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LOCALIZAÇÃO
DE
NOVAS EMPRESAS
EM
PORTUGAL
CONTINENTAL
EM 2010
 
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  Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010
	
  
ÍNDICE
1.	
   INTRODUÇÃO	
  ..................................................................................................................................	
  3	
  
1.1.	
   ENQUADRAMENTO	
  ...............................................................................................................................	
  3	
  
1.2.	
   METODOLOGIA	
  .....................................................................................................................................	
  3	
  
2.	
   ANÁLISE EXPLORATÓRIA	
  ............................................................................................................	
  4	
  
2.1.	
   APRESENTAÇÃO DOS DADOS	
  ................................................................................................................	
  4	
  
2.2.	
   CARTOGRAFIA....................................................................................................................................4	
  
2.3.	
   TÉCNICAS UNIVARIADAS	
  .....................................................................................................................	
  5	
  
2.3.1	
   Medidas de tendência central e dispersão	
  ......................................................................................	
  6	
  
2.3.2	
   Medidas de localização	
  ...................................................................................................................	
  7	
  
2.3.3	
   Medidas de especialização	
  ............................................................................................................	
  10	
  
2.3.4	
   Medidas de correlação e associação espacial	
  ..............................................................................	
  11	
  
2.3.5	
   Medidas de variação discreta	
  .......................................................................................................	
  13	
  
2.3.6	
   Análise shift-share	
  ........................................................................................................................	
  15	
  
2.4..	
   TÉCNICAS MULTIVARIADAS	
  ...............................................................................................................	
  15	
  
2.4.1.	
   Métodos Factoriais	
  ...................................................................................................................	
  16	
  
2.4.1.1.	
   Análise em Componentes Principais (ACP)	
  .............................................................................	
  16	
  
2.4.2.	
   Método de Classificação Hierárquica e Não Hierárquica	
  .......................................................	
  19	
  
2.4.2.1.	
   Classificação Hierárquica	
  ........................................................................................................	
  19	
  
2.4.2.2.	
   Classificação Não Hierárquica – Método K-Means	
  .................................................................	
  20	
  
3.	
   ANÁLISE ECONOMÉTRICA	
  .........................................................................................................	
  22	
  
3.1.	
   ESCOLHA DAS VARIÁVEIS	
  ...................................................................................................................	
  22	
  
3.2.	
   O MODELO ECONOMÉTRICO	
  ...............................................................................................................	
  24	
  
3.3.	
   ANÁLISE DOS RESULTADOS ECONOMÉTRICOS	
  ....................................................................................	
  25	
  
4.	
   POSSIBILIDADES DE INVESTIGAÇÕES FUTURAS	
  ..................................................................	
  30	
  
5.	
   BIBLIOGRAFIA	
  ..............................................................................................................................	
  30	
  
 
3	
  
	
  Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010
1. INTRODUÇÃO
1.1. Enquadramento
Este trabalho foi elaborado no âmbito da disciplina de Métodos Quantitativos da
Análise Espacial, do Mestrado de Economia e Gestão das Cidades da Faculdade de
Economia da Universidade do Porto.
Pretende-se utilizar as técnicas de análise espacial para estudar a localização de empresas
no Continente português no ano de 2010.
1.2. Metodologia
No primeiro ponto utilizaram-se as técnicas de análise exploratória, onde a variável
nascimento de empresas será caracterizada através de padrões de localização e
especialização, e será realizado um estudo para ver a variação discreta do ano de 2004 para o
ano de 2010 com recurso à análise shift-share.
No segundo ponto faremos a caracterização do surgimento de novas empresas
recorrendo a várias variáveis, com o objectivo de sabermos se é possível identificar padrões
de correlação e associação entre as variáveis escolhidas, de forma a representa-las num novo
conjunto de variáveis (componentes) que resumam e deêm relevância às variáveis originais.
Finalmente na terceira parte, faz-se análise econométrica / confirmatória,
desenvolvendo-se um modelo de regessão linear e utilizando outros autorregressivos para
ver a autocorrelação entre regiões, saber se existe depência ou não.
O estudo foi elaborado com recurso a ferrrametas informáticas tais como:
ArcExplorer, Excel; Excel Add-In de Medidas de Localização e Especialização, SPSS
Statistics e MatLab (com scripts adequados à análise espacial).
 
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  Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010
2. ANÁLISE EXPLORATÓRIA
No segunda parte concentramo-nos na descrição e caracterização da nossa variável
principal o nascimento de empresas em Portugal Continental em 2010 através de técnicas
univariadas e posteriormente de técnicas multivariadas.
2.1.Apresentação dos dados
A variável principal do estudo é o nascimento de empresas em Portugal Continental
em 2010. Recolheram-se dados referentes ao ano de 2010 e 2004, todos eles disponíveis no
site do Instituto Nacional de Estatistica (www.ine.pt).
As unidades geográficas do estudo, são numa primeira fase as NUTs II e numa fase
posterior as NUTs III ambas apenas de Portugal Continental. Todos os dados recolhidos são
quantitativos, mas foram escolhidas diversas unidades de medida.
2.2. Cartografia
 
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  Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010
Elaborou-se a cartografia com o objectivo de visualmente ter uma melhor percepção da
criação de empresas em Portugal continental em 2010 e a evolução que existiu de 2004 para
2010 considerando para o calculo desta variação apenas os valores de nascimentos de
empresas em cada um dos referidos anos.
Observando a cartografia podemos ver que as NUTs do Norte e Lisboa são as que
apresentam maior número de nascimento de empresas com 42863 e 44679 respectivamente,
num nível intermédio temos a NUT do Centro com 26835 empresas criadas e por fim temos
a NUT do Alentejo e a do Algarve com fraco número de criação de empresas tendo a
primeira região criado 8988 empresas e a segunda 7520 num total de 130885 constituídas
em Portugal continental no ano de 2010.
Analisando agora o mapa de variação percentual do número nascimento de empresas,
constatamos que em todas as regiões essa variação é negativa, ou seja em qualquer região do
continente foram criadas mais empresas em 2004 que em 2010. As NUTs com maior
diminuição foram Lisboa e Alentejo ambas com -7,46% . A NUT centro teve uma variação
intermédia situando-se a quebra nos -3,03%, as regiões que tiveram uma variação menos
acentuada foram o Norte (-1,41%) e o Algarve (-0,24%), com valores bastante inferiores aos
-4,24% de média em Portugal Continental.
2.3 Técnicas Univariadas
Nas técnicas univariadas é importante fazer a distinção entre a análise de estruturas
espaciais e análise de dinâmicas espaciais. A análise de estruturas espaciais refere-se
exclusivamente a um momento do tempo e vai ter em atenção os padrões espaciais de
localização e de especialização da variável em análise nesse momento, a segunda envolve
dois momento de tempo diferentes, no caso concreto 2004 e 2010 e mede as tendências de
variação desses padrões e os motivos dessas variações (variação discreta e método shift-
share). Será ainda realizada uma referência aos resultados obtidos na utilização das medidas
de tendência central e dispersão e na utilização das técnicas de correlação e associação
espacial.
 
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  Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010
2.3.1 Medidas de tendência central e dispersão
Statistics
Criação de empresas
NUTS II 2004
Criação de empresas
NUTSII 2010
N Valid 5 5
Missing 0 0
Mean 27336,20 26177,00
Median 27673,00 26835,00
Mode 7538a
7520a
Std. Deviation 18720,558 17781,486
Variance 350459281,700 316181233,500
Minimum 7538 7520
Maximum 48281 44679
Percentiles 25 8625,50 8254,00
50 27673,00 26835,00
75 45878,50 43771,00
a. Multiple modes exist. The smallest value is shown
Relativamente à variável Criação de Empresas em 2010 nas 5 NUTS II de Portugal
Continental e depois de analisado o quadro podemos observar que:
-­‐ Em média foram constituídas em média 26177 empresas;
-­‐ Ordenando as observações de forma crescente, a observação que se encontra no
primeiro quartil (25%) da amostra é cerca de 8254 sociedades criadas, no segundo
(50%) de 26835 novas empresas e no terceiro (75%) é de 43771 novos nascimentos;
-­‐ O número de sociedades constituídas mais frequente é o 7520, apesar de existirem
outras modas (a.), esta é a que apresenta o valor mais baixo;
	
  
 
7	
  
	
  Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010
-­‐ Existe	
  um	
  desvio	
  padrão	
  em	
  relação	
  à	
  média	
  de	
  17781	
  empresas,	
  um	
  intervalo	
  de	
  variação	
  
entre	
   o	
   máximo	
   e	
   mínimo	
   de	
   novas	
   sociedades	
   de	
   37159	
   e	
   um	
   coeficiente	
   de	
   variação	
  
(Desvio-­‐padrão/Média)	
  de	
  0,68;	
  
	
  
	
  
Constata-­‐se	
  ainda	
  que,	
  relativamente	
  a	
  2004,	
  a	
  dispersão	
  das	
  observações	
  diminui,	
  sendo	
  no	
  
ano	
  de	
  2004	
  de	
  40743	
  sociedades,	
  contudo	
  o	
  coeficiente	
  de	
  variação	
  manteve-­‐se	
  idêntico	
  nos	
  0,68.	
  
2.3.2 Medidas de localização
Índices de concentração
Através dos Índices de Concentração conseguimos saber, para cada um dos sectores, se
as novas empresas criadas em 2010 estão homogeneamente distribuídas por Portugal
Continental ou se, pelo contrário, existe concentração espacial. Os índices de Rogers e de
Herfindahl dizem-nos que quanto maiores forem os valores (mais próximos de 1), maior
será a concentração espacial, já o índice de Theil é uma medida inversa da concentração,
pelo que quanto menor for o seu valor (quanto mais próximo de 0) maior é a concentração
espacial.
Os resultados obtidos são consistentes entre si quando analisados os índices atrás
referidos. Desta forma podemos agrupar os sectores em três grupos:
-Grupo de fraca concentração onde temos a criação de novas empresas dos
sectores agricultura, produção animal, caça e silvicultura e pesca, construção, comércio por
grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos, transportes e
armazenagem; alojamento, restauração e similares e outras atividades de serviços, o que
seria de esperar pois são sectores que se podem espalhar por todo o território nacional, não
existindo especificidades geográficas em cada um deles excepto no sector das pescas que
A B C D E F G H I J K L M N O+P
Agricultura,
produção
animal, caça
e silvicultura
e Pesca
Indústrias
extractivas
Indústrias
transformad
oras
Eletricidade,
gás, vapor,
água quente
e fria e ar frio
e Captação,
tratamento e
distribuição
de água;
saneamento,
gestão de
resíduos e
despoluição
Construção
Comércio
por grosso
e a retalho;
reparação
de veículos
automóveis
e motociclos
Transporte
s e
armazenag
em
Alojamento,
restauração
e similares
Atividades
de
informaçã
o e de
comunicaç
ão
Atividades
imobiliárias
Atividades de
consultoria,
científicas,
técnicas e
similares e
Atividades
administrativ
as e dos
serviços de
apoio
Educação
Atividades
de saúde
humana e
apoio
social
Atividades
artísticas,
de
espetáculo
s,
desportivas
e
recreativas
Outras
atividades
de serviços
Rogers CR 3,580 3,839 4,123 3,887 3,699 3,855 3,840 3,706 4,222 3,955 3,973 3,885 3,894 3,908 3,860
Rogers normalizado CR* 0,193 0,280 0,374 0,296 0,233 0,285 0,280 0,235 0,407 0,318 0,324 0,295 0,298 0,303 0,287
Herfindahl CH 0,236 0,282 0,352 0,284 0,253 0,277 0,277 0,253 0,371 0,293 0,300 0,284 0,285 0,287 0,278
Herfindahl normalizado CH* 0,045 0,102 0,189 0,105 0,066 0,096 0,096 0,066 0,213 0,117 0,126 0,105 0,106 0,109 0,098
Theil CT 1,511 1,402 1,248 1,363 1,461 1,398 1,396 1,474 1,192 1,360 1,349 1,380 1,371 1,384 1,410
Theil normalizado CT* 0,939 0,871 0,775 0,847 0,908 0,869 0,868 0,916 0,741 0,845 0,838 0,857 0,852 0,860 0,876
Coeficiente de localização CL 0,305 0,244 0,192 0,060 0,080 0,063 0,013 0,094 0,186 0,086 0,087 0,116 0,045 0,070 0,071
Coeficiente de Gini CG 0,409 0,317 0,235 0,072 0,112 0,073 0,017 0,121 0,212 0,104 0,093 0,123 0,054 0,084 0,079
Índices de Concentração
 
8	
  
	
  Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010
além de ter uma extensa costa está também associado às atividades do sector agrícola não
extrativa.
-Grupo de maior concentração em que se destacam novas empresas dos sectores
das indústrias transformadoras e das atividades de informação e de comunicação, resultado
também previsível dado a necessidade de algumas especificidades como vias de
comunicação, densidade populacional, equipamentos de serviços de informação e situação
geográfica estratégica para a distribuição dos seus bens e serviços.
-Grupo de concentração intermédia é composto pelos restantes sectores, todos eles
próximos do grupo de maior concentração, contudo não foram inseridos nesse grupo para
destacar os dois sectores que possuíam os maiores valores nos índices de Rogers e
Herfindahl e os menores no índice de Theil.
Relativamente aos três índices analisados é importante referir que mesmo os sectores
inseridos no grupo de maior concentração não possuem valores consistentes para dizermos
que são muito concentrados, foi decidido escolher três grupos para se poderem comparar os
sectores entre si.
Os resultados obtidos não fornecem informações sobre a unidade geográfica em que
poderá existir concentração, essa resposta está na análise aos Quocientes de Localização.
Analisemos agora os Índices de Gini, Curvas de Localização e Coeficientes de
Localização, medidas de concentração relativa que têm a atividade padrão como referência,
neste caso concreto será a totalidade dos sectores.
- O Índice de Gini é um indicador do grau de concentração espacial e pode ser visto
através das curvas de localização (em ficheiro anexo), que evidenciam graficamente a
maior ou menor similitude dos perfis de concentração de cada sector com perfil de
concentração de cada sector com perfil de concentração geral. Os sectores que apresentam
maior grau de concentração em termos relativos (embora este não seja muito elevado) são
o Agricultura, produção animal, caça, silvicultura e Pesca e das industrias extrativas,
parece razoável que assim seja pois estão fortemente dependentes da localização dos
recursos naturais.
- No que respeita aos Coeficientes de Localização, são novamente os sectores da
Agricultura, produção animal, caça, silvicultura e Pesca e das industrias extrativas que se
destacam, o que está em concordância com os resultados anteriormente analisados. Quanto
aos restantes sectores (e mesmo os dois anteriores podem ser incluídos nesta conclusão,
 
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  Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010
dado o seus valores não serem elevados) não apresentam uma grande diferenciação entre
perfis de concentração no continente e o de cada uma das atividades das sociedades, pois os
seu valores são próximos de 0.
Quocientes de Localização
Quanto maior for o valor dos Quocientes de Localização, maior a concentração
espacial relativa.
Os sectores que mais se destacam, mesmo os valores não sendo muito elevados para
todos os sectores, são o da Agricultura, produção animal, caça, silvicultura e pesca e das
industrias extrativas o que está de acordo com os dados fornecidos pelo Índice de Gini.
Sendo que o Sector Agricultura, produção animal, caça, silvicultura e pesca apresentam os
maiores Quocientes de Localização na região do Alentejo e o sector das Industrias
extractivas na região Centro.
De salientar ainda que nos casos em que o índice apresenta um valor superior a 1
podemos concluir que a unidade geográfica é relativamente mais importante no contexto
nacional em termos de sector, do que em termos gerais de todos os sectores.
Por fim fazendo uma breve análise aos restantes sectores constata-se que as novas
industrias transformadoras são especialmente mais concentras no Norte; as de eletricidade,
gás, vapor, água quente e fria e ar frio e captação, tratamento e distribuição de água;
Quocientes de Localização
A B C D E F G H I J K L M N O+P
Agricultura
, produção
animal,
caça e
silvicultura
e Pesca
Indústria
s
extractiv
as
Indústri
as
transfor
madora
s
Eletricidade
, gás, vapor,
água
quente e
fria e ar frio
e Captação,
tratamento
e
distribuição
de água;
saneamento
, gestão de
resíduos e
despoluição
Construção
Comércio
por
grosso e
a retalho;
reparaçã
o de
veículos
automóve
is e
motociclo
s
Transportes e armazenagem
Alojament
o,
restauraçã
o e
similares
Atividade
s de
informaç
ão e de
comunica
ção
Atividades
imobiliária
s
Atividade
s de
consultor
ia,
científica
s,
técnicas
e
similares
e
Atividade
s
administr
ativas e
dos
serviços
de apoio
Educação
Atividades
de saúde
humana e
apoio
social
Atividades
artísticas,
de
espetácul
os,
desportiva
s e
recreativa
s
Outras
atividades
de
serviços
Norte 0,745 1,085 1,587 1,085 0,997 1,145 1,041 1,105 0,818 0,908 0,851 1,221 1,113 0,831 0,868
Centro 1,212 1,733 0,987 1,155 1,220 1,075 0,993 1,040 0,674 0,877 0,903 1,171 1,038 0,944 0,864
Lisboa 0,350 0,284 0,569 0,915 0,786 0,834 0,982 0,724 1,546 1,193 1,254 0,713 0,934 1,202 1,160
Alentejo 4,392 1,845 0,764 0,845 0,921 0,909 0,960 1,335 0,457 0,554 0,830 1,132 0,832 0,951 1,006
Algarve 1,421 1,124 0,553 0,656 1,603 1,003 0,943 1,489 0,620 1,358 0,890 0,676 0,819 1,020 1,285
 
