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GISELE SILVEIRA
Criação do PSD muda
cenário político para as
eleições de 2012
A oficialização do Partido
Social Democrático (PSD)
permitirá que políticos de
todo o país mudem de sigla.
Em Santa Catarina, um dos
estados mais articulados no
processo de fundação do
partido, nomes conhecidos
já anunciaram a troca.
Agora, discute-se a origem
da sigla, a ideologia e a
identidade.
POLÍTICA | PÁGINA 8
Integrantesd’ABandaMais
BonitadaCidadetentamexplicar
sucessorepentinonainternet
CULTURA | PÁGINA 4
ENTREVISTA | PÁGINA 3
A empresa não
existe para
dar emprego.
Ela existe para
produzir, dar
lucro e o melhor
produto. Para isso,
precisa do melhor
profissional.
“
FRANCISCOORNELLAS
executivodoGrupoEstado
JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DO BOM JESUS/IELUSC JOINVILLE, JUNHO DE 2011 - EDIÇÃO 88 - GRATUITO
www.primeirapautaielusc.blogspot.com
Caxias Futebol Clube quer
voltar à elite do futebol de
Santa Catarina
O tradicional time joinvilense
almeja, mais uma vez, o
retorno à elite do estado,
competição que não disputa
desde 2005. Em 2003, foi
vice-campeão, mas a maneira
“afobada” de como voltou
acabou prejudicando time.
ESPORTE | PÁGINA 10
ECOLOGIA | PÁGINAS 6 E 7
Polêmica
AmbientalO Novo Código Florestal está longe de ser
unanimidade. Aprovado pelos deputados, em Brasília,
a legislação causa divergências entre defensores das
bancadas ruralistas, ambientalistas e o poder político.
GRANDES REPORTAGENS
SUPLEMENTO ESPECIAL de
Nesta última edição do semestre, o Primeira Pauta traz aos
leitores um suplemento especial com grandes reportagens.
As matérias abordam a trajetória dos negros em Joinville, o
preconceito sofrido pelas religiões afro, o déficit habitacional
da cidade e muitos outros temas relevantes, contados de forma
diferente. Leia no caderno anexado nesta edição.
02 Joinville - Junho 2011
PRIMEIRA PAUTA Opinião
O futuro já chegou e nada mudou
O cenário político de Joinville passa por um momento
de turbulência e ebulição. Os movimentos sociais, princi-
palmente os sindicatos, agitam os trabalhadores que vão
para as ruas conhecer um horizonte que há tempos não era
explorado. Os parlamentares e forças políticas da cidade
começam a se diferenciar em meio ao complexo universo
político, que quando está na inércia fica muito propenso
a criar um grupo muito homogêneo e sem características
marcantes. O surgimento do Partido Social Democrático
(PSD) também abre um novo leque e des-
perta a esperança de mudança no país.
Olhando de fora, o cenário realmente
pareceseresperançoso,quetudooqueháde
ruimterásalvação.Qualocaminho?Alguns
podem dizer que são as eleições municipais
do próximo ano. Joinville já está experimen-
tando a demonstração do possível “banque-
te”decandidatosaPrefeitoem2012.Aopi-
nião pública – e também os formadores de
opinião – listam vários nomes de peso, seja
daclasseempresarial,popularoutrabalhista.Possivelmentea
cidadenuncatevetantadiversidade,oquelevaatécertopon-
toaquestionaronossosistemapolítico.
Com o novo agrupamento político, vão sobrar nomes
fortes na mesma legenda. Há uma construção de lideranças
também nos partidos mais tradicionais. Partindo do ponto
queháumagrandediversidadedepessoas,ficariasobrespon-
sabilidade dos eleitores escolher aquele mais capacitado. Os
partidos podem dizer: “nós tínhamos o melhor candidato,
masopovoescolheuporfulano.Agoraaguentemasconse-
quências”. Independente do andamento político da cidade,
ou de quantos candidatos existam, a oposição sempre vai
poder se apoiar nesse discurso.
A população ainda acredita que as eleições são o
ápice do processo democrático do Brasil. “O nosso
papel nós fizemos, que é ir votar mesmo obrigados.”
Quem nunca ouviu, ou até mesmo pensou isso? Pensar
que a democracia é apenas isso, é mediocridade.
Falta interesse em disseminar a cons-
cientização política na população. Não
só da política partidária, mas do papel
do cidadão na sociedade. As câmaras de
deputados e vereadores, o congresso e as
prefeituras já estão viciadas no modelo
atual de tentar deixar tudo como está.
Mas esse sintoma da alienação também
invade outros campos. O movimento
estudantil não discute as reivindicações
dos estudantes, os sindicatos não incen-
tivam a luta dos trabalhadores, as associações de mora-
dores se utilizam de palanque eleitoral, e por aí vai.
Falta a sociedade questionar. “Por que as coisas acon-
tecem assim? Isso está certo? Tá, e não dá pra melhorar? E
comoeuficonessahistória?”Sãoquestõesqueseaproximam
do jornalismo. A campanha comemorativa de uma empresa
de comunicação de Santa Catarina faz a pergunta que todos
têm que fazer: E daí? Só questionando pode-se ter uma me-
lhorcompreensão,paraentãocobrarmudanças.
editorial
Falta interesse
em disseminar a
conscientização
política na
população
ALIENAÇÃO
em foco
@twitter O que eles(as)
falam em 140 caracteres
@Fe_RBlau O pessoal da #grevejoinville está
nervoso, e com razão. Só devemos cuidar para
não direcionarmos nossa raiva para quem
está do nosso lado.
Servidorapúblicagrevista
@brunopost RT @CalixtoCecyn: RT @
MandyGraper: @MarceloTas por favor, divulga
a #grevejoinville no #cqc. greve desde 9/5
Populaçãousouotwitterparatentaremplacaragrevedo
serviçopúblicomunicipalnoprogramaCQC
@gflitzz Twittar só pra ñ perder o costume:
pelo menos pra mim a #grevejoinville
ñ acabou. Hj uma derrota, amanhã a
VITÓRIA!
Servidorpúblicoavaliasaldodagreve
@jb_joaobatista ”Acabou, acabou”, Galvão
Bueno #grevejoinville
Fimdagrevetambémgeroucomemoração,principalmente
paraosjornalistasquecobriramagreve
@AureaVieira #grevejoinville voltamos ao
trabalho na 2a. O que levo no bolso? Não sei
ainda. O que levo na alma? Dignidade, força,
caráter, cidadania.
Servidorapúblicagrevistasatisfeitacomaorganizaçãodos
trabalhadoresnagreve
@deputadokennedy Graças ao twitter, posso
acompanhar o que esta acontecendo em
frente da prefeitura de JOI. #grevejoinville
Otambémjornalistaconfirmaqueotwitterpodeservircomo
fontedeinformação
Sugira tweets para a coluna doTwitter no jornal
Primeira Pauta. Sua opinião é muito importante!
Siga: twitter.com/primeira_pauta
MOMENTO POPSTAR: Enleado na bandeira da Cut, como um“herói”e sua capa, Ulrich dá autógrafo a uma servidora no
término da greve.
DIRETORGERALDOBOMJESUS/IELUSC|Tito
LívioLermen
COORDENADOR DO CURSO | Sílvio Melatti
DISCIPLINA | Jornal Laboratório II
PROFESSOR RESPONSÁVEL | Lucio Baggio
SECRETÁRIO DE REDAÇÃO | Neyfi Müller
EDITOR GRÁFICO | Ronaldo Santos
DIAGRAMADORES | Aline Seitenfus, Ana
Luiz Abdala, Gustavo Cidral, Eduardo Schmitz,
Gabriel Fronzi, Neyfi Müller, Polianna Moraes e
Ronaldo Santos
EDITORES DE TEXTO | Aline Seitenfus, Ana
Luiz Abdala, Eduardo Schmitz, Gabriel Fronzi,
Gustavo Cidral, Neyfi Müller, Polianna Moraes e
Ronaldo Santos
REPÓRTERES | Camilla Gonçalves, Daiana
Constantino, Eduardo Schmitz, Gabriel Fronzi,
Lizandra Carpes da Silveira, Luísa Desiderá,
Matheus Mello, Neyfi Müller e Ronaldo
Santos
EDITORA DE FOTOGRAFIA | Jéssica Michels
FOTÓGRAFOS | Fabiane Borges, Fernanda
Helbing, Gisele Silveira, Gustavo Cidral, Jaqueline
Dias e Jaqueline Mello
IMPRESSÃO | A Notícia
TIRAGEM | 3 mil exemplares
Contato com a redação
Endereço: Rua Princesa Isabel, 438 - Centro
CEP 89201-270 | Joinville | Santa Catarina
Telefone: (47) 3026-8000 - Fax: (47) 3026-8090
E-mail: jornalismoielusc@gmail.com
Blog: primeirapautaielusc.blogspot.com
Jornal Laboratório do Curso de Comunicação Social - Jornalismo
Associação Educacional Luterana Bom Jesus/Ielusc
XXI Prêmio de Direitos Humanos de
Jornalismo, MJDH - OAB/RS, 2004
EDIÇÃO 88 | Junho 2011
@thetiagoseger Opa na minha timeline
quem venceu foi o @EdinhoAtlantida foi
o primeiro a tuitar sobre o fim da greve!
#Grevejoinville
Fimdagrevegeroucompetiçãoparaanunciaroacordoentre
servidoreseprefeitura
Diagramação e edição de Neyfi Müller
Edinei Knop
03Joinville - Junho 2011
PRIMEIRA PAUTAEntrevista | Francisco Ornellas
Diagramação e edição de Gustavo Cidral
JornalistadoEstadãodefendeanãoobrigatoriedadedodiplomaefaladasexpectativasparaosacadêmicos
O
executivo do
Grupo Esta-
do Francisco
Ornellas dá
graças a Deus
que o regi-
me de livre iniciativa prevalece no
mercado de trabalho. Para ele, jo-
vens jornalistas que não ficam na
zona de conforto terão os melho-
res postos e pouco se importarão
com o piso salarial da categoria.
Aos bem formados e insatisfeitos
com a empresa em que trabalham,
ele dá a dica: “Demita a empresa”.
Ornellas analisa que com a pro-
fissionalização da gestão nas or-
ganizações de comunicação, que
deixaram de ter domínio familiar,
busca-se o melhor produto aliado
ao lucro. Para isso, é necessário o
melhor profissional.
Ornellas está há mais de 20
anos a frente do Curso Intensi-
vo de Jornalismo Aplicado, que
aprimora a formação de jornalis-
tas recém-saídos da faculdade e,
consequentemente, fornece mão
de obra à corporação. Formado
em Direito — por não haver, na
época, cursos de Jornalismo —,
trabalha em jornal há 46 anos.
Ele esteve em Joinville para falar
sobre carreira a estudantes de co-
municação. Em entrevista exclu-
siva ao Primeira Pauta, analisou
aspectos do mercado, a atividade
jornalística e a regulamentação
da profissão.
PRIMEIRA PAUTA - Com base na opi-
nião que os jornais recebem dos lei-
tores, o senhor percebe que o jorna-
lismo perde credibilidade?
FRANCISCO ORNELLAS - Não creio.
Eu acho que ele adquire. Você
tem que diferenciar que tipo de
jornalismo estamos falando. Se
a gente fala do que O Estado
de São Paulo pratica, digo isso
porque participo do dia a dia do
jornal, a credibilidade aumenta.
Aumenta muito, principalmente
por causa das facilidades que
a nova tecnologia permite, de
tornar a apuração tão mais real
quanto possível. Se você pegar
as reações de leitores de 20 anos
atrás e as de hoje, elas são muito
mais presentes. Hoje, você não
consegue determinar a verdade.
Tenho para mim que o jornalis-
ta não é o detentor da notícia. A
notícia pertence a quem gera. É
patrimônio da comunidade. O
jornalista apenas processa essa
informação e devolve a quem
ela pertence, que é o leitor, o
internauta, o ouvinte de rádio,
o telespectador. À medida que
a apuração se torna mais factí-
vel, ela terá mais credibilidade.
É preciso tomar cuidado quan-
do o jornalista escreve sobre um
tema que não domina — ele não
é obrigado a dominar todos os
temas — e coloca uma informa-
ção errada. Se essa informação
é lida por quem a domina, ele
cai em descrédito. Na medida
em que o jornalista não domina
um tema, é papel dele apurar.
Apurar até a exaustão para en-
tão escrever a respeito seja em
que meio for.
PP - Mas não é realidade na maioria
das redações, em função da preca-
riedade das condições de trabalho?
ORNELLAS - Se a empresa não ofe-
rececondiçõesdetrabalho,opro-
fissional competente, eficiente,
bem formado, que tenha esfor-
ço, demite a empresa e vai traba-
lhar numa que lhe dê condições.
Estou envolvido com jovens jor-
nalistas há 22 anos. Para mim, é
muito triste ver jovens com um
potencial incrível reclamarem da
empresa. Demita a empresa. Se
ele se formou, se empenhou, é
competente, eficiente, um pro-
fissional completo, vai escolher
onde trabalhar, como trabalhar,
quanto ganhar…
PP - O Curso Intensivo de Jornalismo
do Estadão exige que o candidato
seja graduado em Jornalismo, mas o
Grupo Estado é contra a necessidade
do diploma. Por que isso?
ORNELLAS - O debate e a discor-
dância são inerentes da atividade
jornalística. O Grupo Estado,
como posição editoral, acha que
a atividade do jornalista não deve
ser regulamentada. Ponto. O
Grupo Estado nunca foi contra
a faculdade de Jornalismo. Ele
acha que o governo tem outras
prioridades além de determinar
quem pode e quem não pode
exercer o Jornalismo. O curso
Estado mantém a exigência do
diploma por uma constatação
prática, por uma visão pragmáti-
ca da profissão. A gente acha que
o jornalismo é uma profissão
que exige técnica, tem conteúdo
técnico, acadêmico e filosófico, e
a gente não crê que possa trans-
formar um profissional sem o
mínimo de embasamento teóri-
co dessa profissão em jornalista
durante 100 dias, que é o tempo
que dura o curso.
PP - O senhor compartilha da opi-
nião do grupo?
ORNELLAS - É uma questão que
transcende o fato de ter ou de
não ter diploma. É uma questão
de conceituação. O jornalismo
não é uma questão de governo.
Eu, ao longo de 20 anos convi-
vendo com essa realidade, cons-
tatei que a obrigatoriedade do
diploma transfere aos estudantes
de jornalismo uma falsa ideia de
uma zona de conforto: como o
diploma é obrigatório, ele terá
uma reserva de mercado. Não
existe zona de conforto em ne-
nhuma profissão.
PP - Até março, em São Paulo, foram
demitidos quase 300 jornalistas. Na
suaopinião,essecenáriosedeveaquê?
ORNELLAS - A gestão das empre-
sas de comunicação foi profis-
sionalizada. Todas as empresas
de comunicação no Brasil têm
domínio familiar. E algumas fa-
mílias estão profissionalizando a
gestão. Eu acompanhei a gestão
familiar. O acionista da empresa
dizia o seguinte: “Eu tenho dois
chapéus. Durante metade do dia,
eu visto o chapéu de executivo,
aí eu quero o melhor produto.
Na outra metade do dia, eu vis-
to o chapéu de acionista, aí eu
quero o melhor retorno para o
meu capital”. Hoje, em algumas
empresas, os acionistas não têm
mais o chapéu de executivo. O
que eles querem? Só o retorno
do capital investido. Se uma em-
presa não cresce na receita, tem
que cortar despesa. Para o jor-
nalista: todos os ex-alunos do
curso Estado que eu procurei
até abril estavam empregados.
Para o profissional com talento,
com competência, com eficiên-
cia, esforçado, bem formado,
que não assume a zona de con-
forto, não importa piso salarial,
variação de mercado.
PP - Mas são questões importantes,
poishámaisjornalistassendoformados
doqueasempresaspodemabsorver.
ORNELLAS - Sim, mas isso ocorre
em todas as profissões. Vocês
com certeza têm pessoas de suas
relações com dificuldade de tra-
balho. E têm pessoas sem dificul-
dade de trabalho. Analisem um e
outro. A empresa não existe para
dar emprego. Ela existe para pro-
duzir, dar lucro e o melhor pro-
duto. Para isso, precisa do melhor
profissional. Nós vivemos num
regime de livre iniciativa. Não há
espaço para os fracos — no sen-
tido do mal formado.
Émuitotristeverjovens
comumpotencialincrível
reclamaremdaempresa.
Demitaaempresa.Seele
seformou,seempenhou,é
competente,eficiente,um
profissionalcompleto,vai
escolherondetrabalhar,como
trabalhar,quantoganhar…
“
Ronaldo Santos
r.santos@brturbo.com.br
Os “fracos” não têm vez no mercado
FOTOS:GUSTAVOCIDRAL
OrnellasesteveemJoinvilleparadivulgaroCursoIntensivodeJornalismoAplicadodoEstadão
Aempresanãoexistepara
daremprego.Elaexistepara
produzir,darlucroeomelhor
produto.Paraisso,precisa
domelhorprofissional.Nós
vivemosnumregimedelivre
iniciativa.Nãoháespaçopara
osfracos—nosentidodo
malformado.
“
4
M
Diagramação de Mayara Silva | Edição de Ana Luiza Abdala e Gustavo Cidral
Joinville - Junho 2011
PRIMEIRA PAUTA Cultura
E
m um rodízio de
sopas,aBandaMais
Bonita da Cidade
encontrou acon-
chego para fugir do
frio curitibano. A
pedida gastronômica de sábado à
noite serviu também para esquen-
tar o corpo e o esqueleto, pois haja
energia para cumprir a agenda de
compromissos. Desde que o clipe
da música “Oração” explodiu na
internet, a trupe é assediada por
veículos de comunicação a todo
o momento. E não só a imprensa
nacional.
