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Os subdomínios :
da Morfologia (B.2.), das                 (B.3.) e da
                        Sintaxe (B.4.).




                                          1
Conjunto das palavras que, por partilharem
características morfológicas, sintáticas e/ou
semânticas, podem ser agrupadas numa mesma
categoria.

As classes de palavras não podem ser
estabelecidas apenas com base em critérios
morfológicos, uma vez que há classes que não se
distinguem morfologicamente, como por exemplo
as preposições e as conjunções.

                                                2
Item lexical pertencente a uma determinada classe, com um
significado identificável ou com uma função gramatical e
com forma fonológica consistente, podendo admitir variação
flexional.


Sequência de palavras que funciona, sintática e
semanticamente, como uma só.

Exemplos:
Locuções adverbiais: "em breve", "com certeza";
Locuções prepositivas: "em cima de", "debaixo de";              3
Locuções conjuncionais: "assim que", "logo que", "ainda que".
Classe de palavras que é constituída por um número
potencialmente ilimitado de palavras e à qual a evolução da
língua acrescenta constantemente novos membros. É
praticamente impossível enumerar todos os membros de
uma classe aberta de palavras num dado momento da
evolução da língua.
Exemplos:
 palavras recentemente acrescentadas à classe dos nomes, veja-
se "telemóvel", "cromo".
palavras recentemente acrescentadas à classe dos verbos, veja-
se "clicar", "surfar".




                                                                  4
Classe de palavras que é constituída por um número
limitado (normalmente pequeno) de palavras e à qual a
evolução da língua só muito raramente acrescenta novos
membros. É normalmente fácil enumerar todos os
membros de uma classe fechada de palavras.




                                                         5
Desaparecem
os nomes
abstratos!




          6
Nomes comuns que se aplicam a objetos ou referentes que
podem ser diferenciados como partes singulares ou partes
plurais de um conjunto (i). Assim, podem ocorrer em
construções de enumeração (ii) e a forma de plural marca
uma oposição quantitativa (iii).

Exemplos:
(i) De entre os alunos da turma, o aluno n.º 3 teve a melhor nota.
(ii) Um [aluno] estudou muito, dois [alunos] faltaram e muitos
quiseram mudar a data do teste.
(iii) Um aluno / dois alunos / muitos alunos.



                                                                     7
Nome comum que se aplica a conjuntos de objetos ou entidades
em que não é possível distinguir partes singulares de partes
plurais, conforme exemplos (i) a (iii). Por esta razão, estes
nomes não ocorrem, tipicamente, em construções de
enumeração (iv) nem coocorrem com alguns quantificadores e
determinantes (v). As construções de plural dos nomes não-
contáveis não designam uma oposição quantitativa, mas sim
qualitativa (vi), exceto quando se faz uma contagem relativa a
contadores não explícitos (vii).
Exemplos:
(i) A [farinha] é um ingrediente essencial dos bolos.
(ii) Essa peça de [bronze] devia estar no museu.
(iii) A [educação] é essencial para a democracia.
(iv) *Uma educação, duas educações,
(v) *Certas / várias educações, ...
(vi) Há várias farinhas no mercado. (= existem várias qualidades de
farinha no mercado).                                                  8
(vii) Comprei dois sumos. (= comprei dois (pacotes de) sumo).
9
Nome que se aplica a um conjunto de objetos ou entidades do
mesmo tipo (i).
Há nomes coletivos contáveis, como os exemplificados em (i), e
nomes coletivos não contáveis, que não aceitam plural, como os
exemplificados em (ii).
Os nomes coletivos têm, em alguns contextos, um
comportamento semelhante a plurais, como na combinação com
predicados coletivos (iii), mas distinguem-se de plurais, não
podendo, por exemplo, ser antecedente de alguns pronomes
recíprocos (iv).

Exemplos:
(i) rebanho, alcateia, multidão
(ii) fauna, flora
(iii) A alcateia reuniu-se.
(iv) *O par é parecido um com o outro.                     10
11
12
Antes e
depois….




           13
14
Nova gramática didática de Português, Santillana
                                                   15
16
Verbo principal que não seleciona complementos.
Exemplos:
(i) O Miguel desmaiou.
(ii) *O Miguel desmaiou a mãe.
(iii) A Zé tossiu.
(iv) *A Zé tossiu o hospital.




                                                  17
Verbo principal que seleciona um sujeito e um complemento
com a função sintática de complemento direto (i)-(iv).

Exemplos.
(i) A Ana fechou a porta.
(ii) A Ana fechou-a.
(iii) *A Ana fechou. (agramatical como frase isolada)
(iv) A Ana afirmou [que tinham fechado a porta].
(v) A Ana afirmou-o.
(vi) *A Ana pediu. (agramatical como frase isolada)




                                                            18
Verbo principal que seleciona um sujeito e um complemento
indireto (i)-(ii) ou oblíquo (iv)-(v).




Exemplos:
(i) A prenda agradou à Ana.
(ii) A prenda agradou-lhe.
(iii) *A prenda agradou.
(iv) A Margarida vai a Paris.
(v) A Margarida vai lá.
(vi) *A Margarida vai.



                                                            19
Verbo principal que seleciona um sujeito e dois complementos:
um com a função sintática de complemento direto e outro com
a de complemento indireto (i)-(iv) ou de complemento oblíquo
(v) (viii).

Exemplos:
(i) A Teresa deu o livro à professora.
(ii) A Teresa deu-o à professora.
(iii) A Teresa deu-lhe o livro.
(iv) A Teresa deu-lho. (v) O Pedro pôs os livros na estante.
(vi) O Pedro pô-los na estante.
(vii) O Pedro pôs os livros aí.
(viii) O Pedro pô-los aí.


                                                               20
Verbo principal que seleciona um sujeito, um complemento
direto e um predicativo do complemento direto.

Exemplos:
(i) A Teresa acha o Pedro feio.
(ii) A Teresa acha-o feio.




                                                           21
Os verbos transitivos-predicativos conseguem distinguir-se
dos verbos transitivos diretos através da substituição do
complemento direto por um pronome.

Assim, observa-se que, em frases como:
―o Pedro leu um livro horrível.―
―o Pedro leu-o.―
―*o Pedro leu-o horrível‖.
não há predicativo do complemento direto (não
havendo, consequentemente, verbo transitivo-predicativo),

Enquanto em frases como:
―o Pedro considera o livro horrível.‖
"o Pedro considera-o horrível.―
a expressão "horrível" não faz parte do complemento
direito, funcionando como predicativo do complemento direto.
                                                               22
Verbo que coocorre, precedendo-o, com um verbo principal ou
um verbo copulativo e que não determina quais os complementos
ou o sujeito que ocorrem na frase. Os verbos auxiliares são
usados para a formação de tempos compostos (i), para a
formação de frases passivas (ii), ou para veicular informação
temporal (iii), aspectual (iv) e modal (v). Numa mesma frase, pode
haver mais do que um verbo auxiliar (vi)-(vii).

Exemplos:
                                                                     COMPLEXO
(i) A Eva tem brincado bastante.                            VERBAL
(ii) O bolo de aniversário foi encomendado.
(iii) A Eva vai brincar no jardim.
                                                            Sequência de um ou mais
(iv) A Eva está a brincar no jardim.                        verbos em que apenas um
(v) A Joana devia ir ao médico.                             deles é um verbo principal
(vi) A Joana deve ir brincar no jardim.                     e os restantes verbos
(vii) O problema podia ter sido explicado de outra forma.    são verbos 23
                                                            auxiliares.
Verbo que ocorre numa frase em que existe um constituinte
com a função sintática de sujeito e outro com a função
sintática de predicativo do sujeito.