10	
  
	
  Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010
saneamento, gestão de resíduos e despoluição no Norte e Centro; as da Construção no
Algarve e Centro, o Comércio por grosso e a retalho e reparação de veículos automóveis e
motociclos no Norte e Centro; transportes e armazenagem no Norte; Alojamento,
restauração e similares no Algarve; as Atividades de informação e de comunicação em
Lisboa; as Atividades imobiliárias em Lisboa e Algarve; as Atividades de consultoria,
científicas, técnicas e similares e Atividades administrativas e dos serviços de apoio em
Lisboa; a educação no Norte, Centro e Alentejo; as Atividades de saúde humana e apoio
social têm quocientes de Localização muito próximos nas cinco regiões; as Atividades
artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas na Região de Lisboa e no Algarve e por
fim as outras atividades de serviços no Algarve, Lisboa e Alentejo.
2.3.3 Medidas de especialização
Índices de especialização
Índices de Especialização
U.G.
Rogers Herfindahl Theil
ER ER* EH EH* ET ET*
Norte 12,392 0,549 0,171 0,112 2,096 0,774
Centro 12,413 0,552 0,178 0,119 2,081 0,768
Lisboa 12,791 0,599 0,261 0,208 1,870 0,690
Alentejo 12,302 0,538 0,161 0,101 2,124 0,784
Algarve 12,383 0,548 0,174 0,115 2,092 0,773
No quadro observamos a consistência dos resultados em que a região de Lisboa é a
NUT que apresenta o maior grau de especialização empresarial das novas sociedades
constituídas. As restantes regiões têm um grau de especialização idêntico e um pouco mais
baixo que a NUT II Lisboa.
Faremos agora uma análise na perspectiva da unidade geográfica, ou seja pretendemos
saber em que sectores se especializaram ou não cada uma das NUTS II, para isso
utilizaremos os Quocientes de Especialização.
 
11	
  
	
  Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010
Relativamente às regiões do Norte e do Centro as novas empresas são especializadas no sector
das industrias transformadoras; no respeitante a Lisboa a especialização das novas sociedades centra-
se nas atividades de informação e comunicação; o Alentejo tem a sua especialização sobretudo na
agricultura, produção animal, caça, silvicultura e pesca, mas também tem um bom quociente nas
industrias extrativas; finalmente o Algarve tem a sua especialização de novas empresas nos sectores
da construção e alojamento, restauração e similares.
Por outro lado, analisando em que sectores as NUTS são menos especializadas relativamente,
temos o norte com o sector da agricultura, produção animal, caça, silvicultura e pesca, o Centro com
as atividades de informação e de comunicação, Lisboa com as industrias extrativas e com a
agricultura, produção animal, caça, silvicultura e pesca, o Alentejo com as atividades de informação
e comunicação e o Algarve com as industrias transformadoras.
2.3.4 Medidas de correlação e associação espacial
Coeficientes de Associação Sectorial
Estes coeficientes medem a intensidade da similitude nos perfis de especialização de
duas unidades geográficas. Medem apenas a intensidade e não o sentido da relação entre
unidades geográficas. Em termos de análise temos que quanto mais próximo do zero está o
coeficiente maior é a similitude de perfis.
Analisando	
  concretamente	
  os	
  valores	
  
obtidos,	
   concluímos	
   que	
   embora	
   os	
  
valores	
   sejam	
   todos	
   relativamente	
  
baixos	
   o	
   Norte	
   tem	
   maiores	
  
similitudes	
   no	
   perfil	
   de	
  
especialização	
  com	
  o	
  Centro,	
  o	
  Centro	
  
com	
  o	
  Norte,	
  Lisboa	
  tem	
  os	
  valores	
  mais	
  elevados	
  por	
  isso	
  considera-­‐se	
  a	
  região	
  mais	
  afastada	
  
em	
  termos	
  de	
  similitudes	
  de	
  especialização,	
  o	
  mesmo	
  acontecendo	
  com	
  a	
  região	
  do	
  Alentejo,	
  o	
  
Algarve	
  apresenta	
  uma	
  similitude	
  de	
  perfil	
  de	
  especialização	
  idêntico	
  ao	
  do	
  Centro.	
  
Quocientes de Especialização
A B C D E F G H I J K L M N O+P
Agricultura,
produção
animal, caça
e silvicultura
e Pesca
Indústrias
extractivas
Indústrias
transformador
as
Eletricidade,
gás, vapor,
água quente
e fria e ar frio
e Captação,
tratamento e
distribuição
de água;
saneamento,
gestão de
resíduos e
despoluição
Construção
Comércio por
grosso e a
retalho;
reparação de
veículos
automóveis e
motociclos
Transportes e armazenagem
Alojamento,
restauração e
similares
Atividades de
informação e
de
comunicação
Atividades
imobiliárias
Atividades de
consultoria,
científicas,
técnicas e
similares e
Atividades
administrativa
s e dos
serviços de
apoio
Educação
Atividades de
saúde
humana e
apoio social
Atividades
artísticas, de
espetáculos,
desportivas e
recreativas
Outras
atividades de
serviços
Norte 0,745 1,085 1,587 1,085 0,997 1,145 1,041 1,105 0,818 0,908 0,851 1,221 1,113 0,831 0,868
Centro 1,212 1,733 0,987 1,155 1,220 1,075 0,993 1,040 0,674 0,877 0,903 1,171 1,038 0,944 0,864
Lisboa 0,350 0,284 0,569 0,915 0,786 0,834 0,982 0,724 1,546 1,193 1,254 0,713 0,934 1,202 1,160
Alentejo 4,392 1,845 0,764 0,845 0,921 0,909 0,960 1,335 0,457 0,554 0,830 1,132 0,832 0,951 1,006
Algarve 1,421 1,124 0,553 0,656 1,603 1,003 0,943 1,489 0,620 1,358 0,890 0,676 0,819 1,020 1,285
Coeficientes de Associação Sectorial
Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve
Norte 0,000 0,049 0,191 0,119 0,128
Centro 0,049 0,000 0,171 0,109 0,089
Lisboa 0,191 0,171 0,000 0,209 0,168
Alentejo 0,119 0,109 0,209 0,000 0,123
Algarve 0,128 0,089 0,168 0,123 0,000
 
12	
  
	
  Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010
Coeficientes de Associação Geográfica
Os	
   Coeficientes	
   de	
   Associação	
   Geográfica	
   medem	
   a	
   similitude	
   dos	
   padrões	
   de	
  
concentração	
   dos	
   sectores	
   empresariais.	
   Mais	
   uma	
   vez	
   medem	
   apenas	
   a	
   intensidade	
   dessa	
  
relação.	
  Quanto	
  maior	
  for	
  coeficiente	
  maior	
  a	
  dissemelhança	
  de	
  perfis.	
  
Identificamos	
   os	
   maiores	
   coeficientes	
   (acima	
   de	
   0,3)	
   no	
   Sector	
   da	
   	
   agricultura,	
  
produção	
  animal,	
  caça,	
  silvicultura	
  e	
  pesca	
  em	
  relação	
  a	
  quase	
  todos	
  os	
  outros,	
  ou	
  seja	
  este	
  é	
  o	
  
sector	
   que	
   apresenta	
   maior	
   dissemelhança	
   entre	
   os	
   perfis	
   de	
   concentração	
   geográfica	
  
relativamente	
  à	
  grande	
  maioria	
  dos	
  restantes	
  sectores.	
  O	
  sector	
  que	
  tem	
  maior	
  similitude	
  entre	
  
perfis	
   de	
   concentração	
   geográfica	
   com	
   a	
   maioria	
   dos	
   restantes	
   é	
   o	
   sector	
   dos	
   transportes	
   e	
  
armazenagem	
  que	
  apresenta	
  o	
  maior	
  número	
  de	
  coeficientes	
  inferiores	
  a	
  0,1.	
  
Coeficiente de Correlação de Bravais-Pearson
Coeficientes de Associação Geográfica
A B C D E F G H I J K L M N O+P
Agricultura
, produção
animal,
caça e
silvicultura
e Pesca
Indústrias
extractivas
Indústrias
transformad
oras
Eletricidade,
gás, vapor,
água quente
e fria e ar frio
e Captação,
tratamento e
distribuição
de água;
saneamento,
gestão de
resíduos e
despoluição
Construção
Comércio
por grosso e
a retalho;
reparação de
veículos
automóveis
e motociclos
Transportes
e
armazenag
em
Alojamento
,
restauraçã
o e
similares
Atividades
de
informaçã
o e de
comunicaç
ão
Atividades
imobiliária
s
Atividades
de
consultoria,
científicas,
técnicas e
similares e
Atividades
administrati
vas e dos
serviços de
apoio
Educação
Atividades
de saúde
humana e
apoio
social
Atividades
artísticas,
de
espetáculo
s,
desportiva
s e
recreativas
Outras
atividades
de
serviços
Agricultura, produção animal, caça - 0,218 0,350 0,304 0,243 0,296 0,312 0,249 0,431 0,341 0,343 0,279 0,319 0,319 0,316
Indústrias extractivas 0,218 - 0,261 0,215 0,199 0,207 0,238 0,178 0,430 0,323 0,331 0,191 0,231 0,313 0,308
Indústrias transformadoras 0,350 0,261 - 0,164 0,193 0,144 0,178 0,157 0,337 0,259 0,258 0,120 0,155 0,256 0,260
Eletricidade, gás, vapor, água quen 0,304 0,215 0,164 - 0,073 0,044 0,048 0,089 0,215 0,135 0,129 0,069 0,025 0,126 0,131
Construção 0,243 0,199 0,193 0,073 - 0,065 0,084 0,064 0,259 0,139 0,160 0,088 0,088 0,144 0,133
Comércio por grosso e a retalho; re 0,296 0,207 0,144 0,044 0,065 - 0,054 0,058 0,243 0,143 0,143 0,060 0,034 0,130 0,134
Transportes e armazenagem 0,312 0,238 0,178 0,048 0,084 0,054 - 0,088 0,192 0,096 0,093 0,107 0,033 0,079 0,083
Alojamento, restauração e similares 0,249 0,178 0,157 0,089 0,064 0,058 0,088 - 0,280 0,160 0,181 0,065 0,074 0,163 0,148
Atividades de informação e de comun 0,431 0,430 0,337 0,215 0,259 0,243 0,192 0,280 - 0,120 0,100 0,284 0,209 0,117 0,132
Atividades imobiliárias 0,341 0,323 0,259 0,135 0,139 0,143 0,096 0,160 0,120 - 0,045 0,203 0,119 0,045 0,032
Atividades de consultoria, científi 0,343 0,331 0,258 0,129 0,160 0,143 0,093 0,181 0,100 0,045 - 0,197 0,113 0,024 0,040
Educação 0,279 0,191 0,120 0,069 0,088 0,060 0,107 0,065 0,284 0,203 0,197 - 0,084 0,187 0,187
Atividades de saúde humana e apoio 0,319 0,231 0,155 0,025 0,088 0,034 0,033 0,074 0,209 0,119 0,113 0,084 - 0,111 0,116
Atividades artísticas, de espetácul 0,319 0,313 0,256 0,126 0,144 0,130 0,079 0,163 0,117 0,045 0,024 0,187 0,111 - 0,031
Outras atividades de serviços 0,316 0,308 0,260 0,131 0,133 0,134 0,083 0,148 0,132 0,032 0,040 0,187 0,116 0,031 -
 
13	
  
	
  Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010
Este coeficiente diz-nos qual o sentido da relação entre os vários sectores de atividade.
Do que se pode observar, constatamos que todos os sectores estão positivamente
correlacionados entre si, os valores da correlação de Pearson são todos muito próximos de 1,
o que significa que o número de empresas de um sector aumenta quando o número de
empresas de outro sector aumenta, contudo não é possível estabelecer relações de
causalidade a partir dos coeficientes de correlação dado serem todos muito próximos. Estes
dados poderão indicar a existência do fenómeno de economias de aglomeração, ou seja tirar
vantagens da concentração espacial por exemplo na diminuição de custo de transportes de
matérias primas e/ou intermédias e/ou acabadas e troca de conhecimentos e tecnologia.
2.3.5 Medidas de variação discreta
Medidas de Variação Absolutas e Relativas
	
  
A tendência geral indica uma diminuição de nascimentos de empresas de 2004 para
2010, com cerca de menos 5616 empresas criadas, ou em termos relativos menos 4,109%.
Observando as tabelas destacamos quatro sectores que contrariam a tendência geral,
apresentando uma variação positiva, são eles o sector da eletricidade, gás, vapor, água
quente e fria, ar frio, captação, tratamento e distribuição de água, saneamento, gestão de
resíduos e despoluição com mais 59 novas empresas e variação relativa de 46,457%; o
sector das atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares e atividades
administrativas e dos serviços de apoio com a criação de mais 11005 sociedades, em termos
percentuais 28,666%; a educação com mais 1296 nascimentos de empresas (13,771%) e
finalmente o sector das atividades de saúde humana e apoio social com 1019 novas
Variações absolutas
A B C D E F G H I J K L M N O+P
Agricultura,
produção
animal, caça e
silvicultura e
Pesca
Indústrias
extractivas
Indústrias
transformador
as
Eletricidade,
gás, vapor,
água quente e
fria e ar frio e
Captação,
tratamento e
distribuição de
água;
saneamento,
gestão de
resíduos e
despoluição
Construção
Comércio por
grosso e a
retalho;
reparação de
veículos
automóveis e
motociclos
Transportes e
armazenagem
Alojamento,
restauração e
similares
Atividades de
informação e
de
comunicação
Atividades
imobiliárias
Atividades de
consultoria,
científicas,
técnicas e
similares e
Atividades
administrativa
s e dos
serviços de
apoio
Educação
Atividades
de saúde
humana e
apoio social
Atividades
artísticas, de
espetáculos,
desportivas e
recreativas
Outras
atividades
de serviços
Norte -435 -12 -744 21 -941 -1383 -596 -234 -32 -34 2890 799 668 -26 -554 -613
Centro -276 -13 -459 12 -1330 -946 -413 -351 -72 -7 2779 309 471 -10 -532 -838
Lisboa -121 -10 -331 20 -1224 -1757 -143 -122 -257 -54 3573 73 -225 -410 -2614 -3602
Alentejo -379 -7 -87 1 -298 -529 -139 -105 -19 -42 1048 134 74 -1 -196 -545
Algarve -37 1 -51 5 -166 -177 -20 -75 1 -126 715 -19 31 -23 -77 -18
Total -1248 -41 -1672 59 -3959 -4792 -1311 -887 -379 -263 11005 1296 1019 -470 -3973 -5616
U.G. Total
Variações relativas
A B C D E F G H I J K L M N O+P
Agricultura,
produção
animal, caça e
silvicultura e
Pesca
Indústrias
extractivas
Indústrias
transformador
as
Eletricidade,
gás, vapor,
água quente e
fria e ar frio e
Captação,
tratamento e
distribuição de
água;
saneamento,
gestão de
resíduos e
despoluição
Construção
Comércio por
grosso e a
retalho;
reparação de
veículos
automóveis e
motociclos
Transportes e
armazenagem
Alojamento,
restauração e
similares
Atividades de
informação e
de
comunicação
Atividades
imobiliárias
Atividades de
consultoria,
científicas,
técnicas e
similares e
Atividades
administrativa
s e dos
serviços de
apoio
Educação
Atividades de
saúde
humana e
apoio social
Atividades
artísticas, de
espetáculos,
desportivas e
recreativas
Outras
atividades de
serviços
Norte -34,524 -35,294 -24,514 46,667 -26,016 -14,366 -62,019 -6,765 -5,808 -4,462 26,609 22,986 25,555 -2,562 -25,660 -1,410
Centro -24,731 -37,143 -33,975 37,500 -39,349 -16,344 -65,452 -15,600 -21,176 -1,566 43,722 13,691 32,595 -1,403 -34,726 -3,028
Lisboa -23,048 -62,500 -27,885 52,632 -35,748 -21,930 -28,486 -5,247 -20,078 -5,138 20,366 2,885 -7,267 -21,568 -53,897 -7,460
Alentejo -26,709 -46,667 -26,935 10,000 -36,034 -27,424 -65,877 -11,194 -23,457 -30,657 57,551 18,768 16,408 -0,412 -32,997 -5,611
Algarve -11,821 33,333 -26,702 250,000 -18,024 -12,266 -25,641 -8,961 1,471 -39,748 39,546 -4,378 7,888 -9,746 -15,587 -0,239
Total -26,937 -39,806 -27,468 46,457 -32,533 -17,881 -55,015 -9,043 -16,336 -9,690 28,666 13,771 12,739 -11,441 -41,261 -4,109
U.G. Total
 
