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ESTUDO
TRANSVERSAL OU
SECCIONAL OU DE
PREVALÊNCIA
Ricardo Alexandre de Souza
1
Souza RA, 2015
ESTRUTURA
Souza RA, 2015
Estrutura
Semelhante à de um estudo de coorte, no entanto,
nos estudos transversais todas as medições são
feitas num único "momento", não existindo,
portanto, período de seguimento dos indivíduos.
TEMPO
Souza RA, 2015
Estrutura
Souza RA, 2015
Estrutura
Para levar a cabo um estudo transversal o
investigador tem que, primeiro, definir a questão a
responder, depois, definir a população a estudar e um
método de escolha da amostra e, por último, definir
os fenómenos a estudar e os métodos de medição
das variáveis de interesse.
Souza RA, 2015
UTILIDADE
Souza RA, 2015
Utilidade
Este tipo de estudos são apropriados para descrever
características das populações no que diz respeito a
determinadas variáveis e os seus padrões de
distribuição.
Souza RA, 2015
Utilidade
Melhor estratégia de investigação para se conhecer
estimativas de parâmetros como médias(, beijos,
pressão sistólica), Proporções(categorias de
obesidade, grupos etários de hipertensos) e outras
razões ou índices(morador do domicílio), Assim
também como as dispersões(variância, desvio
padrão).
Souza RA, 2015
Utilidade
Os estudos transversais podem, também, ser
utilizados para descrever associações entre variáveis.
Neste caso, a definição de quais as variáveis
independentes e quais as dependentes depende, ao
contrário dos estudos de coorte, da hipótese de
causalidade estabelecida pelo investigador e não do
próprio desenho de estudo.
Souza RA, 2015
VARIÁVEIS
Souza RA, 2015
Variáveis
Decidir se uma variável é dependente ou
independente é relativamente fácil no caso de certos
fatores constitucionais como a idade, sexo ou grupo
étnico uma vez que estes não são alterados por
outras variáveis e são, assim, geralmente, variáveis
independentes.
Para a maior parte das variáveis, porém, a escolha é
algo mais complicada.
Souza RA, 2015
Variáveis
Dependente
independente
independente
independente
Souza RA, 2015
Variáveis
Por exemplo se através de um estudo transversal se
encontra uma associação entre a prática de exercício
físico e a presença de doença coronária esta pode
dever-se ao facto de os indivíduos que praticam
pouco exercício físico desenvolverem mais
frequentemente doença coronária ou ao facto de os
indivíduos com doença coronária praticarem menos
frequentemente exercício físico devido à sua doença.
Souza RA, 2015
Variáveis
DAC
Exercício
físico
Tabagismo
Alimentação
Souza RA, 2015
AMOSTRA
Souza RA, 2015
Amostra
População geral
Amostra
Souza RA, 2015
Amostra
População geral
Expostos e doentes Expostos e não doentes
Não Expostos e doentes Não Expostos e Não doentes
Souza RA, 2015
Amostra
Se toda uma amostra for selecionada a pesquisa trata-se de um Censo.
Souza RA, 2015
MEDIDAS
Souza RA, 2015
Medidas
Neste exemplo encontra-se uma importante medida de
frequência que é, caracteristicamente, encontrada a partir
de estudos transversais - a prevalência (de fato, este tipo
de estudo é muitas vezes designados de "estudos de
prevalência").
A prevalência de uma determinada doença é definida como
a proporção de indivíduos de uma população que
apresentam tal doença num determinado momento no
tempo.
Voltaremos ao assunto na próxima aula.