A febre das redes sociais ga-
nhou comentário no maior jornal
da Itália, o Corriere della Sera, e
no site do The Washington Post,
um dos mais conceituados da ca-
pital federativa norte-americana.
O vídeo foi postado no site You-
Tube no dia 17 de maio, uma
terça-feira. Em menos de 24 horas
teve 33 mil visualizações. No sá-
bado (21) chegou a um milhão de
acessos. E após dez dias, superou a
marca de dois milhões de visitas.
Certamente, neste instante, deve
ter passado dos cinco milhões.
O tecladista e violonista da
banda, Vinícius Nisi, 27 anos, di-
rigiu o clipe e não tem dúvidas so-
bre a importância que o Facebook
teve na construção do sucesso.
“Acho que faltava
um material assim
na rede, divertido
e que não fosse
piada. Algo que os
internautas com-
partilhassem não
por brincadeira”,
reflete Vini, como
é conhecido pelos
mais chegados.
Entre uma colherada e outra de
sopa, o músico leva o olhar para
cima e vagueia: “Na verdade, não
sei. Não tem como saber. Sei lá o
que foi”. O boom veio como uma
surpresa – feliz e assustadora.
A trupe se uniu em 2009.
Desde a formação até meados de
maio, tinha apenas cinco apresen-
tações no histórico. Agora, mais
de dez shows estão confirmados,
no Rio de Janeiro, São Paulo, Pa-
raná e Belo Horizonte. Antes do
webhit cair em milhares de inter-
faces – e da canção cair na boca de
todo distraído – os integrantes se
inscreveram em uma competição
para ir ao programa televisivo do
titã Toni Beloto, no canal Futura.
Perderam. Mas, participaram de-
pois, como convidados.
A Banda Mais Bonita da Ci-
dade foi matéria no portal G1 e
no Fantástico, da TV Globo. No
dia 29 de maio, os integrantes
fizeram valer a letra da música
“Submundo Autofágico”. A com-
posição da jornalista curitibana
Lívia Lakomy, interpretada por
eles, faz provocações sobre o que
é o sucesso e ques-
tiona se a fama
não seria ganhar
“a capa do Cader-
no G na edição de
domingo”. De fato,
ganharam tal des-
taque no encarte
cultural do diário
mais popular de
Curitiba, a Gazeta
do Povo.
Está claro para a vocalista Uya-
ra Torrente, 24 anos, que a alegria
vivida no clipe, espontânea e ver-
dadeira, contagia quem assiste. “A
gente se diverte tanto que cativa
a vontade de estar lá, cantando
junto, dançando e se divertindo
muito”, diz a cantora. Formada
em artes cênicas, Uyara garante
que não há personagens na cena,
ninguém interpretou. Entretanto,
não dá para negar a dramaticidade
nasuamaneiradecantar.Odrama
grego, não triste, mas emotivo. As
palavras saem das mãos, dos bra-
ços, da expressão na face, tal como
versos, e como deve ser.
Seja qual for a paixão de
quem está dentro, a energia
transpõe a tela do computador e
chega a quem está fora. Esse é o
principal motivo de tanta popu-
laridade, na visão de Diego Pla-
ça, 24 anos. “Passa uma energia
do bem, algo bom”, completa o
baixista do grupo.
Segundo definição do Novo
Dicionário Aurélio da Língua
Portuguesa, arte é “atividade que
supõe a criação de sensações ou
de estados de espírito, de caráter
estético, carregados de vivência
pessoal e profunda”. Goste ou
não, “Oração” é assim. É arte nas
mais variadas vertentes. É poesia,
melodia, cinema, amizade. Foi
massivamente compartilhado na
internet e se tornou um viral. As
pessoas estão mais dispostas para
conteúdos assim?
O guitarrista, Rodrigo Lemos,
28 anos, acredita que sim. Ele
atribui os milhões de views à dis-
posição das pessoas por mais ale-
gria. “Primeiro, acho que foi por
dessa causa da galera (faz menção
a amigos ao redor). Depois, por
causa da galera (expande o mo-
vimento dos braços, se referindo
a todos que assistiram ao vídeo).
A música comunica. As pessoas,
simplesmente, assimilam. Não há
o que racionalizar”. O músico re-
Os cinco d’A Banda Mais Bonita da Cidade tentam explicar o sucesso –
das redes sociais para o mundo – repentino e avassalador.Tentam!
Abandamaisbonitada
cidadeemaisfamosadaweb
INTERNET
conhece o fato de a canção grudar
na mente, mas afirma que não tem
a intenção do efeito ‘chiclete’.
Os cinco conquistaram o que
empresas gastam milhões e, nem
sempre, conquistam. Eles reconhe-
cem a ameaça da rotulagem e não
pretendem ser a mais fofa da cida-
de. Muito menos, a banda de um
sucesso só. Apesar de maravilhados,
não estão deslumbrados. O que era
um hobbie passou a ser encarado
como trabalho sério. A gravação de
um álbum é prioridade. Pensam em
continuar seguindo com as próprias
pernas–eunsparesamigos.
ENTREVISTA LUISA MARILAC
Luísa Marilac ficou famosa pelo
vídeo feito na piscina de seu aparta-
mento na Espanha, que já foi assisti-
do 1,5 milhão de vezes. Os bordões
ditos na gravação chegaram a ser
reproduzidos na novela das 21h, da
Globo.Diantedosucesso,Luísavol-
tou ao Brasil após 16 anos na Euro-
pa. Aqui, participa de programas de
televisão e é contratada para festas
emboates.
PP-Porquevocêfezagravação?
LuísaMarilac-Meuexmerouboueeu
fiquei desesperada. Conheci um ve-
lho que começou a me ajudar. Parei
de me prostituir e só ficava com ele.
Fizaquelevídeoparaoex,porqueeu
estavanumafasemuitoboadavida.
PP-PretenderetornaràEspanha?
Luísa-Com essa história de fama, dá
pra ficar no Brasil, por ser a tal Luísa
da internet. Mas ainda existe muito
preconceitoemuita violência em re-
laçãoaisso.Entãoaprobabilidadede
euficarégrande.
PP-Lávocêtambémerafamosa?
Luísa-Com os brasileiros. Lá tem
muitos, principalmente veados. Eles
me encontravam e começavam a
gritar. Eu dizia: “pelo amor de Deus,
estamosnaEuropa”.
PP-Jáaconteceualgumtipodeviolência
comvocê?
Luísa-Eu tomei sete facadas aos 17
anos. Estava conversando com mi-
nhas amigas, e fui atacada pelas cos-
tas. Entrei em trauma e não saía de
casa. Foi quando a minha mãe falou
praeuiremboraparaaEuropa.
PP-Você está ganhando dinheiro com a
fama?
Luísa-Entra numa mão e sai pela ou-
tra. Tem que pagar advogado etc.
No fim das contas, sobram só as
migalhas para a bicha. Eu fui numa
churrascariaaquiemJoinvilleesóeu
paguei R$ 120, fora minha amiga.
Tirei a barriga da miséria, porque
adorocomer.
PP-E tem medo que a fama seja passa-
geira?
Luísa-Nuncativenadaenuncarecebi
apoio de ninguém. A vida me ensi-
nouacontarcomaquiloqueagente
tem.Esperonãoprecisarnunca,mas
se precisar cair de novo na rua para
me prostituir, eu caio. A “véia” ainda
dáprocouro.
Atravestiqueconquistouafamananet
“Oração”
Um vídeo caseiro, gravado
durante a comemoração de ani-
versário de um dos integrantes
da banda. A locação é a casa da
avó de uma amiga deles, em
Rio Negro, no Paraná. Ninguém
conhecia o lugar ou a disposição
doscômodos,sóaparteexterna,
por foto. A ideia inicial era gravar
no jardim, pois o visual lembrava
um clipe da banda Beirut, adora-
dos pela trupe. Mas a garoa da-
queledomingonãopermitiu.
A iluminação é natural, com
algumas lâmpadas potentes im-
provisadas. Foi feito sem roteiro
e sem cortes. A produção teve a
ajudadoscineastasAndréSenna
eRosanoMauroJr.Ocinegrafista
é André Chesini, outro amigo. A
captação e edição do áudio são
deJoãoCaserta,maisumamigo.
A canção foi feita em forma de
mantra, um jeito mais fácil de
convencer o próprio coração so-
breofimdeumrelacionamento.
Antes de “Oração”, o com-
positor Leo Fressato fez letras de
rancor e frustração. Foi preciso
uma alegre para aceitar o fim
do namoro. A solidão não deve
preocupá-lomais.
Em menos de 24 horas
o vídeo teve 33 mil
visualizações. Quatro
dias depois, alcançou
um milhão de acessos
SUCESSO
ROSANO MAURO JR/DIVULGAÇÃO
Os integrantes comemoram a conquista e fazem planos para o sucesso ir além da web
Luísa Desiderá
luludesidera@gmail.com
Ronaldo Santos
r.santos@brturbo.com.br
conteúdo Informações exclusivas no portal eletrônico
www.primeirapautaielusc.blogspot.com
5
Mais de R$ 2 milhões em cultura
H
á cinco anos,
em Joinville,
o Sistema
Municipal
de Desen-
volvimento
pela Cultura, popularmente co-
nhecido como Simdec, atende
parte das carências culturais da
cidade e financeiras de seus exe-
cutores. A maior cidade do esta-
do possui somente este edital de
incentivo à cultura, que se divide
em dois mecanis-
mos: o Fundo Mu-
nicipaldeIncentivo
à Cultura e o Me-
cenato Municipal
de Incentivo à Cul-
tura. Neste ano, os
461 projetos inscri-
tos irão concorrer
a R$ 935.000,00
via Edital e R$
1.562.000,00 via Mecenato. Ad-
ministrado pela Fundação Cul-
tural, com o acompanhamento
do Conselho Municipal de Po-
lítica Cultural e da Secretaria da
Fazenda, anualmente, o Simdec,
através de uma comissão julgado-
ra (composta por representantes
da cena artística de Joinville e de
outras cidades), avalia e selecio-
na os projetos culturais inscritos
que se encaixam no regulamento
e na proposta do edital para dis-
tribuir as verbas, respeitando o
valor total disponível. O Fundo
repassa a verba diretamente por
meio do Edital do Simdec. Já o
Mecenato permite que a captação
de dinheiro seja feita por meio de
captação de recursos e renúncia
fiscal autorizada junto aos con-
tribuintes do ISSQN – Imposto
Sobre Serviço de Qualquer Na-
tureza – e do IPTU – Imposto
Predial e Territorial Urbano.
O coordenador do Simdec,
Luciano da Costa Pereira, conta
que a área da música tem os pro-
jetos mais contemplados. Para
ele, esse incentivo financeiro mo-
vimenta também a economia da
cidade. “Com esse financiamen-
to, fica mais fácil a manutenção,
divulgação e desenvolvimento
das atividades culturais”, diz.
Além da música, é possível enviar
projetos para as
seguintes áreas:
artes gráficas; ar-
tes plásticas; ar-
tesanatoecultura
popular; biblio-
teca e arquivos;
cinema e vídeo;
circo; dança; edi-
ções de livros de
arte, literatura e
humanidade; literatura; museus;
ópera; patrimônio cultural; ra-
diodifusão cultural e teatro.
A verba liberada para o Si-
mdec é de 2 a 3% em cima do
valor arrecadado nos impostos
municipais ISSQN e IPTU de
cada ano. Com isso, até hoje,
já foram distribuídos mais de
R$ 8 milhões entre 286 proje-
tos culturais. Luciano acredita
que o recorde de inscrições, em
2011, se deve pelo fato de que
o Mecenato acrescentou cinco
novas modalidades, e no Edital
foram acrescidas oito. Os pro-
jetos aprovados neste ano serão
divulgados no site www.simdec.
com.br até o dia 27 de junho.
Dicas para um bom projeto
A própria Fundação Cultu-
ral de Joinville oferece gratuita-
mente cursos para capacitar as
pessoas interessadas em escrever
e enviar seus projetos. A oficina
tem duas horas de duração e ex-
plica o funcionamento do Sim-
dec, o Edital de Apoio à Cultura
e o Mecenato Municipal. Insti-
tuições de ensino da cidade tam-
bém oferecem oficinas gratuitas,
por meio do Simdec, de Gestão
Cultural, abordando o estudo
da produção cultural e dando
noção para planejar, gerenciar e
formatar os projetos.
O coordenador orienta que
as pessoas descrevam detalhada-
mente suas propostas e objetivos
do projeto. “Descrever quantas
pessoas serão atendidas gratui-
tamente com a apresentação de
show e peças ou distribuição
de livros; anexar o currículo de
todas as pessoas envolvidas no
trabalho e detalhar o orçamento
dos gastos”, explica.
Para comprovar as propostas
que serão desenvolvidas é neces-
sário que seja anexado, no caso
do teatro, uma sinopse do enre-
do que será a peça; no caso de
música o grupo deve mostrar um
CD com seis músicas; se for pro-
jeto para a área de restauração e
patrimônio histórico deve-se
apresentar fotografias da estru-
tura ou plantas do prédio; para
edição literária é só apresentar
três cópias originais do livro.
Na hora da prestação de con-
tas, é necessário que a participa-
ção do público seja comprovada
através de fotografias. E, não
esquecer dos comprovantes dos
gastos.
Diagramação de Mayara Silva | Edição de Ana Luiza Abdala
Joinville - Junho 2011
PRIMEIRA PAUTACultura
Recorde: Foram inscritos 461 projetos no Simdec 2011 e a aprovação sai até o dia 27 de junho
INVESTIMENTO
Camilla Gonçalves
camillacomvc@gmail.com
Oficinas que ocorrem em 2011
Casa do Hip Hop Arte Inclusiva (CHHAI)
Responsável: Juliana Regina Crestani
Contato: 3463-5539 / 9961-2761
- Os encontros de hip hop ocorrem aos sábados a noite na Casa da
Cultura
OficinadeteatrodaAmorabi-ProjetoAlternativas12anosdeArte
para a comunidade do bairro Itinga
Responsável: Samantha Choen
Contato: 3465-2075
Oficina de Maracatu de Baque Virado
Responsável: Eduardo Augusto de Carvalho Sanches
Contato: 3804-8260 | 9655-2447
- As oficinas ocorrem aos sábados a noite na Casa da Cultura
Tambores do Japão - Taiko
Responsável: Fabiana Moisés
Contato: 8401-3312 | 3439-3270
- Os encontros e aulas ocorrem aos domingos a partir das 14 horas até
às 16 horas na Casa da Cultura e até agora mais ou menos 20 pesso-
as participam desses encontros. Os interessados podem comparecer
para assistir ou aprender.
A Fundação Cultural
oferece cursos
para capacitar os
interessados em enviar
seus projetos
OFICINAS
OSistemaMunicipaldeDesenvolvimentopelaCulturafuncionaemparceriacomaFundaçãoCulturaleéoúnicoeditalexistenteemJoinville
Para o coordenador Luciano Pereira, o Simdec também movimenta a economia da cidade
FOTOS: Aline seitenfus
06 Joinville - Junho 2011
PRIMEIRA PAUTA Ecolo
Diagramação e edição
Ecolo
Diagramação e edição
Projetoéaprovadonacâmaradedeputados,
Novo Código Flo
brasileiro em xe
LEGISLAÇÃO
FOTOS: Gisele Silveira
A propriedade
rural de Ango
Kerten é um caso
clássico da situação catarinense
de agricultura familiar
A
pesar de apro-
vado pelo Ple-
náriodaCâmara
de Deputados,
o Projeto de Lei
do Novo Có-
digo Florestal está longe de pôr
fim às divergências existentes en-
tre defensores das bancadas ru-
ralistas, ambientalistas e o poder
político. Isso porque os termos
do projeto apresentado pelo de-
putado Aldo Rebelo (PCdoB-SP)
que prevaleceram na Câmara se-
rão discutidos antes da sanção
presidencial, no Senado.
Neste momento, cabe
à população conhe-
cer e entender as
divergências do
tema. As diretrizes
do novo código te-
rão impactos signi-
ficantes na sociedade.
Quanto às questões relativas
às Áreas de Proteção Permanente
(APP), a obrigação de recompo-
sição foi aprovada em 15 metros,
para margens já degradadas de
cursos d´água com até 10 metros
de largura. Entretanto, a margem
de 30 metros de vegetação pre-
servada, como prevê a legislação
atual, deverá ser mantida.
Além disso, as APPs já ocu-
padas com atividades agrossilvi-
pastoris, ecoturismo e turismo
rural, poderão assim permane-
cer, desde que o desmatamento
tenha ocorrido antes de 22 de
julho de 2008.
Aprovou-se ainda, uma
emenda que permite aos Es-
tados estabelecer outras ativi-
dades que possam justificar a
regularização de áreas desmata-
das, através do Programa de Re-
gularização Ambiental (PRA).
Ainda sobre as APPs, o
Novo Código autoriza a ma-
nutenção de culturas de espé-
cies como uva, maçã e café ou
de atividades silviculturais, em
topo de morros, montes e ser-
ras com altura mínima de 100
metros e inclinação superior a
25 ou locais com altitude su-
perior a 1,8 mil metros.
Outro ponto trata da aver-
bação da Reserva Legal (RL),
área de mata nativa preserva-
da, que no Estado de Santa
Catarina deve corresponder a
20% de cada proprieda-
de rural. Ela não será
mais exigida em pro-
priedades de até qua-
tro módulos fiscais,
se assim permanecer
ogia
o de Eduardo Schmitz
ogia
o de Eduardo Schmitz
07Joinville - Junho 2011
PRIMEIRA PAUTA
a aprovação do Projeto de Lei.
