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Inovação Disruptiva
Andressa Rayane, Flavia Melo, Maria Luiza Costa, Paulo Aragão, Renato
Paes Leme e Sarah Schmorantz
Brasília, 10 de setembro de 2015.
O termo Inovação disruptiva foi citado pela primeira vez pelo professor de Harvard,
Clayton Christensen, inspirado no conceito de “destruição criativa” criado pelo economista
austríaco Joseph Schumpeter em 1939 para explicar os ciclos de negócios. O conceito afirma
que o capitalismo funciona em ciclos, e cada nova revolução (industrial ou tecnológica) destrói
a anterior e toma seu mercado. Christensen cita o termo pela primeira vez em um artigo de
1995, Disruptive Technologies: Catching the Wave. No entanto, ele descreve melhor a teoria
em seus livros The Innovator’s Dilemma e The Innovator’s Solution
Inovação disruptiva é um termo que designa todo produto ou serviço inovador que cria
um novo mercado, desestabilizando um concorrente tradicional, que a muito tempo já
dominava o mercado. Esta inovação é geralmente algo mais prático, simples e mais barato que
o outro serviço, atingindo um público que antes não era possível ser atingindo. Ela começa
lentamente atingindo esses públicos marginais até abocanhar todo o mercado. Toda vez que
uma empresa lança um novo produto no mercado, visando lucros menores, ele provoca uma
revolução, derrubando o produto que antes era líder. As inovações disruptivas geralmente
costumam trazer os mais variados problemas, que vão desde a demissão de funcionários a
falência de várias empresas. No entanto, elas não podem ser consideradas algo ruim na
sociedade, pois elas trazem maior poder de escolha e tornam-se mais acessíveis aos mais
variados públicos de consumidores. Uma saída para as empresas que tem quebra de lucro com
esse fenômeno, é a auto disrupção, isto é, a adaptação à nova realidade do segmento,
lançando produtos mais baratos e mais acessíveis. Para o autor, há dois tipos de inovações: a
sustentadora e a disruptiva. A sustentadora é uma tecnologia que resulta em um produto
melhor, a disruptiva é um novo produto que inicialmente é considerado pior ou menos
confiável, mas traz um novo conjunto de atributos que permitem ao produto ser usado de uma
maneira diferente dos que existiam antes.
Há diversos exemplos que podem ser citados como inovações disruptivas. Christensen
cita os exemplos históricos como os PCs substituindo os antigos computadores mainframe ou
o os telefones celulares substituindo os fixos. Na história, é possível observar o fenômeno em
vários momentos, como, por exemplo, a editoração digital substituindo a editoração
tradicional, a câmera fotográfica substituindo todas as outras tecnologias fotográficas
anteriores ou o pen drive substituindo disquete.
Com as novas tecnologias do século XX, a popularização dos computadores e a
estabilização da internet, observa-se, cada vez mais frequentemente momentos em que o
fenômeno ocorre. A chegada dos celulares com tecnologias como Android e IOS permitem à
categoria “mobile” se expandir e criar novos serviços que vem, com o tempo, tomando conta e
desestabilizando o mercado. Na pesquisa, foram analisadas como exemplos de inovações
disruptivas cinco novas tecnologias. O novo aplicativo de celular Uber, que vem
desestabilizando o setor de transportes. O 99taxi, outro serviço criado inteiramente para
mobile, onde se pode pedir um taxi sem a necessidade de fazer uma ligação, tornando o rádio
taxi cada vez mais obsoleto. O netflix, serviço que foi criado para internet, mas que também já
está disponível em mobile, proporcionando a possibilidade de se assistir filme ou série em
qualquer hora e qualquer lugar, o que a TV a cabo ou a vídeo locadora (dominantes no
mercado) nunca conseguiram proporcionar. O airbnb, site onde as pessoas podem procurar
casas de outras pessoas no mundo todo para se hospedar, por um preço muito mais acessível
que a hospedagem em um hotel tradicional. Por último, foi observado o fenômeno dos
aplicativos de mensagem instantânea, como o Whatsapp, que vem deixando cada vez menor a
necessidade de se usar SMS ou fazer ligação.