Exemplos:
Costumam listar-se como verbos copulativos os seguintes:
ser, estar, ficar, parecer (como em "parecer
doente"), permanecer, continuar (como em "continuar
calado"), tornar-se e revelar-se.
(i) A Teresa está doente.
(ii) A Ana é veterinária.
(iii) A Margarida ficou calada.                  A noção de
(iv) A Margarida continua em Lisboa.             predicativo do
                                                  sujeito         24
                                                  muda!
Antes e
depois….




           25
26
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28
29
Nova gramática didática de Português, Santillana




                                                   30
31
Adjetivo que deriva de um nome, não ocorre em posição
pré- -nominal nem varia em grau.


Exemplos:
 jornais diários;
 amor maternal;
 aves aquáticas;
 invasão americana;
 crosta terrestre.




                                                        32
Adjetivo que exprime tipicamente a qualidade, i.e., um atributo
do nome.

Tipicamente, a posição dos adjetivos qualificativos é pós-
-nominal.




                                                             33
34
35
Adjetivo que pertence à classe tradicional dos numerais
ordinais, como (i), expressando ordem ou sucessão.

(i) Primeiro, segundo, terceiro, ...




                                                          36
37
38
Nova gramática didática de Português, Santillana   39
40
Advérbio com diferentes valores semânticos (i), que ocorre
internamente ao grupo verbal, quer com função de
complemento oblíquo, quer como modificador do grupo verbal
(e, mais raramente, como predicativo do sujeito), podendo ser
afectado pela negação (ii) ou por estruturas interrogativas
como as ilustradas em (iii).

Exemplos:
(i) a. Os rapazes dormem ali. - Valor locativo
b. Os rapazes chegaram recentemente. - Valor temporal
c. Os rapazes cantam agradavelmente. - Valor de modo
(ii) a. A escola dos teus filhos não fica [ali], fica na outra rua.
b. Os rapazes não dormem [ali], mas no outro quarto.
(iii) a. É [ali] que fica a escola dos teus filhos?
b. É [ali] que dormem os rapazes?
                                                                      41
Advérbio com diferentes valores semânticos (i), que modifica a
frase, não sendo afectado pela negação frásica (ii) ou por
estruturas interrogativas como as ilustradas em (iii).

Exemplos:
(i) a. Os rapazes dormem, provavelmente. - Valor modal
b. Os rapazes dormem, felizmente - Valor de orientação para o falante
c. Matematicamente, esse facto é impossível. - Valor de orientação
para o domínio.
 (ii) a. A escola dos teus filhos não está fechada, provavelmente. (não
se está a negar a probabilidade de a escola estar fechada)
 b. Honestamente, tu às vezes não raciocinas. (não se está a negar
"honestamente")
 (iii) a. *Foi [provavelmente] que a escola dos teus filhos fechou?
b. *Foi [infelizmente] que tu adoeceste?
                                                                     42
O mesmo item adverbial pode pertencer a duas subclasses
diferentes.
Em (i), "naturalmente" é um advérbio de predicado, de
acordo com (ii) e (iii), com uma interpretação de modo
(iv), enquanto em (v) pertence à subclasse dos advérbios
de frase, conforme (vi) e (vii), com valor afirmativo (viii).




 (i) Ele começou a falar naturalmente.
(ii) Foi naturalmente que ele começou a falar?
(iii) Ele começou a falar não naturalmente, mas pouco à vontade.
(iv) Ele começou a falar de modo natural.
(v) Naturalmente, ele começou a falar.
(vi) *Foi naturalmente ou possivelmente que ele começou a falar?
(vii) *Não naturalmente, mas possivelmente, ele começou a falar.
(viii) Obviamente, ele começou a falar.
                                                                   43
Advérbio cuja função é o estabelecimento de nexos entre frases
(i) ou constituintes da frase (ii), como por exemplo relações de
consequência (iii), de contraste (iv) ou ordenação (v).
 Exemplos:
(i) O Pedro falou com a Maria. [Seguidamente], foi para casa.

(ii) Alguns alunos desta turma, [designadamente] o Pedro e o João,
estão de parabéns.

 (iii) O professor caiu. [Consequentemente], partiu uma perna.

(iv) Está frio. O João, [contudo], vestiu uns calções.

(v) [Primeiro] batem-se os ovos com o açúcar, [seguidamente] deita-
se o leite e a farinha, [finalmente] leva-se tudo ao forno.       44
Tal como os advérbios de frase, os advérbios conectivos
não são afetados pela negação frásica (vi) ou por
estruturas interrogativas como as ilustradas em (vii).

Exemplos:
 (vi) Hoje há greve de funcionários. A escola dos teus filhos não está
fechada, contudo. (a negação frásica não está a negar o advérbio
"contudo")

(vii) *Foi [consequentemente] que a escola dos teus filhos fechou?




                                                                    45
Os advérbios conectivos distinguem-se de conjunções com
valor idêntico por poderem, por exemplo, ocorrer entre o
sujeito e o predicado (viii).


 Exemplos
(viii)
a. Está frio, mas o João fica na praia. /*Está frio. O João, mas, fica
na praia. ("mas" é uma conjunção)

 b. Está frio. Porém, o João fica na praia. /Está frio. O
João, porém, fica na praia. ("porém" é um advérbio conectivo)




                                                                     46
Advérbio cujo significado contribui para reverter o valor de
verdade de uma frase afirmativa ou para negar um
constituinte. Este advérbio pode ser um modificador do grupo
verbal ou de um constituinte do grupo verbal. A tradição
gramatical considera "não" o único advérbio de negação.
 Em construções de negação frásica (i), a distribuição do
advérbio é bastante restrita (ii). Neste caso, "não" ocorre
sempre em posição de adjacência à esquerda do verbo).
 Exemplos:
 Negação frásica:
 (i) O João [não] comprou flores à Ana.
 (ii) (a) *Não o João comprou flores à Ana.
 (b) *O João comprou não flores à Ana.
 (c) *O João comprou flores não à Ana.
 (d) *O João comprou flores à Ana não.                         47
Quando o advérbio nega um constituinte da frase, modifica
apenas esse constituinte e ocorre à sua esquerda (iii)-(v).

 Exemplos
 Negação de constituinte:
 (iii) O João [comprou à Ana ontem [não flores]], mas livros.
 (modifica o grupo nominal complemento direto)

  (iv) O João [comprou flores ontem [não à Ana]], mas à Raquel.
 (modifica o grupo preposicional complemento indireto)

  (v) O João [comprou flores à Ana [não ontem]], mas hoje.
 (modifica o grupo adverbial modificador)




                                                                  48
Os advérbios "nunca" e "jamais", apesar de serem
palavras negativas, não são advérbios de negação, uma
vez que, em frases como "Eu não estive lá nunca",
"nunca" não é a palavra responsável pelo valor afirmativo
ou negativo da frase.
Comportam-se, assim, como palavras que, excepto em
posição pré-verbal, precisam de coocorrer com um
advérbio de negação.

À luz do Dicionário Terminológico (DT), nunca e jamais devem
ser classificados como advérbios de predicado com valor
temporal, à semelhança de recentemente, que ocorre num
exemplo apresentado no verbete respeitante a essa classe de
advérbios: «[...] Os rapazes chegaram recentemente. — Valor
temporal»
                                                               49
Advérbio utilizado em respostas a interrogativas totais (i) ou
como modificador de um constituinte (ii) cujo significado
contribui para asserir ou reforçar o valor afirmativo de um
enunciado.


Exemplos:
(i) Vais à praia?
Sim.

(ii) A Ana não comprou livros, mas sim flores.




                                                             50
Advérbio que contribui com informação sobre grau ou
quantidade, que pode ocorrer internamente ao predicado (i)
ou como modificador de grupos adjetivais (ii) ou adverbiais
(iii). Alguns destes advérbios são utilizados para a formação
do grau dos adjectivos e advérbios (iv).