O ponto que mais tem cau-
sado polêmica entre os mem-
bros do Congresso é a chamada
anistia, que prevê a suspensão
de multas aplicadas por órgãos
ambientais até 22 de julho de
2010, tendo como condicionan-
te a adesão ao Programa de Re-
gularização Ambiental — que
deverá ser instituído pela União
e pelos Estados.
Para a advogada especiali-
zada em causas administrativas,
ambientais e urbanísticas Camila
Gessner, é importante comentar
que para aqueles que estavam até
agora adequados às exigências
legais florestais, tendo averba-
do a RL e mantido preservados
os 30 metros de APP, a lei pode
passar a impressão de “penali-
zação dos corretos”. O Novo
Código traz a figura da anistia
das multas e processos por des-
matamento ocorridos até 2008
e reduz a obrigação de recupe-
ração da APP. “De acordo com
o novo texto legal, caso aprova-
do, muito trabalho terão os ju-
ristas especializados no tema”,
completa a advogada.
Votação no senado
No Senado, o relator do
Código Florestal será o sena-
dor Luiz Henrique da Silvei-
ra (PMDB-SC). Ele aposta na
aprovação do novo texto do
Código Florestal. Segundo o
senador, a câmara aprovou um
texto com 410 votos entre 513
votantes. Isso significa dizer que
o texto tem um apoio popular
e interpreta uma vontade nacio-
nal. “Precisamos de um Código
Florestal que permita o Brasil
ser a grande fronteira agrícola
que é”, diz LHS.
Não é o que pensam os am-
bientalistas de Santa Catarina.
Uma carta aberta do Conselho
do Centro de Ciências Bioló-
gicas da Universidade Fede-
ral de Santa Catarina (UFSC)
apresenta considerável preo-
cupação sobre o tema e deixa
claro em suas colocações que
a comunidade científica foi
amplamente ignorada durante
a elaboração do relatório de
revisão do Código Florestal.
Segundo o conselho qualquer
ato que altere o código sem as
devidas avaliações científicas
representa graves danos para as
gerações futuras. A carta mos-
tra que qualquer mudança sem
o consentimento da academia
é infundada e acrescenta que o
país gasta milhões na formação
de cientistas e no momento de
consultar esses profissionais
eles são ignorados.
E as complicações não pa-
ram. O auditor ambiental Gert
Roland Fischer relata que Luiz
Henrique da Silveira mandou
o deputado Valdir Colatto, na
época secretário do governo
LHS no setor de Engenharia
Agrônoma, elaborar uma mi-
nuta de código ambiental para
Santa Catarina, aprovada em se-
guida. Essa minuta tem pontos
problemáticos ligados às APPs
que beneficiam uma parcela dos
agricultores catarinenses. En-
tretanto, o documento deixa a
legislação catarinense inconsti-
tucional. Segundo Gert, com a
aprovação do novo código isso
seria modificado. “Sobre a lei
4771/65 o código florestal não
deveria ser alterado em nada. É
perfeito para garantir às gera-
ções do futuro e às atuais a qua-
lidade de vida, a biodiversidade
invejável, patrimônio do povo
brasileiro”, explica.
,masnãoéunanimidadeparaenvolvidos
orestal
eque
Uma pesquisa divulgada no
Serviço de Apoio as Micros e
Pequenas Empresas de Santa Ca-
tarina (Sebrae/SC) realizada em
2008, mostra que a agricultura
no Estado é tipicamente familiar.
Os estabelecimentos familiares
representam 90,5% do total. Os
agricultores familiares de Santa
Catarina possuem 60% da área
agrícola e respondem por 71,3%
do valor bruto da Produção
Agropecuária Catarinense. 
Em Santa Catarina, a agricul-
tura familiar é responsável pela
produção da maioria dos ali-
mentos. No entanto, é a menos
remunerada. Isto, na maioria das
situações, ocorre pela falta de
agregação de valor. Sem dúvida,
tal fato está na burocracia e nas
exigências estruturais incompatí-
veis com o agricultor familiar.
A preocupação dessa classe
no Estado é o cuidado com a ter-
ra. O agricultor Ango Kerten, se
mostra receoso com o novo có-
digo florestal. Sua maior observa-
ção é cuidar das gerações futuras.
“Precisamos respeitar o espaço.
Só é preciso encontrar a melhor
forma que seja viável a todos”,
explica Kerten.
O presidente do Sindicato
Rural de Joinville, Nelson Rossi,
salienta que a questão vai muito
além das leis. Existe a necessida-
de de orientar os jovens agricul-
tores a ficarem em suas terras e
capacitá-los para o trabalho na la-
voura. “Precisamos de educação
ambiental que se aplique aos agri-
cultores”, completa Rossi. Essa
é uma situação que se repete em
todo o Estado de Santa Catarina.
O tema é pautado com frequên-
cia nas reuniões realizadas pelo
sindicato.
Agricultura familiar ainda
predomina em Santa Catarina
1 – Área de Preservação Permanente (APP)
Segundo a legislação atual, em topos de morros,
margens de rio e encostas é expressamente proibi-
da qualquer tipo de atividade agrícola. Não se pode
plantar, nem retirar a vegetação original.
O que muda:
Cada estado tem o poder de estabelecer outras
atividades que possam justificar a regularização de
áreas desmatadas até junho de 2008. Da mesma
forma, cada Estado deverá avaliar a obrigatoriedade
ou não de recuperação de margens de rios e encos-
tas já desmatadas. O projeto não considera APPs as
várzeas fora dos limites em torno dos rios, as vere-
das e os manguezais em toda sua extensão.
2 – Anistia e regularização das propriedades
O Decreto 7029, de 2009, que regulamenta a Lei de
Crimes Ambientais, prevê a anistia de multas já apli-
cadas aos produtores rurais que regularizassem suas
propriedades até junho, data em que entraria em vi-
gor.Masnãohouveadesão.DadosdoIbamaindicam
aexistênciadecercade13milmultascomvalortotal
de R$ 2,4 bilhões até 22 de julho de 2008.
O que muda:
Segundo o projeto aprovado, será concedido o
perdão às multas e aos crimes cometidos contra
o meio ambiente. Mas para fazer juz ao perdão, o
proprietário rural deverá aderir ao Programa de Re-
gularização Ambiental (PRA), a ser instituído pela
União e pelos Estados. Eles terão o período de um
ano para aderir, a partir da criação do Cadastro Am-
biental Rural (CAR), que deve ocorrer em até 90 dias
da publicação da lei.
3 – Reserva Legal (RL)
Segundo o código em vigor, a Reserva Legal é a
área localizada no interior de uma propriedade ru-
ral, ressalvada a de preservação permanente (APP),
representativa do ambiente natural da região e ne-
cessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à
conservação da biodiversidade e ao abrigo e prote-
ção da fauna e flora nativas. Deve ser equivalente a,
no mínimo, 20% da área total de propriedades fora
da Amazônia Legal. Em propriedades agrícolas den-
tro da Amazônia Legal, a reserva deve ser de 80%
daáreaocupada ede35%,selocalizadano Cerrado. 
O que muda:
O texto do novo Código mantém os atuais índi-
ces de reserva legal, mas permite usar APPs no
cálculo. Ou seja, para definir a área destinada à
reserva legal, o proprietário poderá considerar
integralmente a área de preservação permanen-
te (APP). Aos agricultores familiares com pro-
priedades de até quatro módulos será permito
manter, para efeito da reserva legal, a área de ve-
getação nativa existente em 22 de julho de 2008.
A reserva poderá ser regularizada de diversas for-
mas, incluindo compra de cotas. O projeto também
dá ao proprietário rural a alternativa de compensar
áreasdeReservaLegaldesmatadasemoutrobioma
fora do seu estado.
Três mudanças básicas, incluindo a Emenda nº 164:
Lizandra Carpes
lizandra.carpes@hotmail.com
Maior parte da agricultura
catarinense é baseada na
agricultura familiar
08 Joinville - Junho 2011
PRIMEIRA PAUTA Política
Diagramação e edição de Polianna Moraes
P
Primeira Pauta: Qual sua leitura
sobre o PSD no sistema partidário
brasileiro?
Jacques Mick: Se pensarmos que a
legenda não tem programa polí-
tico, como diversas outras siglas,
o PSD é mais um símbolo da
fragilidade do sistema partidário
brasileiro. Mas o fato de o parti-
do ter sido criado para suceder o
DEM merece alguma atenção. O
DEM tinha um programa para o
país, materializado nas reformas
que configuraram
o amplo movi-
mento conhecido
como Neolibera-
lismo. A retomada
do crescimento
econômico no
Brasil a partir de
2005, combinada
com políticas so-
ciais marcadas por
forte atuação do
Estado, compro-
varam a ineficácia
daquela agenda de
reformas. Satisfei-
ta, a maioria dos
eleitores escolheu
outros candida-
tos, que não os do
DEM. Ou seja: o
DEM tinha um
programa claro,
rejeitado pela po-
pulação; restou
aos políticos agregados naquele
partido buscar alternativas para
sobreviver. Efeitos disso afetam
também o PSDB.
PP: O enfraquecimento da oposição
ao governo federal pode ter motiva-
do a criação do PSD?
Mick: O PSD não é de oposição e
tende a ser clientelista. Acostuma-
dos a governar, os líderes de DEM
e PSDB não conseguiram dar à
oposição consistência suficiente
para resistir à satisfação da maio-
ria dos brasileiros com a atuação
do governo federal.
PP: Você acredita que o eleitor terá
dificuldade de reconhecer a identi-
dade do PSD?
Mick: O PSD não tem identidade,
como vários outros partidos. Em
Santa Catarina, a nova legenda re-
colheu todo o espólio do DEM:
43 prefeitos, mais de 300 verea-
dores, nove deputados estaduais
e três federais. Todos terão uma
marca nova para enfeitar as fotos
oficiais das candidaturas do ano
que vem.
PP: A tendência é que os nomes le-
vem os votos, não suas legendas?
Por quê?
Mick: Embora parte dos eleitores
escolha seus candidatos por iden-
tificação partidária, parte opta
pela pessoa, como se diz. Pense-
mos em Gilberto Kassab, líder
da criação do PSD: começou a
carreira ao lado de
Paulo Maluf e Cel-
so Pitta (ambos do
PP), como verea-
dor eleito pelo PL
(hoje, PR); depois,
transferiu-se para
o PFL, renomeado
DEM, e elegeu-se
prefeito em coliga-
ção com o PSDB.
Namorou três ou-
tras legendas (PT,
PMDB, PSB), an-
tes de decidir criar
uma nova. As siglas
não foram irrele-
vantes na carreira
do prefeito, mas
hoje Kassab tem
um repertório de
eleitores, que pode
levar para qualquer
sigla. Um sistema
partidário mais
robusto ou a adoção de outro sis-
tema eleitoral talvez alterassem a
relação eleitor-partido. Mas, com
o que temos, o apelo do líder ca-
rismático e forte vínculo social
com o eleitor, segue forte.
PP: É contraditório o ressurgimento
do PSD, que foi fundado anterior ao
governo militar por GetulioVargas?
Mick: Arena e MDB são poste-
riores ao antigo PSD. O novo
PSD não tem relação direta com
o PSD dos tempos de Vargas: a
coincidência do nome não apaga
a impossibilidade de comparar
os dois brasis (o atual e o do ciclo
1945-1965). Se algum vínculo
é possível, ele estaria na genealo-
gia de certa posição política que,
presente no PSD original, desem-
boca na Arena, no PFL, no DEM
e agora deságua no PSD. Mas há
quase duas gerações de políticos
nesse intervalo entre 1965 e 2011,
o que torna qualquer comparação
problemática. (D.C)
“Eles não têm uma
identidade definida”
Entrevista Jacques Mick
O Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) determinou o prazo de 30
dias para os políticos com algum
mandato ingressarem em siglas
recentemente criadas. A chefe do
Cartório Eleitoral de Jaraguá do
Sul, Simone Ladeira, explica que
o prazo começa a contar a partir
do registro do novo partido jun-
to ao TSE. Assim, esses políticos
não serão considerados infiéis. “Se
passar, o TSE pode considerar in-
fidelidade partidária”, avisa.
Os políticos interessados em
disputar as eleições em 2012 de-
vem estar filiados, pelo menos, há
um ano para poder se candidatar
nas próximas eleições. O registro
deve ser oficializado até outubro.
Segundo ela, os procedimentos
prévios já estão sendo feitos para
efetivar o PSD.
A Lei dos Partidos Políticos
nº. 9096/95 estabelece um mé-
todo matemático para somar a
quantidade de assinaturas neces-
sárias para o registro. “Pelo me-
nos, metade da porcentagem dos
votos válidos na última eleição
para Câmara dos Deputados, não
computados os votos brancos e
nulos, distribuídos por um terço
ou mais estados. Então mil eleito-
res serão necessários para registrar
o partido e esse número pode va-
riar”. (D.C)
Políticos têm apenas 30 dias
para se filiar na nova legenda
O PSD não é
oposição e
tende a ser
clientelista. Estão
acostumados a
governar”
“
JACQUES MICK
professor
Políticos de todo Brasil junto com Gilberto Kassab (centro)no lançamento da ata do PSD
Divulgação Álvaro Dias
Como os Democráticos poderão ser reconhecidos pelos
eleitores sem causar confusão com as siglas anteiores
A criação do PSD, um
partido novo formado
por velhos conhecidos
BASTIDORES DAS ELEIÇÕES 2012
Na leitura de Mick, os líderes
democratas e tucanos sempre es-
tiveram acostumados a governar -
ou seja, presentes na situação - por
isso não tiveram bom desempenho
como oposição ao governo federal
nos mandatos de Luís Inácio Lula
da Silva, e agora no comando de
Dilma Rouseff, ambos do Partido
dos Trabalhadores. “Recentemente,
oex-presidenteFernandoHenrique
Cardoso escreveu um artigo com
propostas para fortalecer a oposi-
ção: focava em estratégias de ma-
rketing, mais do que em elementos
daagendapolítica”,consideraMick,
“Comoesvaziamentodefinitivodo
DEM e a criação do PSD, é o Parti-
do Social da Democriacia Brasileira
(PSDB)quemdeveconduziraopo-
sição ao governo federal”, acredita.
OPSDnãotemidentidade,afir-
maoprofessor.Eleexplicaqueanova
sigla é um amontoado de lideranças
políticas destinado a servir aos inte-
resses de futuros candidatos. “Uma
parte dos eleitores leva o partido em
conta, ao escolher seus candidatos;
outraparte,não.Éaessaparte,talvez
majoritária, que o PSD se dirigirá”.
Para saber mais sobre o tema, acom-
panhe a entrevista com o professor
daUFSCnotextoabaixo.
DaianaConstantino
daia.constantino@gmail.com
A
o passo que apro-
xima o ano eleito-
ral, aumentam as
discussões quanto
ao cenário políti-
co que começa a
se formar para 2012. A oficializa-
ção do Partido Social Democrático
(PSD), previsto para o mês de se-
tembro,possibilitaráaoscandidatos
a troca de siglas em todo o país. Em
Santa Catarina, o governador Rai-
mundo Colombo decidiu ingressar
na nova legenda logo nos primeiros
três meses de seu mandato, com o
desafiodelevarconsigoasprincipais
lideranças democratas do estado.
Agora, diante dessa recente frente
partidária, discute-se a origem da
sigla, ideologia e identidade.
Para o professor do Departa-
mento de Sociologia e Ciências
Política da Universidade Federal
de Santa Catarina (UFSC), Jacques
Mick, o PSD entrará na disputa
eleitoral como um partido forte,
pois estará consolidado por impor-
tantes líderes políticos. “Diferente
do partido Democrata, fragilizado
comapenasquatroanosdehistória,
o PSD receberá o tratamento de
marketing que se costuma aplicar
no sistema político e estará pronto
para o consumo no próximo ano.
Não haverá tempo para a imagem
dessa marca se deteriorar”, prevê.
DIVULGAÇÃO
conteúdo Informações exclusivas no portal eletrônico
www.primeirapautaielusc.blogspot.com
a 09Joinville - Junho 2011
PRIMEIRA PAUTAPolítica
Diagramação e edição de Polianna Moraes
O Partido Social Democráti-
co surge como o novo azarão do
pleito eleitoral de 2012. A sigla é
nova, mas traz nomes fortes. Es-
tes, por sua vez, trazem uma his-
tória de militância política.
Santa Catarina tem se mostra-
do como um dos estados melhor
articulado no processo de funda-
ção do novo partido. Boa parte
do mérito cabe ao governador
Raimundo Colombo. Desde o
início das conversas sobre a cria-
ção do partido ele se manifestou
em deixar os Democratas (DEM).
O PSD tem conseguido aliar no-
mes principalmente do DEM, até
o momento 24 prefeitos já confir-
maram a adesão ao novo endereço
partidário. O governador tam-
bém arrebanha correligionários
do Partido Progressista (PP) e
do Partido da Social Democracia
Brasileira (PSDB).
Só em Joinville, arrastou o atu-
al presidente da Câmara de Vere-
adores, Odir Nunes, e o vereador
mais votado da história de Santa
Catarina, Patrício Destro, ambos
do DEM. Mas o arrastão se esten-
de para as outras siglas também.
A vereadora Zilnete Nunes (PP)
completa a lista de nomes vindos
da Câmara confirmados para o
PSD. Outros nomes que pesam a
favor do PSD na balança eleitoral
são os deputados Darci de Matos
(DEM) e Kennedy Nunes (PP),
dois dos três deputados estaduais
com base em Joinville, e a bancada
continua em crescimento.
