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Autismo
É uma per turbação global do
desenvolvimento infantil que se prolonga
por toda a vida e evolui com a idade.
O diagnóstico do autismo é hoje efectuado a partir das características definidas no
DSMIV- TR
_____________________________________________________________________
Fátima M
Autismo
O bebé com autismo:
autismo


apresenta determinadas características diferentes dos outros
bebés da sua idade.



Pode mostrar indiferença pelas pessoas e pelo ambiente.



Pode ter medo de objectos.



Por vezes tem problemas de alimentação e de sono.



Pode chorar muito sem razão aparente ou, pelo contrário,
pode nunca chorar.
Autismo


Quando começa a gatinhar pode fazer movimentos
repetitivos (bater palmas, rodar objectos, mover a
cabeça de um lado para o outro).



Ao brincar, não utiliza o jogo social nem o jogo de faz
de conta. Ou seja, não interage com os outros, pode
não dar resposta aos desafios ou às brincadeiras que
lhe fazem.



Não utiliza os brinquedos na sua função própria. Um
carro pode ser um instrumento de arremesso e não um
carro para rodar no caminho. Uma boneca pode servir
para desmanchar e partir mas não para embalar.
Autismo
Dos 2 aos 5 anos de idade:
idade
 o comportamento autista tende a tornarse mais evidente.
 A criança não fala ou ao falar, utiliza a
ecolália ou inverte os pronomes.
 Há crianças que falam correctamente mas
não utilizam a linguagem na sua função
comunicativa, continuando a mostrar
problemas na interacção social e nos
interesses.
Autismo
Os adolescentes
 juntam às características do autismo os
problemas da adolescência.
 Podem melhorar as relações sociais e o
comportamento ou, pelo contrário, podem
voltar a fazer birras.
 Podem mostrar auto-agressividade ou
agressividade para com as outras
pessoas.
Autismo
Os adultos com autismo
 tendem a ficar mais estáveis se são
mais competentes.
 Pelo contrário, os menos
competentes, com QI baixo,
continuam a mostrar características
de autismo e não conseguem viver
com independência.
Autismo
As pessoas idosas com autismo
 têm os problemas de saúde das pessoas idosas
acrescidos das dificuldades de os comunicarem.
 Os problemas de comportamento podem por isso
sofrer um agravamento.
 Perdem muitas vezes o gosto pelo exercício físico
e têm menor motivação para praticar desporto, o
que não contribui para melhorar a sua qualidade
de vida.
 O seu comportamento pode tender a estabilizarse com a idade.
Autismo - Características
Leo Kanner - 1943









Um profundo afastamento autista
Um desejo autista pela conservação da
semelhança
Uma boa capacidade de memorização mecânica
Expressão inteligente e ausente
Mutismo ou linguagem sem intenção comunicativa
efectiva
Hipersensibilidade aos estímulos
Relação estranha e obsessiva com objectos
ecolália, "fala de papagaio", linguagem
extremamente literal, uso estranho da negativa,
inversão pronominal e outras perturbações da
linguagem
A Tríade de Perturbações no Autismo

Manifesta-se em três domínios:






Social
linguagem e comunicação,
pensamento e comportamento.
Domínio social:


o desenvolvimento social é perturbado



diferente dos padrões habituais,
especialmente o desenvolvimento
interpessoal.



A criança com autismo pode isolar-se mas
pode também interagir de forma
estranha, fora dos padrões habituais.
Domínio da linguagem e comunicação:






a comunicação, tanto verbal como não
verbal é deficiente e desviada dos
padrões habituais.
A linguagem pode ter desvios semânticos
e pragmáticos.
Muitas pessoas com autismo (estima-se
que cerca de 50%) não desenvolvem
linguagem durante toda a vida.
Domínio do pensamento e do comportamento:








rigidez do pensamento e do
comportamento,
fraca imaginação social.
Comportamentos ritualistas e
obsessivos,
dependência em rotinas,
atraso intelectual
ausência de jogo imaginativo.
Causas do autismo


Nos anos 40 e 50 acreditava-se que a causa do autismo
residia nos problemas de interacção da criança com os pais.
Várias teorias sem base científica e de inspiração psicanalítica
culpabilizavam os pais, em especial as mães, por não
saberem dar respostas afectivas aos seus filhos. Esse período
foi dramático e levou algumas mães a tratamento psiquiátrico
e em extremo, ao suicídio.