14	
  
	
  Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010
empresas o que equivale a uma variação em termos de percentagem de 12,739. Estas
variações positivas poderão estar associadas ao desenvolvimento tecnológico, novas
energias renováveis, investimento na investigação e na modernização do parque escolar e
serviços de saúde por parte do governo e também com envelhecimento da população no caso
dos serviços de apoio social.
Analisando agora o que aconteceu nas regiões vemos que a tendência continua negativa
sendo que Lisboa apresenta a maior diferença negativa, tanto em termos absolutos como
percentuais e o Algarve a menor diferença, sendo uma perda quase negligenciável, muito
próxima do 0, o que nos diz que a criação de novas empresas no Algarve no ano de 2010 foi
muito semelhante em termos de número, havendo algumas diferenças no tipo de sectores
escolhidos para a abertura de novas empresas. Todos os resultados apresentados comparam
o ano de 2010 com o de 2004.
Coeficientes de Reestruturação Sectorial e Coeficientes de Redistribuição
Geográfica
O Coeficiente de Redistribuição Sectorial relaciona as estruturas de produção de cada
NUT II entre 2004 e 2010, de forma a avaliar as dinâmicas de mudança no grau de
especialização sectorial. Através da análise feita ao primeiro quadro vemos que os valores
são muito semelhantes e próximos de 0 para as cinco regiões, o que significa que no
essencial respeitam a estrutura produtiva já existente, mantendo as novas empresas o padrão
de especialização.
No que respeita ao Coeficiente de redistribuição geográfica, este relaciona a proporção
de cada uma das variáveis em cada uma das unidades geográficas de 2004 para 2010, como
medida de estabilidade dos padrões de concentração espacial. Mais uma vez os valores são
Coeficientes de Reestruturação Sectorial
U.G. CRS
Norte 0,108
Centro 0,145
Lisboa 0,117
Alentejo 0,157
Algarve 0,101
Total 0,120
Coeficientes de Redistribuição Geográfica
A B C D E F G H I J K L M N O+P
Agricultura,
produção
animal, caça
e silvicultura
e Pesca
Indústrias
extractivas
Indústrias
transformado
ras
Eletricidade,
gás, vapor,
água quente
e fria e ar frio
e Captação,
tratamento e
distribuição
de água;
saneamento,
gestão de
resíduos e
despoluição
Construção
Comércio por
grosso e a
retalho;
reparação de
veículos
automóveis e
motociclos
Transportes
e
armazenage
m
Alojamento,
restauração
e similares
Atividades de
informação e
de
comunicação
Atividades
imobiliárias
Atividades de
consultoria,
científicas,
técnicas e
similares e
Atividades
administrativ
as e dos
serviços de
apoio
Educação
Atividades de
saúde
humana e
apoio social
Atividades
artísticas, de
espetáculos,
desportivas e
recreativas
Outras
atividades de
serviços
CRG 0,028 0,075 0,021 0,035 0,045 0,023 0,146 0,019 0,036 0,051 0,034 0,033 0,071 0,053 0,108 0,013
Total
 
15	
  
	
  Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010
baixo e próximos de 0 concluindo-se que o padrão de localização permanece idêntico ao que
existia em 2004, havendo estabilidade do padrão de localização.
2.3.6 Análise shift-share
Com a análise shift-share decompomos os efeitos de variação discreta (entre 2004 e
2010) na estrutura regional-sectorial da variável nascimento de novas empresas
No que respeita à variação geral, ou seja à variação que ocorreria se cada NUT II tivesse
crescido à taxa de variação do conjunto das NUTS II e sectores de atividade (variação
homotética) observamos que a criação de novas empresas em Portugal Continental seria
menor que em 2004. Mas cada Nut II e cada sector têm as suas especificidades, sendo que a
criação de novas empresas está intimamente ligada a factores de dinamismo sectorial e de
competitividade, o que está representado pela variação estrutural e diferencial
respectivamente. Assim vemos que as causas desta diminuição de constituição de novas
empresas deve-se na Região de Lisboa a factores de competitividade e nas restantes regiões
a factores de dinamismo sectorial, pois é onde apresentam valores negativos.
2.4.Técnicas Multivariadas
Nas técnicas univariadas concentramo-nos na variável constituição de empresas por
NUTII, agora nas técnicas multivariadas o objectivo é caracterizar o conjunto de empresas
sediadas no Continente.
Análise Shift-Share clássica
Valor % Valor %
Norte -613,00 -1786,36 1173,36 -364,66 -31,08 1538,01 131,08
Centro -838,00 -1137,04 299,04 -714,57 -238,96 1013,61 338,96
Lisboa -3602,00 -1983,79 -1618,21 1737,03 -107,34 -3355,24 207,34
Alentejo -545,00 -399,09 -145,91 -509,68 349,32 363,78 -249,32
Algarve -18,00 -309,72 291,72 -148,12 -50,77 439,84 150,77
Variação diferencial
U.G.
Variação
efectiva
Variação
geral
Variação
líquida
Variação estrutural
Variáveis Unidade,de,Medida Natureza
Pessoas&ao&serviço&das&empresas nº&de&Pessoas Quantitativa
Volume&de&Négocio&das&empresas milhares&de&euros Quantitativa
VAB&das&empresas milhares&de&euros Quantitativa
Rendibilidade&das&Vendas % Quantitativa
Produtividade&aparente&do&trablho milhares&de&euros Quantitativa
Custos&com&pessoal milhares&de&euros Quantitativa
Número&de&empresas nº&de&empresas Quantitativa
Formação&bruta&de&capital milhares&de&euros Quantitativa
Produção&das&empresas milhares&de&euros Quantitativa
Resultado&Liquido&do&Exercicio milhares&de&euros Quantitativa
Taxa&de&sobrevivência&das&empresas&nascidas&2&anos&antes % Quantitativa
Peso&dos&custos&com&pessoal&no&VAB&das&empresas % Quantitativa
 
16	
  
	
  Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010
Para o efeito, foram recolhidos dados das Nuts III relativos a 12 variáveis que
caracterizam as empresas localizadas em Portugal continental de diferentes pontos de vista.
As técnicas multivariadas usadas são importantes porque permitem a sintetização da
informação e identificam relações existentes entre as variáveis através de métodos factoriais
ou de redução de dados, agrupando unidades geográficas de acordo com as classes criadas
no âmbito da aplicação dos métodos de classificação hierárquica e não hierárquica.
2.4.1.Métodos Factoriais
O recurso a métodos factoriais torna-se indispensável dado estarmos a analisar 12
variáveis com uma observação por cada NUT III de Portugal continental, o que originaria
uma matriz muito grande com uma enorme quantidade de informação (28X12=336). Os
métodos factoriais irão permitir sintetizar a informação facilitando a sua leitura e
interpretação. Serão criadas novas variáveis (os factores ou componentes) que agregam
várias variáveis originais de acordo com as tendências, estruturas e características em
comum.
2.4.1.1.Análise em Componentes Principais (ACP)
O método factorial escolhido foi o da Análise em Componentes Principais (ACP) dado
ser o método que melhor se adequa às variáveis recolhidas uma vez que estas são todas de
natureza quantitativa.
	
  
Resultados	
  obtidos	
  através	
  do	
  SPSS	
  Statistics	
  após	
  a	
  importação	
  de	
  dados	
  do	
  Excel	
  
	
  
	
  
Mean Std. Deviation Analysis N
Pessoal ao serviço (N.º) das Empresas 131892,571 226425,067 28
Volume de negócios (1000€) das
empresas
12331709,861 28705714,768 28
Valor acrescentado bruto (1000€) das
Empresas
3046755,355 7103260,618 28
Rendibilidade das vendas % 8,694 2,461 28
Produtividade aparente do trabalho € 3,783 0,434 28
Custos com o pessoal 1000€ 1760653,778 3913746,597 28
Nº de empresas 37863,964 52202,522 28
FBC 1000€ 637857,673 1460420,868 28
Produção (1000€) das Empresas 8437847,017 19535494,179 28
Resultado líquido do exercício 1000€ 685128,581 2213348,952 28
Taxa de sobrevivência (%) das
Empresas nascidas 2 anos antes
52,443 4,484 28
Peso dos custos com pessoal no valor
acrescentado bruto das Empresas
44,037 7,847 28
Descriptive Statistics
 
17	
  
	
  Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010
	
  
	
   	
  
No quadro de Communalities na coluna Exctraction obtemos a proporção de variância
explicada pelo conjunto de componentes principais retidas na análise. Os valores obtidos são
próximos de 1 por isso não haverá necessidade de retirar ou adicionar factores à análise.
	
  
	
  
	
   As colunas Extraction e Rotation
Sums of squared Loadings do quadro acima
fornecem-nos a informação sobre a
percentagem da variância explicada pelas
componentes principais. Sendo a extração das
componentes principais feita por ordem
decrescente da variância explicada e através
da adopção do critério do valor próprio
superior a 1 é possível identificar o número de
Initial Extraction
Pessoal ao serviço (N.º) das Empresas 1,000 ,987
Volume de negócios (1000€) das
empresas
1,000 ,995
Valor acrescentado bruto (1000€) das
Empresas
1,000 ,994
Rendibilidade das vendas % 1,000 ,818
Produtividade aparente do trabalho € 1,000 ,612
Custos com o pessoal 1000€ 1,000 ,995
Nº de empresas 1,000 ,970
FBC 1000€ 1,000 ,982
Produção (1000€) das Empresas 1,000 ,995
Resultado líquido do exercício 1000€ 1,000 ,979
Taxa de sobrevivência (%) das
Empresas nascidas 2 anos antes
1,000 ,840
Peso dos custos com pessoal no valor
acrescentado bruto % das Empresas
1,000 ,811
Communalities
Extraction Method: Principal Component Analysis.
Total % of Variance Cumulative % Total
% of
Variance
Cumulati
ve % Total
% of
Variance
Cumulativ
e %
1 8,776 73,136 73,136 8,776 73,136 73,136 8,063 67,189 67,189
2 1,128 9,399 82,535 1,128 9,399 82,535 1,792 14,937 82,126
3 1,072 8,930 91,465 1,072 8,930 91,465 1,121 9,339 91,465
4 ,749 6,244 97,710
5 ,217 1,811 99,521
6 ,049 ,408 99,929
7 ,006 ,053 99,982
8 ,001 ,010 99,992
9 ,001 ,005 99,997
10 ,000 ,002 99,998
11 ,000 ,001 100,000
12 4,379E-05 ,000 100,000
Component Initial Eigenvalues
Extraction Sums of Squared
Loadings
Rotation Sums of Squared
Loadings
 
18	
  
	
  Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010
componentes principais a partir do qual o contributo da retenção de mais uma componente é
negligenciável. Assim o número de componentes a reter é 3, explicando estas 91,465% da
variância total. O gráfico Scree Plot	
  confirma	
  a	
  escolha	
  atendendo	
  ao	
  critério	
  do	
  valor	
  próprio	
  
superior	
  a	
  1.	
  
	
  
	
   	
  
A Rotated Component Matrix é uma matriz de correlações entre as variáveis originais e
as componentes principais retidas. Para conseguirmos interpretar o quadro anterior e as
componentes principais que foram originadas temos que identificar as correlações de maior
intensidade e o sentido dessas correlações.
O primeira componente principal (1) está positivamente correlacionado com maioria
das variáveis, com o pessoal ao serviço das empresas, volume de negócios, VAB, custos
com pessoal, número de empresas, formação bruta de capital, produção das empresas e
resultado líquido do exercício, pelo que será uma componente de Dimensão Económica.
A segunda componente principal (2) tem uma correlação positiva com a
rendibilidade das vendas e número de empresas e uma correlação negativa com a taxa de
sobrevivência das empresas nascidas 2 anos antes, poderá indiciar uma componente de
relação inversa entre rendibilidade das vendas e sobrevivência de empresas nascidas 2
anos antes.
A terceira componente principal correlaciona positivamente a produtividade aparente
do trabalho e o peso dos custo do pessoal no VAB o que sugere uma componente de
Produtividade do Trabalho.
	
   	
  
1 2 3
Pessoal ao serviço (N.º) das Empresas ,963 ,235 ,070
Volume de negócios (1000€) das
empresas
,974 ,215 -,028
Valor acrescentado bruto (1000€) das
Empresas
,974 ,211 -,026
Rendibilidade das vendas % ,561 ,699 -,122
Produtividade aparente do trabalho € ,415 -,317 ,582
Custos com o pessoal 1000€ ,973 ,217 ,001
Nº de empresas ,916 ,336 ,131
FBC 1000€ ,968 ,210 -,041
Produção (1000€) das Empresas ,974 ,214 -,031
Resultado líquido do exercício 1000€ ,968 ,192 -,076
Taxa de sobrevivência (%) das Empresas
nascidas 2 anos antes
-,297 -,862 -,096
Peso dos custos com pessoal no valor
acrescentado bruto % das Empresas
-,238 ,170 ,852
Rotated Component Matrixa
Component
Extraction Method: Principal Component Analysis.
Rotation Method: Varimax with Kaiser Normalization.
a. Rotation converged in 7 iterations.
 
19	
  
	
  Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
O quadro Component Score Coeficient Matrix dá-nos os coeficientes que permitem
representar as componentes principais em combinação linear das variáveis originais que nos
fornece depois os valores da Component Score Covariance que nos diz que as componentes
são independentes pois apresentam correlações nulas entre si, resultado que será importante
para o método de classificação hierárquica e não hierárquica.
2.4.2.Método de Classificação Hierárquica e Não Hierárquica
2.4.2.1.Classificação Hierárquica
Os métodos de classificação Hierárquico e não Hierárquico permitem agrupar diferentes
unidades estatísticas em grupos o mais homogéneos possível internamente e o mais
heterogéneo possível entre si.
O que define estes dois métodos é o facto de o de classificação hierárquico definir uma
hierarquia de diferentes planos de classificação em que cada partição se agrupa
sucessivamente classes de partições anteriores em novas classes, sem definir à partida um
número determinado de classes a obter. Já no método de classificação não hierárquico o
número de classes é fixado previamente e ligação de cada unidade geográfica a cada classe é
determinada pelas interações sucessivas através de critérios de semelhança/dissemelhança
adaptadas ao que está a ser analisado neste caso às unidades estatísticas e à natureza dos
dados, concretamente para este estudo, dados quantitativos.
O estudo é feito novamente para as NUTS III e a análise de classificação tem como base
as variáveis extraídas no processo de Análise da Componentes Principais, as Component
Scores, evitando eventuais influencias nos resultados causados por diferentes unidades de
medida das variáveis, não existindo assim a necessidade de proceder à estandardização das
variáveis.
1 2 3
1 1,000 0,000 0,000
2 0,000 1,000 0,000
3 0,000 0,000 1,000
Component Score Covariance Matrix
Component
Extraction Method: Principal Component Analysis.
Rotation Method: Varimax with Kaiser Normalization.
Component Scores.
 
