SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 44
Segurança do Paciente na Atenção
ao Parto e ao Nascimento
Serviços obstétricos – princípios
• Toda mulher tem direito a ser tratada com dignidade e respeito.
• O nascimento é uma celebração e um momento único para a mulher e para a família
e elas têm o direito de vivenciar o parto como uma experiência positiva.
• Para isso, são necessários:
– Cuidado centrado na mulher, no bebê e na família.
– Cuidado voltado para aumentar a probabilidade de uma mulher saudável dar à luz um bebê saudável.
– Cuidado baseado nas melhores evidências científicas disponíveis.
– Relação entre a mulher, a família e a equipe pautada pela confiança e respeito mútuos.
– Respeito ao direito tanto da mulher quanto de sua família à informação sobre o cuidado prestado.
– Garantia da autonomia e promoção da escolha informada.
Serviços obstétricos – características e
peculiaridades
• A gestação e o parto são processos fisiológicos.
• Os serviços obstétricos são organizações de saúde que lidam,
ao mesmo tempo, com duas pessoas que não apresentam
necessariamente doença.
• O balanço de riscos e benefícios das intervenções deve ser
feito simultaneamente tanto para a mãe como para o filho.
• Necessidade de vigilância rigorosa – demanda intensiva de
profissionais habilitados para identificar anormalidades.
• Situações de emergência podem surgir e medidas de urgência
podem ser necessárias – a janela para intervenção oportuna é
estreita.
Principal problema – morte materna
•É a morte de uma mulher durante a gestação ou dentro do
período de 42 dias após o término da gestação.
• Independe da duração ou da localização da gravidez.
• Pode ocorrer por qualquer causa relacionada com ou agravada
pela gravidez ou, ainda, por medidas que se referem a ela, mas
não em virtude de causas acidentais ou incidentais.
(Organização Mundial da Saúde, 1995 - p. 143)
Principal problema – morte materna
• É considerada um evento sentinela – alerta para o fato de
que houve alguma falha no cuidado prestado.
• Deve deflagrar um conjunto de medidas para que suas causas
sejam esclarecidas e corrigidas.
• Indicador da qualidade do sistema de saúde – refere-se ao
acesso aos serviços, à adequação e à oportunidade do cuidado
(Benagiano e Thomas, 2003).
Causas da morte materna
• As quatro causas mais frequentes da morte materna são:
– hemorragia grave
– eclâmpsia e pré-eclâmpsia
– infecções
– aborto inseguro
• Essas quatro causas respondem por 80% das mortes para as quais
se conta com tecnologias efetivas (Ronsmans e Graham, 2006).
• Cada país apresenta um quadro particular, incluindo outras causas,
dentre elas, doenças cardiovasculares ou tromboembolia venosa,
como no caso dos Estados Unidos da América (Mhyre, 2012).
Outros problemas
• Há muito é sabido que a morte materna é apenas a ponta de
um iceberg (Laurenti 1988; Hafez 1998).
• Segundo Geller e colegas (2004), entre a gestação saudável e
a morte materna há um continuum de resultados não fatais que
também são muito importantes.
• De acordo com o estudo de Callaghan e colegas (2008), a
morbidade materna grave (near miss materno) é 50 vezes
mais comum do que a morte materna e pode causar danos
importantes, muitas vezes de caráter permanente. Essa,
porém, é uma realidade pouco conhecida.
Near miss materno – conceito
• Near miss materno – diz respeito às situações em que
mulheres apresentam complicações potencialmente letais
durante a gravidez, parto ou puerpério, e só sobrevivem
em razão do acaso ou do cuidado de saúde prestado.
• Termo cunhado por Stones e colegas em 1991 – até hoje
é objeto de estudo e discussão para definir os critérios
para classificar esses quadros ameaçadores da vida.
• A OMS propôs um conjunto de critérios de identificação
dos casos de near miss materno para facilitar as revisões
e o monitoramento e contribuir com a melhoria do cuidado
prestado (Say et al., 2009).
Outros problemas
• Além dos incidentes comuns a outros serviços de saúde, como quedas e
aqueles relacionados a medicamentos e transfusões de sangue e
hemocomponentes, há um conjunto de incidentes com dano (eventos
adversos) típicos da área obstétrica.
• Podem variar de gravidade
• desde a morte materna e situações ameaçadoras da vida (near
miss materno – hemorragia pós-parto, eclâmpsia, ruptura uterina,
infecções puerperais e outras) a outros incidentes que provocam
danos de menor gravidade (lacerações de períneo, cefaleia pós-
raquianestesia, fístulas vaginais, entre outras), que podem surgir,
inclusive, em períodos posteriores à alta hospitalar (Cunningham et
al., 2012).
• Embora alguns desses incidentes não signifiquem risco de morte para as
mães, podem trazer desconforto e repercussões para a vida sexual e
reprodutiva.
Fatores que interferem na evolução ao
longo do continuum da saúde materna
Assistenciais
Clínico-
obstétricos
Sócio-
demográficos
Estratégias deEstratégias de
prevençãoprevenção
Fatores assistenciais
Geller e colegas (2004) afirmam que:
• os fatores assistenciais desempenham importante papel na
rapidez da progressão da mulher no continuum da saúde
materna;
• quanto mais grave o quadro, maior a probabilidade de
haver fator assistencial prevenível envolvido.
Desafios:
• compreender como esses fatores que estão relacionados
às organizações de saúde e aos arranjos que estruturam o
sistema de saúde afetam os resultados dos serviços
obstétricos;
• identificar as intervenções efetivas para promover a
melhoria do cuidado;
• mudar a cultura e as rotinas.
Fatores assistenciais
• Contexto organizacional complexo
• Profissionais com diferentes tipos de formação
• Avanços tecnológicos e incorporação acrítica
ou inadequada da tecnologia
• Difícil padronização, em função de
necessidades distintas
• Sobrecarga de trabalho em ambiente de
tensão
• Estrutura inadequada
Fatores assistenciais
• RELACIONADOS À
ESTRUTURA
• QUADRO DE PROFISSIONAIS
• APARATO TECNOLÓGICO
• PROTOCOLOS E ROTINAS
• INSTALAÇÕES FÍSICAS
• TRANSPORTE DE PACIENTES
• REFERÊNCIAS E
CONTRAREFERÊNCIAS
• SERVIÇOS DE APOIO
(LABORATORIAL,
TRANSFUSIONAL, etc.)
• RELACIONADOS AO
PROCESSO
• TREINAMENTOS ESPECÍFICOS E
PERIÓDICOS
• USO ROTINEIRO DE TÉCNICAS
DE COMUNICAÇÃO
• REGISTRO DE SINAIS VITAIS,
CONDUTAS E PROCEDIMENTOS
NO PRONTUÁRIO
• USO DE TÉCNICAS NÃO
FARMACOLÓGICAS DE
CONTROLE DA DOR
• PRESENÇA DO
ACOMPANHANTE
Fatores assistenciais
Modelo dos Três Atrasos (Thaddeus e Maine, 1994)
• É sabido que a maior parte das mortes maternas poderia ser
evitada com cuidado de saúde adequado e oportuno.
• O modelo identifica os obstáculos para a utilização dos
serviços obstétricos adequados e de alta qualidade em
tempo oportuno.
• Uma abordagem que embasa a priorização de intervenções
para melhorar a disponibilidade e a acessibilidade aos
serviços de saúde.
• Estudos recentes (Amorim et al., 2008; Pacagnella et al.,
2014) apontam que esse modelo também explica uma parte
significativa dos casos de near miss materno.
Modelo dos Três Atrasos
(Thaddeus e Maine, 1994)
3º Atraso
Receber o cuidado
adequado no momento
oportuno
Fatores que afetam a
utilização e o desfecho
Atrasos
Fatores
socioeconômicos e
culturais
1º Atraso
Decisão para buscar o
serviço de saúde
Acessibilidade aos
serviços de saúde
2º Atraso
Identificar e alcançar o
serviço de saúde
adequado
Qualidade do cuidado
Fatores assistenciais
Modelo dos Três Atrasos (Thaddeus e Maine, 1990)
1º ATRASO 2º ATRASO
• Atraso na decisão de
procurar cuidados por
parte da mulher, da
família ou de ambos.
• Fatores relevantes:
• Grau de informação
sobre as situações que
merecem cuidado
• Distância da unidade de
saúde
• Custo financeiro
envolvido
• Experiência anterior
negativa com o sistema
de saúde
• Percepção negativa da
qualidade do cuidado
recebido
• Atraso em alcançar
uma unidade de
cuidados de saúde
adequada.
• Fatores relevantes:
• Distribuição geográfica
dos serviços de saúde –
se inadequada,
demanda grandes
deslocamentos e muito
tempo de viagem;
dificuldades de
transporte (incluindo
custos e meios de
transporte)
• Atraso em receber os
cuidados adequados
nos serviços de
saúde.
• Fatores relevantes:
• Falta de insumos,
instrumentos e
equipamentos
• Insuficiência de
profissionais de saúde
• Falta de equipe com
treinamento adequado
3º ATRASO
Problemas comuns na
condução do parto
• Falha em reconhecer/responder de modo adequado ao
sofrimento fetal pré-parto/intraparto.
• Incapacidade de realizar uma cesariana no momento oportuno
(até 30 minutos após a decisão).
• Uso inadequado da ocitocina → hiperestimulação uterina/
ruptura uterina.
• Uso inadequado de fórceps/vácuo → trauma fetal e lesões
perineais.
• Subestimação da perda de sangue na cirurgia.
• Subestimação da perda de sangue no pós-operatório.
Problemas comuns na
condução do parto
• Falta de compreensão de que mulheres jovens e saudáveis
podem perder grandes quantidades de sangue antes de sua
pressão arterial cair.
• Comunicação entre enfermeiros e médicos inadequada.
• Dificuldades de comunicação com o laboratório para definir
necessidade de sangue.
• Dificuldade de controlar adequadamente a pressão arterial em
mulheres hipertensas.
• Demora em diagnosticar e tratar o edema pulmonar em
mulheres com pré-eclâmpsia.
• Pouca atenção aos sinais vitais pós-cesariana.
Fatores assistenciais – aspectos relevantes
para a Melhoria da Qualidade e Segurança
• Intervenções no sistema de saúde, nas organizações de saúde, tais
como a definição de protocolos, revisão e treinamento de seus
procedimentos, podem modificar o comportamento dos fatores
assistenciais e produzir melhorias na qualidade dos serviços,
tornando-os mais efetivos, seguros e eficientes.
• Não são intervenções simples. Geralmente é necessário combinar
um conjunto de intervenções.
• Cultura organizacional joga um forte papel – há resistências a
mudanças.
• Projetos devem ser de longo prazo para alcançar mudanças
sustentáveis.
Fatores assistenciais – aspectos relevantes
para a Melhoria da Qualidade e Segurança
• Envolvimento da alta direção e das lideranças nas organizações
• Conhecimento da organização e compartilhamento da visão sobre
qualidade e segurança – onde estamos e para onde queremos ir.
• Todos estão implicados com a qualidade e a segurança – verbos
conjugados de acordo com as várias pessoas da organização (eu
faço, ele faz, nós fazemos).
• Reconhecimento de que o processo da melhoria é contínuo.
• Devolução dos resultados.
• Renovação de compromissos.
Qualidade da atenção em
serviços obstétricos – do que é
que estamos falando?
Qualidade da atenção em serviços
obstétricos – Contextualizando os conceitos
Dimensão Operacionalização
Segurança
Minimização do risco de erro ou dano. Cuidado pautado na fisiologia do parto
minimiza o uso de intervenções e opta por aquelas com risco estabelecido por
critérios científicos, o que torna o cuidado mais seguro.
Efetividade
Cuidado prestado de acordo com as indicações de uso e os padrões estabelecidos
alcança os benefícios esperados.
Centralidade
na mulher e
no bebê
Cuidado tem por base as necessidades, os valores, a cultura e as preferências da
mulher e sua família, promovendo resultados de saúde ideais. As decisões são
tomadas para otimizar a saúde materna e neonatal e não por conveniência da
equipe ou da organização de saúde.
Oportunidade
Cuidado prestado quando necessário, pois a espera pode comprometer a
segurança. Isso inclui fornecer informação clara em tempo hábil para apoiar a
tomada de decisão da mulher e sua família.
Eficiência
Cuidado prestado de modo a produzir os maiores benefícios possíveis com o uso
mais adequado dos recursos e da tecnologia. Maternidade eficiente evita o
desperdício com o uso excessivo, inadequado e com os erros.
Equidade
As mulheres e as famílias de todos os grupos raciais, étnicos e socioeconômicos
têm acesso aos mesmos cuidados de alta qualidade. Qualquer variação nos
cuidados está pautada apenas nas necessidades e valores da mulher e na sua
saúde e de seu bebê. Também significa que os cuidados obstétricos consideram
barreiras linguísticas, culturais e geográficas.
Conhecer, medir e monitorar
• Para melhorar a qualidade dos cuidados de saúde prestados é preciso
conhecer bem a realidade.
• Autoavaliação – com orientação de padrões de qualidade estabelecidos
pela autoridade sanitária ou por organismos de acreditação; observar tanto
aspectos relacionados à estrutura como ao processo.
• Entrevistas com profissionais e pacientes.
• Uso de rol de rastreadores de eventos adversos – traçar perfil do serviço
obstétrico.
• Uso de ferramentas para identificação de causas e fatores contribuintes.
• Falhas e deficiências identificadas devem orientar intervenções e
investimentos.
• Medidas de resultados criteriosamente selecionadas para monitoramento –
painel de indicadores.
Iniciativas para a melhoria do cuidado e da
segurança do paciente em serviços
obstétricos
• Difundir o conhecimento produzido e consolidado.
• Classificação das intervenções utilizadas na obstetrícia, com base em revisões
sistemáticas, em quatro categorias (“Care in normal birth: a practical guide”, WHO, 1996).
Práticas que são comprovadamente úteis e devem ser
incentivadas
Práticas que são claramente danosas ou ineficazes e devem ser
abandonadas
Práticas para as quais não existem evidências suficientes
para permitir uma recomendação clara e que devem
ser utilizadas com reserva
Práticas que são frequentemente usadas de forma inadequada
Práticas que são comprovadamente úteis
e devem ser incentivadas
