O documento apresenta uma análise de custo-efetividade dos tratamentos para doença venosa crônica no Brasil. Resume que as intervenções minimamente invasivas como ablação a laser, ablação por radiofrequência e escleroterapia com espuma apresentam altas taxas de efetividade e menores custos do que a cirurgia tradicional. O estudo avaliará esses tratamentos para identificar o mais custo-efetivo para o Sistema Único de Saúde brasileiro.
Análise de custo-efetividade de tratamentos para DVC
1. ANÁLISE DE CUSTO-EFETIVIDADE DO
TRATAMENTO DE DOENÇAS VENOSAS
CRÔNICAS (DVC) NO BRASIL
Chamada Pública nº 06/2013 - Tema 1: Atenção Primária
Nº Processo: 401311/2013-9
Financiamento: MCTI/CNPQ/MS-SCTIE-DECIT
Coordenação: Prof. Dr. Sebastião Loureiro
Salvador, novembro de 2015
2. INTRODUÇÃO
DOENÇA VENOSA CRÔNICA – É qualquer anormalidade funcional e lógica do
sistema venoso, de longa duração, manifestado por sintomas e/ou sinais que
indiquem uma necessidade de investigação e/ou cuidados de saúde;
A INSUFICIÊNCIA VENOSA CRÔNICA - Produz edema, alteração da pele e/ou
ulcera venosa;
VARIZES DE MEMBROS INFERIORES – Manifestação da DVC. São veias
dilatadas, tortuosas e subcutâneas. Podem envolver as veias safena magna, parva ou
outras veias superficiais no membro inferior (seus afluentes) (4mm ou maior).
Constitui a mais comum de todas as alterações vasculares. (Associação Médica
Brasileira - AMB. 2012).
As Varizes dos Membros Inferiores podem ser de três tipos: primária
(resultante do refluxo valvular superficial ), secundária e congenital.
3. INTRODUÇÃO
Acomete de 1 - 15% dos homens adultos e de 20-25% das mulheres adultas
(NICE, 2015).
A maioria das pessoas não apresentam sintomas, porém, alguns indivíduos
relatam fadiga, sensação de peso, dor latejante, comichão e cãibras nas
pernas, descoloração da pele, dermatite inflamatória e ulceração;
Por ser uma doença crônica e evolutiva, cerca de 3 a 11% das pessoas com
varizes podem chegar a estágios mais avançados da doença onde ocorrem
alterações irreversíveis na pele da região afetada. Estima-se que 3-6% das
pessoas que têm varizes em sua vida irão desenvolver úlceras venosas.
(NICE, 2015);
4. INTRODUÇÃO
Tem caráter de agravo funcional, devido sua influência na diminuição da
produção laboral, faltas ao trabalho e aposentadorias por complicações;
É uma doença de extrema relevância socioeconômica devido a seu
impacto na produtividade;
Do total de benefícios concedidos pela previdência em 2013 - Auxílio-
doença previdenciário (B31) - CID-10 – 10ª posição (50.446). (Brasil.
Previdência Social. 2014);
SUS – nº internações: 654.478 – Valor: R$ 423 milhões (2008/agosto de
2015);
Os cuidados preventivos evitam o surgimento de novas varizes e o
aumento das existentes, podendo ser: Mudança de estilo de vida; Clínico;
Cirúrgico; Minimamente invasivos; Fisioterapia.
5. INTRODUÇÃO
Fonte: Brasil. Previdência Social. 2015.
Disponível em: http://www3.dataprev.gov.br/scripts10/dardoweb.cgi
0
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2008 2009 2010 2011 2012 2013
Millions
Valor (R$) de Beneficios Concedidos - CID 10
Varizes de Membros Inferiores
Valor…
6. OBJETIVO
Análise de Custo-Efetividade dos tratamentos identificados como
efetivos para Doença Venosa Crônica.
Objetivos Específicos
Identificar as ações de promoção de saúde na atenção primária para
Doença Venosa Crônica;
Detectar os principais fatores de riscos para a DVC;
Verificar a efetividade dos tratamentos;
Estimar o custo do tratamento da doença venosa crônica;
Realizar análise de custo-efetividade dos tratamentos identificados.
7. METODOLOGIA
Etapa de estudo 1 - Revisão sistemática - Efetividade
P – Quais das intervenções disponíveis são mais eficazes para tratar as varizes de
membros inferiores?
