O documento discute povos e comunidades tradicionais no Brasil. Apresenta suas características culturais, como organização social baseada em parentesco e relações com o território, além de dependência de recursos naturais renováveis. Também destaca a importância da preservação de suas culturas e formas de vida única, reconhecidas e protegidas pela Constituição.
2. Povos
• Povos e Comunidades tradicionais são grupos
culturalmente diferenciados, que possuem condições
sociais, culturais e econômicas próprias, mantendo
relações específicas com o território e com o meio
ambiente no qual estão inseridos.
• Respeitam também o princípio da sustentabilidade,
buscando a sobrevivência das gerações presentes sob
aspectos físico, culturais e econômicos, bem como
assegurando as mesmas possibilidades para as
próximas gerações.
3. • A Constituição Federal (1988) determina que o Estado
proteja as manifestações culturais populares, indígenas e
afro-brasileiras, e as de outros grupos participantes do
processo civilizatório nacional.
• Determina também que deve ser promovido e protegido
pelo Poder Público o patrimônio cultural brasileiro,
considerando tanto os bens de natureza material quanto
imaterial – o jeito de se expressar, ser e viver – dos
diferentes grupos formadores da sociedade brasileira
– indígenas, quilombolas, extrativistas, pescadores artesanais,
garaizeiros, veredeiros, vazanteiros etc
4. • De acordo com o Decreto 6040, de 7 de
fevereiro de 2007, que institui a Política
Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos
Povos e Comunidades Tradicionais, povos e
comunidades tradicionais podem ser definidos
como:
“Grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem
como tais, que possuem formas próprias de organização
social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais
como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa,
ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e
práticas gerados e transmitidos pela tradição”
5. Territórios Tradicionais
• As relações específicas que esses grupos estabelecem
com as terras tradicionalmente ocupadas e seus
recursos naturais fazem com que esses lugares sejam
mais do que terras, ou simples bem econômicos. Eles
assumem a qualificação de território tradicional.
• Nele estão enterrados os ancestrais e encontram-se os
sítios sagrados; o território é também apreendido e
vivenciado a partir dos sistemas de conhecimento
locais, ou seja, não há povo ou comunidade tradicional
que não conheça profundamente seu território.
6. Produção
• Normalmente está associada a relações de parentesco e
compadrio e são baseadas em relações de troca e
solidariedade entre famílias, grupos locais e comunidades
• Vender para o mercado não é o único fim; parte
considerável da produção é destinada ao consumo e às
práticas sociais (festas, ritos, procissões, folias de reis etc),
mantendo a unidade do grupo.
• Tais práticas estão ligadas normalmente à utilização de
recursos naturais renováveis e de tecnologias de baixo
impacto ambiental, explorando potencialidades e
respeitando limites.
7. Organização Social
• Os grupos sociais e questão têm como
característica a conformação de famílias
extensas ou ampliadas.
• É comum encontrarmos, numa única unidade
doméstica, dois, três ou mais núcleos
familiares.
11. Povos indígenas
• Os povos indígenas são os primeiros habitantes
conhecidos da Amazônia.
• Eles detém o conhecimento ancestral da floresta
e toda uma tecnologia de interatividade com a
natureza sem destruí-lo.
• 210 mil índios, 405 áreas que representam 20,5%
do território amazônico e 98,5% de todas as
terras indígenas do Brasil.
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16. Ataques
• Ao revelarem que o Governo do Pará autorizou planos de manejo florestal
dentro de terra indígena, os Borari e Arapiuns foram acusados de serem
“falsos índios”.
• O grupo se arrisca para combater o desmatamento dentro de sua terra.
– Uma vez por mês, deixam suas casas e passam dias vasculhando os 42 mil
hectares da terra Maró em busca dos invasores
• Os funcionários das madeireiras não costumam responder com violência.
A reação vem depois.
– O segundo-cacique Odair José Souza Alves, conhecido como Dadá Borari, já
recebeu ofertas de dinheiro, ameaças, perseguições e sofreu um violento
atentado.
• “Primeiro foi uma oferta no valor de 30 mil. O madeireiro abriu a pasta na
minha frente e mostrou o dinheiro”, diz Dadá.
17. • Depois, vieram as ameaças. Até que a violência subiu de tom e, em
junho de 2007, Dadá foi sequestrado na cidade de Santarém (sede
do município onde fica a terra Maró). Ficou sete horas em cativeiro.
• Um inquérito foi aberto sobre o caso, mas os culpados nunca foram
encontrados. Como Dadá continuou a receber ameaças, foi incluído
no Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos, da
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Há
sete anos convive com a escolta de policiais militares.
• Com as evidências colhidas pelos Borari e Arapiuns, as entidades de
apoio aos indígenas descobriram que Secretaria do Meio Ambiente
e Sustentabilidade do Pará autorizou a exploração da floresta
dentro da Terra Indígena.
18. É possível ver ao menos dez áreas dentro da terra indígena onde o governo do
estado autorizou o registro de Cadastros Ambientais Rurais.