No início do mês de junho,
um grupo de lideranças fez sua
primeira reunião oficial em Join-
ville, definindo os nomes dos in-
tegrantes que agoram integram
a comissão provisória para co-
mandar o PSD na cidade. A no-
minata é composta por Afonso
Ramos na presidência, Nelson
Trigo como vice-presidente, Mi-
sael Canuto como tesoureiro,
Valter Flores como segundo te-
soureiro e a secretaria ficou com
Marilise Boehm.
Polêmica
Para que o PSD possa ser regu-
larizado e registrado, precisam ser
coletadas 482 mil assinaturas de
apoio a criação do partido. A pre-
sença de nomes fortes a frente da
futura sigla facilita a conquista de
contatos. Muitas assinaturas vem
por simpatia ou ligação às pessoas
que já assinaram. Em meio a toda
essa movimentação, também co-
meçam as surgir as primeiras po-
lêmicas com o PSD.
Há uma suspeita de fraude na
cidadedeSãoLourenço,ondecin-
co assinaturas de apoio que foram
coletadas o registro do partido
seriam de pessoas já falecidas. Na
cidade do oeste catarinense, tam-
bém foi questionada a veracidade
de outras 117 assinaturas.
Eduardo Schmitz
erschmitz@gmail.com
O PSD surge em um momen-
to importante da história política
do Brasil. Pois tramita hoje no
Senado Federal a atual Reforma
Política, com previsão de vota-
ção neste ano, mas com validade
somente a partir das eleições de
2014, segundo a previsão dos se-
nadores catarinenses. Os repre-
sentantes de Santa Cantarina em
Brasília estão discutindo os itens
para os temas que vão compor o
remodelamento do sistema eleito-
ral, assim como a entrada da nova
sigla no meio político brasileiro.
Quanto à nova legenda, o se-
nador Paulo Bauer (PSDB) avalia
que o PSD surge da divisão do
partido Democrata. E isso, na sua
leitura, não altera a política no seu
tramite nacional. “Entendo que o
PSD não será posição e nem cen-
tro. Mas posso falar do seu desem-
penho depois de sua oficialização
e atuação nas próximas eleições”,
afirma. Já o senador Casildo Mal-
daner (PMDB) acredita que o
PSD será um dos partidos fortes
que sobreviverá o fim das coliga-
ções “O PSD tem tudo para estar
entre os partidos que vão conse-
guir agregar lideranças e estarem
em sintonia com os anseios da so-
ciedade”.
O peemedebista é a favor do
fim das coligações nas candida-
turas proporcionais. “Com as
coligações, candidatos são eleitos
utilizando o coeficiente alcança-
do pela coligação. Isso tem que
acabar. Não podemos conviver
com 26 27 partidos. A tendência
é que acabem unindo-se os de ide-
ologia mais próxima”. Ele também
defende a Fidelidade Partidária.
“Não podemos conviver com o
troca-troca partidário. Isto não
contribui em nada para o proces-
so democrático”, afirma o senador.
Maldaner está de acordo com o
texto aprovado pela comissão da
reforma no Senado, que mantém
as regras atuais do tema.
Bauer também defende o tema
da Fidelidade Partidária. Para o
tucano, os candidatos interessa-
dos em se candidatar a algum car-
go público devem estar filiados a
um partido político, pelo menos,
três anos. Ele também defende o
fim da reeleição, o mandato de
seis anos para todos os cargos,
desde vereador até presidente da
República, com eleições a cada
três anos, intercalando entre Exe-
cutivo e Legislativo.
Já Maldaner apoia o limite de
uma reeleição para cargos majori-
tários, mas com a obrigatoriedade
da desincompatibilização, para
evitar o uso da máquina do gover-
no. “Tem de ser estudado também
um limite para os cargos legislati-
vos, para que políticos não se eter-
nizem em determinados postos”.
Ninguém deve ficar eterno em um
cargo, como a presidência de uma
entidade, especialmente se esta re-
ceber subsídios públicos”.(D.C)
Partido de Origem: DEM
Cargo eletivo:Vereador
Presidente da Câmara de Joinville,
acumula cinco mandatos como ve-
reador. É o nome de referência como
oposição ao governo municipal.
Odir Nunes
Partido de Origem: DEM
Cargo eletivo: Deputado Estadual
Destacado como principal nome para
concorrer à Prefeitura de Joinville em
2012. Sofreu oposição de Kennedy
Nunes ma eleição municipal de 2008
Darci de Matos
Partido de Origem: DEM
Cargo eletivo:Vereador
Foi o vereador mais votado da história
de Santa Catarina com 8.540 votos.
No início se mostrou contrário à troca.
É cotado a vice-presidente da sigla.
Patricio Destro
Partido de Origem: PP
Cargo eletivo: Deputado Estadual
Quando estava no PP era um forte
candidato a concorrer à Prefeitura.
Foi opositor às candidaturas tanto
deTebaldi como de Darci de Matos.
Kennedy Nunes Zilnete Nunes
Entendo que o PSD
não será oposição e
nem centro.
“PAULO BAUER
senador
DIVULGAÇÃO
O troca-troca nos preparativos para o PSD decolar
Não podemos conviver
com tantos partidos
com 26 ou 27 partidos”
“CASILDO MALDANER
senador PMDB-SC
Senadores catarinenses buscam
a reforma política em Brasília
Senador Paulo bauer defende a fidelidade partidária e o fim da reeleição
Partido de Origem: PP
Cargo eletivo:Vereadora
A irmã de Kennedy foi convidada a
integrar o PMDB, mas optou pela
nova sigla e aumentar a legenda com
outros vereadores que poderão vir.
10 Joinville - Junho 2011
PRIMEIRA PAUTA
Diagramação e edição de Gabriel Fronzi
Esporte
A
força da cida-
de de Joinvil-
le no cenário
futebolístico
de Santa Ca-
tarina é inegá-
vel. Desde a fundação do Join-
ville Esporte Clube, em 1976, a
equipe acumulou doze títulos
estuduais, tornando-se uma das
quatro grandes do estado, se-
gundo muitos entendedores do
assunto. O que muitos não sa-
bem, ou não se dão conta, é que
o JEC surgiu a partir da união
de duas agremiações tradicio-
nais da maior cidade do esta-
do: América e Caxias. A última,
após glórias em campo e fracas-
sos administrativos, retomou o
futebol profissional em 2009 e
tem como objetivo voltar a eli-
te do futebol barriga-verde na
próxima temporada.
Visando acabar com a he-
gemonia imposta pelo América
na região, em outubro de 1920,
Vampiro e Teotônia, duas ins-
tituições de menor expressão,
decidiram se unir. Misturando
o preto do primeiro e o branco
do segundo, surgiu o alvinegro
Caxias. O nome, foi uma ho-
menagem a Duque de Caxias,
figura importante do exército
brasileiro. A existência de duas
potências citadinas resultou em
uma rivalidade instantânea: no
dia 9 de março de 1921, América
e Caxias duelaram em comema-
ção do septuagésimo aniversário
de Joinville. Foram os primeiros
noventa minutos de um clássi-
co disputado até o surgimento
do Joinville Esporte Clube, que
cuminaria na fusão de ambos.
‘Vencemos o primeiro clássico
por 2 a 1, no campo do adver-
sário. Isso nos deu muita força
logo no início de nossa história’,
relembra Flávio Braga, atual pre-
sidente do Caxias.
De 1920 a 1976, o Caxias
fez seu nome no estado. Foram
três títulos estaduais, sendo dois
de forma consecutiva e invicta,
além de sete vice campeonatos,
nos quais dois deles desconten-
tam os torcedores até os dias de
hoje. Além disso, grandes joga-
dores que vestiram o uniforme
preto e branco também conse-
guiram notoriedade no futebol
brasileiro (confira o box ao lado
com cinco grandes jogadores da
história caxiense).
Nos anos 70, aconteceu a pri-
meira crise financeira alvinegra.
E o seu maior rival, coincidente-
mente, não passava por um bom
momento. Isso resultou na união
dos dois departamentos de fu-
tebol profissional, progredindo
assim para a criação de um novo
time na cidade: o JEC. O alvirubro
da zona norte passou a dedicar-se
com a liga amadora da cidade e o
gualicho, fechou defitivamente as
atividades, fazendo uma conces-
são de seu estádio, o Ernestão, ao
tricolor por 25 anos. Em 1996, o
Caxias decidiu voltar ao futebol
mas, inicialmente, de forma ama-
dora.. Cinco anos depois, com o
término da concessão do estádio,
o alvinegro voltou aos gramados
profissionalmente. Em 2002, a
equipe conseguiu o acesso para a
primeira divisão do estado e no
ano seguinte, com ótima campa-
nha no catarinense, chegando a fi-
nal, deixou o título escapar diante
do Figueirense. A partir daí, nova
crise e novas dívidas, que resulta-
ram no fim do futebol profissio-
nal, pela segunda vez.
Matheus Mello
senso_de_humor@hotmail.com
Empurrado por sua tradição, o Caxias Futebol Clube
busca voltar para a elite do futebol catarinense
O alvinegro mais
famoso e vencedor no
norte do estado
ESPORTE
Juarez (Juarez Teixeira): O
centroavante,oriundodeBlume-
nau, marcou época na conquista
do campeonato catarinense de
1954, marcando 18 gols em sete
jogos. Tal desempenho desper-
tou o interesse do Grêmio (RS),
e o mesmo transferiu-se para
Porto Alegre. No clube, ganhou
o apelido de Leão do Olímpico,
sendo pentacampeão gaúcho
e campeão panamericano pela
Seleção Brasileira. Juarez está
eternizado na calçada da fama
gremista, e é apontado por mui-
tos como um dos maiores gole-
adores que o Grêmio já viu em
sua hstória. Atualmente mora
em Porto Alegre.
Mickey (Adalberto Kretzer):
Nascido em Presidente Getú-
lio, localizada no médio vale do
Itajaí, o centroavante ingressou
no gualicho em 1966. Suas boas
atuações chamaram a atenção
do então técnico do Botafogo,
João Saldanha, que o indicou ao
clube da estrela solitária. A ne-
gociação não vingou, e Mickey
foi contratado pelo Fluminense.
Lá, fez história. Participou do
time vitorioso que conquistou o
torneio Roberto Gomes Pedroza
(Robertão, o campeonato brasi-
leiro da época), marcando três
gols decisivos no quadrangular
final, e sendo um dos prota-
gonistas da conquista. No São
Paulo, foi campeão brasileiro em
1977. Hoje em dia, possui um es-
critório imobiliário em Balneário
Camboriú, onde reside.
Jairo (Jairo do Nascimento):
Natural de Joinville, o goleiro
Jairo jogou quatro temporadas
no Caxias e, junto com Mickey,
mudou-se para o Rio de Janeiro
para denfender o tricolor das la-
ranjeiras. Também participou da
conquista do Robertão em 1970.
Além disso, foi duas vezes cam-
peão paulista pelo Corinthians e
campeão brasileiro pelo Coritiba
em 1985, quase no fim de sua
carreira. Outro fato interessante,
é que Pantera (como também
era conhecido) foi o primeiro
joinvillense a ser convocado para
a seleção brasileira de futebol.
Atualmente, mora em Curitiba e
administra escolhinhas de fute-
bol na capital paranaense.
Norberto Hoppe: Unanimi-
dade entre aqueles que viveram
a grande fase do gualicho nas
décadas de 50 e 60. Apesar de
nunca ter sido campeão estadu-
al, marcou história, fazendo mais
de 500 gols. Em 1966, balançou
as redes 33 vezes, sendo o maior
artilheiro do futebol brasileiro
naquela temporado, superando
inclusive o rei Pelé. Impressiona-
do com seu futebol, o mandatá-
rio do Bangu, Castor de Andra-
de, bancou o jogador, que ficou
emprestado ao clube carioca por
um ano.
Vilmar Puccini: Goleiro bi-
campeão catarinense com o
gualicho em 1954 e 1955. Jo-
gou em clubes de expressão do
futebol barriga-verde na época
como o Baependí, de Jaraguá do
Sul e o Palmeiras, de Blumenau,
se destacando em todos, mes-
mo com sua baixa estatura de
1,70m.
Atualmente na segunda divi-
são do campeonato catarinense, o
Caxias almeja o retorno a elite do
estado, competição que não dis-
puta desde 2005. ‘Em 2001, vol-
tamos ao futebol profissional de
forma muito afobada. Fomos vice
campeões em 2003, montamos
um bom time, mas gastamos de-
mais,eissonosprejudicou.Agora,
estamos com opé no chão’, afirma
Braga. O mandatário caxiense
acrescenta que as prioridades do
clube neste momento são o patri-
mônio e sua categoria de base. A
competição tem início em agosto,
e o gualicho encara o Próspera, de
Criciúma, na estreia.
Uma nova história
O apelido Gualicho foi dado
ao Caxias graças a um cavalo
de corrida que vencia todas as
corridas que disputava. Como
o clube passava por uma boa
fase, associaram o cavalo Gua-
licho ao alvinegro joinvillense.
O mascote do Caxias é o
pinguim. Tal escolha ocorreu
em uma partida realizada no
Ernestão na década de 50,
quando um torcedor levou um
pinguim que havia achado no
litoral norte. Dentro de campo,
a equipe venceu, transforman-
do o animal de terras geladas
em pé quente e, com isto, tor-
nou-se o mascote.
Caxienses que marcaram época
Curiosidades
O treinador Pingo (esq), ao lado de JoséWilson e do presidente Flávio Braga na apresentação da equipe para a temporada 2011
Gabriel Fronzi
Especial
Diagramação e edição de Aline Seitenfus
11Joinville - Junho 2011
PRIMEIRA PAUTA
MAIO
A paralisação das obras
JUNHO
O abandono
ABRIL
A promessa
E
ra o começo
de uma nova
história. O ca-
lendário mar-
cava 22 de
maio de 2011
e o Joinville Esporte Clube,
equipe tradicional do futebol
catarinense, estava em uma
Copa Santa Catarina, um tor-
neio sem expressão, mas que
teria como objetivo servir de
preparação para um grupo que
visa a disputa do campeonato
Brasileiro da Série C. Mas, não
é apenas o clube que vive em
maus lençóis, acumulando der-
rotas e tristezas para a torcida.
A Arena Joinville, o projeto do
melhor estádio do Sul do país,
também não vive bons mo-
mentos. E a cada dia piora.
Naquele dia cinzento, pouco
mais de duas mil e quinhentas
pessoas foram ao estádio. Como
é rotineiro, as catracas eletrôni-
cas para entrada dos torcedores
quebraram. Virou corriqueiro
formar filas em todos os jogos,
para que os torcedores consi-
gam entrar no estádio, que tem
um único acesso, pelas rampas
da rua Inácio Bastos. Paralela-
mente, o torcedor que vem ao
estádio aponta al-
guns pontos nega-
tivos. O empresário
Julio Ferreira alega
que a saída do es-
tacionamento da
Arena Joinville tem
problemas. “Exis-
tem dias que fica-
mos até 40 minutos
dentro do carro es-
perando para con-
seguir sair do estacionamento”,
lamenta. O local é terceirizado,
mas não tem asfalto. Em dias de
chuva, a terra molhada e o barro
atingem as pessoas que desejam
apenas estacionar seu carro para
assistir o jogo de futebol do seu
time do coração. O presidente
da Felej, Fundação de Esporte
Lazer e Eventos de Joinville,
Jorge Nascimento, garante que
o problema do estacionamento
já foi pior e a demora dos veícu-
los se dá ao fato das duas únicas
saídas do local,
foram afetadas
com as obras do
“Parque da Ci-
dade”, que está
sendo construí-
do no pátio do
estádio. “Obras
são obras, não
há como negar
que existe um
problema no
desafogamento do trânsito ao
final dos jogos. Mas, esperamos
concluir tudo isso com a inau-
guração do Parque da Cidade
nos próximos meses”, afirma.
Mas esse não é o único pro-
blema ocasionado por obras
mal-acabadas da Arena Join-
ville. O estudante Guilherme
Silva também atenua para os
banheiros do estádio que, nas
arquibancadas descobertas, não
contem iluminação e por diver-
sas vezes não são limpos. “É
complicado, a gente vem aqui
pra torcer e quando quer usar
os banheiros encontra-os nesta
situação”. Aí, neste caso, a Fe-
lej justifica que a situação já foi
regularizada. Nos intervalos, a
maioria dos torcedores se diri-
ge as dependências abaixo das
arquibancadas que é onde se
encontram os quiosques para
alimentação. Eles são adminis-
trados pela empresa “Futebol
Total” e, naturalmente, nenhum
encontra-se nas condições que
estavam as lancherias do pro-
jeto inicial da Arena Joinville.
Nada mais são do que um con-
glomerado de freezers, estufas
para salgadinhos e máquinas de
fazer pipoca. Nada de confor-
to, nada animador.
Já não bastassem as infil-
trações que ocorrem nas pare-
des dos escritórios do Joinville
Esporte Clube e da própria
Felej, as rachaduras se tornam
evidentes. Um dos responsá-
veis pela estrutura do estádio,
que prefere não ter o nome
divulgado, alerta que a situa-
ção só tende a piorar devido
ao estado que se encontra a
Arena Joinville. A solução po-
deria ser com obras imediatas
e constantes na estrutura que
apresenta diversas falhas e
sofre de um desgaste diário.
Atualmente, a Prefeitura, em
conjunto com a Felej, realizou
a lavação das arquibancadas e
do prédio externo.