Exemplos:
(i) Os rapazes comeram muito.
(ii) Tu estás [demasiado cansada].
(iii) Tu corres [excessivamente depressa].
(iv) Ele é mais alto do que tu.




                                                                51
Advérbio que permite realçar o constituinte que
modifica, contribuindo com informação sobre, por exemplo, o
seu carácter exaustivo (i) ou a sua participação ou não num
determinado conjunto (ii). Estes advérbios podem ocorrer
internamente ao predicado (iii) ou como modificadores de
grupos adjectivais (iv), adverbiais (v), nominais (vi) ou
preposicionais (vii).

Exemplos:
(i) a. [Só a Maria] faltou à aula.
    b. Ele fala [apenas de assuntos estranhos].
(ii)a. [Até a Maria] faltou à aula.
    b. Como tudo, [excepto endívias].
(iii) O João [riu mesmo].
(iv) Ele é [apenas aborrecido].
(v) [Só ontem] é que saí do hospital.
(vi) Vi [até aqueles filmes].                             52
(vii) Gosto [até de bolachas].
Advérbio que identifica o constituinte interrogado numa
construção interrogativa e que é substituível por um grupo
adverbial ou preposicional.

Exemplos:
Em (i), as palavras ―onde‖, ―quando‖ e ―porquê‖ são advérbios
interrogativos:
(i) Onde moras?
Quando chegaste?
Fizeste isso porquê?




                                                                53
Advérbio que identifica o constituinte relativizado numa
oração relativa e que é substituível por um grupo adverbial
ou preposicional.

Exemplos:
Em (i), a palavra ―onde‖ é um advérbio relativo:
(i) A rua onde moro é bonita.




                                                              54
Antes e
     depois….




As palavras nunca e
jamais são consideradas
advérbios de predicado
com valor temporal e não
advérbios de negação.




                           55
56
57
58
59
Nova gramática didática de Português, Santillana


                                                   60
Palavra invariável que pertence a uma classe aberta. Uma
interjeição não estabelece relações sintáticas com outras
palavras e tem uma função exclusivamente emotiva. O valor de
cada interjeição depende do contexto de enunciação e
corresponde a uma atitude do falante ou enunciador.
A tradição gramatical luso-brasileira classifica semanticamente
as interjeições, conforme os exemplos (i) a (xi).
Exemplos:
(i) De alegria: ah!, oh!, ...
(ii) De animação: eia!, vamos!, ...
(iii) De aplauso: bravo!, viva!, ...
(iv) De desejo: oh!, oxalá!, ...
(v) De dor: ai!, ui!, ...
(vi) De espanto ou surpresa: ah!, hi!, ...
(vii) De impaciência: irra!, hem!, ...
(viii) De invocação: ó!, pst!, ...
(ix) De silêncio: psiu!, silêncio!, ...
(x) De suspensão: alto!, basta!, ...                         61
(xi) De terror: ui!, uh!, ...
Palavra pertencente a uma classe fechada de palavras que, em
alguns casos, permite variação em género e número, noutros
em pessoa, género e número e noutros permite variação em
caso. Ao contrário do que acontece com o determinante, o
pronome não pode preceder um nome (a menos que sejam
separados por uma pausa).


Exemplos:
(i) ele - Ele vai a casa.
    (ii) este - Este é o melhor.
    (iii) meu - O meu é o melhor.

Impossibilidade de coocorrência de nomes e pronomes:
   (iv) *Ele Miguel é bonito.
   (v) O meu carro é o melhor. (neste caso, a coocorrência só é
   possível porque "meu" é um determinante e não um pronome)      62
63
Mantém-se as subclasses tradicionais
(pessoal, possessivo, demonstrativo, indefinido, relativo, inter
rogativo). Destacamos, apenas, algumas particularidades
dos pronomes indefinidos e relativos.




                                                              64
:
eu, tu, você, ele / ela, nós, vós, vocês, eles /
elas; mim, ti, si.

                                       :
me, te, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes, se.
(i) O João viu-se no espelho.
(ii) O João e a Maria encontraram-se na rua.
(iii) Dorme-se bem neste colchão.
(iv) Dizem-se coisas estranhas neste país.
(v) A Maria porta-se mal.


                                                   65
Os pronomes variam em género, número e pessoa. Os
pronomes pessoais também variam em caso, ou seja, o
pronome muda de forma conforme a função sintática que
está a desempenhar.



   Sujeito                          Complementos
 (nominativo)        Direto       Indireto       Oblíquo   Agente da
                  (acusativo)     (dativo)      (oblíquo)    Passiva
                                                            (oblíquo)
 Ela queria ir,   Ela pagou-a   O meu irmão Entreguei-lhe Este livro foi
 mas a mãe        para poder    comprou-me o livro para   escrito por
 não deixou.      viajar.       o que eu    autografar.   mim.
                                pedi!



                                                                           66
Pronome que admite variação em género e número,
correspondente ao uso pronominal de um quantificador ou
de um determinante indefinido.

Exemplos:
(i) [Alguém] bateu à porta.
Ele comeu [tudo].
[Ninguém] lhe telefonou.
(ii) [Todos] vieram à festa.
Tu compraste muitos livros, mas eu só comprei [alguns].




                                                          67
Pronome que ocorre no início das orações relativas.

Exemplos:
São pronomes relativos:

Variáveis:
- o qual, os quais, a qual, as quais

Invariáveis:
- que
- quem
(i) Encontrei o livro [de que me falaste].
(ii) Conheço [quem te pode ajudar].


                                                      68
1. Note-se que o pronome relativo tem uma função dupla na
oração adjetiva ou substantiva em que ocorre, na medida em
que:
(i) sendo um pronome, desempenha uma função sintática;
(ii) serve de conector ou elemento de ligação entre a oração
subordinada e o nome ou grupo nominal que modifica.

2. Como o exemplo (i) mostra, quando o pronome relativo faz
parte de um grupo preposicional, todo o grupo preposicional
ocorre em posição inicial da oração relativa.

3. Nem todas as palavras que introduzem orações relativas
pertencem à classe dos pronomes, como é o caso dos
advérbios relativos "onde", "como", dos quantificadores
relativos "quanto(s)/quanta(s)" e do determinante relativo
"cujo(s)/ cuja(s)".
                                                             69
Palavra pertencente a uma classe fechada que geralmente
precede o nome, contribuindo para a construção do seu
valor referencial.
Os determinantes incluem as seguintes subclasses:
artigos;
determinantes demonstrativos;
determinantes possessivos;
determinantes indefinidos;
determinantes interrogativos;
determinantes relativos .



                                                          70
O determinante surge sempre antes do nome com o qual
concorda em género e número. O Dicionário Terminológico
mantém as subclasses já existentes (artigo definido e
indefinido, possessivo, demonstrativo, indefinido
interrogativo) e acrescenta a dos determinantes relativos:




                                                             71
(i) (a) São artigos definidos: o / os / a / as
     (b) São artigos indefinidos: um / uns / uma / umas

(ii) São determinantes demonstrativos:
este / estes / esta / estas
esse / esses / essa / essas / aquele / aqueles / aquela / aquelas

(iii) São determinantes possessivos:
Um possuidor:
- meu, minha, meus, minhas
- teu, tua, teus, tuas
- seu, sua, seus, suas
Vários possuidores:
- nosso, nossa, nossos, nossas
- vosso, vossa, vossos, vossas
- seu, sua, seus, suas

(iv) São determinantes indefinidos:
- certo(s) / certa(s)
- outro(s) / outra(s)

(v) São determinantes interrogativos:
- que, qual, quais

(vi) São determinantes relativos:
- cujo, cuja, cujos, cujas                                          72
Palavra ou locução que contribui para a construção do valor
referencial de um nome com que se combina e cujo
significado expressa informação relacionada com número,
quantidade ou parte do seu referente, independentemente da
sua definitude (i). Os quantificadores podem ser ainda usados
para expressar informação de natureza quantitativa sobre
expressões que não denotam entidades, mas sim situações
(ii)

Exemplos:
(i) a. Todos os livros foram vendidos. (o quantificador ―todos‖ indica
que, tomando como referente um conjunto de livros, a totalidade
desse conjunto foi vendida)
b. A maioria dos livros foi vendida.
c. Comprei um litro de leite. (a expressão ―um litro de‖ quantifica
sobre o nome ―leite‖, fazendo uma medição)                            73
(ii) Fumo poucas vezes.
74
Quantificador que induz uma leitura do grupo nominal relativa
a todos os elementos de um conjunto.