O Uber é uma empresa multinacional americana de transporte público urbano em
rede através de um aplicativo que oferece um serviço semelhante ao táxi tradicional. Foi
lançado em 2009, chegando no Brasil em maio do ano passado, causando diversas polemicas e
questionamentos dos taxistas. O uso do serviço é inteiramente fácil e acessível, é necessário
apenas fazer o download do aplicativo e se cadastrar colocando seu nome completo e número
do telefone e dados do cartão como forma de pagamento. Vale ressaltar que para se tornar
um motorista do Uber tem de se passar por uma série de análises dos seus históricos, pois foi
observado casos nos Estados Unidos, onde acusados de assassinato, violação infantil e assalto
conseguiram se cadastrar como motoristas do aplicativo em São Francisco e Los Angeles. A
empresa, hoje em dia, alega que faz a checagem de antecedentes dos últimos sete anos da
vida do motorista. O Uber é considerado uma inovação disruptiva por ser um serviço mais
prático e mais barato. Como vantagens do uso do aplicativo, pode-se citar a facilidade no
pagamento: armazena-se informações de cartão de crédito no aplicativo, não necessitando de
máquinas leitoras sem fio no táxi. A rapidez: enquanto empresas de táxi tradicionais não
possuem informações precisas e em tempo real da localização de seus funcionários, o uso de
aplicativos de e-hailing pelo taxista ou motorista permite que o aplicativo tenha informações
de GPS em tempo real. Assim, chama-se automaticamente o táxi mais próximo, reduzindo o
tempo de espera. E o custo: os custos de se manter um aplicativo de e-hailing são muito
menores que os de se manter uma empresa tradicional de táxi, possibilitando grande redução
nos preços cobrados.
Locomover-se nas grandes cidades não é uma tarefa tão simples quanto parece. Por
conta disso, há vários aplicativos que prometem facilitar a vida do usuário na hora de
encontrar uma carona, um transporte público ou a rota mais rápida possível. O 99Taxis é um
desses e promete facilitar a vida de quem precisa chamar um táxi. Sua utilização é muito
simples e intuitiva. O aplicativo só necessita que você tenha a opção de GPS ativada no
smartphone para que ele possa encontrar qual carro está mais próximo de você e chamá-lo.
Isso garante que você não tenha que esperar muito tempo até que um táxi se dirija até você.
Na primeira execução após instalar o 99Taxis, é necessário realizar um breve cadastro, aceitar
os termos de uso do aplicativo, verificar o número do seu celular e, se desejar, vincular a sua
conta ao Facebook. Depois do cadastro, o usuário só precisa selecionar a opção "Chamar Táxi",
confirmar as opções e pronto. É só aguardar a chegada do carro, com a possibilidade de
verificar em tempo real a movimentação do veículo. O aplicativo pode ser considerado melhor
que a rádio táxi pois o usuário não precisa esperar o táxi em uma parada de táxi. Também
pode ser considerado melhor no que se diz respeito à segurança, pois o usuário tem a opção
visualizar a foto do motorista junto ao modelo e placa do táxi.
O Airbnb é uma rede social criada em 2008 pelo americano Brian Chesky. É conhecido
por ser um serviço online comunitário as pessoas anunciarem, descobrirem e reservarem
acomodações. Ultimamente essa rede tem sido muito utilizada, pelo fato de fornecer mais
emoção ao turista. Dessa forma, o indivíduo passa por experiências mais vastas no país o qual
deseja conhecer. Funciona da seguinte maneira: Insere-se o destino – após criar o seu perfil na
rede social - e logo após o site sugere várias opções de casa. As pessoas alugam as suas casas,
seja para ganhar um dinheiro extra ou viajar. Tende-se a preferir mais esse novo modelo do
que os tradicionais hotéis. O motivo é simples: Além de ser mais fácil de interagir com os
nativos da terra, o airbnb beneficia tanto a visita quanto ao proprietário da casa. Torna-se uma
relação mútua, além do preço ser mais acessível. Pode-se então afirmar que o turista não
gastaria tanto quanto gastaria com uma diária de hotel, considerando as refeições e outros
recursos próprios do estabelecimento. Importante considerar que da maneira tradicional as
chances de se relacionar e fazer novas amizades – o que naturalmente implica em conhecer
profundamente uma determinada cultura – são relativamente menores do que via airbnb.