1. Elaborar plano individualizado que determine onde e por quem o parto será realizado.
Este plano deve ser feito com a mulher durante a gravidez e dado a conhecer ao seu
companheiro ou, se for o caso, à família.
2. Avaliar o risco da gravidez durante o pré-natal. Reavaliar a cada contato com o
sistema de saúde e no primeiro contato com o profissional de saúde (médico ou
enfermeiro) durante o trabalho de parto e parto.
3. Monitorar o bem-estar físico e emocional da mulher ao longo do trabalho de parto,
parto e após o nascimento do bebê.
4. Oferecer líquidos por via oral durante o trabalho de parto.
5. Respeitar a escolha informada das mulheres sobre o local de nascimento.
6. Respeitar o direito da mulher à privacidade no local do parto.
7. Apoio empático pelos profissionais de saúde durante o trabalho de parto.
Práticas que são comprovadamente úteis
e devem ser incentivadas
8. Respeitar a escolha do acompanhante pelas mulheres durante o trabalho de parto e
parto.
9. Dar às mulheres o máximo de informações e explicações que desejarem.
10. Usar métodos não invasivos e não farmacológicos de alívio da dor durante o
trabalho de parto.
11. Monitorar o feto com ausculta intermitente.
12. Usar materiais descartáveis e descontaminação adequada de materiais reutilizáveis​​ ​​
ao longo do trabalho de parto.
13. Usar luvas no exame vaginal, durante o nascimento do bebê e na manipulação da
placenta.
14. Liberdade de posição e movimento durante o trabalho de parto.
Práticas que são comprovadamente úteis
e devem ser incentivadas
15. Incentivar a posição não supina durante o trabalho de parto.
16. Monitorar o progresso do trabalho de parto, por exemplo, com a utilização de
partograma.
17. Ocitocina profilática na terceira fase do trabalho de parto em mulheres com risco de
hemorragia pós-parto.
18. Esterilizar corte do cordão umbilical.
19. Prevenir hipotermia do bebê.
20. Promover contato pele a pele entre mãe e filho, dando apoio ao início do
aleitamento materno dentro de 1 hora após o parto.
21. Orientar sobre a amamentação.
22. Exame de rotina da placenta e das membranas.
Práticas que são claramente danosas ou ineficazes e
que devem ser abandonadas
1. Uso rotineiro de enema.
2. Uso rotineiro de tricotomia.
3. Infusão intravenosa rotineira no trabalho de parto.
4. Inserção profilática de rotina de cânula intravenosa.
5. Posição supina de rotina durante o trabalho de parto.
6. Exame retal.
7. Uso de raios-X para pelvimetria.
8. Administração de ocitócitos em qualquer momento antes do parto, se seu efeito não
puder ser controlado.
Práticas que são claramente danosas ou ineficazes e
que devem ser abandonadas
9. Uso rotineiro da posição de litotomia, com ou sem estribos, durante o trabalho de
parto.
10. Manobra de Valsalva durante o segundo estágio do trabalho de parto.
11. Massagens e distensão do períneo durante o segundo estádio de trabalho.
12. Uso de ergometrina oral no terceiro estágio do trabalho de parto para prevenir ou
controlar hemorragias.
13. Uso rotineiro de ergometrina parenteral no terceiro estágio do trabalho de parto.
14. Lavagem rotineira do útero depois do parto.
15. Revisão rotineira (exploração manual) do útero depois do parto.
Práticas para as quais não existem evidências
suficientes para permitir uma recomendação clara e
que devem ser utilizadas com reserva
1. Métodos não farmacológicos de alívio da dor durante o parto, como
ervas, imersão em água e estimulação nervosa.
2. Amniotomia de rotina no início do primeiro estágio do trabalho de
parto.
3. Pressão aplicada no fundo do útero durante o parto.
4. Manobras relacionadas à proteção do períneo no manejo da
progressão da cabeça fetal no momento de nascimento.
5. Manipulação ativa do feto no momento de nascimento.
6. Uso rotineiro de ocitocina, tração controlada do cordão ou a
combinação dos dois durante o terceiro estágio do trabalho de parto.
7. Clampeamento precoce do cordão umbilical.
8. Estimulação do mamilo para aumentar contrações uterinas durante o
terceiro estágio do trabalho de parto.
Práticas que são frequentemente usadas de forma
inadequada
1. Restrição de ingestão de alimentos e líquidos durante o trabalho de
parto.
2. Controle da dor por agentes sistêmicos.
3. Controle da dor por analgesia epidural.
4. Monitoramento fetal eletrônico.
5. Uso de máscaras e aventais estéreis durante o atendimento ao
trabalho de parto.
6. Exames vaginais frequentes e repetidos.
7. Aumento da infusão de ocitocina.
8. Remoção da mulher para uma sala diferente, como rotina, no início
do segundo estágio.
Práticas que são frequentemente usadas de forma
inadequada
9. Cateterismo vesical.
10. Incentivar a mulher a fazer força quando há dilatação cervical
completa ou quase completa antes que ela sinta necessidade de fazê-
lo.
11. Estipular de forma rígida a duração do segundo estágio do trabalho
de parto, se as condições maternas e fetais são boas e se houver
progresso do trabalho de parto.
12. Parto cirúrgico.
13. Uso rotineiro ou liberal da episiotomia.
14. Exploração manual do útero depois do parto.
Iniciativas para a melhoria do cuidado e
da segurança do paciente em
serviços obstétricos
o Identificar eventos adversos, conhecer
suas causas e fatores contribuintes
– Uso de rol de rastreadores para orientar a revisão de prontuários
– Observação direta de processo de trabalho
– Mapeamento de pontos críticos de controle
– Aplicação de ferramentas como Análise de Causa-Raiz
– Sessões clínicas com equipes
Iniciativas para a melhoria do cuidado e da
segurança do paciente em serviços obstétricos
o Identificar de eventos adversos e conhecer suas causas e fatores contribuintes
NOME DA TÉCNICA USO DESCRIÇÃO
Sampling at Service
Sites (SSS) Medir a mortalidade
materna
Estratégia para captar dados sobre mortes maternas em que os
pesquisadores/investigadores visitam os locais onde se encontra grande
número de mulheres potencialmente expostas, tais como serviços de saúde.
Rapid Ascertainment
Process for Institutional
Death (Rapid)
Medir a mortalidade
materna
Método para melhorar o monitoramento de mortes hospitalares relacionadas
à gravidez, identificando retrospectivamente os óbitos que possam ter sido
perdidos durante notificações de rotina.
Tracing adverse and
favourable events in
pregnancy care (Trace)
Medir e descrever a
mortalidade materna, a
morbidade e a qualidade
dos serviços de cuidado
obstétrico
Inquéritos para rastrear eventos adversos ou desfavoráveis no cuidado
obstétrico. Obtenção de informação qualitativa sobre os casos de morte
materna, morbidade materna grave (near miss) e, se necessário, casos
normais e outras complicações.
Perceptions of Quality of
Care (PQOC) Medir e descrever a
qualidade dos serviços de
cuidado obstétrico
Métodos qualitativos para estudo das percepções dos membros da
comunidade e provedores em relação a barreiras e facilitadores do cuidado
de boa qualidade. Fornece informação sobre fatores que podem afetar os
cuidados especializados ao parto.
Health Worker Incentives
Survey (HWIS) Avaliar fatores ligados aos
sistemas de saúde
Questões para investigar fatores motivacionais em profissionais de saúde e
outros aspectos do contexto ligados aos recursos humanos com vistas a
obter medidas de funcionalidade dos serviços.
Outcomes after
Pregnancy (OAP) Medir a morbidade
materna
Estratégia interdisciplinar para explorar a relação entre consequências
sociais, psicológicas, físicas e econômicas das complicações durante a
gravidez e o parto.
Maternal Death from
Informants (Made-in) and
Maternal Death Follow-
on Review (Made-for)
Medir a mortalidade
materna
Técnica de pesquisa que usa informantes para identificar mortes
relacionadas à gravidez, objetivando estimar a razão de mortalidade materna
e fornecer informações sobre as possíveis causas de mortalidade. Entrevistas
de seguimentos com familiares das pacientes que foram ao óbito,
confirmando se as mortes são maternas ou não e explorando as causas e
circunstâncias da morte.
Fonte: Reis, LGC. Maternidade Segura. In: Sousa, Paulo (Org.) Segurança do Paciente: conhecendo os riscos nas organizações de saúde. 1.ed. Rio de
Janeiro, EAD/ENSP, 2014. v.1,p.371-393.
Iniciativas para a melhoria do cuidado e da
segurança do paciente em serviços
obstétricos
o Implementar projetos inovadores que tenham forte base científica
o “Idealized Design of Perinatal Care” – Institute for Healthcare Improvement (IHI)
Projeto de inovação com base nos princípios da ciência da confiabilidade e no modelo do IHI para
aplicar estes princípios para melhoria do cuidado de saúde.
1. Desenvolvimento de processos clínicos confiáveis para gerenciar o trabalho de
parto.
2. Uso de princípios que melhoram a segurança (ou seja, a prevenção, detecção e
mitigação de erros).
3. Definição de equipes de saúde que devem ser treinadas para se comunicar de forma
eficaz entre si e com as mães e as famílias.
4. Foco na mãe e na família como locus de controle durante o trabalho de parto.
• Disponível em: http://www.ihi.org/resources/Pages/IHIWhitePapers/IdealizedDesignofPerinatalCareWhitePaper.aspx
Iniciativas para a melhoria do cuidado e da
segurança do paciente em serviços
obstétricos
o Treinamentos para equipes multidisciplinares na área obstétrica
NOME DO CURSO DESCRIÇÃO
Advances in Labor and Risk
Management (ALARM)
Programa de educação continuada para os prestadores de cuidados intraparto da Sociedade de
Obstetras e Ginecologistas do Canadá (SOGC).
Advanced Life Support in
Obstetrics (ALSO)
Curso multidisciplinar para o gerenciamento de emergências obstétricas.
Care Team OB Curso institucional para o aprimoramento de habilidades, preparação para emergências, trabalho
em equipe e melhorias de comunicação.
Managing Obstetrical Risks
Efficiently
(MORE OB)
Programa abrangente, com três anos de duração, inclui segurança do paciente e desenvolvimento
profissional para a melhoria de unidades de obstetrícia do hospital.
Practical Obstetric
Multiprofessional Training
(PROMPT)
Programa de formação multiprofissional. Inclui parteiras, obstetras e anestesistas aprovados pelo
Royal College of Midwives e pelo Royal College of Obstetricians and Gynaecologists (UK).
S.T.A.B.L.E. Program Curso de pós-ressuscitação/cuidado de estabilização pré-transporte de crianças doentes. Acrônimo
composto por: S (sugar and safe care) - nível estável de glicemia e cuidados seguros; T –
temperatura; A (airway) vias aéreas; B (blood pressure) pressão arterial; L (lab work) exames
laboratoriais; E (emotional support) apoio emocional.
Team Strategies and Tools
to Enhance Performance and
Patient Safety (TeamSTEPPS)
Sistema de trabalho em equipe desenvolvido para os profissionais de saúde com foco na melhoria
da segurança do paciente, que tem sido aplicado aos cuidados de maternidade.
CRM – Crew Resource
Management
Programa de treinamento para equipes, especialmente desenhado para aprimorar a comunicação.
Fonte: Reis, LGC. Maternidade Segura. In: Sousa, Paulo (Org.) Segurança do Paciente: conhecendo os riscos nas organizações de saúde. 1.ed. Rio de
Iniciativas para a melhoria do cuidado e da
segurança do paciente em serviços
obstétricos
o Adotar instrumentos
o Cartão da gestante
o Partograma
o Checklists - Birthing Unit Surgical Safety Checklist - adaptação do checklist da cirurgia segura
para área obstétrica (Singh et al., 2013).
o WHO Safe Childbirth Checklist program to improve quality of care at childbirth (Spector JM et
al., 2013).
Pontos críticos para melhoria do
cuidado obstétrico
• Preparação dos serviços para resposta rápida às emergências
obstétricas
– Adequação da estrutura – quantitativo da equipe, medicamentos
e outros insumos necessários; apoio diagnóstico e suprimento de
sangue; preparação da equipe com adoção de protocolos de
comunicação, treinamento com simulação para identificação de
situações de risco, intervenção coordenada.
• Higienização das mãos e material corretamente esterilizado.
• Registro de sinais vitais e procedimentos – preenchimento
correto do partograma.
• Interpretação correta da cardiotocografia fetal.
Pontos críticos para melhoria do
cuidado obstétrico
• Padronização do uso da ocitocina (para indução e aceleração
do trabalho de parto).
• Padronização para prevenção, identificação e tratamento da
hemorragia pós-parto.
• Adoção de medidas para indicação correta da cesárea.
• Abandono de práticas classificadas como claramente danosas
ou ineficazes.
• Comunicação com a mulher e a família.
• Ambiente adequado para adoção de técnicas não
farmacológicas para o controle da dor.
Pontos críticos para melhoria do
cuidado obstétrico
• Acomodação adequada para permitir a presença de
acompanhante e a privacidade durante o trabalho de parto e
parto.
• Não discriminação das mulheres por quaisquer motivos.
• Atenção adequada às adolecentes.
• Tratamento acolhedor e ambiente calmo.
• Não adoção de rotinas iguais para todas.
Agenda de compromisso
o Reduzir o número de partos cesáreos.
o Reduzir os partos programados para gestações entre 36(0/7)-
38(6/7) semanas para as quais não haja indicação médica.
o Garantir a presença do acompanhante durante todo o período
de internação.
o Garantir transporte e internação para a gestante em trabalho
de parto.
o Oferecer informação clara e correta à gestante e à família.
o Diminuir as taxas nacionais de transmissão vertical do HIV.
Referências
Prof. Dra. Lenice Gnocchi da Costa Reis
ENSP/FIOCRUZ
ElaboraçãoElaboração
ProduçãoProdução
PROQUALIS
proqualis@icict.fiocruz.br
Segurança do Paciente na Atenção ao Parto