Exemplos:
São quantificadores universais: todo(s), toda(s), ambos, cada,
qualquer e nenhum(a)/ nenhuns(mas).

(1) Todo o homem é mortal. (= Para todo o homem, verifica-se
que ele é mortal.)

(2) Qualquer animal selvagem sabe procurar comida. (= Para
todo o animal selvagem, verifica-se que ele sabe procurar
comida.)


                                                            75
Implicam a referência à globalidade dos elementos de um
conjunto, encarados na sua totalidade ou distributivamente.

                                                              76
Quantificador utilizado para asserir a existência da entidade
designada pelo nome com que se combina sem remeter para a
totalidade dos elementos de um conjunto (i) ou para expressar
uma quantidade não precisa (ii) ou relativa a um valor
considerado como ponto de referência (iii).
Exemplos:
São quantificadores existenciais: algum / alguns; bastante(s); pouco(s);
tanto(s); vários / várias

(i) Alguns alunos faltaram ao teste. (do conjunto de alunos considerados
só uma parte faltou ao teste)

(ii) Vários alunos faltaram ao teste. (uma quantidade não precisa de
alunos faltou ao teste)

(iii) Muitos alunos faltaram ao teste. (o número de alunos que faltou ao
teste é superior à quantidade média).                                 77
Introduz uma noção de existência e de
quantidade, remetendo não para a totalidade, mas para
uma parte dos elementos de um conjunto; essa
referência não é feita em termos absolutos e precisos.   78
Quantificador que expressa uma quantidade numérica inteira
precisa (numeral cardinal) (i), um múltiplo de uma quantidade
(numeral multiplicativo) (ii), ou uma fração precisa de uma
quantidade (numeral fracionário). Os quantificadores
numerais fracionários e multiplicativos são, muitas vezes,
locuções (metade de, dobro de, etc.).

Exemplos:
(i) Comprei três livros.
(ii) Comprei o triplo dos livros.
(iii) Comprei metade dos livros.




                                                            79
– designa uma
quantidade numérica expressa por números inteiros
(um, dois, três, …);

                                                   – expressa
multiplicação de uma quantidade (duplo, triplo, quádruplo, …)

                                              – expressa a
divisão de uma quantidade (meio, terço, doze avos, …)

Muitas outras expressões de quantidade e medida, como
―uma porção de‖, ―um litro de‖, etc. funcionam sintática e
semanticamente de forma semelhante aos quantificadores
numerais fracionários, podendo ser designados de
expressões partitivas.

                                                             80
[Resposta do Ciberdúvidas] Embora o Dicionário
Terminológico não os mencione, os valores percentuais podem
ser classificados como quantificadores numerais. Com efeito, as
expressões de percentagem são estruturalmente semelhantes a
numerais fracionários como «metade (de)», «triplo (de)» e a
expressões partitivas – «uma porção de», «um litro» —, estas
identificadas com os numerais fracionários no verbete
correspondente à subclasse em apreço e aqueles também aí
referidos. Assim, atendendo às seguintes expressões:
1. «metade da população»,
2. «parte da população»,
3. «30% da população»,
a conclusão é a de, em 3, a expressão percentual se comportar
sintática e semanticamente como o quantificador numeral
fracionário de 1 e a expressão partitiva de 2.
                                         Carlos Rocha:: 23/11/2011
                                                                81
Quantificador que, numa construção interrogativa, identifica
o constituinte interrogado, sendo substituído na resposta por
um quantificador.

Exemplos:
Em (i), a palavra ―quantos‖ é um quantificador interrogativo:
(i) Quantos livros leste?
R: Muitos./ Três. / Alguns.




                                                                82
Quantificador que, numa oração relativa, identifica o
constituinte relativizado e tem como antecedente um grupo
nominal introduzido por quantificador.


Exemplos:
Em (i), as palavras ―quanto‖ e ―quantas‖ são quantificadores
relativos:
(i)
a. Comi tudo quanto havia na festa.
b. Fiz tantas mudanças quantas pude fazer.




                                                               83
Introduz uma oração subordinada relativa

 Fiz tudo quanto me mandaste.
 Fiz tantas mudanças quantas pude fazer.



                                            84
85
86
87
Sem alteração.




                 88
Palavra invariável, pertencente a uma classe fechada de
palavras, que introduz orações (i) e constituintes
coordenados (ii) e orações subordinadas completivas e
adverbiais (iii-iv).

Exemplos:
(i) Tu foste para casa [e] eu fiquei na escola.
(ii) O João [e] a Maria foram para casa.
(iii) O Pedro disse [que] foi para casa.
(iv) [Quando] chegaste, fui-me embora.




                                                          89
Processo sintático que consiste na junção de duas ou mais
unidades linguísticas com a mesma categoria e/ou com a
mesma função sintática. Os constituintes coordenados podem
ser frases ou orações, grupos nominais, grupos
adjetivais, grupos verbais, grupos adverbiais ou grupos
preposicionais.

Exemplos:
Elementos coordenados:
- frases:
O João foi ao cinema e a Maria encontrou-o.
O João foi ao cinema, o Paulo foi ao teatro e a Maria ficou em casa.

- grupos nominais:
Comprei arroz e legumes.
Queres couve-flor, beterraba ou espinafres?
                                                                       90
-grupos adjetivais:
Ela é baixa e gordinha.
Ela é irritante e aborrecida.

- grupos verbais:
Ele tem bebido o leite e comido a papa.
Ele tem bebido leite, comido a papa e tomado o xarope.

- grupos adverbiais:
Ele não trabalha nem bem nem depressa.
Queres ir ao cinema hoje, amanhã ou depois?

- grupos preposicionais:
Fiz a viagem de carro e de avião.
Fiz o percurso de carro, de bicicleta e a pé.

                                                         91
Conjunção que introduz um constituinte coordenado ou
uma oração coordenada.
As subclasses de conjunção coordenativa estabelecem-se
em função do tipo de estrutura coordenada ou oração
coordenada que introduzem, sendo tradicionalmente
listadas as conjunções coordenativas copulativas (i),
disjuntivas (ii), conclusivas (iii), adversativas (iv) e
explicativas (v).

Exemplos:
(i) O João saiu [e] eu fiquei em casa.
(ii) Vais sair [ou] vais ficar em casa?
(iii) Penso, [logo] existo.
(iv) É Natal, [mas] estou triste.
(v) O Zé tem febre, [pois] constipou-se.               92
Conjunção que introduz uma oração subordinada completiva
ou adverbial.
 As subclasses de conjunção subordinativa estabelecem-se
em função do tipo de oração que introduzem, sendo
tradicionalmente listadas as conjunções subordinativas
completivas (i), causais (ii), finais (iii), temporais (iv),

   Exemplos:
   (i) a. Diz-se [que] vai chover.
       b. Perguntei [se] estás contente.
       c. Pedi [para] te calares.
   (ii) O Zé tem febre, [porque] se constipou.
   (iii) O Zé ficou em casa, [para] ver o jogo.
   (iv) O Zé constipou-se, [quando] apanhou
   chuva.
                                                               93
concessivas (v), condicionais (vi), comparativas (vii) e
consecutivas (viii).
Muitas conjunções subordinativas que introduzem orações
subordinadas adverbiais são locuções (ix).

