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A INEXISTÊNCIA DA EDUCAÇÃO FAMILIAR 
E OS REFLEXOS NA ESCOLA 
Paulo R. Ulrich1 
Orientadora Profª Drª Cristina Rolim Wolffenbüttel2 
Introdução 
Vivemos em um momento onde estão acontecendo mudanças no contexto 
atual, mudanças estas resultantes de transformações das sociedades. A 
industrialização levou as mulheres ao mercado de trabalho e a revolução feminista 
contribuiu para que cada vez mais as mulheres ocupassem um espaço significativo 
no campo profissional e, conseqüentemente afastou-as do lar e do cuidado com a 
educação dos filhos, repercutindo assim, no funcionamento das famílias. 
O cuidado com os filhos foi delegado às creches que tinham inicialmente a 
incumbência de apenas cuidar, zelar pela alimentação, higiene e segurança das 
crianças. A educação continuava sob responsabilidade da família que por sua vez 
não dispunha de tempo nem paciência para essa tarefa depois da jornada de 
trabalho. A educação dos filhos foi então delegada à escola. Desde as primeiras 
séries o professor, que não era preparado para essa tarefa, tinha que dar conta da 
educação formal e da educação informal que estava sendo sonegada pelos pais. 
Para efetuar essa tarefa a escola carece de autonomia e apoio dos pais, o que na 
maioria das vezes não recebe. 
As crianças entram para a escola sem limites, sem rumo, e 
conseqüentemente desorientadas, percebem que precisam de limites e não sabem a 
quem recorrer, a rebeldia é a forma que encontram para pedir atenção e “socorro”, 
1 Bolsista de Iniciação à Docência - Pibid 2014 – Uergs /Música-Campus Montenegro. 
2 Coordenadora de Área - Pibid 2014 – Uergs /Música-Campus Montenegro. 
2
seja dos pais, seja da escola, seja de outras instituições que têm como finalidade a 
educação. 
A falta de limites é uma realidade que se apresenta tanto na escola 
pública como também na escola particular. Vivemos em uma sociedade onde as 
crianças e jovens têm dificuldades em respeitar normas e regras de boa convivência, 
demonstrando total falta de limites, originando comportamentos anti-sociais com os 
quais a escola não está sabendo lidar. “[...] as crianças de hoje em dia não têm 
limites, não reconhecem a autoridade, não respeitam regras, a responsabilidade por 
isso é dos pais, que teriam se tornado permissivo”. (AQUINO, 1998, p. 7). 
Considero este tema bastante relevante para pais e educadores, pois cada 
vez mais os veículos de comunicação trazem em suas manchetes os absurdos que 
acontecem dentro das escolas envolvendo professores, alunos e até seus pais que 
compram as “brigas” dos filhos, pois, muitos deles também já foram alunos sem 
limites, tornando o problema um círculo vicioso. 
Se o papel dos pais é preparar a criança para conviver no meio social de 
forma responsável, construindo os conceitos de educação, moral e respeito, como 
exigir tais atitudes de pais que não receberam tais conceitos? 
Se considerarmos que a falta de limites vem de casa trazendo seus reflexos 
para a escola, não há dúvidas de que a estrutura da família afeta diretamente na 
construção dos limites junto às crianças. A criança que não recebe limite em casa, 
será, com certeza, um aluno indisciplinado. Segundo Tiba (2005, p. 183) “se a 
parceria entre família e escola for formada desde os primeiros passos da criança, 
todos terão muito a lucrar.” 
Nunca houve uma época em que tanto se falou na falta de limites das 
crianças e adolescentes como hoje. A indisciplina causada pela falta desses limites 
constitui-se num grande desafio a ser superado por pais, professores e sociedade. 
Especulam-se as causas e a “fórmula mágica” para impor estes limites às crianças. 
Em primeiro lugar temos que definir o conceito de limites. Talvez os pais e 
educadores tenham perdido as referências, pois, como sabemos, há tempos atrás a 
educação familiar e a escolar eram muito rígidas e “nada podia”. Na medida em que 
estudos e teorias foram sendo desenvolvidos pela psicologia, pedagogia e outras 
áreas do comportamento humano, em relação à emancipação da criança como um 
ser pensante, com idéias próprias e direito de expor essas idéias, aconteceu uma
mudança radical nos caminhos a serem trilhados para dar a melhor educação aos 
filhos. Os pais, com medo de reprimir as crianças, passaram da educação autoritária 
para uma total permissividade e acabaram deixando de lado sua autoridade de pais, 
colocando-se numa posição de igualdade em relação aos filhos, fato este que faz 
com que nossas crianças e adolescentes estejam crescendo sem o menor respeito 
às regras e leis, desconsiderando valores, sentimentos, enfim desconsiderando as 
pessoas, o humano e, mais grave ainda é que muitos pais estão com medo de seus 
filhos. Os pais se recolhem e os filhos ditam as ordens. A esse respeito Cury (2003, 
p. 32) nos fala. 