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Pré-natal na Atenção Básica
Pré-natal na Atenção BásicaPré-natal na Atenção Básica
Pré-natal na Atenção Básicamarianagusmao39
 
Cartilha HUMANIZAÇÃO do PARTO: NASCE o RESPEITO - MP PE
Cartilha HUMANIZAÇÃO do PARTO: NASCE o RESPEITO - MP PECartilha HUMANIZAÇÃO do PARTO: NASCE o RESPEITO - MP PE
Cartilha HUMANIZAÇÃO do PARTO: NASCE o RESPEITO - MP PEProf. Marcus Renato de Carvalho
 
Pré parto
Pré parto Pré parto
Pré parto tvf
 
Apresentacao anvisa
Apresentacao anvisaApresentacao anvisa
Apresentacao anvisa07082001
 
Aula assistência de enfermagem no puerperio imeditato
Aula assistência de enfermagem no puerperio imeditatoAula assistência de enfermagem no puerperio imeditato
Aula assistência de enfermagem no puerperio imeditatoViviane da Silva
 
Aula introducao à segurança do paciente
Aula introducao à segurança do pacienteAula introducao à segurança do paciente
Aula introducao à segurança do pacienteProqualis
 
Protocolo de Cirurgia Segura AULA 2
Protocolo de Cirurgia Segura AULA 2Protocolo de Cirurgia Segura AULA 2
Protocolo de Cirurgia Segura AULA 2Aline Bandeira
 
Implantação da cirurgia segura
Implantação da cirurgia seguraImplantação da cirurgia segura
Implantação da cirurgia seguracmecc
 
Etapas do Processo de Enfermagem
Etapas do Processo de EnfermagemEtapas do Processo de Enfermagem
Etapas do Processo de EnfermagemPaulo Aragão
 
gerenciamento de enfermagem
gerenciamento de enfermagemgerenciamento de enfermagem
gerenciamento de enfermagemjosi uchoa
 
Transformações na gestação
Transformações na gestaçãoTransformações na gestação
Transformações na gestaçãoAlinebrauna Brauna
 
As 10 Principais Causas dos Eventos Sentinela
As 10 Principais Causas dos Eventos SentinelaAs 10 Principais Causas dos Eventos Sentinela
As 10 Principais Causas dos Eventos SentinelaFernando Barroso
 

La actualidad más candente (20)

Pré-natal na Atenção Básica
Pré-natal na Atenção BásicaPré-natal na Atenção Básica
Pré-natal na Atenção Básica
 
AssistêNcia Ao Parto
AssistêNcia Ao PartoAssistêNcia Ao Parto
AssistêNcia Ao Parto
 
Cartilha HUMANIZAÇÃO do PARTO: NASCE o RESPEITO - MP PE
Cartilha HUMANIZAÇÃO do PARTO: NASCE o RESPEITO - MP PECartilha HUMANIZAÇÃO do PARTO: NASCE o RESPEITO - MP PE
Cartilha HUMANIZAÇÃO do PARTO: NASCE o RESPEITO - MP PE
 