Exemplos:
(v) [Embora] esteja doente, vou trabalhar.
(vi) [Se] chover, fico em casa.
(vii) Falo mais [do que] trabalho.
(viii) Ele é tão alto [que] bate com a cabeça na ombreira da porta.

(ix) a. [Ainda que] não te cales, não desisto.
     b. [Sempre que] chove, fico contente.



                                                                      94
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Advérbios: funções e valores

  • 1. Os subdomínios : da Morfologia (B.2.), das (B.3.) e da Sintaxe (B.4.). 1
  • 2. Conjunto das palavras que, por partilharem características morfológicas, sintáticas e/ou semânticas, podem ser agrupadas numa mesma categoria. As classes de palavras não podem ser estabelecidas apenas com base em critérios morfológicos, uma vez que há classes que não se distinguem morfologicamente, como por exemplo as preposições e as conjunções. 2
  • 3. Item lexical pertencente a uma determinada classe, com um significado identificável ou com uma função gramatical e com forma fonológica consistente, podendo admitir variação flexional. Sequência de palavras que funciona, sintática e semanticamente, como uma só. Exemplos: Locuções adverbiais: "em breve", "com certeza"; Locuções prepositivas: "em cima de", "debaixo de"; 3 Locuções conjuncionais: "assim que", "logo que", "ainda que".
  • 4. Classe de palavras que é constituída por um número potencialmente ilimitado de palavras e à qual a evolução da língua acrescenta constantemente novos membros. É praticamente impossível enumerar todos os membros de uma classe aberta de palavras num dado momento da evolução da língua. Exemplos:  palavras recentemente acrescentadas à classe dos nomes, veja- se "telemóvel", "cromo". palavras recentemente acrescentadas à classe dos verbos, veja- se "clicar", "surfar". 4
  • 5. Classe de palavras que é constituída por um número limitado (normalmente pequeno) de palavras e à qual a evolução da língua só muito raramente acrescenta novos membros. É normalmente fácil enumerar todos os membros de uma classe fechada de palavras. 5
  • 7. Nomes comuns que se aplicam a objetos ou referentes que podem ser diferenciados como partes singulares ou partes plurais de um conjunto (i). Assim, podem ocorrer em construções de enumeração (ii) e a forma de plural marca uma oposição quantitativa (iii). Exemplos: (i) De entre os alunos da turma, o aluno n.º 3 teve a melhor nota. (ii) Um [aluno] estudou muito, dois [alunos] faltaram e muitos quiseram mudar a data do teste. (iii) Um aluno / dois alunos / muitos alunos. 7
  • 8. Nome comum que se aplica a conjuntos de objetos ou entidades em que não é possível distinguir partes singulares de partes plurais, conforme exemplos (i) a (iii). Por esta razão, estes nomes não ocorrem, tipicamente, em construções de enumeração (iv) nem coocorrem com alguns quantificadores e determinantes (v). As construções de plural dos nomes não- contáveis não designam uma oposição quantitativa, mas sim qualitativa (vi), exceto quando se faz uma contagem relativa a contadores não explícitos (vii). Exemplos: (i) A [farinha] é um ingrediente essencial dos bolos. (ii) Essa peça de [bronze] devia estar no museu. (iii) A [educação] é essencial para a democracia. (iv) *Uma educação, duas educações, (v) *Certas / várias educações, ... (vi) Há várias farinhas no mercado. (= existem várias qualidades de farinha no mercado). 8 (vii) Comprei dois sumos. (= comprei dois (pacotes de) sumo).
  • 9. 9
  • 10. Nome que se aplica a um conjunto de objetos ou entidades do mesmo tipo (i). Há nomes coletivos contáveis, como os exemplificados em (i), e nomes coletivos não contáveis, que não aceitam plural, como os exemplificados em (ii). Os nomes coletivos têm, em alguns contextos, um comportamento semelhante a plurais, como na combinação com predicados coletivos (iii), mas distinguem-se de plurais, não podendo, por exemplo, ser antecedente de alguns pronomes recíprocos (iv). Exemplos: (i) rebanho, alcateia, multidão (ii) fauna, flora (iii) A alcateia reuniu-se. (iv) *O par é parecido um com o outro. 10
  • 11. 11
  • 12. 12
  • 14. 14
  • 15. Nova gramática didática de Português, Santillana 15
  • 16. 16
  • 17. Verbo principal que não seleciona complementos. Exemplos: (i) O Miguel desmaiou. (ii) *O Miguel desmaiou a mãe. (iii) A Zé tossiu. (iv) *A Zé tossiu o hospital. 17
  • 18. Verbo principal que seleciona um sujeito e um complemento com a função sintática de complemento direto (i)-(iv). Exemplos. (i) A Ana fechou a porta. (ii) A Ana fechou-a. (iii) *A Ana fechou. (agramatical como frase isolada) (iv) A Ana afirmou [que tinham fechado a porta]. (v) A Ana afirmou-o. (vi) *A Ana pediu. (agramatical como frase isolada) 18
  • 19. Verbo principal que seleciona um sujeito e um complemento indireto (i)-(ii) ou oblíquo (iv)-(v). Exemplos: (i) A prenda agradou à Ana. (ii) A prenda agradou-lhe. (iii) *A prenda agradou. (iv) A Margarida vai a Paris. (v) A Margarida vai lá. (vi) *A Margarida vai. 19
  • 20. Verbo principal que seleciona um sujeito e dois complementos: um com a função sintática de complemento direto e outro com a de complemento indireto (i)-(iv) ou de complemento oblíquo (v) (viii). Exemplos: (i) A Teresa deu o livro à professora. (ii) A Teresa deu-o à professora. (iii) A Teresa deu-lhe o livro. (iv) A Teresa deu-lho. (v) O Pedro pôs os livros na estante. (vi) O Pedro pô-los na estante. (vii) O Pedro pôs os livros aí. (viii) O Pedro pô-los aí. 20
  • 21. Verbo principal que seleciona um sujeito, um complemento direto e um predicativo do complemento direto. Exemplos: (i) A Teresa acha o Pedro feio. (ii) A Teresa acha-o feio. 21
  • 22. Os verbos transitivos-predicativos conseguem distinguir-se dos verbos transitivos diretos através da substituição do complemento direto por um pronome. Assim, observa-se que, em frases como: ―o Pedro leu um livro horrível.― ―o Pedro leu-o.― ―*o Pedro leu-o horrível‖. não há predicativo do complemento direto (não havendo, consequentemente, verbo transitivo-predicativo), Enquanto em frases como: ―o Pedro considera o livro horrível.‖ "o Pedro considera-o horrível.― a expressão "horrível" não faz parte do complemento direito, funcionando como predicativo do complemento direto. 22
  • 23. Verbo que coocorre, precedendo-o, com um verbo principal ou um verbo copulativo e que não determina quais os complementos ou o sujeito que ocorrem na frase. Os verbos auxiliares são usados para a formação de tempos compostos (i), para a formação de frases passivas (ii), ou para veicular informação temporal (iii), aspectual (iv) e modal (v). Numa mesma frase, pode haver mais do que um verbo auxiliar (vi)-(vii). Exemplos: COMPLEXO (i) A Eva tem brincado bastante. VERBAL (ii) O bolo de aniversário foi encomendado. (iii) A Eva vai brincar no jardim. Sequência de um ou mais (iv) A Eva está a brincar no jardim. verbos em que apenas um (v) A Joana devia ir ao médico. deles é um verbo principal (vi) A Joana deve ir brincar no jardim. e os restantes verbos (vii) O problema podia ter sido explicado de outra forma. são verbos 23 auxiliares.