Souza RA, 2015
Medidas
Expostos e doentes Expostos e não doentes
Não Expostos e doentes Não Expostos e Não doentes
Frequências Doentes Não-Doentes Total
Expostos a b a + b
Não-expostos c d c + d
Total a + c b + d n
Souza RA, 2015
Medidas imperfeitas
Se um instrumento de medida for imperfeito (virtualmente quase todos
são) detectando menos de 100%, podemos usar uma fórmula de
correção:
Pr = Pa + Esp - 1
Sen + Esp - 1
Onde:
Sen é a Sensibilidade
Esp é a Especificidade
Pa é a Prevalência adquirida
Pr é a Prevalência real
Souza RA, 2015
Medidas imperfeitas
k =
Po- Pe
1- Pe
Onde
Po é a proporção total de concordâncias observadas
Pe é a proporção total de concordâncias que seriam esperadas por pura casualidade
Souza RA, 2015
Medidas imperfeitas
• Índice Kappa pode ir de negativo até +1
• Ele deve ser usado para mostrar a
concordância entre duas formas de medidas,
onde uma delas é a medida chamada padrão-
ouro.
• Padrão-ouro é a medida que consegue 100%
de certeza, ou mais próximo possível a ele.
Souza RA, 2015
VANTAGENS E
DESVANTAGENS
Souza RA, 2015
Vantagens
Rápidos
Custo menor
Insensível a perda de seguimento
Adequados à análise de redes de causalidade.
Os estudos transversais podem ser levados a cabo
como a primeira etapa de um estudo de coorte
ou ensaio clínico sem grandes custos adicionais.
Os resultados definem as características
demográficas e clínicas de base da amostra em
estudo e podem, por vezes, revelar associações de
interesse para o restante do estudo.
Souza RA, 2015
Desvantagens
Impossibilidade de estabelecer relações causais
por não provarem a existência de uma
sequência temporal entre exposição ao fator e o
subsequente desenvolvimento da doença.
Estes estudos são pouco práticos no estudo de
doenças raras, uma vez que estas obrigam à
seleção de amostras muito numerosas.
Souza RA, 2015
Desvantagens
O fato de nos estudos transversais só se poder
medir a prevalência, e não a incidência, torna
limitada a informação produzida por este tipo de
estudos no que respeita à história natural das
doenças e ao seu prognóstico.
Este tipo de estudos são susceptíveis aos
chamados vieses de prevalência/incidência ou
de duração da doença
Souza RA, 2015
VIÉS DE DURAÇÃO DA
DOENÇA
Souza RA, 2015
Viés de duração da doença
Acontece quando o efeito de determinados fatores
relacionados com a duração da doença é confundido com
um efeito na ocorrência da doença. Por exemplo, num
estudo realizado na década de 70 encontrou-se uma grande
frequência de antígeno linfocitário humano A2 (HLA-A2)
entre crianças que sofriam de leucemia linfocítica aguda
(LLA) e os investigadores concluíram que as crianças com
este tipo de HLA tinham um risco acrescido de desenvolver
esta doença.
Souza RA, 2015
Viés de duração da doença
Estudos subsequentes vieram, no entanto, demonstrar que
o HLA-A2 não era um fator de risco para o desenvolvimento
da LLA, mas sim, um fator que estava associado a um
melhor prognóstico em crianças com esta doença. Assim, a
maior sobrevida dos doentes com HLA-A2 fazia com que na
amostra de doentes do estudo transversal houvesse uma
maior probabilidade de encontrar doentes com este tipo de
HLA em comparação com os outros tipos. Observou-se,
assim, que uma aparente maior incidência era na realidade
o efeito de uma maior prevalência devido a um melhor
prognóstico.
Souza RA, 2015
Viés de duração da doença
Tempo
Com HLA
Sem HLA
Souza RA, 2015
FASES DE ESTUDO
TRANSVERSAL
Souza RA, 2015
Fases de estudo transversal
Amostragem
Seleção e treinamento de pesquisadores de campo
Execução
Piloto
Coleta de dados
Controle de qualidade
Análise e divulgação de resultados
Análises univariadas
Análises bivariadas
Análises multivariadas
Souza RA, 2015
Análise univariada
Análises univariadas são aquelas em que apenas o
comportamento de uma variável é objeto atenção.