19. Comunidades Remanescentes de
Quilombos
• Os remanescentes de quilombo são definidos como
grupos étnico-raciais que tenham também uma
trajetória histórica própria, dotado de relações
territoriais específicas, com presunção de
ancestralidade negra, e sua caracterização deve ser
dada segundo critérios de auto-atribuição atestada
pelas próprias comunidades
• O Território Remanescente de Comunidade Quilombola
é uma concretização das conquistas da comunidade
afro-descendente no Brasil e é destinada aos
quilombolas
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21. Pescadores Artesanais
• Um em cada 200 brasileiros são pescadores artesanais.
• Uma das atividades econômicas mais tradicionais do
Brasil, a pesca artesanal é exercida por produtores
autônomos, em regime de economia familiar ou
individual, ou seja, contempla a obtenção de alimento
para as famílias dos pescadores ou para fins
exclusivamente comerciais.
• Aproximadamente 45% de toda a produção anual de
pescado desembarcada são oriundas da pesca
artesanal.
25. Ribeirinhas
• A população tradicional que mora nas proximidades dos
rios e sobrevive da pesca artesanal, da caça, do roçado e do
extrativismo é denominada de ribeirinha (Vazanteiros)
• É na Amazônia que está a maior parte dessa população.
• Suas moradias são construídas utilizando a madeira como
principal alternativa de construção.
• O rio possui um papel fundamental na vida dos ribeirinhos.
– Transporte, alimentação, lazer etc
29. Comunidades de fundos de pasto da
Bahia
• Quando de Pasto é um modo tradicional de criar, viver e fazer em
que a gestão da terra e de outros recursos naturais articula terrenos
familiares e áreas de uso comum, onde se criam caprinos e ovinos à
solta e em pastagem nativa.
• Desenvolvido ao longo de gerações entre os povos e comunidades
tradicionais nas caatingas e cerrados nordestinos, constitui um
patrimônio cultural do povo brasileiro.
• Existem cerca de 300 de associações de fundos de pasto na Bahia,
totalizando 20 mil famílias, e mais de 100 mil sertanejos.
• Até o momento foram regularizadas cerca de 60 áreas.
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32. Quebradeiras de coco Babaçu
• Entre a Caatinga e o Cerrado, nos estados do Maranhão, Piauí,
Tocantins e Pará, vivem as mulheres quebradeiras de coco babaçu.
• Elas somam mais de 300 mil mulheres trabalhadoras rurais que
vivem em função do extrativismo do babaçu.
• Até os dias atuais, as quebradeiras fazem mobilizações para garantir
o debate sobre alternativas de desenvolvimento para as regiões
onde existe o babaçu.
– O movimento é predominantemente das mulheres, e por isso reserva
aos homens um espaço somente nas danças e celebrações religiosas.
• Da árvore do babaçu, as mulheres extraem o seu sustento.
– Transformam as palhas das folhas em cestos, a casca do coco em
carvão e a castanha em azeite e sabão.
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35. Comunidades Extrativistas
• São aquelas que vivem basicamente da pesca,
da caça, do plantio de mandioca e da coleta
de produtos da floresta, como fibras, cipós,
remédios, frutas, cascas, gomas e resinas.
• Conhecem profundamente a natureza e a
usam sem destruí-la, pois dependem dela
para sobreviver.
38. Enciclopédia de Ervas e Plantas
Medicinais na Amazônia
• O povo Matsés do Brasil e do Peru criou uma enciclopédia de 500 páginas
para que sua medicina tradicional seja ainda mais notável.
• A enciclopédia, compilada por cinco xamãs com a ajuda do grupo de
conservação Acaté (Ong Norte-Americana que cuida da preservação da
Amazônia) detalha cada planta utilizada pelos Matsés como remédio para
curar uma enorme variedade de doenças.
• Os Matsés imprimiram sua enciclopédia só em sua língua nativa para
garantir que o conhecimento medicinal não seja roubado por empresas ou
pesquisadores, como já aconteceu no passado.
• Em vez disso, a enciclopédia pretende ser um guia para a formação de
jovens xamãs, para que eles possam obter o conhecimento dos xamãs que
viveram antes deles.
39. “Yvyra Poty e as árvores da floresta”
• Cartilha infantil elaborada em 2006, em duas
línguas, português e guarani, que conta uma
história revivendo a cultura indígena, destacando
a importância e a utilidade da floresta para as
comunidades tradicionais.
• Esta cartilha é voltada para estudantes do ensino
fundamental e procura além de estimular a
preservação e conservação ambiental, busca
também o respeito à diversidade étnico-cultural e
a identidade indígena.
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41. Brincadeiras Regionais
• O curupira da brincadeira é aquele mesmo da
lenda popular, o guardião das plantas e dos
animais que ataca caçadores e lenhadores que
destroem as matas.
• "Ao ver as crianças brincando, sabemos que
nossa cultura está sendo preservada", comemora
Sandra Lúcia Lima de Souza, professora de
Educação Física do centro de Educação do Sesc,
em Manaus.