Pré parto
Pré parto Pré parto
Pré parto
 
Saúde da Mulher na APS
Saúde da Mulher na APSSaúde da Mulher na APS
Saúde da Mulher na APS
 
Saude da mulher1
Saude da mulher1Saude da mulher1
Saude da mulher1
 
Apresentacao anvisa
Apresentacao anvisaApresentacao anvisa
Apresentacao anvisa
 
Parto Humanizado
Parto HumanizadoParto Humanizado
Parto Humanizado
 
Aula assistência de enfermagem no puerperio imeditato
Aula assistência de enfermagem no puerperio imeditatoAula assistência de enfermagem no puerperio imeditato
Aula assistência de enfermagem no puerperio imeditato
 
Aula introducao à segurança do paciente
Aula introducao à segurança do pacienteAula introducao à segurança do paciente
Aula introducao à segurança do paciente
 
Protocolo de Cirurgia Segura AULA 2
Protocolo de Cirurgia Segura AULA 2Protocolo de Cirurgia Segura AULA 2
Protocolo de Cirurgia Segura AULA 2
 
SAÚDE DA MULHER: ENFERMAGEM
SAÚDE DA MULHER: ENFERMAGEMSAÚDE DA MULHER: ENFERMAGEM
SAÚDE DA MULHER: ENFERMAGEM
 
Implantação da cirurgia segura
Implantação da cirurgia seguraImplantação da cirurgia segura
Implantação da cirurgia segura
 
Parto e nascimento humanizado
Parto e nascimento humanizadoParto e nascimento humanizado
Parto e nascimento humanizado
 
Coleta e Indicações para o Exame Citopatológico do Colo Uterino
Coleta e Indicações para o Exame Citopatológico do Colo UterinoColeta e Indicações para o Exame Citopatológico do Colo Uterino
Coleta e Indicações para o Exame Citopatológico do Colo Uterino
 
Etapas do Processo de Enfermagem
Etapas do Processo de EnfermagemEtapas do Processo de Enfermagem
Etapas do Processo de Enfermagem
 
gerenciamento de enfermagem
gerenciamento de enfermagemgerenciamento de enfermagem
gerenciamento de enfermagem
 
Transformações na gestação
Transformações na gestaçãoTransformações na gestação
Transformações na gestação
 
Segurança do Paciente em Pediatria
Segurança do Paciente em PediatriaSegurança do Paciente em Pediatria
Segurança do Paciente em Pediatria
 
As 10 Principais Causas dos Eventos Sentinela
As 10 Principais Causas dos Eventos SentinelaAs 10 Principais Causas dos Eventos Sentinela
As 10 Principais Causas dos Eventos Sentinela
 

Similar a Segurança do Paciente na Atenção ao Parto

Aspectos relacionados à preferência pela via de parto
Aspectos relacionados à preferência pela via de partoAspectos relacionados à preferência pela via de parto
Aspectos relacionados à preferência pela via de partoadrianomedico
 
Aspectos relacionados à preferência pela via de parto
Aspectos relacionados à preferência pela via de partoAspectos relacionados à preferência pela via de parto
Aspectos relacionados à preferência pela via de partoadrianomedico
 
Manifesto pela Humanização do Parto e Nascimento em Natal versão final 19agos13
Manifesto pela Humanização do Parto e Nascimento em Natal versão final 19agos13Manifesto pela Humanização do Parto e Nascimento em Natal versão final 19agos13
Manifesto pela Humanização do Parto e Nascimento em Natal versão final 19agos13Gabriella Vinhas
 
Implementação do Check List de Cirurgia Segura Hospital Alemão Oswaldo Cruz
Implementação do Check List de Cirurgia Segura Hospital Alemão Oswaldo CruzImplementação do Check List de Cirurgia Segura Hospital Alemão Oswaldo Cruz
Implementação do Check List de Cirurgia Segura Hospital Alemão Oswaldo CruzProqualis
 
Segurança do paciente
Segurança do pacienteSegurança do paciente
Segurança do pacienteHIAGO SANTOS
 
Recomendacao parto domiciliar-cfm
Recomendacao parto domiciliar-cfmRecomendacao parto domiciliar-cfm
Recomendacao parto domiciliar-cfmRenato Sfolia
 
Parto e Puerpério Matutino.pdf
Parto e Puerpério Matutino.pdfParto e Puerpério Matutino.pdf
Parto e Puerpério Matutino.pdfbianca375788
 
Parto Seguro_0.pdf
Parto Seguro_0.pdfParto Seguro_0.pdf
Parto Seguro_0.pdfbianca375788
 
A redução do parto cesáreo
A redução do parto cesáreoA redução do parto cesáreo
A redução do parto cesáreoadrianomedico
 
Segurança do paciente e gerencimento de risco (slide)
Segurança do paciente e gerencimento de risco (slide)Segurança do paciente e gerencimento de risco (slide)
Segurança do paciente e gerencimento de risco (slide)JONAS ARAUJO
 
Aula Cirurgias Seguras Salvam Vidas
Aula Cirurgias Seguras Salvam VidasAula Cirurgias Seguras Salvam Vidas
Aula Cirurgias Seguras Salvam VidasProqualis
 

Similar a Segurança do Paciente na Atenção ao Parto (20)

Cirurgiasegura
CirurgiaseguraCirurgiasegura
Cirurgiasegura
 
PME Lecture 1: Portuguese
PME Lecture 1: Portuguese PME Lecture 1: Portuguese
PME Lecture 1: Portuguese
 
O Papel das Demoras na Provisão de Cuidados Adequados às Complicações Maternas
O Papel das Demoras na Provisão de Cuidados Adequados às Complicações MaternasO Papel das Demoras na Provisão de Cuidados Adequados às Complicações Maternas
O Papel das Demoras na Provisão de Cuidados Adequados às Complicações Maternas
 
segurança do paciente
segurança do paciente segurança do paciente
segurança do paciente
 
Aspectos relacionados à preferência pela via de parto
Aspectos relacionados à preferência pela via de partoAspectos relacionados à preferência pela via de parto
Aspectos relacionados à preferência pela via de parto
 
Aspectos relacionados à preferência pela via de parto
Aspectos relacionados à preferência pela via de partoAspectos relacionados à preferência pela via de parto
Aspectos relacionados à preferência pela via de parto
 
Manifesto pela Humanização do Parto e Nascimento em Natal versão final 19agos13
Manifesto pela Humanização do Parto e Nascimento em Natal versão final 19agos13Manifesto pela Humanização do Parto e Nascimento em Natal versão final 19agos13
Manifesto pela Humanização do Parto e Nascimento em Natal versão final 19agos13
 
Implementação do Check List de Cirurgia Segura Hospital Alemão Oswaldo Cruz
Implementação do Check List de Cirurgia Segura Hospital Alemão Oswaldo CruzImplementação do Check List de Cirurgia Segura Hospital Alemão Oswaldo Cruz
Implementação do Check List de Cirurgia Segura Hospital Alemão Oswaldo Cruz
 
Segurança do paciente
Segurança do pacienteSegurança do paciente
Segurança do paciente
 
PRM caso clinico.pdf
PRM caso clinico.pdfPRM caso clinico.pdf
PRM caso clinico.pdf
 
Nova declaração da OMS sobre TAXAS de CESÁREAS
Nova declaração da OMS sobre TAXAS de CESÁREASNova declaração da OMS sobre TAXAS de CESÁREAS
Nova declaração da OMS sobre TAXAS de CESÁREAS
 
Recomendacao parto domiciliar-cfm
Recomendacao parto domiciliar-cfmRecomendacao parto domiciliar-cfm
Recomendacao parto domiciliar-cfm
 
Parto e Puerpério Matutino.pdf
Parto e Puerpério Matutino.pdfParto e Puerpério Matutino.pdf
Parto e Puerpério Matutino.pdf
 
Escala de MEOWS: por que e como implantar?
Escala de MEOWS: por que e como implantar?Escala de MEOWS: por que e como implantar?
Escala de MEOWS: por que e como implantar?
 
Parto Seguro_0.pdf
Parto Seguro_0.pdfParto Seguro_0.pdf
Parto Seguro_0.pdf
 
A redução do parto cesáreo
A redução do parto cesáreoA redução do parto cesáreo
A redução do parto cesáreo
 
Segurança do paciente na assistência obstétrica e neonatal
Segurança do paciente na assistência obstétrica e neonatalSegurança do paciente na assistência obstétrica e neonatal
Segurança do paciente na assistência obstétrica e neonatal
 
cirurgia segura pptx
cirurgia segura pptxcirurgia segura pptx
cirurgia segura pptx
 
Segurança do paciente e gerencimento de risco (slide)
Segurança do paciente e gerencimento de risco (slide)Segurança do paciente e gerencimento de risco (slide)
Segurança do paciente e gerencimento de risco (slide)
 
Aula Cirurgias Seguras Salvam Vidas
Aula Cirurgias Seguras Salvam VidasAula Cirurgias Seguras Salvam Vidas
Aula Cirurgias Seguras Salvam Vidas
 

Más de Proqualis

Aula: Desafios para o efetivo funcionamento dos Núcleos de Segurança do Pacie...
Aula: Desafios para o efetivo funcionamento dos Núcleos de Segurança do Pacie...Aula: Desafios para o efetivo funcionamento dos Núcleos de Segurança do Pacie...
Aula: Desafios para o efetivo funcionamento dos Núcleos de Segurança do Pacie...Proqualis
 
Aula: Desafios para o efetivo funcionamento dos Núcleos de Segurança do Pacie...
Aula: Desafios para o efetivo funcionamento dos Núcleos de Segurança do Pacie...Aula: Desafios para o efetivo funcionamento dos Núcleos de Segurança do Pacie...
Aula: Desafios para o efetivo funcionamento dos Núcleos de Segurança do Pacie...Proqualis
 
Aula: Desafios para o efetivo funcionamento dos Núcleos de Segurança do Pacie...
Aula: Desafios para o efetivo funcionamento dos Núcleos de Segurança do Pacie...Aula: Desafios para o efetivo funcionamento dos Núcleos de Segurança do Pacie...
Aula: Desafios para o efetivo funcionamento dos Núcleos de Segurança do Pacie...Proqualis
 
Aula: Contribuição das Comissões de Revisão de Prontuário e Análise de Óbito ...
Aula: Contribuição das Comissões de Revisão de Prontuário e Análise de Óbito ...Aula: Contribuição das Comissões de Revisão de Prontuário e Análise de Óbito ...
Aula: Contribuição das Comissões de Revisão de Prontuário e Análise de Óbito ...Proqualis
 