A partir dos anos 60, a investigação científica, baseada
sobretudo em estudos de casos de gémeos e nas doenças
genéticas associadas ao autismo (X Frágil, esclerose
tuberosa, fenilcetonúria, neurofibromatose, diversas
anomalias cromossómicas) mostrou a existência de um factor
genético multifactorial e de diversas causas orgânicas
relacionadas com a sua origem. Estas causas são diversas e
reflectem a diversidade das pessoas com autismo.


Parece haver genes candidatos, ou seja uma predisposição para o
autismo o que explica a incidência de casos de autismo nos filhos de
um mesmo casal. É possível existirem factores hereditários com uma
contribuição genética complexa e multidimensional.



Alguns factores pré natais (ex.rubéola materna, hipertiroidismo) e peri
natais (ex.prematuridade, baixo peso ao nascer, infecções graves
neonatais, traumatismo de parto) podem ter grande influência no
aparecimento das perturbações do espectro do autismo.



Há uma grande incidência de epilepsia na população autista (26 a
47%) enquanto na população em geral a incidência é de cerca de
0,5%.



Há também estudos post mortem em curso sobre as anomalias nas
estruturas (cerebelo, hipocampus, amígdala) e funções cerebrais das
pessoas com autismo.




Não há ligação causal entre atitudes
e acções dos pais e o aparecimento
das perturbações do espectro autista.
As pessoas com autismo podem
nascer em qualquer país ou cultura e
o autismo é independente da raça, da
classe social ou da educação
parental.
Prevalência do autismo


Há mais rapazes do que raparigas com autismo. A sua
proporção é de 4 a 5 para 1.



Haverá presentemente mais pessoas autistas do que há 20
anos?



Estudos recentes relatam grande aumento de incidência.



De acordo com estudos feitos por Eric Fombonne no Canadá
(2003):
Para uma população de 10.000 pessoas há 10 pessoas com
autismo e 2,5 com síndroma de Asperger.



Na mesma população há 30 pessoas com perturbações
globais do desenvolvimento no quadro do autismo.
Este aumento será real ou devido a:
 mudança de critérios de inclusão?


Maior abrangência do diagnóstico?



Existência de profissionais mais
conscientes da existência do
autismo?
Síndroma de Asperger
Hans Asperger - 1944




Características semelhantes mas
com picos de inteligência e
linguagem desenvolvida.
Hoje as crianças com essas
características são diagnosticadas
como tendo o síndroma de
Asperger.
Síndroma de Asperger


1. Linguagem correcta mas pedante,
estereotipada
2. Comunicação não verbal - voz monótona,
pouca expressão facial, gestos inadequados
3. Interacção social não recíproca, com falta de
empatia
4. Resistência à mudança - Preferência por
actividades repetitivas
5. Coordenação motora - postura incorrecta,
movimentos desastrados, por vezes estereotipias
6. Capacidades e interesses - Boa memória
mecânica, interesses especiais circunscritos
Síndroma de Asperger


Apesar das competências dos indivíduos com síndroma de
Asperger, eles têm igualmente grandes problemas com a
interacção social recíproca, com a comunicação funcional,
embora falem com propriedade e com o comportamento e
rigidez de pensamento.



Hoje o síndroma de Asperger tem uma classificação separada
do autismo no DSM IV- TR (Manual de Diagnóstico e
Estatística das Perturbações Mentais).



A noção de um espectro de perturbações autísticas baseado
na tríade de perturbações apresentada por Lorna Wing é
importante para a educação e cuidados das crianças com
autismo ou outras perturbações globais do desenvolvimento.