Basicamente é a descrição da variável média,
desvio padrão, histogramas, gráficos de barra, etc.
Souza RA, 2015
Análise bivariada
Análises bivariadas são aquelas em que duas
variáveis ou as relações entre elas são analisadas
ao mesmo tempo.
Estudo de prevalência deve usar a razão de
prevalência
Tradicionalmente, para testar associação
estatística, isto é, de frequências, em duas
variáveis dicotomias ou mesmo categóricas, podem
ser utilizados testes de hipóteses baseados na
estatística do qui-quadrado
Souza RA, 2015
Análise bivariada
DAC
Exercício
físico
Tabagismo
Alimentação
Souza RA, 2015
RAZÃO DE PREVALÊNCIAS
Souza RA, 2015
Razão de prevalências
Uma razão de prevalência tão-somente estima
quantas vezes mais o exposto está doente quando
comparados aos não expostos, na época do estudo
seccional.
Uma razão de prevalência não estabelece risco
desenvolver a doença.
Souza RA, 2015
Razão de prevalências
Uma razão de prevalência tão-somente estima
quantas vezes mais o exposto está doente quando
comparados aos não expostos, na época do estudo
seccional.
Uma razão de prevalência não estabelece risco
desenvolver a doença.
RP =
a.(c+ d)
c(a+b)
Souza RA, 2015
Razão de prevalências
RP =
a.(c + d)
c(a + b)
Frequências Doentes Não-Doentes Total
Expostos a b a + b
Não-expostos c d c + d
Total a + c b + d n
Frequências Asma Sem asma Total
Tempo de
fumo > 10
anos
192 120 312
Tempo de
fumo < 10
anos
251 257 508
Total 443 377 820
RP = 1,24
Souza RA, 2015
Razão de prevalências
Uma razão de prevalência tão-somente estima
quantas vezes mais o exposto está doente quando
comparados aos não expostos, na época do estudo
seccional.
Uma razão de prevalência não estabelece risco
desenvolver a doença.
Souza RA, 2015
Análise multivariada
DAC
Exercício
físico
Tabagismo
Alimentação
DAC
Alimentação
Exercício físico
Tabagismo
Souza RA, 2015
Análise multivariada
DAC
Exercício
físico
Tabagismo
Alimentação
DAC
Alimentação
Exercício físico
Tabagismo
Souza RA, 2015
Análise multivariada
Souza RA, 2015
EXERCÍCIOS
Souza RA, 2015
Exercícios
1) Liste 3 vantagens e igual número de limitações do estudo de corte
transversal.
2) Liste 3 desvantagens e igual número de limitações do estudo de corte
transversal.
3) Qual é o desenho de estudo mais adequado para pesquisar a
prevalência de tuberculose em distritos rurais de um município
a) Estudo transversal
b) Estudo de caso e controle
c) Estudo cruzado
d) Estudo de coorte
e) Estudo randomizado em paralelo.
Souza RA, 2015
Exercícios
4) São vantagens dos estudos transversais, EXCETO o seguinte:
a) São rápidos e baratos.
b) Medem prevalência da exposição.
c) São adequados para fazer inferência causal.
d) São úteis para planejamentos em saúde.
e) Medem prevalência do desfecho.
Souza RA, 2015
Exercícios
A hepatite C é uma das principais causas de doença hepática crônica
em todo o mundo. Existe grande variação na prevalência da infecção
pelo vírus da hepatite C (HCV) de acordo com a região geográfica
estudada, refletindo não só características epidemiológicas distintas
entre as populações, mas diferenças nas metodologias utilizadas para a
realização das estimativas. Um estudo foi realizado, acessando as
pessoas em base populacional uma vez e perguntando e fazendo
exames para mensuração do marcador para HCV e para fatores de
risco. Um dos fatores de risco para a infecção é o sexo sem proteção.
