechar os olhos, respirar fundo e relaxar o
corpo. Os alunos são convidados a fazerem uma viagem pelo
mundo das cores. Procurem ficar atentos às sensações que
surgirem e a todas as imagens que se formarem na sua mente,
enquanto viajamos pelo mundo das cores. Em seguida fazer um
desenho do que mais gostou em sua viagem e o que você
encontrou no final do arco-íris. Após compartilhar com os colegas.
Em seguida procure lembrar e relacionar as cores com alguma
coisa que você lembra. Representar desenhando o corpo humano,
tentando relacionar o que cada cor representa para mim, após
pintar as partes do corpo com os sentimentos relacionados.
Leitura da história: “A Caixa de Pandora”. Conversa sobre a história,
onde a mesma trata dos sentimentos. Ter um caixa contendo vários
sentimentos e cada um deverá escolher aquele que se identificar,
explicando o porque.
As atividades demonstram a importância de reconhecer os
sentimentos, de identificar as crenças que os afetam e refletir sobre
maneiras de lidar com as emoções.
29. Lidar com o stresse compreende a capacidade de
reconhecer as fontes de estresse e indentifcar as ações
para reduzí-las ou eliminá-las. Foi desenvolvida a partir
do conto do livro: “Se Ligue em Você I”(Luis Antonio
Gasparetto) os alunos realizaram a atividade,
registrando dentro de duas estrelas:
Minha Luz Fica Acessa Quando...
Minha Estrela se Apaga Quando...
Após apresentação para o grande grupo.
Leitura da história: “Fico com Raiva Quando”, após os
alunos são convidados a escrever em uma folha dividida
ao meio: “Fico com Raiva Quando” e do outro lado:” O
que eu posso fazer para melhorar ou amenizar as
situações citadas?”.
30. Outra atividade desenvolvida foi com a música “Escravos de Jô”. Em
círculo, cada participante fica com um toquinho (ou qualquer objeto
rígido).
Primeiro passo é que todos saibam a letra da música. Depois se
inicia o processo do jogo. Os escravos de jó jogavam cachangá
(passando seu toquinho para o outro da direita);
os escravos de jó jogavam cachangá (passando seu toquinho para o
outro da direita);
Tira (levanta o toquinho), põe (põe na sua frente na mesa), deixa o
zé pereira ficar (aponta para o toquinho na frente e balançao
dedo).
Guerreiros com guerreiros fazem zigue-zigue (passando seu
toquinho para o outro da direita), zigue-zigue (volta seu toquinho
da direita para o colega da esquerda), zá (volta seu toquinho para o
outro da direita) (Refrão que repete duas vezes).
Estas atividades possibilitam aos participantes a identificação dos
fatores estressores e uma discussão sobre maneiras adequadas e
inadequadas de lidar com o estresse, considerando as
consequencias para a saúde.
35. Pensamento criativo é a capacidade de explorar alternativas disponíveis.
Esta habilidade ajuda a responder com flexibilidade às situações diárias.
Essa capacidade é desenvolvida a partir da história em pps: “O Cavalinho e
a Borboleta”. Explorar o texto: Como é uma borboleta? Como é o cavalinho?
Depois trazer para a vida pessoal, real de cada um. Dividir a folha de um
lado escrever: “Coisas que faço bem ” do outro: “Coisas que preciso
melhorar”. Apresentação para o grupo e soluções para tentar resolver o
problema, o que eu posso fazer.
Outra atividade realizada foi “ Desenhando o meu monstro”. Solicitar que
pensem num monstro. Que tamanho teria, forma, cor, corpo, se teria som
ou não,... Desenhar este monstro que pensaram. Dar um nome para o
monstro. Descrever o monstro. Imaginar que o monstro tem uma
característica especial. Nos dias impares ele fica impssível e apronta todas,
mas nos dias pares ele se arrepende e tenta consertar aquilo que fez de
errado. O monstro ficou muito famoso no lugar onde vivia. Claro que você,
como repórter, precisa entrvistá-lo. Pense e transcreva para o espaço
abaixo as perguntas que você faria para o monstro e sus respostas.