Aula: Contribuição das Comissões de Revisão de Prontuário e Análise de Óbito ...
Aula: Contribuição das Comissões de Revisão de Prontuário e Análise de Óbito ...Aula: Contribuição das Comissões de Revisão de Prontuário e Análise de Óbito ...
Aula: Contribuição das Comissões de Revisão de Prontuário e Análise de Óbito ...Proqualis
 
Aula sobre Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente - por Den...
Aula sobre Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente - por Den...Aula sobre Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente - por Den...
Aula sobre Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente - por Den...Proqualis
 
Aula sobre Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente - por Mar...
Aula sobre Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente - por Mar...Aula sobre Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente - por Mar...
Aula sobre Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente - por Mar...Proqualis
 
Aula sobre Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente - por Mag...
Aula sobre Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente - por Mag...Aula sobre Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente - por Mag...
Aula sobre Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente - por Mag...Proqualis
 
Aula sobre aspectos psicossociais do parto e nascimento e a segurança do paci...
Aula sobre aspectos psicossociais do parto e nascimento e a segurança do paci...Aula sobre aspectos psicossociais do parto e nascimento e a segurança do paci...
Aula sobre aspectos psicossociais do parto e nascimento e a segurança do paci...Proqualis
 
Aula sobre aspectos psicológicos da gestação, parto e pós-parto - Giana Frizzo
Aula sobre aspectos psicológicos da gestação, parto e pós-parto - Giana FrizzoAula sobre aspectos psicológicos da gestação, parto e pós-parto - Giana Frizzo
Aula sobre aspectos psicológicos da gestação, parto e pós-parto - Giana FrizzoProqualis
 
Aula - Gestão de riscos na atenção hospitalar no contexto da covid-19 - Ricar...
Aula - Gestão de riscos na atenção hospitalar no contexto da covid-19 - Ricar...Aula - Gestão de riscos na atenção hospitalar no contexto da covid-19 - Ricar...
Aula - Gestão de riscos na atenção hospitalar no contexto da covid-19 - Ricar...Proqualis
 
Aula sobre mortalidade por Covid-19 na gestação e puerpério - Rossana Francisco
Aula sobre mortalidade por Covid-19 na gestação e puerpério - Rossana FranciscoAula sobre mortalidade por Covid-19 na gestação e puerpério - Rossana Francisco
Aula sobre mortalidade por Covid-19 na gestação e puerpério - Rossana FranciscoProqualis
 
Aula sobre mortalidade por Covid-19 em UTIs brasileiras - Adriano Massuda
Aula sobre mortalidade por Covid-19 em UTIs brasileiras - Adriano MassudaAula sobre mortalidade por Covid-19 em UTIs brasileiras - Adriano Massuda
Aula sobre mortalidade por Covid-19 em UTIs brasileiras - Adriano MassudaProqualis
 
Aula 3: Vigilância dos eventos adversos pós-vacinação contra Covid-19 - Mario...
Aula 3: Vigilância dos eventos adversos pós-vacinação contra Covid-19 - Mario...Aula 3: Vigilância dos eventos adversos pós-vacinação contra Covid-19 - Mario...
Aula 3: Vigilância dos eventos adversos pós-vacinação contra Covid-19 - Mario...Proqualis
 
Aula 2: Vigilância dos eventos adversos pós-vacinação contra Covid-19 - Helai...
Aula 2: Vigilância dos eventos adversos pós-vacinação contra Covid-19 - Helai...Aula 2: Vigilância dos eventos adversos pós-vacinação contra Covid-19 - Helai...
Aula 2: Vigilância dos eventos adversos pós-vacinação contra Covid-19 - Helai...Proqualis
 
Aula 1: Vigilância dos eventos adversos pós-vacinação contra Covid-19 - Sandr...
Aula 1: Vigilância dos eventos adversos pós-vacinação contra Covid-19 - Sandr...Aula 1: Vigilância dos eventos adversos pós-vacinação contra Covid-19 - Sandr...
Aula 1: Vigilância dos eventos adversos pós-vacinação contra Covid-19 - Sandr...Proqualis
 
Aula - A comunicação no contexto da pandemia de Covid-19
Aula - A comunicação no contexto da pandemia de Covid-19Aula - A comunicação no contexto da pandemia de Covid-19
Aula - A comunicação no contexto da pandemia de Covid-19Proqualis
 
Aula - Segurança do paciente e vigilância em saúde na rede EBSERH durante a p...
Aula - Segurança do paciente e vigilância em saúde na rede EBSERH durante a p...Aula - Segurança do paciente e vigilância em saúde na rede EBSERH durante a p...
Aula - Segurança do paciente e vigilância em saúde na rede EBSERH durante a p...Proqualis
 
Aula: Prevenção de lesão por pressão na assistência à Covid-19
Aula: Prevenção de lesão por pressão na assistência à Covid-19Aula: Prevenção de lesão por pressão na assistência à Covid-19
Aula: Prevenção de lesão por pressão na assistência à Covid-19Proqualis
 
Aula: Segurança e saúde do trabalhador no contexto da pandemia de Covid-19
Aula: Segurança e saúde do trabalhador no contexto da pandemia de Covid-19Aula: Segurança e saúde do trabalhador no contexto da pandemia de Covid-19
Aula: Segurança e saúde do trabalhador no contexto da pandemia de Covid-19Proqualis
 

Más de Proqualis (20)

Aula: Desafios para o efetivo funcionamento dos Núcleos de Segurança do Pacie...
Aula: Desafios para o efetivo funcionamento dos Núcleos de Segurança do Pacie...Aula: Desafios para o efetivo funcionamento dos Núcleos de Segurança do Pacie...
Aula: Desafios para o efetivo funcionamento dos Núcleos de Segurança do Pacie...
 
Aula: Desafios para o efetivo funcionamento dos Núcleos de Segurança do Pacie...
Aula: Desafios para o efetivo funcionamento dos Núcleos de Segurança do Pacie...Aula: Desafios para o efetivo funcionamento dos Núcleos de Segurança do Pacie...
Aula: Desafios para o efetivo funcionamento dos Núcleos de Segurança do Pacie...
 
Aula: Desafios para o efetivo funcionamento dos Núcleos de Segurança do Pacie...
Aula: Desafios para o efetivo funcionamento dos Núcleos de Segurança do Pacie...Aula: Desafios para o efetivo funcionamento dos Núcleos de Segurança do Pacie...
Aula: Desafios para o efetivo funcionamento dos Núcleos de Segurança do Pacie...
 
Aula: Contribuição das Comissões de Revisão de Prontuário e Análise de Óbito ...
Aula: Contribuição das Comissões de Revisão de Prontuário e Análise de Óbito ...Aula: Contribuição das Comissões de Revisão de Prontuário e Análise de Óbito ...
Aula: Contribuição das Comissões de Revisão de Prontuário e Análise de Óbito ...
 
Aula: Contribuição das Comissões de Revisão de Prontuário e Análise de Óbito ...
Aula: Contribuição das Comissões de Revisão de Prontuário e Análise de Óbito ...Aula: Contribuição das Comissões de Revisão de Prontuário e Análise de Óbito ...
Aula: Contribuição das Comissões de Revisão de Prontuário e Análise de Óbito ...
 
Aula sobre Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente - por Den...
Aula sobre Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente - por Den...Aula sobre Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente - por Den...
Aula sobre Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente - por Den...
 
Aula sobre Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente - por Mar...
Aula sobre Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente - por Mar...Aula sobre Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente - por Mar...
Aula sobre Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente - por Mar...
 
Aula sobre Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente - por Mag...
Aula sobre Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente - por Mag...Aula sobre Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente - por Mag...
Aula sobre Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente - por Mag...
 
Aula sobre aspectos psicossociais do parto e nascimento e a segurança do paci...
Aula sobre aspectos psicossociais do parto e nascimento e a segurança do paci...Aula sobre aspectos psicossociais do parto e nascimento e a segurança do paci...
Aula sobre aspectos psicossociais do parto e nascimento e a segurança do paci...
 
Aula sobre aspectos psicológicos da gestação, parto e pós-parto - Giana Frizzo
Aula sobre aspectos psicológicos da gestação, parto e pós-parto - Giana FrizzoAula sobre aspectos psicológicos da gestação, parto e pós-parto - Giana Frizzo
Aula sobre aspectos psicológicos da gestação, parto e pós-parto - Giana Frizzo
 
Aula - Gestão de riscos na atenção hospitalar no contexto da covid-19 - Ricar...
Aula - Gestão de riscos na atenção hospitalar no contexto da covid-19 - Ricar...Aula - Gestão de riscos na atenção hospitalar no contexto da covid-19 - Ricar...
Aula - Gestão de riscos na atenção hospitalar no contexto da covid-19 - Ricar...
 
Aula sobre mortalidade por Covid-19 na gestação e puerpério - Rossana Francisco
Aula sobre mortalidade por Covid-19 na gestação e puerpério - Rossana FranciscoAula sobre mortalidade por Covid-19 na gestação e puerpério - Rossana Francisco
Aula sobre mortalidade por Covid-19 na gestação e puerpério - Rossana Francisco
 
Aula sobre mortalidade por Covid-19 em UTIs brasileiras - Adriano Massuda
Aula sobre mortalidade por Covid-19 em UTIs brasileiras - Adriano MassudaAula sobre mortalidade por Covid-19 em UTIs brasileiras - Adriano Massuda
Aula sobre mortalidade por Covid-19 em UTIs brasileiras - Adriano Massuda
 
Aula 3: Vigilância dos eventos adversos pós-vacinação contra Covid-19 - Mario...
Aula 3: Vigilância dos eventos adversos pós-vacinação contra Covid-19 - Mario...Aula 3: Vigilância dos eventos adversos pós-vacinação contra Covid-19 - Mario...
Aula 3: Vigilância dos eventos adversos pós-vacinação contra Covid-19 - Mario...
 
Aula 2: Vigilância dos eventos adversos pós-vacinação contra Covid-19 - Helai...
Aula 2: Vigilância dos eventos adversos pós-vacinação contra Covid-19 - Helai...Aula 2: Vigilância dos eventos adversos pós-vacinação contra Covid-19 - Helai...
Aula 2: Vigilância dos eventos adversos pós-vacinação contra Covid-19 - Helai...
 
Aula 1: Vigilância dos eventos adversos pós-vacinação contra Covid-19 - Sandr...
Aula 1: Vigilância dos eventos adversos pós-vacinação contra Covid-19 - Sandr...Aula 1: Vigilância dos eventos adversos pós-vacinação contra Covid-19 - Sandr...
Aula 1: Vigilância dos eventos adversos pós-vacinação contra Covid-19 - Sandr...
 
