2. Os Fungos constituem um grupo de
organismos muito importantes,
diversificado e curioso.
Conhecem-se mais de 60000
espécies, a maioria das quais
terrestres.
A origem dos fungos não é bem
conhecida. Provavelmente descende
de ancestrais protistas.
3. Em que diferem os Fungos dos outros
organismos? Como se reproduzem?
4.
5.
6.
7. Características gerais dos Fungos
Os fungos seres eucariontes, podem
ser unicelulares, como as leveduras,
mas a maioria é multicelular.
Muitas vezes as células dos fungos
possuem uma parede celular, pelo
menos em alguns estádios do seu
ciclo de vida.
No entanto, essa parede tem
composição química diferente da
constituição da parede celular das
plantas.
8. A parede celular dos fungos, quando
existe, é formada por quitina, um
polissacarídeo que se encontra
também na carapaça de muitos
animais como, por exemplo, nos
insectos.
Contrariamente às plantas, os Fungos
não possuem pigmentos
fotossintéticos nem cloroplastos.
9. Numa classificação em dois reinos os
Fungos são incluídos no Reino das
Plantas, mas actualmente constituem
um reino próprio, pois diferem das
Plantas não só pela organização
estrutural como pelo tipo de
nutrição e reprodução.
10. Organização Estrutural
Os fungos multicelulares são
constituídos por uma rede de
filamentos ramificados chamados
hifas. Estas contêm citoplasma e
núcleo que podem apresentar
diferentes formas.
11. HIFAS
Podem ser
Hifas septadas Hifas não septadas
são
Cenocíticas
Monocarióticas Dicarióticas
(muitos núcleos)
(com um só (com dois
núcleo) núcleos)
13. As hifas dos fungos iniciam-se como
formações tubulares a partir de
esporos, ramificando-se
repetidamente.
Constituem assim uma rede mais ou
menos densa de filamentos que
formam o micélio.
17. Em muitos fungos as hifas possuem
septos que delimitam
compartimentos correspondentes a
células.
Nestas hifas septadas o citoplasma
das diferentes células comunica entre
si através de poros, por vezes largos,
existentes nos septos.
18. Quando nas hifas septadas existe
apenas um núcleo em cada célula, as
hifas dizem-se monorióticas,
designando-se por dicarióticas se
existem dois núcleos em cada
compartimento.
Se não existem septos – hifas
asseptadas -, o citoplasma é
contínuo ao longo do micélio, com
centenas ou milhares de núcleos
dispersos.
19. Por este motivo estas hifas designam-
se por hifas cenocíticas, que são
multinucleadas.
A estrutura cenocítica resulta da
divisão repetida do núcleo sem
ocorrer a divisão do citoplasma.
O aspecto filamentoso do micélio
confere-lhe uma grande superfície,
através da qual se realiza a absorção
dos nutrientes.
20. Além disso, o micélio estende-se
rapidamente em todas as direcções
através da fonte de alimento.
Por vezes as hifas organizam-se
formando corpos compactos como,
por exemplo, os cogumelos.
21. Nutrição dos fungos
Os Fungos são seres heterotróficos
que obtêm o alimento por absorção.
Os diferentes processos de obtenção
dos compostos orgânicos permitem
considerar diferentes tipos de fungos.
22. Fungos saprófitos
Muitos fungos vivem sobre matéria
orgânica, onde parte do micélio cresce por
cima da fonte de alimento, originando
estruturas reprodutoras. O resto do micélio
desenvolve-se no interior do substrato,
provocando a sua decomposição.
As hifas segregam enzimas hidrolíticas que
lançam sobre o alimento, ocorrendo uma
digestão extracorporal, em que as
moléculas complexas são decompostas em
moléculas simples que, posteriormente são
absorvidas.
23. Após a absorção os nutrientes
passam através das hifas para todo o
organismo.
Estes fungos, sendo decompositores,
são muito úteis, uma vez que, nos
ecossistemas, decompõem cadáveres
e os resíduos orgânicos dos seres
vivos.
Tornam-se, porém, prejudiciais
quando atacam alimentos úteis para
o Homem, como frutos, pão queijo,
etc.
24. Fungos simbiontes
Muitos fungos estabelecem uma
relação de simbiose com outros
organismos.
Recebem o alimento desses
organismos, podendo haver benefício
recíproco, tendo o organismo com
que se associam qualquer vantagem
na associação.
25. Fungos parasitas
Existem ainda fungos parasitas, que
recebem o alimento do corpo do
hospedeiro, prejudicando-os e
causando-lhes, por vezes doenças.
26. Reprodução dos fungos
Grande parte dos fungos apresenta
dois tipos de reprodução:
- reprodução assexuada
- reprodução sexuada
27. Reprodução assexuada
Fragmentação – o micélio pode
dividir-se, originando cada fragmento
em novo fungo.
Gemiparidade – verifica-se em
fungos unicelulares como as
leveduras. Após a divisão do núcleo
por mitoses, forma-se uma pequena
gema onde se localiza um dos
núcleos. Separam-se depois duas
células de dimensões diferentes: uma
muito pequena e outra englobando a
maior parte do citoplasma.
28. Esporulação – na formação
assexuada de esporos os núcleos são
produzidos mitoticamente. Podendo
formar-se a partir de células
chamadas esporângeos ou a partir de
hifas especializadas.