Gabriel Fronzi
gabrielfronzi@ligaedesliga.com.br
TorcedorescontinuamaenfrentarproblemasdevidoaodescumprimentodoprojetodaArenaJoinville
Maisumprojetoquenãosaiudopapel
DESCASO
Alémdosproblemas
comoestacionamento
aArenaapresenta
rachadurase
infiltraçõesnasparedes
PERIGO
Com os inúmeros problemas na Arena Joinvile o que é para se tornar um passeio agradável para prestigiar o time acaba por virar um martírio. Filas longas, problemas com estacionamento e na infraestutura. Essa é a atual situação
jaqueline Mello
12
Diagramação e edição de Ronaldo Santos
Joinville - Junho 2011
PRIMEIRA PAUTA Reportagem fotográfica
InsatisfaçãocontinuaapósfimdagreveNove de maio de 2011: os servidores públicos
da Prefeitura de Joinville decidem pela paralisação
do trabalho. Era o início de uma greve que resulta-
ria em muito mais que dias sem trabalhar. Resultaria
em várias páginas dos jornais locais, na construção
de personagens como líderes, no envolvimento de
toda a população e na segunda maior greve munici-
pal. Professores e funcionários da saúde esvaziaram
os órgãos públicos e encheram as ruas. Em cima do
trio elétrico, o presidente do sindicato, Ulrich Bea-
thalter, comandava os grevistas nas assembleias rea-
lizadas em frente à prefeitura. No início, o sindicato
pedia reajuste imediato de 8% no salário. Do outro
lado, o chefe de gabinete, Eduardo Dalbosco, era o
porta-voz das decisões do governo: o aumento sala-
rial não seria dado no ano atual, apenas no início de
2012. O motivo? As dívidas que rondavam o gover-
no de Carlito Merss. Foram 40 dias de faixas esten-
didas, gritos de guerra, escolas paradas e postos de
saúde fechados. As negociações, inicialmente, eram
raras. Diversas lideranças externas interviram para
que os dois lados tentassem um acordo. No meio
do caminho, Dalbosco deu lugar ao prefeito Carlito
Merss, que começou a ser o negociador. Há quem
dizia que os rumos da greve se tornavam outros.
Não mais uma luta pelo direito dos trabalhadores,
mas uma briga de interesses políticos. No 17 de
junho de 2011, o governo ofereceu reajuste de 2%
em setembro, 2% em novembro e 4% em janeiro
aos servidores. O sindicato aceitou. Fim da greve.
Mas nem tudo voltou a ser flores. Os ares pesados
entre os petistas e o descontentamento de ambas as
partes continuou.
texto e fotos: jaqueline dias
jaqdias@gmail.com
Prefeito Carlito Merss assumiu as negociações no final da greve
Grevistas montaram barracas no jardim da sede da prefeitura
Assembleias e manifestações ocorriam em frente à prefeitura
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  • 1. GISELE SILVEIRA Criação do PSD muda cenário político para as eleições de 2012 A oficialização do Partido Social Democrático (PSD) permitirá que políticos de todo o país mudem de sigla. Em Santa Catarina, um dos estados mais articulados no processo de fundação do partido, nomes conhecidos já anunciaram a troca. Agora, discute-se a origem da sigla, a ideologia e a identidade. POLÍTICA | PÁGINA 8 Integrantesd’ABandaMais BonitadaCidadetentamexplicar sucessorepentinonainternet CULTURA | PÁGINA 4 ENTREVISTA | PÁGINA 3 A empresa não existe para dar emprego. Ela existe para produzir, dar lucro e o melhor produto. Para isso, precisa do melhor profissional. “ FRANCISCOORNELLAS executivodoGrupoEstado JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DO BOM JESUS/IELUSC JOINVILLE, JUNHO DE 2011 - EDIÇÃO 88 - GRATUITO www.primeirapautaielusc.blogspot.com Caxias Futebol Clube quer voltar à elite do futebol de Santa Catarina O tradicional time joinvilense almeja, mais uma vez, o retorno à elite do estado, competição que não disputa desde 2005. Em 2003, foi vice-campeão, mas a maneira “afobada” de como voltou acabou prejudicando time. ESPORTE | PÁGINA 10 ECOLOGIA | PÁGINAS 6 E 7 Polêmica AmbientalO Novo Código Florestal está longe de ser unanimidade. Aprovado pelos deputados, em Brasília, a legislação causa divergências entre defensores das bancadas ruralistas, ambientalistas e o poder político. GRANDES REPORTAGENS SUPLEMENTO ESPECIAL de Nesta última edição do semestre, o Primeira Pauta traz aos leitores um suplemento especial com grandes reportagens. As matérias abordam a trajetória dos negros em Joinville, o preconceito sofrido pelas religiões afro, o déficit habitacional da cidade e muitos outros temas relevantes, contados de forma diferente. Leia no caderno anexado nesta edição.
  • 2. 02 Joinville - Junho 2011 PRIMEIRA PAUTA Opinião O futuro já chegou e nada mudou O cenário político de Joinville passa por um momento de turbulência e ebulição. Os movimentos sociais, princi- palmente os sindicatos, agitam os trabalhadores que vão para as ruas conhecer um horizonte que há tempos não era explorado. Os parlamentares e forças políticas da cidade começam a se diferenciar em meio ao complexo universo político, que quando está na inércia fica muito propenso a criar um grupo muito homogêneo e sem características marcantes. O surgimento do Partido Social Democrático (PSD) também abre um novo leque e des- perta a esperança de mudança no país. Olhando de fora, o cenário realmente pareceseresperançoso,quetudooqueháde ruimterásalvação.Qualocaminho?Alguns podem dizer que são as eleições municipais do próximo ano. Joinville já está experimen- tando a demonstração do possível “banque- te”decandidatosaPrefeitoem2012.Aopi- nião pública – e também os formadores de opinião – listam vários nomes de peso, seja daclasseempresarial,popularoutrabalhista.Possivelmentea cidadenuncatevetantadiversidade,oquelevaatécertopon- toaquestionaronossosistemapolítico. Com o novo agrupamento político, vão sobrar nomes fortes na mesma legenda. Há uma construção de lideranças também nos partidos mais tradicionais. Partindo do ponto queháumagrandediversidadedepessoas,ficariasobrespon- sabilidade dos eleitores escolher aquele mais capacitado. Os partidos podem dizer: “nós tínhamos o melhor candidato, masopovoescolheuporfulano.Agoraaguentemasconse- quências”. Independente do andamento político da cidade, ou de quantos candidatos existam, a oposição sempre vai poder se apoiar nesse discurso. A população ainda acredita que as eleições são o ápice do processo democrático do Brasil. “O nosso papel nós fizemos, que é ir votar mesmo obrigados.” Quem nunca ouviu, ou até mesmo pensou isso? Pensar que a democracia é apenas isso, é mediocridade. Falta interesse em disseminar a cons- cientização política na população. Não só da política partidária, mas do papel do cidadão na sociedade. As câmaras de deputados e vereadores, o congresso e as prefeituras já estão viciadas no modelo atual de tentar deixar tudo como está. Mas esse sintoma da alienação também invade outros campos. O movimento estudantil não discute as reivindicações dos estudantes, os sindicatos não incen- tivam a luta dos trabalhadores, as associações de mora- dores se utilizam de palanque eleitoral, e por aí vai. Falta a sociedade questionar. “Por que as coisas acon- tecem assim? Isso está certo? Tá, e não dá pra melhorar? E comoeuficonessahistória?”Sãoquestõesqueseaproximam do jornalismo. A campanha comemorativa de uma empresa de comunicação de Santa Catarina faz a pergunta que todos têm que fazer: E daí? Só questionando pode-se ter uma me- lhorcompreensão,paraentãocobrarmudanças. editorial Falta interesse em disseminar a conscientização política na população ALIENAÇÃO em foco @twitter O que eles(as) falam em 140 caracteres @Fe_RBlau O pessoal da #grevejoinville está nervoso, e com razão. Só devemos cuidar para não direcionarmos nossa raiva para quem está do nosso lado. Servidorapúblicagrevista @brunopost RT @CalixtoCecyn: RT @ MandyGraper: @MarceloTas por favor, divulga a #grevejoinville no #cqc. greve desde 9/5 Populaçãousouotwitterparatentaremplacaragrevedo serviçopúblicomunicipalnoprogramaCQC @gflitzz Twittar só pra ñ perder o costume: pelo menos pra mim a #grevejoinville ñ acabou. Hj uma derrota, amanhã a VITÓRIA! Servidorpúblicoavaliasaldodagreve @jb_joaobatista ”Acabou, acabou”, Galvão Bueno #grevejoinville Fimdagrevetambémgeroucomemoração,principalmente paraosjornalistasquecobriramagreve @AureaVieira #grevejoinville voltamos ao trabalho na 2a. O que levo no bolso? Não sei ainda. O que levo na alma? Dignidade, força, caráter, cidadania. Servidorapúblicagrevistasatisfeitacomaorganizaçãodos trabalhadoresnagreve @deputadokennedy Graças ao twitter, posso acompanhar o que esta acontecendo em frente da prefeitura de JOI. #grevejoinville Otambémjornalistaconfirmaqueotwitterpodeservircomo fontedeinformação Sugira tweets para a coluna doTwitter no jornal Primeira Pauta. Sua opinião é muito importante! Siga: twitter.com/primeira_pauta MOMENTO POPSTAR: Enleado na bandeira da Cut, como um“herói”e sua capa, Ulrich dá autógrafo a uma servidora no término da greve. DIRETORGERALDOBOMJESUS/IELUSC|Tito LívioLermen COORDENADOR DO CURSO | Sílvio Melatti DISCIPLINA | Jornal Laboratório II PROFESSOR RESPONSÁVEL | Lucio Baggio SECRETÁRIO DE REDAÇÃO | Neyfi Müller EDITOR GRÁFICO | Ronaldo Santos DIAGRAMADORES | Aline Seitenfus, Ana Luiz Abdala, Gustavo Cidral, Eduardo Schmitz, Gabriel Fronzi, Neyfi Müller, Polianna Moraes e Ronaldo Santos EDITORES DE TEXTO | Aline Seitenfus, Ana Luiz Abdala, Eduardo Schmitz, Gabriel Fronzi, Gustavo Cidral, Neyfi Müller, Polianna Moraes e Ronaldo Santos REPÓRTERES | Camilla Gonçalves, Daiana Constantino, Eduardo Schmitz, Gabriel Fronzi, Lizandra Carpes da Silveira, Luísa Desiderá, Matheus Mello, Neyfi Müller e Ronaldo Santos EDITORA DE FOTOGRAFIA | Jéssica Michels FOTÓGRAFOS | Fabiane Borges, Fernanda Helbing, Gisele Silveira, Gustavo Cidral, Jaqueline Dias e Jaqueline Mello IMPRESSÃO | A Notícia TIRAGEM | 3 mil exemplares Contato com a redação Endereço: Rua Princesa Isabel, 438 - Centro CEP 89201-270 | Joinville | Santa Catarina Telefone: (47) 3026-8000 - Fax: (47) 3026-8090 E-mail: jornalismoielusc@gmail.com Blog: primeirapautaielusc.blogspot.com Jornal Laboratório do Curso de Comunicação Social - Jornalismo Associação Educacional Luterana Bom Jesus/Ielusc XXI Prêmio de Direitos Humanos de Jornalismo, MJDH - OAB/RS, 2004 EDIÇÃO 88 | Junho 2011 @thetiagoseger Opa na minha timeline quem venceu foi o @EdinhoAtlantida foi o primeiro a tuitar sobre o fim da greve! #Grevejoinville Fimdagrevegeroucompetiçãoparaanunciaroacordoentre servidoreseprefeitura Diagramação e edição de Neyfi Müller Edinei Knop
  • 3. 03Joinville - Junho 2011 PRIMEIRA PAUTAEntrevista | Francisco Ornellas Diagramação e edição de Gustavo Cidral JornalistadoEstadãodefendeanãoobrigatoriedadedodiplomaefaladasexpectativasparaosacadêmicos O executivo do Grupo Esta- do Francisco Ornellas dá graças a Deus que o regi- me de livre iniciativa prevalece no mercado de trabalho. Para ele, jo- vens jornalistas que não ficam na zona de conforto terão os melho- res postos e pouco se importarão com o piso salarial da categoria. Aos bem formados e insatisfeitos com a empresa em que trabalham, ele dá a dica: “Demita a empresa”. Ornellas analisa que com a pro- fissionalização da gestão nas or- ganizações de comunicação, que deixaram de ter domínio familiar, busca-se o melhor produto aliado ao lucro. Para isso, é necessário o melhor profissional. Ornellas está há mais de 20 anos a frente do Curso Intensi- vo de Jornalismo Aplicado, que aprimora a formação de jornalis- tas recém-saídos da faculdade e, consequentemente, fornece mão de obra à corporação. Formado em Direito — por não haver, na época, cursos de Jornalismo —, trabalha em jornal há 46 anos. Ele esteve em Joinville para falar sobre carreira a estudantes de co- municação. Em entrevista exclu- siva ao Primeira Pauta, analisou aspectos do mercado, a atividade jornalística e a regulamentação da profissão. PRIMEIRA PAUTA - Com base na opi- nião que os jornais recebem dos lei- tores, o senhor percebe que o jorna- lismo perde credibilidade? FRANCISCO ORNELLAS - Não creio. Eu acho que ele adquire. Você tem que diferenciar que tipo de jornalismo estamos falando. Se a gente fala do que O Estado de São Paulo pratica, digo isso porque participo do dia a dia do jornal, a credibilidade aumenta. Aumenta muito, principalmente por causa das facilidades que a nova tecnologia permite, de tornar a apuração tão mais real quanto possível. Se você pegar as reações de leitores de 20 anos atrás e as de hoje, elas são muito mais presentes. Hoje, você não consegue determinar a verdade. Tenho para mim que o jornalis- ta não é o detentor da notícia. A notícia pertence a quem gera. É patrimônio da comunidade. O jornalista apenas processa essa informação e devolve a quem ela pertence, que é o leitor, o internauta, o ouvinte de rádio, o telespectador. À medida que a apuração se torna mais factí- vel, ela terá mais credibilidade. É preciso tomar cuidado quan- do o jornalista escreve sobre um tema que não domina — ele não é obrigado a dominar todos os temas — e coloca uma informa- ção errada. Se essa informação é lida por quem a domina, ele cai em descrédito. Na medida em que o jornalista não domina um tema, é papel dele apurar. Apurar até a exaustão para en- tão escrever a respeito seja em que meio for. PP - Mas não é realidade na maioria das redações, em função da preca- riedade das condições de trabalho? ORNELLAS - Se a empresa não ofe- rececondiçõesdetrabalho,opro- fissional competente, eficiente, bem formado, que tenha esfor- ço, demite a empresa e vai traba- lhar numa que lhe dê condições. Estou envolvido com jovens jor- nalistas há 22 anos. Para mim, é muito triste ver jovens com um potencial incrível reclamarem da empresa. Demita a empresa. Se ele se formou, se empenhou, é competente, eficiente, um pro- fissional completo, vai escolher onde trabalhar, como trabalhar, quanto ganhar… PP - O Curso Intensivo de Jornalismo do Estadão exige que o candidato seja graduado em Jornalismo, mas o Grupo Estado é contra a necessidade do diploma. Por que isso? ORNELLAS - O debate e a discor- dância são inerentes da atividade jornalística. O Grupo Estado, como posição editoral, acha que a atividade do jornalista não deve ser regulamentada. Ponto. O Grupo Estado nunca foi contra a faculdade de Jornalismo. Ele acha que o governo tem outras prioridades além de determinar quem pode e quem não pode exercer o Jornalismo. O curso Estado mantém a exigência do diploma por uma constatação prática, por uma visão pragmáti- ca da profissão. A gente acha que o jornalismo é uma profissão que exige técnica, tem conteúdo técnico, acadêmico e filosófico, e a gente não crê que possa trans- formar um profissional sem o mínimo de embasamento teóri- co dessa profissão em jornalista durante 100 dias, que é o tempo que dura o curso. PP - O senhor compartilha da opi- nião do grupo? ORNELLAS - É uma questão que transcende o fato de ter ou de não ter diploma. É uma questão de conceituação. O jornalismo não é uma questão de governo. Eu, ao longo de 20 anos convi- vendo com essa realidade, cons- tatei que a obrigatoriedade do diploma transfere aos estudantes de jornalismo uma falsa ideia de uma zona de conforto: como o diploma é obrigatório, ele terá uma reserva de mercado. Não existe zona de conforto em ne- nhuma profissão. PP - Até março, em São Paulo, foram demitidos quase 300 jornalistas. Na suaopinião,essecenáriosedeveaquê? ORNELLAS - A gestão das empre- sas de comunicação foi profis- sionalizada. Todas as empresas de comunicação no Brasil têm domínio familiar. E algumas fa- mílias estão profissionalizando a gestão. Eu acompanhei a gestão familiar. O acionista da empresa dizia o seguinte: “Eu tenho dois chapéus. Durante metade do dia, eu visto o chapéu de executivo, aí eu quero o melhor produto. Na outra metade do dia, eu vis- to o chapéu de acionista, aí eu quero o melhor retorno para o meu capital”. Hoje, em algumas empresas, os acionistas não têm mais o chapéu de executivo. O que eles querem? Só o retorno do capital investido. Se uma em- presa não cresce na receita, tem que cortar despesa. Para o jor- nalista: todos os ex-alunos do curso Estado que eu procurei até abril estavam empregados. Para o profissional com talento, com competência, com eficiên- cia, esforçado, bem formado, que não assume a zona de con- forto, não importa piso salarial, variação de mercado. PP - Mas são questões importantes, poishámaisjornalistassendoformados doqueasempresaspodemabsorver. ORNELLAS - Sim, mas isso ocorre em todas as profissões. Vocês com certeza têm pessoas de suas relações com dificuldade de tra- balho. E têm pessoas sem dificul- dade de trabalho. Analisem um e outro. A empresa não existe para dar emprego. Ela existe para pro- duzir, dar lucro e o melhor pro- duto. Para isso, precisa do melhor profissional. Nós vivemos num regime de livre iniciativa. Não há espaço para os fracos — no sen- tido do mal formado. Émuitotristeverjovens comumpotencialincrível reclamaremdaempresa. Demitaaempresa.Seele seformou,seempenhou,é competente,eficiente,um profissionalcompleto,vai escolherondetrabalhar,como trabalhar,quantoganhar… “ Ronaldo Santos r.santos@brturbo.com.br Os “fracos” não têm vez no mercado FOTOS:GUSTAVOCIDRAL OrnellasesteveemJoinvilleparadivulgaroCursoIntensivodeJornalismoAplicadodoEstadão Aempresanãoexistepara daremprego.Elaexistepara produzir,darlucroeomelhor produto.Paraisso,precisa domelhorprofissional.Nós vivemosnumregimedelivre iniciativa.Nãoháespaçopara osfracos—nosentidodo malformado. “