Aula - A comunicação no contexto da pandemia de Covid-19
Aula - A comunicação no contexto da pandemia de Covid-19Aula - A comunicação no contexto da pandemia de Covid-19
Aula - A comunicação no contexto da pandemia de Covid-19
 
Aula - Segurança do paciente e vigilância em saúde na rede EBSERH durante a p...
Aula - Segurança do paciente e vigilância em saúde na rede EBSERH durante a p...Aula - Segurança do paciente e vigilância em saúde na rede EBSERH durante a p...
Aula - Segurança do paciente e vigilância em saúde na rede EBSERH durante a p...
 
Aula: Prevenção de lesão por pressão na assistência à Covid-19
Aula: Prevenção de lesão por pressão na assistência à Covid-19Aula: Prevenção de lesão por pressão na assistência à Covid-19
Aula: Prevenção de lesão por pressão na assistência à Covid-19
 
Aula: Segurança e saúde do trabalhador no contexto da pandemia de Covid-19
Aula: Segurança e saúde do trabalhador no contexto da pandemia de Covid-19Aula: Segurança e saúde do trabalhador no contexto da pandemia de Covid-19
Aula: Segurança e saúde do trabalhador no contexto da pandemia de Covid-19
 

Último

FUNDAMENTOS E TEORAS DA ENFERMAGEM PARA ALUNOS DE CURSO TÉCNICO
FUNDAMENTOS E TEORAS DA ENFERMAGEM PARA ALUNOS DE CURSO TÉCNICOFUNDAMENTOS E TEORAS DA ENFERMAGEM PARA ALUNOS DE CURSO TÉCNICO
FUNDAMENTOS E TEORAS DA ENFERMAGEM PARA ALUNOS DE CURSO TÉCNICOJessicaAngelo5
 
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdf
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdfSistema endocrino anatomia humana slide.pdf
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdfGustavoWallaceAlvesd
 
TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.
TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.
TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.ColorNet
 
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICAS
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICASAULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICAS
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICASArtthurPereira2
 
O mundo secreto dos desenhos - Gregg M. Furth.pdf
O mundo secreto dos desenhos - Gregg M. Furth.pdfO mundo secreto dos desenhos - Gregg M. Furth.pdf
O mundo secreto dos desenhos - Gregg M. Furth.pdfNelmo Pinto
 
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptx
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptxINTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptx
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptxssuser4ba5b7
 

Último (7)

FUNDAMENTOS E TEORAS DA ENFERMAGEM PARA ALUNOS DE CURSO TÉCNICO
FUNDAMENTOS E TEORAS DA ENFERMAGEM PARA ALUNOS DE CURSO TÉCNICOFUNDAMENTOS E TEORAS DA ENFERMAGEM PARA ALUNOS DE CURSO TÉCNICO
FUNDAMENTOS E TEORAS DA ENFERMAGEM PARA ALUNOS DE CURSO TÉCNICO
 
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdf
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdfSistema endocrino anatomia humana slide.pdf
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdf
 
TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.
TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.
TRABALHO SOBRE A ERISIPELA BOLHOSA.pptx.
 
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICAS
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICASAULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICAS
AULA SOBRE SAMU, CONCEITOS E CARACTERICAS
 
Aplicativo aleitamento: apoio na palma das mãos
Aplicativo aleitamento: apoio na palma das mãosAplicativo aleitamento: apoio na palma das mãos
Aplicativo aleitamento: apoio na palma das mãos
 
O mundo secreto dos desenhos - Gregg M. Furth.pdf
O mundo secreto dos desenhos - Gregg M. Furth.pdfO mundo secreto dos desenhos - Gregg M. Furth.pdf
O mundo secreto dos desenhos - Gregg M. Furth.pdf
 
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptx
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptxINTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptx
INTRODUÇÃO A DTM/DOF-DRLucasValente.pptx
 