Inicialmente, esse novo modelo levantou muitas indagações. Muitas pessoas não conseguiam
adquirir confiança, pelo fato de não conhecer o anfitrião e a ideia de deixar as chaves da casa
com um estranho também era muito incômoda. Afinal, como poderia ter certeza de que essa
pessoa não teria más intenções? Todavia, felizmente o Airbnb conseguiu esclarecer muitas
dúvidas e transmitir segurança aos interessados. O site possui um sistema de verificações que
legitima os dados dos inscritos – e-mail, facebook, telefone, endereço - logo quanto maior for
o número de verificações maior será a visibilidade do perfil, ou seja, se tornará mais acessível
aos outros. Esse sistema foi feito justamente para evitar perfil falso. Importante também
ressaltar que é bom criar um perfil de qualidade. Inclusive existem vários blogs que fornecem
dicas de como conversar com o anfitrião via site, de como fazer o perfil chamar a atenção e
que informações seriam úteis. O airbnb torna-se uma inovação disruptiva no momento em que
ele oferece um serviço mais interativo e mais barato que os tradicionais setores hoteleiros.
Nos anos 80, com o surgimento do videocassete foi o início das empresas e lojas de
aluguel de filmes, o mercado no Brasil não tinha tanta força porque os aparelhos eram
importados. Mas em 1984 foram lançados os aparelhos nacionais e o ramo começou a ganhar
força. Foi no inicio da década de 90 que as vídeo locadoras ganharam força e se consolidaram
no mercado, mas tiveram sua primeira queda com o surgimento de TV’s a cabo e transmissões
por satélite. Nos anos 2000 com o lançamento do DVD ocorreu um crescimento de locações
pela nova tecnologia, e diferença substancial na qualidade de mídia.
Com o surgimento da pirataria , um serviço fácil de ser realizado com os recursos oferecidos
pela internet, houve a primeira grande queda no mercado de aluguel de filmes. Já o Netflix foi
uma empresa fundada em 1997 pelos empreendedores Reed Hastings e Marc Randolph na
Califórnia, oferecendo venda e aluguel de filmes por 4 dólares, e US$ 2 por despesas postais,
por cada, com 925 títulos disponíveis. Em 1999 reformulou todo seu sistema, e adotou um
plano de assinaturas com aluguéis ilimitados. O cliente escolhia de 1 a 8 filmes no site da
empresa, e era enviado por correio, com as despesas postais ja pagas, para ser mandado de
volta quando terminasse de assistir. A empresa sabia qual ordem dos filmes o cliente queria
assistir, a partir de um lista criada pelo cliente, assim que devolvesse os filmes, os próximos da
lista eram enviados. Após essa reformulação, o sucesso foi instantâneo, porque o diferencial
das vídeo locadoras para o Netflix nunca cobrou multas de atraso. O sucesso trouxe
investidores que no ano de 2005 o acervo era maior de 35 mil títulos, enviando cerca de 1
milhão de DVDs por dia e 5 milhões de assinantes. Em 2007 mudou seu serviço para o
streaming, sendo possível assistir séries e filmes pelo computador, após 6 meses contava com
mais de 10 milhões de filmes assistidos por seus assinantes. A partir de 2009 foi possível
acessar por aparelhos de televisão, PlayStation 3, Nitendo Wii, Xbox 360, iPhone e iPad. Hoje a
empresa conta com 53 milhões de inscritos (até 15/10/14), 36 milhões de incisos só nos EUA,
72% usuários americanos, 1 bilhão de horas gastas por mês. Sucesso no mercado, o netflix vem
cada vez mais, tomando conta do mercado e substituindo os serviços de TV a cabo e vídeo
locadora.
Inovações disruptivas são fenomenos que podem ser observados durante toda a
história da humanidade, principalmente, a partir do advento do sistema capitalista de
economia. O capitalismo busca lucros e para que estes sejam alcançados, torna-se necessário
sempre buscar atingir o maior número de pessoas. E este é o motivo pelo qual as inovações
disruptivas são tão eficazes, por atingir, além do público central do serviço ou produto,
alcançar, ainda, os públicos marginais do segmento. O trabalho apresentado busca dispertar
atenção para o fato de como as novas tecnologias, como a internet e os novos sistemas
operacionais de celular estão trazendo cada vez mais inovações disruptivas, revoluicionando
completamente os hábitos e costumes na sociedade, principlamente no que diz respeito a
forma de se consumir.