Aproveite que hoje ele está bonzinho, portato, faça todas as perguntas que
quiser.
Estas atividades possibilitam perceber que, ao julgar as idéias a priori,
impede-se o processo criativo. Este, por sua vez, permite encontrar
alternativas diferentes das habituais para resolver os problemas do dia-a-
dia.
41. Tomada de decisão é a habilidade que permite analisar os benefícios,
riscos e conseqüências de uma situação. Favorece a escolha da alternativa
que leve ao sucesso da ação. Foi desenvolvida a partir da leitura da
história: “Fico Feliz Quando”. Após escrever num mini-livro as seguintes
afirmações:
FICO FELIZ QUANDO...
FICO TRISTE QUANDO...
SINTO RAIVA QUANDO...
FICO ASSUSTADO OU COM MEDO QUANDO...
Dramatizar situações de diferentes contextos familiares. Dividir os alunos
em dois grupos, sendo que um mostrará cenas de uma família onde o
grupo familiar se dá bem e o outro onde as pessoas só brigam, se xingam,
não existe o diálogo. Após perguntar como cada um se sentiu
desempenhando o papel (pai, mãe, irmãos, vô,vó..). Finalizar o trabalho
dialogando com eles que existem diferentes tipos de famílias e jeitos
diferentes das pessoas se tratarem e conviverem juntas. Dessa maneira,
procurou-se e fez-se com que os alunos refletissem da necessidade do
diálogo, dos combinados, de ser verdadeiro, de saber tomar decisões
assertivas tanto na escola, em casa, na comunidade, enfim em qualquer
ambiente. Garantindo com isso maiores chances de conseqüências
positivas. Também discutiu-se o inverso, que quando eu escolho emoções
e decisões negativas( brigas, ofensas, discussões), isso me leva ao
arrependimento e culpa, tendo conseqüências indesejáveis e por vezes
difíceis de serem superadas.
47. Resolução de problemas é a habilidade de enfrentar
construtivamente as situações adversas, utilizando capacidades
pessoais e recursos do meio.
Foi desenvolvida a paritr da leitura da história: “ A Lojinha Mágica”
”(Toc, Toc...Plim,Plim!- Lidando com as Emoções e Brincando com o
Pensamento- Angela Rodrigues Virgolim, Denise de Souza Fleith e
Mônica Souza Neves-Pereira, pag, 86).. Procurem ficar relaxado,
com os olhos fechados, respire fundo, corpo relaxado e se envolva
na leitura. Após desenhar o objeto que você trouxe para salvar o
mundo e o que você deu em troca para o dono, sabendo que o
mesmo não queria dinheiro. Desenhe o objeto que você encontrou
para salvar o mundo e o que você deu em troca para o dono. Após
compartilhar com os colegas.
Essa atividade demonstra que a habilidade de resolução de
problemas está associada a um processo, e não necessariamente à
sorte ou intuição. Esse processo demanda, dentre outras coisas,
habilidade de pensamento crítico e criativo e capacidade de tomar
decisões.
50. Resultados
Atualmente vivemos, em uma sociedade imediatista, que deseja obter
sucesso instantaneamente, mas na área de prevenção os resultados são
alcançados qualitativamente, isto significa que as atitudes cotidianas das
crianças não sofrem alterações bruscas que possam ser medidas. O projeto
vai além do que está visível a olho nu, porque estamos trabalhando com
habilidades de vidas. É esperado que futuramente estejam aptos a
mudarem padrões estabelecidos para os que julgarem mais saudáveis.
Este trabalho de intervenção com ensino de habilidades de vida possibilitou
vivências que, ao serem refletidas e partilhadas, proporcionaram um
aprendizado pessoal e grupal, favorecendo o autoconhecimento, a reflexão,
o relacionamento interpessoal, aprimoramento das competências
necessárias para ajudá-los na resolução de problemas do cotidiano,
desenvolvimento da consciência crítica, o exercício de escuta e
compreensão do outro como um ser diferente e a tomada de decisão de
modo consciente e crítico. Além disso, a metodologia participativa
contribuiu para aumentar a motivação e interesse pelas atividades,
facilitando as discussões e proporcionando a integração do grupo.