20	
  
	
  Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
A classificação hierárquica parte da correspondência inicial de uma só unidade
geográfica a uma classe. De forma sucessiva, o critério de separação entre classes vai sendo
relaxado e vão-se agrupando pares de classes mais semelhantes, até que todas as unidades
geográficas estejam afectas a uma só classe.
Tanto na Aglomeration Schedule como o Dendograma a partição deve ser feita no nível
hierárquico com maior distância relativamente ao nível hierárquico seguinte, dado que
pequenas distâncias apresentam ainda uma associação importante entre as unidades
geográficas. Assim conclui-se que a partição com maior diferença de agregação se encontra
na ordem 26 com 2 classes, de seguida na ordem 24 com 4 classes, e seguidamente na ordem
22 com 6 classes este resultado é comprovado pelo Dendograma.
2.4.2.2.Classificação Não Hierárquica – Método K-Means
O Método K-Means é um processo em que uma classificação inicial das unidades
estatísticas por grupos homogéneos sofre uma reclassificação/reafectação iterativa até à
altura em que uma reafectação adicional aumenta a heterogeneidade intra-classe e/ou a
homogeneidade entre classes que não é desejável. Esta reafectação é feita segundo o critério
da distância ao centro de classe, que se actualizará a cada iteração, em particular segundo o
critério das distâncias euclidianas simples.
Escolhendo o número de classes igual a 6 o indicado peça classificação hierárquica
temos:
Cluster 1 Cluster 2 Cluster 1 Cluster 2
1 12 13 ,029 0 0 6
2 17 24 ,036 0 0 4
3 8 15 ,065 0 0 9
4 17 25 ,069 2 0 7
5 19 27 ,071 0 0 11
6 7 12 ,092 0 1 11
7 17 26 ,130 4 0 12
8 16 18 ,151 0 0 15
9 8 20 ,176 3 0 15
10 1 6 ,198 0 0 17
11 7 19 ,240 6 5 17
12 9 17 ,255 0 7 19
13 2 11 ,287 0 0 21
14 3 5 ,304 0 0 18
15 8 16 ,317 9 8 20
16 10 23 ,547 0 0 19
17 1 7 ,609 10 11 20
18 3 14 ,652 14 0 21
19 9 10 ,763 12 16 22
20 1 8 1,388 17 15 22
21 2 3 1,543 13 18 23
22 1 9 1,661 20 19 23
23 1 2 4,180 22 21 24
24 1 4 6,420 23 0 25
25 1 22 12,106 24 0 26
26 1 28 17,170 25 0 27
27 1 21 27,714 26 0 0
Agglomeration Schedule
Stage
Cluster Combined
Coefficients
Stage Cluster First Appears
Next Stage
 
21	
  
	
  Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010
A tabela Anova apenas nos fornece as variáveis
que mais contribuem para os resultados da classificação,
neste caso e por ordem decrescente de importância temos
a Dimensão das Empresas, depois a produtividade do
trabalho e fim a concorrência a relação inversa entre
rendibilidade das vendas e sobrevivência de empresas
nascidas 2 anos antes.
Clusters Finais:
-­‐ O Cluster 1 é composto pelas NUTS III Douro, Trás os Montes, Baixo Vouga, Baixo
Mondego, Pinhal Interior, Dão-Lafões, Serra da Estrela, Beira Interior Norte; Beira
Interior Sul; Cova da Beira, Oeste, Médio Tejo, Alentejo Litoral, Alto Alentejo,
Alentejo Central, Baixo Alentejo e Lezíria do Tejo. Estas são unidades com fraca
dimensão económica e fraca produtividade do trabalho são zonas do interior onde
houve muita deslocalização de industria e de pessoas.
Unidade Geográfica Cluster Distance
1 Minho-Lima 5 ,679
2 Cávado 5 ,574
3 Ave 5 ,669
4 Grande Porto 4 0,000
5 Tâmega 5 ,333
6 Entre Douro e Vouga 5 ,458
7 Douro 1 ,627
8 Alto Trás-os-Montes 1 ,804
9 Baixo Vouga 1 ,730
10 Baixo Mondego 1 1,162
11 Pinhal Litoral 5 ,876
12 Pinhal Interior Norte 1 ,396
13 Dão-Lafões 1 ,433
14 Pinhal Interior Sul 5 ,896
15 Serra da Estrela 1 ,839
16 Beira Interior Norte 1 ,544
17 Beira Interior Sul 1 ,611
18 Cova da Beira 1 ,275
19 Oeste 1 ,888
20 Médio Tejo 1 ,959
21 Grande Lisboa 6 0,000
22 Península de Setúbal 2 0,000
23 Alentejo Litoral 1 ,716
24 Alto Alentejo 1 ,448
25 Alentejo Central 1 ,312
26 Baixo Alentejo 1 ,635
27 Lezíria do Tejo 1 ,683
28 Algarve 3 0,000
Cluster Membership
Case Number
Mean Square df Mean Square df
REGR factor
score 1 for
analysis 3
5,239 5 ,037 22 143,025 ,000
REGR factor
score 2 for
analysis 3
4,302 5 ,249 22 17,249 ,000
REGR factor
score 3 for
analysis 3
4,411 5 ,225 22 19,634 ,000
Error
F Sig.
The F tests should be used only for descriptive purposes because the clusters have been chosen to maximize the differences
among cases in different clusters.The observed significance levels are not corrected for this and thus cannot be interpreted as tes
ANOVA
Cluster
1 2 3 4 5 6
REGR factor
score 1 for
analysis 3
-,32549 -,42479 -,53778 1,04122 ,09750 4,77209
REGR factor
score 2 for
analysis 3
,04209 2,99534 1,93017 ,95467 -1,03300 ,63533
REGR factor
score 3 for
analysis 3
-,49635 -,73590 3,27066 1,38690 ,76079 -,80929
Final Cluster Centers
Cluster
1 2 3 4 5 6
1 2,965 4,219 2,499 1,707 5,142
2 2,965 4,147 3,289 4,329 5,708
3 4,219 4,147 2,644 3,935 6,820
4 2,499 3,289 2,644 2,288 4,341
5 1,707 4,329 3,935 2,288 5,206
6 5,142 5,708 6,820 4,341 5,206
Distances between Final Cluster Centers
Cluster
 
22	
  
	
  Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010
-­‐ O Cluster 2 é apenas a Peninsula de Setubal com pequena dimensão económica e
com fraca produtividade do trabalho, contudo tem um bom indicador de relação
inversa entre Rendibilidade das Vendas e Solvabilidade de empresas nascidas 2 anos
antes o que indicará que que há uma grande rendibilidade de vendas, mas poucas
sobrevivências, isto poderá acontecer pela localização da autoeuropa uma das
maiores empresas em Portugal continental e pela alta taxa de desemprego da região,
o que a torna um mercado fraco em termos finais e assim poderá indicar que há
muitas empresas que não se aguentam no mesmo.
-­‐ O Cluster 3 é a Região do Algarve, é uma NUT com pequena dimensão económica,
mas boa produtivida do trabalho e rácio de rendibilidade das vendas inverso à
sobrevivência de empresas nasciadas 2 anos antes, isto poderá acontecer por ser uma
região de elevado trabalho sazonal, pois tem meses muito bons (meses da época alta)
e outros maus (época baixa) indiciando criação de empresas só para a altura boa do
ano.
-­‐ O Cluster 4 é o Grande Porto tem uma boa dimensão económica e boa produtividade
do trabalho é a segunda região mais forte economicamente e o segundo centro de
decisões de Portugal.
-­‐ O Cluster 5 é o conjunto das NUT III Minho-Lima, Cávado, Ave, Tâmega, Entre o
Douro e Vouga, Pinhal são regiões com alguma dimensão económica e com boa
produtividade do trabalho, são zonas com alguma industria o se que reflete nos
resultados.
-­‐ O Cluster 6 é Lisboa é a região com maior dimensão económica, para comprovar os
resultados basta dizer que é a Capital e o centro de todas as decisões nacionais.
Quanto às distancias entre os Clusters, observa-se que a classe 6 é a mais afastada em
relação a todas as outras classes. O maior afastamento é entre a classe 6 e 3 ou seja a NUT
III Lisboa e a do Algarve e as classes mais próximas são a 1 e 5.
3. ANÁLISE ECONOMÉTRICA
3.1.Escolha das Variáveis
O objectivo do estudo é compreender de que forma os factores escolhidos influenciam a
constituição de novas empresas, em que medida e qual o sentido dessa influência.
Efetuou-se um estudo cross-section, ou seja num determinado momento (o ano de 2010,
onde foram recolhidos dados do número de sociedades constituídas por NUTS III, sendo
esta a variável dependente.
 
23	
  
	
  Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010
O nosso objectivo agora é ver quais são os factores estão ligados ao nascimento de
novas sociedades, positiva e negativamente e quais os que têm maior ou menor peso.
Assim foram recolhidos dados estatísticos referentes à potencial comercialização de
bens e serviços intermédios e finais, à concorrência e ao funcionamento de mercado. O
objectivo é com estas variáveis dependentes explicar a localização de novas empresas nas
NUTs III.
Desta forma foram recolhidos os seguintes dados:
-­‐ População Residente que representa o potencial de comércio final.
-­‐ Número de empresas existente que representa a oportunidade de relações comerciais
intermédias.
-­‐ Mortes de empresas que representa a oportunidade de entrada no mercado em
substituição de outras empresas.
-­‐ Volume de negócio das empresas que representa o comércio intermédio de matérias
primas e bens intermédio e acabados entre empresas e o potencial empresarial da
região.
-­‐ Densidade Populacional que representa a concentração de pessoas, ou seja um
potencial maior número de cliente concentrados no local.
Daqui serão formuladas hipóteses de evidencia empírica para vermos se estes factores
influenciam como teoricamente se prevê positiva ou negativamente e com que intensidade a
criação de novas empresas em Portugal continental.
A hipótese que se formula é a seguinte:
Hipótese H1: A População Residente é importante na escolha da localização quando se
pretende criar uma empresa, porque os empreendedores valorizam regiões com uma
população numerosa, o que lhes proporcionará teoricamente uma mercado final superior.
Hipótese H2:
O número de empresas existentes representa o mercado empresarial existente na região,
quanto maior for esse número maior será a rede empresarial e o potencial de relações
comerciais, a nova empresa terá mais oportunidade de negócio e maior facilidade em
adquirir know how e inovar. Este factor também tem uma relação positiva com o nascimento
de novas sociedades.
Hipótese H3: O número de mortes de empresas é uma oportunidade de entrar no
mercado substituindo existentes, é a oportunidade de captar clientes finais, trabalhadores e
know how de outras empresas. Há teoricamente uma relação positiva com a criação de
novas empresas.
 
24	
  
	
  Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010
Hipótese H4: Volume Acrescentado das empresas , representa a dimensão do mercado
de intermédio e a a potencial criação de valor que existe na região , quanto maior for, maior
é o potencial de trocas comercias de matérias primas e intermédias e produtos finais e
serviços, logo a relação existente será teoricamente positiva, pois poderá gerar
oportunidades de negócios.
Hipótese H5: A Densidade Populacional a concentração de pessoas numa região,
potencializa o número de clientes situados numa determinada região. A relação deste factor
com a criação de empresas será positivo.
3.2. O modelo econométrico
Foi construída uma regressão linear
NEmp = b1 + b2 PopR + b3 Emp +b4 MEmp+ b5 VABEmp + b6 DenPop + e
- NEmp é a variável dependente e representa o nascimento de novas empresas numa região.
- Os coeficientes da regressão são b1; b2; b3; b4; b5; b6
- As variáveis independentes são:
PopR– População Residente
Emp – Empresas existentes
MEmp – Morte de empresas
VBA – Volume Acrescentado das empresas
DenP –Densidade Populacional
-­‐ e representa os resíduos da regressão
Mais uma vez todos os dados foram retirados do INE na sua página da Internet
(www.ine.pt).
 
25	
  
	
  Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010
3.3.Análise dos Resultados Econométricos
Modelo de Regressão Linear
Dado da função de regressão da criação de empresas não ser empiricamente observável,
pois os seu coeficientes são desconhecidos, foi necessário proceder á estimação desses
coeficientes. Utilizou-se o método enter e obtiveram-se os valores apresentados no quadro
seguinte:
Assim a equação de regressão do modelo linear é:
NEmp = -44,49182 +0,00185PopR+ 0,03536Emp+ 0,3345MEmp+ 0,01943VABE+
0,67584DenPop + e
Através destes resultados vemos que todos os factores tiveram a relação esperada, ou seja
positiva.
Qualidade do Ajustamento
Um critério da qualidade do ajustamento é a pertinência dos resultados obtidos, como
visto acima os dados estão de acordo com o esperado.
Assim se a população residente aumentar 1000 pessoas são criadas 1,85 empresas, se o
número de empresas da região aumentar 1000 serão criadas mais 35 novas empresas, se o
Valor acrescentado for mais 1.000.000 de Euros o nascerão 0,019 empresas, se fecharem
1000 empresas serão criadas 335 e por fim se viverem mais 10.000 pessoas por km2
6,8 de
novas empresas nascerão.
Outro critério é a análise a alguns indicadores como:
 
26	
  
	
  Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010
A análise de bondade esta é vista através da proporção de variância explicada pela
regressão, no caso concreto o coeficiente de determinação é R2=
0,999, resultado óptimo.
A análise de significância que é caracterizada pelo contributo que as variáveis
explicativas têm no comportamento da variável dependente, pode ser individual (t student)
ou conjunta (FSnedecor), contudo os dois testes são complementares, assim os valores da
Tstudent e FSnedecor têm que ser inferiores a 5% para serem significantes. A significância
do teste pode ser comprovada pela tabela que fornece os coeficientes e na tabela Anova
analisando os valores da coluna p-nível (Sig. (λ)).
Modelos espaciais autoregressivos
Modelo OLS e Teste I de Moran
Nesta parte será analisado a presença de um factor de dependência espacial, realizando
testes de autocorrelação espacial, que é a correlação de uma variável numa certa área com
valores dessa mesma variável em áreas vizinhas. O teste baseado na estatística do I de
Moran analisa a presença de um factor de dependência espacial. Este teste baseia-se nos
resíduos da estimação OLS do modelo básico de regressão linear espacial, ele mede a
relação do desvio padronizado de uma variável numa área com o desvio padronizado das
áreas vizinhas para a mesma variável.
Assim o I de Moran é dado pela expressão seguinte e varia de -1 a 1.
 