Em um estudo de 2010 foi percebido que de 120 pessoas que faziam
sexo sem proteção 20% tinham HCV e 15% não tinham, já das que
faziam uso da proteção, apenas 10% tinham.
Qual a melhor medida para quantificar a força de associação entre as
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Aula 2 estudo transversal

  • 1. ESTUDO TRANSVERSAL OU SECCIONAL OU DE PREVALÊNCIA Ricardo Alexandre de Souza 1
  • 3. Souza RA, 2015 Estrutura Semelhante à de um estudo de coorte, no entanto, nos estudos transversais todas as medições são feitas num único "momento", não existindo, portanto, período de seguimento dos indivíduos. TEMPO
  • 5. Souza RA, 2015 Estrutura Para levar a cabo um estudo transversal o investigador tem que, primeiro, definir a questão a responder, depois, definir a população a estudar e um método de escolha da amostra e, por último, definir os fenómenos a estudar e os métodos de medição das variáveis de interesse.
  • 7. Souza RA, 2015 Utilidade Este tipo de estudos são apropriados para descrever características das populações no que diz respeito a determinadas variáveis e os seus padrões de distribuição.
  • 8. Souza RA, 2015 Utilidade Melhor estratégia de investigação para se conhecer estimativas de parâmetros como médias(, beijos, pressão sistólica), Proporções(categorias de obesidade, grupos etários de hipertensos) e outras razões ou índices(morador do domicílio), Assim também como as dispersões(variância, desvio padrão).
  • 9. Souza RA, 2015 Utilidade Os estudos transversais podem, também, ser utilizados para descrever associações entre variáveis. Neste caso, a definição de quais as variáveis independentes e quais as dependentes depende, ao contrário dos estudos de coorte, da hipótese de causalidade estabelecida pelo investigador e não do próprio desenho de estudo.
  • 11. Souza RA, 2015 Variáveis Decidir se uma variável é dependente ou independente é relativamente fácil no caso de certos fatores constitucionais como a idade, sexo ou grupo étnico uma vez que estes não são alterados por outras variáveis e são, assim, geralmente, variáveis independentes. Para a maior parte das variáveis, porém, a escolha é algo mais complicada.
  • 13. Souza RA, 2015 Variáveis Por exemplo se através de um estudo transversal se encontra uma associação entre a prática de exercício físico e a presença de doença coronária esta pode dever-se ao facto de os indivíduos que praticam pouco exercício físico desenvolverem mais frequentemente doença coronária ou ao facto de os indivíduos com doença coronária praticarem menos frequentemente exercício físico devido à sua doença.
  • 17. Souza RA, 2015 Amostra População geral Expostos e doentes Expostos e não doentes Não Expostos e doentes Não Expostos e Não doentes
  • 18. Souza RA, 2015 Amostra Se toda uma amostra for selecionada a pesquisa trata-se de um Censo.
  • 20. Souza RA, 2015 Medidas Neste exemplo encontra-se uma importante medida de frequência que é, caracteristicamente, encontrada a partir de estudos transversais - a prevalência (de fato, este tipo de estudo é muitas vezes designados de "estudos de prevalência"). A prevalência de uma determinada doença é definida como a proporção de indivíduos de uma população que apresentam tal doença num determinado momento no tempo. Voltaremos ao assunto na próxima aula.