Contribuímos com as crianças em falar sobre si mesmas, sobre seus
sentimentos, suas crenças e atitudes, sendo fundamental para a aquisição
das habilidades que os fortaleceu diante das diversas situações do
cotidiano. Os aspectos afetivos, cognitivos e sociais que influenciam o
comportamento humano foram contemplados nesta intervenção com as
habilidades de vida, caracterizando-se como uma intervenção em promoção
da educação.
51. Avaliação
A Organização Mundial de Saúde (OMS) sugere a utilização do modelo
Habilidades de Vida, o qual se configura como um processo de
desenvolvimento de competências psicossociais consideradas essenciais
para o desenvolvimento humano. Nesta perspectiva, a instituição escolar
tem sido apontada como palco privilegiado para a realização de
intervenções de tal natureza. Entendemos que, o Projeto Habilidades de
Vida caracteriza-se como uma importante ferramenta para capacitar
crianças para a vida; pois, como afirma Castellanos (2001), inserir o modelo
de habilidades de vida nas escolas deve-se às mudanças ocorridas nos
últimos anos na cultura mundial, o que tem refletido nos estilos de vida da
população. Em função dessas transformações observa-se que crianças e
adolescentes de hoje não estão suficientemente competentes para
enfrentar os enormes desafios e pressões do mundo contemporâneo.
Esta proposta mostra-se totalmente viável, mesmo que o resultado seja
visível a médio e longo prazo, por se tratar de uma ação preventiva que
integra comunidade, escola e família em prol da formação de cidadãos mais
conscientes, capazes de obterem qualidade de vida, já que apontam
melhorias na auto estima, identidade e valores morais, mudanças positivas
em pontos da dinâmica familiar e escolar.
Dentro desta perspectiva apresentada trabalhar com prevenção é a melhor
maneira de propor crescimento com qualidade.
52. Considerações Finais
Assim diante do exposto feito até aqui, acredita-se que este modelo
de trabalho terapêutico e de intervenção com as habilidades de vida
se caracteriza como uma importante estratégia para trabalhar com
as crianças, pois pode torná-los mais competentes
psicossocialmente, influenciando a sua qualidade de vida.
Procuramos de maneira especial estimular comportamentos
saudáveis, o desenvolvimento da autonomia e da cidadania, a fim
de tornar crianças mais capacitadas para enfrentar as demandas do
cotidiano, contribuindo para o crescimento emocional, cognitivo e
social no sentido de ter ajudado a desenvolver as habilidades de
vida presentes em nossas vidas.
Partindo da premissa de que todos somos seres únicos e especiais,
o educando sentirá o quanto ele é importante e que também deve
colaborar para que todos se sintam engajados e valorizados por
aqueles que estão ao seu lado.
A partir do momento em que as crianças interagem os novos
saberes das habilidades de vida, eles se tornarão seres humanos
melhores, mais pacientes em relação às limitações alheias e
cidadãos mais conscienciosos de seus direitos e deveres.
53. Referencias Bibliográficas
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS - Secretaria de Educação Fundamental. -- Brasília:
MEC/SEF, 1997.
SERRANO, Glória Pérez. Educação em valores: como educar para a democracia. Trad. Fátima
Murad. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.
BRASIL. MEC. Ética e cidadania: construindo valores na escola e na sociedade. Disponível em: .
Acesso em:16deout.de 2007.
Bolsoni-Silva, A. T., & Marturano, E. M.
Práticas educativas e problemas de comportamento: Uma análise à luz das habilidades sociais.
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habilidades de vida. Em Z.A. Trindade. & A.N. Andrade(Orgs). Psicologia e saúde de campo em
construção (PP.89-110). São Paulo: Casa do Psicólogo. ( 2003).
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CARVALHO, Rosita Edler. Educação Inclusiva: com os pingos nos “is”, Porto Alegre, Madiação,
2004, Capítulo 9 e 10.
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ludopedagogia. Petrópolis: Vozes