27	
  
	
  Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010
Depois de encontrado o valor de índice é necessário ver se o valor é significativo ou não
para isso pode utilizar-se o pseudo-significância dados que podemos ver no próximo quadro.
Ordinary Least-squares Estimates
Dependent Variable = NascE
R-squared = 0.9938
Rbar-squared = 0.9924
sigma^2 = 1330683587.5737
Durbin-Watson = 1.9771
Nobs, Nvars = 28, 6
***************************************************************
Variable Coefficient t-statistic t-probability
Const 25473.763939 1.625272 0.118346
POPR -6.976941 -1.917781 0.068212
Emp -104.647847 -5.070879 0.000044
MEmp -11.694059 -2.906626 0.008180
VABEmp -158.530835 -2.042007 0.053320
DenPop 309.923214 5.428388 0.000019
Moran I-test for spatial correlation in residuals
Moran I -0.01116183
Moran I-statistic 0.67689785
Marginal Probability 0.49847077
mean -0.07540182
standard deviation 0.09490352
 
28	
  
	
  Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010
Através da análise dos dados vemos que poderia existir uma correlação espacial inversa
dado o valor de I ser negativo (-0,011), embora muito próximo de zero pelo que a correlação
negativa seria pequena, contudo não é possível tirar nenhuma conclusão porque o nível de
significância é muito elevado 9,5%.
Recorrendo agora ao Modelo SAR
O Modelo SAR (Mixed autogressive-regressive model) obtém-se a partir do modelo
geral impondo a restrição de λ=0.
Spatial autoregressive Model Estimates
Dependent Variable = NascE
R-squared = 0.9939
Rbar-squared = 0.9925
sigma^2 = 1032661224.0535
Nobs, Nvars = 28, 6
log-likelihood = -320.60317
***************************************************************
Variable Coefficient Asymptot t-stat z-probability
Const 28496.358515 1.927351 0.053936
POPR -6.692647 -2.068493 0.038594
Emp -107.111012 -5.755887 0.000000
MEmp -13.130607 -3.061332 0.002204
VABEmp -177.738763 -2.351863 0.018680
DenPop 314.475585 6.182080 0.000000
rho -0.021968 -0.596834 0.550618
LM error tests for spatial correlation in SAR model residuals
 
29	
  
	
  Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010
LM value 0.03328480
Marginal Probability 0.85523648
chi(1) .01 value 6.63500000
Analisando os dados vemos que apesar de ter uma variância explicada ótima (0,99) o
factor de dependência espacial não é relevante pois rho apresenta um valor estatisticamente
não significativo (>5%, neste caso 5,5%), não é assim possível retirar conclusões quanto à
dependência espacial.
No que respeita à autocorrelação espacial, no modelo SAR realizada através do Teste
LM, os valores observados de 0,033 para o rácio LM, de 6,645 para o Quiquadrado e de
85% (>5%) revelam ausência de correlação espacial neste ajustamento pelo que não se
justifica a passagem ao modelo SAC.
Análise do Modelo SEM
Spatial error Model Estimates
Dependent Variable = NascE
R-squared = 0.9938
Rbar-squared = 0.9924
sigma^2 = 1044606914.0418
log-likelihood = -320.76823
Nobs, Nvars = 28, 6
***************************************************************
Variable Coefficient Asymptot t-stat z-probability
Const 25074.704492 1.842484 0.065404
POPR -6.885790 -2.154984 0.031163
Emp -104.979160 -5.813795 0.000000
MEmp -11.678871 -3.245884 0.001171
VABEmp -158.489444 -2.309474 0.020917
 
30	
  
	
  Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010
DenPop 309.744506 6.186778 0.000000
lambda -0.044961 -0.149807 0.880917
Mais uma vez o valor da variância é ótimo (0,99), contudo o valor de λ é 88% (>5%)
tornando o factor de dependência espacial sem significado.
Assim podemos concluir que a introdução da dependência espacial não revelou a
existência de estruturas de correlação espacial, ou seja a probabilidade de construir uma
empresa em determinada NUT III não parece ser influenciada pela criação de empresas em
NUTS III vizinhas.
4. Possibilidade de Investigações Futuras
Os resultados econométricos mostram através da regressão linear que há vários factores
que influenciam o criação de empresas, mas seria interessante realizar um estudo que com
mais variáveis tais como os impostos pagos pelas empresas, custos com pessoal, produção
ou nível de estudos dos trabalhadores. E realiza-lo também por sectores de actividade.
Poderia ainda investigar-se as razões para a aparente inexistência de dependência espacial.
5. Bibliografia
Prof.	
  Flávio	
  Henrique	
  M	
  de	
  A	
  Freire,	
  Introdução	
  à	
  Estatística	
  Espacial,	
  
http://www.observatoriodasmetropoles.ufrj.br	
  em	
  6/02/2013	
  
<www.ine.pt>	
  em	
  05/02/2013	
  

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Análise da localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010