Segurança do Paciente na Atenção ao Parto

  • 1. Segurança do Paciente na Atenção ao Parto e ao Nascimento
  • 2. Serviços obstétricos – princípios • Toda mulher tem direito a ser tratada com dignidade e respeito. • O nascimento é uma celebração e um momento único para a mulher e para a família e elas têm o direito de vivenciar o parto como uma experiência positiva. • Para isso, são necessários: – Cuidado centrado na mulher, no bebê e na família. – Cuidado voltado para aumentar a probabilidade de uma mulher saudável dar à luz um bebê saudável. – Cuidado baseado nas melhores evidências científicas disponíveis. – Relação entre a mulher, a família e a equipe pautada pela confiança e respeito mútuos. – Respeito ao direito tanto da mulher quanto de sua família à informação sobre o cuidado prestado. – Garantia da autonomia e promoção da escolha informada.
  • 3. Serviços obstétricos – características e peculiaridades • A gestação e o parto são processos fisiológicos. • Os serviços obstétricos são organizações de saúde que lidam, ao mesmo tempo, com duas pessoas que não apresentam necessariamente doença. • O balanço de riscos e benefícios das intervenções deve ser feito simultaneamente tanto para a mãe como para o filho. • Necessidade de vigilância rigorosa – demanda intensiva de profissionais habilitados para identificar anormalidades. • Situações de emergência podem surgir e medidas de urgência podem ser necessárias – a janela para intervenção oportuna é estreita.
  • 4. Principal problema – morte materna •É a morte de uma mulher durante a gestação ou dentro do período de 42 dias após o término da gestação. • Independe da duração ou da localização da gravidez. • Pode ocorrer por qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou, ainda, por medidas que se referem a ela, mas não em virtude de causas acidentais ou incidentais. (Organização Mundial da Saúde, 1995 - p. 143)
  • 5. Principal problema – morte materna • É considerada um evento sentinela – alerta para o fato de que houve alguma falha no cuidado prestado. • Deve deflagrar um conjunto de medidas para que suas causas sejam esclarecidas e corrigidas. • Indicador da qualidade do sistema de saúde – refere-se ao acesso aos serviços, à adequação e à oportunidade do cuidado (Benagiano e Thomas, 2003).
  • 6. Causas da morte materna • As quatro causas mais frequentes da morte materna são: – hemorragia grave – eclâmpsia e pré-eclâmpsia – infecções – aborto inseguro • Essas quatro causas respondem por 80% das mortes para as quais se conta com tecnologias efetivas (Ronsmans e Graham, 2006). • Cada país apresenta um quadro particular, incluindo outras causas, dentre elas, doenças cardiovasculares ou tromboembolia venosa, como no caso dos Estados Unidos da América (Mhyre, 2012).
  • 7. Outros problemas • Há muito é sabido que a morte materna é apenas a ponta de um iceberg (Laurenti 1988; Hafez 1998). • Segundo Geller e colegas (2004), entre a gestação saudável e a morte materna há um continuum de resultados não fatais que também são muito importantes. • De acordo com o estudo de Callaghan e colegas (2008), a morbidade materna grave (near miss materno) é 50 vezes mais comum do que a morte materna e pode causar danos importantes, muitas vezes de caráter permanente. Essa, porém, é uma realidade pouco conhecida.
  • 8. Near miss materno – conceito • Near miss materno – diz respeito às situações em que mulheres apresentam complicações potencialmente letais durante a gravidez, parto ou puerpério, e só sobrevivem em razão do acaso ou do cuidado de saúde prestado. • Termo cunhado por Stones e colegas em 1991 – até hoje é objeto de estudo e discussão para definir os critérios para classificar esses quadros ameaçadores da vida. • A OMS propôs um conjunto de critérios de identificação dos casos de near miss materno para facilitar as revisões e o monitoramento e contribuir com a melhoria do cuidado prestado (Say et al., 2009).
  • 9. Outros problemas • Além dos incidentes comuns a outros serviços de saúde, como quedas e aqueles relacionados a medicamentos e transfusões de sangue e hemocomponentes, há um conjunto de incidentes com dano (eventos adversos) típicos da área obstétrica. • Podem variar de gravidade • desde a morte materna e situações ameaçadoras da vida (near miss materno – hemorragia pós-parto, eclâmpsia, ruptura uterina, infecções puerperais e outras) a outros incidentes que provocam danos de menor gravidade (lacerações de períneo, cefaleia pós- raquianestesia, fístulas vaginais, entre outras), que podem surgir, inclusive, em períodos posteriores à alta hospitalar (Cunningham et al., 2012). • Embora alguns desses incidentes não signifiquem risco de morte para as mães, podem trazer desconforto e repercussões para a vida sexual e reprodutiva.
  • 10. Fatores que interferem na evolução ao longo do continuum da saúde materna Assistenciais Clínico- obstétricos Sócio- demográficos Estratégias deEstratégias de prevençãoprevenção
  • 11. Fatores assistenciais Geller e colegas (2004) afirmam que: • os fatores assistenciais desempenham importante papel na rapidez da progressão da mulher no continuum da saúde materna; • quanto mais grave o quadro, maior a probabilidade de haver fator assistencial prevenível envolvido. Desafios: • compreender como esses fatores que estão relacionados às organizações de saúde e aos arranjos que estruturam o sistema de saúde afetam os resultados dos serviços obstétricos; • identificar as intervenções efetivas para promover a melhoria do cuidado; • mudar a cultura e as rotinas.
  • 12. Fatores assistenciais • Contexto organizacional complexo • Profissionais com diferentes tipos de formação • Avanços tecnológicos e incorporação acrítica ou inadequada da tecnologia • Difícil padronização, em função de necessidades distintas • Sobrecarga de trabalho em ambiente de tensão • Estrutura inadequada
  • 13. Fatores assistenciais • RELACIONADOS À ESTRUTURA • QUADRO DE PROFISSIONAIS • APARATO TECNOLÓGICO • PROTOCOLOS E ROTINAS • INSTALAÇÕES FÍSICAS • TRANSPORTE DE PACIENTES • REFERÊNCIAS E CONTRAREFERÊNCIAS • SERVIÇOS DE APOIO (LABORATORIAL, TRANSFUSIONAL, etc.) • RELACIONADOS AO PROCESSO • TREINAMENTOS ESPECÍFICOS E PERIÓDICOS • USO ROTINEIRO DE TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO • REGISTRO DE SINAIS VITAIS, CONDUTAS E PROCEDIMENTOS NO PRONTUÁRIO • USO DE TÉCNICAS NÃO FARMACOLÓGICAS DE CONTROLE DA DOR • PRESENÇA DO ACOMPANHANTE
  • 14. Fatores assistenciais Modelo dos Três Atrasos (Thaddeus e Maine, 1994) • É sabido que a maior parte das mortes maternas poderia ser evitada com cuidado de saúde adequado e oportuno. • O modelo identifica os obstáculos para a utilização dos serviços obstétricos adequados e de alta qualidade em tempo oportuno. • Uma abordagem que embasa a priorização de intervenções para melhorar a disponibilidade e a acessibilidade aos serviços de saúde. • Estudos recentes (Amorim et al., 2008; Pacagnella et al., 2014) apontam que esse modelo também explica uma parte significativa dos casos de near miss materno.
  • 15. Modelo dos Três Atrasos (Thaddeus e Maine, 1994) 3º Atraso Receber o cuidado adequado no momento oportuno Fatores que afetam a utilização e o desfecho Atrasos Fatores socioeconômicos e culturais 1º Atraso Decisão para buscar o serviço de saúde Acessibilidade aos serviços de saúde 2º Atraso Identificar e alcançar o serviço de saúde adequado Qualidade do cuidado
  • 16. Fatores assistenciais Modelo dos Três Atrasos (Thaddeus e Maine, 1990) 1º ATRASO 2º ATRASO • Atraso na decisão de procurar cuidados por parte da mulher, da família ou de ambos. • Fatores relevantes: • Grau de informação sobre as situações que merecem cuidado • Distância da unidade de saúde • Custo financeiro envolvido • Experiência anterior negativa com o sistema de saúde • Percepção negativa da qualidade do cuidado recebido • Atraso em alcançar uma unidade de cuidados de saúde adequada. • Fatores relevantes: • Distribuição geográfica dos serviços de saúde – se inadequada, demanda grandes deslocamentos e muito tempo de viagem; dificuldades de transporte (incluindo custos e meios de transporte) • Atraso em receber os cuidados adequados nos serviços de saúde. • Fatores relevantes: • Falta de insumos, instrumentos e equipamentos • Insuficiência de profissionais de saúde • Falta de equipe com treinamento adequado 3º ATRASO
  • 17. Problemas comuns na condução do parto • Falha em reconhecer/responder de modo adequado ao sofrimento fetal pré-parto/intraparto. • Incapacidade de realizar uma cesariana no momento oportuno (até 30 minutos após a decisão). • Uso inadequado da ocitocina → hiperestimulação uterina/ ruptura uterina. • Uso inadequado de fórceps/vácuo → trauma fetal e lesões perineais. • Subestimação da perda de sangue na cirurgia. • Subestimação da perda de sangue no pós-operatório.
  • 18. Problemas comuns na condução do parto • Falta de compreensão de que mulheres jovens e saudáveis podem perder grandes quantidades de sangue antes de sua pressão arterial cair. • Comunicação entre enfermeiros e médicos inadequada. • Dificuldades de comunicação com o laboratório para definir necessidade de sangue. • Dificuldade de controlar adequadamente a pressão arterial em mulheres hipertensas. • Demora em diagnosticar e tratar o edema pulmonar em mulheres com pré-eclâmpsia. • Pouca atenção aos sinais vitais pós-cesariana.
  • 19. Fatores assistenciais – aspectos relevantes para a Melhoria da Qualidade e Segurança • Intervenções no sistema de saúde, nas organizações de saúde, tais como a definição de protocolos, revisão e treinamento de seus procedimentos, podem modificar o comportamento dos fatores assistenciais e produzir melhorias na qualidade dos serviços, tornando-os mais efetivos, seguros e eficientes. • Não são intervenções simples. Geralmente é necessário combinar um conjunto de intervenções. • Cultura organizacional joga um forte papel – há resistências a mudanças. • Projetos devem ser de longo prazo para alcançar mudanças sustentáveis.
  • 20. Fatores assistenciais – aspectos relevantes para a Melhoria da Qualidade e Segurança • Envolvimento da alta direção e das lideranças nas organizações • Conhecimento da organização e compartilhamento da visão sobre qualidade e segurança – onde estamos e para onde queremos ir. • Todos estão implicados com a qualidade e a segurança – verbos conjugados de acordo com as várias pessoas da organização (eu faço, ele faz, nós fazemos). • Reconhecimento de que o processo da melhoria é contínuo. • Devolução dos resultados. • Renovação de compromissos.
  • 21. Qualidade da atenção em serviços obstétricos – do que é que estamos falando?
  • 22. Qualidade da atenção em serviços obstétricos – Contextualizando os conceitos Dimensão Operacionalização Segurança Minimização do risco de erro ou dano. Cuidado pautado na fisiologia do parto minimiza o uso de intervenções e opta por aquelas com risco estabelecido por critérios científicos, o que torna o cuidado mais seguro. Efetividade Cuidado prestado de acordo com as indicações de uso e os padrões estabelecidos alcança os benefícios esperados. Centralidade na mulher e no bebê Cuidado tem por base as necessidades, os valores, a cultura e as preferências da mulher e sua família, promovendo resultados de saúde ideais. As decisões são tomadas para otimizar a saúde materna e neonatal e não por conveniência da equipe ou da organização de saúde. Oportunidade Cuidado prestado quando necessário, pois a espera pode comprometer a segurança. Isso inclui fornecer informação clara em tempo hábil para apoiar a tomada de decisão da mulher e sua família. Eficiência Cuidado prestado de modo a produzir os maiores benefícios possíveis com o uso mais adequado dos recursos e da tecnologia. Maternidade eficiente evita o desperdício com o uso excessivo, inadequado e com os erros. Equidade As mulheres e as famílias de todos os grupos raciais, étnicos e socioeconômicos têm acesso aos mesmos cuidados de alta qualidade. Qualquer variação nos cuidados está pautada apenas nas necessidades e valores da mulher e na sua saúde e de seu bebê. Também significa que os cuidados obstétricos consideram barreiras linguísticas, culturais e geográficas.
  • 23. Conhecer, medir e monitorar • Para melhorar a qualidade dos cuidados de saúde prestados é preciso conhecer bem a realidade. • Autoavaliação – com orientação de padrões de qualidade estabelecidos pela autoridade sanitária ou por organismos de acreditação; observar tanto aspectos relacionados à estrutura como ao processo. • Entrevistas com profissionais e pacientes. • Uso de rol de rastreadores de eventos adversos – traçar perfil do serviço obstétrico. • Uso de ferramentas para identificação de causas e fatores contribuintes. • Falhas e deficiências identificadas devem orientar intervenções e investimentos. • Medidas de resultados criteriosamente selecionadas para monitoramento – painel de indicadores.
  • 24. Iniciativas para a melhoria do cuidado e da segurança do paciente em serviços obstétricos • Difundir o conhecimento produzido e consolidado. • Classificação das intervenções utilizadas na obstetrícia, com base em revisões sistemáticas, em quatro categorias (“Care in normal birth: a practical guide”, WHO, 1996). Práticas que são comprovadamente úteis e devem ser incentivadas Práticas que são claramente danosas ou ineficazes e devem ser abandonadas Práticas para as quais não existem evidências suficientes para permitir uma recomendação clara e que devem ser utilizadas com reserva Práticas que são frequentemente usadas de forma inadequada