I – Intervenção: Ablação por radiofrequência; Ablação a laser; Escleroterapia com
espuma;
C – Comparador: Cirurgia tradicional;
O – Resultado: Oclusão da veia; ausência de varizes.
Etapa de Estudo 2 – Revisão Sistemática – Custo-efetividade
P - Quais das intervenções invasivas são mais custo-efetivas para tratar as varizes
de membros inferiores?
I - Intervenção: Ablação por radiofrequência; Ablação a laser; escleroterapia com
espuma;
C – Comparador: Cirurgia tradicional
O – Resultado: Custo-efetivo
8. METODOLOGIA
Etapa de estudo 3 - Com os dados das etapas 1 e etapa 2 será realizada uma
avaliação econômica do tipo custo-efetividade, tendo como perspectiva o Sistema
Único de Saúde – SUS.
Diretrizes do estudo de avaliação econômica:
Modelo Markov: pacientes podem evoluir no decorrer do tempo;
População alvo: população brasileira adulta;
Medida de efetividade: oclusão da veia; ausência da veia
Software a ser utilizado: Microsoft Excel 2010 e TreeAge Pro 2012;
Horizonte Temporal: 5 anos;
Será realizada análise de sensibilidade, considerando a modificação em um ou
mais parâmetros do estudo e se necessário aplicação de taxa de desconto padrão.
9. RESULTADOS PRELIMINARES
INTERVENÇÃO
LOCAL DE
PROCEDIMENTO EFETIVIDADE ESTUDO
Ablação a Laser Ambulatório
Taxa de Oclusão de 96% a 100% Ramon R.J.P.vanEekeren
Taxa de oclusão de 90% a 97% Tamar Nijsten, et al.
Taxa de oclusão 94% (87%-98%) Van den Bos RR, et al.
Taxa de oclusão 100% Ce´sar Garcı´a-Madrid, et al.
Taxa de oclusão de 90 a 100% S SUBRAMONIA, TA LEES
Taxa de oclusão de 94% a 98% R.J. Beale and M.J. Gough
Ablação por
radiofrequência
Ambulatório
Taxa de oclusão de 85 a 98% Tamar Nijsten, et al.
Taxa de oclusão de 90% a 100%. Ramon R.J.P.vanEekeren
Taxa de oclusão de 84% (75%-90%) Van den Bos RR, et al.
Taxa de oclusão de 96% Ce´sar Garcı´a-Madrid, et al.
Taxa de oclusão de 85 a 90% S SUBRAMONIA, TA LEES
Taxa de oclusão de 85 a 100% R.J. Beale and M.J. Gough
Escleroterapia
com espuma
Ambulatório
Taxa de oclusão de 88 a 90% Tamar Nijsten, et al.
Taxa de oclusão de 65% a 97% Ramon R.J.P.vanEekeren
Taxa de oclusão 78% (70%-84%) Van den Bos RR, et al.
Taxa de oclusão de 80 a 90% S SUBRAMONIA, TA LEES
Taxa de oclusão de 81 a 90% R.J. Beale and M.J. Gough
Quadro 1. Efetividade das intervenções minimamente invasivas
11. DISCUSSÃO
Os pacientes quando chegam ao SUS para serem tratados já estão em estado
avançado – alto custo;
Tratamento no SUS – cirurgia;
O tempo de retorno de pacientes submetidos à cirurgia a suas atividades
normais varia de 5 a 20 dias (mediana de 8 dias);
Apesar do crescimento do número de cirurgia eletivas, o mutirão pode
representar a única forma de acesso desses pacientes ao tratamento cirúrgico
de varizes;
De grande impacto econômico: sociedade, produtividade.
12. Função Responsáveis
Coordenador do
Projeto
Prof. Dr. Sebastião Antônio Loureiro de
Souza e Silva
Pesquisador Erika Aragão
Pesquisador Danielli Nunes de Oliveira Costa
Pesquisador Rafael Laranjeira Cerqueira
COLABORADORES:
ANTÔNIO LUIZ C. FERNANDES (ANÁLISE DE CUSTOS);
LUCILEIDE (GESTÃO FINANCEIRA DO PROJETO);
ANDREIA COSTA (AVALIÇÃO ECONÔMICA).
DISCUSSÃO