1. há muito penso que a vida já teve expansão
em muitas vias como a nossa Láctea
agora descobrem água líquida em Marte
o que virá depois?
4 de agosto de 2008 às 08:53
2. nos cantos de muitos amores
tem vários trovadores
12 de março de 2010 às 13:38
3. amor é segredo
devaneio pueril e sutíl
do sentir imaginar
amor é ânsia do homem
intimidar o desentendimento de existir
9 de abril de 2010 às 05:34
4. UM LAMENTO
lamentamos solidarizamos
a dor sentida no verso não compartilhado
nas câmaras os acontecimentos de uma chuva assassina
no dia um grande sofrimento
a terra derrapa escorrega se afunila abre vagas
soterra desnorteia sem pouso os habitantes do bumba
na confusão fome fria sede cheiro lixo
um sentimento uma dor na imagem mesma infeliz
15 de abril de 2010 às 10:20
6. VEM DEPRESSA
- ela já me avisou que a minha situação está meia embaçada mas
logo saio do casulo
- explica-me que ainda estou na prisão
mas já sinto a brisa
à porta do casebre miro as pedras do caminho
tanta irregularidade como jogo de maré
observo a outra na janela
tão suave e comedida mesmo com aquela sensação de bem estar
eu aqui a ver navios sem terra à vista
guardada em pó de arroz
ela voa como um pássaro e rodopia a meia volta
assentada neste banco busca a outro encontro a mim
refletida no espelho
com três faces a me olhar
quem sou eu quem é tu quem é ela
ela vem correndo me avisar
breve chega para ficar
na forte brisa tonalizando
vem depressa liberdade estou morrendo de saudade
7. NA MESMA LUZ
a tarde nasci e sua plasticidade mescla saudade na mulher angustiada
profunda ao deixar ir o montanhês naquele vento frio e furioso
aquele egípcio olhou a oriental que de vermelho caminha para o encontro das raças
três faces três irmãos três cores três alegrias
potencia domínio declínio
fraterno abandono ambíguo
participar entender musicar
aguardo aquele menino com a alma calma
depois de muitos cigarros consumidos entorpecida a vida colorida
sou a mais feliz do mundo assim sinto
movimento movimentos
nada tenho a falar pois pensamentos velozes cavalos selvagens na mesma luz
atlântico e pacífico o mesmo peito um imenso berço de águas vivas
dois ninhos dois oceanos dois mundos dois abismos tudo aqui dentro
poetas duas vertentes mesmas águas pastagens desertos cumes
quatro oceanos estacionando o barco ao olhar as ondas
13 de agosto de 2010 às 11:39