Antigamente os pais eram autoritários; hoje, são os filhos. 
Antigamente, os professores eram os heróis; hoje, são vítimas deles. 
Os jovens não sabem ser contrariados. Nunca na história assistimos 
a crianças e jovens dominando tanto os adultos. Os filhos se 
comportam como reis cujos desejos têm de ser imediatamente 
atendidos. 
Nesta nova concepção de educação, pais e até professores entenderam que 
agora “pode tudo”, a criança não pode mais ser podada sem se correr o risco de 
interferir em sua liberdade de expressão e criatividade. Esta interpretação 
equivocada dos tratados de psicólogos e demais estudiosos da mente humana, 
levou a sociedade a um desequilíbrio de poder, onde não são mais traçados limites 
e a liberdade total foi valorizada em detrimento da construção desses limites junto à 
criança, envolvendo todas as partes. 
Considerações Finais 
Ao concluir este artigo pretendo refletir sobre a influência da situação 
socioeconômica da família na formação de valores que, se não forem bem definidos 
na hora da construção dos limites junto à criança, levam à indisciplina, questão tão 
presente na atualidade. 
Considerando a complexidade do ato de educar não se tem a pretensão de, 
com este artigo, estabelecer a verdade, pois a subjetividade do tema deve levar em 
conta muitas variáveis dentro deste contexto, como: o tempo histórico, as diferentes 
culturas, as circunstâncias da vida e influências externas, entre tantos outros fatores 
que devem ser considerados além da condição social. Antes de tudo é preciso 
conhecer os envolvidos no processo educacional, ou seja, os alunos e a
comunidade escolar e, a partir da observação compreender melhor o universo das 
crianças, seus problemas, seus anseios e seus sonhos e, a partir daí refletir sobre 
as possíveis causas das questões indisciplinares que envolvem alunos e 
professores. 
REFERÊNCIAS 
AQUINO, Júlio Groppa. Indisciplina na Escola: alternativas teóricas e práticas. São 
Paulo: Summus, 1996. 
CURY, Augusto Jorge. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: 
Sextante, 2003.

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#8 paulo ulrich agosto 2014

  • 1. A INEXISTÊNCIA DA EDUCAÇÃO FAMILIAR E OS REFLEXOS NA ESCOLA Paulo R. Ulrich1 Orientadora Profª Drª Cristina Rolim Wolffenbüttel2 Introdução Vivemos em um momento onde estão acontecendo mudanças no contexto atual, mudanças estas resultantes de transformações das sociedades. A industrialização levou as mulheres ao mercado de trabalho e a revolução feminista contribuiu para que cada vez mais as mulheres ocupassem um espaço significativo no campo profissional e, conseqüentemente afastou-as do lar e do cuidado com a educação dos filhos, repercutindo assim, no funcionamento das famílias. O cuidado com os filhos foi delegado às creches que tinham inicialmente a incumbência de apenas cuidar, zelar pela alimentação, higiene e segurança das crianças. A educação continuava sob responsabilidade da família que por sua vez não dispunha de tempo nem paciência para essa tarefa depois da jornada de trabalho. A educação dos filhos foi então delegada à escola. Desde as primeiras séries o professor, que não era preparado para essa tarefa, tinha que dar conta da educação formal e da educação informal que estava sendo sonegada pelos pais. Para efetuar essa tarefa a escola carece de autonomia e apoio dos pais, o que na maioria das vezes não recebe. As crianças entram para a escola sem limites, sem rumo, e conseqüentemente desorientadas, percebem que precisam de limites e não sabem a quem recorrer, a rebeldia é a forma que encontram para pedir atenção e “socorro”, 1 Bolsista de Iniciação à Docência - Pibid 2014 – Uergs /Música-Campus Montenegro. 2 Coordenadora de Área - Pibid 2014 – Uergs /Música-Campus Montenegro. 2
  • 2. seja dos pais, seja da escola, seja de outras instituições que têm como finalidade a educação. A falta de limites é uma realidade que se apresenta tanto na escola pública como também na escola particular. Vivemos em uma sociedade onde as crianças e jovens têm dificuldades em respeitar normas e regras de boa convivência, demonstrando total falta de limites, originando comportamentos anti-sociais com os quais a escola não está sabendo lidar. “[...] as crianças de hoje em dia não têm limites, não reconhecem a autoridade, não respeitam regras, a responsabilidade por isso é dos pais, que teriam se tornado permissivo”. (AQUINO, 1998, p. 7). Considero este tema bastante