  • 25. Práticas que são comprovadamente úteis e devem ser incentivadas 1. Elaborar plano individualizado que determine onde e por quem o parto será realizado. Este plano deve ser feito com a mulher durante a gravidez e dado a conhecer ao seu companheiro ou, se for o caso, à família. 2. Avaliar o risco da gravidez durante o pré-natal. Reavaliar a cada contato com o sistema de saúde e no primeiro contato com o profissional de saúde (médico ou enfermeiro) durante o trabalho de parto e parto. 3. Monitorar o bem-estar físico e emocional da mulher ao longo do trabalho de parto, parto e após o nascimento do bebê. 4. Oferecer líquidos por via oral durante o trabalho de parto. 5. Respeitar a escolha informada das mulheres sobre o local de nascimento. 6. Respeitar o direito da mulher à privacidade no local do parto. 7. Apoio empático pelos profissionais de saúde durante o trabalho de parto.
  • 26. Práticas que são comprovadamente úteis e devem ser incentivadas 8. Respeitar a escolha do acompanhante pelas mulheres durante o trabalho de parto e parto. 9. Dar às mulheres o máximo de informações e explicações que desejarem. 10. Usar métodos não invasivos e não farmacológicos de alívio da dor durante o trabalho de parto. 11. Monitorar o feto com ausculta intermitente. 12. Usar materiais descartáveis e descontaminação adequada de materiais reutilizáveis​​ ​​ ao longo do trabalho de parto. 13. Usar luvas no exame vaginal, durante o nascimento do bebê e na manipulação da placenta. 14. Liberdade de posição e movimento durante o trabalho de parto.
  • 27. Práticas que são comprovadamente úteis e devem ser incentivadas 15. Incentivar a posição não supina durante o trabalho de parto. 16. Monitorar o progresso do trabalho de parto, por exemplo, com a utilização de partograma. 17. Ocitocina profilática na terceira fase do trabalho de parto em mulheres com risco de hemorragia pós-parto. 18. Esterilizar corte do cordão umbilical. 19. Prevenir hipotermia do bebê. 20. Promover contato pele a pele entre mãe e filho, dando apoio ao início do aleitamento materno dentro de 1 hora após o parto. 21. Orientar sobre a amamentação. 22. Exame de rotina da placenta e das membranas.
  • 28. Práticas que são claramente danosas ou ineficazes e que devem ser abandonadas 1. Uso rotineiro de enema. 2. Uso rotineiro de tricotomia. 3. Infusão intravenosa rotineira no trabalho de parto. 4. Inserção profilática de rotina de cânula intravenosa. 5. Posição supina de rotina durante o trabalho de parto. 6. Exame retal. 7. Uso de raios-X para pelvimetria. 8. Administração de ocitócitos em qualquer momento antes do parto, se seu efeito não puder ser controlado.
  • 29. Práticas que são claramente danosas ou ineficazes e que devem ser abandonadas 9. Uso rotineiro da posição de litotomia, com ou sem estribos, durante o trabalho de parto. 10. Manobra de Valsalva durante o segundo estágio do trabalho de parto. 11. Massagens e distensão do períneo durante o segundo estádio de trabalho. 12. Uso de ergometrina oral no terceiro estágio do trabalho de parto para prevenir ou controlar hemorragias. 13. Uso rotineiro de ergometrina parenteral no terceiro estágio do trabalho de parto. 14. Lavagem rotineira do útero depois do parto. 15. Revisão rotineira (exploração manual) do útero depois do parto.
  • 30. Práticas para as quais não existem evidências suficientes para permitir uma recomendação clara e que devem ser utilizadas com reserva 1. Métodos não farmacológicos de alívio da dor durante o parto, como ervas, imersão em água e estimulação nervosa. 2. Amniotomia de rotina no início do primeiro estágio do trabalho de parto. 3. Pressão aplicada no fundo do útero durante o parto. 4. Manobras relacionadas à proteção do períneo no manejo da progressão da cabeça fetal no momento de nascimento. 5. Manipulação ativa do feto no momento de nascimento. 6. Uso rotineiro de ocitocina, tração controlada do cordão ou a combinação dos dois durante o terceiro estágio do trabalho de parto. 7. Clampeamento precoce do cordão umbilical. 8. Estimulação do mamilo para aumentar contrações uterinas durante o terceiro estágio do trabalho de parto.
  • 31. Práticas que são frequentemente usadas de forma inadequada 1. Restrição de ingestão de alimentos e líquidos durante o trabalho de parto. 2. Controle da dor por agentes sistêmicos. 3. Controle da dor por analgesia epidural. 4. Monitoramento fetal eletrônico. 5. Uso de máscaras e aventais estéreis durante o atendimento ao trabalho de parto. 6. Exames vaginais frequentes e repetidos. 7. Aumento da infusão de ocitocina. 8. Remoção da mulher para uma sala diferente, como rotina, no início do segundo estágio.
  • 32. Práticas que são frequentemente usadas de forma inadequada 9. Cateterismo vesical. 10. Incentivar a mulher a fazer força quando há dilatação cervical completa ou quase completa antes que ela sinta necessidade de fazê- lo. 11. Estipular de forma rígida a duração do segundo estágio do trabalho de parto, se as condições maternas e fetais são boas e se houver progresso do trabalho de parto. 12. Parto cirúrgico. 13. Uso rotineiro ou liberal da episiotomia. 14. Exploração manual do útero depois do parto.
  • 33. Iniciativas para a melhoria do cuidado e da segurança do paciente em serviços obstétricos o Identificar eventos adversos, conhecer suas causas e fatores contribuintes – Uso de rol de rastreadores para orientar a revisão de prontuários – Observação direta de processo de trabalho – Mapeamento de pontos críticos de controle – Aplicação de ferramentas como Análise de Causa-Raiz – Sessões clínicas com equipes
  • 34. Iniciativas para a melhoria do cuidado e da segurança do paciente em serviços obstétricos o Identificar de eventos adversos e conhecer suas causas e fatores contribuintes NOME DA TÉCNICA USO DESCRIÇÃO Sampling at Service Sites (SSS) Medir a mortalidade materna Estratégia para captar dados sobre mortes maternas em que os pesquisadores/investigadores visitam os locais onde se encontra grande número de mulheres potencialmente expostas, tais como serviços de saúde. Rapid Ascertainment Process for Institutional Death (Rapid) Medir a mortalidade materna Método para melhorar o monitoramento de mortes hospitalares relacionadas à gravidez, identificando retrospectivamente os óbitos que possam ter sido perdidos durante notificações de rotina. Tracing adverse and favourable events in pregnancy care (Trace) Medir e descrever a mortalidade materna, a morbidade e a qualidade dos serviços de cuidado obstétrico Inquéritos para rastrear eventos adversos ou desfavoráveis no cuidado obstétrico. Obtenção de informação qualitativa sobre os casos de morte materna, morbidade materna grave (near miss) e, se necessário, casos normais e outras complicações. Perceptions of Quality of Care (PQOC) Medir e descrever a qualidade dos serviços de cuidado obstétrico Métodos qualitativos para estudo das percepções dos membros da comunidade e provedores em relação a barreiras e facilitadores do cuidado de boa qualidade. Fornece informação sobre fatores que podem afetar os cuidados especializados ao parto. Health Worker Incentives Survey (HWIS) Avaliar fatores ligados aos sistemas de saúde Questões para investigar fatores motivacionais em profissionais de saúde e outros aspectos do contexto ligados aos recursos humanos com vistas a obter medidas de funcionalidade dos serviços. Outcomes after Pregnancy (OAP) Medir a morbidade materna Estratégia interdisciplinar para explorar a relação entre consequências sociais, psicológicas, físicas e econômicas das complicações durante a gravidez e o parto. Maternal Death from Informants (Made-in) and Maternal Death Follow- on Review (Made-for) Medir a mortalidade materna Técnica de pesquisa que usa informantes para identificar mortes relacionadas à gravidez, objetivando estimar a razão de mortalidade materna e fornecer informações sobre as possíveis causas de mortalidade. Entrevistas de seguimentos com familiares das pacientes que foram ao óbito, confirmando se as mortes são maternas ou não e explorando as causas e circunstâncias da morte. Fonte: Reis, LGC. Maternidade Segura. In: Sousa, Paulo (Org.) Segurança do Paciente: conhecendo os riscos nas organizações de saúde. 1.ed. Rio de Janeiro, EAD/ENSP, 2014. v.1,p.371-393.
  • 35. Iniciativas para a melhoria do cuidado e da segurança do paciente em serviços obstétricos o Implementar projetos inovadores que tenham forte base científica o “Idealized Design of Perinatal Care” – Institute for Healthcare Improvement (IHI) Projeto de inovação com base nos princípios da ciência da confiabilidade e no modelo do IHI para aplicar estes princípios para melhoria do cuidado de saúde. 1. Desenvolvimento de processos clínicos confiáveis para gerenciar o trabalho de parto. 2. Uso de princípios que melhoram a segurança (ou seja, a prevenção, detecção e mitigação de erros). 3. Definição de equipes de saúde que devem ser treinadas para se comunicar de forma eficaz entre si e com as mães e as famílias. 4. Foco na mãe e na família como locus de controle durante o trabalho de parto. • Disponível em: http://www.ihi.org/resources/Pages/IHIWhitePapers/IdealizedDesignofPerinatalCareWhitePaper.aspx
  • 36. Iniciativas para a melhoria do cuidado e da segurança do paciente em serviços obstétricos o Treinamentos para equipes multidisciplinares na área obstétrica NOME DO CURSO DESCRIÇÃO Advances in Labor and Risk Management (ALARM) Programa de educação continuada para os prestadores de cuidados intraparto da Sociedade de Obstetras e Ginecologistas do Canadá (SOGC). Advanced Life Support in Obstetrics (ALSO) Curso multidisciplinar para o gerenciamento de emergências obstétricas. Care Team OB Curso institucional para o aprimoramento de habilidades, preparação para emergências, trabalho em equipe e melhorias de comunicação. Managing Obstetrical Risks Efficiently (MORE OB) Programa abrangente, com três anos de duração, inclui segurança do paciente e desenvolvimento profissional para a melhoria de unidades de obstetrícia do hospital. Practical Obstetric Multiprofessional Training (PROMPT) Programa de formação multiprofissional. Inclui parteiras, obstetras e anestesistas aprovados pelo Royal College of Midwives e pelo Royal College of Obstetricians and Gynaecologists (UK). S.T.A.B.L.E. Program Curso de pós-ressuscitação/cuidado de estabilização pré-transporte de crianças doentes. Acrônimo composto por: S (sugar and safe care) - nível estável de glicemia e cuidados seguros; T – temperatura; A (airway) vias aéreas; B (blood pressure) pressão arterial; L (lab work) exames laboratoriais; E (emotional support) apoio emocional. Team Strategies and Tools to Enhance Performance and Patient Safety (TeamSTEPPS) Sistema de trabalho em equipe desenvolvido para os profissionais de saúde com foco na melhoria da segurança do paciente, que tem sido aplicado aos cuidados de maternidade. CRM – Crew Resource Management Programa de treinamento para equipes, especialmente desenhado para aprimorar a comunicação. Fonte: Reis, LGC. Maternidade Segura. In: Sousa, Paulo (Org.) Segurança do Paciente: conhecendo os riscos nas organizações de saúde. 1.ed. Rio de
  • 37. Iniciativas para a melhoria do cuidado e da segurança do paciente em serviços obstétricos o Adotar instrumentos o Cartão da gestante o Partograma o Checklists - Birthing Unit Surgical Safety Checklist - adaptação do checklist da cirurgia segura para área obstétrica (Singh et al., 2013). o WHO Safe Childbirth Checklist program to improve quality of care at childbirth (Spector JM et al., 2013).
  • 38. Pontos críticos para melhoria do cuidado obstétrico • Preparação dos serviços para resposta rápida às emergências obstétricas – Adequação da estrutura – quantitativo da equipe, medicamentos e outros insumos necessários; apoio diagnóstico e suprimento de sangue; preparação da equipe com adoção de protocolos de comunicação, treinamento com simulação para identificação de situações de risco, intervenção coordenada. • Higienização das mãos e material corretamente esterilizado. • Registro de sinais vitais e procedimentos – preenchimento correto do partograma. • Interpretação correta da cardiotocografia fetal.
  • 39. Pontos críticos para melhoria do cuidado obstétrico • Padronização do uso da ocitocina (para indução e aceleração do trabalho de parto). • Padronização para prevenção, identificação e tratamento da hemorragia pós-parto. • Adoção de medidas para indicação correta da cesárea. • Abandono de práticas classificadas como claramente danosas ou ineficazes. • Comunicação com a mulher e a família. • Ambiente adequado para adoção de técnicas não farmacológicas para o controle da dor.
  • 40. Pontos críticos para melhoria do cuidado obstétrico • Acomodação adequada para permitir a presença de acompanhante e a privacidade durante o trabalho de parto e parto. • Não discriminação das mulheres por quaisquer motivos. • Atenção adequada às adolecentes. • Tratamento acolhedor e ambiente calmo. • Não adoção de rotinas iguais para todas.
  • 41. Agenda de compromisso o Reduzir o número de partos cesáreos. o Reduzir os partos programados para gestações entre 36(0/7)- 38(6/7) semanas para as quais não haja indicação médica. o Garantir a presença do acompanhante durante todo o período de internação. o Garantir transporte e internação para a gestante em trabalho de parto. o Oferecer informação clara e correta à gestante e à família. o Diminuir as taxas nacionais de transmissão vertical do HIV.
  • 43. Prof. Dra. Lenice Gnocchi da Costa Reis ENSP/FIOCRUZ ElaboraçãoElaboração ProduçãoProdução PROQUALIS proqualis@icict.fiocruz.br