  • 2.   2    Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010   ÍNDICE 1.   INTRODUÇÃO  ..................................................................................................................................  3   1.1.   ENQUADRAMENTO  ...............................................................................................................................  3   1.2.   METODOLOGIA  .....................................................................................................................................  3   2.   ANÁLISE EXPLORATÓRIA  ............................................................................................................  4   2.1.   APRESENTAÇÃO DOS DADOS  ................................................................................................................  4   2.2.   CARTOGRAFIA....................................................................................................................................4   2.3.   TÉCNICAS UNIVARIADAS  .....................................................................................................................  5   2.3.1   Medidas de tendência central e dispersão  ......................................................................................  6   2.3.2   Medidas de localização  ...................................................................................................................  7   2.3.3   Medidas de especialização  ............................................................................................................  10   2.3.4   Medidas de correlação e associação espacial  ..............................................................................  11   2.3.5   Medidas de variação discreta  .......................................................................................................  13   2.3.6   Análise shift-share  ........................................................................................................................  15   2.4..   TÉCNICAS MULTIVARIADAS  ...............................................................................................................  15   2.4.1.   Métodos Factoriais  ...................................................................................................................  16   2.4.1.1.   Análise em Componentes Principais (ACP)  .............................................................................  16   2.4.2.   Método de Classificação Hierárquica e Não Hierárquica  .......................................................  19   2.4.2.1.   Classificação Hierárquica  ........................................................................................................  19   2.4.2.2.   Classificação Não Hierárquica – Método K-Means  .................................................................  20   3.   ANÁLISE ECONOMÉTRICA  .........................................................................................................  22   3.1.   ESCOLHA DAS VARIÁVEIS  ...................................................................................................................  22   3.2.   O MODELO ECONOMÉTRICO  ...............................................................................................................  24   3.3.   ANÁLISE DOS RESULTADOS ECONOMÉTRICOS  ....................................................................................  25   4.   POSSIBILIDADES DE INVESTIGAÇÕES FUTURAS  ..................................................................  30   5.   BIBLIOGRAFIA  ..............................................................................................................................  30  
  • 3.   3    Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010 1. INTRODUÇÃO 1.1. Enquadramento Este trabalho foi elaborado no âmbito da disciplina de Métodos Quantitativos da Análise Espacial, do Mestrado de Economia e Gestão das Cidades da Faculdade de Economia da Universidade do Porto. Pretende-se utilizar as técnicas de análise espacial para estudar a localização de empresas no Continente português no ano de 2010. 1.2. Metodologia No primeiro ponto utilizaram-se as técnicas de análise exploratória, onde a variável nascimento de empresas será caracterizada através de padrões de localização e especialização, e será realizado um estudo para ver a variação discreta do ano de 2004 para o ano de 2010 com recurso à análise shift-share. No segundo ponto faremos a caracterização do surgimento de novas empresas recorrendo a várias variáveis, com o objectivo de sabermos se é possível identificar padrões de correlação e associação entre as variáveis escolhidas, de forma a representa-las num novo conjunto de variáveis (componentes) que resumam e deêm relevância às variáveis originais. Finalmente na terceira parte, faz-se análise econométrica / confirmatória, desenvolvendo-se um modelo de regessão linear e utilizando outros autorregressivos para ver a autocorrelação entre regiões, saber se existe depência ou não. O estudo foi elaborado com recurso a ferrrametas informáticas tais como: ArcExplorer, Excel; Excel Add-In de Medidas de Localização e Especialização, SPSS Statistics e MatLab (com scripts adequados à análise espacial).
  • 4.   4    Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010 2. ANÁLISE EXPLORATÓRIA No segunda parte concentramo-nos na descrição e caracterização da nossa variável principal o nascimento de empresas em Portugal Continental em 2010 através de técnicas univariadas e posteriormente de técnicas multivariadas. 2.1.Apresentação dos dados A variável principal do estudo é o nascimento de empresas em Portugal Continental em 2010. Recolheram-se dados referentes ao ano de 2010 e 2004, todos eles disponíveis no site do Instituto Nacional de Estatistica (www.ine.pt). As unidades geográficas do estudo, são numa primeira fase as NUTs II e numa fase posterior as NUTs III ambas apenas de Portugal Continental. Todos os dados recolhidos são quantitativos, mas foram escolhidas diversas unidades de medida. 2.2. Cartografia
  • 5.   5    Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010 Elaborou-se a cartografia com o objectivo de visualmente ter uma melhor percepção da criação de empresas em Portugal continental em 2010 e a evolução que existiu de 2004 para 2010 considerando para o calculo desta variação apenas os valores de nascimentos de empresas em cada um dos referidos anos. Observando a cartografia podemos ver que as NUTs do Norte e Lisboa são as que apresentam maior número de nascimento de empresas com 42863 e 44679 respectivamente, num nível intermédio temos a NUT do Centro com 26835 empresas criadas e por fim temos a NUT do Alentejo e a do Algarve com fraco número de criação de empresas tendo a primeira região criado 8988 empresas e a segunda 7520 num total de 130885 constituídas em Portugal continental no ano de 2010. Analisando agora o mapa de variação percentual do número nascimento de empresas, constatamos que em todas as regiões essa variação é negativa, ou seja em qualquer região do continente foram criadas mais empresas em 2004 que em 2010. As NUTs com maior diminuição foram Lisboa e Alentejo ambas com -7,46% . A NUT centro teve uma variação intermédia situando-se a quebra nos -3,03%, as regiões que tiveram uma variação menos acentuada foram o Norte (-1,41%) e o Algarve (-0,24%), com valores bastante inferiores aos -4,24% de média em Portugal Continental. 2.3 Técnicas Univariadas Nas técnicas univariadas é importante fazer a distinção entre a análise de estruturas espaciais e análise de dinâmicas espaciais. A análise de estruturas espaciais refere-se exclusivamente a um momento do tempo e vai ter em atenção os padrões espaciais de localização e de especialização da variável em análise nesse momento, a segunda envolve dois momento de tempo diferentes, no caso concreto 2004 e 2010 e mede as tendências de variação desses padrões e os motivos dessas variações (variação discreta e método shift- share). Será ainda realizada uma referência aos resultados obtidos na utilização das medidas de tendência central e dispersão e na utilização das técnicas de correlação e associação espacial.
  • 6.   6    Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010 2.3.1 Medidas de tendência central e dispersão Statistics Criação de empresas NUTS II 2004 Criação de empresas NUTSII 2010 N Valid 5 5 Missing 0 0 Mean 27336,20 26177,00 Median 27673,00 26835,00 Mode 7538a 7520a Std. Deviation 18720,558 17781,486 Variance 350459281,700 316181233,500 Minimum 7538 7520 Maximum 48281 44679 Percentiles 25 8625,50 8254,00 50 27673,00 26835,00 75 45878,50 43771,00 a. Multiple modes exist. The smallest value is shown Relativamente à variável Criação de Empresas em 2010 nas 5 NUTS II de Portugal Continental e depois de analisado o quadro podemos observar que: -­‐ Em média foram constituídas em média 26177 empresas; -­‐ Ordenando as observações de forma crescente, a observação que se encontra no primeiro quartil (25%) da amostra é cerca de 8254 sociedades criadas, no segundo (50%) de 26835 novas empresas e no terceiro (75%) é de 43771 novos nascimentos; -­‐ O número de sociedades constituídas mais frequente é o 7520, apesar de existirem outras modas (a.), esta é a que apresenta o valor mais baixo;  
  • 7.   7    Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010 -­‐ Existe  um  desvio  padrão  em  relação  à  média  de  17781  empresas,  um  intervalo  de  variação   entre   o   máximo   e   mínimo   de   novas   sociedades   de   37159   e   um   coeficiente   de   variação   (Desvio-­‐padrão/Média)  de  0,68;       Constata-­‐se  ainda  que,  relativamente  a  2004,  a  dispersão  das  observações  diminui,  sendo  no   ano  de  2004  de  40743  sociedades,  contudo  o  coeficiente  de  variação  manteve-­‐se  idêntico  nos  0,68.   2.3.2 Medidas de localização Índices de concentração Através dos Índices de Concentração conseguimos saber, para cada um dos sectores, se as novas empresas criadas em 2010 estão homogeneamente distribuídas por Portugal Continental ou se, pelo contrário, existe concentração espacial. Os índices de Rogers e de Herfindahl dizem-nos que quanto maiores forem os valores (mais próximos de 1), maior será a concentração espacial, já o índice de Theil é uma medida inversa da concentração, pelo que quanto menor for o seu valor (quanto mais próximo de 0) maior é a concentração espacial. Os resultados obtidos são consistentes entre si quando analisados os índices atrás referidos. Desta forma podemos agrupar os sectores em três grupos: -Grupo de fraca concentração onde temos a criação de novas empresas dos sectores agricultura, produção animal, caça e silvicultura e pesca, construção, comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos, transportes e armazenagem; alojamento, restauração e similares e outras atividades de serviços, o que seria de esperar pois são sectores que se podem espalhar por todo o território nacional, não existindo especificidades geográficas em cada um deles excepto no sector das pescas que A B C D E F G H I J K L M N O+P Agricultura, produção animal, caça e silvicultura e Pesca Indústrias extractivas Indústrias transformad oras Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio e Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição Construção Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos Transporte s e armazenag em Alojamento, restauração e similares Atividades de informaçã o e de comunicaç ão Atividades imobiliárias Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares e Atividades administrativ as e dos serviços de apoio Educação Atividades de saúde humana e apoio social Atividades artísticas, de espetáculo s, desportivas e recreativas Outras atividades de serviços Rogers CR 3,580 3,839 4,123 3,887 3,699 3,855 3,840 3,706 4,222 3,955 3,973 3,885 3,894 3,908 3,860 Rogers normalizado CR* 0,193 0,280 0,374 0,296 0,233 0,285 0,280 0,235 0,407 0,318 0,324 0,295 0,298 0,303 0,287 Herfindahl CH 0,236 0,282 0,352 0,284 0,253 0,277 0,277 0,253 0,371 0,293 0,300 0,284 0,285 0,287 0,278 Herfindahl normalizado CH* 0,045 0,102 0,189 0,105 0,066 0,096 0,096 0,066 0,213 0,117 0,126 0,105 0,106 0,109 0,098 Theil CT 1,511 1,402 1,248 1,363 1,461 1,398 1,396 1,474 1,192 1,360 1,349 1,380 1,371 1,384 1,410 Theil normalizado CT* 0,939 0,871 0,775 0,847 0,908 0,869 0,868 0,916 0,741 0,845 0,838 0,857 0,852 0,860 0,876 Coeficiente de localização CL 0,305 0,244 0,192 0,060 0,080 0,063 0,013 0,094 0,186 0,086 0,087 0,116 0,045 0,070 0,071 Coeficiente de Gini CG 0,409 0,317 0,235 0,072 0,112 0,073 0,017 0,121 0,212 0,104 0,093 0,123 0,054 0,084 0,079 Índices de Concentração
  • 8.   8    Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010 além de ter uma extensa costa está também associado às atividades do sector agrícola não extrativa. -Grupo de maior concentração em que se destacam novas empresas dos sectores das indústrias transformadoras e das atividades de informação e de comunicação, resultado também previsível dado a necessidade de algumas especificidades como vias de comunicação, densidade populacional, equipamentos de serviços de informação e situação geográfica estratégica para a distribuição dos seus bens e serviços. -Grupo de concentração intermédia é composto pelos restantes sectores, todos eles próximos do grupo de maior concentração, contudo não foram inseridos nesse grupo para destacar os dois sectores que possuíam os maiores valores nos índices de Rogers e Herfindahl e os menores no índice de Theil. Relativamente aos três índices analisados é importante referir que mesmo os sectores inseridos no grupo de maior concentração não possuem valores consistentes para dizermos que são muito concentrados, foi decidido escolher três grupos para se poderem comparar os sectores entre si. Os resultados obtidos não fornecem informações sobre a unidade geográfica em que poderá existir concentração, essa resposta está na análise aos Quocientes de Localização. Analisemos agora os Índices de Gini, Curvas de Localização e Coeficientes de Localização, medidas de concentração relativa que têm a atividade padrão como referência, neste caso concreto será a totalidade dos sectores. - O Índice de Gini é um indicador do grau de concentração espacial e pode ser visto através das curvas de localização (em ficheiro anexo), que evidenciam graficamente a maior ou menor similitude dos perfis de concentração de cada sector com perfil de concentração de cada sector com perfil de concentração geral. Os sectores que apresentam maior grau de concentração em termos relativos (embora este não seja muito elevado) são o Agricultura, produção animal, caça, silvicultura e Pesca e das industrias extrativas, parece razoável que assim seja pois estão fortemente dependentes da localização dos recursos naturais. - No que respeita aos Coeficientes de Localização, são novamente os sectores da Agricultura, produção animal, caça, silvicultura e Pesca e das industrias extrativas que se destacam, o que está em concordância com os resultados anteriormente analisados. Quanto aos restantes sectores (e mesmo os dois anteriores podem ser incluídos nesta conclusão,
  • 9.   9    Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010 dado o seus valores não serem elevados) não apresentam uma grande diferenciação entre perfis de concentração no continente e o de cada uma das atividades das sociedades, pois os seu valores são próximos de 0. Quocientes de Localização Quanto maior for o valor dos Quocientes de Localização, maior a concentração espacial relativa. Os sectores que mais se destacam, mesmo os valores não sendo muito elevados para todos os sectores, são o da Agricultura, produção animal, caça, silvicultura e pesca e das industrias extrativas o que está de acordo com os dados fornecidos pelo Índice de Gini. Sendo que o Sector Agricultura, produção animal, caça, silvicultura e pesca apresentam os maiores Quocientes de Localização na região do Alentejo e o sector das Industrias extractivas na região Centro. De salientar ainda que nos casos em que o índice apresenta um valor superior a 1 podemos concluir que a unidade geográfica é relativamente mais importante no contexto nacional em termos de sector, do que em termos gerais de todos os sectores. Por fim fazendo uma breve análise aos restantes sectores constata-se que as novas industrias transformadoras são especialmente mais concentras no Norte; as de eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio e captação, tratamento e distribuição de água; Quocientes de Localização A B C D E F G H I J K L M N O+P Agricultura , produção animal, caça e silvicultura e Pesca Indústria s extractiv as Indústri as transfor madora s Eletricidade , gás, vapor, água quente e fria e ar frio e Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento , gestão de resíduos e despoluição Construção Comércio por grosso e a retalho; reparaçã o de veículos automóve is e motociclo s Transportes e armazenagem Alojament o, restauraçã o e similares Atividade s de informaç ão e de comunica ção Atividades imobiliária s Atividade s de consultor ia, científica s, técnicas e similares e Atividade s administr ativas e dos serviços de apoio Educação Atividades de saúde humana e apoio social Atividades artísticas, de espetácul os, desportiva s e recreativa s Outras atividades de serviços Norte 0,745 1,085 1,587 1,085 0,997 1,145 1,041 1,105 0,818 0,908 0,851 1,221 1,113 0,831 0,868 Centro 1,212 1,733 0,987 1,155 1,220 1,075 0,993 1,040 0,674 0,877 0,903 1,171 1,038 0,944 0,864 Lisboa 0,350 0,284 0,569 0,915 0,786 0,834 0,982 0,724 1,546 1,193 1,254 0,713 0,934 1,202 1,160 Alentejo 4,392 1,845 0,764 0,845 0,921 0,909 0,960 1,335 0,457 0,554 0,830 1,132 0,832 0,951 1,006 Algarve 1,421 1,124 0,553 0,656 1,603 1,003 0,943 1,489 0,620 1,358 0,890 0,676 0,819 1,020 1,285
  • 10.   10    Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010 saneamento, gestão de resíduos e despoluição no Norte e Centro; as da Construção no Algarve e Centro, o Comércio por grosso e a retalho e reparação de veículos automóveis e motociclos no Norte e Centro; transportes e armazenagem no Norte; Alojamento, restauração e similares no Algarve; as Atividades de informação e de comunicação em Lisboa; as Atividades imobiliárias em Lisboa e Algarve; as Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares e Atividades administrativas e dos serviços de apoio em Lisboa; a educação no Norte, Centro e Alentejo; as Atividades de saúde humana e apoio social têm quocientes de Localização muito próximos nas cinco regiões; as Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas na Região de Lisboa e no Algarve e por fim as outras atividades de serviços no Algarve, Lisboa e Alentejo. 2.3.3 Medidas de especialização Índices de especialização Índices de Especialização U.G. Rogers Herfindahl Theil ER ER* EH EH* ET ET* Norte 12,392 0,549 0,171 0,112 2,096 0,774 Centro 12,413 0,552 0,178 0,119 2,081 0,768 Lisboa 12,791 0,599 0,261 0,208 1,870 0,690 Alentejo 12,302 0,538 0,161 0,101 2,124 0,784 Algarve 12,383 0,548 0,174 0,115 2,092 0,773 No quadro observamos a consistência dos resultados em que a região de Lisboa é a NUT que apresenta o maior grau de especialização empresarial das novas sociedades constituídas. As restantes regiões têm um grau de especialização idêntico e um pouco mais baixo que a NUT II Lisboa. Faremos agora uma análise na perspectiva da unidade geográfica, ou seja pretendemos saber em que sectores se especializaram ou não cada uma das NUTS II, para isso utilizaremos os Quocientes de Especialização.