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119168916 autismo

  • 1. Autismo É uma per turbação global do desenvolvimento infantil que se prolonga por toda a vida e evolui com a idade. O diagnóstico do autismo é hoje efectuado a partir das características definidas no DSMIV- TR _____________________________________________________________________ Fátima M
  • 2. Autismo O bebé com autismo: autismo  apresenta determinadas características diferentes dos outros bebés da sua idade.  Pode mostrar indiferença pelas pessoas e pelo ambiente.  Pode ter medo de objectos.  Por vezes tem problemas de alimentação e de sono.  Pode chorar muito sem razão aparente ou, pelo contrário, pode nunca chorar.
  • 3. Autismo  Quando começa a gatinhar pode fazer movimentos repetitivos (bater palmas, rodar objectos, mover a cabeça de um lado para o outro).  Ao brincar, não utiliza o jogo social nem o jogo de faz de conta. Ou seja, não interage com os outros, pode não dar resposta aos desafios ou às brincadeiras que lhe fazem.  Não utiliza os brinquedos na sua função própria. Um carro pode ser um instrumento de arremesso e não um carro para rodar no caminho. Uma boneca pode servir para desmanchar e partir mas não para embalar.
  • 4. Autismo Dos 2 aos 5 anos de idade: idade  o comportamento autista tende a tornarse mais evidente.  A criança não fala ou ao falar, utiliza a ecolália ou inverte os pronomes.  Há crianças que falam correctamente mas não utilizam a linguagem na sua função comunicativa, continuando a mostrar problemas na interacção social e nos interesses.
  • 5. Autismo Os adolescentes  juntam às características do autismo os problemas da adolescência.  Podem melhorar as relações sociais e o comportamento ou, pelo contrário, podem voltar a fazer birras.  Podem mostrar auto-agressividade ou agressividade para com as outras pessoas.
  • 6. Autismo Os adultos com autismo  tendem a ficar mais estáveis se são mais competentes.  Pelo contrário, os menos competentes, com QI baixo, continuam a mostrar características de autismo e não conseguem viver com independência.
  • 7. Autismo As pessoas idosas com autismo  têm os problemas de saúde das pessoas idosas acrescidos das dificuldades de os comunicarem.  Os problemas de comportamento podem por isso sofrer um agravamento.  Perdem muitas vezes o gosto pelo exercício físico e têm menor motivação para praticar desporto, o que não contribui para melhorar a sua qualidade de vida.  O seu comportamento pode tender a estabilizarse com a idade.
  • 8. Autismo - Características Leo Kanner - 1943         Um profundo afastamento autista Um desejo autista pela conservação da semelhança Uma boa capacidade de memorização mecânica Expressão inteligente e ausente Mutismo ou linguagem sem intenção comunicativa efectiva Hipersensibilidade aos estímulos Relação estranha e obsessiva com objectos ecolália, "fala de papagaio", linguagem extremamente literal, uso estranho da negativa, inversão pronominal e outras perturbações da linguagem
  • 9. A Tríade de Perturbações no Autismo Manifesta-se em três domínios:    Social linguagem e comunicação, pensamento e comportamento.
  • 10. Domínio social:  o desenvolvimento social é perturbado  diferente dos padrões habituais, especialmente o desenvolvimento interpessoal.  A criança com autismo pode isolar-se mas pode também interagir de forma estranha, fora dos padrões habituais.
  • 11. Domínio da linguagem e comunicação:    a comunicação, tanto verbal como não verbal é deficiente e desviada dos padrões habituais. A linguagem pode ter desvios semânticos e pragmáticos. Muitas pessoas com autismo (estima-se que cerca de 50%) não desenvolvem linguagem durante toda a vida.
  • 12. Domínio do pensamento e do comportamento:       rigidez do pensamento e do comportamento, fraca imaginação social. Comportamentos ritualistas e obsessivos, dependência em rotinas, atraso intelectual ausência de jogo imaginativo.