  • 24. Verbo que ocorre numa frase em que existe um constituinte com a função sintática de sujeito e outro com a função sintática de predicativo do sujeito. Exemplos: Costumam listar-se como verbos copulativos os seguintes: ser, estar, ficar, parecer (como em "parecer doente"), permanecer, continuar (como em "continuar calado"), tornar-se e revelar-se. (i) A Teresa está doente. (ii) A Ana é veterinária. (iii) A Margarida ficou calada. A noção de (iv) A Margarida continua em Lisboa. predicativo do sujeito 24 muda!
  • 26. 26
  • 27. 27
  • 28. 28
  • 29. 29
  • 30. Nova gramática didática de Português, Santillana 30
  • 31. 31
  • 32. Adjetivo que deriva de um nome, não ocorre em posição pré- -nominal nem varia em grau. Exemplos:  jornais diários;  amor maternal;  aves aquáticas;  invasão americana;  crosta terrestre. 32
  • 33. Adjetivo que exprime tipicamente a qualidade, i.e., um atributo do nome. Tipicamente, a posição dos adjetivos qualificativos é pós- -nominal. 33
  • 34. 34
  • 35. 35
  • 36. Adjetivo que pertence à classe tradicional dos numerais ordinais, como (i), expressando ordem ou sucessão. (i) Primeiro, segundo, terceiro, ... 36
  • 37. 37
  • 38. 38
  • 39. Nova gramática didática de Português, Santillana 39
  • 40. 40
  • 41. Advérbio com diferentes valores semânticos (i), que ocorre internamente ao grupo verbal, quer com função de complemento oblíquo, quer como modificador do grupo verbal (e, mais raramente, como predicativo do sujeito), podendo ser afectado pela negação (ii) ou por estruturas interrogativas como as ilustradas em (iii). Exemplos: (i) a. Os rapazes dormem ali. - Valor locativo b. Os rapazes chegaram recentemente. - Valor temporal c. Os rapazes cantam agradavelmente. - Valor de modo (ii) a. A escola dos teus filhos não fica [ali], fica na outra rua. b. Os rapazes não dormem [ali], mas no outro quarto. (iii) a. É [ali] que fica a escola dos teus filhos? b. É [ali] que dormem os rapazes? 41
  • 42. Advérbio com diferentes valores semânticos (i), que modifica a frase, não sendo afectado pela negação frásica (ii) ou por estruturas interrogativas como as ilustradas em (iii). Exemplos: (i) a. Os rapazes dormem, provavelmente. - Valor modal b. Os rapazes dormem, felizmente - Valor de orientação para o falante c. Matematicamente, esse facto é impossível. - Valor de orientação para o domínio. (ii) a. A escola dos teus filhos não está fechada, provavelmente. (não se está a negar a probabilidade de a escola estar fechada) b. Honestamente, tu às vezes não raciocinas. (não se está a negar "honestamente") (iii) a. *Foi [provavelmente] que a escola dos teus filhos fechou? b. *Foi [infelizmente] que tu adoeceste? 42
  • 43. O mesmo item adverbial pode pertencer a duas subclasses diferentes. Em (i), "naturalmente" é um advérbio de predicado, de acordo com (ii) e (iii), com uma interpretação de modo (iv), enquanto em (v) pertence à subclasse dos advérbios de frase, conforme (vi) e (vii), com valor afirmativo (viii). (i) Ele começou a falar naturalmente. (ii) Foi naturalmente que ele começou a falar? (iii) Ele começou a falar não naturalmente, mas pouco à vontade. (iv) Ele começou a falar de modo natural. (v) Naturalmente, ele começou a falar. (vi) *Foi naturalmente ou possivelmente que ele começou a falar? (vii) *Não naturalmente, mas possivelmente, ele começou a falar. (viii) Obviamente, ele começou a falar. 43
  • 44. Advérbio cuja função é o estabelecimento de nexos entre frases (i) ou constituintes da frase (ii), como por exemplo relações de consequência (iii), de contraste (iv) ou ordenação (v). Exemplos: (i) O Pedro falou com a Maria. [Seguidamente], foi para casa. (ii) Alguns alunos desta turma, [designadamente] o Pedro e o João, estão de parabéns. (iii) O professor caiu. [Consequentemente], partiu uma perna. (iv) Está frio. O João, [contudo], vestiu uns calções. (v) [Primeiro] batem-se os ovos com o açúcar, [seguidamente] deita- se o leite e a farinha, [finalmente] leva-se tudo ao forno. 44
  • 45. Tal como os advérbios de frase, os advérbios conectivos não são afetados pela negação frásica (vi) ou por estruturas interrogativas como as ilustradas em (vii). Exemplos: (vi) Hoje há greve de funcionários. A escola dos teus filhos não está fechada, contudo. (a negação frásica não está a negar o advérbio "contudo") (vii) *Foi [consequentemente] que a escola dos teus filhos fechou? 45
  • 46. Os advérbios conectivos distinguem-se de conjunções com valor idêntico por poderem, por exemplo, ocorrer entre o sujeito e o predicado (viii). Exemplos (viii) a. Está frio, mas o João fica na praia. /*Está frio. O João, mas, fica na praia. ("mas" é uma conjunção) b. Está frio. Porém, o João fica na praia. /Está frio. O João, porém, fica na praia. ("porém" é um advérbio conectivo) 46
  • 47. Advérbio cujo significado contribui para reverter o valor de verdade de uma frase afirmativa ou para negar um constituinte. Este advérbio pode ser um modificador do grupo verbal ou de um constituinte do grupo verbal. A tradição gramatical considera "não" o único advérbio de negação. Em construções de negação frásica (i), a distribuição do advérbio é bastante restrita (ii). Neste caso, "não" ocorre sempre em posição de adjacência à esquerda do verbo). Exemplos: Negação frásica: (i) O João [não] comprou flores à Ana. (ii) (a) *Não o João comprou flores à Ana. (b) *O João comprou não flores à Ana. (c) *O João comprou flores não à Ana. (d) *O João comprou flores à Ana não. 47
  • 48. Quando o advérbio nega um constituinte da frase, modifica apenas esse constituinte e ocorre à sua esquerda (iii)-(v). Exemplos Negação de constituinte: (iii) O João [comprou à Ana ontem [não flores]], mas livros. (modifica o grupo nominal complemento direto) (iv) O João [comprou flores ontem [não à Ana]], mas à Raquel. (modifica o grupo preposicional complemento indireto) (v) O João [comprou flores à Ana [não ontem]], mas hoje. (modifica o grupo adverbial modificador) 48
  • 49. Os advérbios "nunca" e "jamais", apesar de serem palavras negativas, não são advérbios de negação, uma vez que, em frases como "Eu não estive lá nunca", "nunca" não é a palavra responsável pelo valor afirmativo ou negativo da frase. Comportam-se, assim, como palavras que, excepto em posição pré-verbal, precisam de coocorrer com um advérbio de negação. À luz do Dicionário Terminológico (DT), nunca e jamais devem ser classificados como advérbios de predicado com valor temporal, à semelhança de recentemente, que ocorre num exemplo apresentado no verbete respeitante a essa classe de advérbios: «[...] Os rapazes chegaram recentemente. — Valor temporal» 49
  • 50. Advérbio utilizado em respostas a interrogativas totais (i) ou como modificador de um constituinte (ii) cujo significado contribui para asserir ou reforçar o valor afirmativo de um enunciado. Exemplos: (i) Vais à praia? Sim. (ii) A Ana não comprou livros, mas sim flores. 50
  • 51. Advérbio que contribui com informação sobre grau ou quantidade, que pode ocorrer internamente ao predicado (i) ou como modificador de grupos adjetivais (ii) ou adverbiais (iii). Alguns destes advérbios são utilizados para a formação do grau dos adjectivos e advérbios (iv). Exemplos: (i) Os rapazes comeram muito. (ii) Tu estás [demasiado cansada]. (iii) Tu corres [excessivamente depressa]. (iv) Ele é mais alto do que tu. 51