  • 4. 4 M Diagramação de Mayara Silva | Edição de Ana Luiza Abdala e Gustavo Cidral Joinville - Junho 2011 PRIMEIRA PAUTA Cultura E m um rodízio de sopas,aBandaMais Bonita da Cidade encontrou acon- chego para fugir do frio curitibano. A pedida gastronômica de sábado à noite serviu também para esquen- tar o corpo e o esqueleto, pois haja energia para cumprir a agenda de compromissos. Desde que o clipe da música “Oração” explodiu na internet, a trupe é assediada por veículos de comunicação a todo o momento. E não só a imprensa nacional. A febre das redes sociais ga- nhou comentário no maior jornal da Itália, o Corriere della Sera, e no site do The Washington Post, um dos mais conceituados da ca- pital federativa norte-americana. O vídeo foi postado no site You- Tube no dia 17 de maio, uma terça-feira. Em menos de 24 horas teve 33 mil visualizações. No sá- bado (21) chegou a um milhão de acessos. E após dez dias, superou a marca de dois milhões de visitas. Certamente, neste instante, deve ter passado dos cinco milhões. O tecladista e violonista da banda, Vinícius Nisi, 27 anos, di- rigiu o clipe e não tem dúvidas so- bre a importância que o Facebook teve na construção do sucesso. “Acho que faltava um material assim na rede, divertido e que não fosse piada. Algo que os internautas com- partilhassem não por brincadeira”, reflete Vini, como é conhecido pelos mais chegados. Entre uma colherada e outra de sopa, o músico leva o olhar para cima e vagueia: “Na verdade, não sei. Não tem como saber. Sei lá o que foi”. O boom veio como uma surpresa – feliz e assustadora. A trupe se uniu em 2009. Desde a formação até meados de maio, tinha apenas cinco apresen- tações no histórico. Agora, mais de dez shows estão confirmados, no Rio de Janeiro, São Paulo, Pa- raná e Belo Horizonte. Antes do webhit cair em milhares de inter- faces – e da canção cair na boca de todo distraído – os integrantes se inscreveram em uma competição para ir ao programa televisivo do titã Toni Beloto, no canal Futura. Perderam. Mas, participaram de- pois, como convidados. A Banda Mais Bonita da Ci- dade foi matéria no portal G1 e no Fantástico, da TV Globo. No dia 29 de maio, os integrantes fizeram valer a letra da música “Submundo Autofágico”. A com- posição da jornalista curitibana Lívia Lakomy, interpretada por eles, faz provocações sobre o que é o sucesso e ques- tiona se a fama não seria ganhar “a capa do Cader- no G na edição de domingo”. De fato, ganharam tal des- taque no encarte cultural do diário mais popular de Curitiba, a Gazeta do Povo. Está claro para a vocalista Uya- ra Torrente, 24 anos, que a alegria vivida no clipe, espontânea e ver- dadeira, contagia quem assiste. “A gente se diverte tanto que cativa a vontade de estar lá, cantando junto, dançando e se divertindo muito”, diz a cantora. Formada em artes cênicas, Uyara garante que não há personagens na cena, ninguém interpretou. Entretanto, não dá para negar a dramaticidade nasuamaneiradecantar.Odrama grego, não triste, mas emotivo. As palavras saem das mãos, dos bra- ços, da expressão na face, tal como versos, e como deve ser. Seja qual for a paixão de quem está dentro, a energia transpõe a tela do computador e chega a quem está fora. Esse é o principal motivo de tanta popu- laridade, na visão de Diego Pla- ça, 24 anos. “Passa uma energia do bem, algo bom”, completa o baixista do grupo. Segundo definição do Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, arte é “atividade que supõe a criação de sensações ou de estados de espírito, de caráter estético, carregados de vivência pessoal e profunda”. Goste ou não, “Oração” é assim. É arte nas mais variadas vertentes. É poesia, melodia, cinema, amizade. Foi massivamente compartilhado na internet e se tornou um viral. As pessoas estão mais dispostas para conteúdos assim? O guitarrista, Rodrigo Lemos, 28 anos, acredita que sim. Ele atribui os milhões de views à dis- posição das pessoas por mais ale- gria. “Primeiro, acho que foi por dessa causa da galera (faz menção a amigos ao redor). Depois, por causa da galera (expande o mo- vimento dos braços, se referindo a todos que assistiram ao vídeo). A música comunica. As pessoas, simplesmente, assimilam. Não há o que racionalizar”. O músico re- Os cinco d’A Banda Mais Bonita da Cidade tentam explicar o sucesso – das redes sociais para o mundo – repentino e avassalador.Tentam! Abandamaisbonitada cidadeemaisfamosadaweb INTERNET conhece o fato de a canção grudar na mente, mas afirma que não tem a intenção do efeito ‘chiclete’. Os cinco conquistaram o que empresas gastam milhões e, nem sempre, conquistam. Eles reconhe- cem a ameaça da rotulagem e não pretendem ser a mais fofa da cida- de. Muito menos, a banda de um sucesso só. Apesar de maravilhados, não estão deslumbrados. O que era um hobbie passou a ser encarado como trabalho sério. A gravação de um álbum é prioridade. Pensam em continuar seguindo com as próprias pernas–eunsparesamigos. ENTREVISTA LUISA MARILAC Luísa Marilac ficou famosa pelo vídeo feito na piscina de seu aparta- mento na Espanha, que já foi assisti- do 1,5 milhão de vezes. Os bordões ditos na gravação chegaram a ser reproduzidos na novela das 21h, da Globo.Diantedosucesso,Luísavol- tou ao Brasil após 16 anos na Euro- pa. Aqui, participa de programas de televisão e é contratada para festas emboates. PP-Porquevocêfezagravação? LuísaMarilac-Meuexmerouboueeu fiquei desesperada. Conheci um ve- lho que começou a me ajudar. Parei de me prostituir e só ficava com ele. Fizaquelevídeoparaoex,porqueeu estavanumafasemuitoboadavida. PP-PretenderetornaràEspanha? Luísa-Com essa história de fama, dá pra ficar no Brasil, por ser a tal Luísa da internet. Mas ainda existe muito preconceitoemuita violência em re- laçãoaisso.Entãoaprobabilidadede euficarégrande. PP-Lávocêtambémerafamosa? Luísa-Com os brasileiros. Lá tem muitos, principalmente veados. Eles me encontravam e começavam a gritar. Eu dizia: “pelo amor de Deus, estamosnaEuropa”. PP-Jáaconteceualgumtipodeviolência comvocê? Luísa-Eu tomei sete facadas aos 17 anos. Estava conversando com mi- nhas amigas, e fui atacada pelas cos- tas. Entrei em trauma e não saía de casa. Foi quando a minha mãe falou praeuiremboraparaaEuropa. PP-Você está ganhando dinheiro com a fama? Luísa-Entra numa mão e sai pela ou- tra. Tem que pagar advogado etc. No fim das contas, sobram só as migalhas para a bicha. Eu fui numa churrascariaaquiemJoinvilleesóeu paguei R$ 120, fora minha amiga. Tirei a barriga da miséria, porque adorocomer. PP-E tem medo que a fama seja passa- geira? Luísa-Nuncativenadaenuncarecebi apoio de ninguém. A vida me ensi- nouacontarcomaquiloqueagente tem.Esperonãoprecisarnunca,mas se precisar cair de novo na rua para me prostituir, eu caio. A “véia” ainda dáprocouro. Atravestiqueconquistouafamananet “Oração” Um vídeo caseiro, gravado durante a comemoração de ani- versário de um dos integrantes da banda. A locação é a casa da avó de uma amiga deles, em Rio Negro, no Paraná. Ninguém conhecia o lugar ou a disposição doscômodos,sóaparteexterna, por foto. A ideia inicial era gravar no jardim, pois o visual lembrava um clipe da banda Beirut, adora- dos pela trupe. Mas a garoa da- queledomingonãopermitiu. A iluminação é natural, com algumas lâmpadas potentes im- provisadas. Foi feito sem roteiro e sem cortes. A produção teve a ajudadoscineastasAndréSenna eRosanoMauroJr.Ocinegrafista é André Chesini, outro amigo. A captação e edição do áudio são deJoãoCaserta,maisumamigo. A canção foi feita em forma de mantra, um jeito mais fácil de convencer o próprio coração so- breofimdeumrelacionamento. Antes de “Oração”, o com- positor Leo Fressato fez letras de rancor e frustração. Foi preciso uma alegre para aceitar o fim do namoro. A solidão não deve preocupá-lomais. Em menos de 24 horas o vídeo teve 33 mil visualizações. Quatro dias depois, alcançou um milhão de acessos SUCESSO ROSANO MAURO JR/DIVULGAÇÃO Os integrantes comemoram a conquista e fazem planos para o sucesso ir além da web Luísa Desiderá luludesidera@gmail.com Ronaldo Santos r.santos@brturbo.com.br conteúdo Informações exclusivas no portal eletrônico www.primeirapautaielusc.blogspot.com
  • 5. 5 Mais de R$ 2 milhões em cultura H á cinco anos, em Joinville, o Sistema Municipal de Desen- volvimento pela Cultura, popularmente co- nhecido como Simdec, atende parte das carências culturais da cidade e financeiras de seus exe- cutores. A maior cidade do esta- do possui somente este edital de incentivo à cultura, que se divide em dois mecanis- mos: o Fundo Mu- nicipaldeIncentivo à Cultura e o Me- cenato Municipal de Incentivo à Cul- tura. Neste ano, os 461 projetos inscri- tos irão concorrer a R$ 935.000,00 via Edital e R$ 1.562.000,00 via Mecenato. Ad- ministrado pela Fundação Cul- tural, com o acompanhamento do Conselho Municipal de Po- lítica Cultural e da Secretaria da Fazenda, anualmente, o Simdec, através de uma comissão julgado- ra (composta por representantes da cena artística de Joinville e de outras cidades), avalia e selecio- na os projetos culturais inscritos que se encaixam no regulamento e na proposta do edital para dis- tribuir as verbas, respeitando o valor total disponível. O Fundo repassa a verba diretamente por meio do Edital do Simdec. Já o Mecenato permite que a captação de dinheiro seja feita por meio de captação de recursos e renúncia fiscal autorizada junto aos con- tribuintes do ISSQN – Imposto Sobre Serviço de Qualquer Na- tureza – e do IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano. O coordenador do Simdec, Luciano da Costa Pereira, conta que a área da música tem os pro- jetos mais contemplados. Para ele, esse incentivo financeiro mo- vimenta também a economia da cidade. “Com esse financiamen- to, fica mais fácil a manutenção, divulgação e desenvolvimento das atividades culturais”, diz. Além da música, é possível enviar projetos para as seguintes áreas: artes gráficas; ar- tes plásticas; ar- tesanatoecultura popular; biblio- teca e arquivos; cinema e vídeo; circo; dança; edi- ções de livros de arte, literatura e humanidade; literatura; museus; ópera; patrimônio cultural; ra- diodifusão cultural e teatro. A verba liberada para o Si- mdec é de 2 a 3% em cima do valor arrecadado nos impostos municipais ISSQN e IPTU de cada ano. Com isso, até hoje, já foram distribuídos mais de R$ 8 milhões entre 286 proje- tos culturais. Luciano acredita que o recorde de inscrições, em 2011, se deve pelo fato de que o Mecenato acrescentou cinco novas modalidades, e no Edital foram acrescidas oito. Os pro- jetos aprovados neste ano serão divulgados no site www.simdec. com.br até o dia 27 de junho. Dicas para um bom projeto A própria Fundação Cultu- ral de Joinville oferece gratuita- mente cursos para capacitar as pessoas interessadas em escrever e enviar seus projetos. A oficina tem duas horas de duração e ex- plica o funcionamento do Sim- dec, o Edital de Apoio à Cultura e o Mecenato Municipal. Insti- tuições de ensino da cidade tam- bém oferecem oficinas gratuitas, por meio do Simdec, de Gestão Cultural, abordando o estudo da produção cultural e dando noção para planejar, gerenciar e formatar os projetos. O coordenador orienta que as pessoas descrevam detalhada- mente suas propostas e objetivos do projeto. “Descrever quantas pessoas serão atendidas gratui- tamente com a apresentação de show e peças ou distribuição de livros; anexar o currículo de todas as pessoas envolvidas no trabalho e detalhar o orçamento dos gastos”, explica. Para comprovar as propostas que serão desenvolvidas é neces- sário que seja anexado, no caso do teatro, uma sinopse do enre- do que será a peça; no caso de música o grupo deve mostrar um CD com seis músicas; se for pro- jeto para a área de restauração e patrimônio histórico deve-se apresentar fotografias da estru- tura ou plantas do prédio; para edição literária é só apresentar três cópias originais do livro. Na hora da prestação de con- tas, é necessário que a participa- ção do público seja comprovada através de fotografias. E, não esquecer dos comprovantes dos gastos. Diagramação de Mayara Silva | Edição de Ana Luiza Abdala Joinville - Junho 2011 PRIMEIRA PAUTACultura Recorde: Foram inscritos 461 projetos no Simdec 2011 e a aprovação sai até o dia 27 de junho INVESTIMENTO Camilla Gonçalves camillacomvc@gmail.com Oficinas que ocorrem em 2011 Casa do Hip Hop Arte Inclusiva (CHHAI) Responsável: Juliana Regina Crestani Contato: 3463-5539 / 9961-2761 - Os encontros de hip hop ocorrem aos sábados a noite na Casa da Cultura OficinadeteatrodaAmorabi-ProjetoAlternativas12anosdeArte para a comunidade do bairro Itinga Responsável: Samantha Choen Contato: 3465-2075 Oficina de Maracatu de Baque Virado Responsável: Eduardo Augusto de Carvalho Sanches Contato: 3804-8260 | 9655-2447 - As oficinas ocorrem aos sábados a noite na Casa da Cultura Tambores do Japão - Taiko Responsável: Fabiana Moisés Contato: 8401-3312 | 3439-3270 - Os encontros e aulas ocorrem aos domingos a partir das 14 horas até às 16 horas na Casa da Cultura e até agora mais ou menos 20 pesso- as participam desses encontros. Os interessados podem comparecer para assistir ou aprender. A Fundação Cultural oferece cursos para capacitar os interessados em enviar seus projetos OFICINAS OSistemaMunicipaldeDesenvolvimentopelaCulturafuncionaemparceriacomaFundaçãoCulturaleéoúnicoeditalexistenteemJoinville Para o coordenador Luciano Pereira, o Simdec também movimenta a economia da cidade FOTOS: Aline seitenfus
  • 6. 06 Joinville - Junho 2011 PRIMEIRA PAUTA Ecolo Diagramação e edição Ecolo Diagramação e edição Projetoéaprovadonacâmaradedeputados, Novo Código Flo brasileiro em xe LEGISLAÇÃO FOTOS: Gisele Silveira A propriedade rural de Ango Kerten é um caso clássico da situação catarinense de agricultura familiar A pesar de apro- vado pelo Ple- náriodaCâmara de Deputados, o Projeto de Lei do Novo Có- digo Florestal está longe de pôr fim às divergências existentes en- tre defensores das bancadas ru- ralistas, ambientalistas e o poder político. Isso porque os termos do projeto apresentado pelo de- putado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) que prevaleceram na Câmara se- rão discutidos antes da sanção presidencial, no Senado. Neste momento, cabe à população conhe- cer e entender as divergências do tema. As diretrizes do novo código te- rão impactos signi- ficantes na sociedade. Quanto às questões relativas às Áreas de Proteção Permanente (APP), a obrigação de recompo- sição foi aprovada em 15 metros, para margens já degradadas de cursos d´água com até 10 metros de largura. Entretanto, a margem de 30 metros de vegetação pre- servada, como prevê a legislação atual, deverá ser mantida. Além disso, as APPs já ocu- padas com atividades agrossilvi- pastoris, ecoturismo e turismo rural, poderão assim permane- cer, desde que o desmatamento tenha ocorrido antes de 22 de julho de 2008. Aprovou-se ainda, uma emenda que permite aos Es- tados estabelecer outras ativi- dades que possam justificar a regularização de áreas desmata- das, através do Programa de Re- gularização Ambiental (PRA). Ainda sobre as APPs, o Novo Código autoriza a ma- nutenção de culturas de espé- cies como uva, maçã e café ou de atividades silviculturais, em topo de morros, montes e ser- ras com altura mínima de 100 metros e inclinação superior a 25 ou locais com altitude su- perior a 1,8 mil metros. Outro ponto trata da aver- bação da Reserva Legal (RL), área de mata nativa preserva- da, que no Estado de Santa Catarina deve corresponder a 20% de cada proprieda- de rural. Ela não será mais exigida em pro- priedades de até qua- tro módulos fiscais, se assim permanecer
  • 7. ogia o de Eduardo Schmitz ogia o de Eduardo Schmitz 07Joinville - Junho 2011 PRIMEIRA PAUTA a aprovação do Projeto de Lei. O ponto que mais tem cau- sado polêmica entre os mem- bros do Congresso é a chamada anistia, que prevê a suspensão de multas aplicadas por órgãos ambientais até 22 de julho de 2010, tendo como condicionan- te a adesão ao Programa de Re- gularização Ambiental — que deverá ser instituído pela União e pelos Estados. Para a advogada especiali- zada em causas administrativas, ambientais e urbanísticas Camila Gessner, é importante comentar que para aqueles que estavam até agora adequados às exigências legais florestais, tendo averba- do a RL e mantido preservados os 30 metros de APP, a lei pode passar a impressão de “penali- zação dos corretos”. O Novo Código traz a figura da anistia das multas e processos por des- matamento ocorridos até 2008 e reduz a obrigação de recupe- ração da APP. “De acordo com o novo texto legal, caso aprova- do, muito trabalho terão os ju- ristas especializados no tema”, completa a advogada. Votação no senado No Senado, o relator do Código Florestal será o sena- dor Luiz Henrique da Silvei- ra (PMDB-SC). Ele aposta na aprovação do novo texto do Código Florestal. Segundo o senador, a câmara aprovou um texto com 410 votos entre 513 votantes. Isso significa dizer que o texto tem um apoio popular e interpreta uma vontade nacio- nal. “Precisamos de um Código Florestal que permita o Brasil ser a grande fronteira agrícola que é”, diz LHS. Não é o que pensam os am- bientalistas de Santa Catarina. Uma carta aberta do Conselho do Centro de Ciências Bioló- gicas da Universidade Fede- ral de Santa Catarina (UFSC) apresenta considerável preo- cupação sobre o tema e deixa claro em suas colocações que a comunidade científica foi amplamente ignorada durante a elaboração do relatório de revisão do Código Florestal. Segundo o conselho qualquer ato que altere o código sem as devidas avaliações científicas representa graves danos para as gerações futuras. A carta mos- tra que qualquer mudança sem o consentimento da academia é infundada e acrescenta que o país gasta milhões na formação de cientistas e no momento de consultar esses profissionais eles são ignorados. E as complicações não pa- ram. O auditor ambiental Gert Roland Fischer relata que Luiz Henrique da Silveira mandou o deputado Valdir Colatto, na época secretário do governo LHS no setor de Engenharia Agrônoma, elaborar uma mi- nuta de código ambiental para Santa Catarina, aprovada em se- guida. Essa minuta tem pontos problemáticos ligados às APPs que beneficiam uma parcela dos agricultores catarinenses. En- tretanto, o documento deixa a legislação catarinense inconsti- tucional. Segundo Gert, com a aprovação do novo código isso seria modificado. “Sobre a lei 4771/65 o código florestal não deveria ser alterado em nada. É perfeito para garantir às gera- ções do futuro e às atuais a qua- lidade de vida, a biodiversidade invejável, patrimônio do povo brasileiro”, explica. ,masnãoéunanimidadeparaenvolvidos orestal eque Uma pesquisa divulgada no Serviço de Apoio as Micros e Pequenas Empresas de Santa Ca- tarina (Sebrae/SC) realizada em 2008, mostra que a agricultura no Estado é tipicamente familiar. Os estabelecimentos familiares representam 90,5% do total. Os agricultores familiares de Santa Catarina possuem 60% da área agrícola e respondem por 71,3% do valor bruto da Produção Agropecuária Catarinense.  