  • 11.   11    Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010 Relativamente às regiões do Norte e do Centro as novas empresas são especializadas no sector das industrias transformadoras; no respeitante a Lisboa a especialização das novas sociedades centra- se nas atividades de informação e comunicação; o Alentejo tem a sua especialização sobretudo na agricultura, produção animal, caça, silvicultura e pesca, mas também tem um bom quociente nas industrias extrativas; finalmente o Algarve tem a sua especialização de novas empresas nos sectores da construção e alojamento, restauração e similares. Por outro lado, analisando em que sectores as NUTS são menos especializadas relativamente, temos o norte com o sector da agricultura, produção animal, caça, silvicultura e pesca, o Centro com as atividades de informação e de comunicação, Lisboa com as industrias extrativas e com a agricultura, produção animal, caça, silvicultura e pesca, o Alentejo com as atividades de informação e comunicação e o Algarve com as industrias transformadoras. 2.3.4 Medidas de correlação e associação espacial Coeficientes de Associação Sectorial Estes coeficientes medem a intensidade da similitude nos perfis de especialização de duas unidades geográficas. Medem apenas a intensidade e não o sentido da relação entre unidades geográficas. Em termos de análise temos que quanto mais próximo do zero está o coeficiente maior é a similitude de perfis. Analisando  concretamente  os  valores   obtidos,   concluímos   que   embora   os   valores   sejam   todos   relativamente   baixos   o   Norte   tem   maiores   similitudes   no   perfil   de   especialização  com  o  Centro,  o  Centro   com  o  Norte,  Lisboa  tem  os  valores  mais  elevados  por  isso  considera-­‐se  a  região  mais  afastada   em  termos  de  similitudes  de  especialização,  o  mesmo  acontecendo  com  a  região  do  Alentejo,  o   Algarve  apresenta  uma  similitude  de  perfil  de  especialização  idêntico  ao  do  Centro.   Quocientes de Especialização A B C D E F G H I J K L M N O+P Agricultura, produção animal, caça e silvicultura e Pesca Indústrias extractivas Indústrias transformador as Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio e Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição Construção Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos Transportes e armazenagem Alojamento, restauração e similares Atividades de informação e de comunicação Atividades imobiliárias Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares e Atividades administrativa s e dos serviços de apoio Educação Atividades de saúde humana e apoio social Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas Outras atividades de serviços Norte 0,745 1,085 1,587 1,085 0,997 1,145 1,041 1,105 0,818 0,908 0,851 1,221 1,113 0,831 0,868 Centro 1,212 1,733 0,987 1,155 1,220 1,075 0,993 1,040 0,674 0,877 0,903 1,171 1,038 0,944 0,864 Lisboa 0,350 0,284 0,569 0,915 0,786 0,834 0,982 0,724 1,546 1,193 1,254 0,713 0,934 1,202 1,160 Alentejo 4,392 1,845 0,764 0,845 0,921 0,909 0,960 1,335 0,457 0,554 0,830 1,132 0,832 0,951 1,006 Algarve 1,421 1,124 0,553 0,656 1,603 1,003 0,943 1,489 0,620 1,358 0,890 0,676 0,819 1,020 1,285 Coeficientes de Associação Sectorial Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve Norte 0,000 0,049 0,191 0,119 0,128 Centro 0,049 0,000 0,171 0,109 0,089 Lisboa 0,191 0,171 0,000 0,209 0,168 Alentejo 0,119 0,109 0,209 0,000 0,123 Algarve 0,128 0,089 0,168 0,123 0,000
  • 12.   12    Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010 Coeficientes de Associação Geográfica Os   Coeficientes   de   Associação   Geográfica   medem   a   similitude   dos   padrões   de   concentração   dos   sectores   empresariais.   Mais   uma   vez   medem   apenas   a   intensidade   dessa   relação.  Quanto  maior  for  coeficiente  maior  a  dissemelhança  de  perfis.   Identificamos   os   maiores   coeficientes   (acima   de   0,3)   no   Sector   da     agricultura,   produção  animal,  caça,  silvicultura  e  pesca  em  relação  a  quase  todos  os  outros,  ou  seja  este  é  o   sector   que   apresenta   maior   dissemelhança   entre   os   perfis   de   concentração   geográfica   relativamente  à  grande  maioria  dos  restantes  sectores.  O  sector  que  tem  maior  similitude  entre   perfis   de   concentração   geográfica   com   a   maioria   dos   restantes   é   o   sector   dos   transportes   e   armazenagem  que  apresenta  o  maior  número  de  coeficientes  inferiores  a  0,1.   Coeficiente de Correlação de Bravais-Pearson Coeficientes de Associação Geográfica A B C D E F G H I J K L M N O+P Agricultura , produção animal, caça e silvicultura e Pesca Indústrias extractivas Indústrias transformad oras Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio e Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição Construção Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos Transportes e armazenag em Alojamento , restauraçã o e similares Atividades de informaçã o e de comunicaç ão Atividades imobiliária s Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares e Atividades administrati vas e dos serviços de apoio Educação Atividades de saúde humana e apoio social Atividades artísticas, de espetáculo s, desportiva s e recreativas Outras atividades de serviços Agricultura, produção animal, caça - 0,218 0,350 0,304 0,243 0,296 0,312 0,249 0,431 0,341 0,343 0,279 0,319 0,319 0,316 Indústrias extractivas 0,218 - 0,261 0,215 0,199 0,207 0,238 0,178 0,430 0,323 0,331 0,191 0,231 0,313 0,308 Indústrias transformadoras 0,350 0,261 - 0,164 0,193 0,144 0,178 0,157 0,337 0,259 0,258 0,120 0,155 0,256 0,260 Eletricidade, gás, vapor, água quen 0,304 0,215 0,164 - 0,073 0,044 0,048 0,089 0,215 0,135 0,129 0,069 0,025 0,126 0,131 Construção 0,243 0,199 0,193 0,073 - 0,065 0,084 0,064 0,259 0,139 0,160 0,088 0,088 0,144 0,133 Comércio por grosso e a retalho; re 0,296 0,207 0,144 0,044 0,065 - 0,054 0,058 0,243 0,143 0,143 0,060 0,034 0,130 0,134 Transportes e armazenagem 0,312 0,238 0,178 0,048 0,084 0,054 - 0,088 0,192 0,096 0,093 0,107 0,033 0,079 0,083 Alojamento, restauração e similares 0,249 0,178 0,157 0,089 0,064 0,058 0,088 - 0,280 0,160 0,181 0,065 0,074 0,163 0,148 Atividades de informação e de comun 0,431 0,430 0,337 0,215 0,259 0,243 0,192 0,280 - 0,120 0,100 0,284 0,209 0,117 0,132 Atividades imobiliárias 0,341 0,323 0,259 0,135 0,139 0,143 0,096 0,160 0,120 - 0,045 0,203 0,119 0,045 0,032 Atividades de consultoria, científi 0,343 0,331 0,258 0,129 0,160 0,143 0,093 0,181 0,100 0,045 - 0,197 0,113 0,024 0,040 Educação 0,279 0,191 0,120 0,069 0,088 0,060 0,107 0,065 0,284 0,203 0,197 - 0,084 0,187 0,187 Atividades de saúde humana e apoio 0,319 0,231 0,155 0,025 0,088 0,034 0,033 0,074 0,209 0,119 0,113 0,084 - 0,111 0,116 Atividades artísticas, de espetácul 0,319 0,313 0,256 0,126 0,144 0,130 0,079 0,163 0,117 0,045 0,024 0,187 0,111 - 0,031 Outras atividades de serviços 0,316 0,308 0,260 0,131 0,133 0,134 0,083 0,148 0,132 0,032 0,040 0,187 0,116 0,031 -
  • 13.   13    Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010 Este coeficiente diz-nos qual o sentido da relação entre os vários sectores de atividade. Do que se pode observar, constatamos que todos os sectores estão positivamente correlacionados entre si, os valores da correlação de Pearson são todos muito próximos de 1, o que significa que o número de empresas de um sector aumenta quando o número de empresas de outro sector aumenta, contudo não é possível estabelecer relações de causalidade a partir dos coeficientes de correlação dado serem todos muito próximos. Estes dados poderão indicar a existência do fenómeno de economias de aglomeração, ou seja tirar vantagens da concentração espacial por exemplo na diminuição de custo de transportes de matérias primas e/ou intermédias e/ou acabadas e troca de conhecimentos e tecnologia. 2.3.5 Medidas de variação discreta Medidas de Variação Absolutas e Relativas   A tendência geral indica uma diminuição de nascimentos de empresas de 2004 para 2010, com cerca de menos 5616 empresas criadas, ou em termos relativos menos 4,109%. Observando as tabelas destacamos quatro sectores que contrariam a tendência geral, apresentando uma variação positiva, são eles o sector da eletricidade, gás, vapor, água quente e fria, ar frio, captação, tratamento e distribuição de água, saneamento, gestão de resíduos e despoluição com mais 59 novas empresas e variação relativa de 46,457%; o sector das atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares e atividades administrativas e dos serviços de apoio com a criação de mais 11005 sociedades, em termos percentuais 28,666%; a educação com mais 1296 nascimentos de empresas (13,771%) e finalmente o sector das atividades de saúde humana e apoio social com 1019 novas Variações absolutas A B C D E F G H I J K L M N O+P Agricultura, produção animal, caça e silvicultura e Pesca Indústrias extractivas Indústrias transformador as Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio e Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição Construção Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos Transportes e armazenagem Alojamento, restauração e similares Atividades de informação e de comunicação Atividades imobiliárias Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares e Atividades administrativa s e dos serviços de apoio Educação Atividades de saúde humana e apoio social Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas Outras atividades de serviços Norte -435 -12 -744 21 -941 -1383 -596 -234 -32 -34 2890 799 668 -26 -554 -613 Centro -276 -13 -459 12 -1330 -946 -413 -351 -72 -7 2779 309 471 -10 -532 -838 Lisboa -121 -10 -331 20 -1224 -1757 -143 -122 -257 -54 3573 73 -225 -410 -2614 -3602 Alentejo -379 -7 -87 1 -298 -529 -139 -105 -19 -42 1048 134 74 -1 -196 -545 Algarve -37 1 -51 5 -166 -177 -20 -75 1 -126 715 -19 31 -23 -77 -18 Total -1248 -41 -1672 59 -3959 -4792 -1311 -887 -379 -263 11005 1296 1019 -470 -3973 -5616 U.G. Total Variações relativas A B C D E F G H I J K L M N O+P Agricultura, produção animal, caça e silvicultura e Pesca Indústrias extractivas Indústrias transformador as Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio e Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição Construção Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos Transportes e armazenagem Alojamento, restauração e similares Atividades de informação e de comunicação Atividades imobiliárias Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares e Atividades administrativa s e dos serviços de apoio Educação Atividades de saúde humana e apoio social Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas Outras atividades de serviços Norte -34,524 -35,294 -24,514 46,667 -26,016 -14,366 -62,019 -6,765 -5,808 -4,462 26,609 22,986 25,555 -2,562 -25,660 -1,410 Centro -24,731 -37,143 -33,975 37,500 -39,349 -16,344 -65,452 -15,600 -21,176 -1,566 43,722 13,691 32,595 -1,403 -34,726 -3,028 Lisboa -23,048 -62,500 -27,885 52,632 -35,748 -21,930 -28,486 -5,247 -20,078 -5,138 20,366 2,885 -7,267 -21,568 -53,897 -7,460 Alentejo -26,709 -46,667 -26,935 10,000 -36,034 -27,424 -65,877 -11,194 -23,457 -30,657 57,551 18,768 16,408 -0,412 -32,997 -5,611 Algarve -11,821 33,333 -26,702 250,000 -18,024 -12,266 -25,641 -8,961 1,471 -39,748 39,546 -4,378 7,888 -9,746 -15,587 -0,239 Total -26,937 -39,806 -27,468 46,457 -32,533 -17,881 -55,015 -9,043 -16,336 -9,690 28,666 13,771 12,739 -11,441 -41,261 -4,109 U.G. Total
  • 14.   14    Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010 empresas o que equivale a uma variação em termos de percentagem de 12,739. Estas variações positivas poderão estar associadas ao desenvolvimento tecnológico, novas energias renováveis, investimento na investigação e na modernização do parque escolar e serviços de saúde por parte do governo e também com envelhecimento da população no caso dos serviços de apoio social. Analisando agora o que aconteceu nas regiões vemos que a tendência continua negativa sendo que Lisboa apresenta a maior diferença negativa, tanto em termos absolutos como percentuais e o Algarve a menor diferença, sendo uma perda quase negligenciável, muito próxima do 0, o que nos diz que a criação de novas empresas no Algarve no ano de 2010 foi muito semelhante em termos de número, havendo algumas diferenças no tipo de sectores escolhidos para a abertura de novas empresas. Todos os resultados apresentados comparam o ano de 2010 com o de 2004. Coeficientes de Reestruturação Sectorial e Coeficientes de Redistribuição Geográfica O Coeficiente de Redistribuição Sectorial relaciona as estruturas de produção de cada NUT II entre 2004 e 2010, de forma a avaliar as dinâmicas de mudança no grau de especialização sectorial. Através da análise feita ao primeiro quadro vemos que os valores são muito semelhantes e próximos de 0 para as cinco regiões, o que significa que no essencial respeitam a estrutura produtiva já existente, mantendo as novas empresas o padrão de especialização. No que respeita ao Coeficiente de redistribuição geográfica, este relaciona a proporção de cada uma das variáveis em cada uma das unidades geográficas de 2004 para 2010, como medida de estabilidade dos padrões de concentração espacial. Mais uma vez os valores são Coeficientes de Reestruturação Sectorial U.G. CRS Norte 0,108 Centro 0,145 Lisboa 0,117 Alentejo 0,157 Algarve 0,101 Total 0,120 Coeficientes de Redistribuição Geográfica A B C D E F G H I J K L M N O+P Agricultura, produção animal, caça e silvicultura e Pesca Indústrias extractivas Indústrias transformado ras Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio e Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição Construção Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos Transportes e armazenage m Alojamento, restauração e similares Atividades de informação e de comunicação Atividades imobiliárias Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares e Atividades administrativ as e dos serviços de apoio Educação Atividades de saúde humana e apoio social Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas Outras atividades de serviços CRG 0,028 0,075 0,021 0,035 0,045 0,023 0,146 0,019 0,036 0,051 0,034 0,033 0,071 0,053 0,108 0,013 Total
  • 15.   15    Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010 baixo e próximos de 0 concluindo-se que o padrão de localização permanece idêntico ao que existia em 2004, havendo estabilidade do padrão de localização. 2.3.6 Análise shift-share Com a análise shift-share decompomos os efeitos de variação discreta (entre 2004 e 2010) na estrutura regional-sectorial da variável nascimento de novas empresas No que respeita à variação geral, ou seja à variação que ocorreria se cada NUT II tivesse crescido à taxa de variação do conjunto das NUTS II e sectores de atividade (variação homotética) observamos que a criação de novas empresas em Portugal Continental seria menor que em 2004. Mas cada Nut II e cada sector têm as suas especificidades, sendo que a criação de novas empresas está intimamente ligada a factores de dinamismo sectorial e de competitividade, o que está representado pela variação estrutural e diferencial respectivamente. Assim vemos que as causas desta diminuição de constituição de novas empresas deve-se na Região de Lisboa a factores de competitividade e nas restantes regiões a factores de dinamismo sectorial, pois é onde apresentam valores negativos. 2.4.Técnicas Multivariadas Nas técnicas univariadas concentramo-nos na variável constituição de empresas por NUTII, agora nas técnicas multivariadas o objectivo é caracterizar o conjunto de empresas sediadas no Continente. Análise Shift-Share clássica Valor % Valor % Norte -613,00 -1786,36 1173,36 -364,66 -31,08 1538,01 131,08 Centro -838,00 -1137,04 299,04 -714,57 -238,96 1013,61 338,96 Lisboa -3602,00 -1983,79 -1618,21 1737,03 -107,34 -3355,24 207,34 Alentejo -545,00 -399,09 -145,91 -509,68 349,32 363,78 -249,32 Algarve -18,00 -309,72 291,72 -148,12 -50,77 439,84 150,77 Variação diferencial U.G. Variação efectiva Variação geral Variação líquida Variação estrutural Variáveis Unidade,de,Medida Natureza Pessoas&ao&serviço&das&empresas nº&de&Pessoas Quantitativa Volume&de&Négocio&das&empresas milhares&de&euros Quantitativa VAB&das&empresas milhares&de&euros Quantitativa Rendibilidade&das&Vendas % Quantitativa Produtividade&aparente&do&trablho milhares&de&euros Quantitativa Custos&com&pessoal milhares&de&euros Quantitativa Número&de&empresas nº&de&empresas Quantitativa Formação&bruta&de&capital milhares&de&euros Quantitativa Produção&das&empresas milhares&de&euros Quantitativa Resultado&Liquido&do&Exercicio milhares&de&euros Quantitativa Taxa&de&sobrevivência&das&empresas&nascidas&2&anos&antes % Quantitativa Peso&dos&custos&com&pessoal&no&VAB&das&empresas % Quantitativa
  • 16.   16    Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010 Para o efeito, foram recolhidos dados das Nuts III relativos a 12 variáveis que caracterizam as empresas localizadas em Portugal continental de diferentes pontos de vista. As técnicas multivariadas usadas são importantes porque permitem a sintetização da informação e identificam relações existentes entre as variáveis através de métodos factoriais ou de redução de dados, agrupando unidades geográficas de acordo com as classes criadas no âmbito da aplicação dos métodos de classificação hierárquica e não hierárquica. 2.4.1.Métodos Factoriais O recurso a métodos factoriais torna-se indispensável dado estarmos a analisar 12 variáveis com uma observação por cada NUT III de Portugal continental, o que originaria uma matriz muito grande com uma enorme quantidade de informação (28X12=336). Os métodos factoriais irão permitir sintetizar a informação facilitando a sua leitura e interpretação. Serão criadas novas variáveis (os factores ou componentes) que agregam várias variáveis originais de acordo com as tendências, estruturas e características em comum. 2.4.1.1.Análise em Componentes Principais (ACP) O método factorial escolhido foi o da Análise em Componentes Principais (ACP) dado ser o método que melhor se adequa às variáveis recolhidas uma vez que estas são todas de natureza quantitativa.   Resultados  obtidos  através  do  SPSS  Statistics  após  a  importação  de  dados  do  Excel       Mean Std. Deviation Analysis N Pessoal ao serviço (N.º) das Empresas 131892,571 226425,067 28 Volume de negócios (1000€) das empresas 12331709,861 28705714,768 28 Valor acrescentado bruto (1000€) das Empresas 3046755,355 7103260,618 28 Rendibilidade das vendas % 8,694 2,461 28 Produtividade aparente do trabalho € 3,783 0,434 28 Custos com o pessoal 1000€ 1760653,778 3913746,597 28 Nº de empresas 37863,964 52202,522 28 FBC 1000€ 637857,673 1460420,868 28 Produção (1000€) das Empresas 8437847,017 19535494,179 28 Resultado líquido do exercício 1000€ 685128,581 2213348,952 28 Taxa de sobrevivência (%) das Empresas nascidas 2 anos antes 52,443 4,484 28 Peso dos custos com pessoal no valor acrescentado bruto das Empresas 44,037 7,847 28 Descriptive Statistics
  • 17.   17    Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010       No quadro de Communalities na coluna Exctraction obtemos a proporção de variância explicada pelo conjunto de componentes principais retidas na análise. Os valores obtidos são próximos de 1 por isso não haverá necessidade de retirar ou adicionar factores à análise.       As colunas Extraction e Rotation Sums of squared Loadings do quadro acima fornecem-nos a informação sobre a percentagem da variância explicada pelas componentes principais. Sendo a extração das componentes principais feita por ordem decrescente da variância explicada e através da adopção do critério do valor próprio superior a 1 é possível identificar o número de Initial Extraction Pessoal ao serviço (N.º) das Empresas 1,000 ,987 Volume de negócios (1000€) das empresas 1,000 ,995 Valor acrescentado bruto (1000€) das Empresas 1,000 ,994 Rendibilidade das vendas % 1,000 ,818 Produtividade aparente do trabalho € 1,000 ,612 Custos com o pessoal 1000€ 1,000 ,995 Nº de empresas 1,000 ,970 FBC 1000€ 1,000 ,982 Produção (1000€) das Empresas 1,000 ,995 Resultado líquido do exercício 1000€ 1,000 ,979 Taxa de sobrevivência (%) das Empresas nascidas 2 anos antes 1,000 ,840 Peso dos custos com pessoal no valor acrescentado bruto % das Empresas 1,000 ,811 Communalities Extraction Method: Principal Component Analysis. Total % of Variance Cumulative % Total % of Variance Cumulati ve % Total % of Variance Cumulativ e % 1 8,776 73,136 73,136 8,776 73,136 73,136 8,063 67,189 67,189 2 1,128 9,399 82,535 1,128 9,399 82,535 1,792 14,937 82,126 3 1,072 8,930 91,465 1,072 8,930 91,465 1,121 9,339 91,465 4 ,749 6,244 97,710 5 ,217 1,811 99,521 6 ,049 ,408 99,929 7 ,006 ,053 99,982 8 ,001 ,010 99,992 9 ,001 ,005 99,997 10 ,000 ,002 99,998 11 ,000 ,001 100,000 12 4,379E-05 ,000 100,000 Component Initial Eigenvalues Extraction Sums of Squared Loadings Rotation Sums of Squared Loadings
  • 18.   18    Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010 componentes principais a partir do qual o contributo da retenção de mais uma componente é negligenciável. Assim o número de componentes a reter é 3, explicando estas 91,465% da variância total. O gráfico Scree Plot  confirma  a  escolha  atendendo  ao  critério  do  valor  próprio   superior  a  1.         A Rotated Component Matrix é uma matriz de correlações entre as variáveis originais e as componentes principais retidas. Para conseguirmos interpretar o quadro anterior e as componentes principais que foram originadas temos que identificar as correlações de maior intensidade e o sentido dessas correlações. O primeira componente principal (1) está positivamente correlacionado com maioria das variáveis, com o pessoal ao serviço das empresas, volume de negócios, VAB, custos com pessoal, número de empresas, formação bruta de capital, produção das empresas e resultado líquido do exercício, pelo que será uma componente de Dimensão Económica. A segunda componente principal (2) tem uma correlação positiva com a rendibilidade das vendas e número de empresas e uma correlação negativa com a taxa de sobrevivência das empresas nascidas 2 anos antes, poderá indiciar uma componente de relação inversa entre rendibilidade das vendas e sobrevivência de empresas nascidas 2 anos antes. A terceira componente principal correlaciona positivamente a produtividade aparente do trabalho e o peso dos custo do pessoal no VAB o que sugere uma componente de Produtividade do Trabalho.     1 2 3 Pessoal ao serviço (N.º) das Empresas ,963 ,235 ,070 Volume de negócios (1000€) das empresas ,974 ,215 -,028 Valor acrescentado bruto (1000€) das Empresas ,974 ,211 -,026 Rendibilidade das vendas % ,561 ,699 -,122 Produtividade aparente do trabalho € ,415 -,317 ,582 Custos com o pessoal 1000€ ,973 ,217 ,001 Nº de empresas ,916 ,336 ,131 FBC 1000€ ,968 ,210 -,041 Produção (1000€) das Empresas ,974 ,214 -,031 Resultado líquido do exercício 1000€ ,968 ,192 -,076 Taxa de sobrevivência (%) das Empresas nascidas 2 anos antes -,297 -,862 -,096 Peso dos custos com pessoal no valor acrescentado bruto % das Empresas -,238 ,170 ,852 Rotated Component Matrixa Component Extraction Method: Principal Component Analysis. Rotation Method: Varimax with Kaiser Normalization. a. Rotation converged in 7 iterations.