  • 52. Advérbio que permite realçar o constituinte que modifica, contribuindo com informação sobre, por exemplo, o seu carácter exaustivo (i) ou a sua participação ou não num determinado conjunto (ii). Estes advérbios podem ocorrer internamente ao predicado (iii) ou como modificadores de grupos adjectivais (iv), adverbiais (v), nominais (vi) ou preposicionais (vii). Exemplos: (i) a. [Só a Maria] faltou à aula. b. Ele fala [apenas de assuntos estranhos]. (ii)a. [Até a Maria] faltou à aula. b. Como tudo, [excepto endívias]. (iii) O João [riu mesmo]. (iv) Ele é [apenas aborrecido]. (v) [Só ontem] é que saí do hospital. (vi) Vi [até aqueles filmes]. 52 (vii) Gosto [até de bolachas].
  • 53. Advérbio que identifica o constituinte interrogado numa construção interrogativa e que é substituível por um grupo adverbial ou preposicional. Exemplos: Em (i), as palavras ―onde‖, ―quando‖ e ―porquê‖ são advérbios interrogativos: (i) Onde moras? Quando chegaste? Fizeste isso porquê? 53
  • 54. Advérbio que identifica o constituinte relativizado numa oração relativa e que é substituível por um grupo adverbial ou preposicional. Exemplos: Em (i), a palavra ―onde‖ é um advérbio relativo: (i) A rua onde moro é bonita. 54
  • 55. Antes e depois…. As palavras nunca e jamais são consideradas advérbios de predicado com valor temporal e não advérbios de negação. 55
  • 56. 56
  • 57. 57
  • 58. 58
  • 59. 59
  • 60. Nova gramática didática de Português, Santillana 60
  • 61. Palavra invariável que pertence a uma classe aberta. Uma interjeição não estabelece relações sintáticas com outras palavras e tem uma função exclusivamente emotiva. O valor de cada interjeição depende do contexto de enunciação e corresponde a uma atitude do falante ou enunciador. A tradição gramatical luso-brasileira classifica semanticamente as interjeições, conforme os exemplos (i) a (xi). Exemplos: (i) De alegria: ah!, oh!, ... (ii) De animação: eia!, vamos!, ... (iii) De aplauso: bravo!, viva!, ... (iv) De desejo: oh!, oxalá!, ... (v) De dor: ai!, ui!, ... (vi) De espanto ou surpresa: ah!, hi!, ... (vii) De impaciência: irra!, hem!, ... (viii) De invocação: ó!, pst!, ... (ix) De silêncio: psiu!, silêncio!, ... (x) De suspensão: alto!, basta!, ... 61 (xi) De terror: ui!, uh!, ...
  • 62. Palavra pertencente a uma classe fechada de palavras que, em alguns casos, permite variação em género e número, noutros em pessoa, género e número e noutros permite variação em caso. Ao contrário do que acontece com o determinante, o pronome não pode preceder um nome (a menos que sejam separados por uma pausa). Exemplos: (i) ele - Ele vai a casa. (ii) este - Este é o melhor. (iii) meu - O meu é o melhor. Impossibilidade de coocorrência de nomes e pronomes: (iv) *Ele Miguel é bonito. (v) O meu carro é o melhor. (neste caso, a coocorrência só é possível porque "meu" é um determinante e não um pronome) 62
  • 63. 63
  • 64. Mantém-se as subclasses tradicionais (pessoal, possessivo, demonstrativo, indefinido, relativo, inter rogativo). Destacamos, apenas, algumas particularidades dos pronomes indefinidos e relativos. 64
  • 65. : eu, tu, você, ele / ela, nós, vós, vocês, eles / elas; mim, ti, si. : me, te, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes, se. (i) O João viu-se no espelho. (ii) O João e a Maria encontraram-se na rua. (iii) Dorme-se bem neste colchão. (iv) Dizem-se coisas estranhas neste país. (v) A Maria porta-se mal. 65
  • 66. Os pronomes variam em género, número e pessoa. Os pronomes pessoais também variam em caso, ou seja, o pronome muda de forma conforme a função sintática que está a desempenhar. Sujeito Complementos (nominativo) Direto Indireto Oblíquo Agente da (acusativo) (dativo) (oblíquo) Passiva (oblíquo) Ela queria ir, Ela pagou-a O meu irmão Entreguei-lhe Este livro foi mas a mãe para poder comprou-me o livro para escrito por não deixou. viajar. o que eu autografar. mim. pedi! 66
  • 67. Pronome que admite variação em género e número, correspondente ao uso pronominal de um quantificador ou de um determinante indefinido. Exemplos: (i) [Alguém] bateu à porta. Ele comeu [tudo]. [Ninguém] lhe telefonou. (ii) [Todos] vieram à festa. Tu compraste muitos livros, mas eu só comprei [alguns]. 67
  • 68. Pronome que ocorre no início das orações relativas. Exemplos: São pronomes relativos: Variáveis: - o qual, os quais, a qual, as quais Invariáveis: - que - quem (i) Encontrei o livro [de que me falaste]. (ii) Conheço [quem te pode ajudar]. 68
  • 69. 1. Note-se que o pronome relativo tem uma função dupla na oração adjetiva ou substantiva em que ocorre, na medida em que: (i) sendo um pronome, desempenha uma função sintática; (ii) serve de conector ou elemento de ligação entre a oração subordinada e o nome ou grupo nominal que modifica. 2. Como o exemplo (i) mostra, quando o pronome relativo faz parte de um grupo preposicional, todo o grupo preposicional ocorre em posição inicial da oração relativa. 3. Nem todas as palavras que introduzem orações relativas pertencem à classe dos pronomes, como é o caso dos advérbios relativos "onde", "como", dos quantificadores relativos "quanto(s)/quanta(s)" e do determinante relativo "cujo(s)/ cuja(s)". 69
  • 70. Palavra pertencente a uma classe fechada que geralmente precede o nome, contribuindo para a construção do seu valor referencial. Os determinantes incluem as seguintes subclasses: artigos; determinantes demonstrativos; determinantes possessivos; determinantes indefinidos; determinantes interrogativos; determinantes relativos . 70
  • 71. O determinante surge sempre antes do nome com o qual concorda em género e número. O Dicionário Terminológico mantém as subclasses já existentes (artigo definido e indefinido, possessivo, demonstrativo, indefinido interrogativo) e acrescenta a dos determinantes relativos: 71
  • 72. (i) (a) São artigos definidos: o / os / a / as (b) São artigos indefinidos: um / uns / uma / umas (ii) São determinantes demonstrativos: este / estes / esta / estas esse / esses / essa / essas / aquele / aqueles / aquela / aquelas (iii) São determinantes possessivos: Um possuidor: - meu, minha, meus, minhas - teu, tua, teus, tuas - seu, sua, seus, suas Vários possuidores: - nosso, nossa, nossos, nossas - vosso, vossa, vossos, vossas - seu, sua, seus, suas (iv) São determinantes indefinidos: - certo(s) / certa(s) - outro(s) / outra(s) (v) São determinantes interrogativos: - que, qual, quais (vi) São determinantes relativos: - cujo, cuja, cujos, cujas 72
  • 73. Palavra ou locução que contribui para a construção do valor referencial de um nome com que se combina e cujo significado expressa informação relacionada com número, quantidade ou parte do seu referente, independentemente da sua definitude (i). Os quantificadores podem ser ainda usados para expressar informação de natureza quantitativa sobre expressões que não denotam entidades, mas sim situações (ii) Exemplos: (i) a. Todos os livros foram vendidos. (o quantificador ―todos‖ indica que, tomando como referente um conjunto de livros, a totalidade desse conjunto foi vendida) b. A maioria dos livros foi vendida. c. Comprei um litro de leite. (a expressão ―um litro de‖ quantifica sobre o nome ―leite‖, fazendo uma medição) 73 (ii) Fumo poucas vezes.