Em Santa Catarina, a agricul- tura familiar é responsável pela produção da maioria dos ali- mentos. No entanto, é a menos remunerada. Isto, na maioria das situações, ocorre pela falta de agregação de valor. Sem dúvida, tal fato está na burocracia e nas exigências estruturais incompatí- veis com o agricultor familiar. A preocupação dessa classe no Estado é o cuidado com a ter- ra. O agricultor Ango Kerten, se mostra receoso com o novo có- digo florestal. Sua maior observa- ção é cuidar das gerações futuras. “Precisamos respeitar o espaço. Só é preciso encontrar a melhor forma que seja viável a todos”, explica Kerten. O presidente do Sindicato Rural de Joinville, Nelson Rossi, salienta que a questão vai muito além das leis. Existe a necessida- de de orientar os jovens agricul- tores a ficarem em suas terras e capacitá-los para o trabalho na la- voura. “Precisamos de educação ambiental que se aplique aos agri- cultores”, completa Rossi. Essa é uma situação que se repete em todo o Estado de Santa Catarina. O tema é pautado com frequên- cia nas reuniões realizadas pelo sindicato. Agricultura familiar ainda predomina em Santa Catarina 1 – Área de Preservação Permanente (APP) Segundo a legislação atual, em topos de morros, margens de rio e encostas é expressamente proibi- da qualquer tipo de atividade agrícola. Não se pode plantar, nem retirar a vegetação original. O que muda: Cada estado tem o poder de estabelecer outras atividades que possam justificar a regularização de áreas desmatadas até junho de 2008. Da mesma forma, cada Estado deverá avaliar a obrigatoriedade ou não de recuperação de margens de rios e encos- tas já desmatadas. O projeto não considera APPs as várzeas fora dos limites em torno dos rios, as vere- das e os manguezais em toda sua extensão. 2 – Anistia e regularização das propriedades O Decreto 7029, de 2009, que regulamenta a Lei de Crimes Ambientais, prevê a anistia de multas já apli- cadas aos produtores rurais que regularizassem suas propriedades até junho, data em que entraria em vi- gor.Masnãohouveadesão.DadosdoIbamaindicam aexistênciadecercade13milmultascomvalortotal de R$ 2,4 bilhões até 22 de julho de 2008. O que muda: Segundo o projeto aprovado, será concedido o perdão às multas e aos crimes cometidos contra o meio ambiente. Mas para fazer juz ao perdão, o proprietário rural deverá aderir ao Programa de Re- gularização Ambiental (PRA), a ser instituído pela União e pelos Estados. Eles terão o período de um ano para aderir, a partir da criação do Cadastro Am- biental Rural (CAR), que deve ocorrer em até 90 dias da publicação da lei. 3 – Reserva Legal (RL) Segundo o código em vigor, a Reserva Legal é a área localizada no interior de uma propriedade ru- ral, ressalvada a de preservação permanente (APP), representativa do ambiente natural da região e ne- cessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e prote- ção da fauna e flora nativas. Deve ser equivalente a, no mínimo, 20% da área total de propriedades fora da Amazônia Legal. Em propriedades agrícolas den- tro da Amazônia Legal, a reserva deve ser de 80% daáreaocupada ede35%,selocalizadano Cerrado.  O que muda: O texto do novo Código mantém os atuais índi- ces de reserva legal, mas permite usar APPs no cálculo. Ou seja, para definir a área destinada à reserva legal, o proprietário poderá considerar integralmente a área de preservação permanen- te (APP). Aos agricultores familiares com pro- priedades de até quatro módulos será permito manter, para efeito da reserva legal, a área de ve- getação nativa existente em 22 de julho de 2008. A reserva poderá ser regularizada de diversas for- mas, incluindo compra de cotas. O projeto também dá ao proprietário rural a alternativa de compensar áreasdeReservaLegaldesmatadasemoutrobioma fora do seu estado. Três mudanças básicas, incluindo a Emenda nº 164: Lizandra Carpes lizandra.carpes@hotmail.com Maior parte da agricultura catarinense é baseada na agricultura familiar
  • 8. 08 Joinville - Junho 2011 PRIMEIRA PAUTA Política Diagramação e edição de Polianna Moraes P Primeira Pauta: Qual sua leitura sobre o PSD no sistema partidário brasileiro? Jacques Mick: Se pensarmos que a legenda não tem programa polí- tico, como diversas outras siglas, o PSD é mais um símbolo da fragilidade do sistema partidário brasileiro. Mas o fato de o parti- do ter sido criado para suceder o DEM merece alguma atenção. O DEM tinha um programa para o país, materializado nas reformas que configuraram o amplo movi- mento conhecido como Neolibera- lismo. A retomada do crescimento econômico no Brasil a partir de 2005, combinada com políticas so- ciais marcadas por forte atuação do Estado, compro- varam a ineficácia daquela agenda de reformas. Satisfei- ta, a maioria dos eleitores escolheu outros candida- tos, que não os do DEM. Ou seja: o DEM tinha um programa claro, rejeitado pela po- pulação; restou aos políticos agregados naquele partido buscar alternativas para sobreviver. Efeitos disso afetam também o PSDB. PP: O enfraquecimento da oposição ao governo federal pode ter motiva- do a criação do PSD? Mick: O PSD não é de oposição e tende a ser clientelista. Acostuma- dos a governar, os líderes de DEM e PSDB não conseguiram dar à oposição consistência suficiente para resistir à satisfação da maio- ria dos brasileiros com a atuação do governo federal. PP: Você acredita que o eleitor terá dificuldade de reconhecer a identi- dade do PSD? Mick: O PSD não tem identidade, como vários outros partidos. Em Santa Catarina, a nova legenda re- colheu todo o espólio do DEM: 43 prefeitos, mais de 300 verea- dores, nove deputados estaduais e três federais. Todos terão uma marca nova para enfeitar as fotos oficiais das candidaturas do ano que vem. PP: A tendência é que os nomes le- vem os votos, não suas legendas? Por quê? Mick: Embora parte dos eleitores escolha seus candidatos por iden- tificação partidária, parte opta pela pessoa, como se diz. Pense- mos em Gilberto Kassab, líder da criação do PSD: começou a carreira ao lado de Paulo Maluf e Cel- so Pitta (ambos do PP), como verea- dor eleito pelo PL (hoje, PR); depois, transferiu-se para o PFL, renomeado DEM, e elegeu-se prefeito em coliga- ção com o PSDB. Namorou três ou- tras legendas (PT, PMDB, PSB), an- tes de decidir criar uma nova. As siglas não foram irrele- vantes na carreira do prefeito, mas hoje Kassab tem um repertório de eleitores, que pode levar para qualquer sigla. Um sistema partidário mais robusto ou a adoção de outro sis- tema eleitoral talvez alterassem a relação eleitor-partido. Mas, com o que temos, o apelo do líder ca- rismático e forte vínculo social com o eleitor, segue forte. PP: É contraditório o ressurgimento do PSD, que foi fundado anterior ao governo militar por GetulioVargas? Mick: Arena e MDB são poste- riores ao antigo PSD. O novo PSD não tem relação direta com o PSD dos tempos de Vargas: a coincidência do nome não apaga a impossibilidade de comparar os dois brasis (o atual e o do ciclo 1945-1965). Se algum vínculo é possível, ele estaria na genealo- gia de certa posição política que, presente no PSD original, desem- boca na Arena, no PFL, no DEM e agora deságua no PSD. Mas há quase duas gerações de políticos nesse intervalo entre 1965 e 2011, o que torna qualquer comparação problemática. (D.C) “Eles não têm uma identidade definida” Entrevista Jacques Mick O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou o prazo de 30 dias para os políticos com algum mandato ingressarem em siglas recentemente criadas. A chefe do Cartório Eleitoral de Jaraguá do Sul, Simone Ladeira, explica que o prazo começa a contar a partir do registro do novo partido jun- to ao TSE. Assim, esses políticos não serão considerados infiéis. “Se passar, o TSE pode considerar in- fidelidade partidária”, avisa. Os políticos interessados em disputar as eleições em 2012 de- vem estar filiados, pelo menos, há um ano para poder se candidatar nas próximas eleições. O registro deve ser oficializado até outubro. Segundo ela, os procedimentos prévios já estão sendo feitos para efetivar o PSD. A Lei dos Partidos Políticos nº. 9096/95 estabelece um mé- todo matemático para somar a quantidade de assinaturas neces- sárias para o registro. “Pelo me- nos, metade da porcentagem dos votos válidos na última eleição para Câmara dos Deputados, não computados os votos brancos e nulos, distribuídos por um terço ou mais estados. Então mil eleito- res serão necessários para registrar o partido e esse número pode va- riar”. (D.C) Políticos têm apenas 30 dias para se filiar na nova legenda O PSD não é oposição e tende a ser clientelista. Estão acostumados a governar” “ JACQUES MICK professor Políticos de todo Brasil junto com Gilberto Kassab (centro)no lançamento da ata do PSD Divulgação Álvaro Dias Como os Democráticos poderão ser reconhecidos pelos eleitores sem causar confusão com as siglas anteiores A criação do PSD, um partido novo formado por velhos conhecidos BASTIDORES DAS ELEIÇÕES 2012 Na leitura de Mick, os líderes democratas e tucanos sempre es- tiveram acostumados a governar - ou seja, presentes na situação - por isso não tiveram bom desempenho como oposição ao governo federal nos mandatos de Luís Inácio Lula da Silva, e agora no comando de Dilma Rouseff, ambos do Partido dos Trabalhadores. “Recentemente, oex-presidenteFernandoHenrique Cardoso escreveu um artigo com propostas para fortalecer a oposi- ção: focava em estratégias de ma- rketing, mais do que em elementos daagendapolítica”,consideraMick, “Comoesvaziamentodefinitivodo DEM e a criação do PSD, é o Parti- do Social da Democriacia Brasileira (PSDB)quemdeveconduziraopo- sição ao governo federal”, acredita. OPSDnãotemidentidade,afir- maoprofessor.Eleexplicaqueanova sigla é um amontoado de lideranças políticas destinado a servir aos inte- resses de futuros candidatos. “Uma parte dos eleitores leva o partido em conta, ao escolher seus candidatos; outraparte,não.Éaessaparte,talvez majoritária, que o PSD se dirigirá”. Para saber mais sobre o tema, acom- panhe a entrevista com o professor daUFSCnotextoabaixo. DaianaConstantino daia.constantino@gmail.com A o passo que apro- xima o ano eleito- ral, aumentam as discussões quanto ao cenário políti- co que começa a se formar para 2012. A oficializa- ção do Partido Social Democrático (PSD), previsto para o mês de se- tembro,possibilitaráaoscandidatos a troca de siglas em todo o país. Em Santa Catarina, o governador Rai- mundo Colombo decidiu ingressar na nova legenda logo nos primeiros três meses de seu mandato, com o desafiodelevarconsigoasprincipais lideranças democratas do estado. Agora, diante dessa recente frente partidária, discute-se a origem da sigla, ideologia e identidade. Para o professor do Departa- mento de Sociologia e Ciências Política da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Jacques Mick, o PSD entrará na disputa eleitoral como um partido forte, pois estará consolidado por impor- tantes líderes políticos. “Diferente do partido Democrata, fragilizado comapenasquatroanosdehistória, o PSD receberá o tratamento de marketing que se costuma aplicar no sistema político e estará pronto para o consumo no próximo ano. Não haverá tempo para a imagem dessa marca se deteriorar”, prevê. DIVULGAÇÃO conteúdo Informações exclusivas no portal eletrônico www.primeirapautaielusc.blogspot.com
  • 9. a 09Joinville - Junho 2011 PRIMEIRA PAUTAPolítica Diagramação e edição de Polianna Moraes O Partido Social Democráti- co surge como o novo azarão do pleito eleitoral de 2012. A sigla é nova, mas traz nomes fortes. Es- tes, por sua vez, trazem uma his- tória de militância política. Santa Catarina tem se mostra- do como um dos estados melhor articulado no processo de funda- ção do novo partido. Boa parte do mérito cabe ao governador Raimundo Colombo. Desde o início das conversas sobre a cria- ção do partido ele se manifestou em deixar os Democratas (DEM). O PSD tem conseguido aliar no- mes principalmente do DEM, até o momento 24 prefeitos já confir- maram a adesão ao novo endereço partidário. O governador tam- bém arrebanha correligionários do Partido Progressista (PP) e do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Só em Joinville, arrastou o atu- al presidente da Câmara de Vere- adores, Odir Nunes, e o vereador mais votado da história de Santa Catarina, Patrício Destro, ambos do DEM. Mas o arrastão se esten- de para as outras siglas também. A vereadora Zilnete Nunes (PP) completa a lista de nomes vindos da Câmara confirmados para o PSD. Outros nomes que pesam a favor do PSD na balança eleitoral são os deputados Darci de Matos (DEM) e Kennedy Nunes (PP), dois dos três deputados estaduais com base em Joinville, e a bancada continua em crescimento. No início do mês de junho, um grupo de lideranças fez sua primeira reunião oficial em Join- ville, definindo os nomes dos in- tegrantes que agoram integram a comissão provisória para co- mandar o PSD na cidade. A no- minata é composta por Afonso Ramos na presidência, Nelson Trigo como vice-presidente, Mi- sael Canuto como tesoureiro, Valter Flores como segundo te- soureiro e a secretaria ficou com Marilise Boehm. Polêmica Para que o PSD possa ser regu- larizado e registrado, precisam ser coletadas 482 mil assinaturas de apoio a criação do partido. A pre- sença de nomes fortes a frente da futura sigla facilita a conquista de contatos. Muitas assinaturas vem por simpatia ou ligação às pessoas que já assinaram. Em meio a toda essa movimentação, também co- meçam as surgir as primeiras po- lêmicas com o PSD. Há uma suspeita de fraude na cidadedeSãoLourenço,ondecin- co assinaturas de apoio que foram coletadas o registro do partido seriam de pessoas já falecidas. Na cidade do oeste catarinense, tam- bém foi questionada a veracidade de outras 117 assinaturas. Eduardo Schmitz erschmitz@gmail.com O PSD surge em um momen- to importante da história política do Brasil. Pois tramita hoje no Senado Federal a atual Reforma Política, com previsão de vota- ção neste ano, mas com validade somente a partir das eleições de 2014, segundo a previsão dos se- nadores catarinenses. Os repre- sentantes de Santa Cantarina em Brasília estão discutindo os itens para os temas que vão compor o remodelamento do sistema eleito- ral, assim como a entrada da nova sigla no meio político brasileiro. Quanto à nova legenda, o se- nador Paulo Bauer (PSDB) avalia que o PSD surge da divisão do partido Democrata. E isso, na sua leitura, não altera a política no seu tramite nacional. “Entendo que o PSD não será posição e nem cen- tro. Mas posso falar do seu desem- penho depois de sua oficialização e atuação nas próximas eleições”, afirma. Já o senador Casildo Mal- daner (PMDB) acredita que o PSD será um dos partidos fortes que sobreviverá o fim das coliga- ções “O PSD tem tudo para estar entre os partidos que vão conse- guir agregar lideranças e estarem em sintonia com os anseios da so- ciedade”. O peemedebista é a favor do fim das coligações nas candida- turas proporcionais. “Com as coligações, candidatos são eleitos utilizando o coeficiente alcança- do pela coligação. Isso tem que acabar. Não podemos conviver com 26 27 partidos. A tendência é que acabem unindo-se os de ide- ologia mais próxima”. Ele também defende a Fidelidade Partidária. “Não podemos conviver com o troca-troca partidário. Isto não contribui em nada para o proces- so democrático”, afirma o senador. Maldaner está de acordo com o texto aprovado pela comissão da reforma no Senado, que mantém as regras atuais do tema. Bauer também defende o tema da Fidelidade Partidária. Para o tucano, os candidatos interessa- dos em se candidatar a algum car- go público devem estar filiados a um partido político, pelo menos, três anos. Ele também defende o fim da reeleição, o mandato de seis anos para todos os cargos, desde vereador até presidente da República, com eleições a cada três anos, intercalando entre Exe- cutivo e Legislativo. Já Maldaner apoia o limite de uma reeleição para cargos majori- tários, mas com a obrigatoriedade da desincompatibilização, para evitar o uso da máquina do gover- no. “Tem de ser estudado também um limite para os cargos legislati- vos, para que políticos não se eter- nizem em determinados postos”. Ninguém deve ficar eterno em um cargo, como a presidência de uma entidade, especialmente se esta re- ceber subsídios públicos”.(D.C) Partido de Origem: DEM Cargo eletivo:Vereador Presidente da Câmara de Joinville, acumula cinco mandatos como ve- reador. É o nome de referência como oposição ao governo municipal. Odir Nunes Partido de Origem: DEM Cargo eletivo: Deputado Estadual Destacado como principal nome para concorrer à Prefeitura de Joinville em 2012. Sofreu oposição de Kennedy Nunes ma eleição municipal de 2008 Darci de Matos Partido de Origem: DEM Cargo eletivo:Vereador Foi o vereador mais votado da história de Santa Catarina com 8.540 votos. No início se mostrou contrário à troca. É cotado a vice-presidente da sigla. Patricio Destro Partido de Origem: PP Cargo eletivo: Deputado Estadual Quando estava no PP era um forte candidato a concorrer à Prefeitura. Foi opositor às candidaturas tanto deTebaldi como de Darci de Matos. Kennedy Nunes Zilnete Nunes Entendo que o PSD não será oposição e nem centro. “PAULO BAUER senador DIVULGAÇÃO O troca-troca nos preparativos para o PSD decolar Não podemos conviver com tantos partidos com 26 ou 27 partidos” “CASILDO MALDANER senador PMDB-SC Senadores catarinenses buscam a reforma política em Brasília Senador Paulo bauer defende a fidelidade partidária e o fim da reeleição Partido de Origem: PP Cargo eletivo:Vereadora A irmã de Kennedy foi convidada a integrar o PMDB, mas optou pela nova sigla e aumentar a legenda com outros vereadores que poderão vir.