29. Importância ecológica e económica
dos Fungos
Os Fungos podem estabelecer
diferentes relações ecológicas,
desempenham um papel primordial
no funcionamento dos ecossistemas.
Como já vimos, muitos são
decompositores indispensáveis,
outros estabelecem relações
simbióticas com diferentes
organismos, havendo muitos fungos
parasitas que causam doenças
variadas em plantas e animais.
30. Muitos fungos têm um valor
económico considerável, sendo
utilizados não só na alimentação
como também em diferentes
indústrias.
31. Fungos saprófitos
Os ecossistemas terrestres teriam
colapsado sem a presença de fungos
e bactérias. Estes organismos
decompõem os cadáveres, as folhas
mortas, as fezes e outros materiais
orgânicos, reciclando assim
elementos químicos vitais como o
carbono, o azoto e o fósforo sob a
forma de compostos minerais que
podem ser utilizados por outros
organismos.
32. Muitos fungos saprófitos decompõem
materiais orgânicos importantes para
o Homem, causado, por isso,
prejuízos consideráveis.
Algumas espécies atacam o pão, os
frutos e outros alimentos,
decompõem o papel, estruturas de
madeira, tecidos, etc.
33. Há uma diversidade de fungos
saprófitos que são comestíveis,
constituindo uma iguaria muito
apreciada. É de salientar, porém, que
muitas espécies de fungos são
altamente venenosas, podendo
causar a morte.
34. Não é fácil nem existem regras
válidas para distinguir espécies
comestíveis de espécies venenosas,
que, por vezes, são muito
semelhantes no aspecto. Só um
conhecimento aprofundado dos
fungos permite fazer a sua
identificação.
Por segurança, devem consumir-se
apenas fungos produzidos em
culturas.
35. Muitos fungos têm larga aplicação
industrial.
Basta citar a importância das
leveduras – Saccharomyces cervisiae,
por exemplo – na produção de
cerveja, do vinho, do fabrico do pão,
etc. Estas leveduras são anaeróbicas
facultativas. Na ausência do oxigénio
provocam a fermentação alcoólica,
transformando a glicose em álcool e
libertando o dióxido de carbono.
36. Quando se mistura fermento
(leveduras) à massa para fabricar o
pão, o metabolismo dessas leveduras
provoca a libertação de dióxido de
carbono que faz a massa levedar,
tornando o pão mais fofo e agradável.
O álcool formado nessa fermentação
também se liberta durante a
cozedura.
37. O sabor único de queijos célebres
como o Roquefort e o Camenbert é
produzido por acção de fungos
especializados.
A indústria farmacêutica usa fungos
para produzir antibióticos.
Em 1928 Alexander Fleming, um
bacteriologista inglês, acidentalmente
descobriu que um fungo do género
Penicillium produz um antibiótico que,
por isso, foi chamado penicilina.
38. Fungos simbiontes
Estes fungos estabelecem relações
com organismos produtores,
permitindo que estes possam
colonizar habitats que, isoladamente,
não podiam ocupar, ou tornando-os
mais eficientes em locais com
condições para a sobrevivência.
Nos fungos simbiontes destacaremos
os líquenes e micorrizos.
39. - Líquenes – A grande variedade de
líquenes, cerca de 20000 espécies, é
constituída pela associação de
cianobactérias ou de clorófitas com
um entrelaçado de hifas de um fungo.
Algumas hifas especializadas
penetram nas células da alga ou da
cianobactéria, captando nutrientes.
As células fotossintéticas produzem
compostos orgânicos que o fungo não
pode produzir.
40. Ignora-se se a alga recebe algum
benefício recíproco.
Geralmente os líquenes são muitos
sensíveis à poluição do ar, não sendo
comuns nas zonas industrializadas.
Por isso, são bons indicadores
biológicos da poluição atmosférica.
41.
42. Micorrizos – são associações
simbióticas de fungos com as raízes
de plantas. Cerca de 90% das
grandes árvores têm micorrizos, bem
como a maioria das plantas
vasculares mais pequenas.
Em algumas destas associações
certas hifas do fungo penetram nas
células das raízes mais delicadas,
ficando o resto do micélio no solo
circundante.
43. Os micorrizos são associações
altamente benéficas para ambas as
partes.
O fungo capta do solo materiais como
fósforo, cobre, zinco, água e outros
nutrientes. Além disso, a massa de
hifas funciona como esponja,
mantendo abundante humidade em
torno da raiz.
44. A planta fornece ao fungo compostos
orgânicos, como por exemplo,
açucares e aminoácidos.
As plantas com micorrizos parecem
ser mais resistentes que as outras à
seca, à falta de nutrientes, ao frio e
possivelmente aos efeitos das chuvas
ácidas.
45. Os micorrizos têm sido encontrados
em fósseis das plantas mais antigas
com raiz, o que leva a especular que
eles poderão ter auxiliado as plantas
vasculares na colonização dos solos
inorgânicos.
46.
47.
48.
49. Fungos parasitas
Existem muitos fungos parasitas do
Homem e de outros animais, sendo a
causa mais importante de doenças
nas plantas.
Todas as plantas são aparentemente
susceptíveis de alguma infecção
causada por um fungo.
Por vezes a doença localiza-se em
alguns tecidos ou órgãos, outras
vezes afecta a planta inteira, podendo
mesmo provocar a sua morte.