  • 74. 74
  • 75. Quantificador que induz uma leitura do grupo nominal relativa a todos os elementos de um conjunto. Exemplos: São quantificadores universais: todo(s), toda(s), ambos, cada, qualquer e nenhum(a)/ nenhuns(mas). (1) Todo o homem é mortal. (= Para todo o homem, verifica-se que ele é mortal.) (2) Qualquer animal selvagem sabe procurar comida. (= Para todo o animal selvagem, verifica-se que ele sabe procurar comida.) 75
  • 76. Implicam a referência à globalidade dos elementos de um conjunto, encarados na sua totalidade ou distributivamente. 76
  • 77. Quantificador utilizado para asserir a existência da entidade designada pelo nome com que se combina sem remeter para a totalidade dos elementos de um conjunto (i) ou para expressar uma quantidade não precisa (ii) ou relativa a um valor considerado como ponto de referência (iii). Exemplos: São quantificadores existenciais: algum / alguns; bastante(s); pouco(s); tanto(s); vários / várias (i) Alguns alunos faltaram ao teste. (do conjunto de alunos considerados só uma parte faltou ao teste) (ii) Vários alunos faltaram ao teste. (uma quantidade não precisa de alunos faltou ao teste) (iii) Muitos alunos faltaram ao teste. (o número de alunos que faltou ao teste é superior à quantidade média). 77
  • 78. Introduz uma noção de existência e de quantidade, remetendo não para a totalidade, mas para uma parte dos elementos de um conjunto; essa referência não é feita em termos absolutos e precisos. 78
  • 79. Quantificador que expressa uma quantidade numérica inteira precisa (numeral cardinal) (i), um múltiplo de uma quantidade (numeral multiplicativo) (ii), ou uma fração precisa de uma quantidade (numeral fracionário). Os quantificadores numerais fracionários e multiplicativos são, muitas vezes, locuções (metade de, dobro de, etc.). Exemplos: (i) Comprei três livros. (ii) Comprei o triplo dos livros. (iii) Comprei metade dos livros. 79
  • 80. – designa uma quantidade numérica expressa por números inteiros (um, dois, três, …); – expressa multiplicação de uma quantidade (duplo, triplo, quádruplo, …) – expressa a divisão de uma quantidade (meio, terço, doze avos, …) Muitas outras expressões de quantidade e medida, como ―uma porção de‖, ―um litro de‖, etc. funcionam sintática e semanticamente de forma semelhante aos quantificadores numerais fracionários, podendo ser designados de expressões partitivas. 80
  • 81. [Resposta do Ciberdúvidas] Embora o Dicionário Terminológico não os mencione, os valores percentuais podem ser classificados como quantificadores numerais. Com efeito, as expressões de percentagem são estruturalmente semelhantes a numerais fracionários como «metade (de)», «triplo (de)» e a expressões partitivas – «uma porção de», «um litro» —, estas identificadas com os numerais fracionários no verbete correspondente à subclasse em apreço e aqueles também aí referidos. Assim, atendendo às seguintes expressões: 1. «metade da população», 2. «parte da população», 3. «30% da população», a conclusão é a de, em 3, a expressão percentual se comportar sintática e semanticamente como o quantificador numeral fracionário de 1 e a expressão partitiva de 2. Carlos Rocha:: 23/11/2011 81
  • 82. Quantificador que, numa construção interrogativa, identifica o constituinte interrogado, sendo substituído na resposta por um quantificador. Exemplos: Em (i), a palavra ―quantos‖ é um quantificador interrogativo: (i) Quantos livros leste? R: Muitos./ Três. / Alguns. 82
  • 83. Quantificador que, numa oração relativa, identifica o constituinte relativizado e tem como antecedente um grupo nominal introduzido por quantificador. Exemplos: Em (i), as palavras ―quanto‖ e ―quantas‖ são quantificadores relativos: (i) a. Comi tudo quanto havia na festa. b. Fiz tantas mudanças quantas pude fazer. 83
  • 84. Introduz uma oração subordinada relativa  Fiz tudo quanto me mandaste.  Fiz tantas mudanças quantas pude fazer. 84
  • 85. 85
  • 86. 86
  • 87. 87
  • 89. Palavra invariável, pertencente a uma classe fechada de palavras, que introduz orações (i) e constituintes coordenados (ii) e orações subordinadas completivas e adverbiais (iii-iv). Exemplos: (i) Tu foste para casa [e] eu fiquei na escola. (ii) O João [e] a Maria foram para casa. (iii) O Pedro disse [que] foi para casa. (iv) [Quando] chegaste, fui-me embora. 89
  • 90. Processo sintático que consiste na junção de duas ou mais unidades linguísticas com a mesma categoria e/ou com a mesma função sintática. Os constituintes coordenados podem ser frases ou orações, grupos nominais, grupos adjetivais, grupos verbais, grupos adverbiais ou grupos preposicionais. Exemplos: Elementos coordenados: - frases: O João foi ao cinema e a Maria encontrou-o. O João foi ao cinema, o Paulo foi ao teatro e a Maria ficou em casa. - grupos nominais: Comprei arroz e legumes. Queres couve-flor, beterraba ou espinafres? 90
  • 91. -grupos adjetivais: Ela é baixa e gordinha. Ela é irritante e aborrecida. - grupos verbais: Ele tem bebido o leite e comido a papa. Ele tem bebido leite, comido a papa e tomado o xarope. - grupos adverbiais: Ele não trabalha nem bem nem depressa. Queres ir ao cinema hoje, amanhã ou depois? - grupos preposicionais: Fiz a viagem de carro e de avião. Fiz o percurso de carro, de bicicleta e a pé. 91
  • 92. Conjunção que introduz um constituinte coordenado ou uma oração coordenada. As subclasses de conjunção coordenativa estabelecem-se em função do tipo de estrutura coordenada ou oração coordenada que introduzem, sendo tradicionalmente listadas as conjunções coordenativas copulativas (i), disjuntivas (ii), conclusivas (iii), adversativas (iv) e explicativas (v). Exemplos: (i) O João saiu [e] eu fiquei em casa. (ii) Vais sair [ou] vais ficar em casa? (iii) Penso, [logo] existo. (iv) É Natal, [mas] estou triste. (v) O Zé tem febre, [pois] constipou-se. 92
  • 93. Conjunção que introduz uma oração subordinada completiva ou adverbial. As subclasses de conjunção subordinativa estabelecem-se em função do tipo de oração que introduzem, sendo tradicionalmente listadas as conjunções subordinativas completivas (i), causais (ii), finais (iii), temporais (iv), Exemplos: (i) a. Diz-se [que] vai chover. b. Perguntei [se] estás contente. c. Pedi [para] te calares. (ii) O Zé tem febre, [porque] se constipou. (iii) O Zé ficou em casa, [para] ver o jogo. (iv) O Zé constipou-se, [quando] apanhou chuva. 93
  • 94. concessivas (v), condicionais (vi), comparativas (vii) e consecutivas (viii). Muitas conjunções subordinativas que introduzem orações subordinadas adverbiais são locuções (ix). Exemplos: (v) [Embora] esteja doente, vou trabalhar. (vi) [Se] chover, fico em casa. (vii) Falo mais [do que] trabalho. (viii) Ele é tão alto [que] bate com a cabeça na ombreira da porta. (ix) a. [Ainda que] não te cales, não desisto. b. [Sempre que] chove, fico contente. 94
  • 95. 95
  • 96. 96
  • 97. 97