  • 21. Souza RA, 2015 Medidas Expostos e doentes Expostos e não doentes Não Expostos e doentes Não Expostos e Não doentes Frequências Doentes Não-Doentes Total Expostos a b a + b Não-expostos c d c + d Total a + c b + d n
  • 22. Souza RA, 2015 Medidas imperfeitas Se um instrumento de medida for imperfeito (virtualmente quase todos são) detectando menos de 100%, podemos usar uma fórmula de correção: Pr = Pa + Esp - 1 Sen + Esp - 1 Onde: Sen é a Sensibilidade Esp é a Especificidade Pa é a Prevalência adquirida Pr é a Prevalência real
  • 23. Souza RA, 2015 Medidas imperfeitas k = Po- Pe 1- Pe Onde Po é a proporção total de concordâncias observadas Pe é a proporção total de concordâncias que seriam esperadas por pura casualidade
  • 24. Souza RA, 2015 Medidas imperfeitas • Índice Kappa pode ir de negativo até +1 • Ele deve ser usado para mostrar a concordância entre duas formas de medidas, onde uma delas é a medida chamada padrão- ouro. • Padrão-ouro é a medida que consegue 100% de certeza, ou mais próximo possível a ele.
  • 25. Souza RA, 2015 VANTAGENS E DESVANTAGENS
  • 26. Souza RA, 2015 Vantagens Rápidos Custo menor Insensível a perda de seguimento Adequados à análise de redes de causalidade. Os estudos transversais podem ser levados a cabo como a primeira etapa de um estudo de coorte ou ensaio clínico sem grandes custos adicionais. Os resultados definem as características demográficas e clínicas de base da amostra em estudo e podem, por vezes, revelar associações de interesse para o restante do estudo.
  • 27. Souza RA, 2015 Desvantagens Impossibilidade de estabelecer relações causais por não provarem a existência de uma sequência temporal entre exposição ao fator e o subsequente desenvolvimento da doença. Estes estudos são pouco práticos no estudo de doenças raras, uma vez que estas obrigam à seleção de amostras muito numerosas.
  • 28. Souza RA, 2015 Desvantagens O fato de nos estudos transversais só se poder medir a prevalência, e não a incidência, torna limitada a informação produzida por este tipo de estudos no que respeita à história natural das doenças e ao seu prognóstico. Este tipo de estudos são susceptíveis aos chamados vieses de prevalência/incidência ou de duração da doença
  • 29. Souza RA, 2015 VIÉS DE DURAÇÃO DA DOENÇA
  • 30. Souza RA, 2015 Viés de duração da doença Acontece quando o efeito de determinados fatores relacionados com a duração da doença é confundido com um efeito na ocorrência da doença. Por exemplo, num estudo realizado na década de 70 encontrou-se uma grande frequência de antígeno linfocitário humano A2 (HLA-A2) entre crianças que sofriam de leucemia linfocítica aguda (LLA) e os investigadores concluíram que as crianças com este tipo de HLA tinham um risco acrescido de desenvolver esta doença.
  • 31. Souza RA, 2015 Viés de duração da doença Estudos subsequentes vieram, no entanto, demonstrar que o HLA-A2 não era um fator de risco para o desenvolvimento da LLA, mas sim, um fator que estava associado a um melhor prognóstico em crianças com esta doença. Assim, a maior sobrevida dos doentes com HLA-A2 fazia com que na amostra de doentes do estudo transversal houvesse uma maior probabilidade de encontrar doentes com este tipo de HLA em comparação com os outros tipos. Observou-se, assim, que uma aparente maior incidência era na realidade o efeito de uma maior prevalência devido a um melhor prognóstico.
  • 32. Souza RA, 2015 Viés de duração da doença Tempo Com HLA Sem HLA
  • 33. Souza RA, 2015 FASES DE ESTUDO TRANSVERSAL
  • 34. Souza RA, 2015 Fases de estudo transversal Amostragem Seleção e treinamento de pesquisadores de campo Execução Piloto Coleta de dados Controle de qualidade Análise e divulgação de resultados Análises univariadas Análises bivariadas Análises multivariadas
  • 35. Souza RA, 2015 Análise univariada Análises univariadas são aquelas em que apenas o comportamento de uma variável é objeto atenção. Basicamente é a descrição da variável média, desvio padrão, histogramas, gráficos de barra, etc.