relevante para pais e educadores, pois cada vez mais os veículos de comunicação trazem em suas manchetes os absurdos que acontecem dentro das escolas envolvendo professores, alunos e até seus pais que compram as “brigas” dos filhos, pois, muitos deles também já foram alunos sem limites, tornando o problema um círculo vicioso. Se o papel dos pais é preparar a criança para conviver no meio social de forma responsável, construindo os conceitos de educação, moral e respeito, como exigir tais atitudes de pais que não receberam tais conceitos? Se considerarmos que a falta de limites vem de casa trazendo seus reflexos para a escola, não há dúvidas de que a estrutura da família afeta diretamente na construção dos limites junto às crianças. A criança que não recebe limite em casa, será, com certeza, um aluno indisciplinado. Segundo Tiba (2005, p. 183) “se a parceria entre família e escola for formada desde os primeiros passos da criança, todos terão muito a lucrar.” Nunca houve uma época em que tanto se falou na falta de limites das crianças e adolescentes como hoje. A indisciplina causada pela falta desses limites constitui-se num grande desafio a ser superado por pais, professores e sociedade. Especulam-se as causas e a “fórmula mágica” para impor estes limites às crianças. Em primeiro lugar temos que definir o conceito de limites. Talvez os pais e educadores tenham perdido as referências, pois, como sabemos, há tempos atrás a educação familiar e a escolar eram muito rígidas e “nada podia”. Na medida em que estudos e teorias foram sendo desenvolvidos pela psicologia, pedagogia e outras áreas do comportamento humano, em relação à emancipação da criança como um ser pensante, com idéias próprias e direito de expor essas idéias, aconteceu uma
  • 3. mudança radical nos caminhos a serem trilhados para dar a melhor educação aos filhos. Os pais, com medo de reprimir as crianças, passaram da educação autoritária para uma total permissividade e acabaram deixando de lado sua autoridade de pais, colocando-se numa posição de igualdade em relação aos filhos, fato este que faz com que nossas crianças e adolescentes estejam crescendo sem o menor respeito às regras e leis, desconsiderando valores, sentimentos, enfim desconsiderando as pessoas, o humano e, mais grave ainda é que muitos pais estão com medo de seus filhos. Os pais se recolhem e os filhos ditam as ordens. A esse respeito Cury (2003, p. 32) nos fala. Antigamente os pais eram autoritários; hoje, são os filhos. Antigamente, os professores eram os heróis; hoje, são vítimas deles. Os jovens não sabem ser contrariados. Nunca na história assistimos a crianças e jovens dominando tanto os adultos. Os filhos se comportam como reis cujos desejos têm de ser imediatamente atendidos. Nesta nova concepção de educação, pais e até professores entenderam que agora “pode tudo”, a criança não pode mais ser podada sem se correr o risco de interferir em sua liberdade de expressão e criatividade. Esta interpretação equivocada dos tratados de psicólogos e demais estudiosos da mente humana, levou a sociedade a um desequilíbrio de poder, onde não são mais traçados limites e a liberdade total foi valorizada em detrimento da construção desses limites junto à criança, envolvendo todas as partes. Considerações Finais Ao concluir este artigo pretendo refletir sobre a influência da situação socioeconômica da família na formação de valores que, se não forem bem definidos na hora da construção dos limites junto à criança, levam à indisciplina, questão tão presente na atualidade. Considerando a complexidade do ato de educar não se tem a pretensão de, com este artigo, estabelecer a verdade, pois a subjetividade do tema deve levar em conta muitas variáveis dentro deste contexto, como: o tempo histórico, as diferentes culturas, as circunstâncias da vida e influências externas, entre tantos outros fatores que devem ser considerados além da condição social. Antes de tudo é preciso conhecer os envolvidos no processo educacional, ou seja, os alunos e a
  • 4. comunidade escolar e, a partir da observação compreender melhor o universo das crianças, seus problemas, seus anseios e seus sonhos e, a partir daí refletir sobre as possíveis causas das questões indisciplinares que envolvem alunos e professores. REFERÊNCIAS AQUINO, Júlio Groppa. Indisciplina na Escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1996. CURY, Augusto Jorge. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.