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  • 1. Inovação Disruptiva Andressa Rayane, Flavia Melo, Maria Luiza Costa, Paulo Aragão, Renato Paes Leme e Sarah Schmorantz Brasília, 10 de setembro de 2015.
  • 2. O termo Inovação disruptiva foi citado pela primeira vez pelo professor de Harvard, Clayton Christensen, inspirado no conceito de “destruição criativa” criado pelo economista austríaco Joseph Schumpeter em 1939 para explicar os ciclos de negócios. O conceito afirma que o capitalismo funciona em ciclos, e cada nova revolução (industrial ou tecnológica) destrói a anterior e toma seu mercado. Christensen cita o termo pela primeira vez em um artigo de 1995, Disruptive Technologies: Catching the Wave. No entanto, ele descreve melhor a teoria em seus livros The Innovator’s Dilemma e The Innovator’s Solution Inovação disruptiva é um termo que designa todo produto ou serviço inovador que cria um novo mercado, desestabilizando um concorrente tradicional, que a muito tempo já dominava o mercado. Esta inovação é geralmente algo mais prático, simples e mais barato que o outro serviço, atingindo um público que antes não era possível ser atingindo. Ela começa lentamente atingindo esses públicos marginais até abocanhar todo o mercado. Toda vez que uma empresa lança um novo produto no mercado, visando lucros menores, ele provoca uma revolução, derrubando o produto que antes era líder. As inovações disruptivas geralmente costumam trazer os mais variados problemas, que vão desde a demissão de funcionários a falência de várias empresas. No entanto, elas não podem ser consideradas algo ruim na sociedade, pois elas trazem maior poder de escolha e tornam-se mais acessíveis aos mais variados públicos de consumidores. Uma saída para as empresas que tem quebra de lucro com esse fenômeno, é a auto disrupção, isto é, a adaptação à nova realidade do segmento, lançando produtos mais baratos e mais acessíveis. Para o autor, há dois tipos de inovações: a sustentadora e a disruptiva. A sustentadora é uma tecnologia que resulta em um produto melhor, a disruptiva é um novo produto que inicialmente é considerado pior ou menos confiável, mas traz um novo conjunto de atributos que permitem ao produto ser usado de uma maneira diferente dos que existiam antes. Há diversos exemplos que podem ser citados como inovações disruptivas. Christensen cita os exemplos históricos como os PCs substituindo os antigos computadores mainframe ou o os telefones celulares substituindo os fixos. Na história, é possível observar o fenômeno em vários momentos, como, por exemplo, a editoração digital substituindo a editoração tradicional, a câmera fotográfica substituindo todas as outras tecnologias fotográficas anteriores ou o pen drive substituindo disquete. Com as novas tecnologias do século XX, a popularização dos computadores e a estabilização da internet, observa-se, cada vez mais frequentemente momentos em que o fenômeno ocorre. A chegada dos celulares com tecnologias como Android e IOS permitem à categoria “mobile” se expandir e criar novos serviços que vem, com o tempo, tomando conta e desestabilizando o mercado. Na pesquisa, foram analisadas como exemplos de inovações disruptivas cinco novas tecnologias. O novo aplicativo de celular Uber, que vem desestabilizando o setor de transportes. O 99taxi, outro serviço criado inteiramente para mobile, onde se pode pedir um taxi sem a necessidade de fazer uma ligação, tornando o rádio taxi cada vez mais obsoleto. O netflix, serviço que foi criado para internet, mas que também já está disponível em mobile, proporcionando a possibilidade de se assistir filme ou série em qualquer hora e qualquer lugar, o que a TV a cabo ou a vídeo locadora (dominantes no