  • 19.   19    Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010                   O quadro Component Score Coeficient Matrix dá-nos os coeficientes que permitem representar as componentes principais em combinação linear das variáveis originais que nos fornece depois os valores da Component Score Covariance que nos diz que as componentes são independentes pois apresentam correlações nulas entre si, resultado que será importante para o método de classificação hierárquica e não hierárquica. 2.4.2.Método de Classificação Hierárquica e Não Hierárquica 2.4.2.1.Classificação Hierárquica Os métodos de classificação Hierárquico e não Hierárquico permitem agrupar diferentes unidades estatísticas em grupos o mais homogéneos possível internamente e o mais heterogéneo possível entre si. O que define estes dois métodos é o facto de o de classificação hierárquico definir uma hierarquia de diferentes planos de classificação em que cada partição se agrupa sucessivamente classes de partições anteriores em novas classes, sem definir à partida um número determinado de classes a obter. Já no método de classificação não hierárquico o número de classes é fixado previamente e ligação de cada unidade geográfica a cada classe é determinada pelas interações sucessivas através de critérios de semelhança/dissemelhança adaptadas ao que está a ser analisado neste caso às unidades estatísticas e à natureza dos dados, concretamente para este estudo, dados quantitativos. O estudo é feito novamente para as NUTS III e a análise de classificação tem como base as variáveis extraídas no processo de Análise da Componentes Principais, as Component Scores, evitando eventuais influencias nos resultados causados por diferentes unidades de medida das variáveis, não existindo assim a necessidade de proceder à estandardização das variáveis. 1 2 3 1 1,000 0,000 0,000 2 0,000 1,000 0,000 3 0,000 0,000 1,000 Component Score Covariance Matrix Component Extraction Method: Principal Component Analysis. Rotation Method: Varimax with Kaiser Normalization. Component Scores.
  • 20.   20    Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010                         A classificação hierárquica parte da correspondência inicial de uma só unidade geográfica a uma classe. De forma sucessiva, o critério de separação entre classes vai sendo relaxado e vão-se agrupando pares de classes mais semelhantes, até que todas as unidades geográficas estejam afectas a uma só classe. Tanto na Aglomeration Schedule como o Dendograma a partição deve ser feita no nível hierárquico com maior distância relativamente ao nível hierárquico seguinte, dado que pequenas distâncias apresentam ainda uma associação importante entre as unidades geográficas. Assim conclui-se que a partição com maior diferença de agregação se encontra na ordem 26 com 2 classes, de seguida na ordem 24 com 4 classes, e seguidamente na ordem 22 com 6 classes este resultado é comprovado pelo Dendograma. 2.4.2.2.Classificação Não Hierárquica – Método K-Means O Método K-Means é um processo em que uma classificação inicial das unidades estatísticas por grupos homogéneos sofre uma reclassificação/reafectação iterativa até à altura em que uma reafectação adicional aumenta a heterogeneidade intra-classe e/ou a homogeneidade entre classes que não é desejável. Esta reafectação é feita segundo o critério da distância ao centro de classe, que se actualizará a cada iteração, em particular segundo o critério das distâncias euclidianas simples. Escolhendo o número de classes igual a 6 o indicado peça classificação hierárquica temos: Cluster 1 Cluster 2 Cluster 1 Cluster 2 1 12 13 ,029 0 0 6 2 17 24 ,036 0 0 4 3 8 15 ,065 0 0 9 4 17 25 ,069 2 0 7 5 19 27 ,071 0 0 11 6 7 12 ,092 0 1 11 7 17 26 ,130 4 0 12 8 16 18 ,151 0 0 15 9 8 20 ,176 3 0 15 10 1 6 ,198 0 0 17 11 7 19 ,240 6 5 17 12 9 17 ,255 0 7 19 13 2 11 ,287 0 0 21 14 3 5 ,304 0 0 18 15 8 16 ,317 9 8 20 16 10 23 ,547 0 0 19 17 1 7 ,609 10 11 20 18 3 14 ,652 14 0 21 19 9 10 ,763 12 16 22 20 1 8 1,388 17 15 22 21 2 3 1,543 13 18 23 22 1 9 1,661 20 19 23 23 1 2 4,180 22 21 24 24 1 4 6,420 23 0 25 25 1 22 12,106 24 0 26 26 1 28 17,170 25 0 27 27 1 21 27,714 26 0 0 Agglomeration Schedule Stage Cluster Combined Coefficients Stage Cluster First Appears Next Stage
  • 21.   21    Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010 A tabela Anova apenas nos fornece as variáveis que mais contribuem para os resultados da classificação, neste caso e por ordem decrescente de importância temos a Dimensão das Empresas, depois a produtividade do trabalho e fim a concorrência a relação inversa entre rendibilidade das vendas e sobrevivência de empresas nascidas 2 anos antes. Clusters Finais: -­‐ O Cluster 1 é composto pelas NUTS III Douro, Trás os Montes, Baixo Vouga, Baixo Mondego, Pinhal Interior, Dão-Lafões, Serra da Estrela, Beira Interior Norte; Beira Interior Sul; Cova da Beira, Oeste, Médio Tejo, Alentejo Litoral, Alto Alentejo, Alentejo Central, Baixo Alentejo e Lezíria do Tejo. Estas são unidades com fraca dimensão económica e fraca produtividade do trabalho são zonas do interior onde houve muita deslocalização de industria e de pessoas. Unidade Geográfica Cluster Distance 1 Minho-Lima 5 ,679 2 Cávado 5 ,574 3 Ave 5 ,669 4 Grande Porto 4 0,000 5 Tâmega 5 ,333 6 Entre Douro e Vouga 5 ,458 7 Douro 1 ,627 8 Alto Trás-os-Montes 1 ,804 9 Baixo Vouga 1 ,730 10 Baixo Mondego 1 1,162 11 Pinhal Litoral 5 ,876 12 Pinhal Interior Norte 1 ,396 13 Dão-Lafões 1 ,433 14 Pinhal Interior Sul 5 ,896 15 Serra da Estrela 1 ,839 16 Beira Interior Norte 1 ,544 17 Beira Interior Sul 1 ,611 18 Cova da Beira 1 ,275 19 Oeste 1 ,888 20 Médio Tejo 1 ,959 21 Grande Lisboa 6 0,000 22 Península de Setúbal 2 0,000 23 Alentejo Litoral 1 ,716 24 Alto Alentejo 1 ,448 25 Alentejo Central 1 ,312 26 Baixo Alentejo 1 ,635 27 Lezíria do Tejo 1 ,683 28 Algarve 3 0,000 Cluster Membership Case Number Mean Square df Mean Square df REGR factor score 1 for analysis 3 5,239 5 ,037 22 143,025 ,000 REGR factor score 2 for analysis 3 4,302 5 ,249 22 17,249 ,000 REGR factor score 3 for analysis 3 4,411 5 ,225 22 19,634 ,000 Error F Sig. The F tests should be used only for descriptive purposes because the clusters have been chosen to maximize the differences among cases in different clusters.The observed significance levels are not corrected for this and thus cannot be interpreted as tes ANOVA Cluster 1 2 3 4 5 6 REGR factor score 1 for analysis 3 -,32549 -,42479 -,53778 1,04122 ,09750 4,77209 REGR factor score 2 for analysis 3 ,04209 2,99534 1,93017 ,95467 -1,03300 ,63533 REGR factor score 3 for analysis 3 -,49635 -,73590 3,27066 1,38690 ,76079 -,80929 Final Cluster Centers Cluster 1 2 3 4 5 6 1 2,965 4,219 2,499 1,707 5,142 2 2,965 4,147 3,289 4,329 5,708 3 4,219 4,147 2,644 3,935 6,820 4 2,499 3,289 2,644 2,288 4,341 5 1,707 4,329 3,935 2,288 5,206 6 5,142 5,708 6,820 4,341 5,206 Distances between Final Cluster Centers Cluster
  • 22.   22    Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010 -­‐ O Cluster 2 é apenas a Peninsula de Setubal com pequena dimensão económica e com fraca produtividade do trabalho, contudo tem um bom indicador de relação inversa entre Rendibilidade das Vendas e Solvabilidade de empresas nascidas 2 anos antes o que indicará que que há uma grande rendibilidade de vendas, mas poucas sobrevivências, isto poderá acontecer pela localização da autoeuropa uma das maiores empresas em Portugal continental e pela alta taxa de desemprego da região, o que a torna um mercado fraco em termos finais e assim poderá indicar que há muitas empresas que não se aguentam no mesmo. -­‐ O Cluster 3 é a Região do Algarve, é uma NUT com pequena dimensão económica, mas boa produtivida do trabalho e rácio de rendibilidade das vendas inverso à sobrevivência de empresas nasciadas 2 anos antes, isto poderá acontecer por ser uma região de elevado trabalho sazonal, pois tem meses muito bons (meses da época alta) e outros maus (época baixa) indiciando criação de empresas só para a altura boa do ano. -­‐ O Cluster 4 é o Grande Porto tem uma boa dimensão económica e boa produtividade do trabalho é a segunda região mais forte economicamente e o segundo centro de decisões de Portugal. -­‐ O Cluster 5 é o conjunto das NUT III Minho-Lima, Cávado, Ave, Tâmega, Entre o Douro e Vouga, Pinhal são regiões com alguma dimensão económica e com boa produtividade do trabalho, são zonas com alguma industria o se que reflete nos resultados. -­‐ O Cluster 6 é Lisboa é a região com maior dimensão económica, para comprovar os resultados basta dizer que é a Capital e o centro de todas as decisões nacionais. Quanto às distancias entre os Clusters, observa-se que a classe 6 é a mais afastada em relação a todas as outras classes. O maior afastamento é entre a classe 6 e 3 ou seja a NUT III Lisboa e a do Algarve e as classes mais próximas são a 1 e 5. 3. ANÁLISE ECONOMÉTRICA 3.1.Escolha das Variáveis O objectivo do estudo é compreender de que forma os factores escolhidos influenciam a constituição de novas empresas, em que medida e qual o sentido dessa influência. Efetuou-se um estudo cross-section, ou seja num determinado momento (o ano de 2010, onde foram recolhidos dados do número de sociedades constituídas por NUTS III, sendo esta a variável dependente.
  • 23.   23    Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010 O nosso objectivo agora é ver quais são os factores estão ligados ao nascimento de novas sociedades, positiva e negativamente e quais os que têm maior ou menor peso. Assim foram recolhidos dados estatísticos referentes à potencial comercialização de bens e serviços intermédios e finais, à concorrência e ao funcionamento de mercado. O objectivo é com estas variáveis dependentes explicar a localização de novas empresas nas NUTs III. Desta forma foram recolhidos os seguintes dados: -­‐ População Residente que representa o potencial de comércio final. -­‐ Número de empresas existente que representa a oportunidade de relações comerciais intermédias. -­‐ Mortes de empresas que representa a oportunidade de entrada no mercado em substituição de outras empresas. -­‐ Volume de negócio das empresas que representa o comércio intermédio de matérias primas e bens intermédio e acabados entre empresas e o potencial empresarial da região. -­‐ Densidade Populacional que representa a concentração de pessoas, ou seja um potencial maior número de cliente concentrados no local. Daqui serão formuladas hipóteses de evidencia empírica para vermos se estes factores influenciam como teoricamente se prevê positiva ou negativamente e com que intensidade a criação de novas empresas em Portugal continental. A hipótese que se formula é a seguinte: Hipótese H1: A População Residente é importante na escolha da localização quando se pretende criar uma empresa, porque os empreendedores valorizam regiões com uma população numerosa, o que lhes proporcionará teoricamente uma mercado final superior. Hipótese H2: O número de empresas existentes representa o mercado empresarial existente na região, quanto maior for esse número maior será a rede empresarial e o potencial de relações comerciais, a nova empresa terá mais oportunidade de negócio e maior facilidade em adquirir know how e inovar. Este factor também tem uma relação positiva com o nascimento de novas sociedades. Hipótese H3: O número de mortes de empresas é uma oportunidade de entrar no mercado substituindo existentes, é a oportunidade de captar clientes finais, trabalhadores e know how de outras empresas. Há teoricamente uma relação positiva com a criação de novas empresas.
  • 24.   24    Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010 Hipótese H4: Volume Acrescentado das empresas , representa a dimensão do mercado de intermédio e a a potencial criação de valor que existe na região , quanto maior for, maior é o potencial de trocas comercias de matérias primas e intermédias e produtos finais e serviços, logo a relação existente será teoricamente positiva, pois poderá gerar oportunidades de negócios. Hipótese H5: A Densidade Populacional a concentração de pessoas numa região, potencializa o número de clientes situados numa determinada região. A relação deste factor com a criação de empresas será positivo. 3.2. O modelo econométrico Foi construída uma regressão linear NEmp = b1 + b2 PopR + b3 Emp +b4 MEmp+ b5 VABEmp + b6 DenPop + e - NEmp é a variável dependente e representa o nascimento de novas empresas numa região. - Os coeficientes da regressão são b1; b2; b3; b4; b5; b6 - As variáveis independentes são: PopR– População Residente Emp – Empresas existentes MEmp – Morte de empresas VBA – Volume Acrescentado das empresas DenP –Densidade Populacional -­‐ e representa os resíduos da regressão Mais uma vez todos os dados foram retirados do INE na sua página da Internet (www.ine.pt).
  • 25.   25    Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010 3.3.Análise dos Resultados Econométricos Modelo de Regressão Linear Dado da função de regressão da criação de empresas não ser empiricamente observável, pois os seu coeficientes são desconhecidos, foi necessário proceder á estimação desses coeficientes. Utilizou-se o método enter e obtiveram-se os valores apresentados no quadro seguinte: Assim a equação de regressão do modelo linear é: NEmp = -44,49182 +0,00185PopR+ 0,03536Emp+ 0,3345MEmp+ 0,01943VABE+ 0,67584DenPop + e Através destes resultados vemos que todos os factores tiveram a relação esperada, ou seja positiva. Qualidade do Ajustamento Um critério da qualidade do ajustamento é a pertinência dos resultados obtidos, como visto acima os dados estão de acordo com o esperado. Assim se a população residente aumentar 1000 pessoas são criadas 1,85 empresas, se o número de empresas da região aumentar 1000 serão criadas mais 35 novas empresas, se o Valor acrescentado for mais 1.000.000 de Euros o nascerão 0,019 empresas, se fecharem 1000 empresas serão criadas 335 e por fim se viverem mais 10.000 pessoas por km2 6,8 de novas empresas nascerão. Outro critério é a análise a alguns indicadores como:
  • 26.   26    Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010 A análise de bondade esta é vista através da proporção de variância explicada pela regressão, no caso concreto o coeficiente de determinação é R2= 0,999, resultado óptimo. A análise de significância que é caracterizada pelo contributo que as variáveis explicativas têm no comportamento da variável dependente, pode ser individual (t student) ou conjunta (FSnedecor), contudo os dois testes são complementares, assim os valores da Tstudent e FSnedecor têm que ser inferiores a 5% para serem significantes. A significância do teste pode ser comprovada pela tabela que fornece os coeficientes e na tabela Anova analisando os valores da coluna p-nível (Sig. (λ)). Modelos espaciais autoregressivos Modelo OLS e Teste I de Moran Nesta parte será analisado a presença de um factor de dependência espacial, realizando testes de autocorrelação espacial, que é a correlação de uma variável numa certa área com valores dessa mesma variável em áreas vizinhas. O teste baseado na estatística do I de Moran analisa a presença de um factor de dependência espacial. Este teste baseia-se nos resíduos da estimação OLS do modelo básico de regressão linear espacial, ele mede a relação do desvio padronizado de uma variável numa área com o desvio padronizado das áreas vizinhas para a mesma variável. Assim o I de Moran é dado pela expressão seguinte e varia de -1 a 1.
  • 27.   27    Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010 Depois de encontrado o valor de índice é necessário ver se o valor é significativo ou não para isso pode utilizar-se o pseudo-significância dados que podemos ver no próximo quadro. Ordinary Least-squares Estimates Dependent Variable = NascE R-squared = 0.9938 Rbar-squared = 0.9924 sigma^2 = 1330683587.5737 Durbin-Watson = 1.9771 Nobs, Nvars = 28, 6 *************************************************************** Variable Coefficient t-statistic t-probability Const 25473.763939 1.625272 0.118346 POPR -6.976941 -1.917781 0.068212 Emp -104.647847 -5.070879 0.000044 MEmp -11.694059 -2.906626 0.008180 VABEmp -158.530835 -2.042007 0.053320 DenPop 309.923214 5.428388 0.000019 Moran I-test for spatial correlation in residuals Moran I -0.01116183 Moran I-statistic 0.67689785 Marginal Probability 0.49847077 mean -0.07540182 standard deviation 0.09490352
  • 28.   28    Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010 Através da análise dos dados vemos que poderia existir uma correlação espacial inversa dado o valor de I ser negativo (-0,011), embora muito próximo de zero pelo que a correlação negativa seria pequena, contudo não é possível tirar nenhuma conclusão porque o nível de significância é muito elevado 9,5%. Recorrendo agora ao Modelo SAR O Modelo SAR (Mixed autogressive-regressive model) obtém-se a partir do modelo geral impondo a restrição de λ=0. Spatial autoregressive Model Estimates Dependent Variable = NascE R-squared = 0.9939 Rbar-squared = 0.9925 sigma^2 = 1032661224.0535 Nobs, Nvars = 28, 6 log-likelihood = -320.60317 *************************************************************** Variable Coefficient Asymptot t-stat z-probability Const 28496.358515 1.927351 0.053936 POPR -6.692647 -2.068493 0.038594 Emp -107.111012 -5.755887 0.000000 MEmp -13.130607 -3.061332 0.002204 VABEmp -177.738763 -2.351863 0.018680 DenPop 314.475585 6.182080 0.000000 rho -0.021968 -0.596834 0.550618 LM error tests for spatial correlation in SAR model residuals
  • 29.   29    Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010 LM value 0.03328480 Marginal Probability 0.85523648 chi(1) .01 value 6.63500000 Analisando os dados vemos que apesar de ter uma variância explicada ótima (0,99) o factor de dependência espacial não é relevante pois rho apresenta um valor estatisticamente não significativo (>5%, neste caso 5,5%), não é assim possível retirar conclusões quanto à dependência espacial. No que respeita à autocorrelação espacial, no modelo SAR realizada através do Teste LM, os valores observados de 0,033 para o rácio LM, de 6,645 para o Quiquadrado e de 85% (>5%) revelam ausência de correlação espacial neste ajustamento pelo que não se justifica a passagem ao modelo SAC. Análise do Modelo SEM Spatial error Model Estimates Dependent Variable = NascE R-squared = 0.9938 Rbar-squared = 0.9924 sigma^2 = 1044606914.0418 log-likelihood = -320.76823 Nobs, Nvars = 28, 6 *************************************************************** Variable Coefficient Asymptot t-stat z-probability Const 25074.704492 1.842484 0.065404 POPR -6.885790 -2.154984 0.031163 Emp -104.979160 -5.813795 0.000000 MEmp -11.678871 -3.245884 0.001171 VABEmp -158.489444 -2.309474 0.020917
  • 30.   30    Localização de novas empresas em Portugal Continental em 2010 DenPop 309.744506 6.186778 0.000000 lambda -0.044961 -0.149807 0.880917 Mais uma vez o valor da variância é ótimo (0,99), contudo o valor de λ é 88% (>5%) tornando o factor de dependência espacial sem significado. Assim podemos concluir que a introdução da dependência espacial não revelou a existência de estruturas de correlação espacial, ou seja a probabilidade de construir uma empresa em determinada NUT III não parece ser influenciada pela criação de empresas em NUTS III vizinhas. 4. Possibilidade de Investigações Futuras Os resultados econométricos mostram através da regressão linear que há vários factores que influenciam o criação de empresas, mas seria interessante realizar um estudo que com mais variáveis tais como os impostos pagos pelas empresas, custos com pessoal, produção ou nível de estudos dos trabalhadores. E realiza-lo também por sectores de actividade. Poderia ainda investigar-se as razões para a aparente inexistência de dependência espacial. 5. Bibliografia Prof.  Flávio  Henrique  M  de  A  Freire,  Introdução  à  Estatística  Espacial,   http://www.observatoriodasmetropoles.ufrj.br  em  6/02/2013   <www.ine.pt>  em  05/02/2013