  • 36. Souza RA, 2015 Análise bivariada Análises bivariadas são aquelas em que duas variáveis ou as relações entre elas são analisadas ao mesmo tempo. Estudo de prevalência deve usar a razão de prevalência Tradicionalmente, para testar associação estatística, isto é, de frequências, em duas variáveis dicotomias ou mesmo categóricas, podem ser utilizados testes de hipóteses baseados na estatística do qui-quadrado
  • 37. Souza RA, 2015 Análise bivariada DAC Exercício físico Tabagismo Alimentação
  • 38. Souza RA, 2015 RAZÃO DE PREVALÊNCIAS
  • 39. Souza RA, 2015 Razão de prevalências Uma razão de prevalência tão-somente estima quantas vezes mais o exposto está doente quando comparados aos não expostos, na época do estudo seccional. Uma razão de prevalência não estabelece risco desenvolver a doença.
  • 40. Souza RA, 2015 Razão de prevalências Uma razão de prevalência tão-somente estima quantas vezes mais o exposto está doente quando comparados aos não expostos, na época do estudo seccional. Uma razão de prevalência não estabelece risco desenvolver a doença. RP = a.(c+ d) c(a+b)
  • 41. Souza RA, 2015 Razão de prevalências RP = a.(c + d) c(a + b) Frequências Doentes Não-Doentes Total Expostos a b a + b Não-expostos c d c + d Total a + c b + d n Frequências Asma Sem asma Total Tempo de fumo > 10 anos 192 120 312 Tempo de fumo < 10 anos 251 257 508 Total 443 377 820 RP = 1,24
  • 42. Souza RA, 2015 Razão de prevalências Uma razão de prevalência tão-somente estima quantas vezes mais o exposto está doente quando comparados aos não expostos, na época do estudo seccional. Uma razão de prevalência não estabelece risco desenvolver a doença.
  • 43. Souza RA, 2015 Análise multivariada DAC Exercício físico Tabagismo Alimentação DAC Alimentação Exercício físico Tabagismo
  • 44. Souza RA, 2015 Análise multivariada DAC Exercício físico Tabagismo Alimentação DAC Alimentação Exercício físico Tabagismo
  • 45. Souza RA, 2015 Análise multivariada
  • 47. Souza RA, 2015 Exercícios 1) Liste 3 vantagens e igual número de limitações do estudo de corte transversal. 2) Liste 3 desvantagens e igual número de limitações do estudo de corte transversal. 3) Qual é o desenho de estudo mais adequado para pesquisar a prevalência de tuberculose em distritos rurais de um município a) Estudo transversal b) Estudo de caso e controle c) Estudo cruzado d) Estudo de coorte e) Estudo randomizado em paralelo.
  • 48. Souza RA, 2015 Exercícios 4) São vantagens dos estudos transversais, EXCETO o seguinte: a) São rápidos e baratos. b) Medem prevalência da exposição. c) São adequados para fazer inferência causal. d) São úteis para planejamentos em saúde. e) Medem prevalência do desfecho.
  • 49. Souza RA, 2015 Exercícios A hepatite C é uma das principais causas de doença hepática crônica em todo o mundo. Existe grande variação na prevalência da infecção pelo vírus da hepatite C (HCV) de acordo com a região geográfica estudada, refletindo não só características epidemiológicas distintas entre as populações, mas diferenças nas metodologias utilizadas para a realização das estimativas. Um estudo foi realizado, acessando as pessoas em base populacional uma vez e perguntando e fazendo exames para mensuração do marcador para HCV e para fatores de risco. Um dos fatores de risco para a infecção é o sexo sem proteção. Em um estudo de 2010 foi percebido que de 120 pessoas que faziam sexo sem proteção 20% tinham HCV e 15% não tinham, já das que faziam uso da proteção, apenas 10% tinham. Qual a melhor medida para quantificar a força de associação entre as duas condições? Como calculá-la, Qual o valor encontrado?

Notas del editor

  1. Mede cada uma, por vez