  • 3. mercado) nunca conseguiram proporcionar. O airbnb, site onde as pessoas podem procurar casas de outras pessoas no mundo todo para se hospedar, por um preço muito mais acessível que a hospedagem em um hotel tradicional. Por último, foi observado o fenômeno dos aplicativos de mensagem instantânea, como o Whatsapp, que vem deixando cada vez menor a necessidade de se usar SMS ou fazer ligação. O Uber é uma empresa multinacional americana de transporte público urbano em rede através de um aplicativo que oferece um serviço semelhante ao táxi tradicional. Foi lançado em 2009, chegando no Brasil em maio do ano passado, causando diversas polemicas e questionamentos dos taxistas. O uso do serviço é inteiramente fácil e acessível, é necessário apenas fazer o download do aplicativo e se cadastrar colocando seu nome completo e número do telefone e dados do cartão como forma de pagamento. Vale ressaltar que para se tornar um motorista do Uber tem de se passar por uma série de análises dos seus históricos, pois foi observado casos nos Estados Unidos, onde acusados de assassinato, violação infantil e assalto conseguiram se cadastrar como motoristas do aplicativo em São Francisco e Los Angeles. A empresa, hoje em dia, alega que faz a checagem de antecedentes dos últimos sete anos da vida do motorista. O Uber é considerado uma inovação disruptiva por ser um serviço mais prático e mais barato. Como vantagens do uso do aplicativo, pode-se citar a facilidade no pagamento: armazena-se informações de cartão de crédito no aplicativo, não necessitando de máquinas leitoras sem fio no táxi. A rapidez: enquanto empresas de táxi tradicionais não possuem informações precisas e em tempo real da localização de seus funcionários, o uso de aplicativos de e-hailing pelo taxista ou motorista permite que o aplicativo tenha informações de GPS em tempo real. Assim, chama-se automaticamente o táxi mais próximo, reduzindo o tempo de espera. E o custo: os custos de se manter um aplicativo de e-hailing são muito menores que os de se manter uma empresa tradicional de táxi, possibilitando grande redução nos preços cobrados. Locomover-se nas grandes cidades não é uma tarefa tão simples quanto parece. Por conta disso, há vários aplicativos que prometem facilitar a vida do usuário na hora de encontrar uma carona, um transporte público ou a rota mais rápida possível. O 99Taxis é um desses e promete facilitar a vida de quem precisa chamar um táxi. Sua utilização é muito simples e intuitiva. O aplicativo só necessita que você tenha a opção de GPS ativada no smartphone para que ele possa encontrar qual carro está mais próximo de você e chamá-lo. Isso garante que você não tenha que esperar muito tempo até que um táxi se dirija até você. Na primeira execução após instalar o 99Taxis, é necessário realizar um breve cadastro, aceitar os termos de uso do aplicativo, verificar o número do seu celular e, se desejar, vincular a sua conta ao Facebook. Depois do cadastro, o usuário só precisa selecionar a opção "Chamar Táxi", confirmar as opções e pronto. É só aguardar a chegada do carro, com a possibilidade de verificar em tempo real a movimentação do veículo. O aplicativo pode ser considerado melhor que a rádio táxi pois o usuário não precisa esperar o táxi em uma parada de táxi. Também pode ser considerado melhor no que se diz respeito à segurança, pois o usuário tem a opção visualizar a foto do motorista junto ao modelo e placa do táxi.
  • 4. O Airbnb é uma rede social criada em 2008 pelo americano Brian Chesky. É conhecido por ser um serviço online comunitário as pessoas anunciarem, descobrirem e reservarem acomodações. Ultimamente essa rede tem sido muito utilizada, pelo fato de fornecer mais emoção ao turista. Dessa forma, o indivíduo passa por experiências mais vastas no país o qual deseja conhecer. Funciona da seguinte maneira: Insere-se o destino – após criar o seu perfil na rede social - e logo após o site sugere várias opções de casa. As pessoas alugam as suas casas, seja para ganhar um dinheiro extra ou viajar. Tende-se a preferir mais esse novo modelo do que os tradicionais hotéis. O motivo é simples: Além de ser mais fácil de interagir com os nativos da terra, o airbnb beneficia tanto a visita quanto ao proprietário da casa. Torna-se uma relação mútua, além do preço ser mais acessível. Pode-se então afirmar que o turista não gastaria tanto quanto gastaria com uma diária de hotel, considerando as refeições e outros recursos próprios do estabelecimento. Importante considerar que da maneira tradicional as chances de se relacionar e fazer novas amizades – o que naturalmente implica em conhecer profundamente uma determinada cultura – são relativamente menores do que via airbnb. Inicialmente, esse novo