  • 13. Causas do autismo  Nos anos 40 e 50 acreditava-se que a causa do autismo residia nos problemas de interacção da criança com os pais. Várias teorias sem base científica e de inspiração psicanalítica culpabilizavam os pais, em especial as mães, por não saberem dar respostas afectivas aos seus filhos. Esse período foi dramático e levou algumas mães a tratamento psiquiátrico e em extremo, ao suicídio.  A partir dos anos 60, a investigação científica, baseada sobretudo em estudos de casos de gémeos e nas doenças genéticas associadas ao autismo (X Frágil, esclerose tuberosa, fenilcetonúria, neurofibromatose, diversas anomalias cromossómicas) mostrou a existência de um factor genético multifactorial e de diversas causas orgânicas relacionadas com a sua origem. Estas causas são diversas e reflectem a diversidade das pessoas com autismo.
  • 14.  Parece haver genes candidatos, ou seja uma predisposição para o autismo o que explica a incidência de casos de autismo nos filhos de um mesmo casal. É possível existirem factores hereditários com uma contribuição genética complexa e multidimensional.  Alguns factores pré natais (ex.rubéola materna, hipertiroidismo) e peri natais (ex.prematuridade, baixo peso ao nascer, infecções graves neonatais, traumatismo de parto) podem ter grande influência no aparecimento das perturbações do espectro do autismo.  Há uma grande incidência de epilepsia na população autista (26 a 47%) enquanto na população em geral a incidência é de cerca de 0,5%.  Há também estudos post mortem em curso sobre as anomalias nas estruturas (cerebelo, hipocampus, amígdala) e funções cerebrais das pessoas com autismo.
  • 15.   Não há ligação causal entre atitudes e acções dos pais e o aparecimento das perturbações do espectro autista. As pessoas com autismo podem nascer em qualquer país ou cultura e o autismo é independente da raça, da classe social ou da educação parental.
  • 16. Prevalência do autismo  Há mais rapazes do que raparigas com autismo. A sua proporção é de 4 a 5 para 1.  Haverá presentemente mais pessoas autistas do que há 20 anos?  Estudos recentes relatam grande aumento de incidência.  De acordo com estudos feitos por Eric Fombonne no Canadá (2003): Para uma população de 10.000 pessoas há 10 pessoas com autismo e 2,5 com síndroma de Asperger.  Na mesma população há 30 pessoas com perturbações globais do desenvolvimento no quadro do autismo.
  • 17. Este aumento será real ou devido a:  mudança de critérios de inclusão?  Maior abrangência do diagnóstico?  Existência de profissionais mais conscientes da existência do autismo?
  • 18. Síndroma de Asperger Hans Asperger - 1944   Características semelhantes mas com picos de inteligência e linguagem desenvolvida. Hoje as crianças com essas características são diagnosticadas como tendo o síndroma de Asperger.
  • 19. Síndroma de Asperger  1. Linguagem correcta mas pedante, estereotipada 2. Comunicação não verbal - voz monótona, pouca expressão facial, gestos inadequados 3. Interacção social não recíproca, com falta de empatia 4. Resistência à mudança - Preferência por actividades repetitivas 5. Coordenação motora - postura incorrecta, movimentos desastrados, por vezes estereotipias 6. Capacidades e interesses - Boa memória mecânica, interesses especiais circunscritos
  • 20. Síndroma de Asperger  Apesar das competências dos indivíduos com síndroma de Asperger, eles têm igualmente grandes problemas com a interacção social recíproca, com a comunicação funcional, embora falem com propriedade e com o comportamento e rigidez de pensamento.  Hoje o síndroma de Asperger tem uma classificação separada do autismo no DSM IV- TR (Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais).  A noção de um espectro de perturbações autísticas baseado na tríade de perturbações apresentada por Lorna Wing é importante para a educação e cuidados das crianças com autismo ou outras perturbações globais do desenvolvimento.