  • 10. 10 Joinville - Junho 2011 PRIMEIRA PAUTA Diagramação e edição de Gabriel Fronzi Esporte A força da cida- de de Joinvil- le no cenário futebolístico de Santa Ca- tarina é inegá- vel. Desde a fundação do Join- ville Esporte Clube, em 1976, a equipe acumulou doze títulos estuduais, tornando-se uma das quatro grandes do estado, se- gundo muitos entendedores do assunto. O que muitos não sa- bem, ou não se dão conta, é que o JEC surgiu a partir da união de duas agremiações tradicio- nais da maior cidade do esta- do: América e Caxias. A última, após glórias em campo e fracas- sos administrativos, retomou o futebol profissional em 2009 e tem como objetivo voltar a eli- te do futebol barriga-verde na próxima temporada. Visando acabar com a he- gemonia imposta pelo América na região, em outubro de 1920, Vampiro e Teotônia, duas ins- tituições de menor expressão, decidiram se unir. Misturando o preto do primeiro e o branco do segundo, surgiu o alvinegro Caxias. O nome, foi uma ho- menagem a Duque de Caxias, figura importante do exército brasileiro. A existência de duas potências citadinas resultou em uma rivalidade instantânea: no dia 9 de março de 1921, América e Caxias duelaram em comema- ção do septuagésimo aniversário de Joinville. Foram os primeiros noventa minutos de um clássi- co disputado até o surgimento do Joinville Esporte Clube, que cuminaria na fusão de ambos. ‘Vencemos o primeiro clássico por 2 a 1, no campo do adver- sário. Isso nos deu muita força logo no início de nossa história’, relembra Flávio Braga, atual pre- sidente do Caxias. De 1920 a 1976, o Caxias fez seu nome no estado. Foram três títulos estaduais, sendo dois de forma consecutiva e invicta, além de sete vice campeonatos, nos quais dois deles desconten- tam os torcedores até os dias de hoje. Além disso, grandes joga- dores que vestiram o uniforme preto e branco também conse- guiram notoriedade no futebol brasileiro (confira o box ao lado com cinco grandes jogadores da história caxiense). Nos anos 70, aconteceu a pri- meira crise financeira alvinegra. E o seu maior rival, coincidente- mente, não passava por um bom momento. Isso resultou na união dos dois departamentos de fu- tebol profissional, progredindo assim para a criação de um novo time na cidade: o JEC. O alvirubro da zona norte passou a dedicar-se com a liga amadora da cidade e o gualicho, fechou defitivamente as atividades, fazendo uma conces- são de seu estádio, o Ernestão, ao tricolor por 25 anos. Em 1996, o Caxias decidiu voltar ao futebol mas, inicialmente, de forma ama- dora.. Cinco anos depois, com o término da concessão do estádio, o alvinegro voltou aos gramados profissionalmente. Em 2002, a equipe conseguiu o acesso para a primeira divisão do estado e no ano seguinte, com ótima campa- nha no catarinense, chegando a fi- nal, deixou o título escapar diante do Figueirense. A partir daí, nova crise e novas dívidas, que resulta- ram no fim do futebol profissio- nal, pela segunda vez. Matheus Mello senso_de_humor@hotmail.com Empurrado por sua tradição, o Caxias Futebol Clube busca voltar para a elite do futebol catarinense O alvinegro mais famoso e vencedor no norte do estado ESPORTE Juarez (Juarez Teixeira): O centroavante,oriundodeBlume- nau, marcou época na conquista do campeonato catarinense de 1954, marcando 18 gols em sete jogos. Tal desempenho desper- tou o interesse do Grêmio (RS), e o mesmo transferiu-se para Porto Alegre. No clube, ganhou o apelido de Leão do Olímpico, sendo pentacampeão gaúcho e campeão panamericano pela Seleção Brasileira. Juarez está eternizado na calçada da fama gremista, e é apontado por mui- tos como um dos maiores gole- adores que o Grêmio já viu em sua hstória. Atualmente mora em Porto Alegre. Mickey (Adalberto Kretzer): Nascido em Presidente Getú- lio, localizada no médio vale do Itajaí, o centroavante ingressou no gualicho em 1966. Suas boas atuações chamaram a atenção do então técnico do Botafogo, João Saldanha, que o indicou ao clube da estrela solitária. A ne- gociação não vingou, e Mickey foi contratado pelo Fluminense. Lá, fez história. Participou do time vitorioso que conquistou o torneio Roberto Gomes Pedroza (Robertão, o campeonato brasi- leiro da época), marcando três gols decisivos no quadrangular final, e sendo um dos prota- gonistas da conquista. No São Paulo, foi campeão brasileiro em 1977. Hoje em dia, possui um es- critório imobiliário em Balneário Camboriú, onde reside. Jairo (Jairo do Nascimento): Natural de Joinville, o goleiro Jairo jogou quatro temporadas no Caxias e, junto com Mickey, mudou-se para o Rio de Janeiro para denfender o tricolor das la- ranjeiras. Também participou da conquista do Robertão em 1970. Além disso, foi duas vezes cam- peão paulista pelo Corinthians e campeão brasileiro pelo Coritiba em 1985, quase no fim de sua carreira. Outro fato interessante, é que Pantera (como também era conhecido) foi o primeiro joinvillense a ser convocado para a seleção brasileira de futebol. Atualmente, mora em Curitiba e administra escolhinhas de fute- bol na capital paranaense. Norberto Hoppe: Unanimi- dade entre aqueles que viveram a grande fase do gualicho nas décadas de 50 e 60. Apesar de nunca ter sido campeão estadu- al, marcou história, fazendo mais de 500 gols. Em 1966, balançou as redes 33 vezes, sendo o maior artilheiro do futebol brasileiro naquela temporado, superando inclusive o rei Pelé. Impressiona- do com seu futebol, o mandatá- rio do Bangu, Castor de Andra- de, bancou o jogador, que ficou emprestado ao clube carioca por um ano. Vilmar Puccini: Goleiro bi- campeão catarinense com o gualicho em 1954 e 1955. Jo- gou em clubes de expressão do futebol barriga-verde na época como o Baependí, de Jaraguá do Sul e o Palmeiras, de Blumenau, se destacando em todos, mes- mo com sua baixa estatura de 1,70m. Atualmente na segunda divi- são do campeonato catarinense, o Caxias almeja o retorno a elite do estado, competição que não dis- puta desde 2005. ‘Em 2001, vol- tamos ao futebol profissional de forma muito afobada. Fomos vice campeões em 2003, montamos um bom time, mas gastamos de- mais,eissonosprejudicou.Agora, estamos com opé no chão’, afirma Braga. O mandatário caxiense acrescenta que as prioridades do clube neste momento são o patri- mônio e sua categoria de base. A competição tem início em agosto, e o gualicho encara o Próspera, de Criciúma, na estreia. Uma nova história O apelido Gualicho foi dado ao Caxias graças a um cavalo de corrida que vencia todas as corridas que disputava. Como o clube passava por uma boa fase, associaram o cavalo Gua- licho ao alvinegro joinvillense. O mascote do Caxias é o pinguim. Tal escolha ocorreu em uma partida realizada no Ernestão na década de 50, quando um torcedor levou um pinguim que havia achado no litoral norte. Dentro de campo, a equipe venceu, transforman- do o animal de terras geladas em pé quente e, com isto, tor- nou-se o mascote. Caxienses que marcaram época Curiosidades O treinador Pingo (esq), ao lado de JoséWilson e do presidente Flávio Braga na apresentação da equipe para a temporada 2011 Gabriel Fronzi
  • 11. Especial Diagramação e edição de Aline Seitenfus 11Joinville - Junho 2011 PRIMEIRA PAUTA MAIO A paralisação das obras JUNHO O abandono ABRIL A promessa E ra o começo de uma nova história. O ca- lendário mar- cava 22 de maio de 2011 e o Joinville Esporte Clube, equipe tradicional do futebol catarinense, estava em uma Copa Santa Catarina, um tor- neio sem expressão, mas que teria como objetivo servir de preparação para um grupo que visa a disputa do campeonato Brasileiro da Série C. Mas, não é apenas o clube que vive em maus lençóis, acumulando der- rotas e tristezas para a torcida. A Arena Joinville, o projeto do melhor estádio do Sul do país, também não vive bons mo- mentos. E a cada dia piora. Naquele dia cinzento, pouco mais de duas mil e quinhentas pessoas foram ao estádio. Como é rotineiro, as catracas eletrôni- cas para entrada dos torcedores quebraram. Virou corriqueiro formar filas em todos os jogos, para que os torcedores consi- gam entrar no estádio, que tem um único acesso, pelas rampas da rua Inácio Bastos. Paralela- mente, o torcedor que vem ao estádio aponta al- guns pontos nega- tivos. O empresário Julio Ferreira alega que a saída do es- tacionamento da Arena Joinville tem problemas. “Exis- tem dias que fica- mos até 40 minutos dentro do carro es- perando para con- seguir sair do estacionamento”, lamenta. O local é terceirizado, mas não tem asfalto. Em dias de chuva, a terra molhada e o barro atingem as pessoas que desejam apenas estacionar seu carro para assistir o jogo de futebol do seu time do coração. O presidente da Felej, Fundação de Esporte Lazer e Eventos de Joinville, Jorge Nascimento, garante que o problema do estacionamento já foi pior e a demora dos veícu- los se dá ao fato das duas únicas saídas do local, foram afetadas com as obras do “Parque da Ci- dade”, que está sendo construí- do no pátio do estádio. “Obras são obras, não há como negar que existe um problema no desafogamento do trânsito ao final dos jogos. Mas, esperamos concluir tudo isso com a inau- guração do Parque da Cidade nos próximos meses”, afirma. Mas esse não é o único pro- blema ocasionado por obras mal-acabadas da Arena Join- ville. O estudante Guilherme Silva também atenua para os banheiros do estádio que, nas arquibancadas descobertas, não contem iluminação e por diver- sas vezes não são limpos. “É complicado, a gente vem aqui pra torcer e quando quer usar os banheiros encontra-os nesta situação”. Aí, neste caso, a Fe- lej justifica que a situação já foi regularizada. Nos intervalos, a maioria dos torcedores se diri- ge as dependências abaixo das arquibancadas que é onde se encontram os quiosques para alimentação. Eles são adminis- trados pela empresa “Futebol Total” e, naturalmente, nenhum encontra-se nas condições que estavam as lancherias do pro- jeto inicial da Arena Joinville. Nada mais são do que um con- glomerado de freezers, estufas para salgadinhos e máquinas de fazer pipoca. Nada de confor- to, nada animador. Já não bastassem as infil- trações que ocorrem nas pare- des dos escritórios do Joinville Esporte Clube e da própria Felej, as rachaduras se tornam evidentes. Um dos responsá- veis pela estrutura do estádio, que prefere não ter o nome divulgado, alerta que a situa- ção só tende a piorar devido ao estado que se encontra a Arena Joinville. A solução po- deria ser com obras imediatas e constantes na estrutura que apresenta diversas falhas e sofre de um desgaste diário. Atualmente, a Prefeitura, em conjunto com a Felej, realizou a lavação das arquibancadas e do prédio externo. Gabriel Fronzi gabrielfronzi@ligaedesliga.com.br TorcedorescontinuamaenfrentarproblemasdevidoaodescumprimentodoprojetodaArenaJoinville Maisumprojetoquenãosaiudopapel DESCASO Alémdosproblemas comoestacionamento aArenaapresenta rachadurase infiltraçõesnasparedes PERIGO Com os inúmeros problemas na Arena Joinvile o que é para se tornar um passeio agradável para prestigiar o time acaba por virar um martírio. Filas longas, problemas com estacionamento e na infraestutura. Essa é a atual situação jaqueline Mello
  • 12. 12 Diagramação e edição de Ronaldo Santos Joinville - Junho 2011 PRIMEIRA PAUTA Reportagem fotográfica InsatisfaçãocontinuaapósfimdagreveNove de maio de 2011: os servidores públicos da Prefeitura de Joinville decidem pela paralisação do trabalho. Era o início de uma greve que resulta- ria em muito mais que dias sem trabalhar. Resultaria em várias páginas dos jornais locais, na construção de personagens como líderes, no envolvimento de toda a população e na segunda maior greve munici- pal. Professores e funcionários da saúde esvaziaram os órgãos públicos e encheram as ruas. Em cima do trio elétrico, o presidente do sindicato, Ulrich Bea- thalter, comandava os grevistas nas assembleias rea- lizadas em frente à prefeitura. No início, o sindicato pedia reajuste imediato de 8% no salário. Do outro lado, o chefe de gabinete, Eduardo Dalbosco, era o porta-voz das decisões do governo: o aumento sala- rial não seria dado no ano atual, apenas no início de 2012. O motivo? As dívidas que rondavam o gover- no de Carlito Merss. Foram 40 dias de faixas esten- didas, gritos de guerra, escolas paradas e postos de saúde fechados. As negociações, inicialmente, eram raras. Diversas lideranças externas interviram para que os dois lados tentassem um acordo. No meio do caminho, Dalbosco deu lugar ao prefeito Carlito Merss, que começou a ser o negociador. Há quem dizia que os rumos da greve se tornavam outros. Não mais uma luta pelo direito dos trabalhadores, mas uma briga de interesses políticos. No 17 de junho de 2011, o governo ofereceu reajuste de 2% em setembro, 2% em novembro e 4% em janeiro aos servidores. O sindicato aceitou. Fim da greve. Mas nem tudo voltou a ser flores. Os ares pesados entre os petistas e o descontentamento de ambas as partes continuou. texto e fotos: jaqueline dias jaqdias@gmail.com Prefeito Carlito Merss assumiu as negociações no final da greve Grevistas montaram barracas no jardim da sede da prefeitura Assembleias e manifestações ocorriam em frente à prefeitura Servidores passavam dia e noite no local Prefeito era acusado de não conceder reajuste em função de gastos com comissionados