modelo levantou muitas indagações. Muitas pessoas não conseguiam adquirir confiança, pelo fato de não conhecer o anfitrião e a ideia de deixar as chaves da casa com um estranho também era muito incômoda. Afinal, como poderia ter certeza de que essa pessoa não teria más intenções? Todavia, felizmente o Airbnb conseguiu esclarecer muitas dúvidas e transmitir segurança aos interessados. O site possui um sistema de verificações que legitima os dados dos inscritos – e-mail, facebook, telefone, endereço - logo quanto maior for o número de verificações maior será a visibilidade do perfil, ou seja, se tornará mais acessível aos outros. Esse sistema foi feito justamente para evitar perfil falso. Importante também ressaltar que é bom criar um perfil de qualidade. Inclusive existem vários blogs que fornecem dicas de como conversar com o anfitrião via site, de como fazer o perfil chamar a atenção e que informações seriam úteis. O airbnb torna-se uma inovação disruptiva no momento em que ele oferece um serviço mais interativo e mais barato que os tradicionais setores hoteleiros. Nos anos 80, com o surgimento do videocassete foi o início das empresas e lojas de aluguel de filmes, o mercado no Brasil não tinha tanta força porque os aparelhos eram importados. Mas em 1984 foram lançados os aparelhos nacionais e o ramo começou a ganhar força. Foi no inicio da década de 90 que as vídeo locadoras ganharam força e se consolidaram no mercado, mas tiveram sua primeira queda com o surgimento de TV’s a cabo e transmissões por satélite. Nos anos 2000 com o lançamento do DVD ocorreu um crescimento de locações pela nova tecnologia, e diferença substancial na qualidade de mídia. Com o surgimento da pirataria , um serviço fácil de ser realizado com os recursos oferecidos pela internet, houve a primeira grande queda no mercado de aluguel de filmes. Já o Netflix foi uma empresa fundada em 1997 pelos empreendedores Reed Hastings e Marc Randolph na Califórnia, oferecendo venda e aluguel de filmes por 4 dólares, e US$ 2 por despesas postais, por cada, com 925 títulos disponíveis. Em 1999 reformulou todo seu sistema, e adotou um plano de assinaturas com aluguéis ilimitados. O cliente escolhia de 1 a 8 filmes no site da empresa, e era enviado por correio, com as despesas postais ja pagas, para ser mandado de volta quando terminasse de assistir. A empresa sabia qual ordem dos filmes o cliente queria assistir, a partir de um lista criada pelo cliente, assim que devolvesse os filmes, os próximos da lista eram enviados. Após essa reformulação, o sucesso foi instantâneo, porque o diferencial das vídeo locadoras para o Netflix nunca cobrou multas de atraso. O sucesso trouxe investidores que no ano de 2005 o acervo era maior de 35 mil títulos, enviando cerca de 1
  • 5. milhão de DVDs por dia e 5 milhões de assinantes. Em 2007 mudou seu serviço para o streaming, sendo possível assistir séries e filmes pelo computador, após 6 meses contava com mais de 10 milhões de filmes assistidos por seus assinantes. A partir de 2009 foi possível acessar por aparelhos de televisão, PlayStation 3, Nitendo Wii, Xbox 360, iPhone e iPad. Hoje a empresa conta com 53 milhões de inscritos (até 15/10/14), 36 milhões de incisos só nos EUA, 72% usuários americanos, 1 bilhão de horas gastas por mês. Sucesso no mercado, o netflix vem cada vez mais, tomando conta do mercado e substituindo os serviços de TV a cabo e vídeo locadora. Inovações disruptivas são fenomenos que podem ser observados durante toda a história da humanidade, principalmente, a partir do advento do sistema capitalista de economia. O capitalismo busca lucros e para que estes sejam alcançados, torna-se necessário sempre buscar atingir o maior número de pessoas. E este é o motivo pelo qual as inovações disruptivas são tão eficazes, por atingir, além do público central do serviço ou produto, alcançar, ainda, os públicos marginais do segmento. O trabalho apresentado busca dispertar atenção para o fato de como as novas tecnologias, como a internet e os novos sistemas operacionais de celular estão trazendo cada vez mais inovações disruptivas, revoluicionando completamente os hábitos e costumes na sociedade, principlamente no que diz respeito a forma de se consumir.